PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS PONTA GROSSA
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PPGEP
FÁBIO GOMES DA SILVA
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA:
DESENVOLVIMENTO E TESTE DE UMA METODOLOGIA
PONTA GROSSA
MAIO - 2006
FÁBIO GOMES DA SILVA
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA:
DESENVOLVIMENTO E TESTE DE UMA METODOLOGIA
Dissertação apresentada como requisito parcial
à obtenção do título de Mestre em Engenharia
de Produção, do Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção,
Área
de
Concentração: Gestão do Conhecimento e
Inovação, do Departamento de Pesquisa e
Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da
UTFPR.
Orientador: Prof. Dálcio Roberto dos Reis, Dr.
PONTA GROSSA
MAIO - 2006
S586 Silva, Fábio Gomes da
Avaliação do nível de inovação tecnológica: desenvolvimento e teste de uma metodologia. /
Fábio Gomes da Silva. -- Ponta Grossa : UTFPR, Campus Ponta Grossa, 2006.
75 f.: il. ; 30 cm.
ORIENTADOR: PROF. DR. DÁLCIO ROBERTO DOS REIS
Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) - Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Campus Ponta Grossa. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Ponta
Grossa, 2006.
1. Inovação tecnológica. 2. Faturamento. 3. Metodologia. I. Reis, Dálcio Roberto dos. II.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. III.Título.
CDD 609.75
TERMO DE APROVAÇÃO
FÁBIO GOMES DA SILVA
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA:
DESENVOLVIMENTO E TESTE DE UMA METODOLOGIA
Dissertação de Mestrado aprovada como requisito parcial à obtenção do grau
de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão do Conhecimento e
Inovação, do Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta
Grossa, da UTFPR, pela seguinte banca examinadora:
Prof. Dálcio Roberto dos Reis, Dr.
Profª Ana Paula Cabral Seixas Costa,
Drª Deptº de Pós Graduação, UTFPR
Deptº de Pós Graduação, UFPE
Orientador
Prof. Kazuo Hatakeyama, Dr.
Profª Nilceia Aparecida Maciel Pinheiro, Drª
Deptº de Pós Graduação, UTFPR
Deptº de Pós Graduação, UTFPR
Ponta Grossa, 17 de Maio de 2006.
Dedico este trabalho à minha amada esposa Adriane e às
minhas
queridas
filhas
Rafaela
e
Gabrielle,
pela
inesgotável paciência, imprescindível apoio e soberana
compreensão que tiveram comigo durante mais esta
etapa da minha vida.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
i
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me manter com saúde e
motivação para chegar ao final de mais esta etapa.
Agradeço a meus pais pela minha vida e pelo apoio que sempre dispuseram
em meu favor nas horas mais difíceis.
Agradeço especialmente ao Prof. Dr. Dálcio Roberto dos Reis, que me
orientou com extremo profissionalismo e dedicação em todas as etapas deste
grande desafio.
Agradeço à Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta
Grossa, representado por sua diretoria, por nos proporcionar este curso de tão alto
nível.
Agradeço a todas as pessoas que possibilitaram a realização desta pesquisa
nas empresas de Ponta Grossa.
Agradeço a todos os demais familiares, amigos e professores, que sempre
mentalizaram positivamente em meu favor e acreditam no meu sucesso pessoal e
profissional.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
ii
“Os pais, em nossos dias, exercem sua paternidade sob tensões e pressões de
ordem econômica que não existiam na época de nossos avós. O que eu proponho é
que esses pais dediquem o tempo que lhes sobra para ajudar seus filhos a
dominarem as habilidades humanas essenciais que são necessárias, não só para
lidar com as próprias emoções, como para o estabelecimento de relações humanas
verdadeiramente significativas.”
Daniel Goleman, Phd
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
iii
RESUMO
Esta pesquisa teve como finalidade principal desenvolver e testar uma
metodologia capaz de avaliar o nível de inovação tecnológica existente nas
organizações. A metodologia foi desenvolvida e posteriormente validada através de
um teste realizado em 05 (cinco) empresas industriais manufatureiras as quais
encontram-se entre as maiores em nível de faturamento da cidade de Ponta Grossa,
Paraná, segundo dados fornecidos pela Federação das Indústrias do Estado do
Paraná (FIEP) em sua unidade regional. Os resultados da pesquisa mostraram ser
possível avaliar o nível de inovação tecnológica nas empresas através da
metodologia desenvolvida, tendo a mesma apresentado um alto nível de eficiência,
eficácia e versatilidade. Como resultados secundários a pesquisa mostrou que as
empresas mais inovadoras da região também são as que possuem um maior nível
de faturamento.
Palavras-chave
Inovação tecnológica, faturamento, metodologia.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
iv
ABSTRACT
The main objective of this research was to develop and test a methodology
that makes possible to evaluate the level of technological innovation in organizations.
The study was carried out through field research in 5 (five) manufacturing industries
which are amongst the biggest, regarding profits, in the city of Ponta Grossa, State of
Paraná, according to data available at the regional branch of the Paraná Industries
Federation (FIEP) . The results of this research showed that it is possible to evaluate
the level of technological innovation in companies through the methodology
developed. Further results also pointed out that the most innovative companies are
the ones that present highest profitability.
Key-words
Technological innovation, profitability, methodology.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Ação dos indicadores de inovação tecnológica nas organizações
11
Quadro 1 – As seis características das empresas inovadoras
15
Quadro 2 – Como as empresas inovam
16
Quadro 3 – O ranking dos dez produtos mais inovadores já lançados por
18
empresas brasileiras
Quadro 4 – Relação instrumento de pesquisa x referencial teórico
25
Gráfico 1 – Gráfico de pontuação
32
Gráfico 2 – Pontuação por questão
33
Figura 2 – Tela de apresentação
34
Figura 3 – Características da empresa
35
Figura 4 – Formulário para avaliação do nível de inovação tecnológica
36
Figura 5 – Classificação da empresa
37
Figura 6 – Gráfico de pontuação
38
Figura 7 – Gráfico de pontuação por questões
39
Quadro 5 – Cargo ocupado pelos respondentes
40
Gráfico 3 – Pontuação da Empresa A
41
Gráfico 4 – Pontuação por questões da Empresa A
42
Gráfico 5 – Pontuação da Empresa B
45
Gráfico 6 – Pontuação por questões da Empresa B
46
Gráfico 7 – Pontuação da Empresa C
48
Gráfico 8 – Pontuação por questões da Empresa C
49
Gráfico 9 – Pontuação da Empresa D
50
Gráfico 10 – Pontuação por questões da Empresa D
51
Gráfico 11 – Pontuação da Empresa E
53
Gráfico 12 – Pontuação por questões da Empresa E
54
Gráfico 13 – Relação nível de inovação tecnológica x faturamento
57
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Formulário para avaliação do nível de inovação tecnológica
Tabela 2 – As dez empresas mais intra-empreendedoras e inovadora do Brasil
Tabela 3 – Benchmarking de uma empresa altamente inovadora
Tabela 4 – Benchmarking de uma empresa altamente inovadora (fictício)
Tabela 5 – Critérios para pontuação
Tabela 6 – Pontuação para classificação
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANPEI
- Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das
Empresas Inovadoras
BCG
- Boston Consulting Group
FIEP
- Federação das Indústrias do Estado do Paraná
FINEP
- Financiadora de Estudos e Projetos
IBGE
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBIE
- Instituto Brasileiro de Intra-empreendedorismo
MCT
- Ministério da Ciência e Tecnologia
MPOG
- Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
OECD
- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
P&D
- Pesquisa e desenvolvimento
PINTEC - Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica
UF
- Unidade da Federação
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
viii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
01
1.1. Delimitação do tema
02
1.2. Problematização
02
1.3. Objetivos
03
1.3.1. Objetivo Geral
03
1.3.2. Objetivos Específicos
03
1.4. Justificativa
03
1.5. Relação entre as variáveis
04
1.6. Organização do trabalho
04
2. REVISÃO DE LITERATURA
05
2.1. A inovação tecnológica
05
2.2. Inovação tecnológica x vantagem competitiva
12
2.3. Como as empresas inovam
14
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
19
3.1. Classificações da pesquisa
19
3.1.1. Natureza da pesquisa
19
3.1.2. Forma da pesquisa
19
3.1.3. Objetivo da pesquisa
20
3.1.4. Método de abordagem
20
3.1.5. Procedimentos técnicos
20
3.2. Instrumento de pesquisa
3.2.1. Teste piloto
21
33
3.3. Coleta de dados
33
3.4. Criação da metodologia informatizada
34
3.5. Validação da Metodologia
39
3.5.1. Empresa A
40
3.5.2. Empresa B
45
3.5.3. Empresa C
47
3.5.4. Empresa D
50
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
ix
3.5.5. Empresa E
53
3.6. A relação nível de inovação tecnológica x faturamento
56
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
59
4.1. Eficiência e eficácia da metodologia desenvolvida
59
4.2. Diagnóstico de gestão
59
4.3. Benchmarking
59
4.4. Auto-avaliação
60
4.5. Análise dos gráficos
60
4.6. Versatilidade da Metodologia
61
4.7. Facilidade de uso da Metodologia
61
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
62
5.1. Conclusões
62
5.2. Sugestões para trabalhos futuros
63
REFERÊNCIAS
64
APÊNDICE A – FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
67
ANEXO A – RANKING DO FATURAMENTO
69
ANEXO B - INSTITUIÇÕES RELACIONADAS À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 75
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
x
Capítulo 1 - Introdução
1
1. INTRODUÇÃO
Vivencia-se atualmente uma era de intensas e profundas mudanças que
ocorrem dia-a-dia no mercado global numa velocidade impressionante. Neste mundo
extremamente globalizado e competitivo, segundo Chiavenato (2004), acompanhar
estas mudanças tem sido o grande ideal da maioria das organizações. Sendo assim,
a gestão da inovação tecnológica se apresenta como ferramenta para alcançar uma
maior produtividade.
O mundo empresarial contemporâneo encontra-se repleto de inovações
tecnológicas que surgem dia após dia. Em praticamente todos os setores de atuação
as diversas empresas se deparam com novos produtos, novos processos e novos
serviços que são criados e colocados à disposição do mercado consumidor com
uma rapidez jamais vista antes. A velocidade das transformações verificada na
última década impressiona até mesmo os maiores futuristas conhecidos.
Atualmente já não é mais a qualidade o grande diferencial pelo qual as
empresas podem obter suas vantagens competitivas, mas sim, a inovação
tecnológica, que surge como fator indispensável para aquelas organizações que
desejam se manter ou alcançar uma situação de líderança de mercado. São os
novos valores agregados aos produtos, processos e serviços que geram vantagens
sobre os concorrentes. Quem inova mais rapidamente, possui uma vantagem
considerável sobre os demais participantes desta competição pelos vários mercados
consumidores.
Portanto, a inovação tecnológica vem sendo abordada pelos diversos autores,
estudiosos, empresários, professores e acadêmicos, como nesta última década da
história. Todos querem ser inovadores, mas muitas vezes se deparam com
obstáculos e dificuldades que acabam bloqueando o caminho rumo à tão almejada
inovação tecnológica. Às vezes por restrições de recursos, outras vezes por
dificuldade de se implantar um ambiente e uma visão inovadora na cultura
organizacional devido às resistências que surgem, enfim, nem sempre se chega a
um nível de inovação adequado para que uma empresa possa ser realmente
considerada como inovadora na busca de vantagens competitivas.
Capítulo 1 - Introdução
1.1.
2
Delimitação do tema
O tema inovação tecnológica é bastante abrangente. Portanto, a pesquisa
limitou-se a estudar os principais indicadores de inovação tecnológica propostos
pelos diversos autores da área, e, construir e testar uma metodologia de avaliação
do nível de inovação tecnológica a partir destes indicadores.
A pesquisa limitou-se ainda a aplicar a metodologia criada em 05 (cinco)
dentre as maiores empresas manufatureiras em nível de faturamento, de vários
setores produtivos, da cidade de Ponta Grossa – PR, tendo em vista avaliar a
eficácia da metodologia na diferenciação do nível de inovação tecnológica das
mesmas.
Estas cinco empresas foram selecionadas a partir da relação das maiores
indústrias manufatureiras da cidade de Ponta Grossa – PR em faturamento,
fornecida pela Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), em sua unidade regional.
A partir desta pesquisa, outras organizações da região, do Estado do Paraná
e/ou de qualquer outra região do Brasil poderão ter seu nível de inovação
tecnológica avaliado, bem como os pontos fortes e fracos em relação a este nível,
para que os gestores destas empresas possam potencializa-los e corrigi-los
respectivamente.
1.2. Problematização
O problema de pesquisa é definido por Luna (2002) como a formulação de
uma pergunta ou conjunto de perguntas para se saber inclusive qual a literatura que
deverá ser utilizada para o embasamento do trabalho a ser realizado.
Sendo assim, para o desenvolvimento da presente pesquisa, levantou-se a
seguinte questão:
- Como avaliar o nível de inovação tecnológica de uma organização ?
Tal problematização do tema mostra-se relevante, tendo em vista a
importância de se verificar o nível de inovação tecnológica para que as organizações
possam buscar uma maior competitividade no mercado onde atuam.
Capítulo 1 - Introdução
3
1.3. Objetivos
Os objetivos desta pesquisa subdividem-se em geral e específicos, a saber:
1.3.1. Objetivo geral:
Desenvolver e testar uma metodologia capaz de avaliar o nível de inovação
tecnológica nas organizações.
1.3.2. Objetivos específicos:
1) Analisar os indicadores de inovação tecnológica propostos por diversos
autores e instituições ligadas ao tema;
2) Adaptar os indicadores analisados buscando praticidade e eficácia na coleta
de dados;
3) Elaborar um formulário que possibilite a avaliação do nível de inovação
tecnológica das organizações através dos indicadores adaptados;
4) Informatizar a metodologia criada através do formulário elaborado para avaliar
o nível de inovação tecnológica das organizações pesquisadas.
1.4.
Justificativa
Sendo o problema a ser analisado pela pesquisa de extrema importância para
as indústrias pontagrossensses, justifica-se a mesma por tratar-se de um trabalho
útil na busca da avaliação, criação e/ou potencialização do nível de inovação
tecnológica para tais organizações, as quais poderão a partir desta pesquisa,
evidenciar seus pontos fortes e fracos em relação à inovação, e a partir daí,
desenvolver atividades que potencializem o seu nível de inovação tecnológica na
busca de uma maior competitividade no mercado onde as mesmas atuam.
Também através desta pesquisa, os gestores poderão avaliar os prós e os
contras de se investir ou não recursos na inovação tecnológica em suas
organizações na busca de vantagens competitivas.
Vislumbrando uma maior competitividade através da inovação tecnológica,
estas empresas estarão também fortalecendo a capacidade produtiva da cidade e
Capítulo 1 - Introdução
4
da região onde estão instaladas, podendo aumentar a geração de empregos,
arrecadações, melhorar a imagem da região no cenário nacional, entre outros
fatores positivos que são pertinentes a regiões que possuem empresas competitivas.
1.5.
Relação entre as variáveis
A pesquisa possui duas variáveis básicas, uma independente e outra
dependente. Segundo Marconi e Lakatos (2001), a variável independente exerce
efeito sobre a variável dependente. Neste caso, a variável independente, é
composta pelo nível de inovação tecnológica das organizações. Já a variável
dependente é representada pelo nível de faturamento apresentado pelas mesmas.
1.6. Organização do trabalho
A presente dissertação encontra-se subdividida em 05 (cinco) capítulos, sendo
este primeiro desenvolvido até aqui uma parte introdutória ao tema a ser abordado,
apresentando a delimitação do tema, a problematização, os objetivos (geral e
específicos) a justificativa e a relação entre as variáveis. O Capítulo 2 apresenta a
revisão bibliográfica; O Capítulo 3 apresenta os procedimentos metodológicos; O
Capítulo 4 apresenta a análise dos resultados; e, o Capítulo 5 apresenta as
considerações finais.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
2.
5
REVISÃO DE LITERATURA
Neste segundo capítulo são abordadas as teorias referentes à inovação
tecnológica, onde se apresentam as idéias dos principais autores relacionados ao
assunto em questão e também de algumas instituições que tratam da inovação
tecnológica.
2.1.
A inovação tecnológica
Perante as grandes e rápidas mudanças que ocorrem a nível global nos dias
atuais, a inovação tecnológica tornou-se um requisito vital para todas as
organizações, sejam estas de pequeno, médio ou grande porte, bem como
pertençam a qualquer setor de atuação que seja. Já não basta mais apenas oferecer
qualidade aos clientes. Muitas empresas que produziam bens ou ofereciam serviços
de qualidade pereceram no passado tendo em vista a falta de inovação percebida
pelos seus consumidores.
Chiavenato (2004), evidencia que as mudanças lentas e progressivas que
ocorriam ha algum tempo atrás foram substituídas por mudanças rápidas e
descontínuas, tornando o mercado totalmente globalizado e inovador. Na sua visão,
a demanda por produtos e serviços sofreu alterações repentinas, os concorrentes
estão agindo cada vez com maior rapidez e estão surgindo cada vez mais de
qualquer parte do mundo, ou seja, a concorrência é total e imprevisível. Chiavenato
(2004) conclui que o ritmo da inovação tecnológica dos produtos/serviços é
extremamente rápido nos dias de hoje.
A inovação tecnológica na visão de Reis (2004) é o principal agente de
mudanças no mundo atual, sendo que através da inovação os diversos países e
organizações obtém vantagens competitivas e subseqüentemente, um maior
crescimento e desenvolvimento sustentável. É a inovação tecnológica que gera a
nova força das empresas modernas. Através de inovações contínuas as
organizações mantém fidelizados seus clientes já existentes e conseguem captar
novos clientes em busca de uma maior lucratividade.
Segundo Kotler (2000), um cliente altamente satisfeito ou “encantado” com a
organização, tem um valor dez vezes maior do que um cliente apenas satisfeito.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
6
Este encantamento do cliente somente é atingido através da oferta de produtos e/ou
serviços diferenciados constantemente em relação aos produtos e/ou serviços
oferecidos pelos concorrentes, ou seja, se obtém vantagens competitivas através da
inovação contínua.
Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) defendem também a idéia de que a inovação
impulsiona o sucesso competitivo das empresas não somente com a criação de
novos produtos, mas também através de mudanças na sua estrutura organizacional.
Já para Cohan (1998), as empresas que são líderes em tecnologia
simplesmente “canibalizam” seus produtos e erradicam seus principais processos
gerenciais periodicamente, evitando assim a obsolescência e a acomodação perante
sua situação de liderança, que nunca deverá ser considerada como um estado
permanente, mas sim, uma fase temporária que só será mantida através da
inovação contínua.
Além disso, Cohan (1998) enfatiza a importância das líderes em tecnologia
possuírem organizações abertas e uma abordagem humanística para gerenciar as
pessoas que compõem a organização. Isso mostra que toda e qualquer organização
é formada antes de tudo por pessoas, e não apenas por máquinas, equipamentos,
instalações e tecnologia. Sendo assim, são as pessoas que devem ser estimuladas
a inovar constantemente e aceitar as mudanças propostas.
Na visão de Mañas (2001), a necessidade de ser competitivo e de manter-se
vivo e ativo e ainda colocar-se e manter-se à frente dos concorrentes tem levado as
organizações a uma busca contínua da inovação. Porém, conforme Mañas (2001),
as pessoas por uma reação natural, inerente ao ser humano, se defendem quando
não tem à sua disposição componentes, meios e conhecimentos suficientes para
apresentar suas novas idéias, o que muitas vezes acaba bloqueando o processo de
inovação.
Essa visão também é apresentada por Chiavenato (2004), quando afirma que
são as pessoas que fazem o negócio. Mesmo que a empresa seja dotada de
máquinas, equipamentos, prédios, instalações, tecnologia e uma porção de outros
recursos físicos, na realidade, esses elementos concretos sozinhos não a fazem
funcionar nem atingir seus objetivos.
Mc Gregor (1999) afirma que muitas das nossas tentativas de controlar
comportamentos sem ser através de adaptações seletivas violentam diretamente a
natureza humana. Consistem em tentar fazer com que as pessoas se comportem
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
7
segundo os nossos desejos, sem respeitar a lei natural. Isso deve ser evitado,
devendo-se trabalhar primeiramente a cultura organizacional para que as pessoas
aceitem com maior naturalidade as mudanças e sintam-se estimuladas e
incentivadas a apresentarem suas idéias na busca da inovação contínua.
Portanto, a inovação depende muito das pessoas que formam uma empresa,
seja esta de qualquer porte ou ramo de atividade. Mas a inovação não surge do
nada, sem um esforço contínuo direcionado ao gerenciamento de um ambiente
favorável para que as pessoas possam participar com suas idéias e buscarem
constantemente essas inovações.
Drucker (2000) afirma que somente um trabalho árduo e sistemático voltado
para a inovação poderá trazer resultados positivos para a empresa. Conforme
Drucker (2000), a inovação sistemática consiste na busca deliberada e organizada
de mudanças, e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem
oferecer para a inovação econômica ou social.
Um dos maiores especialistas da administração estratégica, Porter (1989)
define que a liderança tecnológica almejada pelas indústrias ocorre quando uma
empresa é a primeira a introduzir transformações tecnológicas que dêem
sustentabilidade às suas estratégias competitivas, ou seja, a inovação contínua na
visão deste autor também aparece como fator primordial na busca de vantagens
competitivas.
A Inovação tecnológica contínua não requer apenas altas tecnologias lançadas
no mercado, as chamadas high-tech. Pequenas mudanças no funcionamento de um
produto, no seu design, ou ainda mudanças na forma de se realizar um processo ou
de se prestar um serviço, também são consideradas inovações tecnológicas. Para
que ocorra uma inovação tecnológica, Reis (2004) considera que deve haver a
criação de um novo produto, processo ou serviço, ou ainda, mudanças em produtos,
processos e serviços já existentes no mercado.
Outra consideração de Reis (2004) em relação à inovação tecnológica é a sua
subdivisão em inovações incrementais (ou menores) e inovações radicais (ou
maiores). Nesta concepção, as inovações incrementais são aquelas que vêm
agregar algum valor, gerar alguma melhoria, enfim, modificar um produto, processo
ou serviço já existente, mas que a partir de alguma mudança nos seus atributos
originais, passam a ser percebidos com um novo diferencial em relação aos
produtos, processos ou serviços das organizações concorrentes.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
8
Drucker (1987), visualiza a inovação incremental como o ponto de partida
ideal para as grandes inovações.
As inovações eficazes começam pequenas. Não são grandiosas.
Procuram fazer uma coisa específica. Pode ser o de permitir a um
veículo em movimento puxar força elétrica quando estiver correndo
sobre trilhos – a inovação que possibilitou o bonde elétrico. Ou pode
ser tão elementar quanto o de colocar o mesmo número de fósforos
numa caixa de fósforos (costumava ser cinqüenta), o que
possibilitou o enchimento automático das caixas de fósforos, e deu
aos originadores suecos da idéia um monopólio mundial de fósforos
por quase um século. (DRUCKER, 1987, p. 191)
Uma grande vantagem destas inovações pequenas segundo Drucker (1987),
é o fato das mesmas exigirem poucos investimentos iniciais em recursos financeiros,
humanos, materiais, de pesquisa, entre outros. As pequenas mudanças devem ser
valorizadas,
aceitas
e
principalmente
incentivadas
nas
organizações
contemporâneas, pois caso contrário, estas poderão estar correndo o risco de
desaparecerem dos mercados onde estão inseridas.
Já as inovações radicais, são aquelas que efetivamente geram novos
produtos, processos ou serviços, os quais inclusive acabam por exterminar em
muitos casos os seus antecessores (se é que estes existiam). São radicais, aquelas
inovações normalmente geradas a partir das atividades de P & D (pesquisa e
desenvolvimento).
O investimento em P & D na visão de Sbragia (2001), possui fortes
correlações diretas com o valor das vendas e dos lucros obtidos pelas empresas
atualmente. Este investimento gera inovações que por conseqüência trazem maiores
lucros e competitividade para as empresas. Inovações somente podem ser
consideradas como tais, quando efetivamente promoverem a geração de lucro para
uma organização. Segundo Reis (2004), para que uma idéia seja transformada em
inovação, o novo produto, processo ou serviço, ou ainda as melhorias decorrentes
desta idéia devem ser colocados à disposição do mercado e ser utilizado pelos
consumidores com a geração e/ou aumento de lucratividade para as organizações
inovadoras.
Analisando a área de P & D das organizações, Stefanovitz e Nagano (2005)
apresentam situações em que as empresas de alta tecnologia também podem obter
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
9
uma maior lucratividade comercializando os produtos, processos ou serviços
gerados a partir das atividades de P & D com terceiros, realizando uma forma de
licenciamento destas inovações criadas pela empresa.
Formas para a promoção da inovação tecnológica nas organizações também
são apontadas por diversos autores. Nonaka e Takeuchi (1997) sugerem a gestão
do conhecimento como uma das principais ferramentas para a geração de inovações
contínuas. Similarmente à gestão do conhecimento, Pinchot III (1987) e Pinchot e
Pellman
(2004),
propõem
também
o
fomento
ao
surgimento
de
intra-
empreendedores dentro das grandes organizações, ou seja, as grandes empresas
devem incentivar as pessoas a serem empreendedoras na busca da inovação
contínua sem precisarem para isso, pedir demissão da empresa onde são
funcionários e abrir seu próprio negócio.
O relacionamento com os stakeholders é outra ferramenta que se mostra
como fator primordial para a promoção de inovações tecnológicas para organizações
segundo
Silva,
Hartman
e
Reis
(2005).
Através
da
potencialização
do
relacionamento com clientes, funcionários, sociedade, fornecedores, cooperação
com outras empresas, entre outros atores pertencentes aos ambientes interno e
externo da organização, se favorece o surgimento de novas idéias e a transformação
destas em inovações tecnológicas.
Mas em todas as abordagens acima citadas, o incentivo para que as pessoas
que compõem as organizações compartilhem suas idéias na busca de inovações
contínuas é fundamental. A tecnologia da informação é um suporte indispensável
para a promoção de inovações tecnológicas. Segundo Davenport (1994), pelas
mesmas linhas telefônicas que antes levavam apenas vozes e estática passam hoje
inúmeras ordens de compra, somas de dinheiro, plantas de projetos de produtos,
material de propaganda, e até mesmo reuniões e conferências.
Mas toda esta tecnologia da informação disponível deve ser utilizada como
meio (suporte) e não como um fim, na busca das inovações, pois são as pessoas
que efetivamente irão gerar estas inovações, por mais que seja com um forte auxílio
da tecnologia da informação. Conforme Chiavenato (2004), a velocidade das
mudanças no mundo atual é impressionante, a informática acelerou a criação de
novos conhecimentos, porém, são as pessoas que fazem acontecer as coisas dentro
das organizações.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
10
Além dos autores citados até aqui, algumas instituições brasileiras vem
estudando, pesquisando e analisando a inovação tecnológica nas organizações. A
Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas
Inovadoras (ANPEI), realizou pesquisas para avaliar a inovação tecnológica nas
empresas brasileiras até o ano de 2001. Esta pesquisa era realizada através de um
questionário baseado no Manual Frascatti (1993) e no Manual de Oslo (1992),
ambas publicações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OECD), com sede na França. O referido questionário verifica a situação
da inovação tecnológica nas organizações, porém apenas como um simples
levantamento de dados, sem classificá-las dentro de níveis. Também trata-se de
uma ferramenta bastante extensa e complexa.
Os manuais citados acima apresentam conceitos e indicadores de inovação
tecnológica tomados como referência em muitos países. No Brasil, atualmente, esta
pesquisa sobre inovação tecnológica passou a ser realizada pela Pesquisa Industrial
de Inovação Tecnológica (PINTEC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), órgão pertencente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(MPOG) com periodicidade de 3 (três) anos. Para a realização de tal pesquisa, a
PINTEC utiliza também um questionário semelhante ao utilizado anteriomente pela
ANPEI.
Paralelamente a estas pesquisas, a Financiadora de Estudos e Projetos
(FINEP), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT),
com apoio da ANPEI e da PINTEC, premia anualmente as empresas selecionadas
como as mais inovadoras do país. A FINEP privilegia com este prêmio, as empresas
e instituições brasileiras que investem na busca contínua da inovação e da liderança
tecnológica.
Com base nos indicadores de inovação tecnológica propostos pelas
instituições citadas anteriormente e nos conceitos e definições de inovação
tecnológica apresentados pelos autores mencionados até aqui, se elaborou o
formulário que compõem a ferramenta criada para avaliar o grau de inovação
tecnológica das organizações, a qual será apresentada no capítulo 3.
A inovação tecnológica surge efetivamente, quando numa organização existe
a ocorrência em um determinado nível mínimo exigível destes indicadores, para que
a mesma possa ser considerada como inovadora.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
11
Dentro dos cinco grupos apresentados acima, surgem questões relativas ao
nível de investimentos que as empresas realizam em atividades de P & D
(indicadores de entrada), as percentagens do faturamento total da empresa que
advém de produtos, processos e/ou serviços lançados no mercado recentemente e
número de patentes requeridas e concedidas para a empresa (indicadores de
saída), aos novos produtos, processos ou serviços criados e às mudanças e
melhorias nos produtos, processos ou serviços efetuadas (formas de inovação –
radical/incremental), ao relacionamento da empresa com seus stakeholders na
busca de inovações (fontes de inovação), e, por último, quanto aos impactos que as
inovações promovem sobre a organização (impactos das inovações).
Estes cinco grupos de indicadores de inovação tecnológica serviram de base
para a construção da figura 1, onde se apresenta o processo de inovação
tecnológica nas organizações.
IMPACTOS DAS INOVAÇÕES SOBRE
A EMPRESA
FONTES DE
INOVAÇÃO
INDICADORES
DE ENTRADA
INOVAÇÕES
INDICADORES
DE SAÍDA
INOVAÇÕES
INCREMENTAIS
FATURAMENTO
Figura 1 – Ação dos indicadores de inovação tecnológica nas organizações
Através da Figura 1 se mostra como os indicadores de inovação tecnológica
propostos anteriormente, agem sobre a organização, gerando o faturamento para
esta. Afinal, como cita Reis (2004), somente se pode considerar inovação, aquela
idéia que foi efetivamente transformada em um produto, processo ou serviço que foi
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
12
comercializada e gerou lucro para uma organização. Conforme mostra a figura 1,
este faturamento pode inclusive ser novamente aplicado nos indicadores de entrada,
como investimento para que outras inovações venham a surgir, criando assim um
ciclo virtuoso de inovação/faturamento.
Hamel e Prahalad (1995) realizaram uma pesquisa no Japão e verificaram
que o que os gerentes japoneses classificaram como primeira fonte de vantagem
competitiva para as empresas foi a capacidade de criar produtos e negócios novos,
ou seja, a inovação foi o fator fundamental para a competitividade. Ainda segundo
Hamel e Prahalad (1995), para a maioria das empresas, a agenda de transformação
organizacional é reativa e não pró-ativa. Isso quer dizer que a maioria das
organizações ainda espera as mudanças ocorrerem para daí tomarem atitudes
inovadoras, quando na verdade o caminho deveria ser o inverso, ou seja, uma busca
diária da inovação.
2.2. Inovação tecnológica x vantagem competitiva
As empresas industriais de manufatura de um modo geral buscam obter e
manter a liderança tecnológica no mercado onde atuam, pois assim sendo, seus
produtos e serviços serão considerados pelos consumidores como os mais
desejados
e
cobiçados,
podendo-se
agregar
valores
intangíveis
a
estas
mercadorias, os quais favorecerão à obtenção de maiores lucros na comercialização
dos mesmos.
Segundo Porter (1989), a liderança tecnológica almejada pelas indústrias
ocorre quando uma empresa é a primeira a introduzir transformações tecnológicas
que dêem sustentabilidade às suas estratégias competitivas, ou seja, a inovação
tecnológica contínua.
Estas transformações tecnológicas podem ocorrer através da criação de
novos produtos, novos serviços, novos processos, ou mesmo com mudanças e
melhorias em produtos, serviços e processos já existentes, o que para Reis (2004)
caracterizam-se também como inovações tecnológicas.
Cohan (1998) apresenta a inovação radical nos processos como o diferencial
utilizado por aquelas empresas que são líderes nos mercados onde atuam. Na sua
visão, empresas líderes em tecnologia não somente devem “canibalizar” seus
produtos como também modificar seus principais processos gerenciais. Ou seja, os
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
13
processos gerenciais, devem ser revistos e reconstruídos constantemente para a
obtenção de vantagens competitivas.
Mas o mais importante da liderança tecnológica consiste na capacidade que
uma empresa tem de sustentar esta condição de líder ao longo do tempo, o que
pode ser mais difícil do que o fato da empresa assumir a primeira posição num dado
momento.
A liderança tecnológica, na visão de Porter (1989) pode ter sua
sustentabilidade favorecida se ocorrer uma das seguintes situações: (1) os
concorrentes não têm condições de copiar a tecnologia; (2) a empresa inova com a
mesma rapidez ou mais rápido do que a concorrência consegue acompanhar.
Com certeza, a segunda condição mostra-se como mais interessante que a
primeira, tendo em vista que promovendo inovações rápidas e contínuas, a empresa
líder torna-se um “alvo-móvel”, e dificilmente, os concorrentes conseguirão
acompanhá-la em suas mutações tecnológicas.
Alguns fatores importantes influenciam sobremaneira a sustentabilidade da
liderança tecnológica de uma organização. Porter (1989) apresenta quatro fatores
básicos que vão definir se a liderança será sustentável ou não, a saber: (1) A fonte
da transformação tecnológica; (2) A presença ou ausência de uma vantagem
sustentável de custo ou diferenciação na atividade de desenvolvimento da
tecnologia; (3) Qualificações tecnológicas relativas; (4) Índice de difusão de
tecnologia.
Dentre estes quatro fatores influenciadores da liderança tecnológica, o último
se apresenta como um dos mais importantes. A difusão da tecnologia desenvolvida
por uma empresa ocorre quando esta tecnologia deixa de pertencer exclusivamente
à empresa líder e passa a ser dominada pelos concorrentes.
Esta difusão para os concorrentes, de acordo com Porter (1989), pode ocorrer
por observações (entre elas a engenharia reversa), através dos fornecedores e
vendedores, através dos consultores e da imprensa, através dos compradores e
também através da perda de pessoal para a concorrência. A perda de pessoal para
a concorrência acaba gerando mais um problema além da difusão da tecnologia que
antes pertencia somente à empresa líder.
Com a saída de um funcionário (muitas vezes altamente qualificado), a
organização perde um alto valor intangível, ou seja, o capital intelectual que o
funcionário leva embora quando sai da empresa. Este valor de capital intelectual
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
14
ainda é difícil de ser mensurado, mas inúmeros estudos sobre o assunto já
evidenciaram que as empresa podem perder muito com a migração de seus
funcionários para outras organizações, principalmente se estas forem seus
concorrentes diretos.
Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) enfatizam que os resultados gerados pelo
conhecimento das pessoas são mais difíceis de mensurar do que margens ou
estoques, porém, essas melhorias intangíveis criam vantagens competitivas
sustentáveis e até mesmo influenciam os resultados financeiros de uma
organização.
Portanto, a retenção de talentos é uma das estratégias para desacelerar o
índice de difusão da tecnologia em uma empresa líder. Para que isso ocorra, Porter
(1989) sugere que as empresas adotem políticas de pessoal que conservem seus
empregados para que estes continuem inovando dentro destas empresas.
Como conclusão, torna-se evidente a importância de se investir em capital
intelectual na busca da inovação tecnológica contínua que traga aumento de
faturamento para as empresas. Na seção 2.3 a seguir, apresentam-se alguma
maneiras como as empresas contemporâneas estão trabalhando a inovação
tecnológica em busca de vantagens competitivas.
2.3. Como as empresas inovam
Em matéria recente, Blecher (2005) publicou na Revista Exame uma
reportagem mostrando a importância da inovação tecnológica para o faturamento
das empresas, e também alguns exemplos de como as empresas modernas inovam
continuamente.
Segundo Blecher (2005), uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting
Group (BCG) dos EUA mostrou que de acordo com 90% de mais de 900
(novecentos) altos executivos entrevistados na pesquisa, o crescimento das diversas
organizações só se torna possível atualmente com a transformação de novas idéias
em bons produtos e/ou serviços, ou seja, inovar é fundamental.
Nesta reportagem, Blecher (2005) apresenta as 06 (seis) características que
são comuns à todas as empresas consideradas inovadoras, conforme mostra o
quadro 1.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
Cultura de Entendimento
do mercado e
apoio à
do
criatividade
consumidor
CompromeUsam
timento de
pesquisas
todos com a convencionais
inovação
e nãoconvencionais
para anteciparse aos
concorrentes e
aos clientes
15
Mobilização
de equipes
Clima de
liberdade
Avaliação de
resultados
O retorno
Os erros
Mobilizam
financeiro gerado
geram
funcionários
de diferentes aprendiza- pelas inovações
áreas para gem e não é avaliado e as
equipes são
punições
gerar idéias
recompensadas
que se
transformem
em
produtos/ser
viços/processos
novos e
lucrativos
Eliminação
de “muros”
Criam redes
de inovação
com seus
stakeholders
(fornecedores, clientes,
entre outros)
Quadro 1 – As seis características das empresas inovadoras
Fonte: Blecher (2005)
As seis características comuns às empresas inovadoras apresentadas no
quadro 1 mostram que nos dias de hoje, para ser inovadora, uma empresa tem que
deixar de lado características tradicionais, que caracterizavam as empresas mais
antigas. As pessoas passam a ser muito valorizadas na busca da inovação contínua,
o que exige um certo investimento por parte da empresa que deseja ser inovadora
em recursos humanos destinados à geração de novas idéias, seja através de P & D,
ou através de estímulos aos funcionários de todos os departamentos a gerarem e
compartilharem seus conhecimentos rumo à inovação. Essas pessoas sem duvida
ainda devem fazer parte de equipes e devem possuir autonomia para poderem
liberar sua criatividade em prol da inovação.
Um relacionamento amplo com os stakeholders se confirma aqui também
como um requisito fundamental para as empresas inovadoras. Através de um
contato direto e aberto com clientes, fornecedores, comunidade, colaboradores,
entre outros, inúmeras novas idéias podem surgir e se transformar em inovações
tecnológicas lucrativas. Os produtos, processos e serviços oferecidos pelas
organizações atuais podem receber incrementos ou mudanças significativas, que
muitas vezes só são percebidas por aqueles que efetivamente utilizam aquilo que a
empresa oferece, e com isso, podem se transformar numa fonte importantíssima de
novas idéias para o surgimento das inovações.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
16
E por fim, todas estas idéias geradas devem ser constantemente
monitoradas, para que se avalie o que estão trazendo efetivamente de resultados
para a empresa, para através daí, se poder também recompensar aqueles que
colaboraram para o surgimento das inovações. Estas características das empresas
inovadoras apresentadas por Blecher (2005) vem reforçar a necessidade da
existência dos grupos de indicadores de inovação tecnológica apresentados
anteriormente na seção 2.1 da presente pesquisa.
Blecher (2005) ainda apresenta as formas de inovação que algumas das
empresas brasileiras e multinacionais mais inovadoras da atualidade utilizam para
gerar novos produtos, processos e/ou serviços tendo como retorno um aumento
significativo de seu faturamento, através de melhorias nas vendas, redução de
custos, diminuição de estoques, entre outros fatores.
O quadro 2 apresenta os casos analisados por Blecher (2005) de formas de
inovação utilizadas pelas empresas inovadoras.
Natura
Apple
Google
Procter &
Nutrimental
Cosméticos
Gamble
Explora seus
Com erros e
Dá tempo livre
Busca
Estabelece
valores;
acertos;
para
parceiros;
júri para
Mantém ouvidos
Entusiasmo; desenvolvimento Descobre as
julgar as
de projetos
idéias;
abertos;
Privilegia o
mulheres
Envolve a
particulares;
Envolve a
design;
(clientes);
cúpula;
Utilizam
Elabora listas de
Cria novos
cúpula;
Estabelece redes empowerment;
idéias;
mercados;
Remunera as
(open
Ousam mesmo
Atualiza
Vai além do
boas idéias.
innovation);
sem garantia
decisões;
produto, pensa
Mescla suas
Promove
de sucesso.
também nas
equipes.
brainstorms;
embalagens e
Compra boas
promoções.
idéias de outras
empresas.
Quadro 2 – Como as empresas inovam
Fonte: Blecher (2005)
Estes exemplos práticos e reais mostram que realmente é preciso trabalhar
com os indicadores de inovação tecnológica para se criar constantemente novos
produtos, processos ou serviços e também promover contínuas mudanças nestes,
em busca do encantamento do cliente e dos demais stakeholders, que são os pilares
de sustentação de toda e qualquer empresa, segundo Cunha (2001).
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
17
Mas seguindo a linha de pensamento de Reis (2004), a inovação tecnológica
só pode ser considerada como tal, se efetivamente trouxer retorno financeiro para
quem a gerou. Uma inovação deve então aumentar a lucratividade, a participação no
mercado, o faturamento da empresa, entre outros fatores.
Confirmando esta teoria, Blecher (2005) apresenta o ranking dos 10 (dez)
produtos mais inovadores já lançados por empresas brasileiras, ou seja, aqueles que
efetivamente trouxeram muito lucro para estas organizações. Afinal, um dos grupos
de indicadores de inovação apresentados na seção 2.1 desta pesquisa e na figura 1,
é o grupo de indicadores de saída, que são aqueles indicadores que realmente
revelam o quanto as inovações promovidas por uma organização geram de
faturamento e lucro para a mesma, ou seja, o quanto de faturamento da empresa
provêm especificamente de novos produtos lançados no mercado nos últimos anos.
O quadro 3 mostra este ranking elaborado pela Revista Exame e apresentado
por Blecher (2005). Analisando o quadro 3 se percebe a importância da inovação
tecnológica para o aumento do faturamento das empresas. Desde inovações tão
simples como o sistema ploc-off de abertura de latas (que surgiu da idéia de uma
funcionária do departamento de RH da empresa) até o desenvolvimento de um
motor bi-combustível (que exige investimentos em P & D), são as inovações que
trazem retorno para as empresas atualmente.
A partir da análise da revisão bibliográfica apresentada até aqui, se pode
verificar a grande importância em se avaliar o nível de inovação tecnológica das
organizações para a partir daí gerar vantagens competitivas sustentáveis para as
mesmas, destacando-se assim a importância do presente trabalho.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
ONE
FORD
CSN
PETROBRÁS
Chapas
de aço
prépintadas
Exploração
em águas
profundas
18
EMBRAER
VW
EMBRAPA
UNILEVER
Sabão em
pó em
sacos
plásticos
Aeronaves
para 70 a 110
lugares
Sistema Bicombustível
Soja para
baixas
latitudes
Água de
Modelo
Côco em Ecosport
caixinhas
Mais de 400
modelos
vendidos
Utilizado em
mais da
metade da
frota brasileira
Responde
hoje por
40% da
produção
de grãos
do país
AutoConquistou
LicenciaAumento Mais de Dobrou o
80.000
fatura- suficiência em o mercado
mento de
das
petróleo e
nordestino
versões
exporta- unidades mento da
pagas pelas
ções em vendidas empresa exportações
empresas
06 (seis) por ano
vezes
Quadro 3 – O ranking dos dez produtos mais inovadores já lançados por empresas brasileiras
Fonte: Blecher (2005)
SAFESTMAIL
Software
anti-spam
BRASILATA
Sistema de
abertura de
latas ploc-off
Aumento de
faturamento
significativo
para a
empresa e
conquista de
um mercado
inexistente
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
19
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo apresenta todos os procedimentos metodológicos que foram
utilizados para a elaboração da presente dissertação.
3.1. Classificações da Pesquisa
3.1.1. Natureza da pesquisa
Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica e pesquisa
documental (MARCONI; LAKATOS, 2001) seguidas do desenvolvimento de uma
metodologia de avaliação a qual foi posteriormente testada e validade através da
sua aplicação em 05 (cinco) dentre as maiores indústrias manufatureiras em termos
de faturamento, de vários setores produtivos, da cidade de Ponta Grossa – PR. A
pesquisa objetivou principalmente desenvolver, testar e validar uma metodologia
capaz de avaliar o nível de inovação tecnológica apresentado pelas organizações, e,
adicionalmente, verificar empiricamente este nível nas empresas pesquisadas para
relaciona-lo com o seu nível de faturamento, verificando assim a existência de uma
relação entre ambos os níveis.
Portanto, trata-se de uma pesquisa aplicada (MARCONI; LAKATOS, 2001),
tendo em vista que seus resultados foram testados na prática, empiricamente, não
se limitando apenas a uma pesquisa de revisão de literatura, o que no caso, a
tornaria uma pesquisa básica.
3.1.2. Forma da Pesquisa
Quanto a sua forma, esta pesquisa classifica-se como quali-quantitativa, que
segundo Gomes e Araújo (2005), é o tipo de pesquisa mais indicado quando se trata
de abordar assuntos relacionados à gestão das organizações.
No campo da administração há um contexto favorável a utilização de
metodologias de pesquisa que adotem um enfoque múltiplo. O
cenário organizacional é, ao mesmo tempo, complexo e mutante. Se
estudar o ser humano isoladamente já é uma tarefa
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
20
desafiadora,entendê-lo no ambiente organizacional é uma tarefa
ainda mais árdua. (GOMES; ARAÚJO, 2005)
Portanto, por se tratar de uma pesquisa que abordou tanto valores numéricos
das organizações, como também o relacionamento das mesmas com seus
stakeholders, a mesma se considera uma pesquisa do tipo quanti-qualitativa.
3.1.3. Objetivo da Pesquisa
Quanto ao objetivo, a pesquisa enquadra-se como exploratória. Lima (2004)
sugere que a pesquisa exploratória é adequada quando se pretende investigar até
que ponto as variáveis da pesquisa podem ser medidas, e em caso afirmativo, como
seria possível realizar tal medição. Portanto, a pesquisa exploratória foi utilizada aqui
para verificar a possibilidade da mensuração do nível de inovação tecnológica nas
organizações.
3.1.4. Método de abordagem
Em relação ao método de abordagem a pesquisa se caracteriza como
dedutiva, que segundo Marconi e Lakatos (2001), parte das teorias e leis já
existentes sobre o assunto abordado, e na maioria das vezes prediz a ocorrência
dos fenômenos particulares (conexão descendente). Portanto, esta pesquisa, a partir
da análise de um referencial teórico mostra como se desenvolveu, testou e validou
uma metodologia de avaliação do nível de inovação tecnológica nas organizações e
ainda, como ocorre ou não, na pratica das organizações, a relação entre este nível e
o faturamento das mesmas.
3.1.5. Procedimentos técnicos
Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi adotada a técnica de
Observação Direta Extensiva, através de teste. O teste segundo Marconi e
Lakatos (2001) se utiliza de instrumentos para medir itens como o rendimento,
freqüência, capacidade, etc, de forma quantitativa. O instrumento testado na
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
21
presente pesquisa foi a metodologia aqui desenvolvida que se baseou no formulário
criado para a avaliação do nível de inovação tecnológica. O formulário, segundo
Marconi e Lakatos (2001), trata-se de uma técnica de coleta de dados do tipo
observação direta extensiva, e deve ser constituído por um roteiro de perguntas a
serem enunciadas pelo entrevistador e preenchidas pelo mesmo com as respostas
do entrevistado/pesquisado. Também Lima (2004) define que o formulário deve ser
aplicado através da comunicação entre o entrevistador e o pesquisado de forma
direta, ou seja, presencial, nos mesmos moldes de uma entrevista.
Para o teste da metodologia criada, o formulário foi encaminhado
antecipadamente aos respondentes através de e-mail, devidamente acompanhado
de um texto explicativo, pois sendo o formulário uma ferramenta de coleta de dados
semelhante à entrevista é importante que o contato se prepare para fornecer as
informações necessárias para a pesquisa.
Como o objetivo da metodologia desenvolvida é avaliar dados estatísticos
sobre as empresas, o formulário mostrou-se como um instrumento adequado, tendo
em vista que as pessoas o responderam na presença do pesquisador, evitando a
não solução de dúvidas em relação às respostas.
3.2. Instrumento de pesquisa
Esta pesquisa desenvolveu um formulário com base nos indicadores de
inovação tecnológica propostos pelos autores e instituições citados no capítulo 2
deste trabalho para compor uma metodologia informatizada capaz de avaliar o nível
de inovação tecnológica das organizações. O objetivo deste formulário é verificar se
as empresas classificam-se como inovadoras, medianamente inovadoras ou pouco
inovadoras, possibilitando assim, uma análise dos indicadores a serem trabalhados
pelos gestores das empresas na busca de um adequado nível de inovação
tecnológica para as mesmas visando vantagens competitivas e liderança de
mercado, conforme já analisado no referencial teórico da presente pesquisa.
A tabela 1 mostra o formulário elaborado para a avaliação do nível de
inovação tecnológica das empresas a serem analisadas. Foram elaboradas 30
(trinta) perguntas de múltipla escolha as quais foram aproximadas em 05 (cinco)
grupos, os quais se referem aos grupos de indicadores de inovação tecnológica,
apresentados no capítulo 2 desta pesquisa. Tal agrupamento também facilitou a
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
22
visualização e a identificação das respostas. Foram utilizadas perguntas de
múltipla escolha do tipo estimação ou avaliação, que conforme Lima (2004),
permite escolher e indicar a resposta que mais se aproxima da realidade investigada
através do seu julgamento, estimação ou avaliação, seguindo uma escala de
intensidade crescente ou decrescente. Este tipo de perguntas facilita a tabulação
dos dados coletados.
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
23
FORMULÁRIO (Grau de Inovação)
a.Marque com um "x" a opção que represente a realidade da empresa;
b.Preencha apenas uma resposta para cada questão.
ÍTEM
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
2
1% ou - 2 a 24
%
COLUNAS
3
4
5
6
25 a 50 a 74 75 a 99 100 %
49 %
%
%
ou +
QUESTÃO
INDICADORES DE ENTRADA
Qual a percentagem dos Recursos Humanos da empresa que são dedicados exclusivamente a P & D ?
Qual a percentagem do faturamento da empresa que é investido em P & D ?
Qual a percentagem da área física da empresa (prédios, instalações etc) que são destinados exclusivamente à
atividades de P & D ?
INDICADORES DE SAÍDA
Qual a percentagem do faturamento da empresa que advém de produtos lançados nos últimos 5 anos ?
Qual a percentagem do faturamento que advém de tecnologias de produtos e/ou processos criados pela empresa e
vendidos para terceiros (royalties) nos últimos 5 anos ?
Em relação ao número de novos processos produtivos introduzidos/modificados nos últimos 5 anos: se a empresa não
teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30,
coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.
Qual a economia de custos decorrente de melhoria nos processos produtivos da empresa nos últimos 5 anos ?
Em relação aos projetos concluídos que geraram inovação nos últimos 5 anos: se a empresa não
teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30,
coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.
Em relação a patentes registradas: Se a empresa não possui patentes, preencha a coluna 1; se a empresa possui
de 1 a 3 patentes, preencha a coluna 2; de 4 a 8, coluna 3; de 9 a 15, coluna 4; de 16 a 30, coluna 5 e mais de 30, coluna 6.
FORMAS DE INOVAÇÃO
Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos que percentagem originou-se de tecnologia
radicalmente nova ?
Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos, que percentagem originou-se de
aperfeiçoamentos ou adaptações de produtos já existentes ?
Continua na próxima página
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
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25
26
27
28
29
30
FONTES DE INOVAÇÃO
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem as atividades de P & D ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com outras empresas (alianças) ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com universidades e/ou institutos de
pesquisa ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os fornecedores de máquinas, equipamentos,
materiais, componentes ou softwares ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Clientes ou consumidores ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Concorrentes (benchmarking) ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem serviços de consultoria ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem outra empresa do grupo ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem aquisição de licenças, patentes e know how ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem feiras, exposições, conferências, encontros
e publicações ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem Redes de informação informatizadas ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem treinamentos para os funcionários ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem mudança significativa de software ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem novos usos para o produto já existente ?
IMPACTOS DAS INOVAÇÕES
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa melhorando a qualidade dos
produtos em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando o número de
Produtos ofertados ao mercado em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a participação da
mesma no mercado (market-share) em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a capacidade
produtiva em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa reduzindo o consumo de
Matéria-prima em:
Tabela 1 – Formulário para avaliação do nível de inovação tecnológica
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
24
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
25
Para a elaboração deste formulário, baseou-se diretamente no referencial
teórico apresentado e analisado no capítulo 2 da presente dissertação, conforme
mostra o quadro 4. Na visão de Lima (2004), o pesquisador deve dispor de um
referencial conceitual e teórico consistente sobre o tema investigado para reunir
elementos que permitam elaborar questões adequadas e alternativas de respostas
pertinentes ao problema que se deseja investigar.
GRUPO
01
INDICADORES DE
ENTRADA
02
INDICADORES DE
SAÍDA
03
FORMAS DE
INOVAÇÃO
04
FONTES DE
INOVAÇÃO
05
IMPACTOS DA
INOVAÇÃO NA
EMPRESA
AUTORES
ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)
SBRAGIA (2001)
STEFANOVITZ; NAGANO (2005)
BLECHER (2005)
ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)
REIS (2004)
DRUCKER (1987)
PORTER (1989)
BLECHER (2005)
ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)
REIS (2004)
BLECHER (2005)
ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)
REIS (2004)
SILVA; HARTMAN; REIS (2005)
STEFANOVITZ; NAGANO (2005)
BLECHER (2005)
ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)
REIS (2004)
PINCHOT; PELLMAN (2004)
BLECHER (2005)
Quadro 4 – Relação instrumento de pesquisa x referencial teórico
Analisando-se os autores e instituições apresentados no Quadro 4, verificouse a inexistência de uma metodologia similar à aqui desenvolvida, que tenha uma
forma simples e fácil de ser utilizada pelos gestores das organizações atuais.
Portanto, a metodologia para avaliação do nível de inovação tecnológica foi
desenvolvida com base no formulário da tabela 1, em programa Microsoft Excel®,
para que este formulário pudesse ser preenchido eletronicamente pelo pesquisador
na presença do respondente. Se for o caso, no momento em que se encerra a
entrevista, o pesquisador já pode realizar as análises imediatamente.
Depois de preenchido o formulário, o programa realiza as somatórias dos
pontos obtidos pela empresa de acordo com as respostas assinaladas. O critério de
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
26
pontuação das respostas se baseou na pontuação dos resultados obtidos pelo
“Ranking da Inovação” realizado pelo Instituto Brasileiro de Intra-empreendedorismo
(IBIE), em conjunto com a Revista Exame no ano de 2004, onde foram classificadas
as 10 (dez) empresas mais intra-empreendedoras e inovadoras do Brasil, conforme
mostra a tabela 2. Este ranking se baseou com maior intensidade nos indicadores de
intra-empreendedorismo e não realizou uma classificação por níveis de inovação
tecnológica como permite fazer a metodologia aqui desenvolvida.
Através da tabela 2, verifica-se que as empresas classificadas como as
mais intra-empreendedoras e inovadoras do Brasil, alcançaram em média uma
pontuação dentro da faixa enquadrada entre 80 % e 100 % da pontuação máxima
que caracterizava uma empresa altamente intra-empreendedora e inovadora.
O programa desenvolvido faz a contagem dos pontos automaticamente
imputando às questões a seguinte pontuação estabelecida para a pesquisa:
a. 2,0 (dois pontos) para cada resposta marcada na coluna 1;
b. 4,0 (quatro pontos) para as respostas marcadas na coluna 2;
c. 6,0 (seis pontos) para as respostas marcadas na coluna 3;
(de dois em dois pontos para as colunas mais próximas do mínimo)
d. 8,0 (oito pontos) para as respostas marcadas na coluna 4;
e. 9,0 (nove pontos) para as respostas marcadas na coluna 5;
f. 10,0 (dez pontos) para as respostas marcadas na coluna 6.
(a cada ponto para as colunas mais próximas do máximo, a fim de valorizar
mais estas respostas)
Além desta pontuação, as respostas marcadas no grupo de questões que
revelam os indicadores de saída foram consideradas as mais importantes para
caracterizar o grau de inovação tecnológica de uma organização seguidas pelos
indicadores dos impactos das inovações sobre a empresa. Portanto, para as
respostas lançadas no grupo dos “indicadores de saída” e “impactos da inovação
sobre a empresa” se acrescentaram ainda os seguintes pesos:
a. peso 4 (quatro) para as respostas lançadas nas questões constantes
no grupo de indicadores de saída;
b. peso 3 (três) para as respostas lançadas nas questões constantes no
grupo de impactos das inovações sobre a empresa.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
27
As 10 vencedoras
1º
Tupy Fundições (Santa Catarina)
93,7 %
2º
Unimed
Vales do Taquari e Rio Pardo (Rio Grande do Sul)
87,9 %
3º
Odebrecht
Engenharia e construção (São Paulo)
85,3 %
4º
Multibrás da Amazônia (Amazonas)
85,2 %
5º
Serasa (São Paulo)
85,0 %
6º
Bahia Sul Celulose (Bahia)
82,5 %
7º
Algar (Minas Gerais)
81,7 %
8º
Amil (Rio de Janeiro)
80,6 %
9º
Credicard (São Paulo)
80,3 %
10º
Sat
(Satélite distribuidora de petróleo) (Rio Grande do Norte)
79,4 %
Tabela 2: As 10 empresas mais intra-empreendedoras e inovadoras do Brasil
Fonte: Revista Exame (2004)
Nenhuma das demais respostas às questões contidas no formulário foram
diferenciadas
por
pesos,
tendo
todas
os
mesmos
valores
apresentados
anteriormente. Portanto, a pontuação para classificação das empresas quanto ao
seu nível de inovação tecnológica é a apresentada na tabela 3.
Para se ter como parâmetro uma empresa considerada altamente inovadora,
utilizou-se o resultado fictício apresentado na tabela 4, ou seja, uma empresa que
obtiver na pesquisa um resultado igual ou melhor que o apresentado na planilha da
tabela 4, será considerada como no nível máximo de inovação tecnológica para fins
de avaliação e classificação, porque são empresas que estão investindo muito em
inovação tecnológica e possuem uma grande parte do seu faturamento advindo da
comercialização de produtos, processos e/ou serviços lançados recentemente, ou
seja, de produtos, processos e/ou serviços inovadores.
Uma empresa que obtenha as respostas lançadas no formulário de avaliação
do nível de inovação tecnológica idênticas às apresentadas na tabela 4 obterá
conseqüentemente o resultado apresentado pela tabela 3.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
28
AVALIAÇÃO DO GRAU DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
RESPOSTAS
1 % ou - 2 - 24 % 25 - 49 % 50 - 74 % 75 - 99 % 100 % ou +
0
12
12
192
126
Classificação da Empresa Pesquisada:
150
INOVADORA (IN)
Tabela 3: Benchmarking de uma empresa altamente inovadora
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
PONTOS
492,00
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
FORMULÁRIO (Grau de Inovação)
a.Marque com um "x" a opção que represente a realidade da empresa;
b.Preencha apenas uma resposta para cada questão.
ÍTEM
QUESTÃO
INDICADORES DE ENTRADA
1 Qual a percentagem dos Recursos Humanos da empresa que são dedicados exclusivamente a P & D ?
2 Qual a percentagem do faturamento da empresa que é investido em P & D ?
Qual a percentagem da área física da empresa (prédios, instalações etc) que são destinados exclusivamente à
3 atividades de P & D ?
INDICADORES DE SAÍDA
4 Qual a percentagem do faturamento da empresa que advém de produtos lançados nos últimos 5 anos ?
5 Qual a percentagem do faturamento que advém de tecnologias de produtos e/ou processos criados pela empresa e
vendidos para terceiros (royalties) nos últimos 5 anos ?
6 Em relação ao número de novos processos produtivos introduzidos/modificados nos últimos 5 anos: se a empresa não
teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30,
coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.
7 Qual a economia de custos decorrente de melhoria nos processos produtivos da empresa nos últimos 5 anos ?
8 Em relação aos projetos concluídos que geraram inovação nos últimos 5 anos: se a empresa não
teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30,
coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.
9 Em relação a patentes registradas: Se a empresa não possui patentes, preencha a coluna 1; se a empresa possui
de 1 a 3 patentes, preencha a coluna 2; de 4 a 8, coluna 3; de 9 a 15, coluna 4; de 16 a 30, coluna 5 e mais de 30, coluna 6.
FORMAS DE INOVAÇÃO
10 Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos que percentagem originou-se de tecnologia
radicalmente nova ?
11 Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos, que percentagem originou-se de
aperfeiçoamentos ou adaptações de produtos já existentes ?
Acima de 1%, 29
até
25% do faturamento
total da empresa,
das suas instalações
e do seu RH
investido em P & D
foi considerado
COLUNAS
como um nível
1
2
3 4 5
6
excelente para os
1% 2 a 25 50 a 75 a 100
indicadores de
ou - 24% a 74 99 %
entrada.
49 % % ou + “A 3M investe 7% do
%
faturamento em P&D,
o que é considerado o
X
dobro da média das
outras empresas
americanas.” (PROBST;
RAUB; ROMHARDT,
2002)
X
x
X
X
X
X
X
x
X
X
Continua na próxima página
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Indicadores de saída
acima de 50 %
indicam uma
empresa inovadora.
“70 % do faturamento
advindo de produtos
lançados recentemente é
um índice muito alto até
para os padrões
internacionais”
(BLECHER, 2005)
Ênfase tanto em
inovações radicais
quanto em inovações
incrementais são bons
indícios de
preocupação com a
inovação.
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
30
FONTES DE INOVAÇÃO
12 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem as atividades de P & D ?
13 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com outras empresas (alianças) ?
14 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com universidades e/ou institutos de
pesquisa ?
15 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os fornecedores de máquinas, equipamentos,
materiais, componentes ou softwares ?
16 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Clientes ou consumidores ?
17 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Concorrentes (benchmarking) ?
18 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem serviços de consultoria ?
19 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem outra empresa do grupo ?
20 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem aquisição de licenças, patentes e know how ?
21 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem feiras, exposições, conferências, encontros
e publicações ?
22 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem Redes de informação informatizadas ?
23 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem treinamentos para os funcionários ?
24 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem mudança significativa de software ?
25 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem novos usos para o produto já existente ?
IMPACTOS DAS INOVAÇÕES
26 As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa melhorando a qualidade dos
produtos em:
27 As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando o número de
produtos ofertados ao mercado em:
28 As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a participação da
mesma no mercado (market-share) em:
29 As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a capacidade
produtiva em:
30 As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa reduzindo o consumo de
matéria-prima em:
Tabela 4 – Benchmarking de uma empresa altamente inovadora (fictício)
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Quanto melhor
o
relacionamento
com os
stakeholders,
maior a
probabilidade
do surgimento
de inovações.
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Quanto maiores
os impactos das
inovações sobre
os resultados da
empresa melhor
em relação ao
seu nível de
inovação
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
31
Com base na tabela 4, que representa uma empresa com o nível máximo de
inovação tecnológica, acrescentando-se uma margem de segurança de 5% para
evitar que a pontuação seja estanque, estabeleceram-se os seguintes critérios para
a pontuação das empresas:
INOVADORA
(IN)
MEDIANAMENTE
INOVADORA
(MIN)
POUCO
INOVADORA (PIN)
FAIXA (%) EM
RELAÇÃO AO
MÁXIMO (492
pontos)
80 % em diante
PONTOS
394 em diante
PONTOS COM
MARGEM DE
SEGURANÇA DE 5
%
374 em diante
40 a 79 %
197 a 393
187 a 373
0 a 39 %
0 a 197
0 a 186
Tabela 5 – Critérios para a pontuação
A tabela 6 facilita a visualização da pontuação estabelecida:
INOVADORA (IN)
MEDIANAMENTE INOVADORA (MIN)
POUCO INOVADORA (PIN)
374 pontos ou mais
187 a 373 pontos
0 a 186 pontos
Tabela 6 – Pontuação para classificação
Complementando estes critérios estabelecidos, seguem as explicações sobre
cada um dos três níveis de inovação tecnológica estabelecidos:
a. Nível IN (Inovadora) = A empresa possui um elevado nível de
inovação tecnológica, não necessitando muitos ajustes em seus
processos de gestão para buscar um elevado nível de faturamento
através de suas inovações, ou seja, enquadram-se neste nível as
empresas que já obtém a maior parte de seu faturamento advindo
de produtos, processos e/ou serviços inovadores e investem uma
parte considerável do seu faturamento em inovação tecnológica;
b. Nível MIN (Medianamente inovadora) = A empresa possui um nível
médio de inovação tecnológica, necessitando alguns ou vários
ajustes em seus processos de gestão para buscar obter um maior
faturamento
através
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
de
inovações
tecnológicas,
ou
seja,
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
32
enquadram-se neste nível as empresas que obtém um parte não
muito expressiva do seu faturamento oriunda de produtos,
processos e/ou serviços inovadores, e, investem uma pequena
parte deste faturamento em inovação tecnológica;
c. Nível PIN (Pouco inovadora): A empresa possui um nível baixo de
inovação tecnológica, necessitando muitos ajustes em seus
processos de gestão para buscar a obtenção de um faturamento
oriundo de produtos, processos e/ou serviços inovadores, ou seja,
enquadram-se neste nível as empresas que não possuem nenhuma
parte ou uma parte muito pouco representativa do seu faturamento
oriundo de produtos, processos e/ou serviços inovadores, além de
não investirem nada ou quase nada em inovação tecnológica.
Este foi então o critério adotado para classificar as empresas nos níveis IN,
MIN ou PIN de acordo com a sua pontuação obtida através da metodologia
informatizada desenvolvida neste trabalho. Após lançadas as respostas no
formulário eletrônico e realizados os cálculos pela planilha da tabela 3, o programa
gera automaticamente os gráficos apresentados a seguir.
600,0
502,00
PONTUAÇÃO
500,0
400,0
300,0
208,0
200,0
126,0
150,0
100,0
0,0
0,0
18,0
1 % ou -
2 - 24 %
25 - 49 %
0,0
50 - 74 %
75 - 99 % 100 % ou +
PONTOS
QUESTÕES
Gráfico 1: Gráfico de pontuação
O Gráfico de pontuação mostra o desempenho global apresentado pela
empresa em relação ao seu nível de inovação tecnológica. Já o gráfico de
pontuação por questão apresentado a seguir, mostra os pontos fortes e fracos da
empresa em relação aos indicadores de inovação tecnológica. Ambos os gráficos
serão analisados mais detalhadamente na seção 3.5 da presente pesquisa.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
33
29
QUESTÕES
25
21
17
13
9
5
1
0
2
4
6
8
10
12
PONTUAÇÃO
Gráfico 2: Pontuação por questão
3.2.1. Teste Piloto
Conforme Lima (2004), a aplicação de formulários favorece o esclarecimento
de eventuais dúvidas ou problemas na formulação das perguntas, tendo em vista
que o respondente encontra-se na presença do pesquisador.
A aplicação do teste piloto do formulário foi realizada com 01 (um) gerente de
uma das empresas pesquisadas. Imediatamente após a aplicação, procedeu-se à
correção de algumas das questões que continham pequenos problemas de
compreensão. Tal atitude foi muito útil para analisar a compreensão da redação das
questões pelos respondentes, pois a partir daí, algumas das referidas questões
foram refeitas para corrigir as falhas verificadas.
O teste piloto serviu também para verificar que os demais requisitos citados
por Lima (2004) anteriormente se encontravam de maneira adequada no formulário,
facilitando a aplicação da metodologia de pesquisa desenvolvida.
3.3. Coleta de dados
Depois de testado o formulário de pesquisa, o mesmo foi transformado numa
metodologia informatizada, para facilitar tanto a coleta de dados para a pesquisa
quanto a tabulação dos mesmos e a análise dos resultados obtidos. A criação desta
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
34
metodologia originou-se no formulário e nos critérios apresentados anteriormente na
seção 2.3 e seguiu as demais etapas apresentadas a seguir.
3.4. Criação da metodologia informatizada
A metodologia para a coleta e tabulação dos dados foi desenvolvida em
planilhas do programa Microsoft Excel®. Numa primeira planilha, foi elaborada uma
tela de apresentação da metodologia utilizada para a pesquisa. A figura 2 mostra o
lay-out desta tela.
Figura 2 – Tela de apresentação
A tela apresentada na planilha da figura 2 contém as explicações sobre a
pesquisa que se pretende realizar na empresa com a referida metodologia
(objetivos, propósito, finalidade, entre outros), bem como, um compromisso do
pesquisador com o total e absoluto sigilo das informações que ali serão prestadas,
comprometendo-se inclusive a não divulgar em nenhuma hipótese os dados de
identificação da empresa salvo com prévia autorização do responsável pela mesma.
A segunda planilha da metodologia, mostrada pela figura 3 contém um
espaço a ser preenchido pelo pesquisador com os dados principais da empresa.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
35
Figura 3 – Características da empresa
Esta planilha da figura 3 é preenchida pelo pesquisador com os seguintes
dados:
a. data;
b. Município da empresa;
c. UF da empresa;
d. Ano de início das atividades da empresa;
e. Origem do capital da empresa;
f. Participação da empresa em um grupo ou individual;
g. Principal mercado da empresa;
h. Setor de atuação;
i. Número de funcionários;
j. Faturamento publicado no balanço patrimonial no ano anterior.
Numa terceira planilha, apresentada na figura 4, surge o formulário a ser
preenchido eletronicamente, exatamente como já apresentado na Tabela 1. Nesta
planilha, o pesquisador deve marcar com um “x”, as respostas fornecidas pelos
respondentes.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
36
Figura 4 – Formulário para avaliação do nível de inovação tecnológica
As próximas 03 (três) planilhas apresentadas nas figuras 5, 6 e 7, realizam a
tabulação dos dados coletados, a classificação da empresa pesquisada em relação
ao seu nível de inovação tecnológica e também geram gráficos, por onde o
pesquisador pode realizar análises sobre o nível de inovação tecnológica da
organização pesquisada, bem como dos seus pontos fortes e fracos relativos aos
indicadores de inovação tecnológica, os quais poderão ser trabalhados pelos
gestores destas empresas na busca de vantagens competitivas.
A planilha mostrada pela figura 6 é a que realiza a classificação da empresa
pesquisada nos seguintes níveis que foram estabelecidos para a pesquisa:
c. IN (Inovadora);
d. MIN (Medianamente inovadora);
e. PIN (Pouco inovadora).
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
37
Figura 5 – Classificação da empresa
A planilha da figura 5 recebe as respostas lançadas anteriormente na planilha
da figura 4 e automaticamente realiza os cálculos que irão classificar a empresa em
um dos três níveis de inovação tecnológica: IN, MIN ou PIN.
A figura 6 mostra o gráfico que é gerado automaticamente com os dados
enviados pela planilha da figura 5 (planilha classificatória). Ao receber os valores
emitidos pela planilha anterior, o gráfico de pontuação permite a visualização do por
que a empresa se classificou no nível IN, MIN ou PIN, mostrando em qual das 06
(seis) colunas de respostas a empresa obteve uma maior pontuação e qual foi a
pontuação total da mesma.
Neste gráfico pode se analisar de uma forma generalizada se a empresa
pesquisada investe partes consideráveis do seu faturamento em inovação
tecnológica ou não, e, também, se a mesma obtém partes consideráveis do seu
faturamento advindo de produtos, processos e/ou serviços inovadores ou não.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
38
Figura 6 – Gráfico de pontuação
O gráfico da figura 7 pode ser considerado como o mais importante item
pertencente à metodologia informatizada aqui desenvolvida. Através deste gráfico,
que é gerado automaticamente a partir das respostas lançadas no formulário de
pesquisa, os gestores das organizações podem analisar exatamente quais dos
indicadores a empresa possui como pontos fortes ou pontos fracos em relação ao
seu nível de inovação tecnológica.
Um levantamento através deste gráfico permite uma visualização rápida e
objetiva sobre os investimentos que a empresa realiza ou não na busca de
inovações e também se a mesma possui um faturamento oriundo de produtos,
processos e/ou serviços inovadores ou não.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
39
Figura 7 – Gráfico de pontuação por questões
O gráfico mostrado pela figura 7 se apresenta como um instrumento valioso
para que os gestores das organizações possam analisar com profundidade onde a
empresa está falhando e onde a mesma pode potencializar seus pontos fortes em
relação à inovação tecnológica na busca de vantagens competitivas.
3.5. Validação da metodologia
Para validar a metodologia desenvolvida, a mesma foi aplicada em 05 (cinco)
empresas manufatureiras da cidade de Ponta Grossa – PR, as quais encontram-se
entre as maiores em nível de faturamento segundo dados da Federação das
Indústrias do Paraná (FIEP).
Foram entrevistados gerentes (um de cada empresa) de um dos setores de
cada organização, ou seja, pessoas que efetivamente tinham acesso e/ou
conhecimento sobre as informações abordadas em relação aos indicadores de
inovação tecnológica destas empresas.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
40
A seguir, o quadro 5 apresenta o perfil dos 05 (cinco) respondentes que
participaram da validação da metodologia nas indústrias manufatureiras da cidade
de Ponta Grossa – PR.
Empresa A
Gerente Administrativo
Empresa B
Gerente Comercial
Empresa C
Gerente Administrativo
Empresa D
Gerente de Produção
Empresa E
Gerente Administrativo
Quadro 5 – Cargo ocupado pelos respondentes
Todos estes respondentes buscaram as informações necessárias para a
realização das entrevistas antecipadamente, tendo o formulário sido enviado para
todos via e-mail alguns dias antes do contato presencial.
A apresentação dos resultados a seguir, visa mostrar a eficiência e a eficácia
da metodologia desenvolvida e testada através do presente trabalho. O intuito desta
análise concentra-se principalmente em enfatizar a capacidade da metodologia em
questão, de classificar as empresas respondentes em um dos 03 (três) níveis de
inovação tecnológica (PIN, MIN ou IN) e também, na sua capacidade de gerar
gráficos importantes, claros e objetivos que possibilitem uma análise precisa dos
gestores das diversas organizações em relação aos pontos fortes e fracos que suas
empresas possuem no tocante ao seu nível de inovação.
Após respondido o formulário eletrônico pelos 05 (cinco) gerentes
entrevistados foram lançadas as respostas na referida metodologia de avaliação,
que gerou os resultados apresentados a seguir.
3.5.1. Empresa A
O gráfico 3 apresenta os resultados obtidos na Empresa A através da
aplicação da metodologia para avaliação do grau de inovação tecnológica.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
41
500,0
431,00
450,0
PONTUAÇÃO
400,0
350,0
300,0
250,0
190,0
200,0
153,0
150,0
100,0
50,0
2,0
24,0
30,0
32,0
2 - 24 %
25 - 49 %
50 - 74 %
0,0
1 % ou -
75 - 99 %
100 % ou
+
PONTOS
QUESTÕES
Gráfico 3 – Pontuação da Empresa A
Com base nos resultados, conclui-se que a Empresa A classifica-se como
inovadora (IN), pois alcançou 431,00 (quatrocentos e trinta e um pontos).
Dentre os indicadores que mais se destacaram negativamente em relação ao
nível de inovação tecnológica surgem os seguintes que são apresentados no gráfico
4:
a. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem outra
empresa do grupo ? (Questão 19);
b. Qual a percentagem dos Recursos Humanos da empresa que são dedicados
exclusivamente a P & D ? (Questão 01);
c. Qual a percentagem da área física da empresa (prédios, instalações etc) que
são destinados exclusivamente à atividades de P & D ? (Questão 03);
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
42
28
25
QUESTÕES
22
19
16
13
10
7
4
1
0
2
4
6
8
10
12
PONTUAÇÃO
Gráfico 4 – Pontuação por questões da Empresa A
d. Qual a percentagem do faturamento que advém de tecnologias de produtos
e/ou processos criados pela empresa e vendidos para terceiros (royalties) nos
últimos 5 anos ? (Questão 05);
e. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
cooperação com universidades e/ou institutos de pesquisa ? (Questão 14);
f. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os
Concorrentes (benchmarking) ? (Questão 17)
g. As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a
empresa reduzindo o consumo de matéria-prima em %: (Questão 30)
Conclui-se então, que a empresa em questão, deve reavaliar suas políticas de
gestão, para que passe a interagir mais com as outras empresas localizadas em
outras regiões do país a fim de buscar inovações através do relacionamento mais
estreito com estas outras empresas do grupo, podendo gerar mais inovações para
todas.
Recursos humanos e áreas físicas da empresa, disponibilizados para P & D,
também é um fator crucial para melhorar ainda mais a pontuação da empresa
pesquisada. Um maior investimento nesta área poderá render bons frutos em termos
de inovações tecnológicas e vantagens competitivas.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
43
A empresa também não tem uma cultura de comercializar os direitos de
propriedade sobre suas inovações. Esta estratégia alavanca muitas vezes a
lucratividade da empresa, pois comercializando um novo produto, processo ou
serviço patenteado, a empresa pode lucrar muito com a produção/prestação que
será realizada através de terceiros.
No tocante ao relacionamento com os stakeholders, a organização
pesquisada está desperdiçando uma fonte de inovações muito profícua e de baixo
custo, que segundo Reis (2004), trata-se do relacionamento universidade-empresa.
Também os concorrentes (através do benchmarking) podem ser utilizados como
fontes de inovação tecnológica. Entre as formas de acesso à tecnologia segundo
Reis (2004) estão aquelas baseadas na vigilância tecnológica, pela qual os
concorrentes devem ser continuamente observados para que seus lançamentos no
mercado sirvam de base para o lançamento de produtos/serviços melhorados a
partir dos mesmos. Mas pontos fortes em relação ao nível de inovação tecnológica
também podem ser analisados através do gráfico da figura 12. Os pontos
considerados fortes em relação ao nível de inovação tecnológica da Empresa A,
devem ser potencializados para que a organização possa tirar proveito dos mesmos
na busca contínua de lucratividade e vantagens competitivas.
Dentre estes pontos, os que mais se destacaram na pesquisa foram:
a. Em relação aos projetos concluídos que geraram inovação nos últimos 5
anos: se a empresa não teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa
teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30, coluna
4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6. (Questão 08);
b. Em relação a patentes registradas: Se a empresa não possui patentes,
preencha a coluna 1; se a empresa possui de 1 a 3 patentes, preencha a
coluna 2; de 4 a 8, coluna 3; de 9 a 15, coluna 4; de 16 a 30, coluna 5 e mais
de 30, coluna 6. (Questão 09);
c. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os
Clientes ou consumidores ? (Questão 16);
d. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
mudança significativa de software ? (Questão 24);
e. As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a
empresa melhorando a qualidade dos produtos em % (Questão 26);
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
44
f. As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a
empresa aumentando a participação da mesma no mercado (market-share)
em % (Questão 28);
g. As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a
empresa aumentando a capacidade produtiva em % (Questão 29).
Analisando-se os pontos fortes apontados na pesquisa, pode-se concluir que
a empresa possui bons indicadores em relação a projetos que não são abandonados
sem serem concluídos e também ao número de patentes registradas, que
apresentam um número bastante considerável. Verificando o relacionamento com os
stakeholders na busca de inovações, a pesquisa mostrou que a empresa em
questão tem um bom índice de relacionamento com os clientes e consumidores. Os
clientes são fonte riquíssima de novas idéias que podem ser transformadas em
inovações. Os clientes muitas vezes observam as necessidades e desejos que os
produtos/serviços deveriam suprir e ocasionalmente não suprem. Portanto,
pesquisas de mercado junto aos clientes na busca de inovações tecnológicas são
fundamentais. Segundo De Masi (2000),
...as empresas hoje não são mais como na sociedade industrial,
orientadas para o produto, mas sim orientadas para o mercado. As
fases de pesquisa aplicada, de decisão, de pesquisa e
desenvolvimento e de produção obedecem às sugestões obtidas
pela pesquisa de mercado. (DE MASI, 2000)
Com base na resposta da questão 24, percebe-se que esta organização
trabalha bem com a tecnologia da informação na busca de inovações. Atualmente, a
tecnologia da informação é um suporte que deve ser bastante utilizado e
freqüentemente atualizado para que gere inovações contínuas. Concluindo análise
dos resultados obtidos pela Empresa A, pode-se dizer que os gestores desta
empresa podem melhorar ainda mais o nível de inovação tecnológica da mesma,
obtendo mais vantagens competitivas no mercado onde atuam e elevando seu nível
de faturamento. Porém, a empresa já pode ser considerada como inovadora
devendo potencializar esta situação.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
45
3.5.2. Empresa B
A Empresa B obteve os resultados apresentados nos gráficos 5 e 6 que serão
analisados a seguir.
450,0
386,00
400,0
PONTUAÇÃO
350,0
300,0
250,0
192,0
200,0
150,0
100,0
50,0
54,0
0,0
54,0
70,0
16,0
0,0
1 % ou -
2 - 24 %
25 - 49 %
50 - 74 %
75 - 99 % 100 % ou +
PONTOS
QUESTÕES
Gráfico 5 – Pontuação da Empresa B
Analisando o gráfico 5, conclui-se que a Empresa B classifica-se também
como inovadora (IN), pois alcançou 386,00 (trezentos e oitenta e seis pontos). A
Empresa B obteve uma pontuação menor que a Empresa A, e ficou muito próxima
do limite de pontuação considerada necessária para classifica-la como inovadora.
Inclusive, verifica-se que se não houvesse a margem de segurança de 5%
estabelecida na pesquisa, esta empresa teria se classificado como MIN
(medianamente inovadora).
Dentre os indicadores que mais se destacaram negativamente em relação ao
nível de inovação tecnológica o gráfico 6 mostra os seguintes:
a. Qual a percentagem dos Recursos Humanos da empresa que são dedicados
exclusivamente a P & D ? (Questão 01);
b. Qual a percentagem da área física da empresa (prédios, instalações etc) que
são destinados exclusivamente à atividades de P & D ? (Questão 03);
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
46
28
25
QUESTÕES
22
19
16
13
10
7
4
1
0
2
4
6
8
10
12
PONTUAÇÃO
Gráfico 6 – Pontuação por questão da Empresa B
c. Qual a percentagem do faturamento que advém de tecnologias de produtos
e/ou processos criados pela empresa e vendidos para terceiros (royalties) nos
últimos 5 anos ? (Questão 05);
d. Em relação aos projetos concluídos que geraram inovação nos últimos 5
anos: se a empresa não teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa
teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30, coluna
4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6. (Questão 08);
Com base nestes resultados, verifica-se que a Empresa B deve reavaliar seus
investimentos em P & D, pois a pesquisa mostra um elevado grau de deficiência da
mesma em relação a esta área. Semelhante à Empresa A, tanto o número de
pessoas (recursos humanos) quanto a disponibilidade de área física da empresa
(salas, laboratórios, etc) direcionados para pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos, processos e/ou serviços, não existem de maneira adequada na Empresa
B. Estes indicadores de inovação tecnológica certamente influenciariam na melhoria
da empresa em relação à inovação tecnológica e suas vantagens competitivas.
Aqui também aparece a deficiência da empresa em licenciar suas inovações
para que terceiros produzam seus novos produtos, sem que a mesma perca a
lucratividade sobre estes produtos. O licenciamento destes produtos, processos e/ou
serviços pode alavancar o faturamento de uma organização.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
47
Por fim, poucos projetos foram efetivamente concluídos nos últimos cinco
anos na Empresa B, considerando que está sendo analisada aqui uma empresa
industrial de grande porte.
Quanto aos pontos fortes apresentados pela Empresa B em relação ao seu
nível de inovação tecnológica que devem ser potencializados pela mesma na busca
de vantagens competitivas, destacam-se principalmente os seguintes:
a.
Em relação a patentes registradas: Se a empresa não possui patentes,
preencha a coluna 1; se a empresa possui de 1 a 3 patentes, preencha
a coluna 2; de 4 a 8, coluna 3; de 9 a 15, coluna 4; de 16 a 30, coluna 5
e mais de 30, coluna 6. (Questão 09);
b.
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos
impactaram a empresa aumentando a participação da mesma no
mercado (market-share) em %. (Questão 28);
Através da análise destes dois indicadores de inovação tecnológica que mais
se destacaram na Empresa B, percebe-se que a mesma conseguiu uma
classificação IN (inovadora), principalmente porque possui um número elevado de
patentes de produtos, processos e/ou serviços registradas nos últimos cinco anos.
Um número de patentes elevado reflete uma empresa inovadora, pois estas patentes
significam que a empresa desenvolve novos produtos, processos e/ou serviços
continuamente.
Como conseqüência natural deste elevado número de patentes, a
participação da empresa no seu mercado de atuação (market-share) também cresce
bastante, aumentando o faturamento da organização.
Como conclusão da análise dos resultados obtidos pela Empresa B, sugerese que os gestores da mesma analisem a possibilidade de aumentar os
investimentos em P & D, o que poderá elevar ainda mais a sua pontuação em
relação ao nível de inovação tecnológica e gerar maiores vantagens competitivas
para esta empresa.
3.5.3. Empresa C
Os resultados obtidos com a aplicação da metodologia de avaliação do nível
de inovação tecnológica na Empresa C são mostrados nos gráficos 7 e 8 seguir.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
48
600,0
479,00
PONTUAÇÃO
500,0
400,0
300,0
176,0
200,0
153,0
110,0
100,0
36,0
0,0
4,0
1 % ou -
2 - 24 %
0,0
25 - 49 %
50 - 74 %
75 - 99 % 100 % ou + PONTOS
QUESTÕES
Gráfico 7 – Pontuação da Empresa C
A Empresa C teve um excelente desempenho na pesquisa realizada através
da metodologia aqui desenvolvida. Foi a maior pontuação obtida entre as cinco
organizações pesquisadas. A Empresa C alcançou 479,00 (quatrocentos e setenta e
nove pontos), chegando próximo inclusive da pontuação máxima considerada para
uma empresa altamente inovadora, que seriam 500,00 (quinhentos pontos).
O gráfico 8 mostra o desempenho da Empresa C em cada questão da
metodologia de avaliação utilizada.
Quanto a pontos negativos, apenas uma questão se destacou, que foi a
questão 03, relativa à área da empresa destinada a pesquisa e desenvolvimento.
Porém, considerando que este nível de resposta para esta questão, prevê uma área
destinada a P & D estimada entre 2 % e 24 %, ainda seria necessária uma análise
mais profunda para verificar o valor exato desta área, pois se este valor estiver mais
próximo de 24 % do que de 2 %, aí então, não chegaria a ser considerado
exatamente um ponto fraco da empresa em relação aos indicadores de inovação
tecnológica. Além disso, a alocação de pessoal em P & D supera os 25 %, o que
praticamente neutraliza a questão da área destinada.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
49
28
25
QUESTÕES
22
19
16
13
10
7
4
1
0
2
4
6
8
10
12
PONTUAÇÃO
Gráfico 8 – Pontuação por questão da Empresa C
A Empresa C pode ser considerada praticamente um benchmarking de
empresa inovadora. Os pontos positivos que mais se destacaram na Empresa C
foram os seguintes:
a. Em relação aos projetos concluídos que geraram inovação nos últimos 5 anos:
se a empresa não teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1
a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30, coluna 4; de 31 a
40, coluna 5, mais de 40, coluna 6. (Questão 08);
b. Em relação a patentes registradas: Se a empresa não possui patentes,
preencha a coluna 1; se a empresa possui de 1 a 3 patentes, preencha a
coluna 2; de 4 a 8, coluna 3; de 9 a 15, coluna 4; de 16 a 30, coluna 5 e mais
de 30, coluna 6. (Questão 09);
c. As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a
empresa aumentando a participação da mesma no mercado (market-share)
em %. (Questão 28).
A Empresa C se destaca muito em relação às demais em termos de projetos
novos, iniciados e concluídos. Isso demonstra que esta empresa incentiva e motiva
seus funcionários a trabalharem em projetos que facilitem o surgimento de
inovações.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
50
Como conseqüência disso, o número de patentes é também bastante
elevado, rendendo à organização, como mostra o resultado da pesquisa, um
aumento significativo da sua participação no mercado onde atua (market-share). Isso
tudo leva a um faturamento elevado por parte da empresa.
Como conclusão, os gestores da Empresa C devem continuar potencializando
seus indicadores de inovação tecnológica para que a mesma adquira ainda mais
vantagens competitivas sustentáveis no mercado, mantendo suas características
inovadoras.
3.5.4. Empresa D
A Empresa D obteve os resultados apresentados através dos gráficos 9 e 10.
400,0
353,00
350,0
PONTUAÇÃO
300,0
250,0
189,0
200,0
150,0
120,0
100,0
50,0
24,0
20,0
0,0
0,0
0,0
1 % ou -
2 - 24 %
25 - 49 %
50 - 74 %
75 - 99 % 100 % ou + PONTOS
QUESTÕES
Gráfico 9 – Pontuação da Empresa D
A empresa D classificou-se no nível MIN (medianamente inovadora),
alcançando 353,00 (trezentos e cinqüenta e três pontos).
Os pontos fortes e fracos da Empresa D podem ser analisados através do
gráfico 10 a seguir.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
51
28
25
QUESTÕES
22
19
16
13
10
7
4
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
PONTUAÇÃO
Gráfico 10 – Pontuação por questão da Empresa D
Os maiores pontos negativos que impediram a Empresa D de se classificar no
nível IN (inovadora) foram os seguintes:
a. Qual a percentagem do faturamento da empresa que é investido em P & D ?
(Questão 02);
b. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
cooperação com outras empresas (alianças) ? (Questão 13);
c. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
cooperação com universidades e/ou institutos de pesquisa ? (Questão 14);
d. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os
fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais, componentes ou
softwares ? (Questão 15);
e. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os
Clientes ou consumidores ? (Questão 16);
f. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os
Concorrentes (benchmarking) ? (Questão 17);
g. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
serviços de consultoria ? (Questão 18);
h. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem outra
empresa do grupo ? (Questão 19);
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
52
i. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
aquisição de licenças, patentes e know how ? (Questão 20);
j. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem feiras,
exposições, conferências, encontros e publicações ? (Questão 21);
k. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem Redes
de informação informatizadas ? (Questão 22);
l. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
mudança significativa de software ? (Questão 24).
Mas apesar do grande número de pontos fracos, a Empresa D também possui
alguns pontos fortes em relação ao seu nível de inovação tecnológica,
principalmente em relação às questões 4 e 5, que dizem respeito aos indicadores de
saída. Apesar deste indicadores não terem obtido pontuação máxima, eles mostram
que boa parte do faturamento da empresa vem de produtos e/ou serviços lançados
nos últimos 5 anos, o que demonstra que um investimento nos demais indicadores
pode alavancar muito o nível de inovação tecnológica desta empresa.
A Empresa D apresenta uma deficiência bastante grande de investimentos
em P & D. Este baixo valor nos indicadores de entrada, podem prejudicar os
indicadores de saída de inovação tecnológica.
Além disso, a empresa está deixando de utilizar fontes de inovação
tecnológica que podem render inovações de forma econômica para a organização,
que é o seu relacionamento com os stakeholders na busca de novas idéias. Pode-se
observar claramente que existe uma deficiência bastante acentuada exatamente
neste grupo de indicadores por parte da Empresa D. Dentre as 14 (quatorze)
questões destinadas a verificar as fontes de inovação utilizadas pela empresa,
apenas 03 (três) questões não obtiveram o nível mínimo de pontuação. Ou seja, A
Empresa D não está inserindo seus stakeholders (clientes, fornecedores, outras
empresas do grupo, etc), no circuito de busca da inovação tecnológica para seus
produtos, processos e/ou serviços.
Como sugestão, os gestores da Empresa D devem urgentemente elaborar
planos de relacionamento com estes stakeholders na busca de novas idéias para
seus produtos, processos e/ou serviços, melhorando assim o seu nível de inovação
tecnológica de forma rápida e econômica.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
53
Um eficaz relacionamento com os stakeholders é uma ferramenta indicada
por Silva, Hartman e Reis como uma forma bastante interessante de se promover
inovações tecnológicas nas organizações.
3.5.5. Empresa E
Os gráficos das figuras 11 e 12 apresentam o desempenho da Empresa E em
relação ao nível de inovação tecnológica da mesma.
140,0
118,00
PONTUAÇÃO
120,0
100,0
80,0
52,0
60,0
40,0
36,0
22,0
20,0
8,0
0,0
0,0
0,0
1 % ou -
2 - 24 % 25 - 49 % 50 - 74 % 75 - 99 % 100 % ou PONTOS
+
QUESTÕES
Gráfico 11 – Pontuação da Empresa E
A Empresa E foi a que obteve o menor desempenho entre as cinco
organizações pesquisadas, obtendo apenas 118,00 (cento e dezoito pontos) pela
metodologia de avaliação do nível de inovação tecnológica, classificando-se assim
no nível PIN (pouco inovadora). Os índices que mais se destacaram como pontos
fracos desta empresa em relação à inovação tecnológica foram os seguintes:
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
54
29
QUESTÕES
25
21
17
13
9
5
1
0
1
2
3
4
5
6
7
PONTUAÇÃO
Gráfico 12 – Pontuação por questões da Empresa E
a. Qual a percentagem do faturamento da empresa que é investido em P & D ?
(Questão 02);
b. Qual a percentagem da área física da empresa (prédios, instalações etc) que
são destinados exclusivamente à atividades de P & D ? (Questão 03);
c. Qual a percentagem do faturamento da empresa que advém de produtos
lançados nos últimos 5 anos ? (Questão 04);
d. Qual a percentagem do faturamento que advém de tecnologias de produtos
e/ou processos criados pela empresa e vendidos para terceiros (royalties) nos
últimos 5 anos ? (Questão 05);
e. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem as
atividades de P & D ? (Questão 12);
f. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
cooperação com outras empresas (alianças) ? (Questão 13);
g. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
cooperação com universidades e/ou institutos de pesquisa ? (Questão 14);
h. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
serviços de consultoria ? (Questão 18);
i. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem outra
empresa do grupo ? (Questão 19);
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
55
j. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
aquisição de licenças, patentes e know how ? (Questão 20);
k. As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a
empresa aumentando a participação da mesma no mercado (market-share)
em %. (Questão 28).
Pela análise dos resultados obtidos pela Empresa E, pode-se verificar que
existe uma sucessão de deficiência, sendo que umas influenciam diretamente nas
outras, acabando por “implodir” o nível de inovação tecnológica da organização.
Primeiramente, se verifica que a empresa tem um investimento mínimo em P
& D, o que na visão de Sbragia (2001), reflete diretamente na competitividade de
uma organização. Tanto os investimentos financeiros como a área disponível para P
& D possuem valores pouco significativos, porém, os primeiros, são cruciais para a
falta de promoção de inovações tecnológicas, principalmente aquelas consideradas
radicais.
Como conseqüência desta deficiência relacionada a P & D, importantíssimos
indicadores de saída ficam bastante comprometidos. A pesquisa mostra que o
faturamento da empresa oriundo de produtos novos (lançados nos últimos 5 anos), é
mínimo, ou talvez inexistente. Uma empresa inovadora deve fazer com que o
máximo possível do seu faturamento venha de inovações. Segundo Blecher (2005)
as grandes empresas inovadoras possuem em torno de 70 % do seu faturamento
advindo de produtos lançados recentemente. Estes indicadores de saída são os que
possuem o maior peso na metodologia aqui desenvolvida, e certamente contribuíram
muito para classificar a empresa pesquisada como pouco inovadora.
Como a empresa não possui produtos novos, também não tem o que
comercializar ou licenciar para terceiros na busca de um maior faturamento através
de royalties.
A busca de fontes de inovação que geram novas idéias de forma econômica
(relacionamento com os stakeholders) também não é devidamente utilizada. Os
resultados obtidos mostram que a Empresa E não possui elos de ligação com alguns
de seus públicos que poderiam gerar inovações com poucos investimentos.
Conseqüentemente a tudo isso, os impactos das inovações sobre a empresa
não poderiam ser diferentes. Um dos principais impactos que as inovações devem
gerar para a empresa é o aumento da sua participação no mercado onde atua, com
novos produtos, processos e/ou serviços, aumentando assim o seu faturamento.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
56
Justamente neste indicador, a Empresa E mostra que aumentou muito pouco ou
nada em relação ao seu market-share.
Os resultados apresentados pela Empresa E, confirmam a seqüência criada e
mostrada pela figura 2, constante no referencial teórico deste trabalho (Ação dos
indicadores de inovação tecnológica nas organizações), onde os indicadores de
entrada fomentam os indicadores de saída, gerando impactos sobre a organização
que influenciam o faturamento da mesma, criando-se assim um ciclo virtuoso de
inovação tecnológica para a empresa.
No caso da Empresa E, este ciclo ocorre de maneira negativa, ou seja,
justamente a falta dos indicadores gera uma carência dos demais itens deste
processo.
Mesmo assim, um indicador pode ser considerado como ponto forte da
Empresa E em relação à inovação tecnológica, a saber:
a. Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem
mudança significativa de software ? (Questão 24);
A Empresa E demonstra um certo investimento em softwares o que pode ser
considerada uma atitude indispensável nos dias atuais. Realmente, o investimento
em tecnologia da informação é fundamental, mas como já citado anteriormente, esta
tecnologia deve ser utilizada como um meio (suporte) para a promoção de
inovações, e não como um fim em si mesma, pois somente a tecnologia da
informação sozinha não produz inovações contínuas.
3.6. A relação nível de inovação tecnológica x faturamento
Adicionalmente aos objetivos da pesquisa, mas também como exemplo da
versatilidade da metodologia criada, fez-se uma análise da relação existente entre o
nível de inovação tecnológica das empresas pesquisadas e o nível de faturamento
das respectivas empresas. Ao relacionar os resultados obtidos pelas cinco empresas
pesquisadas na cidade de Ponta Grossa – PR com o seu posicionamento no
“ranking do faturamento” publicado pelo Jornal Diário dos Campos, verificou-se a
relação apresentada pelo gráfico 13. Neste gráfico aparecem as pontuações obtidas
pelas empresas aqui pesquisadas em relação ao nível de inovação tecnológica e
também o posicionamento das mesmas empresas no “ranking do faturamento” já
citado anteriormente.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
57
A este posicionamento, foram atribuídos valores, de acordo com a posição
que cada empresa se classificou (ou não), no referido ranking, o qual inclusive é
mostrado no anexo A no final deste trabalho. Para a empresa melhor classificada no
ranking do faturamento, atribuiu-se o valor de 500 (quinhentas) unidades de
faturamento e assim, sucessivamente para as demais organizações pesquisadas.
500
460
479
500
431
386
400
PONTUAÇÃO /
FATURAMENTO
353
300
200
200
118
100
0
0
0
A
B
C
D
E
Classificação das Empresas
431
386
479
353
118
Posicionamento no Ranking
do Faturamento
200
460
500
0
0
EMPRESAS
Gráfico 13 – Relação nível de inovação tecnológica x faturamento
O gráfico 13 mostra claramente uma relação direta entre a pontuação obtida
pelas empresas pesquisadas através da metodologia aqui desenvolvida e o seu
posicionamento no ranking do faturamento realizado em Ponta Grossa – PR entre as
maiores indústrias da cidade e publicado no Jornal Diário dos Campos utilizando
dados fornecidos pelo Fisco Municipal.
As Empresas A e C foram classificadas no nível IN (inovadoras) pela presente
pesquisa, com as maiores pontuações. Paralelamente, ambas tiveram ótimos
posicionamentos entre as cinco empresas aqui pesquisadas no referido ranking.
A Empresa C, quase atingiu a pontuação máxima para uma empresa
inovadora prevista na metodologia aqui desenvolvida, testada e validada. No ranking
do faturamento, esta empresa foi a melhor classificada entre as cinco empresas
analisadas nesta pesquisa.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 3 – Procedimentos Metodológicos
58
A Empresa B obteve a terceira melhor pontuação pela metodologia aqui
desenvolvida, e no ranking do faturamento, a mesma empresa ficou apenas duas
posições atrás da Empresa C.
As Empresas A e C ocupam o topo do ranking do faturamento apresentado no
Anexo A da presente pesquisa. Ambas estão entre as 05 (cinco) indústrias de maior
faturamento na cidade de Ponta Grossa – PR.
As Empresas D e E, aqui classificadas nos níveis MIN (medianamente
inovadora) e PIN (pouco inovadora) respectivamente, encontram-se entre todas as
maiores indústrias em nível de faturamento da cidade de Ponta Grossa - PR
relacionadas pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), porém,
não se classificaram entre as vinte maiores que aparecem no ranking do faturamento
apresentado pelo Jornal Diário dos Campos.
Esta comparação adicional mostra então um relacionamento direto entre o
nível de inovação tecnológica e o nível de faturamento das cinco empresas
pesquisadas durante o desenvolvimento deste trabalho.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 4 – Análise dos Resultados
59
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os resultados obtidos através da aplicação da metodologia desenvolvida são
apresentados a seguir.
4.1. Eficiência e eficácia da metodologia desenvolvida
Analisando o teste da metodologia desenvolvida nesta pesquisa nas 05
(cinco) empresas manufatureiras da cidade de Ponta Grossa - PR, pode-se verificar
que a referida metodologia se mostrou muito eficiente e eficaz no cumprimento do
objetivo principal deste trabalho. Através do teste realizado, a metodologia revelou
total capacidade de avaliar o nível de inovação tecnológica existente nas empresas
onde a mesma foi aplicada, enquadrando cada uma destas empresas no respectivo
nível no qual estas empresas se encontram. Além disso, o formulário no qual se
baseou a metodologia apresentou um adequado nível de compreensão e clareza por
parte dos respondentes na percepção do pesquisador, pois durante as aplicações da
metodologia, não foram verificados questionamentos por parte dos respondentes em
relação ao entendimento das questões, provando assim a facilidade da sua
aplicação na avaliação do nível de inovação tecnológica nas empresas.
4.2. Diagnóstico de gestão
A metodologia em questão permite ainda a realização de uma análise
profunda na gestão das organizações em relação à inovação tecnológica. Diversas
atitudes dos gestores e atividades desenvolvidas que são características das
empresas inovadoras podem ser avaliadas pela presente metodologia a fim de que
os referidos gestores busquem a implantação, a correção e/ou a potencialização
destas atitudes e atividades na busca da inovação contínua.
4.3. Benchmarking
Um benchmarking de uma empresa altamente inovadora pode ser gerado a
partir da metodologia de avaliação, quando são lançadas no formulário da mesma,
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 4 – Análise dos Resultados
60
respostas que indicam um nível elevado de inovação tecnológica de forma fictícia,
possibilitando assim a realização de uma comparação das empresas em relação aos
requisitos de inovação que teriam um nível ideal para caracterizar uma empresa
altamente inovadora
4.4. Auto-avaliação
Um importante resultado obtido através da aplicação da metodologia nas
empresas para a realização do seu referido teste, foi a possibilidade dos gestores
das empresas realizarem uma auto-avaliação das mesmas sem a necessidade da
presença de um pesquisador. Com base nos dados e informações registrados pela
empresa, os gestores podem facilmente utilizar a metodologia de avaliação para
verificar (com a freqüência que considerarem necessária) como se encontra o nível
de inovação tecnológica de suas empresas.
4.5. Análise através dos gráficos
O resultado que mais se destacou em relação à eficácia da metodologia
desenvolvida na avaliação do nível de inovação tecnológica foi a geração dos
gráficos de pontuação geral e de pontuação por questão. Através destes gráficos, é
possível visualizar com clareza e objetividade todos os pontos fortes e pontos fracos
que a empresa possui em relação aos indicadores de inovação tecnológica. Uma
ênfase maior deve ser atribuída aqui ao gráfico de pontuação por questão, o qual
permite uma análise detalhada por parte dos gestores em relação a quais quesitos
exatamente encontram-se carentes de melhorias e quais que já existem na empresa
num nível adequado mas que devem ser trabalhados também para manter um
desenvolvimento sustentável da empresa através da elevação contínua do seu nível
de inovação tecnológica. As análises possibilitadas pelos gráficos gerados pela
metodologia desenvolvida e testada nesta pesquisa podem ser consideradas como o
resultado mais importante que se obteve através do presente trabalho, mostrando
que esta metodologia é um importante instrumento de gestão.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 4 – Análise dos Resultados
61
4.6. Versatilidade da metodologia
Através da avaliação do nível de inovação tecnológica por meio da aplicação
da presente metodologia é possível ainda realizar comparações entre o referido nível
e outros níveis que podem ser analisados nas empresas através de metodologias
específicas. Por exemplo, pode-se avaliar o nível de empreendedorismo corporativo
(intra-empreendedorismo ou cultura intra-empreendedora) existente na empresa e
verificar se existe ou não uma relação direta deste nível com o nível de inovação
tecnológica na mesma empresa. Desta forma, os gestores podem decidir sobre a
alocação de mais ou menos recursos na fomentação do empreendedorismo
corporativo, caso esta cultura esteja realmente impactando ou não o nível de
inovação tecnológica.
Além desta comparação, outras comparações também podem ser realizadas
como por exemplo, a inovação tecnológica x qualidade, a inovação tecnológica x
marketing, entre outros. Esta possibilidade foi comprovada nesta pesquisa durante a
realização do teste da metodologia quando a mesma possibilitou a comparação do
nível de inovação tecnológica com o nível de faturamento das empresas onde a
metodologia foi aplicada.
4.7. Facilidade de uso da metodologia
A metodologia para avaliação do nível de inovação tecnológica desenvolvida
e testada nesta pesquisa mostrou-se como um instrumento versátil e de fácil
utilização para que os gestores das empresas possam realizar suas análises e
posteriores tomadas de decisão. O fato da referida metodologia ter sido
desenvolvida através do programa Microsoft Excel® contribui muito para facilitar a
utilização da mesma, pois trata-se de um software extremamente disseminado e
utilizado dentro da quase totalidade das empresas a nível nacional e talvez até
mesmo mundial. Em nenhuma das empresas onde a metodologia foi aplicada surgiu
algum tipo de dificuldade para a apresentação da metodologia aos respondentes e
posterior apresentação dos resultados obtidos com a mesma, o que torna a presente
metodologia bastante fácil na sua utilização.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 5 – Conclusões e Recomendações
62
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Seguem abaixo as conclusões sobre a pesquisa e as recomendações para
que futuros trabalhos possam ser realizados com base na presente dissertação.
5.1. Conclusões
A presente pesquisa mostrou que a metodologia informatizada aqui
desenvolvida e testada é um instrumento capaz de avaliar o nível de inovação
tecnológica estabelecido nas diversas organizações e ainda pode apresentar quais
são as atitudes, atividades e ações que os gestores devem promover para incentivar
e fomentar a inovação tecnológica nas empresas na busca de vantagens
competitivas sustentáveis e de maiores faturamentos.
Realizando o levantamento de dados concretos das empresas, através de
alguns de seus gestores, em relação aos indicadores de inovação tecnológica
propostos pelos diversos autores e instituições pertinentes ao assunto pela
metodologia aqui desenvolvida e testada, estes gestores destas organizações
podem avaliar o que deve ser corrigido ou potencializado para que suas empresas
sejam mais inovadoras na busca de uma maior lucratividade e de um maior
faturamento.
Os gráficos gerados pela metodologia informatizada, mostraram-se úteis e
objetivos para se determinar quais os pontos fortes e fracos de cada organização em
relação ao seu nível de inovação tecnológica.
Sendo assim, a metodologia aqui desenvolvida, testada e validada se
apresenta como um instrumento muito importante e útil para que os gestores das
diversas empresas possam auto-avaliar sua gestão em relação à inovação
tecnológica, e verificar alguns detalhes que às vezes passam despercebidos sem a
aplicação de uma metodologia como esta, e acabam interditando o caminho rumo à
inovação contínua e a maiores faturamento e lucratividade das empresas dentro dos
mercados onde atuam.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Capítulo 5 – Conclusões e Recomendações
5.2.
63
Sugestões para trabalhos futuros
A partir do trabalho aqui realizado, outras pesquisas poderão realizar a
aplicação da metodologia informatizada já desenvolvida, testada e validada, para
avaliar o nível de inovação tecnológica das empresas industriais de manufatura do
Estado do Paraná, e até mesmo, de todo o Brasil.
Além disso, novas pesquisas também poderão através da metodologia aqui
sugerida, verificar quais os indicadores de inovação tecnológica que mais se
destacam positiva e negativamente na maioria das industrias nacionais, para a partir
daí, desenvolver programas de promoção da inovação tecnológica nas organizações
em busca de vantagens competitivas sustentáveis, programas estes que poderão
inclusive vir a ser patenteados e comercializados.
Ainda comparações do nível de inovação tecnológica com outros indicadores
poderão ser realizadas, como por exemplo:
a. Inovação Tecnológica x Faturamento e/ou Lucratividade;
b. Qualidade x Inovação Tecnológica;
c. Cultura Intra-empreendedora x Inovação Tecnológica;
d. Outras teorias de gestão x Inovação Tecnológica.
Esta metodologia para avaliação da inovação tecnológica pode ser
considerada então como um novo produto à disposição dos gestores das diversas
empresas para que os mesmos possam realizar a auto-avaliação do nível de
inovação tecnológica em suas organizações. Até mesmo trabalhos de consultoria
nas áreas de diagnóstico empresarial, planejamento estratégico, entre outras
poderão ser realizados através da utilização da metodologia aqui desenvolvida,
testada e validada.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Referências
64
REFERÊNCIAS
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PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
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PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
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PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Apêndice A – Formulário para Avaliação do Nível de Inovação Tecnológica
67
APÊNDICE A – FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
FORMULÁRIO (Nível de Inovação)
a.Marque com um "x" a opção que represente a realidade da empresa;
b.Preencha apenas uma resposta para cada questão.
ÍTEM
1
2
3
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5
6
7
8
9
10
11
QUESTÃO
INDICADORES DE ENTRADA
Qual a percentagem dos Recursos Humanos da empresa que são dedicados exclusivamente a P & D ?
Qual a percentagem do faturamento da empresa que é investido em P & D ?
Qual a percentagem da área física da empresa (prédios, instalações etc) que são destinados exclusivamente à
atividades de P & D ?
INDICADORES DE SAÍDA
Qual a percentagem do faturamento da empresa que advém de produtos lançados nos últimos 5 anos ?
Qual a percentagem do faturamento que advém de tecnologias de produtos e/ou processos criados pela empresa e
vendidos para terceiros (royalties) nos últimos 5 anos ?
Em relação ao número de novos processos produtivos introduzidos/modificados nos últimos 5 anos: se a empresa não
teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30,
coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.
Qual a economia de custos decorrente de melhoria nos processos produtivos da empresa nos últimos 5 anos ?
Em relação aos projetos concluídos que geraram inovação nos últimos 5 anos: se a empresa não
teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30,
coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.
Em relação a patentes registradas: Se a empresa não possui patentes, preencha a coluna 1; se a empresa possui
de 1 a 3 patentes, preencha a coluna 2; de 4 a 8, coluna 3; de 9 a 15, coluna 4; de 16 a 30, coluna 5 e mais de 30, coluna 6.
FORMAS DE INOVAÇÃO
Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos que percentagem originou-se de tecnologia
radicalmente nova ?
Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos, que percentagem originou-se de
aperfeiçoamentos ou adaptações de produtos já existentes ?
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
1
2
1% ou - 2 a 24
%
COLUNAS
3
4
5
6
25 a 50 a 74 75 a 99 100 %
49 %
%
%
ou +
Apêndice A – Formulário para Avaliação do Nível de Inovação Tecnológica
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30
FONTES DE INOVAÇÃO
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem as atividades de P & D ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com outras empresas (alianças) ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com universidades e/ou institutos de
pesquisa ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os fornecedores de máquinas, equipamentos,
materiais, componentes ou softwares ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Clientes ou consumidores ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Concorrentes (benchmarking) ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem serviços de consultoria ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem outra empresa do grupo ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem aquisição de licenças, patentes e know how ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem feiras, exposições, conferências, encontros
e publicações ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem Redes de informação informatizadas ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem treinamentos para os funcionários ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem mudança significativa de software ?
Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem novos usos para o produto já existente ?
IMPACTOS DAS INOVAÇÕES
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa melhorando a qualidade dos
produtos em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando o número de
produtos ofertados ao mercado em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a participação da
mesma no mercado (market-share) em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a capacidade
produtiva em:
As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa reduzindo o consumo de
matéria-prima em:
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Anexo A – Ranking do Faturamento
69
ANEXO A – RANKING DO FATURAMENTO
PONTA GROSSA - PR
QUINTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO DE 2006
Vinte maiores indústrias de PG faturam R$ 6,45 bilhões
Tetra Pak é a empresa que ocupa o primeiro lugar no ranking de faturamento
Da Tetra Pak saem embalagens cartonadas para os mais diversos países
- Luciana R. Brick
PONTA GROSSA – Terceira maior arrecadadora de Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) do Paraná, Ponta Grossa (perde apenas para
Curitiba e Araucária) abriga hoje 20 grandes indústrias dos mais variados ramos de
atividade. Juntas, elas faturaram em 2005 pouco mais de R$ 6,45 bilhões e
exportam para os mais variados países, segundo dados do Fisco. A partir de hoje e
toda quinta-feira o Diário dos Campos estará publicando uma série de reportagens
sobre as maiores indústrias de Ponta Grossa.
De acordo com o ranking de faturamento, a Tetra Pak ocupa a primeira posição. Na
seqüência, e na ordem, aparecem a Masisa do Brasil, Bünge Fertilizantes, Bünge
Alimentos, Cervejarias Kaiser, Adubos Viana, Continental, Cotonifício Kurashiki,
Wosgrau Participações, Metalgráfica Iguaçu, Sadia, Águia Sistemas de
Armazenagem, Camargo Corrêa Cimentos, Macrofértil, Águia Florestal, Fundição
Hubner, Beaulieu e Metalúrgica Schiffer.
O ranking é um retrato do processo de industrialização do município, que começou
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Anexo A – Ranking do Faturamento
70
na década de 70, com o surgimento das primeiras grandes empresas, continuou nos
anos seguintes com os empreendimentos de capital ponta-grossense e se
consolidou na segunda metade da década de 90 com a vinda das multinacionais. O
quadro das grandes empresas também reflete a vocação econômica do Município e
também dos Campos Gerais, focada principalmente nos setores da madeira, da
metalmecânica e da agricultura. Ao mesmo tempo evidencia a forte tendência para a
diversificação da atividade industrial da cidade, com empresas atuando nos mais
variados ramos, como da produção de embalagens cartonadas, de cervejas,
componentes automotivos, adubos, tapetes, cimento e fios de algodão, entre outros.
Projetos - A julgar pelos anúncios feitos recentemente, a tendência é que essas 20
maiores empresas de Ponta Grossa consolidem essa posição, contribuindo para o
processo de expansão industrial do Município. Um dos maiores projetos em
andamento é o do grupo Hübner, que se prepara para iniciar a construção da
primeira siderúrgica de gusa do Sul do País. A previsão é que as obras no distrito
industrial se iniciem ainda no primeiro semestre de 2006, já que o anúncio da
instalação foi feito há quase dois anos. A empresa pretende investir cerca de R$ 45
milhões e gerar 200 novos empregos diretos. A produção inicial de 8 mil toneladas
de ferro gusa por mês irá abastecer o mercado brasileiro.
A Sadia faz planos de expandir seus investimentos na cidade. Recentemente
anunciou que irá investir mais R$ 150 milhões no Paraná este ano, sendo que, parte
destes recursos será direcionada para a unidade fabril local. A empresa fechou
também contrato de compra com a América Latina Logística (ALL), fabricante de
vagão. O grupo Sadia está presente hoje em diversas cidades brasileiras, porém é
em Ponta Grossa que mantém o Centro de Distribuição, de onde saem produtos
para os mais diversos países.
Em outros casos, como o das Cervejarias Kaiser, as perspectivas também são
animadoras. A Kaiser, responsável pela produção de 25 milhões de litros de cerveja,
anunciou esta semana reestruturação do quadro societário. A partir deste ano a
empresa passa a contar com investimento mexicano, já que 68% das ações foram
vendidas para a Femsa Cerveza. Além disto, continuará recebendo cifras da
canadense Molson Coors, detentora de 15% das ações, e da holandesa Heineken,
que possui 17% da Kaiser.
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Anexo A – Ranking do Faturamento
71
Município tenta atrair novas empresas
PONTA GROSSA – Considerando que as multinacionais projetam a cidade no
mercado internacional pelo potencial industrial, a secretária de Indústria, Comércio e
Turismo, Liliana Tavarnaro, afirma que o governo local está trabalhando para atrair
novas empresas para o distrito industrial. “Ainda ontem conversamos com uma
empresa que está estudando a possibilidade de se instalar aqui”, garante. Os
contatos, segundo ela, prosseguem. “Hoje vou conversar com outro grupo de
empresários que também pensam em instalar uma unidade fabril no Município”,
comemora.
Otimista em relação a 2006, Liliana lembra ainda que a secretaria mantém contatos
desde o ano passado com uma multinacional. A empresa de grande porte está
sendo disputada com o estado da Bahia. “Conversamos durante o ano passado e
trocamos diversas informações com a empresa. Este ano, restabelecemos o contato
com maior freqüência”, diz.
De acordo com a secretária, o Município continua também conversando com os
empresários da Sig Combibloc, concorrente da Tetra Pak. “Continuamos
aguardando a definição da empresa”, fala.
Para a secretária, as empresas que já estão instaladas na cidade são extremamente
importantes para a geração de empregos e impostos. “As empresas trazem
benefícios para a comunidade, já que geram empregos e renda”, observa. - L.R.B.
As 20 maiores Empresas de PG*
1º Tetra Pak
2º Masisa do Brasil
3º Bünge Fertilizantes
4º Bünge Alimentos**
5º Cervejarias Kaiser
6º Adubos Viana
7º Cargill Agrícola
8º Alimentos
9º Continental do Brasil
10º Cotonifício Kurashiki
11º Wosgrau Participações
12º Metalgráfica Iguaçu
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Anexo A – Ranking do Faturamento
72
13º Sadia
14º Águia Sistemas
15º Camargo Correia Cimentos
16º Macrofértil
17º Águia Florestal
18º Fundição Hubner
19º Beaulieu do Brasil
20º Metalúrgica Schiffer
*Por ordem de faturamento em 2005; **A Bünge Alimentos aparece duas vezes por
apresentar duas inscrições de CNPJ. Fonte: Fisco
Melhora da infra-estrutura deve propiciar crescimento
PONTA GROSSA – Para o coordenador regional da Federação das Indústrias do
Estado do Paraná (Fiep), Jarbas Góes, o processo de consolidação do crescimento
industrial de Ponta Grossa depende não só das autoridades municipais, mas
estaduais e federais. “A continuidade do crescimento não depende só da cidade,
mas principalmente dos governos estadual e federal”, diz ao referir-se à necessidade
de melhoria da parte logística. “Precisamos de um novo aeroporto tendo em vista
que as empresas importam e exportam produtos, bem como, de uma área aduaneira
para atender esta questão da balança comercial”, diz.
De acordo com ele, a manutenção da malha rodoviária é outro pleito antigo dos
empresários. “Somos privilegiados por estarmos no entroncamento rodo-ferroviário e
contarmos com rodovias nas mãos do poder privado em boa qualidade, mas outras
rodovias precisam de atenção especial”, observa.
Por outro lado, o coordenador destaca a mão-de-obra existente no Município. “A
Fiep vem trabalhando em conjunto com o Senai, Iel e Unindus para a formação de
mão-de-obra qualificada, mas o município também precisa ser parceiro neste
trabalho e está trabalhando através da Secretaria de Qualificação Profissional para
isto. Mas é preciso expandir as estruturas formadoras para aprimorar ainda mais a
formação. Contamos com boas instituições de ensino superior, porém determinados
postos de trabalho continuam sendo buscados fora da cidade pelas empresas”,
comenta.
Ele cita ainda a necessidade de os governos diminuírem a carga tributária das
empresas. “Os tributos acabam punindo o empresário indevidamente e dificultando o
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Anexo A – Ranking do Faturamento
73
processo evolutivo das empresas”, fala.
Além disso, existe a necessidade de queda dos juros para o setor industrial. “As
empresas precisam de recursos para financiar a produção, mas esses recursos
precisam ser incentivados. Não se pode pensar em taxas de mercado para
investimentos produtivos. Taxas mais atrativas é que vão financiar a produção”,
atenta.
Por fim, o empresário fala sobre a legislação trabalhista como empecilho para o
desenvolvimento industrial. “A nossa legislação trabalhista é muito velha e
ultrapassada. O Congresso Nacional já realizou algumas mudanças, mas alguns
itens ainda precisam ser melhorados para que as empresas possam criar novos
empregos”, diz. Segundo ele, as empresas estão a cada dia optando mais pela
automatização. “Em alguns casos a automatização é necessária, mas a legislação
trabalhista também leva para isto. Hoje o empregado pensa três vezes antes de
empregar. Assim, precisamos de uma legislação mais moderna para que algumas
barreiras sejam ultrapassadas e até mesmo para eliminar obstáculos que dificultam
a sustentabilidade do crescimento”, conclui. - L.R.B.
Multinacionais consolidam maior parque fabril do interior do PR
PONTA GROSSA – Das 20 maiores empresas em faturamento, parte dessas se
instalou em Ponta Grossa ainda na primeira fase de industrialização do Município,
em meados da década de 1970, quando o ex-prefeito Cyro Martins criou o Pladei
(Plano de Desenvolvimento Econômico e Industrial) e instalou o Distrito Industrial, às
margens da BR 376, saída para Curitiba. Entre as empresas dessa primeira leva
estão as multinacionais Kurashiki, Cargill Agrícola, Bünge Alimentos e Bünge
Fertilizantes. Logo em seguida, outras empresas de grande porte vieram somar ao
parque industrial local. Além de empresas de abrangência nacional, como Sadia,
diversos outros empreendimentos surgiram na cidade a partir de investimentos
locais. Dentre as de capital ponta-grossense estão a Adubos Viana, Wosgrau
Participações, Metalgráfica Iguaçu, Metalúrgica Schiffer, Fundição Hübner, Águia
Florestal e Águia Sistemas de Armazenagem. São empresas que nasceram na
cidade e que hoje possuem ramificações em outras regiões do Estado.
Outro boom da industrialização foi verificado no final da década de 90. Foi quando a
cidade abriu de vez as portas para as multinacionais. Nesta época, vieram para cá a
sueca Tetra Pak, a chilena Masisa, a alemã Continental e a francesa Beaulieu, entre
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
Anexo A – Ranking do Faturamento
outras, consolidando o parque fabril de Ponta Grossa como o maior do interior do
Paraná.
Diário dos Campos
19/01/2006
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
74
Anexo B – Instituições Relacionadas à Inovação Tecnológica
ANEXO B – INSTITUIÇÕES RELACIONADAS À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e
Engenharia das Empresas Inovadoras
PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)
75
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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: