Abertura Boas Vindas Tema do Congresso Comissões Sessões Programação Áreas II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores Títulos Trabalho Completo (RE)PRODUÇÃO DE CONTOS: LENDO E CRIANDO Larissa Cristina Dos Santos Monteiro, Andressa Ferreira Moreira, Gustavo Henrique De Toledo Ferreira Eixo 1 - Formação inicial de professores para a educação básica - Relato de Experiência - Apresentação Oral Cientes do desinteresse em relação ao ato da leitura no mundo atual e vendo-nos em um primeiro contato com uma sala de aula, pensamos ser pertinente a tentativa de despertar em nossos alunos o gosto pela leitura para, então, aproximá-los dos textos. Tendo isso como ponto de partida, decidimos trabalhar com um gênero textual específico, o conto de fadas, visando explicar alguns pontos importantes que compõem o texto narrativo e seus elementos estruturantes e, finalmente, chegar à produção textual. Por meio da leitura, explicação em sala de aula, reordenação de contos recortados em trechos e posterior produção escrita, acreditamos que o aluno possa perceber e compreender a estrutura do texto narrativo e pode associá-los, no momento da produção escrita, fazendo, então, um uso prático de seu conhecimento adquirido, tornando-se um melhor leitor e aperfeiçoando a sua escrita. Assim, pretendemos que o aluno aplique esses conhecimentos, recém-adquiridos, à produção escrita desse gênero textual. Nosso projeto foi aplicado em duas aulas quinzenais, durante um trimestre do ano de 2012, em duas classes do sexto ano do ensino fundamental, com aproximadamente quarenta alunos entre onze e treze anos de idade. Além do interesse manifestado na produção textual a se revelar na participação e na qualidade das produções textuais desenvolvidas pelos alunos, ainda acrescentamos que a frequência à biblioteca, por parte dos sujeitos, em busca de livros de contos aumentou em quinze por cento, o que consideramos relevante pelo histórico anterior. 1177 Ficha Catalográfica (RE)PRODUÇÃO DE CONTOS: LENDO E CRIANDO Larissa Cristina dos Santos Monteiro 1; Gustavo Henrique de Toledo Ferreira 2; Andressa Ferreira Moreira 3; Profa. Vera Lúcia Batalha de Siqueira Renda 4. Universidade de Taubaté. A ficção nos acompanha em todos os momentos, da infância à velhice, do faz de conta às memórias do passado. Histórias de fadas, causos e contos populares, romances literários ou de massa, filmes de cinema e novelas de televisão, o sonho de cada noite ou a última piada sobre o político do momento – as narrativas de todos os tons têm o dom de mobilizar a nossa atenção, de nos manter suspensos pela palavra do narrador. (Vera Maria Tietzmann Silva) Introdução Este estudo é fruto de nossa iniciação na experiência docente, proporcionada pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Por meio desse programa, com o qual fomos contemplados pouco tempo após ingressarmos no curso de Letras da Universidade de Taubaté (UNITAU-SP), pudemos vivenciar, enquanto professores, o nosso primeiro contato com alunos, sob coordenação da Profa. Dra. Vera Lúcia Batalha de Siqueira Renda e supervisão escolar da Profa. Esp. Vanessa Michele Vieira Teixeira Maciel de Lima. Cabe ainda dizer que o projeto do qual trataremos neste relato foi desenvolvido na rede pública de ensino de uma cidade do Vale do Paraíba, mais especificamente na E.M.E.F. Monsenhor Evaristo Campista César. Dos últimos decênios do século passado aos dias de hoje, muito se tem estudado sobre a leitura, sobretudo o grau de relação que os alunos, em fase de letramento, possam ter – ou não – com a prática da leitura de textos escritos. A gama de estudos acadêmicos que versa sobre a leitura (cf. KLEIMAN, 1997; SOLÉ, 1998; ZILBERMAN, 1985) justifica-se, talvez, pela tentativa de encontrar uma abordagem pedagógica, ou melhor, encontrar estratégias que despertem e prendam a atenção dos alunos, de forma que elas permitam ao professor a discussão sobre os diferentes tipos e gêneros textuais, sobre as situações de uso de cada gênero e até mesmo, num nível mais profundo, sobre a intenção pretendida pelo autor em cada texto. 1 Aluna do curso de Letras Português/Inglês da Universidade de Taubaté, [email protected] Aluno do curso de Letras Português/Inglês da Universidade de Taubaté, [email protected] 3 Aluna do curso de Letras Português/Inglês da Universidade de Taubaté, [email protected] 4 Doutora em Letras, Universidade de Taubaté, [email protected] 2 1178 Quando lidamos com leitura, visamos à inserção dos alunos na cultura letrada. Essa inserção tem se mostrado cada vez mais trabalhosa para o professor, devido a uma perceptível apatia dos alunos por esse hábito – apatia essa que vem antes da possibilidade de desenvolvê-lo. Nas palavras de Zilberman (1985, p. 7), “o âmbito reservado à literatura se vê assolado pela crise de ensino, somada agora a uma crise particular – a da leitura, que extravaza o espaço da escola, na medida em que se depara com a concorrência dos meios de comunicação de massa.” Em nossa sociedade pós-moderna, composta por indivíduos cada vez mais dispersos, fragmentados, vemo-nos em meio de um transbordamento de informação que torna tudo momentâneo e, muitas vezes, desprovido de sentido. Nesse contexto, encontra-se o professor tendo de desempenhar papéis que antes não lhe cabiam: ao mesmo tempo em que tenta passar um pouco de sua cultura, ou seja, ensinar, ele precisa, de alguma forma, trazer a atenção dos alunos – defasada por aparelhos tecnológicos e mídias portáteis – para si. Segundo Santos (1987, p. 8), esse pósmodernismo amadurece hoje, alastrando-se na moda, no cinema, na música e no cotidiano programado pela tecnociência (ciência + tecnologia invadindo o cotidiano com desde alimentos processados até microcomputadores), sem que ninguém saiba se é decadência ou renascimento cultural. Para Silva (2009), esse é um fator cultural, característico da época em que vivemos, na qual se é bombardeado pelo som, pela imagem e, portanto, pelo imediatismo tecnológico que acaba por desviar a atenção dos jovens do mundo dos livros, tão caro à geração de nossos pais e avós (SILVA, 2009). O fôlego de nossos jovens anda curto, sua paciência também. As diversões eletrônicas, os shopping centers, a vida noturna, a prática de esportes, a malhação nas academias são atividades que encurtam o tempo que poderia ser despendido com uma leitura de prazer. Na rotina de boa parte dos adolescentes sobra, então, apenas o espaço da leitura como dever, a leitura prescrita pela escola. É com essa limitação que temos de enfrentar o problema de como propiciar ao adolescente escolar um passaporte de leitura para a vida adulta (SILVA, 2009, p. 38-39). Iniciamos a nossa prática docente nesse cenário, o que nos colocou frente a frente com esse problema e em contato com a relutância de muitos alunos diante da leitura. Esses fatores despertaram o nosso interesse justamente para o tratamento desse conteúdo com os nossos alunos. Então, como lecionaríamos para alunos do Ensino Fundamental II, pensamos ser pertinente trabalharmos com um tipo de texto que lhes despertasse interesse e gosto: o narrativo. Dentro desse tipo textual, procuramos especificar ainda um pouco mais, buscando 1179 algum gênero textual que fosse possível desenvolver em sala e que estimulasse não só a criatividade mas a compreensão e o consequente uso dos elementos estruturantes e características próprias do gênero selecionado, qual seja o conto, especificamente o conto de fadas, por este abrigar em sua essência o maravilhoso. Consideramos que essa característica interessa ainda ao aluno recém-chegado ao Ensino Fundamental II, por este já ter tido, certamente, contato com textos, quer orais, quer escritos, que abarcam em si o maravilhoso. Esse conhecimento prévio, cremos nós, além de contribuir para o desenvolvimento e enriquecimento da imaginação, torna passível de ser melhor apre(e)ndida a estrutura do texto narrativo, mais especificamente dos contos de fada. 1. De uma inicial experiência docente proporcionada pelo PIBID Ao remontarmos à nossa própria experiência como alunos do terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental, que – é importante ressaltarmos – não data de mais de cinco anos, torna-se não arriscado, a nosso ver, afirmarmos que, na escola ocidental pós-moderna, tem havido um certo desinteresse em relação ao ato da leitura por parte de muitos alunos. A partir dessa consideração, quando nos vimos em um primeiro contato com uma sala de aula, no papel de professores, pensamos ser pertinente a tentativa de aproximar os nossos alunos de textos de cunho imaginativo para, então, despertar-lhes o gosto pela leitura, fazendo com que eles, na melhor das hipóteses, tornem-se leitores autônomos e leiam, pois, por fruição. Como já explicitado anteriormente, decidimos trabalhar com um gênero textual específico, qual seja o conto de fadas, visando explicitar e explicar alguns pontos importantes que compõem o texto narrativo e seus elementos estruturantes e, finalmente, levar os alunos à produção textual desse gênero. Acreditamos que, apesar da responsabilidade sobre o ato de leitura ser, muitas vezes, atribuída aos pais, no momento presente da realidade brasileira, a escola tem papel fundamental na promoção da leitura, na medida em que os professores que nela atuam são – ou deveriam ser – leitores especializados (lembrando que a expressão destacada não remete apenas ao professor de Língua Portuguesa). Para Zilberman (1985, p. 11), “as afinidades entre escola e leitura se mostram a partir da circunstância de que é por intermédio da ação da primeira que o indivíduo se habilita à segunda”. Daí trazermos Aguiar (1985, p. 86), que afirma que cabe ao professor iniciar a criança nas letras e incentivar-lhe gosto, visando a desenvolver o hábito de leitura. É ele quem vai indicar os livros aos alunos, oferecendo1180 lhes um repertório de títulos em que possam se movimentar, segundo suas preferências e interesses. Considerar que a nossa prática docente, aqui relatada, desenvolveu-se com alunos do 6.º ano do Ensino Fundamental, tornam-se pertinentes as considerações sobre a relevância da leitura, especificamente de obras de ficção, tecidas por Filipouski (1985, p. 131), com as quais concordamos: Se se tem em vista o crescimento lingüístico e cultural da juventude, uma das tarefas prioritárias da educação em língua portuguesa é ensinar a ler o texto, compreendendo-o, situando-o no seu contexto e atualizando seus valores. A leitura de uma obra de ficção alarga os horizontes do leitor, pois a literatura reflete de forma criativa e ampla o mundo inteiro. A escola que assume para si a condição de formar o hábito de leitura do estudante, estará garantindo, com certeza, a existência de adultos com rica imaginação, amplos recursos lingüísticos e uma visão de mundo que em muito ultrapassa ao imediato e ao próximo. Nossa hipótese foi que por meio da apreciação de contos de fada, explicitação em sala de aula dos elementos estruturantes da narrativa – ou morfologia do conto (PROPP, 1984 apud BONNICI, 2009) –, reordenação de contos recortados em trechos e posterior produção escrita do gênero tratado, o aluno possa perceber e compreender a estrutura do texto narrativo e possa fazer, no momento da produção escrita solicitada, um uso prático de seu conhecimento recém-adquirido. Tivemos como objetivo específico aproximar os alunos de textos imaginativos, desenvolver neles o gosto pela leitura, torná-los melhores leitores, além de fazer com que eles desenvolvam uma escrita mais proficiente. Num sentido mais genérico, pretendemos, sobretudo, que os nossos alunos sejam cada vez mais inseridos na cultura letrada, na medida em que, conforme evidencia Cattani e Aguiar (1985, p. 24), a aprendizagem da leitura é fundamental [...] para a integração do indivíduo no seu contexto sócio-econômico e cultural. O ato de ler abre novas perspectivas à criança, permitindo-lhe posicionar-se criticamente diante da realidade. 2. Procedimentos metodológicos No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, nosso projeto foi aplicado em duas aulas quinzenais, durante um trimestre do ano de 2012, em duas classes do 6.º ano do Ensino Fundamental, com aproximadamente quarenta alunos entre onze e treze anos de idade. 1181 Num primeiro momento, fizemos, juntamente aos alunos, a leitura do conto As três fiandeiras (2005, p. 158-160), de Jakob Grimm e Wilhelm Grimm (doravante, Irmãos Grimm). Durante e após a leitura, exploramos os elementos estruturantes da narrativa, além de tornar evidente aos alunos os marcadores de tempo e espaço, essenciais para a construção do texto narrativo; em seguida, organizamos uma sessão de perguntas escritas, previamente elaboradas por nós, a fim de promover uma interpretação mais detalhada do texto, assim como levar os alunos a identificarem os elementos que estruturam a narrativa. Num segundo momento, propusemos a realização de um trabalho conjunto em sala. Dividimos, pois, os alunos em seis grupos com cerca de seis sujeitos em cada um. A proposta de que os alunos desenvolvessem esse trabalho em grupo justifica-se no pensamento de Vygotsky, sintetizado quando Kleiman (1997, p. 10) afirma que a aprendizagem é construída na interação de sujeitos cooperativos que têm objetivos comuns. Como, no caso, trata-se de aprender a ler no sentido cabal da palavra (em que ler não é o equivalente a decifrar ou decodificar), a aprendizagem que se dará nessa interação consiste na leitura com compreensão. Isto implica que é na interação, isto é, na prática comunicativa em pequenos grupos, com o professor ou com os seus pares, que é criado o contexto para que aquela criança que não entendeu o texto entenda. (grifo do autor) Cabe dizer que, para esse trabalho, utilizamos seis contos dos Irmãos Grimm, quais sejam As três penas (2005, p. 161-163), Gretel, a esperta (op. cit., 219-221), O Rei Sapo (op. cit., p. 7-8), Os presentes do povo miúdo (op. cit., p. 274-276), Os sete corvos (op. cit., p. 90-92) e Rumpelstilsequim (op. cit., p. 93-96). A seleção não foi aleatória: prezamos por escolher contos não tão famosos quanto Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, com o intuito de que os alunos conhecessem novas histórias. Além dessa intenção, queríamos que o interesse dos alunos pelos contos não fosse prejudicado pelo fato de já conhecerem a história. De modo aleatório, cada grupo recebeu um conto recortado em pequenos trechos com a finalidade de que estes fossem reordenados; assim, os alunos poderiam aplicar conhecimentos sobre sequência cronológica e sobre estrutura da narrativa enquanto recompunham o texto original. Durante a reordenação, eles, certamente, não poderiam recorrer a memórias anteriores, na medida em que, como já mencionado, os contos selecionados não foram os mais divulgados. Cabe também afirmarmos que procuramos escolher textos que, além de não serem tão longos, possuíssem linearidade, ou seja, começo, meio e fim bem delimitados, contribuindo para a percepção temporal dos alunos no momento da remontagem. Como aponta Aguiar (1985, p. 89), as 1182 histórias destinadas à infância e à juventude devem constituir-se em narrações lineares e dinâmicas. A linearidade do texto diz respeito a seu fluir temporal – início, meio e fim – sem introdução de flashbacks ou longas descrições, conceitos morais e explicações ou justificativas do autor. Tais recursos retardam a ação e tornam a narrativa mais complexa, menos acessível aos pequenos leitores. A relevância dessa proposta reflete um objetivo específico na área de leitura, qual seja “ordenar os fatos em sequência”, como atenta Filipouski (1985, p. 115). A autora também considera que o aluno deva demonstrar as habilidades de “colher informações e classificar os componentes do texto”, assim como “enumerar fatos importantes do texto” (FILIPOUSKI, loc. cit.). Num último momento, a partir do início do conto Dona Ôla (2005, p. 35-38), também dos Irmãos Grimm, que fornecêramos aos alunos, solicitamos que estes desenvolvessem a continuação da história, cumprindo um roteiro por nós pré-elaborado, que considerava, com base nos assuntos já estudados, os seguintes requisitos como essenciais: existência de algum elemento mágico; aparecimento da personagem Dona Ôla; emprego da terceira pessoa; e uso de verbos no pretérito. Para finalizar, escolhemos duas produções escritas de autoria dos alunos: uma de cada sala, 6.º A e 6.º B. A produção escrita por um aluno do 6.º A foi corrigida na sala do 6.º B, considerando o uso dos elementos estruturantes da narrativa, dos marcadores de tempo e espaço, em síntese, o emprego dos requisitos estabelecidos outrora. O mesmo processo foi feito na sala do 6.º A com o texto escolhido do 6.º B. 3. Resultados e considerações finais Pudemos perceber, a partir das perguntas elaboradas com a finalidade de avaliarmos a compreensão dos alunos, que grande parte deles assimilaram, consideravelmente, o conteúdo abordado, indicando, com base no texto trabalhado, elementos como tempo, espaço, voz do narrador entre outros. No que diz respeito à atividade de reordenação dos contos, foi possível perceber que todos os grupos foram capazes de remontar o texto, conferindo ordem cronológica e, portanto, sentido. A partir do início do conto Dona Ôla, dos Irmãos Grimm, que foi apresentado aos alunos, foi pedido, como já mencionado, que eles desenvolvessem uma narrativa que preenchesse os seguintes requisitos: existência de algum elemento mágico; aparecimento da personagem Dona Ôla; emprego da terceira pessoa; e uso de verbos no pretérito. Das trinta e quatro redações recolhidas, percebemos que em todas havia o uso da terceira 1183 pessoa e dos verbos no pretérito; em dezoito redações havia algum elemento mágico; e em vinte e três delas houve o aparecimento da personagem Dona Ôla. Esses dados nos indicam que o rendimento dos alunos, apesar de alguns deles não terem atendido a todos os requisitos solicitados, foi positivo; nota-se que foi geral a atenção para o uso da terceira pessoa e dos verbos no pretérito, o que já nos demonstra o início do desenvolvimento das competências necessárias para se construir um texto narrativo, ao menos um que exija um narrador observador. Além do interesse manifestado na produção textual a se revelar na participação e na qualidade das produções, ainda acrescentamos, numa abordagem quantitativa, que a frequência à biblioteca, por parte dos sujeitos, em busca de livros de contos aumentou em quinze por cento, o que consideramos relevante pelo histórico anterior desses alunos. Embora esse aumento de freqüência à biblioteca por parte dos alunos, a princípio, não fosse nosso objetivo, é inegável que esse fato esteja diretamente relacionado ao interesse despertado pela leitura por meio das atividades desenvolvidas em sala de aula. Ao se questionar sobre em que consiste a leitura, Bellenger (1978, apud KLEIMAN, 1997) responde-nos que no desejo. Para o autor (1978, apud KLEIMAN, 1997), a leitura consiste em identificação com o apaixonado ou com o místico; pressupõe abolição do mundo exterior e um pouco de clandestinidade; faz abrir o parêntese do imaginário. Portanto, [L]ler é também sair transformado de uma experiência de vida, é esperar alguma coisa. É um sinal de vida, um apelo, uma ocasião de amar sem a certeza de que se vai amar. Pouco a pouco o desejo desaparece sob o prazer (BELLENGER, 1978, apud KLEIMAN, 1997, p. 15). Referências: AGUIAR, Vera Teixeira de. Leituras para o 1.º grau: critérios de seleção e sugestões. In: ZILBERMAN, Regina (Org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 5. Ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. BONNICI, Thomas. Teorias estruturalistas e pós-estruturalistas. In: ______; ZOLIN, Lúcia Osana. Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: EDUEM, 2009. CATTANI, Maria Izabel; AGUIAR, Vera Teixeira de. Leitura no 1.º grau: a proposta dos currículos. In: ZILBERMAN, Regina (Org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 5. Ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. FILIPOUSKI, Ana Mariza Ribeiro. Atividades com textos em sala de aula. In: ZILBERMAN, Regina (Org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 5. Ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. 1184 GRIMM, Jakob; GRIMM, Wilhelm. As três fiandeiras. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. ______; ______. As três penas. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. ______; ______. Dona Ôla. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. ______; ______. Gretel, a esperta. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. ______; ______. O Rei Sapo. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. ______; ______. Os presentes do povo miúdo. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. ______; ______. Os sete corvos. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. ______; ______. Rumpelstilsequim. In: ______; ______. Os Contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 8. Ed. São Paulo: PAULUS, 2005. KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria e prática. 5. Ed. Campinas: Pontes, 1997. SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-moderno. 14. Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1995. (Coleção Primeiros Passos) SILVA, Vera Maria Tietzmann. Literatura infantil brasileira: um guia para professores e promotores de leitura. 2. Ed. Goiânia: Cânone Editorial, 2009. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução de Cláudia Schilling. 6. Ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. ZILBERMAN, Regina (Org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 5. Ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. ______. Apresentação: estimulando a leitura – democratizando a escola. In: ______ (Org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 5. Ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. ______. A leitura na escola. In: ______ (Org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 5. Ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985 1185