Uma Introdução ao Modelo Padrão das Partı́culas Elementares e seu Formalismo César P. Ferreira Fernando M. Freitas Instituto de Fı́sica ’Gleb Wataghin’ Universidade Estadual de Campinas Campinas 05 de Julho de 2011 César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 1 / 28 0. O Inı́cio de Tudo Primeira apresentação da hipótese atomista: Demócrito - 400AC. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 2 / 28 0. O Inı́cio de Tudo Primeira apresentação da hipótese atomista: Demócrito - 400AC. Einstein interpreta, em 1905, o movimento browniano de grãos de pólen como evidência para a existência de átomos César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 2 / 28 1. Pré-Modelo Padrão: Constituintes Em 1897, Thomson descobre o elétron através do uso de raios catódicos César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 3 / 28 1. Pré-Modelo Padrão: Constituintes Em 1897, Thomson descobre o elétron através do uso de raios catódicos Modelo de Rutherford indica a existência de um núcleo que contém quase toda a massa dos átomos. Rutherford dá o nome de próton ao núcleo do átomo mais leve, o Hidrogênio. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 3 / 28 1. Pré-Modelo Padrão: Constituintes Em 1897, Thomson descobre o elétron através do uso de raios catódicos Modelo de Rutherford indica a existência de um núcleo que contém quase toda a massa dos átomos. Rutherford dá o nome de próton ao núcleo do átomo mais leve, o Hidrogênio. Em 1914, Bohr propõe um modelo semi-clássico, baseando-se na existência de prótons e elétrons, que explica satisfatoriamente as raias espectrais do hidrogênio. Chadwick, em 1932, faz a descoberta do nêutron. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 3 / 28 2. Os Constituintes do Modelo Padrão: O Fóton(γ) Primeira indicação da existência do fóton ocorre com Planck, em 1900 ao quantizar a quantidade de energia que pode ser absorvida ou emitida. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 4 / 28 2. Os Constituintes do Modelo Padrão: O Fóton(γ) Primeira indicação da existência do fóton ocorre com Planck, em 1900 ao quantizar a quantidade de energia que pode ser absorvida ou emitida. Einstein propoõe em 1905 a quantização do campo eletromagnético para explicar o efeito foto-elétrico (essa idéia não vai ter grande aceitação na época). César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 4 / 28 2. Os Constituintes do Modelo Padrão: O Fóton(γ) Primeira indicação da existência do fóton ocorre com Planck, em 1900 ao quantizar a quantidade de energia que pode ser absorvida ou emitida. Einstein propoõe em 1905 a quantização do campo eletromagnético para explicar o efeito foto-elétrico (essa idéia não vai ter grande aceitação na época). Em 1923 A. H. Compton verifica a diminuição do comprimento de onda da luz espalhada por átomos(Espalhamento Compton). César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 4 / 28 2. Os Constituintes do Modelo Padrão: O Fóton(γ) Primeira indicação da existência do fóton ocorre com Planck, em 1900 ao quantizar a quantidade de energia que pode ser absorvida ou emitida. Einstein propoõe em 1905 a quantização do campo eletromagnético para explicar o efeito foto-elétrico (essa idéia não vai ter grande aceitação na época). Em 1923 A. H. Compton verifica a diminuição do comprimento de onda da luz espalhada por átomos(Espalhamento Compton). Esses experimentos e resultados clássicos já conhecidos, levaram a interpretação da luz como um misto de caracterı́sticas corpusculares e ondulatórias. Isto está em concordância com a dualidade onda-partı́cula da mecânica quântica. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 4 / 28 3.Os Constituintes do Modelo Padrão: Méson π e o Múon Em sua formulação original, as partı́culas conhecidas não podiam explicar a estabilidade nuclear, visto que os prótons que compõem núcleo deveriam repelir-se, destruindo-o. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 5 / 28 3.Os Constituintes do Modelo Padrão: Méson π e o Múon Em sua formulação original, as partı́culas conhecidas não podiam explicar a estabilidade nuclear, visto que os prótons que compõem núcleo deveriam repelir-se, destruindo-o. Para resolver este problema, Yukawa propõe em 1934 a existência de uma partı́cula intermediadora de uma força, conhecida como força forte, que manteria o núcleo coeso. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 5 / 28 3.Os Constituintes do Modelo Padrão: Méson π e o Múon Em sua formulação original, as partı́culas conhecidas não podiam explicar a estabilidade nuclear, visto que os prótons que compõem núcleo deveriam repelir-se, destruindo-o. Para resolver este problema, Yukawa propõe em 1934 a existência de uma partı́cula intermediadora de uma força, conhecida como força forte, que manteria o núcleo coeso. Como não temos indicações dessa força em nosso dia-dia, ela deve ser de curto alcance. Para isso a partı́cula de Yukawa deveria ter uma grande massa. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 5 / 28 3.Os Constituintes do Modelo Padrão: Méson π e o Múon O estudo de raios cósmicos revelou a existência de dois tipos de partı́culas: o Pı́on e o Múon César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 6 / 28 3.Os Constituintes do Modelo Padrão: Méson π e o Múon O estudo de raios cósmicos revelou a existência de dois tipos de partı́culas: o Pı́on e o Múon O Pı́on foi identificado como a partı́cula de Yukawa O Múon é uma espécie de ’primo pesado’ do elétron. Estas partı́culas foram chamadas de Mésons, pois possuem uma massa mediana (entre o elétron e o próton). César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 6 / 28 3.Os Constituintes do Modelo Padrão: Méson π e o Múon O estudo de raios cósmicos revelou a existência de dois tipos de partı́culas: o Pı́on e o Múon O Pı́on foi identificado como a partı́cula de Yukawa O Múon é uma espécie de ’primo pesado’ do elétron. Estas partı́culas foram chamadas de Mésons, pois possuem uma massa mediana (entre o elétron e o próton). Posteriormente, um ’primo’ ainda mais pesado do elétron, o tau, foi descoberto. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 6 / 28 4. Os Constituintes do Modelo Padrão: As Antipartı́culas Em 1927, Dirac dscobriu a equação que leva seu nome ao fatorizar a equação de Klein-Gordon. (i~γ µ ∂µ − mc)Ψ = 0 (1) Como suas soluções, a equação de Dirac admite uma partı́cula de energia positiva, que interpretou como o elétron, e uma solução de energia negativa, que chamamos de pósitron. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 7 / 28 4. Os Constituintes do Modelo Padrão: As Antipartı́culas Em 1927, Dirac dscobriu a equação que leva seu nome ao fatorizar a equação de Klein-Gordon. (i~γ µ ∂µ − mc)Ψ = 0 (1) Como suas soluções, a equação de Dirac admite uma partı́cula de energia positiva, que interpretou como o elétron, e uma solução de energia negativa, que chamamos de pósitron. A equação de Dirac deu a primeira indicação das antipartı́culas. No modelo padrão, para toda partı́cula existe uma antipartı́cula. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 7 / 28 5. Os Constituintes do Modelo Padrão: Os Neutrinos(ν) A idéia do neutrino surge como consequência do espectro de energia dos elétrons emitidos no decaimento Beta observado: n → p + e − César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 8 / 28 5. Os Constituintes do Modelo Padrão: Os Neutrinos(ν) A idéia do neutrino surge como consequência do espectro de energia dos elétrons emitidos no decaimento Beta observado: n → p + e − Porém, por conservação de energia e momento, o elétron deveria ter sempre uma energia fixa num decaimento em 2 corpos! Para explicar este espectro, Pauli propõe a existência de uma partı́cula neutra e muito leve chamada Neutrino. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 8 / 28 Logo o decaimento Beta tornou-se n → p + e + ν̄ César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 9 / 28 Logo o decaimento Beta tornou-se n → p + e + ν̄ O neutrino foi detectado por Cowan e Reines através do decaimento Beta inverso: ν̄ + p → n + e + Cada Neutrino possui um anti-neutrino. Devido a certas leis de conservação, descobriu-se que existem três tipos de Neutrinos, denominados νe , νµ , ντ . César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 9 / 28 Logo o decaimento Beta tornou-se n → p + e + ν̄ O neutrino foi detectado por Cowan e Reines através do decaimento Beta inverso: ν̄ + p → n + e + Cada Neutrino possui um anti-neutrino. Devido a certas leis de conservação, descobriu-se que existem três tipos de Neutrinos, denominados νe , νµ , ντ . O elétron, múon e tau, e seus respectivos neutrinos, são hoje classificados como Léptons. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 9 / 28 6. O Caminho Óctuplo Na década de 50, um número imenso de partı́culas foi descobertas por aceleradores. Porém não parecia haver nenhuma espécie de padrão entre elas. Em 1961, Murray Gell-Mann propôs um modelo teórico de agrupamento das partı́culas, a que deu o nome de ’Caminho Óctuplo’: (m) Octeto Bariônico (n) Decupleto Bariônico (o) Octeto Mesônico Figura: O caminho óctuplo para algumas partı́culas César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 10 / 28 7. O Modelo de Quarks O padrão apresentado pelas partı́culas elementares, no Caminho Óctuplo, indica a existência de alguma estrutura interior comum a estas partı́culas. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 11 / 28 7. O Modelo de Quarks O padrão apresentado pelas partı́culas elementares, no Caminho Óctuplo, indica a existência de alguma estrutura interior comum a estas partı́culas. Gell-Mann propôs que estas partı́culas eram feitas de elementos ainda menores, chamados quarks. Propôs, inicialmente, a existência de 3 tipos diferentes de Quarks. Atualmente sabemos da existência de 6 tipos. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 11 / 28 7. O Modelo de Quarks O número de quarks adicionais leva a uma extensão dos diagramas de caminho óctuplo: (a) Mésons César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) (b) Bárions Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 12 / 28 8. Os bósons intermediadores Além do eletromagnetismo, o modelo padrão descreve outras duas interações: A interação fraca e a nuclear forte. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 13 / 28 8. Os bósons intermediadores Além do eletromagnetismo, o modelo padrão descreve outras duas interações: A interação fraca e a nuclear forte. Cada uma dessas interações é transportada por uma partı́cula intermediadora. No caso do eletromagnetismo, esta partı́cula é o fóton. Para a interação fraca, os bósons W + , W − e Z 0 . Para a força forte, existem 8 tipos de Glúons. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 13 / 28 8. Os bósons intermediadores Além do eletromagnetismo, o modelo padrão descreve outras duas interações: A interação fraca e a nuclear forte. Cada uma dessas interações é transportada por uma partı́cula intermediadora. No caso do eletromagnetismo, esta partı́cula é o fóton. Para a interação fraca, os bósons W + , W − e Z 0 . Para a força forte, existem 8 tipos de Glúons. A força eletromagnética é sentida por partı́culas que tenham carga elétrica. Para sentir a força forte e emitirem/absorverem glúons, a partı́cula em questão deve ter um novo tipo de carga, denominada carga de cor. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 13 / 28 9. O Modelo Padrão das Partı́culas Elementares Figura: O Modelo Padrão das Partı́culas Elementares, sem o bóson de Higgs e antipartı́culas. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 14 / 28 O formalismo não-relativı́stico A formulação não-relativı́stica da teoria quântica baseia-se nas seguintes associações e procedimentos: Estados do sistema → vetores em um espaço de Hilbert(kets) Observáveis → Operadores Hermitianos Imposição de relações de comutação entre observáveis César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 15 / 28 O formalismo não-relativı́stico A formulação não-relativı́stica da teoria quântica baseia-se nas seguintes associações e procedimentos: Estados do sistema → vetores em um espaço de Hilbert(kets) Observáveis → Operadores Hermitianos Imposição de relações de comutação entre observáveis Utilizando as relações: ∂ E → i~ ∂t P → −i~∇ E= p2 2m + V (~r ) Obtém-se a equação de Schrödinger para o sistema de uma partı́cula não-relativı́stica: (− ~2 2 ∂Ψ(~r ) ∇ + V (~r ))Ψ(~r ) = i~ 2m ∂t César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B (2) 05/07/11 15 / 28 A necessidade de um novo formalismo A adoção do procedimento acima a um sistema quântico de uma partı́cula relativı́stica, que obedece a relação E 2 = (mc 2 )2 + (pc)2 , leva a chamada equação de Klein-Gordon: ( 1 ∂2 mc 2 ) )Ψ = 0 − ∇2 + ( 2 2 c ∂t ~ César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B (3) 05/07/11 16 / 28 A necessidade de um novo formalismo A adoção do procedimento acima a um sistema quântico de uma partı́cula relativı́stica, que obedece a relação E 2 = (mc 2 )2 + (pc)2 , leva a chamada equação de Klein-Gordon: ( 1 ∂2 mc 2 ) )Ψ = 0 − ∇2 + ( 2 2 c ∂t ~ (3) Esta equação admite a existência de estados de energia e densidades de probabilidade negativos. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 16 / 28 A necessidade de um novo formalismo A adoção do procedimento acima a um sistema quântico de uma partı́cula relativı́stica, que obedece a relação E 2 = (mc 2 )2 + (pc)2 , leva a chamada equação de Klein-Gordon: ( 1 ∂2 mc 2 ) )Ψ = 0 − ∇2 + ( 2 2 c ∂t ~ (3) Esta equação admite a existência de estados de energia e densidades de probabilidade negativos. Este é um sistema relativı́stico de apenas uma partı́cula mas, pela relatividade, o número de partı́culas pode variar(devido a relação E = mc 2 ). César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 16 / 28 A necessidade de um novo formalismo A adoção do procedimento acima a um sistema quântico de uma partı́cula relativı́stica, que obedece a relação E 2 = (mc 2 )2 + (pc)2 , leva a chamada equação de Klein-Gordon: ( 1 ∂2 mc 2 ) )Ψ = 0 − ∇2 + ( 2 2 c ∂t ~ (3) Esta equação admite a existência de estados de energia e densidades de probabilidade negativos. Este é um sistema relativı́stico de apenas uma partı́cula mas, pela relatividade, o número de partı́culas pode variar(devido a relação E = mc 2 ). Precisa-se de uma teoria de muitas partı́culas. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 16 / 28 Formalismo de Teoria Quântica de Campos Teoria Quântica de Campos(QFT) é uma teoria quântica relativı́stica. Nela, os entes fı́sicos a serem quantizados não são mais partı́culas, mas sim campos. Partı́culas são interpretadas como excitações destes campos. A dinâmica destes campos, φr , r=1,...,N, é descrita por uma densidade Lagrangiana, L(φr , ∂µ φr ). A equação de movimento de cada campo pode ser deduzida da aplicação desta densidade Lagrangiana às equações de Euler-Lagrange para campos: ∂L ∂L − ∂µ =0 (4) ∂φr ∂µ φr Caracterı́sticas fı́sicas dos campos, como Energia e Momento, saem da aplicação da lagrangeana de interesse. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 17 / 28 Formalismo de Teoria Quântica de Campos Na quantização destes campos: De L define-se um momento conjugado ao campo, πr = ∂L . ∂ φ˙r φr e seus momentos conjugados são tratados como operadores. Estabelecem-se relações de comutação entre φr e seus momentos: [φr (~x , t), πs (~x 0 , t)] = i~δrs δ(~x − ~x 0 ) (5) [φr (~x , t), φs (~x 0 , t)] = [πr (~x , t), πs (~x 0 , t)] = 0 (6) César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 18 / 28 Formalismo de Teoria Quântica de Campos Na quantização destes campos: De L define-se um momento conjugado ao campo, πr = ∂L . ∂ φ˙r φr e seus momentos conjugados são tratados como operadores. Estabelecem-se relações de comutação entre φr e seus momentos: [φr (~x , t), πs (~x 0 , t)] = i~δrs δ(~x − ~x 0 ) (5) [φr (~x , t), φs (~x 0 , t)] = [πr (~x , t), πs (~x 0 , t)] = 0 (6) Este procedimento é conhecido como Segunda Quantização. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 18 / 28 Simetrias e leis de Conservação Definição Uma transformação T sobre os campos φr (x), é dita uma Simetria do sistema se, sob esta transformação T, as equações de movimento de φr (x) são invariantes. Teorema de Noether A toda simetria contı́nua de um sistema corresponde uma corrente conservada. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 19 / 28 Simetrias e Leis de Conservação Podemos citar algumas das mais importantes relações de Simetrias/Leis de Conservação. Translação Temporal → Conservação de Energia Translação Espacial → Conservação de Momento Linear Rotação no espaço → Conservação de Momento Angular Transformação Global de Gauge sob U(1) em Campos Complexos → Conservação de Carga(elétrica, Hypercharge, etc). iq φr → φr 0 = e iθ φr + 0 = e −iθ φ+ → Q = − φ+ → φ ~ r r r Z d 3 x[πr φr − πr+ φ+ r ] (7) θ∈R César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 20 / 28 Simetrias e Leis de Conservação Podemos citar algumas das mais importantes relações de Simetrias/Leis de Conservação. Translação Temporal → Conservação de Energia Translação Espacial → Conservação de Momento Linear Rotação no espaço → Conservação de Momento Angular Transformação Global de Gauge sob U(1) em Campos Complexos → Conservação de Carga(elétrica, Hypercharge, etc). iq φr → φr 0 = e iθ φr + 0 = e −iθ φ+ → Q = − φ+ → φ ~ r r r Z d 3 x[πr φr − πr+ φ+ r ] (7) θ∈R Logo, campos reais descrevem partı́culas neutras. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 20 / 28 Campo real de Klein-Gordon, φ(x) Para se estabelecer contato com as partı́culas, expande-se φ(x) em um conjunto completo das equações de Klein-Gordon. φ(x) = φpos (x) + φneg (x) (8) Onde: φ pos X ~c 2 1/2 (x) = a(~k)e −ikx 2Vwk (9) X ~c 2 1/2 (x) = a+ (~k)e ikx 2Vwk (10) ~k φ neg ~k Os coeficientes da expansão, a(~k) e a+ (~k), são interpretados como operadores. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 21 / 28 Campo real de Klein-Gordon, φ(x) Das relações de comutação (4) e (5), é deduzido que: [a(k~1 ), a+ (k~2 )] = δk~1 k~2 (11) [a(k~1 ), a(k~2 )] = [a+ (k~1 ), a+ (k~2 )] = 0 (12) Que são justamente as relações de comutação dos operadores criação e aniquilação de um oscilador harmônico. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 22 / 28 Campo real de Klein-Gordon, φ(x) Das relações de comutação (4) e (5), é deduzido que: [a(k~1 ), a+ (k~2 )] = δk~1 k~2 (11) [a(k~1 ), a(k~2 )] = [a+ (k~1 ), a+ (k~2 )] = 0 (12) Que são justamente as relações de comutação dos operadores criação e aniquilação de um oscilador harmônico. Em particular, o operador N(~k) = a+ (~k)a(~k) possui como seus auto-valores os números de ocupação n(~k) = 0, 1, 2, ..., φ descreve bósons. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 22 / 28 Campo real de Klein-Gordon, φ(x) Das relações de comutação (4) e (5), é deduzido que: [a(k~1 ), a+ (k~2 )] = δk~1 k~2 (11) [a(k~1 ), a(k~2 )] = [a+ (k~1 ), a+ (k~2 )] = 0 (12) Que são justamente as relações de comutação dos operadores criação e aniquilação de um oscilador harmônico. Em particular, o operador N(~k) = a+ (~k)a(~k) possui como seus auto-valores os números de ocupação n(~k) = 0, 1, 2, ..., φ descreve bósons. Interpreta-se N, a(~k) e a+ (~k) como operador de número, operador aniquilação e operador criação de partı́culas com momento ~~k e energia ~wk . César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 22 / 28 Pode-se então definir o chamado Estado de Vácuo, |0i a(~k) |0i = 0, ∀~k (13) Como o estado sem nenhuma partı́cula. Estados excitados do vácuo são construı́dos a partir da aplicação do operador criação a+ (~k) ao mesmo. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 23 / 28 Pode-se então definir o chamado Estado de Vácuo, |0i a(~k) |0i = 0, ∀~k (13) Como o estado sem nenhuma partı́cula. Estados excitados do vácuo são construı́dos a partir da aplicação do operador criação a+ (~k) ao mesmo. O formalismo para o Campo complexo de Klein-Gordon é análogo. Porém: φ e φ+ são tratados como campos independentes. Expande-se φ em termos de operadores a(~k) e a+ (~k), enquanto φ+ é expandido em operadores b(~k) e b + (~k). φ cria e aniquila um tipo de partı́cula(carregadas positivamente) φ+ cria/aniquila outro tipo de partı́cula(carregada negativamente). Partı́culas atacadas por φ e φ+ são anti-partı́culas uma da outra. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 23 / 28 Campo de Dirac,Ψ(x) Procedimento análogo ao campo de Klein-Gordon complexo. Expande-se Ψ(x) em soluções de ondas planas da equação de Dirac: Ψ(x) = X mc 2 1/2 ~k,r VE~p [cr (~p )ur (~p )(~k)e −ipx/~ + dr+ (~p )νr (~p )e ipx/~ ], r = 1, 2. (14) Onde ur e νr são espinores. Há também uma expansão análoga para o campo conjugado a Ψ, Ψ̄(x) = Ψ+ γ 0 , onde γ µ são matrizes de Dirac(matrizes 4x4). O campo de Dirac descreve partı́culas fermiônicas. Porém o procedimento usado até agora, aplicando relações de comutação entre os campos, resulta em bósons(n(~k ∈ N)). Pode-se descrever férmions usando-se relações de anti-comutação entre os operadores criação/aniquilação cr+ , dr+ , cr , dr . César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 24 / 28 Para um operador satisfazendo relações de anti-comutação, obtém-se: {ar , as+ } = δrs , {ar , as } = {ar+ , as+ } = 0 (15) Obtém-se (ar )2 = (ar+ )2 = 0, e deste modo: Nr2 = ar+ ar ar+ ar = ar+ (1 − ar+ ar )ar = Nr → Nr (Nr − 1) = 0 (16) E logo Nr possui como autovalores nr = 0, 1. Ou seja, obedece ao princı́pio de exclusão de Pauli. Impostas relações de anti-comutação sobre os operadores, Ψ passa a descrever 2 tipos de férmions(partı́cula e anti-partı́cula) que podem ser criados ou aniquilados. Todos os estados possı́veis para Ψ podem ser construı́dos através de aplicação iterativa dos operadores criação c + e d + sobre o estado de vácuo. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 25 / 28 O Princı́pio de Gauge A Lagrangiana que origina a equação de Dirac, (i~γ µ ∂µ − mc)Ψ = 0, é dada por: LDirac = c Ψ̄(x) [i~γ µ ∂µ − mc] Ψ(x) = 0 (17) E é conhecida como Lagrangiana Livre de Dirac, por descrever Ψ sem interação com outros campos. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 26 / 28 O Princı́pio de Gauge A Lagrangiana que origina a equação de Dirac, (i~γ µ ∂µ − mc)Ψ = 0, é dada por: LDirac = c Ψ̄(x) [i~γ µ ∂µ − mc] Ψ(x) = 0 (17) E é conhecida como Lagrangiana Livre de Dirac, por descrever Ψ sem interação com outros campos. Esta Lagrangiana é invariante sob a transformação, Ψ → e iθ Ψ. Esta é conhecida como uma transformação global de Gauge: É global porque o parâmetro θ não depende das coordenadas do espaço-tempo. É dita uma transformação de gauge pois há uma liberdade entre se descrever o sistema fı́sico de interesse pelo campo original ou pelo campo transformado. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 26 / 28 O princı́pio de Gauge Esta invariância garante conservação da carga elétrica, e como Ψ é um campo complexo descreve partı́culas carregadas. A força de transformações do tipo, que deixam a lagrangiana invariante, se impõem quando se adota o chamado Princı́pio de Gauge: Princı́pio de Gauge Toda Lagrangiana que descreva um sistema fı́sico deve ser invariante local de Gauge. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 27 / 28 O princı́pio de Gauge Esta invariância garante conservação da carga elétrica, e como Ψ é um campo complexo descreve partı́culas carregadas. A força de transformações do tipo, que deixam a lagrangiana invariante, se impõem quando se adota o chamado Princı́pio de Gauge: Princı́pio de Gauge Toda Lagrangiana que descreva um sistema fı́sico deve ser invariante local de Gauge. A Lagrangiana de Dirac não é invariante local de gauge. Porém, pode passar a ser caso a Lagrangiana ’real’ seja dada por: L = LDirac − q Ψ̄γ µ ΨAµ , θ(x) = −qλ(x)/~c E Aµ se transforme como: Aµ (x) → Aµ (x) + ∂µ λ(x) César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 27 / 28 O princı́pio de Gauge Esta invariância garante conservação da carga elétrica, e como Ψ é um campo complexo descreve partı́culas carregadas. A força de transformações do tipo, que deixam a lagrangiana invariante, se impõem quando se adota o chamado Princı́pio de Gauge: Princı́pio de Gauge Toda Lagrangiana que descreva um sistema fı́sico deve ser invariante local de Gauge. A Lagrangiana de Dirac não é invariante local de gauge. Porém, pode passar a ser caso a Lagrangiana ’real’ seja dada por: L = LDirac − q Ψ̄γ µ ΨAµ , θ(x) = −qλ(x)/~c E Aµ se transforme como: Aµ (x) → Aµ (x) + ∂µ λ(x) A invariância sobre transformações locais de gauge impõem termos novos à Lagrangiana de campos livres, termos de interação com os chamados Campos de Gauge. César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 27 / 28 Referências Bibliográficas F. Mandl and G. Shaw, “Quantum Field Theory” Chichester, UK: Wiley(1984) 358p M. E. Peskin and D. V. Schroeder, “An Introduction To Quantum Field Theory,” Reading, USA: Addison-Wesley (1995) 842 p D. J. Griffiths, “INTRODUCTION TO ELEMENTARY PARTICLES,” NEW YORK, USA: WILEY (1987) 392p César P. Ferreira Fernando M. Freitas (IFGW) Seminário Fı́sica Nuclear - F887B 05/07/11 28 / 28