UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA GRAU DE CONHECIMENTO DE PACIENTES SOBRE O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E A NECESSIDADE DO USO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA ORIENTAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DÉBORA CARVALHO DE OLIVEIRA NATAL/ RN 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA GRAU DE CONHECIMENTO DE PACIENTES SOBRE O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E A NECESSIDADE DO USO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA ORIENTAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DÉBORA CARVALHO DE OLIVEIRA Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Programa de Pós-graduação em Fisioterapia da UFRN, para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia. Orientadora: Profa. Dra. Tania Fernandes Campos NATAL/ RN 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro iii UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA GRAU DE CONHECIMENTO DE PACIENTES SOBRE O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E A NECESSIDADE DO USO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA ORIENTAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Ana Raquel Rodrigues Lindquist - Presidente - UFRN Profa. Dra. Fabrícia Azevedo da Costa Cavalcanti - UFRN Profa. Dra. Maria de Fátima Alcântara Barros - UFPB Aprovada em 17/12/12 iv Dedicatória A todos os pacientes que foram essenciais para o desenvolvimento deste trabalho e, especialmente, a minha amada tia Luzinete, que ao lado de Deus me iluminou, sendo minha fonte de inspiração nos dias de desânimo. v Agradecimentos A Deus, por me manter saudável e permitir a divisão dessa conquista com todos que fazem parte da minha vida. A minha admirável orientadora, Tania Campos, grande exemplo de superação e fé, por me guiar. Obrigada pela disponibilidade e por sempre me fazer enxergar que o amor de Deus prevalece em todas as situações. Às professoras Ana Raquel Lindquist, Fabrícia Costa e Fátima Alcântara pela aceitação do convite para participarem comigo deste momento tão importante na minha formação profissional. A todos os meus familiares, que apoiam minhas escolhas e vibram a cada conquista. A Pedro Neto, por não desistir de lutar pela vida, mesmo quando não havia mais esperança em nossos corações. Aos meus pais, Carlos Alberto e Maria Luziete, e meu irmão, Diógenes, pela compreensão nas minhas ausências e por aplaudir minhas vitórias, que não teriam significado algum se eu não pudesse dividi-las com vocês. Ao Meu Bem, Ricardo Pereira, pela paciência nos momentos de cansaço, tolerando minhas reclamações e me acalmando com seu doce olhar. Aos membros do PRODIAVC pelos momentos descontraídos durante as reuniões. Em especial, agradeço a Aline Braga, pela correção prévia do trabalho e confiança depositada; Magna Wathier, Suzane Sant’ana, Glênia Saldanha, Jacilda Passos, Maria Clara Oliveira e Deyvson Paiva pela realização das coletas; André Pantoja, Ana Amália Torres e Luciana Protásio pelo incentivo frequente; e, Ismenia Coutinho pelo ombro amigo. As minhas queridas Joana Tavares, Renata Alencar, Bruna Silva, Rafaela Andrade, Paula Ventura, Heloise Martins, Camila Souza, Camila Nobre, Myrli Moreira, Yohanna Maia, Tatiana Ribeiro, Emília Souza, Larissa Coutinho, que se fazem presentes, mesmo em pensamento, que me confortam nos momentos de tristeza e me alegram a cada novo encontro. Só de pensar em vocês me faz um bem enorme! Aos meus colegas de turma do mestrado por dividir as incertezas nesses dois últimos anos e por juntos alimentar o desejo de sermos Mestres em Fisioterapia. vi Especialmente a Ricardo Diego, pela parceria e bom humor frequentes, ensinando que das situações difíceis da vida só devemos dar importância àquilo que nos impulsiona para frente e nos faz feliz. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFRN pelos ensinamentos diversos. Às pessoas que sofreram AVC. Vocês me ensinaram aquilo que não se pode aprender nos livros. A todos que contribuíram de alguma forma para a construção deste trabalho. Obrigada! vii Sumário Dedicatória v Agradecimentos vi Resumo x Abstract xi 1. INTRODUÇÃO 1 1.1. Justificativa 5 1.2. Objetivos 6 1.2.1. Geral 6 1.2.2. Específicos 6 2. MATERIAIS E MÉTODOS 7 2.1. Tipo de pesquisa 8 2.2. Local e participantes 8 2.3. Critérios de inclusão 8 2.4. Critérios de exclusão 8 2.5. Procedimentos 8 2.6. Instrumentos 8 2.7. Análise estatística 14 3. RESULTADOS 15 4. DISCUSSÃO 21 5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 28 6. REFERÊNCIAS 30 7. ANEXOS Anexo 1. National Institute of Health Stroke Scale Anexo 2. Escala de Rankin Modificada viii APÊNDICES Apêndice 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Apêndice 2. Ficha de Avaliação Clínica Apêndice 3. Questionário de Avaliação do Grau de Conhecimento da Patologia ix Resumo O Brasil lidera as estatísticas de mortalidade por AVC entre os países da América Latina, demonstrando ainda ser uma doença negligenciada neste país. A incidência está relacionada aos fatores de risco e ainda é grande a desinformação em nosso país sobre o AVC, o tratamento e a profilaxia. O objetivo desse estudo foi avaliar o grau de conhecimento de pacientes sobre o AVC e a necessidade do uso de cartilha educativa para orientação fisioterapêutica. A amostra foi composta de 53 pacientes, 22 do sexo feminino e 31 do sexo masculino, com idade média 56,2±10,9 anos. Os pacientes foram avaliados através do preenchimento de questionários, observando-se os aspectos sócio-demográficos e clínicos, avaliação neurológica, avaliação funcional, conhecimento da patologia e apresentação de cartilha educativa. Os dados foram analisados através do teste Qui-quadrado. De acordo com os resultados encontrados, observou-se que os pacientes não tinham conhecimento satisfatório sobre a terminologia, sinais de alerta e complicações do AVC, não conheciam e não realizavam o posicionamento adequado do membro e as transferências, porém, apresentavam conhecimento e realizavam as manobras de alongamento. Isso revela a necessidade de implantação de políticas públicas que levem à população informações sobre o AVC. Após a alta do tratamento fisioterapêutico ambulatorial a utilização de cartilhas educativas com orientações sobre posicionamento, realização de alongamentos e transferência é importante na reeducação funcional e incentivo à independência do indivíduo acometido por AVC. Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, Fisioterapia, Orientação, Educação. x Abstract Stroke is a neurological dysfunction of vascular origin that causes physical impairments and disabilities. Brazil leads the statistics stroke mortality among Latin American countries, demonstrating still be a neglected disease in this country. The incidence is related to risk factors and still is great misinformation in our country about stroke, treatment and prophylaxis. The aim of this study was to assess the degree of knowledge about stroke and patients need to use educational booklet for physiotherapy. The sample consisted of 53 patients, 22 females and 31 males, mean age 56.2 ± 10.9 years. Patients were evaluated by completing questionnaires, observing the socio- demographic and clinical aspects, neurological assessment, functional assessment, knowledge of pathology and presenting educational booklet. The data were analyzed using the chi-square test. According to the results, it was observed that the patients had not enough knowledge about the terminology, complications and warning signs of stroke, were not aware and did not perform the proper positioning of the limb and transfers, however, were aware and performed the stretching maneuvers. This reveals the need to implement policies that lead to information about stroke population. Following discharge from outpatient physical therapy using educational booklets with guidelines on positioning, stretching exercises and transfer is important in functional rehabilitation and encouraging independence of the individual affected by stroke. Keywords: Stroke, Physical Therapy Specialty, Orientation, Education. xi 1. INTRODUÇÃO 2 O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma alteração da circulação cerebral que ocasiona um déficit transitório ou definitivo no funcionamento de uma ou mais partes do cérebro, podendo ser por meio isquêmico ou hemorrágico e resultando em perda da função neurológica1. Esta doença pode apresentar um quadro clínico bastante variado, dependendo do tipo de lesão, da localização e do tamanho da área afetada, bem como da natureza e funções comprometidas2. O AVC representa a terceira causa de morte em vários países do mundo e a principal causa de incapacidade física e mental, acometendo, particularmente, pessoas com mais de 55 anos3,4. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 32% dos óbitos. Ao se ajustar os dados de mortalidade com a idade, o AVC aparece como líder de causas de morte no país. O Brasil também apresenta o mais alto índice de morte da América Latina 5, sendo assim considerada uma doença ainda muito negligenciada, considerando as poucas ações e o baixo orçamento na prevenção e tratamento desta doença 6-8. Estudiosos apontam que o AVC será considerado uma epidemia na América do Sul nas próximas décadas devido às mudanças demográficas, ao processo de urbanização e ao estilo de vida das pessoas. Assim sendo, é de fundamental importância a implementação de novas e eficientes políticas de saúde9,10. O que vem sendo observado também é que as taxas de mortalidade por AVC no Brasil não têm ocorrido de maneira uniforme nas diversas regiões do país. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, houve um declínio, já nas regiões Norte e Nordeste, as taxas vem se mantendo estáveis11,12. Essas evidências ressaltam mais ainda a importância de se estudar sobre o AVC em Natal/RN, pois existe uma grande necessidade de se traçar um perfil das pessoas inseridas nesse grupo e a realização de uma avaliação dos fatores associados à morbi-mortalidade. A incidência de AVC está relacionada aos fatores de risco como a hipertensão arterial, diabetes, obesidade, fumo, índice de desenvolvimento humano (IDH), entre outros, enquanto a letalidade avalia a eficácia do tratamento instituído. O controle dos fatores de risco, a prevenção primária e secundária das doenças circulatórias e a melhoria das condições socioeconômicas da população podem levar a uma queda da mortalidade. Além disso, os procedimentos de alta tecnologia (angioplastias), maior 3 número de equipamentos nos hospitais para o diagnóstico mais preciso (tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética) e atendimentos mais rápidos também ajudam a reduzir a mortalidade12. Ainda é grande a desinformação em nosso país sobre o AVC, o tratamento e a profilaxia13, razão pela qual fica patente a necessidade de esclarecimento da população à respeito do controle dos fatores de risco que influenciam no desencadeamento da patologia14 e os determinantes sociais do país, considerando que essa doença mata duas vezes mais as pessoas com baixos indicadores sócio-econômicos5. O AVC aparece como a principal causa de incapacidade funcional, visto que 20% dos sobreviventes necessitam de cuidados institucionais após 3 meses e 15-30% tornam-se permanentemente incapacitados15. Além de ser uma importante causa de óbitos com elevada proporção de mortes prematuras, muitos pacientes com AVC ficam incapacitados e apresentam déficits motores, cognitivos e funcionais16. Este evento causa mudança no estilo de vida tanto das pessoas acometidas, necessitando de ajuda para realização das atividades da vida cotidiana e demandando maior suporte familiar e de outros cuidadores e uso do Sistema de Saúde e de outras instituições sociais 15-17. No que diz respeito ao quadro clínico, o comprometimento mais prevalente nos pacientes é a hemiplegia/hemiparesia contralateral à lesão cerebral, podendo acometer, isoladamente ou de forma combinada, os membros superiores, membros inferiores e a face. Além disso, a perda do tônus muscular normal do lado corporal afetado (hipertonia/espasticidade ou hipotonia/flacidez), não permite ao paciente realizar movimentos controlados normais18-20. Porém, pacientes que apresentam graus de espasticidade de moderada a grave podem usar essa desordem ao seu favor, pois em vários casos a hipertonia ajuda no posicionamento do segmento bem como nas transferências. Por exemplo, a espasticidade dos extensores de quadril e joelho auxilia em ficar de pé, transferir-se e andar21. Outros comprometimentos são a perda da sensibilidade superficial e profunda e comprometimentos mais complexos de percepção, como distúrbios de esquema ou imagem corporal, estereognosia e negligência unilateral, déficits de memória, atenção, concentração, orientação, hemianopsia, afasia, disartria e disfagia. Além disso, o paciente pode tornar-se 4 deprimido, ansioso ou sofrer alterações de humor ao aprender a lidar com a sua nova condição física19,20. As sequelas provocadas pelo AVC implicam em algum grau de dependência funcional, principalmente no primeiro ano, com cerca de 30 a 40% dos sobreviventes impedidos de voltarem ao trabalho e requerendo algum tipo de auxílio no desempenho de atividades cotidianas22, visto que há limitação dos movimentos efetivos e redução dos níveis de atividade e participação do indivíduo na comunidade 23. Dessa forma, essa patologia não causa apenas impacto nas funções neurológicas, mas também gera dependência nas atividades da vida diária (AVDs) desses pacientes e afetam suas relações interpessoais24. O fisioterapeuta faz parte da equipe multidisciplinar e sua atuação visa a prevenção e/ou redução das complicações neuromusculares por meio de exercícios passivos, posicionamento, exercícios de fortalecimento e mobilização 25. No que diz respeito ao posicionamento, os fisioterapeutas acreditam que o objetivo deste é modular o tônus muscular. Pensa-se que as estratégias de posicionamento para modular o tônus são eficazes apenas se os pacientes são posicionados de forma consistente e que a presença de reforço positivo contínuo pode ser importante para melhorar a neuroplasticidade26. No geral, esses profissionais usam predominantemente atividades funcionais para a reabilitação dos pacientes e as intervenções são baseadas em evidências de pesquisas e avaliação individualizada 27. O tratamento pode ser extremamente oneroso para os pacientes, a família e a sociedade. A reabilitação pode ser um processo difícil, e embora alguns pacientes consigam readquirir certa independência ao longo da evolução clínica, existem dúvidas da eficácia de tratamentos convencionais em recuperar todo o potencial de regeneração do sistema nervoso central 28. A recuperação da habilidade motora, necessária à reinserção do indivíduo nas suas atividades, depende fortemente dos estímulos proporcionados ao indivíduo acometido de AVC desde a fase inicial, e o tratamento deve ser dirigido à funcionalidade 29. 5 1.1. Justificativa Nos dias de hoje, com a alta incidência de pessoas acometidas pelo AVC, devido a negligência no controle dos fatores de risco por parte da população, vê-se uma grande necessidade de implementar políticas de caráter educacional que levem à comunidade em geral informações sobre a doença, as suas formas de cuidado e como preveni-la. Estudos têm mostrado que alguns profissionais se preocupam com as sequelas motoras e comprometimento funcional dos pacientes com AVC, mas poucos têm buscado novas formas de aumentar as chances de prevenção, de um diagnóstico precoce, bem como, de auxiliar no processo de reabilitação, havendo, portanto, uma escassez, a nível nacional, desse tipo de trabalho. As cartilhas são métodos educativos e lúdicos que os profissionais usam para transmitir as orientações sugeridas aos seus pacientes que estão em tratamento fisioterapêutico ambulatorial ou que receberam alta do mesmo. O seu uso é necessário para instruir tanto os pacientes quanto os cuidadores e familiares na realização de tarefas em ambiente domiciliar. O conteúdo pode variar desde informações sobre a doença, como preveni-la, fatores de risco associados, até orientações sobre posicionamentos corretos dos membros, por exemplo. Os profissionais de saúde geralmente utilizam cartilhas para elucidar diversas patologias, porém há poucos relatos de seu uso em pesquisas científicas, o que indica a necessidade de estudos que avaliem a sua importância. Apesar de haverem diversos programas que envolvam intervenção educativa em muitas áreas diferentes, para diversos tipos de patologia, há poucos estudos que são voltados para o AVC. A maioria deles é voltada para a prevenção do AVC na instrução sobre os seus fatores de risco e seus primeiros sintomas de aviso, outros na prevenção de um segundo AVC. Assim, o presente estudo poderá possibilitar avanços na compreensão do AVC e de suas repercussões na vida das pessoas afetadas por ele. 6 1.2. Objetivos 1.2.1. Objetivo geral Avaliar o grau de conhecimento de pacientes sobre o Acidente Vascular Cerebral e a necessidade do uso de cartilha educativa para orientação fisioterapêutica. 1.2.2. Objetivos específicos - Verificar a prevalência de casos de AVC quanto às características sócio-demográficas e clínicas. - Avaliar a frequência de respostas positivas quanto ao conhecimento do conceito AVC, tipos, sinais e sintomas e complicações. - Determinar a frequência de pacientes que conheciam e que praticaram orientações educativas motoras e funcionais (posicionamento, transferências e alongamento) ao longo da evolução clínica. 7 2. MATERIAIS E MÉTODOS 8 2.1. Tipo de pesquisa Foi realizado um estudo observacional analítico do tipo transversal. 2.2. Local e participantes A pesquisa contou com a participação de 53 pacientes crônicos de AVC e foi realizada no ambulatório do Setor de Fisioterapia do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2.3. Critérios de inclusão Pacientes com diagnóstico de AVC unilateral e não recorrente, de ambos os sexos e de diferentes idades, com tempo de lesão superior a 6 meses. 2.4. Critérios de exclusão Pacientes com história pregressa ou atual de transtornos psiquiátricos e psicóticos, distúrbios de consciência, afasia, demência, patologias ou co-morbidades que acarretassem sequelas funcionais graves. 2.5. Procedimentos A participação dos pacientes foi de caráter voluntário, sem fins lucrativos, onde os mesmos foram informados quanto aos procedimentos da pesquisa e, em seguida, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecidos (Apêndice 1). Inicialmente a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, por meio do parecer nº 193/2006. Por ocasião da publicação dos resultados da pesquisa, assegurou-se o anonimato, o respeito pela dignidade humana, e todos os requisitos da bioética de acordo com a Resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde. 2.6. Instrumentos Para a coleta dos dados foram aplicados os seguintes instrumentos: 9 a) Avaliação sociodemográfica e clínica: Utilização de um questionário para o levantamento dos casos de AVC, caracterizando-os quanto aos fatores demográficos (sexo, idade, escolaridade) e clínicos (tipo de AVC, hemisfério cerebral afetado, tempo de lesão, fatores de risco) (Apêndice 2). b) Avaliação neurológica: Utilização da National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS), composta por 11 domínios (nível de consciência, movimentos oculares, campo visual, movimentos faciais, função motora do membro superior e do membro inferior, ataxia de membros, sensibilidade, linguagem, disartria, negligência espacial), sendo pontuados com escores que variam de 0 a 4. Com a soma da pontuação de cada ítem é obtido um escore total, e quanto maior for o seu valor, maior é o comprometimento neurológico. Considera-se que escores de 0 a 6 indicam um comprometimento neurológico leve, de 7 a 16, comprometimento moderado e escores de 17 a 30, comprometimento neurológico grave 30 (Anexo 1). c) Avaliação funcional: Para verificar o grau de independência funcional dos pacientes abrangendo itens como autocuidados, controle de esfíncteres, mobilidade e locomoção, foi utilizada a Escala de Rankin Modificada. Esta é uma escala ordinal hierárquica que descreve os graus de deficiência de 0 "sem sintomas" a 5 "deficiência grave; acamado, incontinente e necessitando de cuidados de enfermagem e atenção constante. O item 6 caracteriza a morte do indivíduo31 (Anexo 2). d) Questionário de conhecimento da patologia: Houve aplicação de um questionário composto por questões relacionadas ao conceito (significado da sigla e outros nomes adotados), tipos de AVC, os principais sinais e sintomas (apresentando sintomas que não faziam parte do quadro clínico típico do AVC tais como tontura, dor no peito, febre e tosse para avaliar o conhecimento dos pacientes) e as possíveis complicações (apresentando problemas cardíacos e aumento de peso que também não faziam parte das complicações) que o indivíduo pode apresentar ao ser vítima da patologia. O entrevistador leu as questões de maneira clara e audível e a cada questão solicitou o participante a responder “sim” ou “não”. No caso em que a resposta foi “sim”, o 10 participante teve que desenvolver uma definição referente à pergunta. Quando a resposta era “sim”, porém não havia desenvolvimento coerente à pergunta, o entrevistador marcava “não” e a resposta do participante era desconsiderada. (Apêndice 3). e) Cartilha educativa: Foi utilizada uma cartilha com ilustrações coloridas de um personagem representando um paciente de AVC. A mesma foi elaborada por cartunista profissional e apresentada previamente a um grupo de pesquisadores, membros da equipe participantes da pesquisa em questão. Os pacientes tiveram o primeiro contato com a cartilha no momento da entrevista. Eles foram orientados a observar cada desenho e posteriormente questionados se conheciam e se praticavam as orientações relacionadas com posicionamento, alongamento e transferências, conforme as figuras abaixo. 11 Posicionamento 1-Travesseiro no braço afetado / deitado? 2-Travesseiro no braço afetado / sentado? 3-Travesseiro na perna / deitado? 4-Deitar-se de frente? 5-Deitar-se do lado afetado do corpo? 6-Deitar-se do lado não afetado do corpo? Conhece Sim Não Pratica Sim Não ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) 12 Alongamento 7-Alongamento nos braços? 8-Alongamento nas pernas? Conhece Sim Não Pratica Sim Não ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 13 Transferências 9-Transferência cama/cadeira com ajuda, do mesmo jeito da cartilha? 10-Transferência cama/cadeira sem ajuda, do mesmo jeito da cartilha? Conhece Sim Não Pratica Sim Não ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 14 2.7. Análise Estatística A análise dos dados foi realizada através do programa SPSS 17.0 (Statistical Package for the Social Science), com nível de significância de 5%. Inicialmente foi realizada a estatística descritiva a fim de caracterizar a amostra quanto às características sócio-demográficas e clínicas. Foi utilizado o teste Qui-quadrado (com correção de Fisher) para verificar diferenças na frequência absoluta e percentual das variáveis de interesse do estudo. 15 3. RESULTADOS 16 A amostra foi composta por 53 pacientes de AVC. A Tabela 1 apresenta as frequências absoluta e percentual dos pacientes avaliados de acordo com o sexo, a idade, a escolaridade, o tempo de lesão, o lado afetado e o grau neurológico. Pela análise realizada não foi encontrada diferença significativa na frequência de indivíduos do sexo feminino e masculino e idade, enquanto que a variável escolaridade apresentou diferença significativa (p= 0,0001) (Tabela 1). A média de idade foi de 56,2±10,9 anos. A média de escolaridade verificada foi de 7,2±4,6 anos. Das variáveis clínicas tempo de lesão e lado afetado, ambas não apresentaram diferença significativa, somente o grau neurológico (p= 0,0001) (Tabela 1). 17 Tabela 1- Distribuição das frequências absoluta e percentual dos casos de AVC de acordo com as variáveis sócio-demográficas e clínicas. Variáveis Sexo Feminino Masculino Idade > 60 anos ≤ 60 anos Escolaridade Analfabetos Alfabetizados Tempo de lesão > 12 meses ≤ 12 meses Lado afetado Direito Esquerdo Grau neurológico Leve Grave n % 22 31 41,5 58,5 p 0,336 0,999 35 18 66,0 34,0 0,0001 4 49 7,5 92,5 1,000 6 47 11,3 88,7 0,680 28 25 52,8 47,2 0,0001 47 6 88,6 11,4 Em relação ao grau de conhecimento dos pacientes sobre a patologia, houve diferença significativa para os itens relacionados aos sinais e sintomas e as complicações que podem ocorrer após um AVC (exceto feridas no corpo). A maioria dos pacientes afirmou não ter conhecimento da patologia (Tabela 2). 18 Tabela 2- Distribuição da frequência absoluta dos pacientes em relação ao grau de conhecimento da patologia. n Não Sim p 53 28 25 0,680 53 20 33 0,074 Tontura 53 9 44 0,001 Dor de cabeça forte 53 9 44 0,001 Dor no peito 53 37 16 0,004 Febre 53 42 11 0,001 Perda da fala 53 3 50 0,001 Fraqueza num lado do corpo 53 2 51 0,001 Tosse 53 39 14 0,001 Você sabe quais são os tipos de 53 29 24 0,484 Feridas no corpo 52 32 20 0,096 Dor no ombro 52 13 39 0,001 Problemas cardíacos 52 15 37 0,002 Problemas respiratórios 52 17 35 0,013 Problemas circulatórios 52 7 45 0,001 Aumento de peso 52 15 37 0,002 Deformidades nas mãos e nos pés 52 7 45 0,001 Você sabe o que significa a sigla AVC ? Você sabe quais os primeiros sinais e sintomas que ocorrem no AVC? Quais sintomas fazem parte do AVC? AVC? Quais complicações podem ocorrer após um AVC? 19 Na aplicação da cartilha, as figuras eram apresentadas aos pacientes e os mesmos eram questionados se eles conheciam os itens e se praticaram do modo exposto na cartilha. Foi encontrada diferença significativa para todos os itens de posicionamento e alongamento, sendo que em posicionamento a maior frequência foi de que os pacientes não conheciam e nem praticaram (p= 0,0001) e em alongamento a maior frequência foi de que os pacientes conheciam e praticaram (Tabela 3). Tabela 3- Distribuição da frequência absoluta dos pacientes em relação ao conhecimento das orientações da cartilha para posicionamento e alongamento. Não conhece e pratica Conhece e não pratica Conhece e pratica p braço Não conhece e não pratica 33 3 7 19 0,0001 braço 38 0 10 7 0,0001 perna/ 34 0 8 13 0,0001 Deitar-se de frente 25 1 10 19 0,0001 Deitar-se do lado afetado 34 0 11 10 0,0001 30 1 8 16 0,0001 Alongamento nos braços 8 1 12 34 0,001 Alongamento nas pernas 8 1 11 35 0,0001 Travesseiro no afetado/ deitado Travesseiro no afetado/ sentado Travesseiro na deitado do corpo Deitar-se do lado não afetado do corpo Em relação às transferências, também houve diferença significativa entre as respostas e a maior frequência foi de que os pacientes não conheciam e nem praticaram as atividades (p= 0,0001) (Tabela 4). 20 Tabela 4- Distribuição da frequência absoluta dos pacientes em relação ao conhecimento das orientações da cartilha para transferências. Transferência cama/ Não conhece e não pratica 38 Não conhece e pratica Conhece e não pratica Conhece e pratica p 0 12 5 0,0001 38 1 9 7 0,0001 cadeira com ajuda, do mesmo jeito da cartilha Transferência cama/ cadeira sem ajuda, do mesmo jeito da cartilha 21 4. DISCUSSÃO 22 No estudo verificou-se que a escolaridade foi a única variável sócio-demográfica que apresentou diferença significativa. Achados na literatura revelam que o Brasil é um dos países em desenvolvimento que apresenta mortalidade por AVC sem distinção por sexo, sua incidência aumenta acentuadamente com o avanço da idade, população de baixo nível socioeconômico e nível de escolaridade deficiente6. No que diz respeito ao conhecimento da patologia, apesar da maioria dos pacientes afirmar não saber o significado da sigla AVC, quais os sinais e sintomas e quais os tipos, foi observado que muitas vezes as respostas dos que diziam conhecer a doença não estavam de acordo com a terminologia correta. Os pacientes sabiam explicar sobre a doença, mas desconheciam as nomenclaturas, atribuindo outros nomes tanto para o significado da sigla quanto para os tipos. O termo AVC, que significa Acidente Vascular Cerebral, é a terminologia mais empregada e difundida no meio médico, muito bem aceita e de fácil entendimento 32. Além dessa, existem várias outras terminologias para expressá-la, o que reforça a necessidade de iniciativas nacionais para diminuir a confusão da população, chegando a um consenso de um nome e aumentando a sensibilização dos profissionais de saúde, da população em geral e da mídia13. Há um dilema entre os pesquisadores com o uso do nome que se refere a essa patologia. Vários defendem o uso da nomenclatura Acidente Vascular Encefálico para representar a doença, devido as bases neurológicas envolvidas no acometimento e comprometimento do sistema nervoso central, mas como o termo “Cerebral” está bem estabelecido, é importante que este se mantenha e sua citação se torne unânime nos trabalhos científicos. Em relação aos tipos de AVC, é diferenciado em isquêmico, quando é interrupção do fluxo por obstrução do lúmen vascular, e hemorrágico, que há ruptura vascular como consequente extravazamento de sangue no tecido cerebral33. Outros nomes foram atribuídos durante as entrevistas, tais como: “trombose”, “derrame”, “sangramento” e “embolia”. O desconhecimento do significado da sigla AVC também pode decorrer do nível de escolaridade da amostra, uma vez que pessoas com nível mais baixo de escolaridade podem ter menor acesso, entendimento, retenção e interesse à informação. Esse achado corrobora com vários estudos que têm mostrado que grupos de alto risco, como os idosos, aqueles de baixo nível socioeconômico e menor nível 23 educacional, demonstraram conhecimento insuficiente sobre os sinais de alerta de AVC34,35. Apesar de não ter sido investigada a renda, é importante ressaltar que os participantes dessa pesquisa são pacientes da rede pública de saúde, o que na atual conjuntura da atenção à saúde pode estar relacionado a um baixo nível socioeconômico. Consciência e conhecimento da população em geral sobre os fatores de risco e sintomas de alerta de AVC são essenciais para a prevenção e o início do tratamento imediato eficaz do AVC36. Para esse perfil de pacientes, que desconhecem a informação por dificuldade de compreensão, vê-se uma importância ainda maior do uso de cartilha para explanação e visualização do quadro clínico consequente à doença que os acomete. Na coleta dos dados, para respostas relacionadas ao reconhecimento dos sinais e sintomas apresentados quando um indivíduo sofre um AVC, os pacientes responderam de acordo com o quadro clínico apresentado por cada um deles no momento do evento, mas que não souberam identificar precisamente que estavam sendo vítimas do AVC. Das opções oferecidas no questionário de conhecimento da patologia, os pacientes identificaram corretamente os sintomas “dor de cabeça forte”, “perda da fala” e “fraqueza de um lado do corpo” como um quadro clínico apresentado por alguém que esteja tendo um AVC ou que tenha sido vítima de um. Porém, alguns ainda identificaram “tontura”, “dor no peito”, “febre” e “tosse” como sintomas típicos do AVC, mas esses não eram considerados sintomas do AVC. Um estudo relevou que apenas um quarto dos pacientes com AVC souberam interpretar corretamente seus sintomas como a representação da doença, e mesmo quando sabiam o que era, mostraram certa resistência em procurar auxílio médico-hospitalar, pois viam seu quadro clínico como um “mal-estar”35. Kamalesh e colaboradores36 relataram que muitos pacientes ficaram confusos nos estágios iniciais devido à variabilidade na apresentação dos sintomas de AVC, particularmente quando os sintomas foram dor de cabeça, dormência unilateral, tonturas e problemas de visão e fala. A incapacidade de reconhecer os sinais de alerta de AVC e demora na procura de assistência médica para os sintomas reconhecidos contribuem negativamente na recuperação dos indivíduos acometidos37,38. O rápido reconhecimento dos sinais e sintomas do AVC também tem 24 grande relevância, uma vez que pode possibilitar a realização de tratamento adequado e minimizar possíveis sequelas39. A percepção de "ter fatores de risco" para o AVC e o conhecimento destes fatores estão associados com o melhor controle de comorbidades e melhor adesão ao tratamento preventivo após o AVC. O paciente que conhece a doença, seus fatores de risco e a sintomatologia manifestada, pode reagir rapidamente em um episódio de AVC, muitas vezes contribuindo na procura de atendimento médico adequado, sem comprometer o tratamento inicial 35. Todavia, o tratamento do paciente com AVC, além de depender diretamente do reconhecimento dos primeiros sinais e sintomas 40, também precisa da agilidade dos serviços de resgate, da estruturação dos serviços de emergência para a rápida determinação do diagnóstico 41 e da disponibilidade do tratamento trombolítico na rede pública 36,42-44, que deve ser administrado em um tempo dentro de 4,5 horas do início dos sintomas45, porque o benefício do tratamento de reperfusão é dependente do tempo na maioria dos casos. Em relação às complicações que podem ocorrer após um AVC, os entrevistados responderam de acordo com o que os mesmos apresentaram em algum estágio da doença ou que persistiam até o momento. Os itens “feridas no corpo”, “dor no ombro”, “problemas respiratórios”, “problemas circulatórios”, “deformidades nas mãos e nos pés” foram dados como possíveis complicações que podem acometer um indivíduo que sofreu um AVC, enquanto que “problemas cardíacos” e “aumento de peso”, não eram considerados como complicações pós-AVC, usados apenas para testar o conhecimento do paciente. Sobreviventes de AVC passam a ter risco de desenvolver comorbidades que reduzem ainda mais a sua qualidade de vida46. Dentre as complicações que ocorrem em decorrência da patologia, a hemiplegia é a sequela mais frequente, prejudicando a velocidade de execução dos movimentos automáticos, diminuindo a autonomia do indivíduo e gerando incapacidade47. A dor no ombro, fortemente identificada pelo grupo de entrevistados, também é uma consequência comum do AVC48,49. Os pacientes hemiplégicos geralmente têm comprometimento do braço, devido à falta de estabilidade do ombro em virtude dos danos nas estruturas de tecidos moles. Aqueles com paralisia do braço mais grave estão cada vez mais propensos a 25 desenvolver dor no ombro. Há provas recentes que sugerem que os danos nos tecidos moles podem ocorrer durante o cuidado pós-AVC no hospital50. A espasticidade é outro fator subsequente ao AVC, que pode se manifestar como deformidade nas mãos e nos pés, pois o aumento patológico do tônus muscular pode levar a alterações estruturais nas fibras musculares e tecido conjuntivo, o que pode desencadear a redução da amplitude de movimento articular, encurtamento muscular, contraturas, postura anormal, dor 51-53. A maioria não identificou “feridas no corpo” como possível complicação da doença. Porém, a espasticidade afeta o posicionamento e cuidados nas áreas de pressão, resultando em úlceras de pressão 21. Há também evidências que sustentam que a mobilidade, o atrito e a tensão de corte ou cisalhamento, juntamente com uma incapacidade para realizar as atividades de vida diária (AVD) são fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão 54. Dessa forma, observa-se que pacientes espásticos são mais propensos a desenvolver esse tipo de ferimento no corpo. Na aplicação da cartilha, quando os pacientes foram questionados se eles conheciam os itens e se praticavam do mesmo jeito da cartilha, verificou-se diferença significativa para todos os itens de posicionamento e alongamento, sendo que em posicionamento a maior frequência foi de que os pacientes não conheciam e nem praticaram e em alongamento a maior frequência foi de que os pacientes conheciam e praticaram. O posicionamento adequado se refere como o membro ou hemicorpo afetado deve se comportar, de maneira a não prejudicar as funções motoras e prevenir ou minimizar o desenvolvimento de vícios posturais, deformidades ou contraturas. A estabilidade articular e o adequado posicionamento dos pacientes podem reduzir a frequência e a intensidade de dor no ombro, bem como minimizar o risco de subluxação, além de melhorar o resultado funcional 49. O posicionamento adequado de membros e tronco na manutenção da posição em pé, sentado ou deitado é essencial para evitar o agravamento da espasticidade e desenvolvimento de contraturas. Dispositivos como rolos, talas e órteses de punho-mão e tornozelo-pé ajudam na posição correta dos membros, previnem contraturas, fornecem um estiramento prolongado e inibem a excitabilidade neuronal 21. Dessa forma, o fisioterapeuta como membro de equipe profissional, atuante na reabilitação do paciente de AVC, deve 26 orientá-lo a adquirir hábitos posturais adequados para evitar complicações secundárias e melhorar a funcionalidade do membro afetado. Em relação aos alongamentos, os pacientes disseram tanto conhecer quanto praticá-los, pois estes comumente estão inseridos na conduta fisioterapêutica durante o tratamento. O alongamento é uma técnica de tratamento comum usado para reduzir o tônus muscular aumentado e/ ou rigidez articular, bem como para prevenir contraturas após o AVC55. Terapeutas prescrevem frequentemente programas domiciliares que incluem realização de movimento passivo, ativo-assistido, ou ativo da mão como exercícios para manter a elasticidade do tecido musculoesquelético. A literatura sugere que o alongamento pode prevenir contratura articular e encurtamento muscular 56, diminuir espasticidade57, reduzir a rigidez articular e melhorar a função do membro58. Provavelmente, os pacientes estão habituados a realizarem os alongamentos durante o tratamento fisioterapêutico e essa prática quando bem orientada desperta o interesse para realização em ambiente doméstico. Em relação às transferências, também houve diferença significativa entre as respostas e a maior frequência foi de que os pacientes não conheciam e nem praticaram as atividades. As habilidades de transferência envolvem os termos "atividade" e "participação", pois estes descrevem os efeitos da deficiência e da incapacidade, e enfatizam os aspectos positivos da função e interação social. Alguns sobreviventes de AVC são muito deficientes, mas tratados em casa. Há uma série de intervenções que podem ajudar a resolver certos problemas de deficiência nos sobreviventes de AVC. Em geral, os sobreviventes de AVC devem ser encorajados a serem fisicamente ativos e retornarem às atividades habituais, se possível 59. No caso da amostra em questão, a não realização das atividades de transferência pode revelar um descuido do próprio enfermo com sua condição de independência funcional. Alguns estudos mostraram que tanto pacientes quanto cuidadores querem mais educação sobre o AVC, as causas do AVC, sintomas, prevenção e tratamento 60. Os programas educativos devem proporcionar aos pacientes e cuidadores informações sobre a recuperação do AVC como um aspecto importante no cuidado de pacientes com AVC. Educação oferece apoio a pessoas, proporcionando uma compreensão de sua doença e de assistência na tomada de decisões. Além disso, a educação tem um 27 papel importante na prevenção do AVC secundário e facilita o sucesso no próprio manejo. A falta de educação para pacientes e cuidadores pode levar a episódios de ansiedade, medo, mau estado de saúde e depressão 61. Eles identificaram necessidades educacionais focadas em mudanças funcionais, assistência física, movimentação e exercícios62,63. Por meio da educação e treinamento de cuidadores em atividades práticas com pacientes, observou-se uma redução no risco de depressão, melhoria da qualidade de vida em ambos e reduziu a carga de cuidadores 64. O AVC já é um problema de saúde pública, que poderá se agravar se não houver uma continuidade na melhoria das condições socioeconômicas, educativas, qualidade do atendimento hospitalar, controle primário e secundário dos fatores de risco 12. Apesar das diversas terapias para essa patologia, a prevenção eficaz continua a ser o melhor tratamento para reduzir a carga do AVC. A prevenção primária é particularmente importante porque 70% dos Acidentes Vasculares Cerebrais são primeiros eventos 15. No Brasil, recentemente, a Academia Brasileira de Neurologia, a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, a Rede Brasil AVC e a Associação Brasil AVC se uniram e promoveram campanhas de alerta para a população em todo o país. O tema “Um em Cada Seis” foi escolhido para destacar o fato de que, atualmente, uma em cada seis pessoas no mundo inteiro terá um AVC durante sua vida. A campanha mantém esse tema desde 2010, porém neste ano foi lançado o slogan "AVC... eu me importo". Além focar nos fatores de risco, sinais de alerta e a urgência do tratamento do AVC, a campanha enfatizou a importância do cuidado pós-AVC, da família, dos cuidadores e das associações de suporte aos pacientes. A campanha envolveu profissionais da saúde, pacientes e gestores de saúde em todo o Brasil, incluindo a importante participação do Ministério da Saúde. Na cidade de Natal, o PRODIAVC – Programa de Diagnóstico e Intervenção no Acidente Vascular Cerebral, um projeto da UFRN, pelo terceiro ano consecutivo promoveu, organizou e participou ativamente dessa campanha. Este estudo faz parte do PRODIAVC, um projeto multicêntrico, e foi elaborado com o propósito de ampliar os conhecimentos acerca da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes que sofreram AVC. 28 5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 29 Diante dos dados apresentados, observou-se que os pacientes com AVC crônico, não tinham conhecimento satisfatório sobre a terminologia, sinais de alerta e complicações do AVC, não tinham conhecimento e não realizavam o posicionamento adequado do membro e as transferências, porém, tinham conhecimento e realizavam as manobras de alongamento. A partir disso, vê-se a grande necessidade de implementar políticas públicas que levem à população informações sobre o AVC. Aos sobreviventes, orientações sobre posicionamento, realização de alongamentos e transferência são evidentes na reeducação funcional e preservação do quadro clínico subsequente ao tratamento fisioterapêutico ambulatorial. A falta de consciência pública sobre sinais de alerta de AVC e fatores de risco devem ser tratados como uma importante contribuição para a redução da mortalidade e morbidade por AVC. Assim, torna-se necessária a conscientização dos profissionais da área de saúde para elaboração de trabalhos científicos e implementação de programas desenvolvidos pelo governo visando a melhoria da qualidade de vida da população. 30 6. REFERÊNCIAS 31 1. Rafii MS, Hillis AE. Compendium of cerebrovascular diseases. Int Rev Psychiatry 2006; 18(5):395-407. 2. World Health Organization. WHO STEPS Stroke Manual: The WHO STEPwise approach to stroke surveillance. Geneva, 2006. 3. Ingall T. Stroke incidence, mortality, morbility and risk. J Insur Med 2004; 36(2):14352. 4. Pires SL, Gagliardi RJ, Gorzoni ML. Estudo das frequências dos principais fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral em idosos. Arq Neuropsiquiatr 2004; 62(3B):844-51. 5. Lotufo PA. Stroke in Brazil: a neglected disease. 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Nível de consciência – Solicitar para o paciente fechar e abrir os olhos e fechar e abrir a mão nãoparética 2. Olhar – Solicitar movimentos dos olhos para a direita e para a esquerda 3. Visual – Solicitar a contagem dos dedos nos quadrantes superiores e inferiores (direito e esquerdo) avaliando cada olho independentemente 4. Paralisia facial – Solicitar para o Definição de pontuação Pontos 0 = alerta, responde com vivacidade 1 = não está alerta, mas desperta com estímulo menor, obedecendo e respondendo 2 = torporoso, requer estimulação repetida ou dolorosa para responder aos comandos 3 = responde apenas com reflexos motores ou autonômicos, ou totalmente irresponsivo, flácido e arreflexo 0 = responde ambas questões corretamente 1 = responde uma questão corretamente 2 = nenhuma questão é respondida corretamente 0 = executa ambas as tarefas corretamente 1= executa somente uma tarefa corretamente 2 = nenhuma tarefa é executada corretamente 0 = normal 1 = paralisia ocular parcial.O movimento ocular é anormal em um ou ambos os olhos, mas não estão presentes desvio forçado do olhar ou paresia total do movimento ocular 2 = desvio forçado ou paresia ocular total não sobrepujada pela manobra oculocefálica 0 = sem perda visual 1 = hemianopsia parcial 2 = hemianopsia total 3 = hemianopsia bilateral (cegueira, incluindo a cegueira cortical) 0 = movimento simétrico normal paciente mostrar os dentes ou 1 = paralisia leve (sulco nasolabial levantar as sobrancelhas e fechar os apagado e assimetria do sorriso) olhos 2 = paralisia parcial (total ou quase total da face inferior) 3 = paralisia completa de um ou ambos os lados (ausência de movimento facial superior e inferior) 5. Motricidade dos MMSS – Solicitar 0 = sem queda, o membro mantém os para o paciente manter o braço em 900 ou 450 graus durante 10 segundos flexão a 45º na posição supina 1 = queda, o membro mantém os 90 0 durante 10 segundos, ou 900 se ou 450, cai antes dos 10 segundos, sentado, iniciando com o membro mas não atinge a cama ou outro não afetado suporte 2 = algum esforço contra a gravidade, 5 a. Braço esquerdo o membro não atinge ou não consegue 5 b. Braço direito manter os 900 ou 450, cai até a cama mas existe algum esforço contra a gravidade 3 = sem esforço contra a gravidade; o membro cai 4 = sem movimento 9 = amputação, fusão articular: ______________ 6. Motricidade dos MMII – Solicitar 0 = sem queda, o membro mantém os para o paciente manter a perna em 300 graus durante 5 segundos flexão a 30º na posição supina 1 = queda, o membro cai antes dos 5 durante 5 segundos, iniciando com o segundos, mas não atinge a cama membro não afetado 2 = algum esforço contra a gravidade, o membro cai na cama em 5 segundos, 6 a. Perna esquerda mas existe algum esforço contra a 6 b. Perna direita gravidade 3 = sem esforço contra a gravidade; o membro cai imediatamente 4 = sem movimento 9 = amputação, fusão articular: ______________ 7. Ataxia de membros – Realizar as 0 = ausente provas índice-nariz e calcanhar- 1 = presente em um membro joelho 2 = presente em dois membros Ataxia no: MSD = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9) MSE = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9) MID = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9) MIE = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9) 8. Sensibilidade – Realizar 0 = normal, sem perda de sensibilidade estimulação dolorosa com alfinete 1 = perda de sensibilidade, de leve a na região proximal do braço, perna, moderada, o paciente sente que é a tronco e face 9. Linguagem – Solicitar ao paciente para identificar um grupo de figuras e ler um conjunto de sentenças (no mínimo 3) 10. Disartria – Solicitar para o paciente ler uma lista de palavras 11. Extinção e inatenção (prévia negligência) – Solicitar para o fincada é menos aguda ou é romba no lado afetado, ou existe uma perda da dor superficial com a fincada, mas o paciente está ciente de que esta sendo tocado 2 = perda severa ou total da sensibilidade; o paciente não está ciente de ter sido tocado na face ou membros 0 = sem afasia, normal 1 = afasia leve a moderada, alguma perda óbvia da fluência ou da facilidade de compreensão, sem limitação significativa nas idéias expressadas ou na forma de expressão. A redução da linguagem e/ou compreensão, entretanto, torna a conversação sobre o material apresentado difícil ou impossível. O examinador pode identificar no material apresentado figuras ou nomeações a partir das respostas do paciente 2 = afasia severa; toda comunicação é através de expressão fragmentada; há grande necessidade de inferência, questionamento e adivinhação pelo examinador. A variedade de informação que pode ser trocada é limitada; o examinador carrega o fardo da comunicação. O examinador não consegue identificar os materiais apresentados a partir das respostas do paciente. 3 = mudez, afasia global; sem linguagem aproveitável ou compreensão auditiva. 0 = normal 1 = leve a moderada, o paciente arrasta pelo menos algumas palavras e, na pior situação, pode ser entendido com alguma dificuldade. 2 = severa; a fala do paciente é tão arrastada que torna-se ininteligível, na ausência ou desproporcional à qualquer disfasia, ou o paciente é mudo/anártrico. 9 = intubado ou com outra barreira física. Explique: _______________________________ 0 = sem anormalidade 1 = inatenção ou extinção visual, tátil, paciente descrever o que está acontecendo na figura apresentada numa folha de papel, do lado direito e esquerdo (compensar com a cabeça qualquer perda visual). Se não conseguir, o paciente deverá reconhecer uma estimulação tátil simultânea e bilateral, com os olhos fechados auditiva, espacial ou pessoal à estimulação simultânea bilateral em uma das modalidades de sensibilidade. 2 = hemi-inatenção profunda ou heminatenção à mais que uma modalidade. Não reconhece sua própria mão ou orienta-se somente a um lado do espaço. Item 9 – GRUPO DE FIGURAS: Item 9 - LISTA DE FRASES: VOCÊ SABE COMO COM OS PÉS NO CHÃO EU CHEGUEI EM CASA DO TRABALHO PERTO DA MESA DA SALA DE JANTAR ELES O OUVIRAM FALAR NO RÁDIO NA NOITE PASSADA Item 10 - LISTA DE PALAVRAS: MAMÃE TIP-TOP FOTO-FATO TANQUE RICO BERRO TRISTE PROBLEMA Item 11 – FIGURA: ANEXO 2 - ESCALA DE RANKIN MODIFICADA Nome: ________________________________________________________________ Examinador:____________________________ Data: ____/_____/____ CLASSIFICAÇÃO 0. Sem nenhum sintoma 1. Sem incapacidade significativa apesar dos sintomas 2. Pequena incapacidade 3. Moderada capacidade 4. Moderada incapacidade 5. Grave incapacidade Pode fazer todas as atividades habituais Incapaz de fazer todas as atividades habituais prévias, mas capaz de se cuidar sem ajuda. Necessita de alguma ajuda, mas anda sozinho. Incapaz de andar sozinho e de realizar higiene corporal sem ajuda. Acamado, incontinente e necessita de constantes cuidados da enfermagem. 6. Morte 9. Desconhecido Os pacientes agrupados como escore 0 e 1 são classificados como independentes, não tiveram nenhuma sequela ou estas foram consideradas mínimas; os classificados como 2 e 3 são os que possuem alguma sequela, porém por meio de adaptações conseguem fazer as atividades prévias e andam sem ajuda. Os pacientes classificados como 4 e 5 não conseguem andar sem ajuda e podem estar limitados à cama, com necessidade de cuidador 24 horas. O óbito é classificado como 6. PONTUAÇÃO: _____________________________________ APÊNCIDES APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO APRESENTAÇÃO: Este termo de consentimento pode apresentar palavras ou frases não conhecidas para o Senhor(a). Caso isso aconteça, por favor, nos diga para que possamos esclarecer melhor. Nós estamos solicitando o seu consentimento ou de algum membro de sua família para desenvolvermos uma pesquisa. TÍTULO DA PESQUISA: Grau de conhecimento de pacientes sobre o acidente vascular cerebral e a necessidade do uso de cartilha educativa para orientação fisioterapêutica. OBJETIVOS: Avaliar o grau de conhecimento de pacientes sobre o Acidente Vascular Cerebral e a necessidade do uso de cartilha educativa para orientação fisioterapêutica. PROCEDIMENTOS: Todos os participantes serão avaliados através do preenchimento de questionários, observando-se os aspectos sócio-demográficos, clínicos, graus neurológico e funcional, conhecimento da patologia e apresentação de cartilha educativa. RISCOS E BENEFÍCIOS: A pesquisa trará um grande benefício para os pacientes pósAVC e profissionais da área de saúde, quanto à elaboração do prognóstico e plano de tratamento, buscando uma recuperação mais rápida e melhor. Os riscos serão mínimos, visto que a coleta será feita por meio de aplicação de questionários, podendo provocar apenas irritação por ter que responder a muitas perguntas, ou frustração de não conseguir responder alguns questionamentos. Os participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano não previsto aqui e resultante de sua participação, terão direito à assistência integral e à indenização. RESSARCIMENTO: Não será feito nenhum pagamento para participar da pesquisa. A participação será de livre e espontânea vontade, no entanto, caso haja algum custo financeiro adicional será feito o ressarcimento. Qualquer um pode desistir em qualquer momento de participar da pesquisa sem nenhuma penalidade. CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Os resultados da pesquisa serão divulgados sem a identificação e os protocolos serão arquivados por 5 anos no Departamento de Fisioterapia da UFRN, de acordo com as exigências da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata sobre a bioética. Em caso de dúvidas favor entrar em contato com Tania Fernandes Campos: Departamento de Fisioterapia, UFRN, Av. Senador Salgado Filho, 3000, CEP: 59078970. Fone: 3642-1255; e-mail: [email protected] ou com Débora Carvalho de Oliveira: Av. Interventor Mário Câmara, 2459A, CEP: 59070-600. Fone: 9101-4965; email: [email protected]. COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA: Praça do Campus, Campus Universitário, CP 1666- Natal/RN. CEP: 59078-970 tel. 32153135; email: [email protected] Eu __________________________________________________ declaro estar ciente e informado(a) sobre os procedimentos de realização da pesquisa, conforme explicitados acima, e aceito participar voluntariamente da mesma. ______________________________________________________ Assinatura do participante Polegar Direito ______________________________________________________ Assinatura do pesquisador APÊNDICE 2 - FICHA DE AVALIAÇÃO CLÍNICA 1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Nome: ___________________________________________________________ Idade: _________ Data de Nascimento:___________ Sexo : F ( ) M ( ) Endereço: ________________________________________________________ Tel.:______________ Grau de Instrução: _______________________________ Data de Avaliação: _____________ 2. DADOS CLÍNICOS Exames:_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Localização da lesão: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Tipo patológico: Trombose ( ) Embolia ( ) Hemorragia ( ) Inespecífico ( ) Fatores de risco presentes: Hipertensão ( ) Tabagismo ( ) Diabetes Mellitus ( ) Obesidade ( ) Doença cardíaca ( ) Outros ( ) ________________________ Tempo de sequela: ______________________________________________________ Antecedentes Pessoais: __________________________________________________ Antecedentes Familiares: _________________________________________________ Avaliador: __________________________________ APÊNDICE 3 - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONHECIMENTO DA PATOLOGIA Nome: ________________________________________________________________ Examinador:________________________________ Data: ____/_____/____ AVALIAÇÃO 1) Você sabe o que significa a sigla AVC ? Quais os outros nomes usados para chamar essa doença? ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2) Você sabe quais os primeiros sinais e sintomas que ocorrem no AVC? Quais são? ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3) Diga quais desses sintomas fazem parte do AVC Tontura Dor de cabeça forte Dor no peito Febre Perda da fala Fraqueza num lado do corpo Tosse Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) 4) Você sabe quais são os tipos de AVC? Fale um pouco deles. ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 5) Você sabe quais são as complicações que essa doença pode trazer? Quais? ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 6) Diga quais dessas complicações pode ocorrer em uma pessoa após um AVC Feridas no corpo Dor no ombro Problemas cardíacos Problemas respiratórios Problemas circulatórios Aumento de peso Deformidades nas mãos e nos pés Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( ) Paciente: SIM ( ) NÃO ( )