O BANCÁRIO
Edição Diária 5506 | Salvador, sexta-feira, 13.12.2013
Filiado à
Presidente Euclides Fagundes Neves
O mais cruel ato
da ditadura, AI5, faz 45 anos
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Amanhã tem
final do Society,
na AABB
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SISTEMA FINANCEIRO Lucro dos bancos, de R$ 13 bilhões, é o maior da economia nacional
Os donos do dinheiro
Os bancos em operação no Brasil são mesmo os donos do dinheiro
e ninguém duvida. Enquanto a economia cresce em ritmo um pouco mais lento, efeito ainda da crise financeira mundial, as empresas
enchem os cofres. Em apenas três meses do ano, o lucro líquido
cresceu 15%. Tudo a base das tarifas, juros extorsivos e da exploração do trabalhador. Página 3
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DITADURA MILITAR Há exatamente 45 anos, era aprovado o AI-5, o ato mais cruel
O Brasil nas trevas
Ir às ruas protestar pela ampliação das
melhorias no país é uma ferramenta utilizada por muitos jovens, que têm na lei
a garantia da liberdade de expressão e do
direito de ir e vir. Essa nova geração está
45 anos à frente do período político mais
sombrio do Brasil. Quando as vozes que
gritavam por democracia foram brutalmente caladas.
Em 13 de dezembro de 1968, ou seja,
há exatamente 45 anos, o governo militar do General Costa e Silva, colocava em
prática o famigerado Ato Institucional nº
5 (AI-5), redigido pelo então Ministro da
Justiça, Luis Antônio da Gama e Silva.
Além de fechar o Congresso Nacional, foi
conferido poder ilimitado ao Executivo, inclusive a suspensão de direitos políticos de
qualquer brasileiro. Mas, o legado mais desonroso da ditadura e intensificado nos 10
anos do AI-5, foi a tortura cometida contra
aqueles que lutavam por liberdade e justiça.
O DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações
de Defesa Interna), criado em 1969, órgão de
inteligência do Exercito brasileiro foi responsável por investigar e combater os “inimigos”
da nação. Entre os investigados, destaca-se a presidenta Dilma Rousseff, cruelmente torturada nas dependências do centro.
Taxas de juros
sobem. Procura
por crédito cai
Os brasileiros estão atentos aos
abusos dos bancos. Em novembro,
as taxas de juros cresceram ainda mais. Em contrapartida, a busca por crédito caiu 7,9% comparado
com outubro e 5,5% ante o mesmo
período de 2012. Os dados são da
Serasa Experian.
Os consumidores de baixa renda,
com ganhos até R$ 500,00 por mês,
foram os que menos buscaram crédito. Para o grupo, houve recuo de
8,9%, seguido pela faixa entre R$
500,00 e R$ 1 mil com declínio de
8,7%. Para os que recebem entre R$
1 mil e R$ 2 mil mensais, a procura
caiu 7,2% e na faixa entre R$ 2 mil e
R$ 5 mil, a redução foi de 6,8%.
Na comparação entre novembro
e outubro, a demanda recuou em
todas as regiões do país. No Norte
caiu 12,2%, Nordeste (7,5%); Sudeste (9,0%); Centro-Oeste (6,5%) e Sul
(4,7%). Mesmo com o cenário, o mercado financeiro já começou o lobby
para que a taxa básica de juros suba
ainda mais em janeiro de 2014, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) realiza a primeira reunião
do ano para definir a Selic, atualmente em 10% ao ano. Um retrocesso.
Sonegação é 20 vezes maior
do que o Bolsa Família
Anos do AI-5 foram os mais sombrios da ditadura, com a morte de centenas de pessoas
Números mostram o terror
A estimativa é de que durante a ditadura
militar (1964-1985) 50 mil pessoas tenham
sido detidas e 10 mil exiladas. No período,
houve quatro condenações à morte (não
consumadas), 4.862 cassações de mandatos e
direitos políticos, 6.592 militares foram punidos e 245 estudantes foram expulsos das
universidades. Os dados são da Comissão
O BANCÁRIO
Fundado em 30 de outubro de 1939.
Edição diária desde 1º de dezembro de 1989
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O Bancário
Fundado em 4 de fevereiro de 1933
Especial sobre Mortos e Desaparecidos, da
Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Não há números precisos sobre mortos durante o regime. Mas, de acordo com o Centro de Documentação Eremias Delizoicov e a
Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos, existem cerca de 400 assassinatos confirmados ligados à repressão.
O Brasil sonega 20 vezes mais do que
o valor gasto com o programa Bolsa Família. O montante sonegado neste ano até
agora foi de R$ 400 bilhões. Um prejuízo.
O cálculo divulgado pelo Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional), chamado Sonegômetro,
apresenta, em tempo real, quanto o país
deixa de arrecadar com a infração, que facilita e cria mecanismos de corrupção e lavagem de dinheiro. No total, a sonegação
representa 10% do PIB (Produto Interno
Bruto) brasileiro e 25% do que é arrecadado.
Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Euclides Fagundes Neves. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.
Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected]
Jornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima. Repórter: Ana Beatriz Leal. Estagiários em jornalismo: Catiane Rodrigues, Rafael Barreto e Tunísia Cores.
Projeto gráfico: Danilo Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
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Manoel Porto
Enquanto os bancos enchem os cofres de dinheiro, a população se espreme nas agências apertadas à espera de atendimento
Santander paga salário hoje
SISTEMA FINANCEIRO Ganho no terceiro trimestre foi de R$
13 bilhões. Tarifas e juros são responsáveis por resultado
Mudanças no Bradesco
Lucro cresce 15%
em apenas três
meses. Vida fácil
Os trabalhadores que atuam
como comerciários do Bradesco vão virar bancários. Pelo
menos é o que prometeu o banco, durante negociação com
a Comissão de Empresa, na
quarta-feira. A medida atinge
2.012 funcionários do setor de
financiamento de automóveis
em 22 estados do país.
A mudança de postura da
organização financeira não
acontece por acaso. A direção da empresa só resolveu
se enquadrar depois de algumas ações judiciais por desvio
de função. Agora, com a nova
configuração, esses trabalhadores vão passar a receber todos os direitos da categoria
Nem mesmo o desempenho
tímido da economia brasileira,
o PIB cresceu 2,2% no terceiro
trimestre, faz o lucro dos bancos
desacelerar. Pelo contrário. O ganho líquido cresceu 15% entre julho e setembro, na comparação
com o mesmo período de 2012.
Em apenas três meses, a lucratividade chegou a R$ 13,730
bilhões, segundo dados do Banco Central. O aumento das tarifas bancárias, das taxas de
juros, dos empréstimos, e a redução da inadimplência são responsáveis pelo resultado.
O spread bancário – diferença entre o que as empresas gastam na captação de recursos e
o que ganham com os emprés-
Enfim, uma notícia boa
para os funcionários do Santander. O banco paga hoje, o
salário referente ao mês de dezembro. A medida é positiva,
pois ajuda os trabalhadores
nas compras de fim de ano.
No entanto, é bom não se empolgar e reservar parte do dinheiro para as despesas de janeiro, quando o consumidor gasta
mais por conta da matrícula dos
filhos nas escolas, material escolar, além do IPTU e do IPVA.
previstos na CCT (Convenção
Coletiva de Trabalho).
Outra conquista garantida é a inclusão no programa
vale-cultura. O auxílio-doença, atualmente de seis meses,
também vai mudar e passará
a ser de 24 meses.
Jornada A jornada de 44 ho-
ras, cumprida atualmente de
segunda a sábado, será reduzida e enquadrada na jornada dos
bancários. Segundo compromisso firmado, se trabalhar aos
sábados e ou domingos, os trabalhadores recebem um valor
chamado plantão e uma folga
correspondente de, no mínimo,
dois finais de semanas cheios.
timos – também cresceu. As
receitas com a fórmula mágica
chegaram a R$ 86,308 bilhões.
Importante destacar que a taxa
de juros cobrada pelas organizações financeiras, principalmente
nas modalidades do cheque especial e do cartão rotativo, estão entre as mais altas do mundo.
Os números comprovam
mais uma vez que, pelo menos
no Brasil, os bancos só pensam em sugar. Tiram dinheiro dos correntistas, pagam
salários rebaixados aos funcionários, deixam a sociedade
exposta à insegurança e, para
completar, demitem milhares
de trabalhadores, dificultando o crescimento do país.
O Bancário
Salvador, sexta-feira, 13.12.2013 • www.bancariosbahia.org.br
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ESPORTE Ressaca e Linha 8 disputam o título do campeonato, na AABB, Piatã
Amanhã é dia de
decisão no Society
A bola vai rolar amanhã, na grande
final do Campeonato de Futebol Society
dos Bancários, na AABB, Piatã. A disputa entre Ressaca e Linha 8 promete ser
uma das melhores de toda a competição,
afinal a briga é pelo título de campeão
2013. O jogo começa às 10h30.
Mais cedo, às 8h45, Pressão VIP e Os
Coroas entram em campo pela definição
do terceiro colocado. Todos os jogos prometem a mesma emoção que tomou conta
do campeonato neste ano. Em 15 rodadas
foram realizados 30 jogos. O número de
gols surpreende, 149 no total, o que mostra o grande nível da competição.
Cartões amarelos foram 104 e vermelhos, 10. Agora, o momento é de escolher
o time, vestir a camisa e torcer.
Premiação Após os jogos acontece a en-
trega da premiação e a escolha da seleção
da competição, com o melhor técnico, artilheiro, atleta mais disciplinado e revelação e
goleiro menos vazado. Vale a pena conferir.
João Ubaldo
DESTEMIDO Importado de São Paulo
pelo prefeito ACM Neto (DEM) e acusado
de integrar o comando da máfia dos fiscais,
o secretário da Fazenda de Salvador, Mauro Ricardo Costa, é, sem dúvida alguma,
o que se pode chamar de cara-de-pau. Ele
disse não temer, nem um pouco, a reação da
população por causa do aumento de, no mínimo, 35% sobre o IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano). Muita arrogância.
DESCONFIANÇA O controverso secretário da Fazenda de Salvador, Mauro Ricardo,
não poderia recorrer a argumento pior para
justificar o escorchante aumento no IPTU.
Disse que a população não vai reagir à elevação, porque o dinheiro arrecadado “será
revertido em mais serviços públicos de qualidade”. Obviamente, a sociedade desconfia
totalmente da declaração. E não tinha como
confiar, depois das tenebrosas gestões dos
ex-prefeitos Fernando José, Lídice da Mata,
Antônio Imbassahy e João Henrique.
COMPRADO Depoimento à imprensa do
advogado Daniel Keller, que representa a
família dos irmãos Emanuel e Emanuele,
mortos no dia 11 de outubro, sobre o laudo
produzido por Ricardo Molina, o qual inocenta a médica Kátia Vargas, acusada de
duplo assassinato triplamente qualificado:
“A defesa comprou um laudo e pagou. Molina fez exatamente como a defesa pediu”.
HISTÓRIA Muito mais do que uma sim-
Goleiro do Ressaca faz importante defesa no jogo que classificou o time para a final
Réveillon na AABB com muita animação
Depois de um ano de muitas lutas e
conquistas, o Réveillon é o momento de
recarregar as energias para o ano que
inicia. Os bancários, especialmente, merecem brindar esse momento em grande
estilo e com muita animação.
Para isso, a AABB oferece uma programação especial com a tradicional queima
de fogos. A festa terá início às 22h do dia 31,
no salão de festa do clube. A animação fica
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O Bancário
por conta da banda Neutro Leve, destaque
da nova geração de bandas de baile, e DJ.
Os participantes contam com muito
conforto, como estacionamento privado,
segurança e, neste ano, uma extensa área
verde. As mesas com quatro lugares custam apenas R$ 300,00. Reservas e informações podem ser feitas pelos telefones
(71) 2106-8250 / 21068274 ou pelo e-mail
[email protected].
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ples troca de nome, a renomeação do Colégio Estadual Emílio Garrastazu Médici, no
Stiep, em Salvador, para Colégio Estadual
Carlos Marighella, corrige uma aberração
histórica. Médici, general do Exército, foi,
dos presidentes biônicos da ditadura civil-militar (1964-1985), o que mais estimulou
a tortura e outras violações aos direitos humanos. Marighella, um homem de mente
brilhante, foi assassinado justamente no
governo Médici, pelo simples fato de lutar
por liberdade e justiça.
RACISMO Sob o argumento de estar
preocupado com possível transmissão da
AIDS, o governo israelense recusou sangue doado pela parlamentar africana Pnina Tamano-Shata, da Etiopia. O porta-voz
do Parlamento de Israel, Yuli Edelstein,
afirmou à imprensa estar chocado com o
fato. "Achei que incidentes desse tipo fossem uma coisa do nosso passado, mas me
parece que eu estava errado. Esse fenômeno é inaceitável e não pode ocorrer."
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