UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREVALÊNCIA DO SOBREPESO E OBESIDADE E NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE EM CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS DE IDADE RICARDO DA SILVA BORGES Orientadora: Édina Matilde Linassi Coelho Fisioterapia: 2011 DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA – DC Vida Rua do Comércio, 3000 – Bairro Universitário Caixa Postal 560 Fone: (55) 3332-0200 – Fax: (55) 3332-9100 www.unijui.edu.br CEP 98700-000 Ijuí – RS Brasil RICARDO DA SILVA BORGES PREVALÊNCIA DO SOBREPESO E OBESIDADE E NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE EM CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS DE IDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Fisioterapia, do Departamento de Ciências da Vida da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Fisioterapeuta. Orientadora: Édina Matilde Linassi Coelho Ijuí (RS) 2011 1 PREVALÊNCIA DO SOBREPESO E OBESIDADE E NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE EM CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS DE IDADE PREVALENCE OF OVERWEIGHT AND OBESITY AND LEVEL OF FLEXIBILITY IN CHILDREN FROM 7 TO 9 YEARS OLD Ricardo da Silva Borges1, Édina Matilde Linassi Coelho2 RESUMO OBJETIVO: avaliar prevalência do sobrepeso e obesidade e flexibilidade em crianças de 7 a 9 anos. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal descritivoanalítico com 33 crianças numa escola do município de Ijuí/RS com idade de 7 a 9 anos de idade no ano 2011. O sobrepeso e obesidade foram classificados conforme o Índice de Massa Corporal adequado para idade e gênero. A flexibilidade foi avaliada pelo Teste Sentar e Alcançar com uso do Banco de Wells também classificada de conforme idade e gênero. RESULTADOS: Verificou-se na amostra geral prevalência de sobrepeso: 5 (15,2%), obesidade: 8 (24,2%). Na classificação por gêneros a prevalência de sobrepeso: masculino 4 (21,1%), feminino 1 (7,1%); obesidade: masculino 4 (21,1%), feminino 4 (28,6%). Avaliando a flexibilidade o estudo apresentou resultados onde a maioria das crianças alcançou o nível razoável 10 (30,3%), bom 7 (21,2%) e muito bom 6 (18,2%) para as respectivas faixas etárias e gêneros. A média alcançada no teste da flexibilidade em centímetros da amostra geral foi de (25,51cm), masculino (24,42 cm) e feminino (26,6 cm). A relação entre as classificações do IMC com os resultados alcançados no teste sentar e alcançar, não houve resultados com consideráveis alterações entre as classes avaliadas. CONCLUSÃO: Os resultados encontrados mostram que a prevalência de sobrepeso e obesidade existe nas crianças avaliadas e seus níveis de flexibilidade grande maioria da amostra atingiu resultados consideravelmente bons os o que nos mostra que o peso corporal não interferiu na avaliação da flexibilidade. Palavras chaves: criança, IMC, sobrepeso, obesidade e flexibilidade. ABSTRACT OBJECTIVE: To evaluate the prevalence of overweight and obesity and flexibility in children 7-9 years. METHOD: This is a cross-sectional descriptive and analytical study of 33 children in a school in the municipality of Ijuí / RS aged 7 to 9 years old in 2011. Overweight and obesity were classified according to body mass index for age and gender appropriate. Flexibility was assessed by the sit and reach test using the Bank of Wells also classified according to age and gender. RESULTS: It was noted in the overall population prevalence of overweight: 5 (15.2%), obesity, 8 (24.2%). In the classification by the prevalence of overweight genders: male 4 (21.1%), one 1 Acadêmico do Curso de Graduação em Fisioterapia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ. 2 Fisioterapeuta, Docente do Curso de Fisioterapia da UNIJUÍ. Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso. 2 female (7.1%), obesity: four males (21.1%), four women (28.6%). Assessing the flexibility to study results presented where the majority of children reached a reasonable level 10 (30.3%), good 7 (21.2%) and very good 6 (18.2%) for the respective age groups and genders. The average achieved in the test of flexibility in centimeters from the overall sample was (25.51 cm), male (24.42 cm) and female (26.6 cm). The relationship between BMI classifications with the results achieved in the sit and reach test, no results in considerable changes between the classes evaluated. CONCLUSION: Our results show that the prevalence of overweight and obesity exists in children evaluated and their levels of flexibility vast majority of the sample reached the pretty good results which demonstrate that body weight did not affect the assessment of flexibility. Keywords: child, BMI, overweight, obesity and flexibility. INTRODUÇÃO Por longo período, a obesidade foi associada com padrão de beleza, boas condições físicas e financeiras, quem fosse obeso era bem visto na sociedade, sendo um indivíduo de poder. Atualmente esses conceitos mudaram e a obesidade passa a ser vista como um grave problema de saúde pública. Para Fisberg (1995) pode-se definir obesidade como o acúmulo excessivo de gordura presente no tecido adiposo, onde este acúmulo pode se apresentar de forma regionalizada ou por todo o corpo. Durante a infância existem fatores que são indicativos que contribuem para o surgimento da obesidade, sendo eles o desmame precoce e introdução inadequada de alimentos de desmame, o uso de fórmulas inadequadamente preparadas, distúrbios de comportamento alimentar e inadequada relação familiar. Já durante a adolescência pode-se associar a tudo isso fatores como a transição para a idade adulta, a baixa auto-estima, o sedentarismo, lanches em excesso e exposição ao mundo de publicidades consumistas de produtos calóricos. Já a flexibilidade nos permite ampliar os movimentos, gestos, que correspondem ao nosso desenvolvimento motor. O seu comprometimento pode acarretar em sérios problemas a saúde, como por exemplo, alterações posturais, dores musculares, dificuldades respiratórias, diminuição nas capacidades motoras diárias entre outros. Dantas (2005) descreve a flexibilidade como a habilidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma 3 articulação ou conjuntivo de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão. Todos estes fatores acima citados ainda podem ser associados aos baixos incentivos para que a criança realize alguma atividade física regularmente. O que acaba limitando as crianças a permanecerem por longos períodos em frente aos computadores, televisões, telefones celulares, cena esta comum nos dias de hoje na sociedade moderna, fazendo com que cada vez mais indivíduos sedentários e acima do peso ideal apareçam no mundo. Baseando-se nestas informações este estudo objetivou-se em identificar e caracterizar fatores que possam associar dados sobre o peso corporal infantil através do índice de massa corporal (IMC) com a flexibilidade da cadeia muscular posterior do dorso e membros inferiores através de sua avaliação pelo teste de “sentar e alcançar” no Banco de Wells e das variáveis, altura, idade, peso, sexo. A sua importância merece uma atenção especial, pois os mesmos podem determinar fatores que possam levar alterações ortopédicas e posturais, problemas estes encontrados com frequência nos anos iniciais da população. MÉTODOS Trata-se de um estudo transversal descritivo-analítico. A população alvo do estudo foram estudantes de ambos os sexos, com idade entre 7 a 9 anos, estudantes de uma escola pública do município de Ijuí/RS. Para captação da amostra foi efetuado contato com a direção da Escola, no mês de junho de 2011 e esclarecido o projeto do estudo, a mesma forneceu a autorização e seu apoio para a identificação dos estudantes aptas na escola para a coleta dos dados do estudo. Depois de identificado a amostra o pesquisador realizou uma breve explicação dos instrumentos da pesquisa e seus objetivos. Cada estudante recebeu duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para obter autorização de um responsável. Os dados foram coletados, durante os horários de aula, nas dependências da escola, com agendamento prévio combinado com a Direção da Escola e os alunos participantes da pesquisa. 4 Os estudantes foram submetidos à avaliação antropométrica como peso e altura, calculando o índice de massa corporal (IMC), e teste para avaliação da flexibilidade. Para aferição das medidas antropométricas foi utilizada balança digital, marca Britânia, com capacidade de 0-150 Kg, para aferir o peso, os estudantes ficaram descalços, vestindo short e camiseta. Para a altura em pé na posição ereta, sobre superfície plana, cabeça e coluna ereta, braços pendentes com as mãos espalmadas sobre as coxas, os calcanhares unidos e pontas dos pés afastadas, utilizando-se de uma fita métrica medindo 1,50 metros, fixada a uma altura de 50 centímetros do solo em um local de superfície plana vertical. O Índice de Massa Corpórea (IMC) foi calculado com base no peso (kg) e altura (m) de cada aluno, e a unidade será kg/m2, e classifico segundo Barbosa, 2004, que classifica valores como normais, sobrepeso e obesidade. Para avaliar a flexibilidade foi utilizado o teste de Sentar e Alcançar - Seat And Test segundo Johnson e Nelson (1979, apud DANTAS 2005, p 120), que tem como objetivo avaliar a flexibilidade dos músculos posteriores do dorso e membros inferiores usando o Banco de Wells. Onde os estudantes assumiam a posição assentada sobre um colchonete, pés juntos e apoiados no Banco de Wells; pernas e joelhos estendidos realizou a flexão do quadril vagarosamente à frente, empurrando o instrumento de medida à frente o máximo que puder, utilizando a ponta dos dedos das mãos, repetindo três vezes, sendo computada a melhor das três tentativas executadas pela criança. Os valores encontrados no teste foram classificados segundo PROJETO ESPORTE BRASIL. Este estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul sob Parecer Consubstanciado n° 175.1/2011. Os dados do estudo foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences 1.8 (SPSS-PC). Foi utilizado para análise de dados estatística descritiva através de média, desvio padrão, valores mínimos, máximos e frequência. Para a correlação dos resultados utilizou a estatística analítica através do teste de Spearman, teste não-paramétrico. Os resultados estão apresentados em forma de tabelas utilizando a estatística descritiva. 5 RESULTADOS A coleta de dados numa forma geral apresentada na Tabela 01 foi formada por 33 crianças com idade entre 7 a 9 anos, sendo deste total, 19 (dezenove) crianças do gênero masculino e 14 (quatorze) crianças do gênero feminino. A média de idade foi de 7,88±0,84 anos. Ao coletar os dados antropométricos: altura e peso, os mesmos apontaram a média de altura 1,32±0,06 metros de altura e média de peso corporal 31,58±5,99 kg. No uso dos dados antropométricos pode-se identificar o IMC de forma geral da amostra onde se encontrou a média 17,97±2,93 kg/m². Tabela 01 – Características de idade, dados antropométricos e IMC dos alunos da amostra geral GERAL Média ± n Idade (anos) 7,88 0,82 33 Peso (kg) 31,58 5,99 33 1,32 0,06 33 17,97 2,93 33 Características Altura (m) 2 IMC (kg/m ) Após a identificação do IMC, buscou-se classificar o mesmo em: normal, sobrepeso e obesidade. Na Tabela 02 apresenta-se a classificação que identificou como normal: 20 crianças (60,6%), sobrepeso: 5 crianças (15,2%) e obesidade: 8 crianças (24,2%). Desta forma se considerar o sobrepeso como grau de obesidade, podemos somar as duas classes e afirmar que 13 crianças (39,4%) já se encontram acima do peso ideal. Ao avaliar os dados antropométricos e seus respectivos IMC, dividindo a amostra por gêneros: masculino e feminino, o estudo na classificação em: normal, sobrepeso e obesidade apontam a frequencia de normal: masculino 11 crianças (57,9%), feminino 9 crianças (64,3%); sobrepeso: masculino 4 crianças (21,1%), feminino 1 criança (7,1%); obesidade: masculino 4 crianças (21,1%), feminino 4 crianças (28,6%). Como na amostra geral, a amostra por gênero, se também considerarmos sobrepeso como grau de obesidade, podemos somar e afirmar que o gênero masculino apresenta 8 crianças (42,2%), e no gênero feminino 5 crianças (35,7%) se encontra acima do peso ideal. A análise dos dados antropométricos e seus respectivos IMC permitiram verificar que ela não se comportou de maneira uniforme por gênero, podemos 6 observar e afirmar que o gênero masculino apresentou maior incidência acima do peso ideal. Tabela 02 – Características e classificação do IMC da amostra geral e por gênero Características GERAL Frequência % MASCULINO Frequência % FEMININO Frequência % Normal 20 60,6% 11 57,9% 9 64,3% Sobrepeso 5 15,2% 4 21,1% 1 7,1% Obesidade 8 24,2% 4 21,1% 4 28,6% Total 33 100% 19 100% 14 100% Sobrepeso+Obesidade 13 39,4% 8 42,2% 5 35,7% Na Tabela 03, os resultados alcançados pelas crianças testadas foram classificados em: Muito Fraco, Fraco, Razoável, Bom e Muito Bom. Ao analisar os dados da amostra no geral. Foram identificados como Muito Fraco: 4 crianças (12,1%); Fraco: 6 crianças (18,2%); Razoável: 10 crianças (30,3%); Bom: 7 crianças (21,2%) e Muito Bom: 6 crianças (18,2%). Se considerar a classificação Razoável como um nível intermediário de flexibilidade, ao juntarmos os níveis Muito Fraco e Fraco, estes níveis apresentam 10 crianças (30,3%) e ao juntarmos os níveis Bom e Muito Bom, estes níveis apresentam 13 crianças (39,4%) o que nos indica que maior parte da amostra geral avaliada apresentou os níveis de flexibilidade Bom/Muito Bom em sua classificação. Já na avaliação e classificação dos níveis de flexibilidade dividida por gêneros masculino e feminino a sua frequência encontrada foi de Muito Fraca: masculino 4 crianças (21,1%), feminino neste nível nenhuma criança foi classificado; Fraco: masculino 3 crianças (15,8%), feminino 3 crianças (21,4%); Razoável: masculino 3 crianças (15,8%), feminino 7 crianças (50%); Bom: masculino 4 crianças (21,1%), feminino 3 crianças (21,4%); Muito Bom: masculino 5 crianças (26,3%), feminino 1 criança (7,2%). Da mesma forma na amostra geral, se considerar a classificação Razoável como um nível intermediário de flexibilidade ao juntarmos os níveis Muito Fraco e Fraco, estes níveis apresentam: masculino 7 crianças (36,9%), feminino 3 crianças (21,4%) e Bom e Muito Bom: masculino 9 crianças (47,4%), feminino 4 crianças (28,6%). Podemos afirmar que ambos os gêneros o número de crianças que apresentou níveis de flexibilidade Bom/Muito Bom em sua classificação. A análise da flexibilidade e suas respectivas classificações permitiram verificar que ela não se comportou de maneira uniforme por gênero, podemos observar e 7 afirmar que o gênero masculino apresentou melhor flexibilidade em relação ao gênero feminino 9 crianças (47,4%), 4 crianças (28,6%) respectivamente. Tabela 03 – Características e classificação da amostra geral e por gênero no teste sentar e alcançar Características Muito Fraco Fraco Razoável Bom Muito Bom Total GERAL Frequência 4 6 10 7 6 33 % 12,1% 18,2% 30,3% 21,2% 18,2% 100% MASCULINO Frequência % 4 21,1% 3 15,8% 3 15,8% 4 21,1% 5 26,3% 19 100% FEMININO Frequência % ----3 21,4% 7 50% 3 21,4% 1 7,2% 14 100% Relação entre flexibilidade e IMC Com o objetivo de buscar relações entre os níveis de flexibilidade com o IMC das crianças avaliadas foi calculado a média em centímetros alcançada no teste sentar e alcançar de cada faixa do IMC, normal, sobrepeso e obesidade onde se encontrou os seguintes resultados descritos na Tabela 04. Na avaliação da flexibilidade através do Banco de Wells a média geral em centímetros alcançada no teste sentar e alcançar foi de 25,51±6,43 cm, no gênero masculino foi de 24,42±7,65 cm e no gênero feminino 27±4,09 cm. No teste sentar e alcançar as crianças que apresentaram IMC normal obteve a média geral de 25,56±5,45 cm, por gêneros no masculino 23,75±6,09 cm, feminino 27,37±4,37 cm. Com IMC Sobrepeso média geral 25,75±10,33 cm, no masculino 25,42±11,11 cm, feminino 26,08±0. E as com IMC Obesidade a média geral foi de 25,22±4,05 cm, masculino 24,22±3,74 cm, e feminino 26,22±4,43 cm. Ao analisar os resultados alcançados no teste sentar e alcançar e relacionar os mesmos com a classificação do IMC, a média entre todas as faixas não apresentou consideráveis diferenças entre as classes, tanto na amostra geral como na amostra dividida por gêneros. 8 Tabela 04 – Classificação Banco de Wells em centímetros relacionado ao IMC geral e por gêneros BANCO DE WELLS EM CM RELACIONADO AO IMC GERAL Características MASCULINO FEMININO Média ± N Média ± n Média ± n Geral 25,51 6,43 33 24,42 7,65 19 26,6 4,09 14 IMC Normal 25,56 5,45 20 23,75 6,09 11 27,37 4,37 9 IMC Sobrepeso 25,75 10,33 5 25,42 11,11 4 26,08 0 1 IMC Obesidade 25,22 4,05 8 24,22 3,74 4 26,22 4,43 4 Na correlação entre Banco de Wells e IMC, não apresentou relação estatisticamente significativa p: 0, 736, e r: - 0,061 considerado relação normal. Na correlação entre sexo e IMC, não apresentou relação estatisticamente significativa p: 0,846. DISCUSSÃO Neste estudo verificou-se na amostra geral a prevalência de sobrepeso: 5 crianças (15,2%) e obesidade: 8 crianças (24,2%). Observando estes resultados encontrados podemos afirmar que 13 crianças (39,4%) já se encontram acima do peso ideal. Na classificação por gêneros a prevalência de sobrepeso: masculino 4 crianças (21,1%), feminino 1 criança (7,1%); obesidade: masculino 4 crianças (21,1%), feminino 4 crianças (28,6%). Sendo assim podemos afirmar que no gênero masculino apresentou maior frequência de alunos acima do peso ideal 8 crianças s (42,2%), e no gênero feminino 5 crianças (35,7%). Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística - IBGE entre 2008 e 2009 em pesquisa já apresentou dados bastante semelhantes ao presente estudo onde relatam que o peso da população brasileira vem crescendo nos últimos anos, na qual se chegou à conclusão de que uma para cada 3 crianças na faixa etária de 5 a 9 anos de idade encontra-se acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde OMS. Nos anos de 2008 e 2009, 34,8% das crianças de gênero masculino apresentavam o peso acima da faixa considerada saudável segundo a OMS. Resultados estes que também foram encontrados em nosso estudo onde 13 das 33 crianças avaliadas estavam acima do peso ideal. 9 Segundo estudo realizado em uma escola particular da cidade de Recife com crianças de 6 a 9 anos de idade Balaban e Silva (2001) encontraram a prevalência de sobrepeso de 34,3% entre os alunos avaliados, já na prevalência da obesidade identificou-se a prevalência de 14,2%. Na avaliação por gêneros, o feminino apresentou maior prevalência de sobrepeso 35,0% em relação ao masculino 33,6%, já a prevalência da obesidade o gênero masculino mostrou-se maior 19,7% em relação ao gênero feminino 9,4%. Através destes resultados percebemos que em Recife, o número de crianças com sobrepeso é maior que as que apresentaram obesidade, também nos mostram que e gênero feminino apresentou maior prevalência em relação ao masculino. Fato este que é ao contrário de nosso estudo onde a obesidade foi maior que o sobrepeso, já por gêneros em nosso estudo também há uma maior de obesidade do gênero feminino. Os autores Ribeiro e Borges (2010), observaram a prevalência de sobrepeso de 9,8% e da obesidade 19,6% dos alunos pesquisados em seu estudo. Ronque (2005) em outro estudo com os mesmos objetivos de identificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares na cidade de Londrina, Paraná no ano de 2005 em seu estudo encontraram 19,% dos alunos com sobrepeso e 14% com prevalência de obesidade. Giugliano e Carneiro (2004) ao avaliar escolares, apresentaram dados sobre a frequência do sobrepeso e obesidade nestes escolares onde de forma geral de 452 alunos, 16,8% classificou-se com sobrepeso e 5,3% com obesidade, ou seja, 22,1% dos alunos com ocorrência de sobrepeso e obesidade. Estes estudos demonstram que em diferentes estados do Brasil sempre há prevalências de sobrepeso e obesidade na população infantil escolar, sempre mantendo uma porcentagem aproximada entre todas, o que nos mostra que o problema com peso acima do ideal merece atenção especial, principalmente para as crianças as quais tendem a permanecer obesas na idade adulta o que comprova os achados deste estudo onde boa quantidade de crianças encontra-se acima do peso ideal. Na avaliação da flexibilidade o estudo apresentou resultados nos quais a maioria das crianças alcançaram o nível razoável 10 crianças (30,3%), bom 7 crianças (21,2%) e muito bom 6 crianças (18,2%) para as respectivas faixas etárias e gêneros. O que nos indica que maior parte da amostra geral avaliada apresentou os níveis de flexibilidade Bom/Muito Bom em sua classificação. A classificação da 10 flexibilidade por gêneros o masculino apresentou significativamente maior em relação ao feminino (47,4%) e (28,6%) nos níveis Bom/Muito Bom. A média geral em centímetros alcançada no teste sentar e alcançar foi de 25,51±6,43 cm, no gênero masculino foi de 24,42±7,65 cm e no feminino 27±4,09 cm. Em estudo realizado sobre a flexibilidade em crianças Araújo e Batista (2008) mostram que 53,33% das crianças atingiram critério mínimo de 25 cm. Resultados estes que se assemelham com o presente estudo onde grande maioria das crianças também atingiu a marca mínima ou acima de 25 cm. Como no estudo realizado Czekalski et al. (2010) a média dos valores de flexibilidade em meninas de 6-7 anos foi de 23,13 ± 3,01cm, observou que a partir da classificação, as meninas apresentam índices razoável, bom ou muito bom de flexibilidade. Comparado ao nosso estudo o gênero feminino apresentou resultados acima dos apresentados por este estudo 27±4,09 cm, mas não consideravelmente maior. Relacionando as classificações do IMC com os resultados alcançados no teste sentar e alcançar, não houve resultados com consideráveis alterações entre as classes avaliadas. No teste sentar e alcançar as crianças que apresentaram IMC normal obteve a média geral de 25,56±5,45 cm, por gêneros no masculino 23,75±6,09 cm, feminino 27,37±4,37 cm. Com IMC Sobrepeso média geral 25,75±10,33 cm, no masculino 25,42±11,11 cm, feminino 26,08±0. E as com IMC Obesidade a média geral foi de 25,22±4,05 cm, masculino 24,22±3,74 cm, e feminino 26,22±4,43 cm. Para Fernandes (2009) ao classificar a flexibilidade não encontrou diferenças significativas entre os gêneros masculinos e femininos, já comparando os níveis de flexibilidade entre as faixas de IMC, as crianças com IMC normal obtiveram a média geral de 21,64 cm, as crianças classificadas com sobrepeso 22,75 cm no feminino e 17,27 cm no masculino, as que foram classificadas como obesas alcançaram 21,24 cm masculino e 19,38 cm no feminino. Estes resultados vão de encontro com os encontrados em nosso estudo, onde também não houve alguma faixa de IMC que despontasse melhores resultados no teste sentar e alcançar tanto na amostra geral como por gêneros. Os resultados encontrados por Andreasi et al. (2010), em estudo com escolares na faixa etária entre 7 a 15 anos de idade no município de Botucatu, São Paulo, na classificação do IMC apresentou predominância de escolares com IMC 11 normal 63,8%, o sobrepeso com 15,9% e a obesidade 16,9%. Neste mesmo estudo ao avaliar a flexibilidade através do teste sentar e alcançar no Banco de Wells encontrou os seguintes resultados, de forma geral a amostra alcançou 24,1±6,8, meninos 23,0±7,0, meninas 25,4±6,4. Ao relacionar a flexibilidade dos escolares com percentual de gordura, aqueles que apresentaram percentual de gordura que foi classificado como sobrepeso/obesidade demonstraram aproximadamente 1,8 vezes a mais chances de ter boa flexibilidade quando comparados aos com IMC normal. Demonstramos em nosso estudo que a maior média em centímetros no teste sentar e alcançar foi das crianças com IMC com sobrepeso, mas não com larga diferença dos demais, pois tanto as com classificação de IMC normal e obesidade ficaram com valores muito próximos, o que nos demonstra que ambas as classes apresentam chances de ter uma boa flexibilidade independentemente de seu peso corporal. CONCLUSÃO O objetivo neste trabalho foi investigar as possíveis prevalências de sobrepeso e obesidade junto com os níveis de flexibilidade em crianças de 7 a 9 anos de idade em uma escola pública do município de Ijuí/RS. Fornecendo resultados para a cidade os quais podem ser usados na discussão sobre a saúde das crianças do município e quem sabe num futuro próximo estar criando estratégias para a prevenção e promoção de doenças futuras, decorrentes das consequências da obesidade. Os resultados aqui encontrados nos mostram que a prevalência de sobrepeso e obesidade nas crianças avaliadas está presente, fato este que nos mostra quanto é importante estar acompanhando com frequência o surgimento das alterações no peso corporal das crianças. Quanto aos níveis de flexibilidade os resultados boa parte da amostra atingiu ou ultrapassou a classificação mínima no teste, fato este que em nosso estudo demonstra que o peso corporal não interferiu nos resultados do teste da flexibilidade. O que é de suma importância para a saúde, pois a mesma traz benefícios para a qualidade de vida, nos mostra a importância do incentivo à prática de exercícios físicos no dia a dia sempre evoluindo para melhor e evitando assim possíveis problemas posturais causados por encurtamentos musculares, falta de mobilidade, diminuição das habilidades motoras, entre outras causadas pelo sedentarismo. 12 Portanto isto nos mostra que podemos estar elaborando e incentivando ações de prevenção e intervenção buscando melhoras na saúde da criança. Incentivos nos hábitos de uma alimentação saudável, prática de atividade física regular, acompanhamento de profissionais da saúde, estimulando assim uma vida saudável desde os primeiros anos de vida até a idade adulta, pois a infância é uma ótima idade para se prevenir e evitar a obesidade e suas consequências. Neste trabalho foi constituído com apenas uma escola, sugerimos que no futuro novos estudos possam ser desenvolvidos com uma amostra maior, quem sabe com todas as escolas do município, para demonstrar a real situação da saúde das crianças. REFERÊNCIAS ANDREASI, V. et al. Aptidão física associada às medidas antropométricas de escolares do ensino fundamental. Jornal de Pediatria, v. 86, n. 6, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. Acesso em: nov. 2011. ARAÚJO, D. M. E.; BATISTA, L. S. Estudo comparativo da flexibilidade de crianças pré-puberes de sexo e condições financeiras diferentes. In: III ENCONTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ÁREAS AFINS, Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física (NEPEF), Departamento de Educação Física (UFPI), 23-25 out. 2008. Anais. Disponível em: <http://www.ufpi.br/>. Acesso em: nov. 2011. BALABAN, G.; SILVA, G. A. P. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola da rede privada de Recife. 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