Centro de Bem Estar Social Projecto Educativo da Instituição Creche, Jardim de Infância e CATL 2008 / 2009 2009 / 2010 2010 / 2011 Introdução O Centro de Bem Estar Social dos Foros de Salvaterra, dá apoio à primeira infância, nomeadamente, à valência de Creche, Jardim de Infância e C.A.T.L. . A Instituição pretende criar/proporcionar condições para o sucesso da aprendizagem de todas as crianças, na medida em que promove a sua autoestima e auto-confiança e desenvolve competências que permitem que cada criança reconheça as suas possibilidades e progressos. O adulto tem um papel fundamental na vida das crianças, no seu crescimento emocional, cognitivo e social. Relações calorosas e positivas com os adultos, ajudam a criança a ganhar a sensação de confiança no mundo. Neste contexto, o educador deverá assumir uma postura de observador participante activo, afectuoso que pretende observar e compreender a criança, orientando assim, com base nesse entendimento a sua acção educativa. Deverá disponibilizar oportunidades para que ocorram relações favoráveis de grupo em condições adequadas de espaço, de tempo e valores. Acreditando na importância que o adulto assume na vida das crianças, defendemos que ser educador é: - Permitir que a criança se envolva nas coisas que lhe dizem respeito de acordo com os seus ritmos e tempos; 1 - Estar totalmente disponível para a criança, estar junto da criança, dar de comer, mudar a fralda, vestir, adormecer, dar carinho e muita ternura...é partilhar uma vida; - Aprender a forma como a criança comunica e permitir-lhe que conheça a nossa forma de comunicar; - Procurar um tempo e um espaço onde a criança se desenvolva de uma forma global (física, cognitiva, afectiva e social); - Respeitar e identificar a criança enquanto pessoa única, ajudando-a a reconhecer-se a lidar com sentimentos; - Ser autêntico e mostrar à criança aquilo que somos na realidade, é mostrar que podemos estar tristes, zangados ou animados, é mostrar que também nos assustamos e somos corajosos...; - Saber que somos um modelo de comportamento; - Deixar que a criança resolva as suas próprias dificuldades; - Ser ponto de apoio e confiança, transmitindo segurança numa relação estável; - Acreditar que cada criança é uma só e que se desenvolve a seu ritmo, sem pressas de atingir graus de desenvolvimento; - Deixar que a criança seja ela própria num mundo que é dela e dos outros. Uma vez mais e reforçando a ideia de que “... a base do desenvolvimento cognitivo, afectivo e social é a relação construtiva que a criança estabelece com os objectos, acontecimentos e pessoas.” (Figueira, 1998, CEI, nº 48, p.68), defendemos que é fundamental que o educador tenha consciência que a sua acção não se limita apenas à criança, à sua sala, à sua vigilância... a sua acção é muito mais abrangente. Nesta abrangência, é importante lembrar que a criança provém de um meio familiar que importa respeitar, estabelecendo um elo de comunicação e partilha. É importante referir ainda que o adulto não trabalha sozinho, mas sim em equipa. Como refere Cristina Ferreira (1998), “ o pessoal na creche tem que funcionar como uma verdadeira equipa, que trabalha e procura em conjunto criar condições ideais de atendimento das crianças...” (Figueira, 1998, CEI, nº48, p.70) 2 De acordo com as Orientações Curriculares e segundo a Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar, “ a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónoma, livre e solidário.” Assim, os objectivos pedagógicos definidos para a Educação PréEscolar são: - Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania; - Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade; - Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem; - Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas; - Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo; - Despertar a curiosidade e o pensamento crítico; - Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e colectiva; - Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança; - Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de afectiva colaboração com a comunidade. 3 Caracterização do meio A Instituição situa-se na freguesia dos Foros de Salvaterra, sendo uma das valências do Centro de Bem Estar Social. Foros de Salvaterra faz parte do concelho de Salvaterra de Magos e do distrito de Santarém, situando-se a 40 Km da mesma e a 56 Km de Lisboa. A vila possui uma área de 35,80 Km quadrados e conta com cerca de 6000 habitantes. Este número de habitantes tem tendência em aumentar, pois as pessoas da zona metropolitana estão a escolher a vila para viver. Pois a mesma fica perto da cidade e usufrui de um ambiente rural. Em relação ao passado histórico remonta a 1845, ano em que a junta da paróquia de Salvaterra de Magos decidiu criar o “aforamento” daquela vasta área de terreno em que se constitui hoje parte do concelho. Foros de Salvaterra foi criada como freguesia apenas em 1984. Faz parte do seu património cultural a igreja paroquial dos Foros de Salvaterra e igreja de Várzea Fresca, local pertencente à freguesia dos Foros. No que diz respeito à sua estrutura económica destaca-se o sector primário, destacando-se o cultivo de produtos hortícolas, de tomate (principalmente), de cereais e de batata. Segue-se o sector secundário com a industria de mobiliário, construção civil, serralharia civil, cerâmica e carpintaria. O sector com menos peso é o terciário, não sendo a freguesia dotada de serviços públicos, conta apenas com alguns serviços privados como é o caso de agência bancária, serviço multibanco, agência de seguros, gabinete de contabilidade, serviços ao nível da mecânica e construção civil. No que se refere à oferta comercial existente a mesma é algo variada, sendo suficiente para as necessidades básicas da população, tanto ao nível do comércio alimentar, como do não alimentar a retalho, existindo alguns estabelecimentos de restauração. A rede escolar é constituída por estabelecimentos do ensino préprimário, do ensino básico do 1.º ciclo e por uma creche. 4 Sob o ponto de vista turístico destaca-se a barragem de Magos. As colectividades da vila são: associação humanitária de Foros de Salvaterra, Grupo desportivo Forense, Centro Cultural e Recreativo e Desportivo Forense e o da Várzea Fresca, Centro de Bem Estar Social, Associação de Caçadores “Os Marialvas”, Associação de Caçadores “Mirante Magos, Rancho Folclórico de Foros de Salvaterra e Associação Shorinjikempo. Há ainda a referir a existência do Pavilhão da Comissão de Festas, o qual a população utiliza para realização de festas a título particular, bem como a realização das festas da Instituição. Em relação à religião professada, a maioria da população é Católica, havendo também quem pratique a Protestante e a Jeová. De referir, também o artesanato da vila, do qual faz parte a cerâmica, rendas e bordados. A freguesia usufrui de uma gastronomia rica apresentando pratos como: rancho à moda dos Foros, espetada à moda dos Foros, pudim de ovos, etc. Para finalizar Foros de Salvaterra tem como tradições e festas as Tasquinhas de Abril e a festa anual no terceiro fim de semana de Julho. 5 Caracterização da Instituição A creche, jardim de infância e C.A.T.L. pertence ao Centro de Bem Estar Social dos Foros de Salvaterra, o qual sob o ponto de vista jurídico é considerado uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos. A inauguração da creche foi a 22 de Junho de 2001, todavia a mesma encontra-se a funcionar desde do dia 28 de Maio do mesmo ano. A instituição abre às 7h 30m e encerra às 18h 30m sendo o horário das funcionárias rotativo excepto o da funcionária administrativa. Actualmente o funcionamento da instituição é assegurado por dezoito funcionárias e pela direcção que é composta por cinco elementos. A equipa pedagógica é constituída por seis educadoras, uma das quais desempenha, em simultâneo, funções de coordenação; a equipa não docente comporta treze funcionárias, entre as quais sete são auxiliares de acção educativa, uma cozinheira, uma ajudante de cozinha, três auxiliares de serviços gerais e uma administrativa. O trabalho de equipa é algo que influencia o funcionamento de qualquer contexto, seja ele qual for, pois é formado por pessoas diferentes com características próprias, categorias profissionais que se articulam, complementam e dependem necessariamente uns dos outros para atingir os objectivos a que se propõem. O diálogo, a compreensão e o respeito pela singularidade de cada um é fundamental para se efectuar um trabalho em equipa positivo. No entanto, esta capacidade é algo que nem sempre é fácil. É necessário dar tempo ao tempo para que todos os elementos se possam conhecer e se sintam na verdade integrados numa equipa. Como Hohmann e Weikart (2004) “o currículo, um nivelamento da comunicação entre as pessoas, o conhecimento dos membros 6 da equipa de uma forma mais do que superficial, e a aprendizagem a partir das forças e diferenças de cada um – leva tempo.” (Hohmann e Weikart, 2004, p. 139) Para que seja possível atingir um nível de qualidade institucional, a atitude da equipa tem que passar pela compreensão e pelo saber mudar, estabelecendo-se um nível de comunicação onde existe o saber ouvir e onde se aposta na formação pessoal e profissional, como enriquecedora de conhecimentos fazendo evoluir atitudes e comportamentos. Consideramos momentos importantes as reuniões de equipa desenvolvidas pelos profissionais de educação de infância, educadores e auxiliares de acção educativa e ainda pessoal dos serviços gerais, onde se discutem questões pedagógicas relacionadas não só com a instituição. O trabalho de equipa não se cinge somente às pessoas que se encontram na mesma sala ou na mesma valência, abrange toda a instituição. É por isso fundamental, que em todos os momentos se recorra ao espírito de tolerância, de diálogo e de convívio para que todos tenham voz activa em todo o processo educativo, partilhando as suas experiências, saberes, ideais, responsabilidades e alegrias, criando assim um clima harmonioso entre todos os elementos da equipa, reflectindo-se na interacção com as crianças. A instituição é constituída por três salas de creche: o berçário, a sala 1 / 2 anos e a sala 2 / 3 anos, duas salas de jardim de infância e uma sala de C.A.T.L. que estão a funcionar desde Dezembro de 2005 nas instalações da mesma, à excepção da última valência que decorre desde Setembro último. O número de crianças é de 81, ou seja, 8 no berçário, 12 na sala 1 / 2 anos, 15 na sala 2 / 3 anos, 23 na sala dos 3 / 4 anos e 23 na sala dos 4/5 anos e 9 no C.A.T.L. 7 O berçário é constituído por quatro áreas distintas, a do repouso, a de mudas a copa e a área da brincadeira / actividades, na qual existe uma “piscina” no chão. A sala 1 / 2 anos dispõe de três áreas, ou seja, a despensa, a de higiene, na qual existe um fraldário, uma sanita e três lavatórios, por fim a área da brincadeira / actividades. A sala 2 / 3 anos dispõe igualmente de três espaços distintos, a despensa, a área da higiene na qual existe um fraldário, três sanitas e três lavatórios. O terceiro espaço é o das actividades / brincadeira. A valência de jardim de infância dispõe de duas salas de actividades para vinte e três crianças cada, uma casa de banho para adultos, com estrutura para necessidades educativas especiais, uma casa de banho para meninas com três sanitas, três lavatórios e uma base de duche e uma casa de banho para meninos com três sanitas, três urinóis, três lavatórios e uma base de duche. Cada criança dispõe de um cabide individual. A sala de C.A.T.L dispõe de um computador, material de desgaste, mesas e cadeiras para nove crianças. Todas as salas dispõem de boa luminosidade, água corrente e electricidade e aquecimento. O material existente nas mesmas é diversificado e adaptado às características, interesses e necessidades de cada idade. No que se refere ao espaço exterior, este dispõe de dois pisos diferentes, ou seja, as crianças podem usufruir de um piso de cimento, e de uma “ área de areia”com baloiços e escorrega. Também aqui existe diversificado material adaptado às necessidades, interesses e características das crianças, composto por duas casinhas, três escorregas, vários triciclos e outros brinquedos. As três salas de creche e uma 8 das salas de jardim de infância têm acesso directo ao mesmo. O acesso da outra sala de jardim de infância e C.A.T.L. faz-se pelo hall de entrada. No que diz respeito às instalações, a instituição possui ainda uma sala de reuniões, uma sala de coordenação, uma recepção uma casa de banho para as educadoras e uma para auxiliares, uma lavandaria, uma despensa, uma sala de convívio para as auxiliares, uma cozinha e um refeitório e junto ao mesmo existe uma área polivalente. As refeições das crianças e das funcionárias são confeccionadas na cozinha. É ainda de referir que as mesas do refeitório encontram-se dispostas de acordo com as necessidades de cada sala ( sala 1 / 2, sala 2 / 3 anos e sala 3 / 4 anos e 4 / 5 e C.A.T.L.), existindo uma mesa para os adultos almoçarem. 9 Projecto educativo “A Criança, a Família e a Comunidade” Entende-se por projecto educativo um “documento que formaliza as intenções e as acções da política educativa e curricular de uma escola. É um instrumento de concretização e de gestão da autonomia da escola quando é concebido e desenvolvido na base do cruzamento de perspectivas e posições diversas (professores/as, alunos/as, pais, agentes da comunidade, outros educadores...) que proporcionem a existência de diálogo dentro da escola, e desta com a comunidade e que enriqueçam a cultura e os saberes escolares com a dimensão social” (in Teoria – Guias práticos - Projectos Curriculares de Escola e de Turma – Conceber, gerir e avaliar, p.68). Ao querermos enriquecer a criança na sua totalidade não nos podemos esquecer do seu contexto familiar. Quando falamos em família temos que pensar inevitavelmente que esta surge como o primeiro contexto com o qual a criança tem contacto, onde responde aos gestos, olhares, palavras, onde cria as suas primeiras relações, responde a estímulos, enfim um infinito rol de experiência que são base de aprendizagens futuras. Na nossa instituição existe a consciência de que o trabalho com as famílias é fundamental para criar um ambiente securizante e um desenvolvimento harmonioso da criança. Deste modo, é natural que as estratégias de envolvimento com as famílias se processem de uma forma semelhante nas diferentes salas. Defendendo que as famílias assumem um papel fundamental na educação das crianças, têm por isso mesmo o direito de conhecer, tomar decisões e participar nas respostas educativas que desejem para os seus filhos. 10 São objectivos deste Projecto Educativo: - Consciencializar as famílias da missão/valores da instituição; - Incentivar a participação activa das famílias no processo educativo; - Estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade; - Fomentar a troca de aprendizagens, conhecimentos, experiências e vivências entre a família-educadores e educadores-família; “ A equipa de educadores também funciona em parceria com os pais trocando observações sobre a criança e procurando proporcionar consciência entre as experiências em casa e longe de casa. Educadores, pais, pessoal administrativo e membros da comunidade formam parcerias ainda mais alargadas em defesa das crianças e na implementação dos recursos necessários a uma aprendizagem inicial de qualidade em contextos de educação infantil. A cooperação de todos estes adultos é imprescindível para a criação de ambientes de aprendizagem activa seguros e adequados para as crianças de tenra idade. O objectivo central de um contexto de educação infantil é a construção de relações fortes e facilitadores entre o educador e a criança, entre o educador e os pais, e entre os próprios educadores; Sá assim estas relações podem apoiar a relação vital entre pais e filhos.” Hohmann, Mary;Post, Jacalyn; Educação de Bebés em Infantários; Fundação Calouste Gulbenkian/Lisboa; p.300 “ Os pais também se relacionam melhor com os educadores dos seus filhos quando percebem a natureza complexa do seu trabalho e apreciam os objectivos que os educadores tentam cumprir. Obviamente, os pais relacionam-se mais positivamente com os seus educadores quando estes desenvolvem relações respeitosas e aceitantes” in Portugal, Gabriela; Crianças, Famílias e Creches, Porto Editora; p.194. 11 - Dinamizar parcerias entre a Instituição/Comunidade para rentabilização de recursos. “ Mas, não só a família, como também o meio social em que a criança vive influência a sua educação, beneficiando a escola da conjugação de esforços e da potencialização de recursos da comunidade para a educação das crianças e dos jovens. Assim, tanto os pais, como outros membros da comunidade poderão colaborar no desenvolvimento do projecto educativo do estabelecimento.” 12 Ao acreditar neste princípio, é possível estabelecer uma aproximação entre estes dois mundos (creche/instituição) incentivando a colaboração dos pais, aproveitando as suas potencialidades valorizando as suas potencialidades e valorizando os seus saberes, hábitos e costumes. No entanto, existe a consciência que esta não é uma tarefa fácil e que como em qualquer outra há que ultrapassar alguns obstáculos durante esse processo. De seguida apresentamos alguns objectivos que irão ser contemplados e explorados nos projectos curriculares de sala. Sensibilizar a família para a sua importância na educação da criança; Envolver os pais nas iniciativas da instituição; Levar os pais a participar activamente na instituição; Transformar a creche num espaço aberto e acolhedor; Fomentar a solidariedade inter-familías; Contribuir para a afirmação da instituição enquanto espaço educativo; Aproximar pais / crianças / educadores; Aprender e compreender o papel social das profissões dos pais; Troca de saberes; Aprofundar laços afectivos de família; Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida da família; Proporcionar ocasiões de bem estar e de segurança da criança; Promover a continuidade educativa da família / escola; Favorecer um clima de comunicação de troca e procura de saberes entre crianças e adultos; Construir um espaço de confiança entre pais / escola para uma acção educativa participada; Cooperar nas diversas actividades e trocas de experiências; 13 Entende-se assim, projecto curricular de sala como “ um instrumento de gestão pedagógica, no qual, deve ser visível a reflexão e a analise dos processos de ensinar e de fazer aprender/desenvolver. É entendido como a forma particular como, em cada contexto (turma e meio) se organiza e se constrói um currículo de acordo com as orientações curriculares e tendo em conta as áreas de conteúdo face a uma situação real. Para tal, é necessário definir opções e intencionalidades próprias, e construir modos específicos de organização e gestão curricular adequados à consecução das aprendizagens que integração o currículo, para os alunos concretos daquele contexto. Em suma, o PCT é elaborado de acordo com o perfil da turma e é da iniciativa do educador titular da mesma. (in Projecto bola de neve, colecção pré-escolar, p. 21) É então fundamental criarmos estratégias que visem precisamente a aproximação entre estes dois contextos essenciais para o desenvolvimento da criança, são elas: Preenchimento do processo individual: os pais registam os aspectos mais importantes do comportamento da criança no seio familiar; Reuniões de pais: realizam-se varias ao longo do ano, a primeira no inicio do ano lectivo para apresentação do mesmo, posteriormente a apresentação do projecto pedagógico de sala e seguidamente reuniões de preparação das festividades dinamizadas pela instituição. É de salientar que sempre que haja necessidade por parte da equipa pedagógica ou dos pais, estas serão realizadas; Cadernos individuais das crianças: onde se procura dar a conhecer aos pais e à família, experiências, comportamentos, dificuldades, progressos que os seus educandos revelam. Este será um meio de comunicação entre a instituição e as famílias, uma vez que os pais terão também a liberdade de partilhar as vivências da criança no seu contexto familiar; 14 Placards: com registos fotográficos e/ou escritos sobre o trabalho realizado nas salas; Conversas informais: nas quais os pais e educadores poderão falar, de entre outros assuntos, da paixão que sentem pelos filhos e pelas crianças com quem convivem diariamente. Nestas conversas, a partilha de sentimentos poderá ser uma constante, reforçando ligações afectivas. Estas conversas servirão para a troca e partilha de informações. Realizam-se diariamente durante os momentos de acolhimento. Convívios: momentos que se traduzem em encontros nos quais a família e a equipa de trabalho da instituição têm a oportunidade de estabelecer elos afectivos mais fortes. Enquanto educadoras, pretendemos ter sempre presente a ideia que potenciar os recursos dados pelos pais é fundamental para a relação que se estabelece entre nós. Ao sentirem-se implicados no desenvolvimento dos seus filhos, mesmo estando afastados, os pais poderão sentir-se mais seguros, confiantes e deste modo minimizar possíveis sentimentos de culpa, através da cooperação com a equipa no acto de educar. Para finalizar, a comunicação entre o contexto familiar e a instituição, dará a todos os envolvidos benefícios, mas sem dúvida a maior beneficiada será a criança. 15 Bibliografia BASSEDAS (E.) Huguet (T.), Sole (I.) (1999), Aprender e Ensinar na Educação Infantil, ed. ARTMED, Porto Alegre. Documentos fornecidos pela Junta de Freguesia de Foros de Salvaterra MINISTÉRIO da EDUCAÇÃO (1997), Orientações Curriculares, ed. Ministério da Educação, Lisboa. LEITE, (C); Gomes, (L); Fernandes, (P), 2001. Teoria e Guias Práticos Projectos Curriculares de Escola e de Turma; Edições Asa. FIGUEIREDO, Manuel Alves R. (2002). Bola de Neve: Projecto Curricular de Turma no Jardim de Infância – Uma Perspectiva; Educação Pré Escolar; Colecção Pré 9. PORTUGAL, (G), 1998. Crianças, Famílias e Creches, Porto Editora. HOHMANN, (M); Post, (J), 2003. Educação de Bebés em Infantários; Fundação Calouste Gulbenkian/Lisboa. 16