UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
PREVALÊNCIA DO SOBREPESO E OBESIDADE E NÍVEIS DE
FLEXIBILIDADE EM CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS DE IDADE
RICARDO DA SILVA BORGES
Orientadora: Édina Matilde Linassi Coelho
Fisioterapia: 2011
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA – DC Vida
Rua do Comércio, 3000 – Bairro Universitário
Caixa Postal 560
Fone: (55) 3332-0200 – Fax: (55) 3332-9100
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Brasil
RICARDO DA SILVA BORGES
PREVALÊNCIA DO SOBREPESO E OBESIDADE E NÍVEIS DE
FLEXIBILIDADE EM CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS DE IDADE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação de
Fisioterapia, do Departamento de Ciências da
Vida da Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ,
como requisito parcial para obtenção do título
de Fisioterapeuta.
Orientadora: Édina Matilde Linassi Coelho
Ijuí (RS)
2011
1
PREVALÊNCIA DO SOBREPESO E OBESIDADE E NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE
EM CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS DE IDADE
PREVALENCE OF OVERWEIGHT AND OBESITY AND LEVEL OF FLEXIBILITY
IN CHILDREN FROM 7 TO 9 YEARS OLD
Ricardo da Silva Borges1, Édina Matilde Linassi Coelho2
RESUMO
OBJETIVO: avaliar prevalência do sobrepeso e obesidade e flexibilidade em
crianças de 7 a 9 anos. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal descritivoanalítico com 33 crianças numa escola do município de Ijuí/RS com idade de 7 a 9
anos de idade no ano 2011. O sobrepeso e obesidade foram classificados conforme
o Índice de Massa Corporal adequado para idade e gênero. A flexibilidade foi
avaliada pelo Teste Sentar e Alcançar com uso do Banco de Wells também
classificada de conforme idade e gênero. RESULTADOS: Verificou-se na amostra
geral prevalência de sobrepeso: 5 (15,2%), obesidade: 8 (24,2%). Na classificação
por gêneros a prevalência de sobrepeso: masculino 4 (21,1%), feminino 1 (7,1%);
obesidade: masculino 4 (21,1%), feminino 4 (28,6%). Avaliando a flexibilidade o
estudo apresentou resultados onde a maioria das crianças alcançou o nível razoável
10 (30,3%), bom 7 (21,2%) e muito bom 6 (18,2%) para as respectivas faixas etárias
e gêneros. A média alcançada no teste da flexibilidade em centímetros da amostra
geral foi de (25,51cm), masculino (24,42 cm) e feminino (26,6 cm). A relação entre
as classificações do IMC com os resultados alcançados no teste sentar e alcançar,
não houve resultados com consideráveis alterações entre as classes avaliadas.
CONCLUSÃO: Os resultados encontrados mostram que a prevalência de sobrepeso
e obesidade existe nas crianças avaliadas e seus níveis de flexibilidade grande
maioria da amostra atingiu resultados consideravelmente bons os o que nos mostra
que o peso corporal não interferiu na avaliação da flexibilidade.
Palavras chaves: criança, IMC, sobrepeso, obesidade e flexibilidade.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To evaluate the prevalence of overweight and obesity and flexibility in
children 7-9 years. METHOD: This is a cross-sectional descriptive and analytical
study of 33 children in a school in the municipality of Ijuí / RS aged 7 to 9 years old in
2011. Overweight and obesity were classified according to body mass index for age
and gender appropriate. Flexibility was assessed by the sit and reach test using the
Bank of Wells also classified according to age and gender. RESULTS: It was noted
in the overall population prevalence of overweight: 5 (15.2%), obesity, 8 (24.2%). In
the classification by the prevalence of overweight genders: male 4 (21.1%), one
1
Acadêmico do Curso de Graduação em Fisioterapia pela Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ.
2
Fisioterapeuta, Docente do Curso de Fisioterapia da UNIJUÍ. Orientadora do Trabalho de Conclusão
de Curso.
2
female (7.1%), obesity: four males (21.1%), four women (28.6%). Assessing the
flexibility to study results presented where the majority of children reached a
reasonable level 10 (30.3%), good 7 (21.2%) and very good 6 (18.2%) for the
respective age groups and genders. The average achieved in the test of flexibility in
centimeters from the overall sample was (25.51 cm), male (24.42 cm) and female
(26.6 cm). The relationship between BMI classifications with the results achieved in
the sit and reach test, no results in considerable changes between the classes
evaluated. CONCLUSION: Our results show that the prevalence of overweight and
obesity exists in children evaluated and their levels of flexibility vast majority of the
sample reached the pretty good results which demonstrate that body weight did not
affect the assessment of flexibility.
Keywords: child, BMI, overweight, obesity and flexibility.
INTRODUÇÃO
Por longo período, a obesidade foi associada com padrão de beleza, boas
condições físicas e financeiras, quem fosse obeso era bem visto na sociedade,
sendo um indivíduo de poder. Atualmente esses conceitos mudaram e a obesidade
passa a ser vista como um grave problema de saúde pública.
Para Fisberg (1995) pode-se definir obesidade como o acúmulo excessivo de
gordura presente no tecido adiposo, onde este acúmulo pode se apresentar de
forma regionalizada ou por todo o corpo. Durante a infância existem fatores que são
indicativos que contribuem para o surgimento da obesidade, sendo eles o desmame
precoce e introdução inadequada de alimentos de desmame, o uso de fórmulas
inadequadamente preparadas, distúrbios de comportamento alimentar e inadequada
relação familiar. Já durante a adolescência pode-se associar a tudo isso fatores
como a transição para a idade adulta, a baixa auto-estima, o sedentarismo, lanches
em excesso e exposição ao mundo de publicidades consumistas de produtos
calóricos.
Já a flexibilidade nos permite ampliar os movimentos, gestos, que
correspondem ao nosso desenvolvimento motor. O seu comprometimento pode
acarretar em sérios problemas a saúde, como por exemplo, alterações posturais,
dores musculares, dificuldades respiratórias, diminuição nas capacidades motoras
diárias entre outros.
Dantas (2005) descreve a flexibilidade como a habilidade física responsável
pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma
3
articulação ou conjuntivo de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o
risco de provocar lesão.
Todos estes fatores acima citados ainda podem ser associados aos baixos
incentivos para que a criança realize alguma atividade física regularmente. O que
acaba limitando as crianças a permanecerem por longos períodos em frente aos
computadores, televisões, telefones celulares, cena esta comum nos dias de hoje na
sociedade moderna, fazendo com que cada vez mais indivíduos sedentários e acima
do peso ideal apareçam no mundo.
Baseando-se nestas informações este estudo objetivou-se em identificar e
caracterizar fatores que possam associar dados sobre o peso corporal infantil
através do índice de massa corporal (IMC) com a flexibilidade da cadeia muscular
posterior do dorso e membros inferiores através de sua avaliação pelo teste de
“sentar e alcançar” no Banco de Wells e das variáveis, altura, idade, peso, sexo.
A sua importância merece uma atenção especial, pois os mesmos podem
determinar fatores que possam levar alterações ortopédicas e posturais, problemas
estes encontrados com frequência nos anos iniciais da população.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal descritivo-analítico. A população alvo do
estudo foram estudantes de ambos os sexos, com idade entre 7 a 9 anos,
estudantes de uma escola pública do município de Ijuí/RS.
Para captação da amostra foi efetuado contato com a direção da Escola, no
mês de junho de 2011 e esclarecido o projeto do estudo, a mesma forneceu a
autorização e seu apoio para a identificação dos estudantes aptas na escola para a
coleta dos dados do estudo.
Depois de identificado a amostra o pesquisador realizou uma breve
explicação dos instrumentos da pesquisa e seus objetivos. Cada estudante recebeu
duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para obter
autorização de um responsável. Os dados foram coletados, durante os horários de
aula, nas dependências da escola, com agendamento prévio combinado com a
Direção da Escola e os alunos participantes da pesquisa.
4
Os estudantes foram submetidos à avaliação antropométrica como peso e
altura, calculando o índice de massa corporal (IMC), e teste para avaliação da
flexibilidade.
Para aferição das medidas antropométricas foi utilizada balança digital, marca
Britânia, com capacidade de 0-150 Kg, para aferir o peso, os estudantes ficaram
descalços, vestindo short e camiseta. Para a altura em pé na posição ereta, sobre
superfície plana, cabeça e coluna ereta, braços pendentes com as mãos
espalmadas sobre as coxas, os calcanhares unidos e pontas dos pés afastadas,
utilizando-se de uma fita métrica medindo 1,50 metros, fixada a uma altura de 50
centímetros do solo em um local de superfície plana vertical.
O Índice de Massa Corpórea (IMC) foi calculado com base no peso (kg) e
altura (m) de cada aluno, e a unidade será kg/m2, e classifico segundo Barbosa,
2004, que classifica valores como normais, sobrepeso e obesidade.
Para avaliar a flexibilidade foi utilizado o teste de Sentar e Alcançar - Seat
And Test segundo Johnson e Nelson (1979, apud DANTAS 2005, p 120), que tem
como objetivo avaliar a flexibilidade dos músculos posteriores do dorso e membros
inferiores usando o Banco de Wells. Onde os estudantes assumiam a posição
assentada sobre um colchonete, pés juntos e apoiados no Banco de Wells; pernas e
joelhos estendidos realizou a flexão do quadril vagarosamente à frente, empurrando
o instrumento de medida à frente o máximo que puder, utilizando a ponta dos dedos
das mãos, repetindo três vezes, sendo computada a melhor das três tentativas
executadas pela criança. Os valores encontrados no teste foram classificados
segundo PROJETO ESPORTE BRASIL.
Este estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul sob Parecer
Consubstanciado n° 175.1/2011.
Os dados do estudo foram analisados pelo programa Statistical Package for
the Social Sciences 1.8 (SPSS-PC). Foi utilizado para análise de dados estatística
descritiva através de média, desvio padrão, valores mínimos, máximos e frequência.
Para a correlação dos resultados utilizou a estatística analítica através do teste de
Spearman, teste não-paramétrico. Os resultados estão apresentados em forma de
tabelas utilizando a estatística descritiva.
5
RESULTADOS
A coleta de dados numa forma geral apresentada na Tabela 01 foi formada
por 33 crianças com idade entre 7 a 9 anos, sendo deste total, 19 (dezenove)
crianças do gênero masculino e 14 (quatorze) crianças do gênero feminino. A média
de idade foi de 7,88±0,84 anos. Ao coletar os dados antropométricos: altura e peso,
os mesmos apontaram a média de altura 1,32±0,06 metros de altura e média de
peso corporal 31,58±5,99 kg. No uso dos dados antropométricos pode-se identificar
o IMC de forma geral da amostra onde se encontrou a média 17,97±2,93 kg/m².
Tabela 01 – Características de idade, dados antropométricos e IMC dos alunos da
amostra geral
GERAL
Média
±
n
Idade (anos)
7,88
0,82
33
Peso (kg)
31,58
5,99
33
1,32
0,06
33
17,97
2,93
33
Características
Altura (m)
2
IMC (kg/m )
Após a identificação do IMC, buscou-se classificar o mesmo em: normal,
sobrepeso e obesidade. Na Tabela 02 apresenta-se a classificação que identificou
como normal: 20 crianças (60,6%), sobrepeso: 5 crianças (15,2%) e obesidade: 8
crianças (24,2%). Desta forma se considerar o sobrepeso como grau de obesidade,
podemos somar as duas classes e afirmar que 13 crianças (39,4%) já se encontram
acima do peso ideal. Ao avaliar os dados antropométricos e seus respectivos IMC,
dividindo a amostra por gêneros: masculino e feminino, o estudo na classificação
em: normal, sobrepeso e obesidade apontam a frequencia de normal: masculino 11
crianças (57,9%), feminino 9 crianças (64,3%); sobrepeso: masculino 4 crianças
(21,1%), feminino 1 criança (7,1%); obesidade: masculino 4 crianças (21,1%),
feminino 4 crianças (28,6%). Como na amostra geral, a amostra por gênero, se
também considerarmos sobrepeso como grau de obesidade, podemos somar e
afirmar que o gênero masculino apresenta 8 crianças (42,2%), e no gênero feminino
5 crianças (35,7%) se encontra acima do peso ideal.
A análise dos dados antropométricos e seus respectivos IMC permitiram
verificar que ela não se comportou de maneira uniforme por gênero, podemos
6
observar e afirmar que o gênero masculino apresentou maior incidência acima do
peso ideal.
Tabela 02 – Características e classificação do IMC da amostra geral e por gênero
Características
GERAL
Frequência
%
MASCULINO
Frequência
%
FEMININO
Frequência
%
Normal
20
60,6%
11
57,9%
9
64,3%
Sobrepeso
5
15,2%
4
21,1%
1
7,1%
Obesidade
8
24,2%
4
21,1%
4
28,6%
Total
33
100%
19
100%
14
100%
Sobrepeso+Obesidade
13
39,4%
8
42,2%
5
35,7%
Na Tabela 03, os resultados alcançados pelas crianças testadas foram
classificados em: Muito Fraco, Fraco, Razoável, Bom e Muito Bom. Ao analisar os
dados da amostra no geral. Foram identificados como Muito Fraco: 4 crianças
(12,1%); Fraco: 6 crianças (18,2%); Razoável: 10 crianças (30,3%); Bom: 7 crianças
(21,2%) e Muito Bom: 6 crianças (18,2%). Se considerar a classificação Razoável
como um nível intermediário de flexibilidade, ao juntarmos os níveis Muito Fraco e
Fraco, estes níveis apresentam 10 crianças (30,3%) e ao juntarmos os níveis Bom e
Muito Bom, estes níveis apresentam 13 crianças (39,4%) o que nos indica que maior
parte da amostra geral avaliada apresentou os níveis de flexibilidade Bom/Muito
Bom em sua classificação.
Já na avaliação e classificação dos níveis de flexibilidade dividida por gêneros
masculino e feminino a sua frequência encontrada foi de Muito Fraca: masculino 4
crianças (21,1%), feminino neste nível nenhuma criança foi classificado; Fraco:
masculino 3 crianças (15,8%), feminino 3 crianças (21,4%); Razoável: masculino 3
crianças (15,8%), feminino 7 crianças (50%); Bom: masculino 4 crianças (21,1%),
feminino 3 crianças (21,4%); Muito Bom: masculino 5 crianças (26,3%), feminino 1
criança (7,2%). Da mesma forma na amostra geral, se considerar a classificação
Razoável como um nível intermediário de flexibilidade ao juntarmos os níveis Muito
Fraco e Fraco, estes níveis apresentam: masculino 7 crianças (36,9%), feminino 3
crianças (21,4%) e Bom e Muito Bom: masculino 9 crianças (47,4%), feminino 4
crianças (28,6%). Podemos afirmar que ambos os gêneros o número de crianças
que apresentou níveis de flexibilidade Bom/Muito Bom em sua classificação.
A análise da flexibilidade e suas respectivas classificações permitiram verificar
que ela não se comportou de maneira uniforme por gênero, podemos observar e
7
afirmar que o gênero masculino apresentou melhor flexibilidade em relação ao
gênero feminino 9 crianças (47,4%), 4 crianças (28,6%) respectivamente.
Tabela 03 – Características e classificação da amostra geral e por gênero no teste
sentar e alcançar
Características
Muito Fraco
Fraco
Razoável
Bom
Muito Bom
Total
GERAL
Frequência
4
6
10
7
6
33
%
12,1%
18,2%
30,3%
21,2%
18,2%
100%
MASCULINO
Frequência
%
4
21,1%
3
15,8%
3
15,8%
4
21,1%
5
26,3%
19
100%
FEMININO
Frequência
%
----3
21,4%
7
50%
3
21,4%
1
7,2%
14
100%
Relação entre flexibilidade e IMC
Com o objetivo de buscar relações entre os níveis de flexibilidade com o IMC
das crianças avaliadas foi calculado a média em centímetros alcançada no teste
sentar e alcançar de cada faixa do IMC, normal, sobrepeso e obesidade onde se
encontrou os seguintes resultados descritos na Tabela 04.
Na avaliação da flexibilidade através do Banco de Wells a média geral em
centímetros alcançada no teste sentar e alcançar foi de 25,51±6,43 cm, no gênero
masculino foi de 24,42±7,65 cm e no gênero feminino 27±4,09 cm.
No teste sentar e alcançar as crianças que apresentaram IMC normal obteve
a média geral de 25,56±5,45 cm, por gêneros no masculino 23,75±6,09 cm, feminino
27,37±4,37 cm. Com IMC Sobrepeso média geral 25,75±10,33 cm, no masculino
25,42±11,11 cm, feminino 26,08±0. E as com IMC Obesidade a média geral foi de
25,22±4,05 cm, masculino 24,22±3,74 cm, e feminino 26,22±4,43 cm.
Ao analisar os resultados alcançados no teste sentar e alcançar e relacionar
os mesmos com a classificação do IMC, a média entre todas as faixas não
apresentou consideráveis diferenças entre as classes, tanto na amostra geral como
na amostra dividida por gêneros.
8
Tabela 04 – Classificação Banco de Wells em centímetros relacionado ao IMC geral
e por gêneros
BANCO DE WELLS EM CM RELACIONADO AO IMC
GERAL
Características
MASCULINO
FEMININO
Média
±
N
Média
±
n
Média
±
n
Geral
25,51
6,43
33
24,42
7,65
19
26,6
4,09
14
IMC Normal
25,56
5,45
20
23,75
6,09
11
27,37
4,37
9
IMC Sobrepeso
25,75
10,33
5
25,42
11,11
4
26,08
0
1
IMC Obesidade
25,22
4,05
8
24,22
3,74
4
26,22
4,43
4
Na correlação entre Banco de Wells e IMC, não apresentou relação
estatisticamente significativa p: 0, 736, e r: - 0,061 considerado relação normal.
Na correlação entre sexo e IMC, não apresentou relação estatisticamente
significativa p: 0,846.
DISCUSSÃO
Neste estudo verificou-se na amostra geral a prevalência de sobrepeso: 5
crianças (15,2%) e obesidade: 8 crianças (24,2%). Observando estes resultados
encontrados podemos afirmar que 13 crianças (39,4%) já se encontram acima do
peso ideal. Na classificação por gêneros a prevalência de sobrepeso: masculino 4
crianças (21,1%), feminino 1 criança (7,1%); obesidade: masculino 4 crianças
(21,1%), feminino 4 crianças (28,6%). Sendo assim podemos afirmar que no gênero
masculino apresentou maior frequência de alunos acima do peso ideal 8 crianças s
(42,2%), e no gênero feminino 5 crianças (35,7%).
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística - IBGE entre 2008 e
2009 em pesquisa já apresentou dados bastante semelhantes ao presente estudo
onde relatam que o peso da população brasileira vem crescendo nos últimos anos,
na qual se chegou à conclusão de que uma para cada 3 crianças na faixa etária de 5
a 9 anos de idade encontra-se acima do peso recomendado pela Organização
Mundial de Saúde OMS. Nos anos de 2008 e 2009, 34,8% das crianças de gênero
masculino apresentavam o peso acima da faixa considerada saudável segundo a
OMS. Resultados estes que também foram encontrados em nosso estudo onde 13
das 33 crianças avaliadas estavam acima do peso ideal.
9
Segundo estudo realizado em uma escola particular da cidade de Recife com
crianças de 6 a 9 anos de idade Balaban e Silva (2001) encontraram a prevalência
de sobrepeso de 34,3% entre os alunos avaliados, já na prevalência da obesidade
identificou-se a prevalência de 14,2%. Na avaliação por gêneros, o feminino
apresentou maior prevalência de sobrepeso 35,0% em relação ao masculino 33,6%,
já a prevalência da obesidade o gênero masculino mostrou-se maior 19,7% em
relação ao gênero feminino 9,4%. Através destes resultados percebemos que em
Recife, o número de crianças com sobrepeso é maior que as que apresentaram
obesidade, também nos mostram que e gênero feminino apresentou maior
prevalência em relação ao masculino. Fato este que é ao contrário de nosso estudo
onde a obesidade foi maior que o sobrepeso, já por gêneros em nosso estudo
também há uma maior de obesidade do gênero feminino.
Os autores Ribeiro e Borges (2010), observaram a prevalência de sobrepeso
de 9,8% e da obesidade 19,6% dos alunos pesquisados em seu estudo. Ronque
(2005) em outro estudo com os mesmos objetivos de identificar a prevalência de
sobrepeso e obesidade em escolares na cidade de Londrina, Paraná no ano de
2005 em seu estudo encontraram 19,% dos alunos com sobrepeso e 14% com
prevalência de obesidade. Giugliano e Carneiro (2004) ao avaliar escolares,
apresentaram dados sobre a frequência do sobrepeso e obesidade nestes escolares
onde de forma geral de 452 alunos, 16,8% classificou-se com sobrepeso e 5,3%
com obesidade, ou seja, 22,1% dos alunos com ocorrência de sobrepeso e
obesidade.
Estes estudos demonstram que em diferentes estados do Brasil sempre há
prevalências de sobrepeso e obesidade na população infantil escolar, sempre
mantendo uma porcentagem aproximada entre todas, o que nos mostra que o
problema com peso acima do ideal merece atenção especial, principalmente para as
crianças as quais tendem a permanecer obesas na idade adulta o que comprova os
achados deste estudo onde boa quantidade de crianças encontra-se acima do peso
ideal.
Na avaliação da flexibilidade o estudo apresentou resultados nos quais a
maioria das crianças alcançaram o nível razoável 10 crianças (30,3%), bom 7
crianças (21,2%) e muito bom 6 crianças (18,2%) para as respectivas faixas etárias
e gêneros. O que nos indica que maior parte da amostra geral avaliada apresentou
os níveis de flexibilidade Bom/Muito Bom em sua classificação. A classificação da
10
flexibilidade por gêneros o masculino apresentou significativamente maior em
relação ao feminino (47,4%) e (28,6%) nos níveis Bom/Muito Bom. A média geral em
centímetros alcançada no teste sentar e alcançar foi de 25,51±6,43 cm, no gênero
masculino foi de 24,42±7,65 cm e no feminino 27±4,09 cm.
Em estudo realizado sobre a flexibilidade em crianças Araújo e Batista (2008)
mostram que 53,33% das crianças atingiram critério mínimo de 25 cm. Resultados
estes que se assemelham com o presente estudo onde grande maioria das crianças
também atingiu a marca mínima ou acima de 25 cm.
Como no estudo realizado Czekalski et al. (2010) a média dos valores de
flexibilidade em meninas de 6-7 anos foi de 23,13 ± 3,01cm, observou que a partir da
classificação, as meninas apresentam índices razoável, bom ou muito bom de
flexibilidade. Comparado ao nosso estudo o gênero feminino apresentou resultados
acima dos apresentados por este estudo 27±4,09 cm, mas não consideravelmente
maior.
Relacionando as classificações do IMC com os resultados alcançados no
teste sentar e alcançar, não houve resultados com consideráveis alterações entre as
classes avaliadas. No teste sentar e alcançar as crianças que apresentaram IMC
normal obteve a média geral de 25,56±5,45 cm, por gêneros no masculino
23,75±6,09 cm, feminino 27,37±4,37 cm. Com IMC Sobrepeso média geral
25,75±10,33 cm, no masculino 25,42±11,11 cm, feminino 26,08±0. E as com IMC
Obesidade a média geral foi de 25,22±4,05 cm, masculino 24,22±3,74 cm, e
feminino 26,22±4,43 cm.
Para Fernandes (2009) ao classificar a flexibilidade não encontrou diferenças
significativas entre os gêneros masculinos e femininos, já comparando os níveis de
flexibilidade entre as faixas de IMC, as crianças com IMC normal obtiveram a média
geral de 21,64 cm, as crianças classificadas com sobrepeso 22,75 cm no feminino e
17,27 cm no masculino, as que foram classificadas como obesas alcançaram 21,24
cm masculino e 19,38 cm no feminino. Estes resultados vão de encontro com os
encontrados em nosso estudo, onde também não houve alguma faixa de IMC que
despontasse melhores resultados no teste sentar e alcançar tanto na amostra geral
como por gêneros.
Os resultados encontrados por Andreasi et al. (2010), em estudo com
escolares na faixa etária entre 7 a 15 anos de idade no município de Botucatu, São
Paulo, na classificação do IMC apresentou predominância de escolares com IMC
11
normal 63,8%, o sobrepeso com 15,9% e a obesidade 16,9%. Neste mesmo estudo
ao avaliar a flexibilidade através do teste sentar e alcançar no Banco de Wells
encontrou os seguintes resultados, de forma geral a amostra alcançou 24,1±6,8,
meninos 23,0±7,0, meninas 25,4±6,4. Ao relacionar a flexibilidade dos escolares
com percentual de gordura, aqueles que apresentaram percentual de gordura que foi
classificado como sobrepeso/obesidade demonstraram aproximadamente 1,8 vezes
a mais chances de ter boa flexibilidade quando comparados aos com IMC normal.
Demonstramos em nosso estudo que a maior média em centímetros no teste sentar
e alcançar foi das crianças com IMC com sobrepeso, mas não com larga diferença
dos demais, pois tanto as com classificação de IMC normal e obesidade ficaram com
valores muito próximos, o que nos demonstra que ambas as classes apresentam
chances de ter uma boa flexibilidade independentemente de seu peso corporal.
CONCLUSÃO
O objetivo neste trabalho foi investigar as possíveis prevalências de
sobrepeso e obesidade junto com os níveis de flexibilidade em crianças de 7 a 9
anos de idade em uma escola pública do município de Ijuí/RS. Fornecendo
resultados para a cidade os quais podem ser usados na discussão sobre a saúde
das crianças do município e quem sabe num futuro próximo estar criando estratégias
para a prevenção e promoção de doenças futuras, decorrentes das consequências
da obesidade. Os resultados aqui encontrados nos mostram que a prevalência de
sobrepeso e obesidade nas crianças avaliadas está presente, fato este que nos
mostra quanto é importante estar acompanhando com frequência o surgimento das
alterações no peso corporal das crianças.
Quanto aos níveis de flexibilidade os resultados boa parte da amostra atingiu
ou ultrapassou a classificação mínima no teste, fato este que em nosso estudo
demonstra que o peso corporal não interferiu nos resultados do teste da flexibilidade.
O que é de suma importância para a saúde, pois a mesma traz benefícios para a
qualidade de vida, nos mostra a importância do incentivo à prática de exercícios
físicos no dia a dia sempre evoluindo para melhor e evitando assim possíveis
problemas posturais causados por encurtamentos musculares, falta de mobilidade,
diminuição das habilidades motoras, entre outras causadas pelo sedentarismo.
12
Portanto isto nos mostra que podemos estar elaborando e incentivando ações
de prevenção e intervenção buscando melhoras na saúde da criança. Incentivos nos
hábitos de uma alimentação saudável, prática de atividade física regular,
acompanhamento de profissionais da saúde, estimulando assim uma vida saudável
desde os primeiros anos de vida até a idade adulta, pois a infância é uma ótima
idade para se prevenir e evitar a obesidade e suas consequências.
Neste trabalho foi constituído com apenas uma escola, sugerimos que no
futuro novos estudos possam ser desenvolvidos com uma amostra maior, quem
sabe com todas as escolas do município, para demonstrar a real situação da saúde
das crianças.
REFERÊNCIAS
ANDREASI, V. et al. Aptidão física associada às medidas antropométricas de
escolares do ensino fundamental. Jornal de Pediatria, v. 86, n. 6, 2010. Disponível
em: <http://www.scielo.br/>. Acesso em: nov. 2011.
ARAÚJO, D. M. E.; BATISTA, L. S. Estudo comparativo da flexibilidade de crianças
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Artigo TCC-Ricardo Borges - Biblioteca Digital da UNIJUÍ