Equipamentos de Proteção
Individual
Quais as evidências para o
uso?
Maria Clara Padoveze
Escola de Enfermagem
Universidade de São Paulo
Declaração
• Sem conflite de interesse para o tema da
apresentação
• Aula baseada e adaptada a partir da
apresentação realizada por Profa. Dra. Donna
Moralejo (IFIC-2015), Memorial University School of Nursing,
Newfoundland, Canada
Plano da apresentação
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Prática Baseada em Evidência (PBE)
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
PBE para EPI: fatores de interferência
Evidências até o momento
Lacunas do conhecimento
Recomendações
PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA:
O que é necessário para aplicá-la?
O que é necessário para PBE?
• Evidência:
Forte racional teórico: cadeia de
transmissão de microrganismos
Evidência moderada que o uso
de EPI reduz a transmissão
• Guias de recomendação baseados em evidência
Precauções Padrão e Específicas
• Implementação
Fatores a serem considerados!
Precauções para situações específicas
Implementação da Evidência
cognitiva
• Saber quando e qual EPI usar
• Adotar atitude positiva em relação ao uso do
afetiva
EPI
• Habilidades para utilização adequada do EPI:
– Colocar
– Comportar-se durante o uso
– Remover
psicomotoras
• Disponibilidade e operacionalidade do EPI
logísticas
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPI):
Como são definidos?
Equipamento Proteção Individual
É utilizado para proteger os
PAS e pacientes de IRAS
• Agem como barreiras
interrompendo a cadeia de
transmissão de doenças
• Devem estar associados
com os modos conhecidos
de transmissão de doenças
• Devem possuir
características para atuar
como barreira efetiva
EPI
• O uso e remoção inadequados de EPI gera
riscos:
– Contaminação das mãos e ambientes
– Falsa sensação de segurança
11 hospitais, 6 províncias
Estudo observacional
EPI
Mitchell et al, 2013:
• Remoção correta:
– Luvas: 87%
– Avental: 82%
– Proteção ocular: 74%
– Máscara: 72%
• Sequência correta: 54%
• Higiene das mãos:
– Após retirada de luvas: 26%
– Após retirada do avental: 56%
– Após retirada da máscara: 57%
– Não realizada: 9%
PBE E EPI:
Quais são os fatores que interferem para obtenção da evidência?
Conhecimento e Atitudes
• Múltiplos estudos avaliaram o conhecimento
• Resultados variáveis
– Variação pela categoria de PAS, local, tipo de
serviço
• Atitude:
– Poucos estudos avaliaram
– Difícil definição (aceitação, cultura, modelos)
Necessidade de realizar uma avaliação local
para identificar necessidades e aspectos locais
Conhecimento e Comportamento
• Aderência a práticas de controle de infecção:
– Crenças individuais na efetividade das medidas
• Comportamentos de auto proteção:
–
–
–
–
Experiência
Conhecimento
Normas subjetivas
Avaliação de risco pelo indivíduo
• Não aderência:
– Percepção de que as medidas de prevenção
prejudicam a performance
Conhecimento e Comportamento
Reconhecimento da zona de risco de
transmissão: prediz a intenção de não utilizar
máscara.
Intenção de usar máscara varia se a unidade é adulto ou
pediátrica ou se é quarto privativo ou com duas camas.
Conhecimentos e Atitudes
• Terminologia para isolamentos: mudança ao
longo do tempo
– No mínimo 15 diferentes nomenclaturas ao longo
dos últimos 50 anos.
– Discussão filosófica sobre os termos “precauções”
ou “isolamento”
• Landers et al, 2013: estudo com enfermeiras
de 3 hospitais:
– Conhecer a terminologia correta favorece a
aderência?
Sim!
• Enfermeiras: nível maior de conhecimento , maior
percepção do risco e uso apropriado de medidas de
controle de IRAS do que médicos.
• O índice de acertos não é equivalente linear com o
comportamento auto-referido.
Conhecimentos e Atitudes
• Identificação correta:
depende do EPI
–
–
–
–
–
Higiene das mãos: 94,6%
Luvas: 92,3%
Máscaras: 60,6%
RespiradorN95: 59,0%
Indicação de quarto
privativo: 62,9%
• Uso desnecessário de
medidas:
–
–
–
–
–
Aventais: 42,1%
Respirador N95: 13,1%
Máscaras: 6,2%
Luvas estéreis: 6,2%
83,7% indicaram
lavagem de mãos
quando era indicado
prioritariamente uso de
álcool
EVIDÊNCIAS ATÉ O MOMENTO
O quanto nós sabemos?
De modo geral, os estudos indicam que ainda não
alcançamos a Prática Baseada em Evidências
quando se trata do uso de EPI
Don’t
drink
and fly
Contaminação do
ambiente
Na UTI, as precauções de barreira são mais benéficas do que
prejudiciais ao paciente
LACUNAS DO CONHECIMENTO:
O quanto não sabemos?
O que ainda é preciso saber?
• Quais são as estratégias educativas de maior
efeito para atingir o conhecimento necessário
para todos?
• Como modificar atitudes e comportamentos?
• Como desenvolver habilidades para a correta
seleção, manejo e descarte de EPI?
O que ainda é preciso saber?
• Se a proporção de pessoas que utilizam o EPI corretamente
ainda não é 100%....
• Como ter certeza de quais EPI são efetivamente protetores
e quais seriam dispensáveis?
• Poucos estudos têm condições de avaliar cada EPI
independente (ex.: somente máscara ou somente óculos)
• Poucos estudos têm condições de identificar qual a fração
de proteção que o EPI oferece em relação às demais
práticas (higiene de mãos, higiene de ambiente, etc).
Educação
• Educação melhora práticas de prevenção em curto e longo
prazo?
• Educação = reduz as taxas de infecção
– Se reduz, é de maneira sustentável?
• Qual a abordagem educativa mais efetiva em melhorar
conhecimento?
– Qual a preferida de enfermeiros e obstetrizes?
?
RECOMENDAÇÕES:
O fazer enquanto isto?
Não podemos ficar esperando a
evidência perfeita para estabelecer
medidas de proteção
Recomendações
• Logística
–
–
–
–
EPI adequado
Disponível
Suporte institucional
Comunicação adequada
• Educação
– Níveis de conhecimento podem ser melhorados com a
educação.
Intervenções:
Conhecimentos e Habilidades
• Avaliação do processo: conhecimento e competências
• Simulações parecem ser melhor do que educação
convencional
Conclusões
• Precisamos avaliar a efetividade e eficiência
de nossas recomendações: pesquisa
• O resultado final é o marcador final do
processo
– Redução de transmissão de HAI
– Redução do risco ocupacional
• Precisamos focar mais do que só EPI para uma
efetiva proteção.
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