1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA - CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS CURSO TÉCNICO AGRÍCOLA COM HABILITAÇÃO EM AGRICULTURA TOPOGRAFIA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO Rubiano Santos dos Santos Júlio de Castilhos, RS, Brasil 2010 2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA - CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS CURSO TÉCNICO AGRÍCOLA COM HABILITAÇÃO EM AGRICULTURA TOPOGRAFIA por Rubiano Santos dos Santos Relatório de Estágio de Profissional apresentado como requisito para obtenção do título de Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura do Instituto Federal Farroupilha - Campus Júlio de Castilhos – RS. Orientador: Prof. Alexandre ten Caten Júlio de Castilhos, RS, Brasil 2010 3 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA - CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS CURSO TÉCNICO AGRÍCOLA COM HABILITAÇÃO EM AGRICULTURA O Supervisor da Empresa, Elisandro Chittó, o Orientador, Alexandre Ten Caten, e o Estagiário, Rubiano Santos dos Santos, abaixo assinados, cientificam-se do teor do Relatório de Estágio Curricular Supervisionado do Curso Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura. TOPOGRAFIA elaborado por Rubiano Santos dos Santos como requisito parcial para obtenção do título de Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura Elisandro Chittó (Supervisor de Estágio) Alexandre ten Caten (Orientador) Rubiano Santos dos Santos (Estagiário) Júlio de Castilhos, 20 de junho de 2010. 4 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 1 Estagiário 1.1 Nome: Rubiano Santos dos Santos 1.2 Curso: Técnico Agrícola – Habilitação em Agricultura 1.3 Turma: Agricultura - 1 1.4 Endereço: Rua Doutor Silveira Campos – 162 - Peri 1.5 Município e estado: Júlio de Castilhos – Rio Grande do Sul 1.6 CEP: 98130-000 1.7 Telefone (s): 055 – 96134548 ou 9943 – 5345 1.8 E-mail: [email protected] 2 Empresa 2.1 Nome: Hectare do Brasil 2.2 Endereço: Rua Eurico Lara – 103/412 - Medianeira 2.3 Município e estado: Porto Alegre – Rio Grande do Sul 2.4 CEP: 90880-390 2.5 Caixa Postal: 103/412 2.6 Fone: 051 – 3209 - 5024 2.8 E-mail: [email protected] 3 Estágio 3.1 Área de realização: Topografia 3.2 Presidente do Colegiado: Ricardo Luis Schons 3.3 Professor Orientador no Instituto Federal Farroupilha - Campus Júlio de Castilhos: Alexandre ten Caten 3.4 Supervisor de Estágio na empresa: Elisandro Chittó 3.5 Carga horária total: 360 h 3.6 Data de início e término: 06/08/2009 a 15/10/2009 5 SUMÁRIO LISTA DE SIGLAS............................................................................. 6 LISTA DE FIGURAS.......................................................................... 7 1 INTRODUÇÃO................................................................................ 8 1.1 A empresa ................................................................................... 9 2 TOPOGRAFIA................................................................................ 10 3 FOTOGRAMETRIA......................................................................... 12 3.1 Cartografia de Apoio Básico........................................................... 12 3.2 Marcos Geodésicos de Referência.................................................. 13 3.2.1 Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) ...................... 14 3.3 Vôo Fotogramétrico....................................................................... 15 3.3.1 Características do vôo Fotogramétrico........................................... 16 3.4 Obtenção das imagens digitais do vôo fotogramétrico.................... 16 3.5 Foto índice.................................................................................... 17 3.6 Orientação.................................................................................... 17 3.7 Restituição fotogramétrica............................................................. 17 3.8 Checagem da acurácia por pontos medidos em campo.................. 18 3.9 Controle complementar da acurácia............................................... 18 4 FOTOGRAMETRIA A CAMPO...................................................... 19 5 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS.................................................. 22 5.1 Instalando o GPS Hiper.................................................................. 22 6 CROQUI.......................................................................................... 25 7 MICROSTATION............................................................................ 26 8 SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GLOBAL............................. 27 9 ANÁLISE DO ESTÁGIO................................................................ 29 10 CONCLUSÃO.............................................................................. 30 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................ 31 6 LISTA DE SIGLAS CAD: Computer Aided Design – Desenho Assistido por Computador DOD: Department of Defense – Departamento de Defesa IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística GLONASS: Global Navigation Satellite System – Sistema Global de navegação por satélite GNSS: Global Navigation Satellite System – Sistema de navegação Global por satélite GPS: Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global PDOP: Degradação da precisão da posição tridimensional RBMC: Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo SGB: Sistema Geodésico Brasileiro 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Carta Topográfica............................................................................. 13 Figura 2 – Marco Geodésico de Referência..................................................... 13 Figura 3 – Marco Geodésico de Referência...................................................... 14 Figura 4 – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo................................... 15 Figura 5 – Vôo fotogramétrico........................................................................... 15 Figura 6 – Imagem Digital do Vôo Fotogramétrico ........................................... 16 Figura 7 – Foto índice........................................................................................ 17 Figura 8 – Escolha dos pontos nas fotos do vôo fotogramétrico...................... 19 Figura 9 – Foto Índice....................................................................................... 20 Figura 10 – Instalação do GPS......................................................................... 21 Figura 11 – Croqui............................................................................................. 21 Figura 12 – Receptor GPS HIPER Topcon....................................................... 22 Figura 13 – Base de Apoio Imediato................................................................. 23 Figura 14 – Altura da base de apoio imediato.................................................. 23 Figura 15 – Ficha de base de apoio imediato................................................... 24 Figura 16 – Croqui............................................................................................ 25 Figura 17 – Tela principal do Microstation......................................................... 26 Figura 18 – Constelação de satélites GPS....................................................... 28 8 1 INTRODUÇÃO O presente relatório realiza uma revisão de conceitos básicos envolvidos na técnica de fotogrametria, bem como, a descrição de atividades desenvolvidas no período de estágio. Este realizou-se na empresa Hectare do Brasil em Porto Alegre, iniciando em 06 de agosto de 2009 com término em 15 de outubro de 2009. O estágio supervisionado tem como objetivo, além da conclusão do Curso Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura, consolidar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na instituição de ensino. A área da topografia é muito cativante, pois através dela adquire-se um amplo conhecimento em vários aspectos, tais como, manuseio dos aparelhos. A sensação de ver uma obra realizada em seus levantamentos no campo ou mesmo o trabalho feito em escritório é única. Relatar que você participou e fez a sua parte, torna a conclusão da atividade muito gratificante. O estágio proporciona a expansão dos conhecimentos e a prática em fatos reais da topografia. A partir da tecnologia disponível na empresa foi possível aplicar o conhecimento adquirido na instituição, bem como, confrontar-se com novos equipamentos para os quais o conhecimento necessário ao seu manuseio teve de ser adquirido no dia a dia do estágio. É, também, uma oportunidade de convívio com pessoas de grande conhecimento na área da topografia tais como técnicos agrícolas, engenheiros cartográficos, entre outros profissionais. Sabe-se que cada vez mais, as pessoas estão se tornando dependentes de serviços topográficos o que torna a topografia indispensável para muitas atividades, tais como: a) Construção civil: Casas e prédios; b) Urbanismo: plano diretor de desenvolvimento de cidade, de uma região metropolitana, sistema viário, eletrificação, abastecimento de água, rede telefônica, escoamento de águas pluviais e novos loteamentos; c) Obras de maior porte: barragens, pontes, rodovias e ferrovias; d) Agricultura: cadastro de áreas cultivadas, projetos de cultura, drenagens e irrigação; e) Silvicultura: reflorestamento e dimensionamento de reservas florestais. 9 A fotogrametria (fotografia + medida) é uma metodologia muito utilizada para apoiar levantamentos topográficos. Neste relatório descreverei as etapas de um levantamento aerofotogramétrico. Iniciando pela própria topografia, e em seguida, com etapas e conceitos da fotogrametria, desde a coleta de pontos em campo até a sua finalização, com as plantas entregues ao cliente. 1.1 A Empresa A empresa Hectare do Brasil, localizada na cidade de Porto Alegre – RS, foi fundada no ano de 2007, sob direção do Técnico Agricola Fabiano Balém, e o Engenheiro Cartográfico Claudiomir Kurtz. Esta empresa conta com profissionais qualificados e com experiência reconhecida no ramo de cartografia, topografia, georreferenciamento, fotogrametria, imagens aéreas, zoneamento, mapas temáticos, entre outros. 10 2 TOPOGRAFIA A definição da palavra topografia deriva das palavras gregas “topus” (lugar) e “gaphein” (descrição), o que significa a descrição exata e minuciosa de uma superfície. A topografia é uma ciência aplicada, baseada na geometria e na trigonometria, que trata do levantamento e representação de uma superfície limitada da terra, considerada plana. Tem como objetivo estudar as formas e as dimensões da terra, com função de representar no papel, a configuração de uma porção do terreno, permitindo a representação, em planta, dos limites de uma propriedade, bem como seus detalhamentos internos, (cercas, construções, campos cultivados, córregos, vales, e outros). Conforme ESPARTEL (1970), ao se projetar qualquer obra de Engenharia, Arquitetura ou Agronomia, se impõe o prévio levantamento topográfico do lugar onde o mesmo deverá ser implantado. Fazer um levantamento é proceder a todas as operações necessárias para alcançar os objetivos da topografia, isto é, a medição de ângulos e distâncias e a execução dos cálculos e desenhos indispensáveis para representar, fielmente, no papel, os elementos colhidos no terreno. A topografia pode, também, descrever o relevo de um solo com as suas elevações e depressões, sendo representadas através de curvas de nível, permitindo assim, conhecer a diferença de nível entre pontos no terreno. Na Topografia trabalha-se com medidas (lineares e angulares) realizadas sobre a superfície da Terra e a partir destas medidas são calculados áreas, volumes, coordenadas, etc. Além disto, estas grandezas poderão ser representadas de forma gráfica através de mapas ou plantas. Para tanto é necessário um sólido conhecimento sobre instrumentação, técnicas de medição, métodos de cálculo e estimativa de precisão. Esta ciência determina o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre sem levar em conta o erro em função da curvatura da esfericidade da terra, pois para a topografia a superfície representada é plana, e em função destes erros, os trabalhos topográficos não podem exceder 55 km de extensão. Na propriedade rural a topografia torna-se uma ferramenta fundamental para o planejamento e gerenciamento fornecendo subsídios para a tomada de decisões 11 que vão desde a compra de insumos e sementes até o comparativo da colheita e rendimento da safra; a locação de terraços, taipas e curvas de nível; demarcação de cercas, locação de traçados de estradas, redes de água e de esgoto; sistemas de irrigação e de drenagem; terraplanagem; construções de açudes e barragens e outros trabalhos necessários à exploração técnica-econômica de nossos recursos naturais. Ao se projetar qualquer obra de engenharia, arquitetura ou agronomia, é necessário o levantamento topográfico do lugar onde a obra será implantada, sendo que o levantamento ou medição deverá ser preciso e adaptado a realidade do terreno. A topografia se divide em duas partes: Topometria é baseada nos princípios da geometria aplicada, através de equipamentos específicos, estabelecendo medidas lineares e angulares, com capacidade de definir pontos topográficos no plano horizontal e vertical, que por sua vez se divide em planimetria e altimetria. A planimetria trata das medidas lineares e angulares no plano horizontal e desta forma determinando as coordenadas x e y. A altimetria cuida da determinação das alturas dos pontos em relação a um plano de referência, desta forma determinando a coordenada z. A posição de um ponto no espaço somente é conhecida quando se determinam as coordenadas desse ponto, relativas a três eixos retangulares x, y e z. Topologia cuida do estudo das formas do relevo e das leis de formação, constituindo a parte artística da topografia. 12 3 FOTOGRAMETRIA Fotogrametria é a ciência que permite conhecer o relevo de uma região através de fotografias. Inicialmente as imagens eram tomadas do solo, mas, atualmente elas são produzidas principalmente a partir de aviões e satélites. Nesses casos de sensoriamento remoto, são usados os conhecimentos da estereoscopia, de modo que seja possível perceber o relevo da região fotografada ou imageada e medir as diferenças de nível, para se produzir as plantas e cartas; Estudam-se em fotogrametria os processos e teoria que conduzem a possibilidade de reconstituir as formas e dimensões do terreno e seus acidentes naturais e artificiais por intermédio de um número conveniente de fotografias. O uso de fotografias aéreas como instrumento de enriquecimento do conhecimento humano, nasceu da necessidade de mapeamento de grandes áreas com economia de tempo e recursos financeiros. As fotografias aéreas são, principalmente, utilizadas na confecção de Mapas Geográficos e Topográficos, mas, encontram aplicação em muitas outras ciências como na Cartografia. 3.1 Cartografia de apoio básico Com as coordenadas dos locais prováveis do projeto requerido determina-se, com apoio das cartas topográficas, as áreas a serem mapeadas com precisão através de topografia convencional e Fotogrametria (Figura 1). 13 Figura 1 – Carta Topográfica. Fonte: http://www.itutinga.tur.br 3.2 Marcos geodésicos de referência Marcos geodésicos de referência são coordenadas de latitude e longitude conhecidas materializadas. Assim, para cada projeto realizado é implantado um marco de apoio de controle básico que serão transportados através de medições conjuntas, feitas a partir dos marcos da rede geodésica oficial do IBGE a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) (Figura 2 e 3). Figura 2- Marco Geodésico de Referência. Fonte: www.swo.com.br 14 Figura 3 - Marco Geodésico de Referência. Fonte: www.mochileiro.com 3.2.1. Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC). Atualmente a Rede Brasileira de Monitoramento Continuo é formada por uma rede composta por estações de rastreamento permanente de satélites pertencentes ao Sistema de Posicionamento por Satélites (GPS) fixas e de operação continua com abrangência nacional. O objetivo é fornecer apoio básico para o posicionamento via satélite através do GPS em todo o território brasileiro. Disponibiliza observações em duas portadoras (L1, L2) possibilitando a integração do sistema geodésico brasileiro (SGB). Há bem pouco tempo, usuários interessados em obter com GPS, as coordenadas geodésicas de um ponto qualquer em território nacional eram obrigados a trabalhar com dois receptores, ocupando o ponto de seu interesse e um marco do (SGB) próximo. Já com a evolução dos equipamentos, os trabalhos geodésicos e topográficos passaram a ser realizados de forma mais rápida, precisa e econômica. São as estações da RBMC que desempenham o papel do ponto de coordenadas conhecidas (ilustrados na Figura 4), eliminando a necessidade de que o usuário imobilize o receptor em um ponto que muitas vezes oferece grandes dificuldades de acesso e a necessidade de ocupar as estações de referências, mas apenas as estações a determinar. 15 Figura 4 – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo. Fonte: http://www.ibge.gov.br 3.3 Vôo fotogramétrico Após a determinação da abrangência dos projetos com as cartas e com vistoria em campo, executa-se um vôo fotogramétrico devidamente registrado no Ministério da Defesa (Figura 5). Figura 5 – Vôo fotogramétrico. Fonte: http://www.ebah.com.br 16 3.3.1 Características do vôo fotogramétrico - Altitude do vôo: pode ocorrer variação menor que 5% do estabelecido; - Direção de vôo: será no sentido da diretriz principal do fluxo das correntes de água de cada projeto. - Cobertura aerofotogramétrica: será realizada com aeronave especialmente adaptada à tomada de fotografias aéreas, equipada com piloto automático e equipamento rastreador de satélites (GPS), para a orientação do vôo. - A câmara fotográfica está instalada de tal maneira que a objetiva não seja atingida por respingos de óleo ou reflexos de raios solares. - Na execução do vôo, são observadas as condições atmosféricas favoráveis, sem a presença de nuvens, fumaça e bruma. Sempre será realizado em horário local que atender a exigência de altura solar mínima de 50 graus a partir do horizonte, de forma a minimizar o efeito das sombras. 3.4 Obtenção das imagens digitais do vôo fotogramétrico As imagens são obtidas por digitalização matricial de alta resolução (Figura 6). Assim nesta resolução espacial cada ponto (pixel) equivale a aproximadamente 0,20 metros no terreno. Tal resolução possibilita percepção tridimensional adequada das feições no terreno via “zoom”, na estação fotogramétrica digital. As imagens também passam por correções radiométricas garantindo a tonalidade, brilho e contraste. Figura 6 – Imagem digital de vôo fotogramétrico. Fonte: www.aerocarta.com.br 17 3.5 Foto índice Para cada projeto através das imagens de alta resolução obtidas cria-se uma foto índice contendo todas as faixas, ou seja, a seqüência de fotos, detalhadamente, com o objetivo de auxiliar em escritório e em campo nos trabalhos de determinação dos pontos (Figura 7). Figura 7 - Foto Índice. Fonte: www.geofoto.com.br 3.6 Orientação Após a leitura de pontos em coordenadas conhecidas, determina-se a escala do modelo, orienta-se o modelo em relação ao norte e nivela-se o modelo. Os pontos devem ser de número superior a três, sendo desejáveis seis. Dessa forma, sempre que nos deslocarmos dentro do modelo é como se o fizéssemos no terreno real, ou seja, as coordenadas extraídas são coordenadas do terreno. 3.7 Restituição fotogramétrica Após a determinação dos parâmetros de orientação das fotografias aéreas, são restituídos os relevos dos projetos representados por curvas de nível de eqüidistância determinável. Também há restituição fotogramétrica do uso e ocupação do solo. Nos trechos em que não há certeza dos elementos na restituição, levanta-se em campo com técnica GPS. Também podem ser restituídos os 18 elementos hidrográficos permanentes no interior das áreas, edificações, cercas e estradas. Como resultado da restituição obtém-se coordenadas tridimensionais, em formato vetorial, de todos os elementos no terreno 3.8 Checagem da acurácia por pontos medidos em campo O controle de qualidade do levantamento fotogramétrico é feito através da comparação entre coordenadas fotogramétricas de pontos precisamente identificados nas fotografias e suas respectivas coordenadas medidas em campo. São medidos em campo, com esse objetivo, pelo menos cinco pontos dentro de cada área levantada. Levantam-se em campo, novamente, os pontos escolhidos para a conferência de coordenadas. 3.9 Controle complementar da acurácia Com a finalidade de se fazer uma verificação complementar da qualidade do georreferenciamento dos projetos serão geradas ortofotos (imagem já retificada, ou seja, com todas coordenadas corretas) a partir das curvas de nível e de pontos cotados. Visualizando-se num software os vetores das plantas dos projetos levantados com tecnologia GNSS e ao fundo as ortofotos, observa-se se houve a coincidência do alinhamento das cercas, nas plantas, estradas, nas ortofotos. 19 4 FOTOGRAMETRIA A CAMPO Estavam sendo efetuados vários estudos em rios, solos entre outros requisitados pelo governo estadual em diversos municípios, tais como, Toropi, Quevedos, Santana do Livramento, Don Pedrito, São Martinho da Serra e Júlio de Castilhos com a finalidade de construir barragens que proporcionem a irrigação e geração de energia – Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCH). Sendo que nós estávamos realizando o estudo do terreno utilizando o método da fogrametria, ou seja, estudar como o terreno iria se comportar caso fosse construída a barragem, fazendo o estudo de sua altimetria, o que irá proporcionar, por exemplo, até onde irá alagar o terreno, que altura de taipa será necessária. Primeiramente eu fiz o pedido aos proprietários para permitir nossa entrada para que não ocorra transtornos ou algo do gênero. O trabalho executado a campo foi feito a partir da escolha dos pontos nas fotos do vôo fotogramétrico (Figura 8). Assim nós íamos até o local de estudo localizado nas fotos e localizávamos exatamente no terreno o ponto escolhido. Assim após localizar, eu instalava o GPS de tal forma que proporcionasse um melhor rastreio dos satélites (mínimo 5 e aconselhável mais de seis satélites). Normalmente os pontos estavam localizados em cantos de cercas, postes de rede elétrica, estradas, entre outros. Figura 8 - Escolha dos pontos nas fotos do vôo fotogramétrico. 20 Depois de estar com os pontos escolhidos para serem coletados a campo e ter as autorizações dos proprietários para nossa entrada começava-se todo o trabalho. Primeiramente procurava organizar de tal forma que nos proporcionasse maior agilidade e qualidade nos serviços executados. Assim dividíamos as tarefas. Os pontos os quais foram escolhidos estrategicamente pelos encarregados das restituições e confecções das plantas eram marcados em foto digital com alta resolução. As fotos eram disponibilizadas em faixas, devido as varias trajetórias do vôo, sendo que as fotos nada mais são do que sobreposições umas das outras, assim nos disponibilizavam uma foto índice, a qual continha todas as numerações das fotos necessárias (Figura 9). Depois de chegar ao local, localizar exatamente o ponto bastava instalar o GPS (Figura 10). E por final fazia-se um croqui detalhando com breves traços um esboço do local do ponto para facilitar depois na hora de confeccionar a planta (Figura 11). Figura 9 - Foto índice. Fonte: www.geofoto.com.br 21 Figura 10 – Instalação do GPS. Figura 11 – Croqui elaborado durante a realização do estágio. Fonte: Topographia 22 5 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS Para o levantamento dos pontos fotogramétricos e de verificação da acurácia são utilizados aparelhos geodésicos de dupla freqüência e dupla constelação (GPS e GLONASS), marca Topcon, modelo Hiper (Figura 12). Figura 12 - Receptor GPS HIPER Topcon. 5.1 Instalando o GPS Hiper Ao chegar à área para realização do trabalho nós determinávamos o local de instalação do marco base. Este local deveria ser afastado de redes elétricas, árvores e elementos que vinham a interferir no sinal recebido pelo GPS. Além disso, era necessário que não houvesse circulação de animais nem máquinas agrícolas no local escolhido, evitando-se assim o deslocamento do marco. O aparelho utilizado era o GPS- HIPER GGD configurado a ser base de apoio imediato, o mesmo era instalado sobre o marco base e era realizado o nivelamento, após isso, ligava- se o aparelho (Figura 13). 23 Figura 13 – Base de apoio imediato. Media-se a altura da base (que vai do centro da placa de identificação do marco base até a parte superior da base nivelante) e anotava-se na ficha “Base de Apoio Imediato”, a qual possuía os dados do proprietário e da área (Figura 14). Se não houvesse um marco base implantado na propriedade, era necessário fazer um croqui da área. Se já existissem marcos implantados, os dados já estavam disponíveis na Ficha de Base de Apoio Imediato (Figura 15). Figura 14 – Altura da base: a partir do centro da placa de identificação do marco até a base superior 24 CONTROLE BASE DE APOIO IMEDIATO Nome da base: Datum: SIRGAS 2000 Latitude: Longitude: Altitude:: Datum: SAD 69 Latitude: Longitude: Altitude:: DATA, ALTURA, NOME DO ARQUIVO E EQUIPAMENTO DE BASE Data Altura Base Nome arquivo Equipamento Figura 15 – Ficha de Base de Apoio Imediato. Operador 25 6 CROQUI O croqui é um esboço do local de coleta dos pontos, para facilitar o entendimento do pessoal encarregado dos trabalhos de escritório, ou seja, para a confecção das plantas. Regularmente usávamos o croqui em todos os pontos e tirávamos fotos de vários ângulos do ponto. No croqui era estabelecido um padrão de como fazer o desenho conforme sua representação a campo. Por exemplo, se quisesse demonstrar uma cerca, fazia-se um traço continuo no qual fazia-se cruzinhas, assim tornando viável e prática as confecções das plantas (Figura 16). Figura 16 – Croqui. www.mappinginteractivo.com 26 7 MICROSTATION É um poderoso software de CAD (Computer Aided Design), utilizado na elaboração de desenhos auxiliado por computador. Por sua arquitetura aberta, torna-se um ambiente ideal para o desenvolvimento de aplicativos por terceiros, permitindo a utilização em praticamente qualquer área de desenho e projeto, tanto como engenharia, arquitetura, cartografia, agrimensura, indústria, científico, design ou qualquer outra aplicação que necessite de desenho e projeto auxiliado por computador (Figura 17). Figura 17 - Tela principal do Microstation Fonte: www.tudofull.com 27 8 SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GLOBAL Os sistemas de posicionamento global surgiram na década de 80, inicialmente com propósito militar, pois fornecia informações precisas de posicionamento independente das condições meteorológicas. Na década de 90 foi liberado para uso civil, nos mais diversos fins de uso. Atualmente o sistema global de navegação por satélite é formado por quatro constelações de satélites, sendo elas: GPS, GLONASS, GALILEO e Compass (Compass Navigation Satellite System). Onde o GPS foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa Americano (DOD), GLONASS foi desenvolvido pela Rússia, GALILEO um projeto europeu e Compass desenvolvido pela China. O GPS é um sistema de multipropósitos que permite aos usuários determinar suas posições expressas em latitude, longitude e altura elipsoidal em função das coordenadas cartesianas X,Y,Z em relação a massa da Terra. Conforme SEGANTINE (1999), a disponibilidade de satélites proporcionada pelo uso combinado GPS e GLONASS oferecem diversas vantagens para o posicionamento, tais como melhor precisão em áreas com visibilidade restrita, melhoria da qualidade no posicionamento isolado, maior possibilidade de obter boa geometria no rastreio e verificação dos resultados obtidos com o uso de cada sistema separadamente. Há, porém, diversas implicações envolvidas na integração de dados GPS e GLONASS, envolvendo sistemas de referência, características de transmissão dos sinais, programas para processamento de dados, entre outras. A constelação de satélites GPS é composta atualmente por 31 satélites (24 de novembro de 2008 – Revista MundoGeo) (Figura 18). A constelação do GLONASS é composta por 24 satélites dispostos em três planos orbitais. Cada plano orbital tem oito satélites em órbita quase circular. Atualmente que estão ativos são 17 satélites e alguns prestes a parar. A constelação do GALILEO está planejada para ser composta por 30 satélites divididos em três órbitas circulares. Sendo que atualmente há apenas um satélite ativo. Assim ficando indisponível seu uso. A constelação do Compass está planejada para ser composta por 27 satélites divididos em três orbitas. No momento será utilizado apenas para fins militares da China. 28 Figura 18 – Constelação de Satélites GPS. Fonte: www.revistamilitar.ptl 29 9 ANÁLISE DO ESTÁGIO O início do estágio é um pouco complicado pelo fato de não ter conhecimento sobre os funcionários, proprietários, pois normalmente efetua-se o contato do estágio por e-mail, telefone, sendo assim na hora de chegar e conversar torna-se um pouco desagradável à situação, mas nada que não de para contornar e fazer grandes amizades. Durante o estágio, além do vasto conhecimento que se obtém, ganhamos experiências que nos servirão para o resto da vida, tal como, morar sozinho o que no começo é difícil, pois morar sozinho às vezes ”é meio complicado”, mas tudo isso serve para termos certa liberdade e responsabilidade. Assim durante o estágio procura-se fazer tudo certo, prestar atenção no que lhe é explicado, assim obtendo um diversificado conhecimento, podendo abrir portas para o mundo do trabalho futuramente. Um método que tornaria e diminuiria a ansiedade e dúvidas dos novos alunos que sairão para estágios, seria conversar com quem já teve essa experiência, pois esclareceriam todas as dúvidas possíveis, assim já irão com uma visão diferente e vêem que não é um “bicho de sete cabeças”. Outra maneira de antecipar e decidir qual área irá escolher é procurar fazer um pré-estágio. Assim já se ganha um pouco de experiência, não chegando tão “cru”. Uma ótima época de fazer os pré-estágios seria nas férias, assim podendo se dedicar especialmente para aquela função que será exercida. 30 10 CONCLUSÃO A Topografia trás como proposta muito além do simples interesse comercial, uma de suas finalidades é difundir o profissionalismo, a seriedade, integrando a classe de profissionais que atuam na área específica e outras correlatas, trazendo até nós um banco de informações objetivo, capaz de ajudar no nosso dia a dia no campo ou no escritório. Portanto, topografia se traduz em responsabilidade. Não importando o tamanho ou o valor dos serviços, todos têm uma principal característica, a precisão, que resulta na racionalidade de ocupação do solo pelo homem. Em suma, a topografia nada mais é do que a ferramenta mais importante na organização do espaço construído ou ocupado. Os trabalhos realizados durante o estágio foram de extrema importância, proporcionaram uma visão ampla da topografia a qual eu não conhecia. O estágio foi uma oportunidade de colocar em prática a teoria introduzida na escola, também de convivência humana, onde conheci várias pessoas as quais me auxiliavam nos assuntos técnicos e trabalhos realizados. Durante todo período de estágio me dediquei, tentei ajudar a empresa da melhor maneira, foi meu primeiro contato com o mundo do trabalho, e após o estágio pretendo aprofundar ainda mais meus conhecimentos na área, para ser um profissional capacitado e principalmente responsável nos trabalhos a serem realizados. 31 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AEROFOTOGRAMETRIA. In: Aerocarta | Engenharia de Aerolevantamento. Disponível em www.aerocarta.com.br. Acesso em 30 de junho de 2010. CONSTELAÇÃO GNSS TEM NÚMERO INÉDITO DE SATÉLITES. Disponível em: http://www.mundogeo.com.br/noticias-diarias.php?id_noticia=12376. Acesso em 22 de agosto de 2010. ESPARTEL, L. Curso de Topografia. Porto Alegre, Globo, 1980. 655p. GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS. In: A EMPRESA. Disponível em: www.swo.com.br. Acesso em: 30 de junho de 2010. GPS - Fundamentos e Aplicações Práticas. Escola Brasileira de Agrimensura. Criciúma, 1999. GPS (Global Positioning System). In: Latitude e Longitude. Instrumentos e Medições. Disponível em: http://www.cienciaviva.pt/latlong/anterior/gps.asp. Acesso em 27 de fevereiro de 2010. GPS (Sistema de Posicionamento Global). In: Infoescola. Navegando e Aprendendo. Disponível em: http://www.infoescola.com/cartografia/ gps-sistema-deposicionamento-global/. Acesso em 27 de fevereiro de 2010. INTEGRAÇÃO ENTRE GPS E GLONASS. Disponível em http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/bcg/article/viewFile/1360/1114 . Acesso em 03 março de 2010. MICROSTATION. Disponível em www.tudofull.com. Acesso em 30 de junho de 2010. NOVO, E. Sensoriamento Remoto: Princípios e Aplicações. Editora Edgard Blücher. 2a Ed. São Paulo, Brasil. 1992. O GPS NA GUERRA. In: Revista Militar. Disponível em www.revistamilitar.pt. Acesso em 30 de junho de 2010. RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo. In: IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/ geodesia/rbmc/rbmc.shtm. Acesso em 05 de março de 2010. SEGANTINE, P. C. L.; SILVA, Irineu da . 3º Curso de Atualização em Topografia e GPS (segundo a norma NBR 13.133). 1999. (Curso de curta duração ministrado/Extensão). SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL. In: Wikipédia. A enciclopédia livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Posicionamento_Global Acesso em 03 de março de 2010. 32 TRAVESSIA DA SERRA FINA – CAMELOS DE MOCHILA – JULHO DE 2009. In. Mochileiros. Disponível em: www.mochileiros.com. Acesso em 30 de junho de 2010.