Os Veteranos da Força Expedicionária Brasileira: História, Memória e Patrimônio no Estado de Mato Grosso do Sul SILVA, Márcio Aparecido Pinheiro1 UFGD - Dourados – Mato Grosso do Sul/Brasil Introdução: Pretendendo, através deste artigo, compreender e explicar como transcorreram constituição e elaboração dos espaços de memória e de patrimônio histórico sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, conflito este que se transcorreu entre os anos de 1939-45. Para tanto, busco elencar alguns fatores sociais e políticos que levaram ao Comando Militar do Oeste e a 9º Região Militar a permissão da constituição dos Museus da FEB2 nas cidades de Campo Grande e Aquidauana no Estado de Mato Grosso do Sul, na década de 1990. Tendo o primeiro patrimônio, é o Museu da FEB, localizado no prédio da 5ª Seção Administrativa dos Pensionistas do Exército ao lado do Hotel de Transito do Exército Brasileiro, no centro da cidade de Campo Grande e o segundo encontra-se, o Museu Marechal José Machado Lopes, localizado dentro da Unidade Militar do 9º BE Cmb,3 na cidade de Aquidauana. Sendo que ambos os museus pretendem resgatar e preservar a memória e os feitos militares que envolveram realizados pelos cidadãossoldado, chamados hoje de ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira da Segunda Guerra Mundial, força que desenvolveu os seus combates em território italiano entre os anos de 1944-1945. Estes museus, também, buscam através de varias representações, reconstituir alguns dos principais cenários do conflito bélico mundial na travessia do Atlântico, até a sua chegada na Itália em 1944, e dos momentos de volta para casa, em que estes excombatentes da FEB, foram recebidos como grandes heróis nacionais, para isso, estes 1 Mestrando em Historia pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD –Dourados – Estado de Mato Grosso do Sul, e bolsista pela CAPES, Email: [email protected] 2 Força Expedicionária Brasileira foi uma força militar que veio atuar conjuntamente com as Forças Aliadas na Itália entre os períodos de 1944 - 45 durante a 2º Guerra Mundial. E que neste contexto teve no seu Teatro de Operações Militares o Mediterrâneo, mais especificamente no território italiano, foi que os soldados brasileiros ficaram sobre a liderança dos Estados Unidos 3 9º Batalhão de Engenharia de Combate: Força militar que participou diretamente na Segunda Guerra Mundial no cenário da Itália ao lado da forças Aliadas entre 1944-45, sob o comando do então Coronel José Machado Lopes. 1 espaços se utilizam de várias linguagens que tentam ressaltar a importância deste evento histórico para o Brasil, ocorridos em 1945. Por fim, estes “lugares de memórias”, servem de recordação aos ex-combatentes da FEB, em que os mesmo, possam relembrar como transcorreu o processo de reintegração social e da construção identitária dos soldados brasileiros, veteranos da Segunda Guerra Mundial. Os quais, juntamente com outros movimentos sociais, intensificaram as suas lutas sociais e políticas, por mais direitos e do seu reconhecimento social nas décadas de 1980 e 1990, como por exemplo, foram as conquistas da instituição de uma pensão e o direito de participar em desfiles cívicos, e instituição de museus, lugares estes que se preocuparam em preservação todas as suas memórias de guerra, enquanto participantes de um acontecimento histórico mundial, assim todos os visitantes destes locais possam ter uma maior compreensão histórico dos efeitos negativos e positivos que o Brasil teve com a sua participação no conflito da Segunda Guerra Mundial. Portanto, foi no contexto da década de 1980 e 1990, que se intensificou o processo de reconhecimento social dos “ex-combatentes” da Segunda Guerra Mundial e da importância no processo histórico de formação de uma própria identidade, enquanto “febianos”, a qual está fortemente consolidada, através da constituição da Associação Nacional dos Veteranos da FEB e da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, entidades que possuem sedes espalhadas por o todo o país. Entretanto, o movimento de reconhecimento social, já havia começado bem antes, da década de 1980, tendo o seu começo em 1948, quando foi criado na cidade do Rio de Janeiro, a Associação Nacional dos Ex-Combatentes do Brasil. Que em um primeiro momento, até a década de 1970, foi dirigida, em geral, por praças e oficiais da reserva do Exército brasileiro e com seções constituídas em vários Estados do Brasil inclusive em Mato Grosso, cuja seção regional, localiza-se na cidade de Campo Grande, foi fundada em 19474. Esta instituição de ex-combatentes agregava-se na sua maioria por pessoas pertencentes às Forças Aérea, Marinha de Guerra e da FEB que ambos havia, ou não, entrado em combate direito na Campanha da Itália. Tal equiparação, entre os que foram para guerra na Itália e os soldados que ficaram no Brasil, defendendo o litoral de uma possível invasão do território por tropas alemãs, teria se constituído em fator determinante para um processo de fragmentação 4 Livro de Ata Geral: Reunião da Assembléia Geral da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, pg. 02. 2 social e política dentro da Associação, que a partir do início da década de 1970 resultaria na criação de uma segunda entidade: a Associação Nacional dos Veteranos da FEB.5 A partir da divisão ocorrida na Associação Nacional dos Ex-Combatentes do Brasil, cuja Seção Regional de Campo Grande funcionou até o final da década de 1980, tivemos o inicio do funcionamento da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, que tinha por finalidade promover a luta pela conquista dos direitos dos “ex-combatentes” perante o Estado brasileiro, além do reconhecimento e a preservação da memória da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial. Vale destacar que esses objetivos foram gestados em momentos distintos, pois até a década de 1980 lutava-se pela conquista e/ ou consolidação de benefícios sociais, e a partir da década de 1990, com a nova Constituição Federal, já promulgada em 1988, a luta social destes ex-combatentes, focou-se mais na construção e preservação da memória e do patrimônio cultural dos “ex-combatentes” da Segunda Guerra Mundial, o que desembocaria na elaboração de uma identidade especifica dos mesmos junto às comunidades militar e civil da sociedade brasileira. De todo modo, parece certo que, a partir de meados da década de 1980, com o processo de redemocratização do país, os “ex-combatentes” passariam a contar com maior reconhecimento por parte da sociedade civil e das instâncias estatais brasileiras, tanto no plano nacional, quanto regional, conquistando ou consolidando, em decorrência de sua luta coletiva, assim, uma série de direitos e uma nova representatividade no campo político e social. Exemplo nesse sentido foi a Constituição Federal de 1988, cuja elaboração contou com a interferência de várias Seções Regionais da ANVFEB, resultando no fato de que fossem assegurados vários direitos aos ex-combatentes, como o aproveitamento dos mesmos no serviço público, o pagamento de pensão especial correspondente ao soldo de Segundo Tenente, assistência médico-hospitalar, aposentadoria e prioridade na aquisição de casa própria, conforme disposto no artigo 178 das Disposições Transitórias.6 5 Estatuto da Associação Nacional dos Veteranos da FEB – ANVFEB – RJ, aprovado em 30 de novembro de 1971 e que veio a sofrer alterações, introduzidas em 15 de agosto de 1972, 23 de setembro de 1975, 27 de junho de 1978. 24 de outubro de 1980 e 3 de setembro de 1984. 6 De acordo com José Luiz Ribeiro de Mello, as primeiras leis visando à concessão benefícios aos veteranos da FEB foram promulgadas logo após a Segunda Guerra Mundial, a exemplo do Decreto Lei nº 8.361, de 13 de dezembro de 1945, que deu prioridade ao ingresso no Serviço Público Federal aos convocados ou voluntários que tivessem participado das Operações de Guerra na Itália, e do Decreto Lei nº 8.794, de 23 de janeiro de 1946, que regulava as vantagens aos herdeiros dos militares que vieram a 3 Por sua vez, foi fundada em 17 de agosto de 1985 sob a direção do veterano José Maravieski, Associação Nacional dos Veteranos da FEB – Seção Regional do Estado de Mato Grosso do Sul, com sua sede localizada à Rua 13 de maio, nº 11.258· e, posteriormente, em 1995·, reconhecida de 1985 sob a direção do veterano como entidade de utilidade pública, assim ANVFEB-MS, constituiu-se em importante espaço de convivência e interação social entre os ex-combatentes de guerra e seus familiares com militares e membros da sociedade civil. Funcionando como elemento de intermediação dos ex-combatentes junto às instâncias estatais superiores, a Associação passaria a atuar de forma decisiva no processo de reinserção social dos ex-combatentes, utilizando, entre outras estratégias, as práticas de oferecer cursos técnicos aos afiliados e membros de suas famílias, de realizar encontros e congressos periódicos tratando de questões relativas aos direitos dos afiliados e de seus familiares; de desenvolver diversas atividades em várias comunidades da cidade de Campo Grande, tais como visitas a escolas e outras instituições culturais para divulgar a memória da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, de editar jornais e boletins informativos sobre os mais variados assuntos relacionados à entidade e seus associados, de organizar homenagens e desfiles cívicos (destaque-se a entrega de medalhas, condecorações e diplomas para os que lutaram na Itália constituem-se em momentos de extrema relevância individual ou coletiva, pois representam a premiação da coragem e do destemor, trazendo consigo a representação da moral do combatente e do grupo em que está inserido7), além da coleta de fundos para a construção de monumentos comemorativos e museus. Contudo, este processo político-social de reconhecimento por parte da sociedade civil e militar, está atrelado ao seguinte fato, em que os “ex-combatentes”, primeiramente necessitavam de um maior reconhecimento social dos seus feitos de guerra e de uma adequada reintegração social, junto aos seus familiares e da sociedade civil. Pois os mesmos buscaram divulgar as suas várias conquistas e vitórias obtidas nos mais diversos campos de batalha junto aos Aliados na Itália entre os anos de 1944 e participar da FEB na Segunda Guerra Mundial, sob qualquer circunstância. MELLO, José Luiz Ribeiro. A Legislação do Ex-Combatente. RJ: Ed. Expedicionária, 1978, p. 13. 7 NASS, Sirlei de Fátima. Legião Paranaense do Expedicionário: Indagações Sobre a Reintegração Social dos Febianos Paranaenses (1943-1951). Curitiba: UFPR, dissertação de mestrado em história, 2005, p. 71. A respeito do tema, ver também Oliveira, Denison. Os Soldados Alemães de Vargas. Op. Cit., p. 94 4 1945. E posteriormente com o surgimento e a consolidação das Associações Nacionais dos Veteranos da FEB, poderão assim criar-se uma seção regional no Estado de Mato Grosso do Sul em 1985.8 Sendo, importante dizer, que foi a partir da década de 1980, que o país sofreu grandes mudanças socioeconômicas e políticas, como exemplo, o fim do Regime Militar em 1985 e a volta da democracia, é dentro deste contexto histórico que pretendo demonstrar e explicar como vieram ocorrer às várias representações sociais e políticas produzidas pela Associação Nacional dos Veteranos da FEB em relação à sociedade civil e militar sul-mato-grossense. Pois, suas ações passaram a fundamentar a importância as significações sobre a preservação da memória destes “ex-combatentes” dentro e fora da instituição do Exército brasileiro. Tendo o primeiro esforço mutuo no Estado, em relação à preservação da memória da FEB, foi realizado em nome do Comandante do 9º Batalhão de Engenharia Expedicionária, (Coronel José Machado Lopes) teve um importante papel de atuação na campanha brasileira na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. O qual, não só como Expedicionário da FEB, mais também pelo brilhante militar e administrado que foi, mas principalmente por sua aplicação na busca da constituição e preservação dos acervos e das tradições da Arma de Engenharia dentro do Exército Brasileiro, tivemos a inauguração em 04 de setembro de 1990, de um Museu em homenagem a participação do 9º BE Cmb na FEB, qual Batalhão tem a sua sede na cidade de Aquidauana, e que, após a morte do histórico comandante do Batalhão, ocorrido em 18 de março de 1990, resolveu-se instituir uma placa denominando de “Museu Marechal José Machado Lopes”. Sendo que na solenidade de inauguração do Museu do 9º Batalhão Engenharia de Combate - Carlos Camisão, nome dado esta Unidade Militar, contou com o Comando do então Tenente-Coronel Waldemar Raul Kümmel, e ainda, nesta ocasião, a viúva homenageado foi a Dona Armandina Machado Lopes (Esposa do então falecido Marechal José Machado Lopes), em que a mesma, não pode comparecer na presente cerimônia, devido a sua avançada idade, devido a recomendações médicas, não fora permitido a sua viagem do Rio de Janeiro, para Aquidauana. Mas, mesmo assim, foi então representada na solenidade, para descerrar a placa inaugural, pelo o então Cabo 8 Livro de Ata Geral: Reunião da Assembléia Geral da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, pg. 01 5 Reformado Alirio Verlangiere de Castro (Ex-Combatente do 9º BE Cmb), que no momento além de ser o mais antigo dos comandados do então Coronel José Machado Lopes, que havia servido sobre as suas ordens deste Comandante nas contendas do Teatro de Operações do Mediterrâneo. Assim, como podemos verificar na fotografia abaixo este momento histórico para o 9º Batalhão de Engenharia - Carlos Camisão: 1º Figura: Momento em que o Veterano do 9º BE Cmb Sr Alirio Verlangiere de Castro, realiza a inauguração oficial do Museu Marechal José Machado Lopes, em 04 de setembro de 1990. Em outro momento, Dona Armandina, num gesto de nobreza, que muito ficou sensibilizada pela homenagem, realizou a doação das ultimas relíquias, que ora, encontram-se exposto no Museu. Foram doadas as condecorações de Guerra do Marechal José Machado Lopes, por ela guardadas com muito orgulho, artisticamente acondicionadas numa caixa de madeira entalhada e envernizada encimada pelo lendário Castelo da Engenharia. Sobre formação do espaço do Museu, podemos destacar que o Museu está divido em duas salas principais: Sendo a primeira delas, é a sala de exposição principal, a qual mede entorno de 40,8 m² (Metros quadrados) e a segunda de 26,5 m²(Metros quadrados). Para dar uma maior sustentação e preservação da memória da FEB, com esta mesma preocupação, que desde março de 1995, está presente na capital (Campo Grande) do Estado de Mato Grosso do Sul, que conta com um espaço especifico para 6 rememorar, resgatar, divulgar e perpetuar a história da Força Expedicionária Brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião em que ocorreu da inauguração do Museu da FEB, contou com a presença do então Ministro do Exército, Zenildo de Lucena9, o qual estava acompanhado do Comandante Militar do Oeste, General Expedito Hermes Rego Miranda, fixando-se este espaço de memória na antiga sede do Quartel-General do Exército, ao lado de Hotel de Transito, na Avenida Afonso Pena, nº 2270, no Centro de Campo Grande. E o museu da FEB é administrado pelo Coronel R1 (Reserva) Marcos Tadeu de Paula Correia. Sendo que seu o horário de funcionamento foi fixado da seguinte forma, de segunda a quinta-feira das 09h às 11h e das 14h às 16h. Na sexta-feira as portas estão abertas das 080h às 11h, tendo um telefone para atendimento ao público que é 67-3384-8482, e sua entrada é franca. E importante ressaltar que o prédio que abriga o Museu da FEB, o local é fruto de uma doação, que foi realizado por uma ação do Intendente Municipal, em 19 de outubro de 1921, no Artigo 7º da Resolução 53, a área, que pertencia ao Senhor Manoel Soares & Irmãos serviu para construção de um quartel do exército brasileiro. É o primeiro prédio público foi construído em alvenaria com 02 pavimentos. Este patrimônio histórico é fruto dos esforços conjuntos realizados entre a Associação Nacional dos Veteranos da FEB- Seção Regional e do Comando Militar do Oeste, aonde este espaço, enquanto “lugar de memória”, passou a servir na reconstituição da participação dos então “cidadãos-soldados” brasileiros que obtiveram vitórias e derrotas em vários combates travados contra os seus inimigos, que eram compostos pela forças do Eixo, Itália e Alemanha, durante o Segundo conflito Mundial, cujo campo de batalha que se deu em território italiano. No entanto, para conquistar este espaço, do referido Museu, os “excombatentes” da Associação dos Veteranos da FEB tiveram que enfrentar várias dificuldades, para enfim encontrarem algum lugar definitivo para a instalação do seu acervo histórico dos seus membros, porém, quando finalmente o encontrou este lugar, foi através do apoio do Exército, que o mesmo cedeu três salas amplas no prédio da 5ª Seção Administrativa da Reserva Militar, órgão que pertence a 9ª Divisão Militar do Centro Oeste, em Campo Grande, tendo sua localidade na Avenida Afonso Pena, nº 2270, centro da cidade. 9 Conforme está publicado no Jornal Correio do Estado de 1997, na página 10, cujo titulo da reportagem é “Ministro do Exército Inaugura Museu da FEB”. 7 O Museu na sua constituição buscou ressaltar a importância do processo histórico de participação e de reintegração social destes “ex-combatentes” de guerra, tanto na sociedade sul-mato-grossense como no Brasil, pois os mesmo lutaram pelos para conquistar os seus direitos, e o seu lugar na memória nacional, enquanto grupo participe de um acontecimento histórico mundial. Sendo que estes dois Museus foram resultado das ações sociais e políticas da Seção-Regional da Associação Nacional dos Veteranos da FEB (ANVFEB-MS) do Estado de Mato Grosso do Sul. Com isso procuro demonstrar, através de uma análise sistemática que, dois fatores importantes da preservação do patrimônio histórico sobre a Segunda Guerra Mundial, estão atrelados a constituição e preservação do Museu e da Associação Nacional dos Veteranos da FEB – ANVFEB-MS, ambos ajudaram no processo de constituição e preservação da memória e uma identidade própria a este grupo social que são os “ex-combatentes” pertencem, que ambos também contribuíram para a formação de novas gerações de pesquisadores brasileiros sobre a participação efetiva das forças militares brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial na Itália. Assim, busco explicar que este processo de construção memorialística e de uma identidade social, que é fruto de um determinado grupo social, que são os “excombatentes” da FEB, e que ambos buscaram atender um sentimento de coletividade, cujo vinculo social está representado nos Museus e nos patrimônio histórico que relembram a Segunda Guerra Mundial, pois todos os participantes deste evento de alguma forma estão representados nos espaços de memórias, como os museus, monumentos e de objetos e símbolos que relembram a Segunda Guerra Mundial. No que toca aos elementos essenciais à vida militar há que destacar, primeiramente, o “espírito de corpo” construído entre os combatentes, como exemplificam os pelotões de reconhecimento que, segundo o historiador Dennison de Oliveira nos apresenta as principais características: Independentemente das virtudes militares do efetivo empregado em ação de combate contra os inimigos, todos eles acabaram por forjar uma intensa solidariedade de grupo. Pois podemos entender que um fato estabelecido que o primeiro grupo social que sentimos pertencer é a família. Esse é o grupo de maior importância para o processo de constituição da identidade e da personalidade de qualquer pessoa. Contudo, mesmo a ligação familiar tende a se obscurecer ou mesmo se fraturar diante dos vínculos forjados entre indivíduos que travaram combates letais. O Grupo de Combate de Infantaria tende, assim, a se constituir numa segunda família, numa família substituta ou, no limite, 8 a única família que os indivíduos integram ou que consideram como relevante.10 Além disso, também é possível arrolar como ingredientes motivadores de união e fomento do que poderia ser chamada de “identidade febiana”, tanto a mudança de doutrina militar promovida pela própria guerra, que acabou dividindo o Exército brasileiro entre o “Exército de Caxias” e o “Exército de Mascarenhas”, ou seja, um tinha características de ser disciplinador e outro mais democrático, devido ao seu contato com o Exercito Norte-Americano na Itália 11, quanto à própria condição social e a origem da maioria dos “cidadãos-soldados” incorporados à FEB12, os quais, em sua grande maioria, eram oriundos de regiões distantes dos grandes centros urbanos, onde exerciam atividades profissionais de baixa qualificação e remuneração, apresentando, além disso, baixo nível de escolaridade. Ao que tudo indica, portanto, à criação, consolidação e ações da ANVFEB-MS está intimamente vinculada a criação dos Museus da FEB nas cidades de Aquidauna em 199013 e de Campo Grande, em 199514, os quais funcionaram como ferramentas fundamentais não só para preservação da memória da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, mas também para a (re)elaboração dessa mesma memória e da consolidação de uma identidade febiana específica no Estado de Mato Grosso do Sul e no Brasil. As representações e os papeis assumidos pelos “ex-combatentes” ao longo dos últimos anos foram sendo construídas, com as seguintes intenções, primeiro era de dar sentido e unidade ao grupo social, isto tanto ocorre perante as instituições do Estado, quanto às da sociedade civil. Primeiramente, Associação Nacional dos Veteranos da 10 OLIVEIRA, Denison. Os Soldados Alemães de Vargas. Ed. Juruá, Curitiba – Coleção Semeando Livros, 2008, p.90. 11 SCALO, Lívia; LORENZ, Sandra da Rosa; LIMA, Thiara (Orgs). Herói de Duas Guerras: Jornada de um Ex-combatente. Campo Grande - MS: Ed. UFMS, 2006, p. 63-64. 12 O conceito de “Cidadão-Soldado” é tomado aqui no sentido atribuído por Eric J. Hobsbawm, ou seja, de mobilização nacional pela defesa da pátria, que no caso brasileiro estava, naquele momento, sendo alvo dos ataques de submarinos alemães na costa do Nordeste. HOBSBAWM, Eric J. Nações e Nacionalismo desde 1870. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 104-105. 13 Trata-se do Museu do 9º Batalhão de Engenharia de Combate (9º BEComb), única força militar de Mato Grosso a entrar em combate no front durante a Segunda Guerra Mundial, através da 1ª Companhia do 9º BEComb. CRUZ JUNIOR, Raul da. Quebra Canela. A Engenharia Brasileira na Campanha da Itália. RJ: Ed. Bibliex, 1980, P. 25. 14 Instalado, em 1995, no Colégio Militar de Campo Grande, no ano de 2002, por iniciativa do General Gilberto Barbosa de Figueiredo, então Comandante do Comando Militar do Oeste, o Museu da FEB foi transferido para o prédio da 5ª Seção Administrativa da 9ª Divisão Militar, localizado na Avenida Afonso Pena, 2270, onde permanece até hoje. “Bravos combatentes preservam sua história”. Correio do Estado, Campo Grande, 05 de maio de 2010. 9 FEB visavam na década de 1990, e em segundo lugar de obterem um maior reconhecimento e representatividade no meio social tanto local como nacional. A exemplo disso é a participação dos mesmos em carros de desfiles cívicos e militares, durante comemorações cívica, como é o caso todo anos, no dia de 7 de setembro, onde se realiza a comemoração do “Dia da Independência”. E já nos eventos militares, como o caso do dia “5 de maio” dia que é comemorado a vitoria dos Aliados sobre as forças do Eixo durante o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, sendo que os próprios militares buscam ressaltar e relembrar os feitos e lutas, que os pracinhas brasileiros realizaram durante os conflito enfrentados na Itália, tendo nesta ação um facilitador para ampliar a conquista dos seus direitos, perante a nação e as forças armadas, estes acontecimentos estão intrinsecamente relacionados ao processo de reintegração social destes “ex-combatentes”. 2º Figura – Representação cívica do desfile do dia 7 setembro em 2009, o qual contou com a participação do veterano Agostinho da Mota, o qual está bate continência dentro de carro blindado usado na Segunda Guerra Mundial, de modelo M-8 Grey Hound. (Foto do acervo pessoal do veterano Agostinho da Mota em 15-04-2011). Assim, pode-se dizer que hoje Associação Nacional dos Veteranos da FEB – Seção Regional foi, é formada basicamente de pessoas que lutaram e ainda lutam pelo o não esquecimento de sua participação no cenário da Guerra na Itália. É importante 10 ressaltar que inicialmente essas Associações foram dirigidas, na sua maioria por praças e oficiais subalternos15 da reserva. Além disso, os “ex-combatentes” e seus familiares, através de atividades que foram desenvolvidas em varias comunidades da cidade de Campo Grande e Aquidauana, tais como visitas a escolas e outras instituições culturais para divulgar a memória da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, assim como também editavam jornais e boletins informativos e organizavam homenagens, desfiles cívicos e coleta de fundo para a construção de monumentos comemorativos, como foi o caso da constituição do Museu, é ate a mesma sede da Associação ainda oferecia cursos técnicos para os seus afiliados e familiares. Além do museu, em 1997 através de uma mobilização da Associação junto a Prefeitura da cidade, foi possível realizar a construção de monumento histórico, buscando a representação dos “ex-combatentes” da Segunda Guerra, tal monumento está localizado na Avenida Afonso Pena no centro da cidade de Campo Grande, próximo a Praça Ari Coelho, ficando o mesmo defronte ao museu da FEB, tornando-se um símbolo para a comunidade local da participação dos pracinhas no conflito, que assim eram chamados os nossos soldados brasileiros na Itália. 3° Figura – Imagem do monumento do momento histórico sobre a Segunda Guerra Mundial, foi tirada pelo próprio autor deste artigo, em 20-05-2010– Campo Grande - Mato Grosso do Sul. E importante ressaltar que os principais objetivos iniciais da constituição da Associação de Veteranos da FEB eram de realizar a preservação de uma memória coletiva e os feitos da FEB durante a Segunda Guerra Mundial. Está memória aqui 15 Eram os Capitais do Exército Brasileiro da Reserva. 11 entendida segundo as idéias desenvolvidas por Halbwachas, que nos diz respeito deste conceito; A memória coletiva, por outro, envolve as memórias individuais, mas não se confunde com elas. Ela evolui segundo suas leis, e se algumas lembranças individuais penetram algumas vezes nela, mudam de figura assim que sejam recolocadas num conjunto que não é mais consciência pessoal. Pois freqüentemente, consideramos a Memória como uma faculdade propriamente individual, isto é, que aparece numa consciência reduzida a seus próprios recursos isolados dos outros, e capaz de evocar, que por vontade, quer, por oportunidade, os estados pelos quais ela passou antes. Como não é possível, todavia contestar que reintegramos freqüentemente nossas lembranças em um espaço e em um tempo (sobre cujas divisões nos entendemos com os outros), que nós as situamos também entre as datas que não tem sentido senão em relação aos grupos de que fazemos parte, admitimos que é assim. Porém é uma espécie de concessão mínima, que não poderia atingir, no espírito daqueles que a consistem, a especificidade da memória individual.16 E um aspecto importante a ser ressaltado é que a ação do Exército brasileiro não se limitou a criação de monumentos e museus, mas houve um reconhecimento e valorização da identidade destes ex-combatentes da FEB, a qual vieira ocorrer através da entrega de medalhas, condecorações e diplomas para aqueles que lutaram na Itália, como isso aconteceu durante o período do conflito, podemos perceber da seguinte forma: Este reconhecimento oficial se traduziu nas medalhas que foram entregues a estes combatentes da 2º Guerra Mundial, que consistiam em entrega de medalhas “Sangue do Brasil, Cruz de Combate de Primeira Classe de Campanha e de Guerra”. A primeira destinava-se aos mortos e feridos em combate; a segunda, aos feitos excepcionais em ação, a terceira, aos que participaram da campanha da Itália sem ter cometido qualquer delito ou ação que os desmerecesse, e a ultima a premiar os que contribuíram de forma relevante para as operações de Guerra.17 E sendo que estes acontecimentos sociais de condecoração fazem parte da tradição e da hierarquia do Exército de qualquer país, pois: A própria concessão de medalhas, que é um momento de extrema relevância, pois essas cerimônias são premiações aos esforços destacados, tanto individuais, quanto coletivos. Além de representar um prêmio, é no círculo militar, a representação da coragem, do 16 HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais Ltda, 1990, 53-54. 17 OLIVEIRA, Dennison. Os Soldados Alemães de Vargas. Edit. Juruá, Curitiba – Coleção Semeando Livros, 2008, p.94. 12 destemor, que traz consigo a elevação da moral do combatente e também do grupo em que está inserido.18 E por fim, o referido Museu da FEB, na cidade de Campo Grande, contam com um riquíssimo acervo histórico, que na sua maioria fora doado por ex-combatentes, Exército Brasileiro e de seus familiares, ficando disposto em três ambientes distintos. No Museu nos é possível observar armas, equipamento, petrechos bélicos, fotografias, mapas das regiões de combate, fardamento, arquivos, tais como documentos históricos, periódico de campanha, artigos sobre a expedição da FEB publicados em jornais da época, mostruário do roteiro que FEB atuou na Itália, alguns documentos capturados das tropas alemãs, condecorações e objetos utilizados pelos expedicionários e ainda uma biblioteca especializada e franqueada ao publico. E na cidade de Aquidauana, mais especificamente dentro da Unidade Militar do 9º Batalhão de Engenharia de Combate – Carlos Camisão, que veio ocorrer a criação de um importantíssimo monumento histórico, em homenagem aos ex-combatentes do Batalhão que estiveram junto da FEB, na Itália. O monumento foi criado, em 2002, uma obra arquitetônica de um marco histórico na cidade de Aquidauana – MS, sede de uma das unidades brasileiras convocadas à guerra; obra concebida dentro das características humanas e geográficas próprias à perpetuação dos homens, da missão e dos lugares mais significativos à exaltação do 9ª Batalhão de Engenharia da Força Expedicionária Brasileira. 4° Figura – Foto do monumento do momento histórico da Segunda Guerra Mundial foi cedida pelo acervo do museu da FEB em 15-03-2010– Aquidauana - Mato Grosso do Sul. 18 NASS, Sirlei de Fátima. Legião Paranaense do Expedicionário: Indagações sobre a Reintegração Social dos Febianos Paranaense (1943-1951). Op. Cit., p. 71. 13 Seu conjunto principal é composto de 2 (dois) arcos dispostos em forma de “V”, todo em concreto armado. O arco maior, revestido em granito branco, simboliza os morros da Itália, cobertos pela neve do inverno europeu, palco de operações das forças terrestres e aéreas brasileiras. Já o arco menor, revestido em granito verde escuro, representa os morros que circundam a cidade de Aquidauana-MS, sede do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, integrante da Força Expedicionária Brasileira. E suas extremidades mais espessas simbolizam as explosões dos artefatos militares, enquanto as extremidades mais finas o ponto de partida dos mesmos, mostram que, apesar do fogo inimigo recebido, os nossos soldados bem atuaram na defesa da paz, acima de tudo. Numa vista aérea observa-se através da união de uma das pontas dos arcos a forma de um “V” cuja lembrança nos remete à vitória. Ao centro, um mural recoberto com granito negro, constando em sua parte frontal uma placa de bronze, onde consta separadamente, a homenagem aos intervenientes na construção do monumento - Prefeitura Municipal de Aquidauana, 9º Batalhão de Engenharia de Combate, Fundação Eduardo Contar, Associação Nacional dos Veteranos da FEB - Seção Regional de Mato Grosso do Sul, através dos seus respectivos representantes. Um espelho d’água, de forma irregular, representa as águas do rio Aquidauana, a travessia do oceano Atlântico, e as águas do rio Arno (principal rio italiano na região de combate). Dois capacetes originais cravados em aberturas destinadas aos mesmos, sendo um do lado superior esquerdo, significando a sentinela, sempre alerta ao chamado da nação brasileira, e o segundo disposto do lado inferior direito, inclinado, homenageando os combatentes mortos nos campos de guerra. O piso que recebe todo o conjunto, em tijolo da própria cor, perpetua a imagem do sacrifício dos pracinhas brasileiros que, no palco da guerra, derramaram seu sangue pela pátria. Recuando na sua totalidade em relação ao calçamento público, o acesso é feito através de uma passarela, simbolizando as pontes construídas pela engenharia nacional. Cinco mastros de bandeiras, respectivamente a Bandeira Nacional, a bandeira do Estado de Mato Grosso do Sul, a bandeira do município de Aquidauana, a 14 bandeira do 9º BE Cmb, e a bandeira da ANVFEB-MS ilustram o simbolismo mais amplo do sentimento nacional aos seus verdadeiros heróis.19 Sendo necessária realizar uma observação, que este monumento contou com os seguintes colaboradores e parceiros, sendo: A Prefeitura Municipal de Aquidauana – representado na figura do Prefeito Luiz Felipe Orro; Fundação Eduardo Contar – Dr. Carlos Eduardo Contar, Associação Nacional dos Veteranos da FEB (ANVFEB-MS) – Presidente, representado pelo Senhor Agostinho Gonçalves da Mota (Ex-Combatente da FEB) e do 9º Batalhão de Engenharia de Combate – Representado na autoridade do Tenente Cel. Rubens Alberto Rodrigues Januário.20 Considerações Finais: Portanto, na maioria das histórias de vidas contadas e relatadas pelos “excombatentes” e pelos “Veteranos” da FEB, assim como na leitura de bibliografia que trata sobre este tema no Estado de Mato Grosso do Sul e no Brasil, podemos destacar que existe algo significativo dentro das Associações dos Ex-Combates e da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, que é chamado por muito dos militares de “Espírito de Corpo”, cujo objetivo maior, e de criar entre os membros destas instituições um sentimento unidade coletiva entra estes “Cidadãos-Soldados” que combateram na Segunda Guerra Mundial. Pois, na sua maioria das vezes, em que estiveram juntos nos principais campos de batalha na Itália, é que acabou gerando este sentimento de pertencimento e de coletividade, entre os membros das Associações. E ainda, podemos ressaltar que tudo isso começou, realmente a ser gestado desde o processo de recrutamento, nas horas de combates contra os inimigos no front, e posterior a sua volta, se fizeram valer da vontade de realizar justiça e ter uma fraternidade entre ambos. Podemos notar um bom exemplo desse sentimento nos pelotões de reconhecimento, os quais tinham as seguintes características; Independentemente das virtudes militares do efetivo empregado em ação de combate contra os inimigos, todos eles acabaram por forjar um intenso sentimento de solidariedade dentro do grupo de combate. Pois podemos entender que um fato estabelecido que o primeiro grupo social que sentimos pertencer é a família. Esse é o grupo de maior importância para o processo de constituição da Identidade e da 19 Artigo publicado no Site: http://www.anvfeb.com.br/, que foi enviando pelo Major Ilson Marques - 7º CSM – Aquidauana em 2005. 20 Conforme Reportagem publicada no Jornal Correio do Estado, Campo Grande – MS, de terça-feira, 20 de agosto de 2002, cujo titulo foi publicado da seguinte forma “A FEB ganha Monumento Histórico”. O artigo foi escrito pelo reporte Ronaldo Regis. 15 personalidade de qualquer pessoa. Contudo, mesmo a ligação familiar tende a se obscurecer ou mesmo se fraturar diante dos vínculos forjados entre indivíduos que travaram combates letais. O Grupo de Combate de infantaria tende, assim, a se constituir numa segunda família, numa família substituta ou, no limite, a única família que os indivíduos integram ou que consideram como relevante.21 Podemos enumerar vários motivos para a existência dessa união e da construção de uma própria identidade social. A hipótese que pode ser a mais relevante foi sem dúvida a condição social e origem da maioria destes cidadãos-soldados que acabaram sendo incorporadas as forças da FEB. Em resumo podemos dizer que estes “Veteranos” e “Ex-Combatentes” pertenciam de modo geral a uma mesma origem social (classes subalternas) às vezes analfabeto ou com pouca instrução escolar, e que na sua maioria eram oriundos das zonas rurais e de trabalhadores urbanos. Isso provavelmente foi um fator que fez com eles se aproximassem nos momentos da luta armada e posteriormente naqueles onde as estratégias de sobrevivência se sobrepunham. Para Pierre Nora22, o intento dos “lugares de memória” acabaria afastando a possibilidade do esquecimento dos feitos dos homens. Para ele, a memória torna-se uma experiência isolada se permanecer dentro dos limites de um grupo, aumentando as razões para que se construam “lugares de memória”, visto que instintivamente a memória já deixou de existir. Assim podemos considerar que hoje a Associação dos Veteranos da FEB é uma entidade formada basicamente de pessoas que lutaram e ainda lutam para o não esquecimento da participação brasileira do cenário da guerra na Itália. Nesse sentido, torna-se necessário aprofundar mais ainda compreensão acerca da criação e consolidação da Associação Nacional dos Veteranos da FEB e dos Museus de Campo Grande e de Aquiduana, procurando assim apreender o processo de construção da memória e da identidade dos “ex-combatentes”, levando em consideração os seus feitos ao longo do tempo. Pode-se entender que esta identidade “Febiana” foi construída coletivamente, constituindo e representando o grupo social. Para descrever este complexo processo histórico da formação dos Museus sobre a Segunda Guerra Mundial no Estado de Mato Grosso do Sul, foram utilizados diversos tipos de fontes, 21 OLIVEIRA, Denison. Os Soldados Alemães de Vargas. Edit. Juruá, Curitiba – Coleção Semeando Livros, 2008, p.90. 22 NORA, Pierre. Entre a Memória e a História. A Problemática dos Lugares. Tradução de Yara Aun Khoury. Projeto História, nº 10, Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUC/SP, São Paulo - SP: Editora EDUC, 1993, p. 21-22. 16 desde registros de memórias escritas e orais, passando por documentações oficiais, como livros, atas, ofícios e boletins internos e ainda outras fontes tais como jornais, revistas e boletins informativos os quais foram produzidos pelas próprias Associações. Referencias Bibliográficas: 1- Artigo publicado no Site: http://www.anvfeb.com.br/, que foi enviando pelo Major Ilson Marques - 7º CSM – Aquidauana em 2005. 2- BONALUME NETO, Ricardo. A nossa Segunda Guerra: Os brasileiros em combate, 1942-1945. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1995. 3- FRANK, D. Mccan, Jr. Aliança Brasil e Estados Unidos – 1937-1945. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1995. 4- FERRAZ, César Ferraz. Os Brasileiros e a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro, Editora Jorge Zahar, 2005 5- GONÇALVES, Paiva, Seleção Médica do Pessoal da FEB. Editora Bibliex – Rio de Janeiro, S/ Ano. 6 - HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais Ltda, 1990. 7 - LIMA JÚNIRO, Raul da Cruz. Quebra Canela: A Engenharia Brasileira na Campanha da Itália. Editora Bibliex, Rio de Janeiro – 1981. 8 - MORAES; João B. Mascarenhas. A F.E.B pelo seu Comandante. Rio Janeiro: Biblioteca do Exército, 2005. 9 - OLIVEIRA, Denison. Os Soldados Alemães de Vargas. Edit. Juruá, Coleção Semeando Livros, Curitiba, 2008. 10 - OLIVEIRA, Dennison (Org.). Guia do Museu do Expedicionário – MEXP. Curitiba: Ed. UFPR, 2011, 11 - SCALO, Lívia; LORENZ, Sandra da Rosa; LIMA, Thiara (Orgs). Herói de Duas Guerra: Jornada de um Ex-combatente. Campo Grande: ED. UFMS, 2006. 17