Abre a Boca, Calabar
Valdeck Almeida de Jesus
(Organizador)
Abre a Boca, Calabar
2012
2ª Edição
Salvador - BA
1
Abre a boca, Calabar.indd 1
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
2
Abre a boca, Calabar.indd 2
20/11/2012 00:47:40
Editora
Miriam de Sales
Abre a Boca, Calabar
Revisão
Alex Bruno Rodrigues de Jesus
Ilustração da Capa
Carlos Conrado
Arte da Capa
Ygor Moretti Fiorante e Isadora Sabar
Diagramação
Mariana de Paula
©2012 - Valdeck Almeida de Jesus
Direitos mundiais reservados, em língua portuguesa, por
Valdeck Almeida de Jesus. Nenhuma parte desta obra pode ser
reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer
meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e
gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de
dados sem permissão impressa do escritor.
Este livro foi publicado conforme o Novo Acordo Ortográfico, instituído pelo Decreto
6.583/2008
Este projeto é apoiado através da 2ª Chamada do edital Calendário das Artes 2012, da
Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de
Cultura do Estado (SecultBA).
Pimenta Malagueta Editora
Rua Polydoro Birrencourt, nº31
Bairro Bonfim
Salvador - Bahia
Cep: 40414-340
3
Abre a boca, Calabar.indd 3
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
O
“I Concurso de poesia Abre a Boca Calabar” foi
uma iniciativa do poeta baiano Valdeck Almeida de
Jesus em parceria com a Biblioteca Comunitária
do Calabar. A inscrição desta primeira edição teve
início no mês de outubro de 2009 e encerrou no final de
novembro do mesmo ano. A seleção das poesias foi feita
pelos educadores da Biblioteca Comunitária do Calabar.
Para participar desta primeira edição, os poetas deveriam
obedecer aos seguintes critérios: serem menores de 18
anos e inscrever um poema com o máximo de 25 versos.
Outras edições aconteceram, e a presente obra é uma
compilação de todos os poemas publicados, incluindo-se
aí alguns participantes maiores de 18 anos - todos ligados,
de alguma forma, à comunidade do Calabar. A exemplo das
edições anteriores, os poemas encontram-se na ordem em
que foram inscritos, não tendo sido estabelecida qualquer
distinção ou processos classificatórios, de forma a manter
o grupo unido, sem competição interna.
O objetivo do concurso é incentivar a escrita e possibilitar
aos moradores da comunidade, principalmente crianças
e adolescentes, a oportunidade de terem seus textos
publicados em um livro. É uma forma de fomentar a cultura
e a valorização do bairro, retratadas sob o olhar poético de
meninos e meninas que participaram da seleção.
Este é um trabalho que consideramos de extrema
importância para a conquista de novos leitores, bem como
para a valorização dos que estão iniciando ou daqueles que
já escreviam, mas nunca tiveram a chance de ver seus
4
Abre a boca, Calabar.indd 4
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
textos publicados. Enfim, um importantíssimo passo para
multiplicar cada vez mais o número de jovens escritores do
Calabar e adjacências, que são beneficiados por iniciativas
desta natureza.
O “I Concurso de Poesia Abre a Boca Calabar” foi apenas a
primeira de muitas edições de um evento que pretendemos
realizar regularmente, ao longo do nosso percurso de
conquistar novos leitores.
Não poderíamos deixar de mencionar aqui a preciosa ajuda
do poeta Marcos Peralta na seleção dos escritores e no
incentivo à leitura.
Por fim, agradecemos muitíssimo ao poeta Valdeck Almeida
de Jesus pela contribuição que sempre deu à Biblioteca
Comunitária do Calabar, desde o primeiro contato, e agora
nos brinda com mais esta parceria maravilhosa para a
realização dos Concursos.
Rodrigo Rocha Pita
Coordenador da Biblioteca Comunitária do Calabar
www.rodrigocalabar.blogspot.com
www.bibliotecadocalabar.blogspot.com
(71) 8723-8665
5
Abre a boca, Calabar.indd 5
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
Escritores mirins e outros nem tanto...
O
livro “Abre a Boca Calabar – Ano 2” é o resultado de
um concurso realizado em 2010 com crianças, jovens
e adultos do bairro Calabar e outras comunidades de
Salvador.
A Proposta foi feita por Valdeck Almeida de Jesus e
apoiada por Rodrigo Rocha Pita, coordenador da Biblioteca
Comunitária do Calabar e presidente da ONG Ideologia
Calabar. Este trabalho é um incentivo à leitura e à escrita,
como forma de promoção social dos participantes, inclusão
literária e registro dos sonhos e ideais de uma parte da
população que nem sempre encontra canais para fazer
escoar seus sentimentos, expressar suas vozes.
Esta edição traz poemas dos escritores: Amanda Beirão,
Ariana Santos Veloso de Jesus, Bruna Santos de Jesus,
Caique Neri Brito, Caissa Pita Vasconcelos, Cauan Roque
Almeida dos Santos, Crislanda Neves, Eberton de Jesus,
Ester da Silva Moraes, Fabio Neves Conceição, Felipe Silva
Beirão, Gilson Assis, Iradir Pereira da Silva, Isla Gabriele
Santos de Oliveira, Janaina Bonfim dos Santos, Joyce
Regia Dias da Silva, Julia Reis Bispo dos Santos, Jussara
dos Santos, Kevin Carvalho dos Santos, Keyla Trigueiros
Rodrigues dos Santos, Leonardo Conceição, Lucas Santos
da Silva, Lucilene Lima Pires, Luís Henrique Beirão Santos,
Luís Maurício dos Reis Soledade, Marcos Peralta, Joara
Ledoux, Marcos Vinicius, Maria do Carmo Abade Bento,
Maria Luiza Lacerda, Mel Oliveira, Milena Borges dos
Santos, Nadson Almeida Beirão, Nicolas Dias da Silva, Nubia
Trigueiros Rodrigues, Rafael Beirão Dantas, Rafaela Beirão
Dantas, Raiane Beirão Dantas, Rayla Bispo Nascimento,
6
Abre a boca, Calabar.indd 6
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
Rebeca Trigueiros Rodrigues dos Santos, Robespierre
Dantas, Rodrigo Rocha Pita, Samuel dos Santos Moraes,
Tacila Cerqueira, Tainá Silva, Talita Trigueiros Rodrigues
dos Santos, Tamires Araujo, Tarcisio Trigueiros Rodrigues,
Tayná Trigueiros Rodrigues e Wesley dos Santos Lopes.
Cada texto aqui selecionado passou por uma comissão
de professores, pedagogos, funcionários da Biblioteca
Comunitária do Calabar, bem como pelo crivo da ONG
Avante, que atua na comunidade. Indo mais além do senso
estético ou artístico, o critério usado foi o da vontade
dos escritores de fazerem parte de um trabalho simples,
porém recheado de carinho, amor e paixão pela poesia,
pela expressão dos sentimentos. Vale como registro,
como recorte de um tempo e lugar que fazem parte da
Bahia. Este mesmo tempo e lugar que não são divulgados
como integrantes da Terra da Felicidade, tão propalada na
publicidade oficial; que não têm voz nem vez, a não ser
quando acontece algo negativo, matéria-prima dos jornais,
rádios e TVs da cidade de Salvador. Este livro é mais que
um protesto, é uma bandeira fincada, demarcando território
geográfico, social e político, demonstrando, claramente,
que o Calabar existe e é de paz!
Valdeck Almeida de Jesus
Jornalista, escritor, poeta e ativista cultural.
www.galinhapulando.com
7
Abre a boca, Calabar.indd 7
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
Abre a Boca Calabar X Cala a Boca Calabar
D
esde que cursei Jornalismo na Faculdade Social e
Faculdade da Cidade, meu compromisso sempre foi
com o social, com a minoria. Na faculdade, aprendi
que minoria não significa menor número de pessoas,
mas pessoas sem voz, sem oportunidade, esquecidas.
O jornalismo baiano é feito pela classe média e para a
classe média. “Tiroteio no Calabar assusta Jardim Apipema”
– manchetes como esta se traduzem quase sempre na
mesma leitura.
A imagem do bairro é construída todos os dias com
reportagens que só mostram o lado negativo do lugar.
A Pituba é o bairro mais violento de Salvador, segundo
estatísticas da Polícia Militar. Mas os bairros populares é
que aparecem como foco de bandidagem, de tráfico de
drogas, de assassinatos, de desrespeito às leis.
AÇÃO EXTERNA
Para quebrar este paradigma, para desconstruir esta
visão estereotipada, mostrar o outro lado, divulgar a luta
diária dos moradores por cidadania, o jornalista tem que
conhecer, visitar, conviver no ambiente, para então tirar
suas conclusões e não ser injusto. Afinal, o papel social do
jornalista é intrínseco à profissão, cuja formação recebe
primariamente o nome de Comunicação Social.
AÇÃO INTERNA
Apoio a ONGs ou pessoas que incentivem a politização dos
moradores, promoção da cultura, cidadania, educação,
reflexão e visão crítica, com vistas à melhoria da autoestima
8
Abre a boca, Calabar.indd 8
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
e à autonomia.
“Cala a Boca Calabar”, livro de Fernando Conceição, nascido
e criado no Calabar, fala sobre a luta política dos menos
favorecidos. A obra serviu de inspiração para o lançamento
do livro “Abre a Boca, Calabar”, com poesias das crianças
do bairro. Esta publicação fala de alegria, de esperança,
de valorização da comunidade e do orgulho de pertencer a
este lugar.
Trata-se de uma pequena contribuição que foi abraçada
pela Biblioteca Comunitária.
9
Abre a boca, Calabar.indd 9
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
10
Abre a boca, Calabar.indd 10
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
11
Abre a boca, Calabar.indd 11
20/11/2012 00:47:40
Abre a Boca, Calabar
Ser negro
(Amanda Beirão)
Ser negro! Não é escravidão
Ser negro! Não é separação
Quilombo?! Se esconder?!
Ser negro é ser Zumbi dos Palmares
Lutar pela sua dignidade
Pela liberdade
Pela igualdade
Zumbi dos Palmar
12
Abre a boca, Calabar.indd 12
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Onde eu moro, Calabar se chama
(Amanda Beirão)
A comunidade em que eu moro
Se chama Calabar
Tem muitas coisas boas
Que eu quero comentar
Tem a padaria
Cujo pão é uma delícia
Tem o Provida
Que ajuda a melhorar
Não posso me esquecer
Do puro encanto
Da Biblioteca Comunitária do Calabar
Que é muito exemplar
Ajuda a ler e escrever
E também a recitar
Vivo em um mundo de fantasias
Mergulho em um livro de poesias
E não quero mais parar
Pois me acho muito alegre
E uma menina exemplar
Moro no Calabar
E não tenho vergonha de falar
Eu, joia rara
Negra linda
Do Calabar
13
Abre a boca, Calabar.indd 13
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Sonhos
(Amanda Beirão)
Quem nunca tem sonhos?
Todos têm direitos de sonhar
Eu sonho, você sonha, nós sonhamos
É um sonho inacreditável
De esperança e fulgor
É um sonho que nos faz viver
É amor
É um sonho que nos alerta
Um sonho que nos desperta
Um sonho que nos faz sonhar
Mais e mais...
14
Abre a boca, Calabar.indd 14
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Alguém
(Amanda Beirão)
Esperança de ser alguém?
Como?
Eu sou um sonho
Uma vida, uma esperança
Um alguém lutando por sua dignidade
Direitos humanos e respeito
Sim!
Um alguém sonhando em chegar ao topo
E dizer: Eu sou eu!
Um alguém cheio de esperança
Sonhos no coração
E tendo a certeza de ser feliz.
15
Abre a boca, Calabar.indd 15
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Pássaros
Pássaros que voam
Destemidos pelo ar
Cantam livremente
Assobiando sem parar
Pássaros que voam
Pelo imenso e livre céu
Flutuam sobre a brisa
E beijam a lua de mel
Pássaros que voam
Voam, voam, sem cansar
Como é linda esta liberdade
Pássaros felizes pelo ar
Amanda Beirão é estudante do ensino médio, tem 17
anos e mora no Calabar.
16
Abre a boca, Calabar.indd 16
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Negro ou negra
Negro ou negra, eis a questão
Palavra sem rima
Frases sem vida
Pra outros são
Pra mim... Não!
Palavras engraçadas
Bem carismáticas
De muita valorização
Negro ou negra, eis a questão
Tenho muito orgulho da minha cor
Pois sou negra com amor
Amo minha cor
Negra linda com fervor
Ariana Santos Veloso de Jesus tem 14 anos, mora no
Calabar e é estudante do ensino fundamental: 8ª série.
17
Abre a boca, Calabar.indd 17
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Calabar é minha vida
(Bruna Santos de Jesus)
Calabar, Calabar, Calabar, Calabar
Calabar tem capoeira
Calabar tem Biblioteca
Nós temos que preservar o Calabar
Não jogue lixo no chão
Na Biblioteca tem livros de montão
Para todos lerem
Sem qualquer preocupação
Tem gente e gente
Que entra na Biblioteca
E lê e lê
E todo dia volta
E relê e relê
Calabar, Calabar
É vida de todos nós!
18
Abre a boca, Calabar.indd 18
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
A janela
A minha avó olhou na janela
Viu uma panela na cabeça do meu avô
E disse: - Esse é o meu amor!
Sua netinha em outra janela
Chorando pra se acabar
Gritou: - Socorro, meu avô!
- Meu avô vem me buscar!
Bruna Santos de Jesus tem 13 anos, mora no Calabar
e é estudante do ensino fundamental.
19
Abre a boca, Calabar.indd 19
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Dança
A dança me encanta
Eu não me canso
Ninguém se cansa
Dançar é uma maravilha
É uma das melhores coisas da vida
Caique Neri Brito tem 22 anos, concluiu o Ensino Médio.
20
Abre a boca, Calabar.indd 20
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Normal
Passar mal por cólica
Não conhecer a igreja católica
Me aborrecer por paixão
E desprezar a razão
Caissa Pita Vasconcelos tem 26 anos, é estudante e
mora no Calabar.
21
Abre a boca, Calabar.indd 21
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
O livro
O livro!
O livro é bonito!
E ensina as pessoas a ler!
Cauan Roque Almeida dos Santos tem 11 anos, é
estudante do ensino fundamental e mora no Calabar.
22
Abre a boca, Calabar.indd 22
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Amigos
Amigo é tesouro
Ouro puro e valioso
Amigo é amor
Joia rara de valor
Amigo é paixão
Está dentro do coração
Crislanda Neves tem 15 anos, estudante do ensino
fundamental e mora no Calabar.
23
Abre a boca, Calabar.indd 23
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Da janela da minha casa
Passa um casal feliz
Passa um casal brigado
Passa um bebum
Passa um finado
Passa um crente
E um desesperado
Daqui eu vejo muita coisa
Lá vai o maluco figurão
Várias latinhas na mão
Atrás dele um monte de cães
Cachorros vadios que nem o dono
Sorri o nobre vagabundo
Espanta-me esse sorriso
É de dar inveja o figurão
Minha janela é uma aventura
Daqui não saio não
Quem sabe não escrevo uma história bela
Daqui da minha janela
Eberton de Jesus tem 25 anos, é estudante do ensino
superior e mora no Calabar.
24
Abre a boca, Calabar.indd 24
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Bailarina
(Ester da Silva Moraes)
Me dá sua fantasia
Chega logo, depressa
Pra me dar sua fantasia
Sua fantasia amarela
Azul e branca
Eu quero a rosa
E a minha vida toda colorida.
25
Abre a boca, Calabar.indd 25
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
O mar e a praia
O mar é o amor
O carinho é a praia
Quando a gente entra neles
É a paixão, é o amor carinhoso!
Ester da Silva Moraes tem 11 anos, estudante do
ensino médio.
26
Abre a boca, Calabar.indd 26
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Tempestade sedutora
Caminha com seus traços sombrios
Arrepia-me a alma
Destrava-me meus instintos
Emociona o meu olhar
Dentes reluzentes
Boca atraente
Polui a minha mente
Com esse jeito de andar
Musa sedutora
Tempestade avassaladora
Passa na minha frente
Devasta o meu pensar
Nossa Senhora
Firma com toda força
Os pilares dessa terra
Quando o nosso desejo se cruzar
Fabio Neves Conceição tem 23 anos, concluiu o
Ensino Médio e é morador do Calabar.
27
Abre a boca, Calabar.indd 27
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
O ratinho
Era uma vez um ratinho
Que gostava de comer pão bem quentinho
E não gostavam de gatinhos
Que faziam miauzinhos.
Felipe Silva Beirão tem 12 anos, é estudante do ensino
fundamental e morador do Calabar.
28
Abre a boca, Calabar.indd 28
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
No enrolar/ desenrolar da história/ nasce/
um corpo todo formado/ de barro molhado. Um corpo/ que não tem mão/ pé e nem coração. Mas ele anda/ voa e até tem emoção. Num inusitado movimento/ uma ideia passa/ e o corpo que/ era de barro molhado/ dá vida a uma/ carroça/ ‘retada’ a andar/ levando um casal de fósforos a namorar. De repente uma voz: filhos, o lanche está pronto! Os meninos entram/ lavam as mãos/
lancham e voltam a brincar.
Gilson Assis tem curso superior de Pedagogia e mora
no Calabar.
29
Abre a boca, Calabar.indd 29
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Revelação
A poesia não pode formar doutor
Mas ameniza a dor, de toda essa gente
Não dá luxo, nem conforto
Mas pode expressar no rosto
Muita satisfação
A poesia não pune ladrão
Apenas explica sua condição
A poesia não mata fome
Mas dá ao homem
Um pouco do que faltou
Poesia não dá dinheiro
Porém, mostra o lado rico da vida
Poesia revela da forma mais bela
Toda miséria existente
Busca sobreviventes
Numa sociedade de emergentes
Poesia não muda o mundo
Mas pode tocar o fundo
Da humanidade que tem sensibilidade
Poesia não paga o pão
Mas dá a sensação
De profunda paz no coração.
Iradir Pereira da Silva tem 45 anos, estuda Ciências
Sociais na Universidade Federal da Bahia.
30
Abre a boca, Calabar.indd 30
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Medo
Tenho
Tenho
Tenho
Tenho
medo
medo
medo
medo
de
do
da
da
tudo
mundo
régua
passarela
Tenho medo de uma menina
Chamada Gabriela
Ela não tem medo de nada
Mas eu tenho medo dela
O medo é uma fantasia
Que bate em todos nós
Se não existisse medo
Feliz seríamos todos nós.
Isla Gabriele Santos de Oliveira tem 15 anos, mora
no Calabar e é estudante do ensino médio.
31
Abre a boca, Calabar.indd 31
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Quem sou eu?
(Janaina Bonfim dos Santos)
Da luta nasce a vitória
Da resistência nasce o morar
De um lugar que tem raízes na história
Que é uma comunidade antes de ser Calabar
Eu sou mais do que falam
Sou além do que pensam
Sou mais eu
Sou mais quilombo
Sou luta, sou coragem, sou dignidade.
Meu povo é porreta
É povo afro e brasileiro
Sou Calabar
Sou guerreira!
32
Abre a boca, Calabar.indd 32
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Chega
Cada vez que penso no que fez
Meu coração encolhe
Fica assim pequenininho
Quase some
Tudo me faz lembrar você
Tudo me diz que preciso te esquecer
Mas tudo que sei é te querer
Tudo que te peço é
Vai embora de uma vez
Só assim desisto dessa barca furada
Só assim eu entendo que acabou
Chega de me iludir por nada
Cansei de acreditar no amor
Janaina Bonfim tem 20 anos, concluiu o Ensino Médio,
é Agente Social da Coelba e mora no Calabar.
33
Abre a boca, Calabar.indd 33
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Poesia
Atenção! Atenção!
Calabateca, escute o que vou lhe dizer
Use o nosso Calabar
Que é melhor para você
Ande por onde você quiser
Não tenha medo não
O Calabar tem lugares de montão
Tem a cooperativa
Onde você pode costurar
Tem a Creche do Calabar
Onde você pode estudar
Tem também a Biblioteca
Que tem livro de montão
Fadas, bichos, crianças
Muitas coisas, meu irmão!
O Calabar tem seus defeitos
Que prefiro não comentar
Mas também tem lugares perfeitos
Onde muita gente quer morar
Agora atenção no que eu vou dizer
O Calabar tem muita criança feliz
Que sonha com um mundo melhor
Vamos construir esse sonho
Vamos fazer um mundo melhor
Calabar, eu te amo!
Joyce Regia Dias da Silva tem 13 anos e é estudante do
ensino fundamental.
34
Abre a boca, Calabar.indd 34
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
A flor Lorena
Minha flor é bonita e brilha muito
Ela é amarela
E o nome dela é Lorena
Minha flor não tem espinhos
E o nome dela é Lorena
É cheirosa e feliz!
Julia Reis Bispo dos Santos tem 10 anos, está na 5ª
série do ensino fundamental e mora no Calabar.
35
Abre a boca, Calabar.indd 35
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Gente do Calabar
(Jussara dos Santos)
Olha aí, minha gente
Como o Calabar está
Mudando muitas coisas
Pra você gostar
Tem tanta coisa boa
Aqui no Calabar
Aproveite bastante
Pra isso nunca mudar
Tudo o que você pensa
Só pode ser coisa boa
Porque aqui no Calabar
Nada é à toa
Acho que já entendeu
O que eu quis dizer
Pois tudo que existe aqui
Foi feito para você
36
Abre a boca, Calabar.indd 36
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Palavras-chave
Neste mundo tem uma palavra
Que se chama educação
Nela existe alegria
Amor e união
A união é o começo
Para uma amizade
É nela que se encontra
A palavra felicidade
Respeito
É a palavra-chave
Que todos nós devemos ter
Porque sem o respeito
Nada pode acontecer
Amor é um sentimento
Que todos nós sentimos
Vem na inspiração
E bate fundo no Coração
Jussara dos Santos tem 16 anos, é estudante do ensino
médio e mora no Calabar.
37
Abre a boca, Calabar.indd 37
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
O sapato do sapo
(Kevin Carvalho dos Santos)
O sapo encontrou um sapato
O sapato é a casa dele
O sapo não deixa
Ninguém tocar na casa dele
A espécie do sapo é sapo-boi.
38
Abre a boca, Calabar.indd 38
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Uma só mãe
(Kevin Carvalho dos Santos)
Ela cuida do seu filho
Que está doente de caxumba
Que é transmitida pelo cachorro
O cachorro é rottweiler
O menino teve cura
Mas a mãe dele morreu
39
Abre a boca, Calabar.indd 39
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Oh! Leão!
(Kevin Carvalho dos Santos)
O leão é o rei da selva
Ele pediu a leoa em casamento
Eles tiveram uma filha
E um filho
O filho era doente mental
Ele conseguiu se recuperar
Mas morreu assim mesmo
40
Abre a boca, Calabar.indd 40
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Amor e paixão
O amor é tão lindo que parece um trovão
Trovão, trovão.
Quando vem rápido é a paixão
Que fura o meu coração!
Kevin Carvalho dos Santos tem 8 anos, mora no
Calabar e é estudante do ensino fundamental.
41
Abre a boca, Calabar.indd 41
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
A vida
A vida
Coisa gostosa de viver
Tem vezes que faz a gente sofrer
Mas o que seria da vida sem sentimentos
Tristes e alegres?
Viver a vida não é apenas sonhar
Mas, sim, cada sonho realizar
Vida é coisa sem explicação
Mas sei que está dentro do meu coração!
Keyla Trigueiros Rodrigues dos Santos tem 16 anos
e é estudante do ensino médio.
42
Abre a boca, Calabar.indd 42
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
Minha viola
Minha viola querida
Meu dom, minha vida
Toca, toca sem parar
E acompanha a voz a cantar
Viola instrumento gostoso
Que dá o ritmo para o povo
Viola que transforma a canção
Que agita a multidão
Minha viola querida
Um bem na minha vida
Deslizo o meu dedo sem parar
E a canção não vai continuar
Viola querida
O amor da minha vida
Leonardo Conceição tem 20 anos, concluiu o Ensino
Médio e mora no Calabar.
43
Abre a boca, Calabar.indd 43
20/11/2012 00:47:41
Abre a Boca, Calabar
O passarinho bonito
O passarinho é bonito
Ele é amarelo
Ele gosta de ficar solto
O homem soltou o passarinho da gaiola
Porque o passarinho
Não pode ficar preso
Ele pode morrer!
O passarinho tem que ficar solto
Na árvore e com outros pássaros
Voando, voando
Até na beira do mar.
Lucas Santos da Silva mora no Calabar, tem 9 anos, mora
no Calabar e é estudante do ensino fundamental.
44
Abre a boca, Calabar.indd 44
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Amor que dói
Sentimento arrasador
Preenche vazio
Aquece o frio
Mas causa dor
Detentor do meu coração
Despreza minha razão
Faz suar frio
Minhas mãos
Me lança ao fundo da solidão
De onde vem a sua força, amor?
Eu preciso do teu calor
Mas de ti colho mais espinhos
Do que cheiro de flor
Amor que dói
Constrói e destrói
Destrói mais que constrói
Mas sem ti não sem viver.
Lucilene Lima Pires tem 28 anos, concluiu o Ensino Médio,
trabalha como Caixa de loja e mora no Alto das Pombas.
45
Abre a boca, Calabar.indd 45
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Troca de presentes
O meu aniversário
É no mesmo dia do da minha avó
Só que na confusão
Houve troca de presentes
Eu ganhei uma dentadura
E minha avó
Um carro e um xodó.
Luís Henrique Beirão Santos tem 13 anos, mora no
Calabar, faz parte do Grupo de Poesia Calabar Força
Total e é estudante do ensino médio.
46
Abre a boca, Calabar.indd 46
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Vagalumes
A noite está estrelada
As estrelas estão brilhando
No céu tem uma linda lua
Durante a noite
Os vagalumes acendem as luzes piscando
Eu gosto de vagalumes
Quando eles caem no chão
E quando as lâmpadas se quebram
Vão nas casas das pessoas
E colocam outras no lugar.
Luís Maurício dos Reis Soledade tem 9 anos e é estudante
do ensino fundamental.
47
Abre a boca, Calabar.indd 47
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Conversa com a Biblioteca Comunitária do
Calabar a partir da prosa poética do menino
Samuel
A inspiração é:
“A praça é linda como uma porta
e os olhos das pessoas são dos livros”
A resposta-respiração é:
- Através da porta, você encontra o mundo. E os livros
que você olha são folhas para todo fruto.
Marcos Peralta e Joara Ledoux são poetas e ativistas
culturais que sempre estão presentes nos movimentos e
encontros no Calabar. Fazem parte do coletivo Poesia Além
das Sete Praças.
48
Abre a boca, Calabar.indd 48
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Calabar
Ah! Que saudades, Calabar!
Fico tão emocionado
Só de te recordar
Não calaria jamais
Falaria até o sol raiar
Foi muito marcante
Foi porco te torturar
Mas disso
Não quero mais lembrar
Terra de gente bacana
Lugar de gente importante
Foi palco de muitas
E muitas lutas
E trabalho de gente valente
Desde os meus ascendentes
Sua cultura gerou sementes
Em um cantinho do Brasil
O mundo inteiro ouviu falar
Nasci, cresci neste lugar
Aprendi muitas coisas boas
E muitas vou guardar
Eta! Calabar!
A sua fama de bravuras
Ainda vai dar o que falar
O meu obrigado aqui eu deixo
Para um grande cortejar.
Marcos Vinicius mora no Calabar.
49
Abre a boca, Calabar.indd 49
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
O Calabar
O Calabar é um lugar muito colorido
Todo mundo brinca nele
Todos andam sorrindo
O Calabar é um bairro
Lindo de se morar
Todo mundo mora nele
E não mora em outro lugar
O Calabar é um bairro
Que fica em Salvador
Todo mundo mora nele
Mas não o tratam com amor.
Maria do Carmo Abade Bento tem 17 anos, mora no
Calabar e fez parte do Grupo de Poesia 100% Calabar,
estudante do ensino médio.
50
Abre a boca, Calabar.indd 50
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Anjo
(Maria Luiza Lacerda)
Anjo não tem racismo
Anjo não tem racismo
Falar de negro ou branco
Anjo não tem racismo
Falar de ser branquinho
Amarelo
Preto
Ou qualquer cor
Porque anjo é de Deus
Seja um anjo também.
51
Abre a boca, Calabar.indd 51
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Gosto dos animais
Eu gosto dos animais
Porque eles são companheiros
São arteiros!
Dão muita força pra gente!
Tem vezes que eles são traquinos
Tem vezes que eles gostam de brincar
E também adoram pular
Eu gosto muito dos cachorros
Porque são brincalhões e inteligentes!
Maria Luiza Lacerda tem 10 anos e é estudante do
ensino fundamental.
52
Abre a boca, Calabar.indd 52
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Reflexão para a vida
Sempre foi nos ensinado a Felicidade buscar
Mas esqueceram de falar
Que dentro de nós ela já está.
Sentimentos se misturam
Emoções são afloradas
Porém o que o ser humano quer
É amar e ser amado.
Compreensão é necessário
Para a vida caminhar
Vamos juntos meus amigos
O tempo não pode esperar.
Rir é o melhor remédio
Se este é a nossa cura
Para que se torturar
Ria, gargalhe e tudo, tudo passará.
Para concluir o pensamento
Solicito atenção
Quem quiser viver plenamente
Abra a mente e o coração.
Mel Oliveira é moradora do Calabar.
53
Abre a boca, Calabar.indd 53
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Calabar sou eu
Eu tenho uma coisa
Que quero te contar
Se não fosse nosso povo
Não existiria Calabar
Eu tenho um segredo
Que quero te contar
Se não fosse o Calabar
Onde eu iria morar?
Eu tenho um sorriso
Um sorriso ‘colgate’
Eu tenho o Calabar
Que mora na minha felicidade
A Biblioteca do Calabar
Tem vários livros pra gente ler
Quanto mais nós lemos
Mais iremos aprender
Eu gosto de ler
Eu gosto de aprender
Se não fosse a Biblioteca do Calabar
Onde eu iria ler?
Milena Borges dos Santos tem 16 anos, mora no Calabar
e é estudante do ensino médio.
54
Abre a boca, Calabar.indd 54
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Amor de mãe
(Nadson Almeida Beirão)
Sei que você me dá minha vida
É você que me dá amor
É você que me dá paixão
É você que me dá carinho
Que alegra meu coração
Você é a chave do meu futuro
Que me leva a ser feliz.
55
Abre a boca, Calabar.indd 55
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Amor
Amor é dado de graça
Invento as noites mais frias
Tudo que eu queria
Era incorporar o amor à poesia
Você é tão pequena
Para te encontrar no meio dessa imensidão
Tudo o que eu queria
Era falar bem alto que amo teu coração
Nadson Almeida Beirão tem 15 anos, mora no Calabar
e é estudante do ensino médio.
56
Abre a boca, Calabar.indd 56
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
O grilo
O grilo casou com a ‘grila’
Aí depois descasou
Coitado do grilo
Que se esborrachou
A ‘grila’ se arrependeu
Depois se casou de novo
Teve dois filhos
Que queriam ser poetas
Aí o pai disse ao poeta ‘poetista’:
- Você é meu irmão
Se liga, meu irmão
Você gosta de ser poeta!
Nicolas Dias da Silva tem 11 anos e é estudante do
ensino fundamental.
57
Abre a boca, Calabar.indd 57
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Menina toda especial
Era uma menina
Muito “pintona!” e dançarina
Ria muito e só falava NÃO!
Ela era muito especial
Mesmo sendo traquina
E como gosta de dizer NÃO!
- NÃO! NÃO! NÃO!
Quer conhecer esta menina?
Um dia!
Nubia Trigueiros Rodrigues tem 37 anos, tem ensino
médio completo.
58
Abre a boca, Calabar.indd 58
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Calabar pra recitar
(Rafael Beirão Dantas)
Vamos, minha gente
Se aproxime do Calabar
Porque vai ter muitas brincadeiras
Pra você brincar.
Vamos, minha gente
Se aproxime pra recitar
Porque muitas poesias
A gente vai declamar.
Vai, vai, Luciana
Vai logo recitar
Porque muitas poesias
A gente pode conquistar.
59
Abre a boca, Calabar.indd 59
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Poeta
(Rafael Beirão Dantas)
Eu sou poeta
Para ser poeta
Geralmente é preciso saber ler
E também saber escrever
Mas vou te dizer
Que é preciso saber também
Rimar poesia
Eu rimo
Mas não vou te dizer por quê
Essa poesia é para você
Me diga se você que ler.
60
Abre a boca, Calabar.indd 60
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
O menino de ouro
O menino de ouro
Está brincando com seus colegas
De repente o sol se abriu
E ele começou a virar ouro
Quando ele vira ouro
Os meninos gostam ainda mais de ficar com ele
Os meninos pensam que ele é uma barra de ouro
Quando não tem sol
Ele só fica em casa estudando
Esperando o sol aparecer
Para se transformar em ouro
Mas só que ele não sabe
Que realmente ele é um menino de ouro.
Rafael Beirão Dantas tem 15 anos, está na 8ª série e
mora no Calabar.
61
Abre a boca, Calabar.indd 61
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
O alfabeto até o “s”
Com
Com
Com
Com
(A) escrevo amor
(B) escrevo baixinho
(C) escrevo carinho
(D) escrevo dedinho
Com
Com
Com
Com
(E) escrevo esperança
(F) escrevo fofinho
(G) escrevo gatinho
(H) escrevo homenzinho
Com
Com
Com
Com
(I) escrevo igualdade
(J) escrevo juventude
(L) escrevo leitinho
(M) escrevo menininho
Com
Com
Com
Com
(N) escrevo narizinho
(O) escrevo orgulho
(P) escrevo pintinho
(Q) escrevo queijinho
Com (R) escrevo rainha
Com você não me Sinto Sozinha
Rafaela Beirão Dantas tem 13 anos, está na 7ª série
e mora no Calabar.
62
Abre a boca, Calabar.indd 62
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Calabar
(Raiane Beirão Dantas)
Calabar, Calabar
Entre nesse Calabar
Para poder entrar na poesia
Calabar tem muitas coisas
Entre na Biblioteca
E leia uma poesia
Eu vou para biblioteca
Para recitar poesia.
63
Abre a boca, Calabar.indd 63
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Bonecos e bonecas
Um dia eu vi um boneco
Encontrei na rua e peguei
Minha mãe gostou
E eu me alegrei!
Eu levei o boneco para a praia
E achei uma boneca
Minha mãe também gostou
E eu me alegrei
Levei os dois para a praia
E comecei a achar bonecos e bonecas!
Raiane Beirão Dantas tem 10 anos, está na 5ª série,
estuda na Escola Municipal Allan Kardeck.
64
Abre a boca, Calabar.indd 64
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Raí, negra do Calabar
(Rayla Bispo Nascimento)
O Calabar é feliz
E cheio de brincadeiras
O Calabar é um lugar
Cheio de crianças
Cheio de animações
Principalmente de esperança
O Calabar também tem violência
Tem mortes, tráfico e brigas
E quando acaba a sorte
Tudo acaba em morte
Conhecendo o Calabar
Não sei se ele é bravo
Mas sei que é bonito
Moro no Calabar
Sou uma linda negra do Calabar
O Calabar pode ser bravo
Mas isso não vai me intimidar
Pois nada vai me tirar do Calabar
Verde é verde
Rosa é rosa
O Calabar é a flor
Mais cheirosa
65
Abre a boca, Calabar.indd 65
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
A Gatinha Mimi
A gatinha Mimi é muito fofinha
Branquinha, gatinha e lindinha
A gatinha Mimi é muito esperta
É corajosa e também orgulhosa
A gatinha Mimi não tem experiência
Mas tem inteligência
Essa gatinha
É a mais problemática que já vi
Rayla Bispo Nascimento tem 15 anos, mora no Calabar
e é estudante do ensino fundamental.
66
Abre a boca, Calabar.indd 66
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
O gatinho
(Rebeca Trigueiros Rodrigues dos Santos)
Era um gatinho
Muito fofinho
Que tomava leite no copinho
Que gatinho guloso e preguiçoso
Quer beber mais leite
E acaba acordando de noite
67
Abre a boca, Calabar.indd 67
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Meu gatinho
Tenho um gatinho
De pelo preto e branco
De olhos azuis, bigodes
E pés bem escondidinhos
Rebeca Trigueiros Rodrigues dos Santos tem 12 anos,
mora no Calabar e é estudante do ensino fundamental.
68
Abre a boca, Calabar.indd 68
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Doce menina
Doce
Singela
Leve, suave, Cinderela
Qual a razão da existência dela
Se não o meu viver
Doce
Sutil,
Amável, carinhosa, amorosa
Qual a razão da sua existência
Se não a de deixar minha vida saborosa
Doce
Guria, menina, me incentivou
Qual a razão da sua existência
Senão a de ser o meu amor
Oxe, se não fosse você
Meu doce,
como iria viver?
Robespierre Dantas tem 25 anos, faz pós-graduação
em Análise de Sistema e é professor universitário.
69
Abre a boca, Calabar.indd 69
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Querer e não querer
(Rodrigo Rocha Pita)
Não quero mais...
A rotina fatigada
Que a mente esmaga
E amplia a solidão
Quero o tropeço do cego
A andar no mundo incerto
Destemido na imensidão
Não quero mais...
Sofrer em silêncio sozinho
Mascarar a dor que destrói
Chorar no vazio só
Quero...
Falar que estou sentindo dor
Dizer que preciso de amor
Eternizar o pôr do sol
Não quero mais...
A força ilusória que sempre me guiou
A soberba egocêntrica que disfarça a minha dor
A segurança insegura do calar
Quero...
A vida repleta de incerteza
A loucura cheia de nobreza
70
Abre a boca, Calabar.indd 70
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
A coragem incerta do falar
Quero...
Amar e dizer que amo
Poder chorar em algum ombro
Viver sem medo de errar
Não quero mais...
A hombridade que me mata
Nem a obrigatoriedade que me devasta
E a solidão que escolhi pra nada
Quero
Quero
Quero
Quero
Quero
Quero
sim o fortuito que liberta
contar com a sorte
destemer a morte
ser útil na vida incerta!
esquecer o não querer
o querer sem temer.
E quando o medo chegar
Irá se incorporar em mim
Nelson Mandela, Zumbi, Martin Luther King
E terei força para lutar
Talvez eu não seja tão forte
Mas, enfrentarei a morte
Buscarei... sim! Eu buscarei!
Um mundo melhor
E se os mesmos perseguidores
Usarem contra nós os traidores
A dura pena nos vencerá
Pois o sofrimento do nosso povo
Me motivará
71
Abre a boca, Calabar.indd 71
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
E quando o medo chegar
Irá se incorporar em mim
Nelson Mandela, Zumbi, Martin Luther King
E terei força para lutar
Não posso mais ver os traidores
Que migalham um poder ilusório
Despejar sobre nós o ódio da cúpula
Que não quer nos ceder dignidade
Não posso mais ver um cidadão de bem
72
Abre a boca, Calabar.indd 72
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Pela libertação do medo
O que fazer diante de tanta injustiça e humilhação?
Infelizmente não sou super-homem.
Sou um homem comum como todos os outros.
E o inimigo é forte e tem sede de sangue.
Não tenho peito de aço e nem arma mortal
Não fico invisível nem sou imortal...
Minha força vem do passado
Pois não tiveram medo
Nem ficaram calados
Os simples soldados que um dia acreditaram
Então, não tentem me calar
Nem me comprar
Nem me amedrontar
Não! Não! Não!
Jamais aceitarei a injustiça
Muito menos a humilhação
A morte será mais honrosa
Se esgotar a opção
Levar bofetada na cara sem ao menos se explicar
Não somos suspeitos desde que provemos o contrário
Somos vítimas por sermos estereotipados
E falarei bem alto para todos:
- “Não esqueçam do legado que deixaram nossos
antepassados!
Pois se não fossem por eles ainda estaríamos
colonizados
Acorrentados, chicoteados, calados, sujos e
73
Abre a boca, Calabar.indd 73
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
maltratados” !
- “Não esqueçam! Libertamo-nos das correntes,
Mas, ainda somos escravos do medo!”
E quando esse medo chegar
Irá se incorporar em mim
Nelson Mandela, Zumbi, Martin Luther King
E terei forças para lutar
Rodrigo Rocha Pita, graduado em Administração de
empresas, presidente da Associação Ideologia Calabar e
coordenador da Biblioteca Comunitária do Calabar.
74
Abre a boca, Calabar.indd 74
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
A praça
(Samuel dos Santos Moraes)
A praça é linda como uma porta
E os olhos das pessoas são dos livros
75
Abre a boca, Calabar.indd 75
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
O acidente
Um homem estava atravessando a rua
De repente, um ônibus grande atropelou o homem
Essa queda foi feia!
Atropelou e bateu de vez
A SAMU apareceu e levou o homem para o hospital
O coração dele bateu
Bateu, bateu, e ele viveu.
Samuel dos Santos Moraes tem 9 anos e é estudante
do ensino fundamental.
76
Abre a boca, Calabar.indd 76
20/11/2012 00:47:42
Abre a Boca, Calabar
Rap do Calabar
(Tacila Cerqueira)
O Calabar é o que é
O Calabar é o que é
Ele é um bairro muito admirável
É meio ‘pobrinho’ e também tem espinhos
O inferno é na Terra
Mas não é no Calabar
Com certeza é em outro lugar
Não se esqueça, meu irmão
O Calabar é um bairro
Fique ligado! Fique ligado!
O Calabar é um bairro engraçado
Fique Ligado! Fique ligado!
Preste atenção, não desligue a televisão
O Calabar vai passar
Muito limpinho sem lama e espinho.
Meu irmão, eu fiz essa canção
Para homenagear o bairro do Calabar
Que está dentro do meu coração
E para sempre vai estar.
Calabar! Calabar!
77
Abre a boca, Calabar.indd 77
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Brasil
(Tacila Cerqueira)
Brasil de cores
Diversos sabores
Com muitos amores
Esse é nosso Brasil
Que um dia foi explorado
Que um dia foi massacrado
Esse é o nosso Brasil
De crenças, danças
Músicas e alianças
Esse é o meu Brasil
Que um dia lutou
Que um dia batalhou
Esse é o nosso Brasil!
Um Brasil de todos
Onde todos fazem sua parte
Criando histórias
E mostrando sua arte
Esse é o nosso Brasil
De cultura, de amor e de esperança
E vem acompanhado pela dança
Pagode, axé, hip hop, reggae, samba
Vários ritmos
Situados em um só Brasil
Brasil... Um país de todos!
78
Abre a boca, Calabar.indd 78
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Negro do passado
Negro
Negro
Negro
Negro
maltratado
humilhado
desprezado
muito cansado
Nos barcos sem sinal de mediação
Eram como animais
Que só comiam ração
E a febre amarela surgia
E todos morriam
Mulheres
Mulheres
Mulheres
Mulheres
maltratadas
abusadas
como lixo
como sucata
Mas um dia vai acabar
E todos vão falar
Racismo não!
Não existe mais escravidão
Negro maltratado
Negro humilhado
Negro desprezado
Só no passado
Tacila dos Santos Cerqueira tem 16 anos, mora no
Calabar e é estudante do ensino médio.
79
Abre a boca, Calabar.indd 79
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Calabar
O Calabar é um lugar
Que merece respeito
Por toda sua gente
Não importa se é branco
Ou se é negro
Deus criou o mundo
E também o Calabar
O Calabar é abençoado
Por Cristo, Jeová.
Por isso
Eu digo a vocês
Respeitem o nosso bairro
Pois ele merece
Muito amor e cuidado
Tainá Silva é moradora no Calabar.
80
Abre a boca, Calabar.indd 80
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Sentimento
(Talita Trigueiros Rodrigues)
Quando eu falo poesia
A minha alma pula de alegria
Eu me emociono
Ao saber que estou recitando
Algo que vem de dentro
Com sentimento
Não sei como dizer
Nem como explicar
Só sei que estou aqui
Para recitar
81
Abre a boca, Calabar.indd 81
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
O Calabar
(Talita Trigueiros Rodrigues)
Em Salvador existe um bairro que se chama Calabar
Nele vive muita gente
Alegre a cantar
O Calabar é um exemplo de bairro
Mesmo tendo violência
Não veja como problema
Veja como experiência
O Calabar procura sempre ajudar
As pessoas que querem trabalhar
O Calabar pode ser ponto turístico
Onde todos possam olhar
E não somente apontar
O Calabar tem muita gente trabalhadora
Seja de qualquer religião
Seja de qualquer bandeira
82
Abre a boca, Calabar.indd 82
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Negra do Calabar
(Talita Trigueiros Rodrigues)
Negra
Negra
Negra
Negra
que
que
que
que
mora no Calabar
vive alegre a cantar
gosta de estudar
gosta de trabalhar
Se há algum problema
Essa negra vai resolver
Não se mete em confusão
Está sempre com você
Essa negra quer vencer na vida
Com amor e união
Com sinceridade e dedicação
Sou uma negra
Moradora do Calabar
E tenho orgulho da minha cor
Negra! Negra!
83
Abre a boca, Calabar.indd 83
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Espelho
Quando me olho no espelho
Vejo um rosto alegre
E às vezes triste
Às vezes chorando
Olhos castanhos
Bem escuros tenho
Boca que fala; que fala a verdade
Cabelos escuros, encaracolados
Vejo o meu nariz afinado, respirando
Profundamente o ar da natureza
Vejo minha orelha que escuta
O som do passarinho
Que canta pela manhã
Os dentes tão brancos
Que mostram um sorriso alegre
Mãos que só pegam aquilo que é bom
Pés que só andam no caminho do bem
Vejo-me assim no espelho
Talita Trigueiros Rodrigues dos Santos tem 14 anos,
mora no Calabar e é estudante do ensino fundamental.
84
Abre a boca, Calabar.indd 84
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Negra eu sou
Negra eu sou
E tenho orgulho de falar
Não importa o racismo
Que os outros vivem a alimentar
Negra eu sou
E não tenho vergonha de falar
Moro no Calabar
Que é um bairro bom de morar
Negra eu sou
E vim para falar
Que negra eu sou
E negra vou morrer
E ninguém vai tirar de mim
O orgulho de ser uma pérola negra
Muito feliz!
Tamires Araujo tem 17 anos, mora no Calabar e é
estudante do ensino médio.
85
Abre a boca, Calabar.indd 85
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Menino pequenino
(Tarcisio Trigueiros Rodrigues)
Um dia vi um menino pequenino
Jogando bola com os outros meninos
A bola era grande
E ele pequenino
Quando ele chutou a bola
Foi diminuindo, diminuindo
E ficou ainda mais pequenino
86
Abre a boca, Calabar.indd 86
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
O menino alto
Era uma vez um menino alto
Que quando corria
Sua cabeça batia nos fios de energia,
Que quando corria
Suas pernas encostavam bem na sua testa
Ele não podia pegar ônibus
Nem podia pegar táxi
Pois não cabia neles
Coitado do menino alto!
Nada cabia nele e ele não cabia em nada.
Tarcísio Trigueiros Rodrigues dos Santos tem 14 anos,
mora no Calabar e é estudante do ensino fundamental.
87
Abre a boca, Calabar.indd 87
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Essa negra
(Tayná Trigueiros Rodrigues)
Ah, essa negra que vem
Sapateando pela rua
Com tanta beleza
Ela entra no Calabar
Começa a sambar
E os negros começam a olhar
E vão batendo palmas dizendo:
Negrinha! Negrinha!
Negrinha de mega-hair
Vem cá, vem cá
Que eu quero te abraçar
Negrinha linda do Calabar.
88
Abre a boca, Calabar.indd 88
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
A parede pintada
(Tayná Trigueiros Rodrigues)
A parede pintada
Com formato de pão
A parede pintada
Com formato de pão
Com livros de leitura
E poesia
Eu viajo com a minha imaginação
A parede pintada
Com formato de pão
A parede pintada
Com formato de pão.
No pão
Eu passo manteiga
E o como com café quentinho
Oh, que delícia o pedaço de pão!
89
Abre a boca, Calabar.indd 89
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
A caneta azul
Que saudade da caneta azul
Quanto mais eu escrevia
Com aquela caneta azul
Mais tinta eu tinha
Ah! Caneta azul!
Que caneta azul!
De tanto escrever
Pensei que a tinta acabou
Não era verdade
Tinta tinha naquela caneta azul
Parecia magia
Aquela caneta azul
Tayná Trigueiros Rodrigues tem 17 anos, mora no
Calabar e é estudante do ensino médio.
90
Abre a boca, Calabar.indd 90
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
A flor
(Wesley dos Santos Lopes)
Eu sou uma florzinha
Linda como o mar
Meu coração é cheio de amor
Amor! Amor! Amor!
Amo como uma flor
O amor é muito esperto
Como o beija-flor
Eu amo tanto o beija-flor
Com muito amor!
91
Abre a boca, Calabar.indd 91
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Meu aniversário
No meu aniversário tem:
Bolo, guaraná, beijinho,
Pizza, casadinho e salgadinho.
Meu aniversário é muito bom!
Todo mundo gosta
Todo mundo se diverte!
Tem danças, brincadeiras!
Palhaços, pula-pula.
Ganho muitos presentes.
Neste ano
No dia meu aniversário
Ganhei um celular que minha mãe me deu
Eu adoooorei!
Wesley dos Santos Lopes tem 12 anos, mora no Calabar
e é estudante do ensino fundamental.
92
Abre a boca, Calabar.indd 92
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
93
Abre a boca, Calabar.indd 93
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
94
Abre a boca, Calabar.indd 94
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
CURRÍCULO DO ORGANIZADOR
VALDECK ALMEIDA DE JESUS é jornalista, escritor, poeta
e funcionário público federal. Nasceu em 15 de fevereiro de
1966, na cidade de Jequié-BA, onde viveu até os seis anos de
idade. Nessa época, foi residir na Fazenda Turmalina (região
de Itagibá-BA), onde continuou a estudar em escola pública
até os 12 anos. Aluno exemplar, retornou a Jequié-BA para se
matricular na 5ª série do primeiro grau, também em escola
pública. Ingressou nas Faculdades de Enfermagem e de Letras,
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em 1990, e na
Faculdade de Turismo, na Faculdade São Salvador, não tendo
concluído os respectivos cursos. Formou-se em Jornalismo
pela Faculdade Social da Bahia. Reside em Salvador, desde
fevereiro de 1993.
Na capital, fez cursos de Informática, Teatro, Relações
Humanas e Fotografia. Estudou, ainda, Espanhol em Madri
(Espanha), Santa Elena de Uairen (Venezuela), Puerto Iguazu
(Argentina), Ciudad del Este (Paraguay) e La Habana (Cuba),
e Inglês, em Salvador, complementado por curso intensivo em
Nova York, Estados Unidos.
Prêmios Literários:
a) 1° Lugar no concurso sobre Paralisia Infantil, promovido
pela Diretoria Regional de Saúde de Jequié-BA, em conjunto
com o programa Mendes Show Dez, da Rádio Baiana de Jequié.
Junho de 1982;
b) 2º Lugar no concurso de redação em homenagem ao
segundo aniversário do jornal Sudoeste, de Jequié-BA, em
julho de 1989;
c) menção Honrosa em 1989 no 1° Concurso Nacional de
Poesia, promovido pelo Instituto Internacional da Poesia, de
Porto Alegre-RS;
95
Abre a boca, Calabar.indd 95
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
d) menção Honrosa no Concurso Literário Oswald de Andrade,
promovido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
em 1990, na cidade de Jequié-BA;
e) classificação no concurso literário Bahia de Todas as Letras,
promovido pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),
em Ilhéus-Ba, no ano de 2007, com o conto “Eu e o Word”,
com nota 7 (sete);
f) classificação no concurso literário realizado pelo Sindicato
dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal da Bahia, com
a crônica “Alice”, no ano de 2007, em Salvador-BA;
g) destaque no XII Concurso de Poesias, Contos e Crônicas
realizado em 2007 pela ALPAS XXI, em Cruz Alta-RS com o
texto “Minha paixão por livros”;
h) Prêmio Luiz Mott de Cidadania 2008, pelo conjunto da
obra, na defesa dos direitos humanos e dos homossexuais,
em indicação feita pelo Glich – Grupo Liberdade, Igualdade e
Cidadania Homossexual, de Feira de Santana-BA;
i) medalha de agradecimento e homenagem por incentivar
a leitura. Outorgante: Biblioteca Comunitária do Calabar e
Avante – Educação e Mobilização Social. Premiação: agosto
de 2009;
j) medalha Hermano Gouveia Neto, por incentivo à leitura,
no projeto Resgatando a Seliba 2009. Outorgante: Colégio
Cecília, de Simões Filho-BA;
k) nomeado Embaixador Universal da Paz, pelo Círculo dos
Embaixadores da Paz da Suíça e França, em 20 de janeiro de
2010, em Genebra, Suíça.
l) classificado no concurso “Água – Recurso Durável”, realizado
pelo Teatro Vila Velha, com o poema “Rio das Contas”,
publicado em cartão-postal e distribuído em Salvador-BA, em
96
Abre a boca, Calabar.indd 96
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
janeiro de 2010.
m) homenageado pelo projeto Alma Brasileira, com diploma
e medalha de honra ao mérito literário, por incentivar a
literatura brasileira através de concursos, durante o Fórum
Social Mundial Temático - Bahia, na Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, em janeiro de 2010.
Participa das antologias:
“Poetas Brasileiros de Hoje –1984”, Shogun Arte, Rio de
Janeiro-RJ, 1984;
“Transcendental”, publicado em Salvador em 1996, pela
Editora Gráfica da Bahia;
“II Antologia Cultural: 500 Anos de Língua Portuguesa no
Brasil”, Clube de Letras, Barra Bonita-SP, 2005;
“Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 14º volume”,
Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro-RJ,
2005;
“Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 15º volume”,
Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro-RJ,
2005;
“Letras Libertas - Contos, Crônicas e Poesias - Vol 2”, Ilha das
Letras, Santa Catarina, 2005;
“XV Concurso Internacional Literário de Verão”, Agiraldo, São
Paulo-SP, 2005;
“Palavras que Falam”, Scortecci, São Paulo-SP, 2005;
“Todas as Formas de Amar”, Casa do Novo Autor, São PauloSP, 2005;
97
Abre a boca, Calabar.indd 97
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
“O Amor na Literatura”, São Paulo-SP, Casa do Novo Autor,
2005;
“Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea”, Câmara
Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro-RJ, 2005;
“VII Antologia Nau Literária”, Komedi, São Paulo-SP, 2005;
“Ensaios Poéticos”, Academia Virtual Brasileira de Letras,
2005;
“Poetry Vibes”, Poetry Vibes, Ohio, USA, 2005;
“Ação e Reação. Pequenos Contos”, AVBL, São Paulo-SP, 2005
(livro eletrônico);
“Ensaio Poético. Natureza. Vida”, AVBL, São Paulo-SP, 2005
(livro eletrônico);
“Meu País é Este”, AVBL, São Paulo-SP, 2005 (livro eletrônico);
“20 Anos de Poesia – Caderno 32”, Oficina, Rio de Janeiro-RJ,
2005;
“Pérgula Literária – VII”, EVSA, Rio de Janeiro-RJ, 2005;
“Sangue, Suor e Lágrimas”, Arnaldo Giraldo, São Paulo-SP,
2006;
“Palavras Libertas”, Roma, Uberlândia-MG, 2007;
“Amor, Sublime Amor”, Litteris, Rio de Janeiro-RJ, 2006;
“XI Coletânea Komedi”, Komedi, Campinas-SP, 2007;
“Letras Intimistas”, aBrace, Montevidéu (Uruguay), 2007;
“Primavera de 2006 – Inverno de 2007”, Via Litterarum e
98
Abre a boca, Calabar.indd 98
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
Editus (UESC), Itabuna-Ilhéus-BA, 2007;
“Retratos Urbanos”, Andross, São Paulo-SP, 2008.
“Poemas e Outros Encantos: nova coletânea”, Edir Barbosa
Editor, Teixeiras-MG, 2008.
“Elo de Palavras”, Scortecci, São Paulo-SP, 2008.
“Poesia do Brasil – volume 8”, Proyecto Cultural Sur – Brasil.
Grafite, Porto Alegre-RS, 2008.
“Coletânea dos 44 melhores poemas de 2008”, 2º Concurso
de poesia ABRACI. IMOS, Rio de Janeiro-RJ, 2008.
“Antologia Del Secchi – volume XVIII”. Org. Roberto de Castro
Del’Secchi. DELSECCHI Editora, Rio de Janeiro-RJ, 2008.
“Livro de Todos: o mistério do texto roubado”, coordenação
Imprensa Oficial, São Paulo-SP, 2008.
“Salvador: 460 anos de poesia”. Organizador Roberto Leal –
Omnira, Salvador-BA, 2008.
“Poetas Del Mundo em Poesias”, Volume I, Gibim, Campo
Grande-MS, 2008.
“Universo Paulistano. Contos, Crônicas e Poemas de Uma
Cidade que Nunca Dorme”, Organizadores Edson Rossato e
Carlos Francisco de Morais, Andross, São Paulo-SP, 2009.
“XIII Coletânea Komedi”. Komedi, Campinas-SP, 2009.
“Contos e Crônicas para Viagem”, Bruno Resende e Edir
Barbosa (orgs.), Viçosa, Edir Barbosa Editor, Viçosa-MG, 2009.
“O que é que a Bahia tem”, Litteris, Rio de Janeiro-RJ, 2009.
“Comendadores da Ordem do Dragão Dourado – Antologia
Poética”, Real Academia de Letras, Porto Alegre-RS, 2009.
99
Abre a boca, Calabar.indd 99
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
“Ecos Machadianos”, Bureau Gráfica e Editora, Salvador-BA,
2009.
“Latinidade poética”, All Print Editora, São Paulo-SP, 2009.
“IV Coletânea – Poesia, Crônica e Conto 2009”, Tecnicópias,
Canoas-RS, 2009.
“Vozes de Aço – IV Antologia Poética de Diversos Autores”,
Volta Redonda-RJ, PoeArt Editora, 2009.
“Antologia Alma Brasileira”, Folha da Baixada, Praia GrandeSP, 2009.
“Contos, Crônicas e Artigos”, Fundação Omnira, Salvador-BA,
2009.
“Antologia Cidade Literária”, L&A Editores, Belém-PA, 2009.
“Projeto Literário Delicata IV – Poesias, Contos, Crônicas”,
Scortecci, São Paulo-SP, 2009.
“Livre Pensar Literário – Coletânea de escritores
contemporâneos”, Edir Barbosa Editor, Viçosa-MG, 2010.
“Ecos Castroalvinos – Coletânea de Verso e Prosa”, ArtPoesia,
Salvador-BA, 2010.
Antologia “Fala Escritor em Prosa e Verso”, Virtual Books, Pará
de Minas-MG, 2010.
Antologia “Alma Brasileira – Edição Especial Dia das Mães”,
Virtual Books, Pará de Minas-MG, 2010;
“Caderno Literário Pragmatha 3 – Meio Ambiente”, Porto
Alegre: Pragmatha, 2010;
“Carta ao Presidente - o que pensa o brasileiro no século XXI”,
São Paulo: Scortecci, 2010;
100
Abre a boca, Calabar.indd 100
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
“Poesia & Conto para todos os Cantos”, Salvador: Omnira,
2010;
“IV Antologia Beco dos Poetas”, São Paulo: Grupo Editorial
Beco dos Poetas, 2010;
“Antologia Del’Secchi – Volume XX”, Rio de Janeiro: Del’Secchi,
2010;
“Aprendi com meu pai”, São Paulo: Versar, 2006/2010.
Livros publicados de forma independente:
- “Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from
the Closet”, iUniverse, New York, USA, 2004. Este livro reúne
poesias de desabafo, muitas delas dedicadas a mulheres,
quando na verdade o escritor falava de seus amores secretos,
namorados homens.
- “Feitiço Contra o Feiticeiro”, Scortecci, São Paulo-SP, 2005;
Livro de poesias.
- “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim
do Éden”, Scortecci, São Paulo-SP, 2005. A obra conta a
história da família do escritor Valdeck Almeida de Jesus, que
enfrentou a fome e a miséria por mais de vinte anos e venceu.
A renda integral obtida com a venda do livro foi doada às
Obras Sociais Irmã Dulce.
- “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim
do Éden”, Giz Editorial, São Paulo-SP, 2007. Vinte por cento da
renda obtida com a venda do livro foi doado às Obras Sociais
Irmã Dulce.
- “1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus” (editor),
Casa do Novo Autor, São Paulo-SP, 2006.
- “Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys”, Casa do Novo
Autor, São Paulo-SP, 2005.
101
Abre a boca, Calabar.indd 101
20/11/2012 00:47:43
Abre a Boca, Calabar
- “Poemas Que Falam”, Casa no Novo Autor, São Paulo-SP,
2007.
- “Valdeck é Prosa, Vanise é Poesia”, Câmara Brasileira do
Jovem Escritor, Rio de Janeiro-RJ, 2007.
- “2ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus” (editor),
Casa do Novo Autor, São Paulo-SP, 2007.
- “30 Anos de Poesia”, Câmara Brasileira do Jovem Escritor,
Rio de Janeiro-RJ, 2008.
- “3ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus” (editor),
Giz Editorial, São Paulo-SP, 2008.
- “Memories from Brazilian Hell: The Saga of Almeida Family
in the Garden of Éden”, iUniverse, Nova York (USA), 2008.
“Poemas de amor e outros temas”, Blurb, Nova York (USA),
2009.
“Poemas Di-Versos”, Corpos, Lisboa, Portugal, 2009.
“Armadilha – a verdadeira poesia brasileira”, Clube de Autores,
São Paulo-SP, 2009.
“30 Anos de Poesia”, Virtual Books, Pará de Minas-MG, 2009.
“Minha alma nua” (série Notáveis Poetas Brasileiros), Real
Academia de Letras, Porto Alegre-RS, 2009.
- “4ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus” (editor),
Giz Editorial, São Paulo-SP, 2009.
- “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesias 2009
– segunda seleção” (editor), Virtual Books, Pará de MinasMG, 2010.
102
Abre a boca, Calabar.indd 102
20/11/2012 00:47:44
Abre a Boca, Calabar
- “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Contos LGBTs”
(editor), em 2010.
- “Abre a Boca Calabar” (editor), resultado de um concurso de
poesias com crianças da comunidade Calabar, ex-quilombo,
em Salvador-BA, em janeiro de 2010.
- “Antologia do Amor” (editor), obra que reúne poetas do
Brasil, Estados Unidos e China, em janeiro de 2010.
- “Recortes de uma vida: Reflexões e pensamentos”, Clube de
Autores, São Paulo, 2010.
- “Amor e Paixão”, Coleção Scrivere, São Paulo: Madio Editorial,
2010.
- “A Kombi de prosa e poesia”, Pará de Minas-MG: Virtual
Books, 2010.
- “Yes, I am gay. So, what? – Alice in Wonderland”, New York:
iUniverse, 2010.
Trabalhos Diversos
- Expositor, como escritor independente, na Bienal do Livro da
Bahia, em 2005, 2007 e 2009.
- Expositor no III Corredor Literário da Paulista, de 09 a 14 de
outubro de 2007, em São Paulo-SP.
- Participação no V Fórum Social Mundial, em Porto AlegreRS, de 26 a 31 de janeiro de 2005; palestrante, expositor e
promotor de mesas de debate sobre literatura baiana, leitura
e mercado editorial durante o Forum Social Mundial Temático
da Bahia, de 28 a 31 de janeiro de 2010.
- Participação, como organizador da Mostra de Arte e Cultura,
no II Congresso Estadual do Sindjufe-BA, de 01 a 03.06.2007,
103
Abre a boca, Calabar.indd 103
20/11/2012 00:47:44
Abre a Boca, Calabar
no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Salvador-BA.
- Poemas publicados em jornais de grande circulação, na capital
e interior do estado da Bahia, e em Brasília-DF; colaborador,
desde 1985, do jornal A PROSA, de Brasília-DF.
- Colaborador da revista cultural Art’Poesia, de Salvador-BA,
editada por Carlos Alberto Barreto, que publica poemas de
autores do mundo inteiro.
- Palestra na ONG Vento em Popa, no bairro Jardim Gaivotas,
em São Paulo-SP, em 2007, com o tema “Motivação através
da leitura”.
- Colunista dos sites www.zonamix.com.br,
www.radarmix.
com e www.portalvilas.com.br, desde março de 2006. Nestes
e em outros sites, o escritor colabora com matérias ligadas a
cultura, literatura, arte, preconceito, discriminação e assuntos
relacionados aos LGBT’s.
- Verbete do “Dicionário de Escritores Baianos”, Secretaria de
Cultura e Turismo, Salvador, 2006.
- Membro da Federação Canadense de Poetas, desde 2004.
- Membro da Associação Artes e Letras (França). desde 2005.
- Membro da União Brasileira de Escritores – UBE, desde março
de 2006.
- Membro da Câmara Bahiana do Livro – CBaL, desde março
de 2005.
- Em 1987, participou da Diretoria Regional do Partido
Comunista do Brasil e da União da Juventude Socialista - UJS,
em Jequié-BA. Eleito o primeiro diretor de imprensa do Grêmio
Estudantil Dinaelza Coqueiro, do Instituto de Educação Régis
Pacheco, fundou o jornal Jornada Estudantil.
104
Abre a boca, Calabar.indd 104
20/11/2012 00:47:44
Abre a Boca, Calabar
- Fundador do fã-clube de Jean Wyllys (www.jeanwyllys.com).
Site profissional de Valdeck Almeida: www.galinhapulando.
com O site Galinha Pulando apoia todos os eventos e
movimentos de afirmação da cidadania, contra o racismo e,
principalmente, contra a homofobia.
- Colaborador do Café Literário de Camaçari-BA, evento
realizado pela coordenação do PROLER – vários anos.
- Participação na Feira do Livro Internacional de Paraty (FLIP),
2008.
- Lançamento de três livros na Bienal Internacional de São
Paulo, 2008.
- Verbete no “Dicionário Biobibliográfico de Escritores
Brasileiros”, Casa do Novo Autor, São Paulo-SP, 2009.
- Membro Correspondente da Academia de Letras de Jequié.
- Membro da Academia de Cultura da Bahia.
- Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo
Otoni-MG.
- Participante da Mostra Poética “Cores das Letras no Brasil”,
realizado como atividade paralela do 4° Encontro Açoriano da
Lusofonia, um dos mais expressivos eventos internacionais
de fortalecimento da língua portuguesa no mundo, promovido
pela Sociedade dos Poetas Advogados de Santa Catarina SPA-SC, de 31 de março a 4 de abril de 2009, na Biblioteca da
Escola Secundária de Lagoa, Açores, Portugal.
- Palestra e oficina de poesias na Biblioteca Comunitária do
Calabar, bairro remanescente de quilombo, em Salvador-BA.
- Cônsul Honorífico da Real Academia de Letras, Ordem da
Confraria dos Poetas.
105
Abre a boca, Calabar.indd 105
20/11/2012 00:47:44
Abre a Boca, Calabar
- Prefaciador dos livros “Eu sou todo poema”, de Leandro de
Assis; “Sonhos”, de Antonio Fagundes; “O homem que virou
cerveja”, de Silas Correa; “Diário de Rafinha: as duas faces
de um amor”, de Léo Dragone; apresentou o livro “Brincando
de poesia”, de Adalberto Caldas Marques; “Uma viagem
fascinante”, de Eulália Cristina Costa e Costa.
- Membro do projeto “Fala Escritor”, idealizado pelo poeta
Leandro de Assis, apresentado todo segundo sábado de cada
mês no espaço Castro Alves, em um shopping de Salvador.
- Participação no Fórum Social Mundial Temático – Bahia 2010,
com exposição e lançamento de livros, recitais e palestras.
- Participação no 1º Encontro de Escritores Independentes
da Bahia, promovido pela Fundação Omnira, em setembro de
2010.
- Verbete na Enciclopédia virtual da poesia lusófona
contemporânea, organizada pelo Russo, naturalizado brasileiro
Oleg Almeida (2009).
- Correspondente da revista Cotoxó, de Jequié-BA.
- Membro do movimento cultural Poetas del Mundo.
MAIS INFORMAÇÕES:
Valdeck Almeida de Jesus
(71) 9345-5255
E-mail: [email protected]
Site do organizador:
www.galinhapulando.com
106
Abre a boca, Calabar.indd 106
20/11/2012 00:47:44
Abre a Boca, Calabar
107
Abre a boca, Calabar.indd 107
20/11/2012 00:47:44
Abre a Boca, Calabar
108
Abre a boca, Calabar.indd 108
20/11/2012 00:47:44
Download

Abre a Boca, Calabar