EDU 01053 - Sociologia da Educação: Espaços Escolares A Herança Familiar Desigual Andréia, Jéssica, Mayara, Rochele, Rosinara, Sibele Bourdieu nega da forma mais radical possível, o caráter autônomo do sujeito individual. O capital cultural constitui o elemento da herança familiar que teria o maior impacto na definição do destino escolar. Compreensão das hierarquias mais ou menos sutis que distinguem as ramificações escolares. O capital econômico e o social funcionam, muitas vezes, apenas como meios auxiliares na acumulação do capital cultural. Acúmulo Histórico de experiências de êxito e de fracasso. […] os grupos sociais, com base nas experiências e nos exemplos de sucesso e fracasso no sistema escolar vividos por seus membros, formulam uma estimativa de suas chances objetivas no universo escolar e passam a adequar, inconscientemente, seus investimentos a essas chances. (NOGUEIRA, 2006, p. 393) O que está e não está ao alcance na realidade social na qual está inserido. “Causalidade do Provável” Estratégias Investimentos ligados a posição social Retorno que o certificado escolar pode proporcionar “Translação Global das Distâncias”: O crescimento das taxas de escolarização faz acirrar a concorrência entre os grupos sociais pela posse do capital escolar e cultural e por consequência, o grupo detentor de maior capital deslocam suas estratégias escolares a níveis cada vez mais altos do sistema escolar. Ex.: Cursos de Línguas, Estudos no exterior, Graduação e Pós Graduação. “Lei do Rendimento Diferencial do Diploma”: Jovens com origem social mais elevada tendem a obter um maior rendimento de seus certificados escolares. Ex.: Filhos de médicos, advogados, etc. Segundo Bourdieu a mais importante é a transmissão doméstica do capital cultural, posição que contraria a opinião dos economistas, que acreditam que o mais importante dos investimentos é aquele direto de recursos monetários na escolarização dos filhos. As classes populares e a lógica da necessidade Classe que possui posição mais dominada; Pequeno volume de patrimônio; Marcada pelas pressões materiais e urgências temporais; Escolha do necessário; Possui envolvimento moderado com os estudos; Investimento escolar tende a oferecer retorno baixo, incerto e a longo prazo; Estudar apenas o suficiente para se manter; Privilégio das carreiras escolares mais curtas que dão acesso mais rapidamente à inserção profissional; Não há cobrança intensiva em relação ao sucesso escolar por meio dos pais e a vida escolar não é acompanhada de modo muito sistemático. As classes médias e a lógica da ascensão pela ascese Para Bourdieu, as classes médias ou pequenaburguesia ocupam posição intermediária entre dois pólos, com tensão e equilíbrio instável entre os dominantes e os dominados. Divide-se em: Pequena burguesia em declínio: composta por pequenos proprietários, com característica de situação de declínio econômico e social. Pequena burguesia em execução: com empregados subalternos e, setor público e privado, com bom capital cultural. Nova pequena burguesia: profissões de apresentação e representação, com boa aparência e bom gosto (publicitários, decoradores, fotógrafos) e profissionais de ofertas de bens recém criados (terapeutas, sexólogos) com nível de instrução mais elevados. Estratégias Educativas: A classe média tende a investir pesada e sistematicamente na educação dos filhos, pelas possíveis chances de alcançar sucesso e, pela esperança de ascensão. Como componentes desse esforço Bourdieu destaca: Ascentismo: maneira de viver renunciando prazeres imediatos pensando no futuro. Com dedicação contínua e intensiva aos estudos. Malthusianismo: controle da fecundidade, para investir o máximo possível nos filhos. Boa vontade cultural: esforço e tenacidade para aquisição da cultura. As frações mais ricas em capital econômico (pequenos proprietários) investem antes em estratégias econômicas (poupança) e só depois nos estudos. As frações com capital escolar importante (pequena burguesia de execução) investe em estratégias culturais (escola). Nessa fração encontramos os “convertidos” representados pelos filhos de professores e de intelectuais (devem a escola o essencial de seu capital cultural) e os “oblatos”, que depositam na escola expectativas de ascensão social. As elites e as lógicas da distinção e do diletantismo + Capital Econômico Empresários + Capital Cultural Acadêmicos, artistas e intelectuais Distinção Base de suas condutas – conscientes ou inconscientes: cultivo em se diferenciar dos demais (vulgar) nas diversas esferas da vida social: linguagem, costumes, posturas corporais, vestuário, decoração, alimentação, consumos em geral, em que Bourdieu chama de “estilo de vida”. Separação das frações + Capital econômico (dominantes): Hedonismo “ o diploma não é tudo” Legitimação ao acesso às posições de comando já garantidas pela posso do capital econômico. + Capital cultural (dominadas): “Ascentismo aristocrático” Investimento escolar mais intenso, visando o acesso às carreiras mais longas e prestigiosas do sistema de ensino.