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tempo
caro leitor,
Nem sempre se pode afirmar que o autor esteve de
fato ligado ao tema sobre o qual escreve. Mas, num jornal
como o nosso, a história é diferente. Tratamos a
reportagem de uma forma jovem, para que todos possam
entender os textos. Há muitos que acreditam que não
somos capazes, mas participamos desde a escolha dos
temas até a edição final.
Nesta edição do Tá na Rede! resolvemos mostrar,
através de uma história em quadrinhos, a discussão que
surgiu a partir do anúncio de que o vale-transporte estava
com os dias contados. Nessa mesma historinha, aproveitamos para revelar os bastidores de um trabalho de reportagem. Além disso, fomos às ruas para saber o que a população acha da polícia. E quem quiser entender um pouco
mais sobre seus sentimentos, não pode perder uma matéria sobre medos e fobias e outra sobre prazeres...
Esperamos que você curta bastante.
Boa leitura!
Veículos da Rede Jovem de Cidadania: Jornal Tá na Rede!,
programas televisivos e radiofônicos, site e agência de notícias
| Participantes: 66 jovens que atuam em todo o processo –
da concepção à edição | Equipe técnica: 20 profissionais
(comunicadores e educadores) e 8 estagiários | Conheça todos
os integrantes no site www.redejovembh.org.br | Equipe do
Jornal: Aila Michelle Marcelino, Aline Amélia de Oliveira
Rezende, Carlos Alberto R. de Assenção, Charlene Duarte de
Souza, Cristiano Cardoso Soares, Douglas Alexander S.
Ferreira, Egídio Canuto da Silva, Fabiana Santos S. de Souza,
Gabriela Maria dos Reis, Gustavo Alves Costa, Hélcio José
Carneiro, Iolanda Soares da Silva, Jefferson Sabino Silva,
Johnny Alessandro de Oliveira, Liliane da Silva Oliveira,
Neivison Barbosa de Souza, Rafael da Silva Paixão, Regina
Silva Medina, Rosana Silva Santos, Viviane Cristina de Oliveira,
Welber de Paula Miranda | Técnicos da oficina de Jornal:
Leandro Matosinhos e Ricardo Fabrino | Colaboradores
(ilustrações): Alexandre Aguilar e Haroldo Pires | Jornalista
Responsável: Ricardo Fabrino (MG 09005 JP) | Projeto
gráfico e diagramação: Leandro Matosinhos e equipe do
jornal | Fotolito e Impressão: Sempre Serviços Gráficos |
Tiragem: 30 mil exemplares | Distribuição gratuita nas escolas
públicas de Belo Horizonte.
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Fale com a gente
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Neivison de Souza
Expediente
Nós sabemos que o tempo é muito precioso, mas, hoje,
gasta-se muito tempo fazendo nada. É por isso que
sempre ouvimos os jovens reclamando da falta de tempo,
embora saibamos que esse não é um problema só dos
jovens, mas de todo mundo.
Perde-se tempo, por exemplo, quando se prostra em
frente a uma televisão para ver programas que não têm
nada de enriquecedor. Os olhos ficam grudados na
telinha, concentrados na briga do casal de namorados. Já
quando começa um telejornal ou um debate, muitos
jovens deixam a televisão ligada e saem, ou desviam a
atenção para outros assuntos. O jovem também perde
tempo no ônibus. Enquanto espera, fica observando os
carros passarem e, dentro dele, olha para os lados durante o percurso, que chega a demorar mais de uma hora.
Uma solução para a perda de tempo não é simples.
Vamos analisar o caso da TV, por exemplo. Você não
acha que, muitas vezes, ficar diante da televisão ligada é o
mesmo que ficar vendo o tempo passar? É que os meios
de comunicação, que estão muito presentes na vida dos
jovens, quase sempre visam ao lucro e não se preocupam
com o que oferecem à nação. Assim, muita bobagem é
apresentada, mas o jovem não percebe o tempo que perde
com essas bobagens.
Pode-se acrescentar que, se as pessoas tivessem o
hábito de assistir a programas educativos na própria TV,
ler livros ou buscar outros meios de informação durante
o tempo que geralmente é jogado fora, muita coisa poderia
ser mudada. Quem sabe teríamos uma sociedade mais
crítica? E por falar em crítica, isso nos faz lembrar de
outra coisa. Muitas vezes, em reuniões e debates, algumas
pessoas que se julgam mais inteligentes inibem as outras.
Acreditam que o tempo foi feito para elas. Nunca
respeitam a fala do outro e, quando começam a falar, não
param. Sem contar que sempre desviam o assunto. A essas
pessoas, sugiro que guardem a frase: o sábio não é aquele
que tem a falar cem palavras e as transforma em mil; o
verdadeiro sábio é antes aquele que tem mil palavras a
falar e as transforma em cem.
Lembro que o tempo é igual a um armário cheio: cabe
muita coisa dentro dele, desde que se encontre bem
organizado. Ele é também como a chuva: não tem como
segurar. Não precisa se preocupar com o tempo passando.
Ele se vai de qualquer jeito e você só vai perder mais
tempo. Termino o texto por aqui, porque, como já disse,
o tempo é precioso. Chega de tomar o nosso: o meu de
escrever e o seu de ler!
Hélcio José Carneiro
Jefferson Sabino
3
o
A Constituição Brasileira
afirma que “todos são iguais
perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza”. Ela
diz, ainda, que a segurança
pública é dever do Estado,
direito e responsabilidade
de todos, e que, à polícia militar, cabe a tarefa de zelar
por tal segurança.
Se a questão da segurança é um direito e uma
responsabilidade de todos,
é importante discutirmos o
papel da polícia e cobrarmos dela uma atuação efetivamente voltada à proteção
dos direitos do cidadão.
Nos jornais, todos os
dias nos deparamos com
denúncias de corrupção e
violência na polícia, como
casos de envolvimento de
policiais com o tráfico de
drogas e a tortura. Assim, o
medo cresce entre as pessoas. É o que demonstram
nossos entrevistados. Vinícius, de 25 anos, afirma que
os jovens, por exemplo,
“gostam de curtir a noite, de
sair para a gandaia, mas têm
medo de apanhar, ou de serem presos injustamente”.
A adolescente A., de 16
anos, conta que já foi surpreendida por policiais dentro da sua casa, sem que eles
tivessem permissão para entrar. Ela foi até pêga tomando banho. Diz também que
já viu policiais aceitando suborno. Wilson Messias, de
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27 anos, fala que, passando
por uma blitz, não foi parado e, quando seguia, teve
uma arma apontada em sua
direção. “Já pensou se aquela arma dispara?”.
Todas essas queixas são
muito graves. Mas só reclamar não adianta. O cidadão
tem o direito e o dever de
denunciar os casos de abuso
junto aos órgãos competentes (veja no quadro ao lado
como fazer uma denúncia).
Pra não dizer que não
falei de flores...
Será que a polícia não
tem um lado positivo? Norma, de 60 anos, destaca que
“nunca falamos do lado
bom das pessoas, pois achamos que isso é uma obrigação”. O capitão da Polícia
Militar Windson Jéferson
lembra que “mais de 50%
dos serviços prestados pela
polícia não estão em prender alguém, coisa que a
maioria das pessoas não
sabe”. Ele diz que inúmeros
serviços, que vão de partos
à separação de brigas famili-
ares, não são reconhecidos
pela sociedade. Ele aponta,
ainda, que a segurança não
está apenas nas mãos da polícia: “depende da escola, da
família, da comunidade...”
Para o guardador de carros Paulo Santana, a polícia
é essencial: “ela é a maior
autoridade; se com ela está
ruim, sem ela seria pior”. O
capitão Windson concorda:
“sem a polícia, seria a lei do
mais forte”.
Ele diz que a instituição
é totalmente contra e não
ensina a violência. Os policiais passam por um processo de formação que inclui
aulas sobre direitos humanos. Além disso, há uma
atualização constante na
corporação. Muitos quartéis
têm até psicólogos.
Mas alguns indivíduos
não têm maturidade para
usar o poder. “Em todo
cesto de maçãs, existe uma
podre”, esclarece Windson.
Ele insiste na importância
de as pessoas denunciarem
os casos de corrupção e
outros delitos. Sendo a
denúncia verdadeira, o
policial poderá perder seu
emprego, pagar indeniza-
ções ou ser condenado. A
comunidade deve participar, fiscalizando a polícia e
auxiliando no combate à
violência.
Windson ressalva que
muito do que a população
vê como violência policial
é apenas uma ação preparada para lidar com qualquer
um, “pois ninguém tem escrito na testa se é bandido
ou mocinho”. Mandar virar
de costas, por exemplo, é
apenas um princípio de
proteção para os PMs.
Terminamos a matéria
com a certeza de que esse
assunto é muito complexo.
Os dois lados foram ouvidos, mas o melhor seria que
não houvesse dois lados,
mas uma união para garantir
a segurança. Duro é saber
que, se a população não tem
estampada na testa “Bandido” ou “Mocinho”, os policiais também não têm uma
estampa na farda “Repressão” ou “Proteção”.
Jefferson Sabino
e Rosana Silva
4
uma reportagem sobre o
Vamos fazer uma
reportagem sobre o
cartão BH BUS?
E então, Ricardo?
É uma boa!
Vamos falar
com o Ricardo.
No dia seguinte...
Vamos ver o que as
pessoas estão achando do
fim do vale-transporte.
A idéia é legal, mas
essa pauta vai dar trabalho.
Que tal começarmos por
aquele trocador ali?
O que você acha dessa
troca de vale-transporte
para cartão?
Bom, muitos usuários
não sabem usar o
cartão e demoram
muito pra passar pela
roleta. Sem falar que
a gente fica com medo
de perder o emprego...
O lado bom da mudança é que eu não preciso ficar colando os
vales naquela folha.
Quem mais você
acha que vai ser
afetado ?
Que tal entrevistarmos um camelô?
Muitos deles trabalham com o comércio
de vales e podem ser prejudicados
É Gustavo,
existe muita gente sem
informação. Mas os
problemas tb são reais.
Tudo bem q o comércio é
clandestino, mas
emprego anda tão
difícil...
Pra mim vai ficar
muito difícil, pq eu
vivo disso.
Mas não tem
um lado bom?
Vamos pesquisar na Internet
pra saber o pq
da mudança.
Tb Podemos
mandar
um
email
pra
BHTRANS...
Pra mim, não.
E se uma pessoa vem de fora e
precisa comprar uma passagem,
como ela vai comprar o cartão pra
usar só uma vez?
Mas os ônibus vão
continuar aceitando dinheiro.
Aqui tem tudo de que precisamos!
Eles falam que
os trocadores
não vão perder
o emprego.
Continuam recebendo dinheiro e auxiliando as pessoas com informações.
Olha só... aqui diz
que existem três
tipos de cartão.
o fim do vale-transporte
ROTEIRO - CRISTIANO soares e gustavo costa | DESENHOS - alexandre aguilar e HAROLDO pires
Mas será q facilita mesmo?
Vamos entrevistar mais pessoas.
Só assim saberemos...
É mesmo! O Cartão Valetransporte é pra quem recebia
vale no trabalho; o de Usuário é
pra qualquer pessoa q queira
comprar; e o de Benefício, pra
todos q não pagam passagem,
como carteiros, maiores de 65
anos e oficiais de justiça.
Dizem q BH tem um dos
sistemas de bilhetagem eletrônica mais modernos do país. E
as informações recebidas por
aquela caixinha nos ônibus são
transmitidas pra central de
controle da BHTRANS.
Essa mudança está sendo feita
pra q diminuam os roubos dentro dos ônibus e pra facilitar a
vida dos usuários.
O cartão tem a vantagem de ser
ágil, pq a gente não precisa ficar
contando os vales q ainda sobram
na carteira.
Mas existem desvantagens. Quando a passagem aumenta, por
exemplo. Antes, a gente podia
continuar a usar o vale com o valor
antigo...
É Gustavo, esse é um
tema bastante complicado. As empresas
dizem q os créditos
comprados antes de um
aumento não perdem
seu valor de compra.
Mas aquela usuária
jurou q isso aconteceu
com ela uma vez.
Agora, um aumento significa prejuízo.
Já aconteceu comigo!
Outra coisa é que existem problemas
técnicos. Uma vez meu cartão não foi reconhecido pela máquina.
E tem gente q conta q a roleta já descontou um valor superior ao da passagem...
Tb acho q antes eu podia administrar melhor meu dinheiro. Não usava os vales só
pra ônibus. Era possível até comprar
comida com vale!
Eles querem é acabar com esse comércio
paralelo, pra não perder dinheiro. E ainda
deixam a gente com dinheiro amarrado,
pq, às vezes, sobram alguns centavos
dentro do cartão e eu não posso fazer
nada com eles. Não posso nem completar
o cartão, pois ele é administrado pela
empresa em q trabalho...
Ei, Haroldo! Você e o Alexandre topam fazer os
desenhos pra nossa HQ?
O q vc acha desse novo
sistema de bilhetagem
dos ônibus?
Claro!
Mas como dá trabalho fazer
esses desenhos, hein?
É complicado... Mas
já temos muitas informações. Melhor a
gente colocar isso
no papel.
Tive uma boa idéia!
E se a gente fizesse
uma história em
quadrinhos?
Diagramar essa história nas páginas
do jornal é q dá trabalho mesmo...
fim
5
Você sabe
o que é
Muitas pessoas não conseguem descrevê-lo e muitas
acreditam que o prazer só está associado ao sexo. Não é
bem assim. Fizemos uma entrevista com as psicólogas Júlia
Baeta e Cristina Pinto, na qual elas afirmaram que, segundo
Freud, “todo prazer é sexual, embora sexo não seja só genital”. Desta frase concluímos que o prazer é uma forma de
saciarmos nossos desejos, independente de quais sejam eles,
como praticar esportes e divertir-se com os amigos.
Há várias formas para explicar o prazer. As psicanalistas
Júlia e Cristina falam que, antes de nascermos, todas as necessidades fisiológicas são saciadas pela mãe. O bebê vive
em um ambiente confortável e prazeroso. Depois, a vida
mansa acaba. Dor, frio, fome e claridade são sensações de
desconforto que o bebê passa a ter ao nascer. E ele vai ter
que achar soluções para reconquistar todo o prazer que
tinha na barriga da mãe.
Mas de onde vem o prazer?
Várias pesquisas científicas mostram que o prazer está
ligado a duas substâncias químicas que existem em nosso
organismo: a serotonina e a dopamina. Quando estamos
fazendo algo que nos dá prazer, os níveis dessas substâncias
se elevam no nosso organismo e ficamos com aquela sensação que não dá para explicar muito bem, mas que é muito
boa. A serotonina está relacionada à saciedade e às variações
do humor. Já a dopamina é responsável pela euforia.
Mas o prazer não se resume a algumas reações químicas
no cérebro. Ele é uma sensação individual, diferente para
cada pessoa. Podemos chamá-lo de bem-estar, satisfação
ou alegria, mas nunca poderemos descrevê-lo completa-
mente. Tudo o que sabemos é que o buscamos a todo o
momento, em nosso contato com a natureza, com as outras
pessoas e com os objetos que consumimos no dia-a-dia.
Há alguns casos em que o prazer se torna uma
compulsão: o indivíduo pára de fazer suas atividades diárias
para buscar prazer em uma só coisa. Por exemplo, se uma
pessoa que come compulsivamente tem problemas, ela deve
tentar resolvê-los e não ficar se enchendo de comida. Ela
pode acreditar (mesmo de forma inconsciente) que comendo irá perder a ansiedade e o estresse, mas isso não vai
solucionar o que a perturba. Há outros casos em que a pessoa utiliza o que lhe dá prazer como uma recusa à realidade.
Um desses casos é o dos dependentes químicos. A ingestão
de drogas acarreta a produção acentuada de substâncias
como a dopamina e a serotonina, fazendo o usuário sentir
somente um tipo intenso de prazer por um tempo limitado.
Mas o que o usuário muitas vezes não sabe é que, a partir
da ingestão contínua, o próprio organismo perde a capacidade de produzir essa substância sem o estímulo da droga.
De acordo com o psicanalista Musso Greco, nesse caso “o
desejo torna-se um monstro intratável, deixando de ser a
força inestimável que dá ritmo à felicidade. Nesse buraco
negro, o prazer já não se distingue do pior castigo”.
E aí, leitor, o que você prefere? Contentar-se com o
prazer possível, aceitando o fato de que já perdeu (como
todo mundo) a mordomia da barriga da mamãe, ou mergulhar na ilusão de um prazer traidor, que promete uma
satisfação sem limites, mas que acaba matando o desejo.
o
prazer?
Fabiana de Souza, Hélcio Carneiro, Johnny de Oliveira e Neivison Barbosa
Fabiana de Souza
6
MEDO
Com certeza você já passou por uma situação em sua vida na
qual sentiu uma vontade incontrolável de voltar correndo para os
braços de sua mãe, mas não foi possível. Uma situação na qual
não sabia se parava, corria, gritava, chorava ou se escondia.
Você sente uma coisa ruim, mas como saber se é medo ou
fobia? Você deve estar se perguntando agora como diferenciar uma coisa da outra.
Guilherme Otávio, 15 anos, afirma: “Eu sei definir
o que é medo e o que é fobia. Medo é saudável e
normal, enquanto a fobia é doença”. Já para Cristina Santos, 36 anos, “medo é uma coisa que
passa e a fobia é constante, seguindo a pessoa”.
Para Mariana Paulino, 28 anos, “o medo vem
de coisas reais e a fobia não é algo que
vem de algum lugar; ela já esta dentro da
pessoa”. A psicóloga Margarete Miranda, autora do livro Adolescência na
escola: soltar a linha e segurar a ponta,
diz que medo é uma coisa real e
presente em nossas vidas. O medo
protege, pois nos alerta dos
perigos que estão ao nosso redor.
Se, por exemplo, você presencia
um tiroteio, o medo te ajuda a se
afastar, o que é muito prudente!
E se você vê uma cobra que pode
te ferir, o medo te protege do perigo e faz com que você passe longe
dela. Como se percebe, nesses casos
o medo é bom.
Por outro lado, o medo
pode ser ruim quando se
torna constante em sua
vida. Isso ocorre quando
a imaginação constrói
formas e figuras que
alimentam seus medos,
fazendo com que eles
fiquem maiores, transformando-se em uma
tempestade em copo
d’água. Seria o caso de
ou
uma pessoa que
não sai mais na rua
por ter medo de ser
assaltada. E assim o
medo começa a impedir suas atividades
normais.
A fobia também é um
medo imaginário, só que
deslocado. Segundo Margarete Miranda, “você tem medo
de uma coisa, mas você desloca
para outro objeto e cria um medo
maior”. Muitas pessoas têm alguns
medos que consideram vergonhosos
ou inaceitáveis, ainda que inconscientemente. Nesse caso, podem deslocar o
medo para algo mais comum e que pode ser
assumido perante os outros. É nessa mudança
de um objeto para o outro que nasce a fobia. Essa
relação entre os dois objetos é imaginária, criando
um medo maior, que pode prejudicar o dia-a-dia.
Mas como uma pessoa pode vencer seus medos e
controlar suas fobias? Aí entra a ajuda de um psicólogo, pois
estes casos variam de pessoa para pessoa e somente a avaliação
profissional poderá livrá-la de muitos problemas. Quem gostaria de
ser zoado por ter aurofobia (medo de ouro) ou catisofobia (medo de
se sentar)? Já pensou você, que se considera um garanhão, ter caligenofobia
(medo das mulheres bonitas)? E o problema pode ser maior do que a
chacota: tem gente por aí que tem ciberfobia (medo de computadores). Como
pode ficar o futuro dessas pessoas num mundo tão marcado pela informática?
Aline Amélia, Charlene de Souza e Iolanda Soares
FOBIA?
7
O grupo nasceu em 2000 a partir do projeto Guernica
(da Prefeitura Municipal de BH). No projeto, os
envolvidos já trabalhavam com grafite, artes plásticas,
preservação do patrimônio, direito e cidadania. Surgiu,
então, uma proposta para que alguns integrantes do
projeto fizessem um trabalho de grafite. Logo depois,
tiveram a idéia de formar um grupo com o objetivo de
levar informação às pessoas através do Hip Hop e da
obra de grandes artistas plásticos. Isso é feito por meio
de oficinas realizadas na Escola Profissionalizante Raimunda da Silva Soares. Nada é gratuito: o preço é sempre
o esforço e a dedicação dos alunos.
Endereço: Rua Carmo do Rio Claro, 411. Bairro São
Cristovão. Contato: Bob: (31) 3444-2922 ou (31) 9644-6246.
street dance
Rupestre Crew (Grupo de Grafite)
Edy-Moon
O grupo nasceu em 1998, quando um dos fundadores
(Dedé) recebeu, como pagamento por um serviço
prestado, cinco instrumentos de percussão. Resolveu,
assim, fazer uma batucada com alguns amigos aos
domingos à tarde em um barraco da Pedreira Prado
Lopes. Logo foram convidados a fazer uma apresentação
no bairro. Foi um sucesso! Muitos jovens se interessaram,
e os organizadores resolveram montar uma banda e
ensinar esse novo som que soava no beco. Com o aumento do número de crianças e adolescentes, pediram ajuda
aos pais e compraram novos instrumentos. Hoje, atendem
cerca de 50 jovens. Os ensaios são gratuitos e acontecem
todos os sábados, de 13 h às 17 h, no Colégio Municipal
BH. O grupo também dá oficinas de dança, percussão,
montagem de instrumentos e capoeira, além de fazer apresentações em escolas e em outros espaços culturais. Os
planos futuros prevêem a gravação de um CD e a edição
de um jornal mensal sobre a comunidade.
Endereço: Colégio Municipal BH: Av. José Bonifácio,
189. Bairro São Cristóvão. Contato: Viviane Cipriano:
(31) 3421-2863 e (31) 9156-9652.
danca
afro
juventude
Meninos do Morro
Grupos
Culturais
Se você está sem opções de lazer, conheça aqui alguns
grupos culturais de BH. Seja um turista em sua cidade!
grafite
8
Grupo Aruanda (Capoeira)
O grupo surgiu em 1992, através de algumas reuniões
feitas na Associação Esperança. O objetivo é passar os
ensinamentos de capoeira regional e angola para jovens
dos bairros São Geraldo e Caetano Furquim. O Aruanda
vem ampliando o trabalho sociocultural na comunidade
e oferecendo alternativas de lazer para os jovens. Eleva,
ainda, a auto-estima dos envolvidos, promovendo
palestras sobre a cultura afro-brasileira. Envolve, hoje,
cerca de 60 jovens. Os ensaios são gratuitos e acontecem
na Escola Municipal Padre Francisco de Carvalho
Moreira, três vezes por semana: segundas, quartas e sextas,
de 17h30 às 19h.
Endereço: Escola Municipal Padre Francisco de
Carvalho Moreira: Av. Itaituba, 12. Bairro São Geraldo.
Contato: Márcio Gomes (31) 3487-6313.
~
percussao
bh
capoeira
Grupo Street Dance
O grupo nasceu em abril de 2000 na Escola Estadual
Silviano Brandão, com o objetivo de tirar os alunos do
meio do tráfico e de reduzir a violência no colégio. A idéia
é fazer com que os alunos fiquem dentro da escola e não
nas ruas, vendendo drogas. O Street Dance vem crescendo
com a ajuda da comunidade e da Secretaria Municipal de
Educação. Ele também faz festas para arecadar dinheiro.
Os ensaios acontecem todas as quartas-feiras, de 19h às
21h, no próprio colégio.
Endereço: E.E. Silviano Brandão: Rua Itapecirica, 685.
Lagoinha. Contato: David Messias Marriel: (31) 3442-5801
Gabriela Reis e Viviane de Oliveira
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Tá na Rede 04