A história de uma entidade sempre à frente do seu tempo
No campo político, o Brasil ganha nova
Constituição que celebra os valores
democráticos. O texto assegura:
”É livre a associação profissional ou
sindical (...)”. No campo econômico, o
momento é de crise, que para a engenharia
se reflete em atrasos nos pagamentos de
contratos com o governo, praticamente
o único cliente das empresas. Nasce o
Sindicato Nacional das Empresas de
Engenharia Consultiva (Sinenco), cujo
marco de fundação é uma assembleia
realizada em abril. Assume a presidência o
engenheiro Cristiano Kok, da Engevix.
O Sinaenco
torna-se
o primeiro
sindicato
do Brasil a
obter seu
reconhecimento
no Poder
Judiciário,
com uma ação
declaratória de
legitimidade.
No dia seguinte à posse do presidente
Fernando Collor de Mello, todas as aplicações
financeiras são confiscadas. As medidas causam
redução momentânea da inflação, queda da
dívida pública, desemprego e insatisfação
popular. É instituído pelo governo o Programa
Nacional de Desestatização (PND), por meio do
qual são vendidas 33 empresas públicas até 1994.
Criação da primeira regional
do Sindicato, em São Paulo.
Os esforços para a
estruturação da entidade
nacionalmente resultam
na criação, em um
mesmo ano, de cinco
regionais do Sinaenco.
O presidente Fernando Henrique Cardoso,
que havia assumido o país em 1995, é reeleito para
mais quatro anos de governo. Ao longo dos
mandatos, dá continuidade ao PND. Um dos marcos
é a venda da Companhia Vale do Rio Doce e de
várias estatais de serviços. Para o setor de A&EC,
as mudanças significam entrada do cliente privado
num mercado até então restrito a contratos
públicos. O Sindicato contabiliza 5,5 mil empresas.
Início da gestão do engenheiro Cyro Laurenza.
Em 21 de junho, é criada a Lei de
Licitações 8.666. O Sindicato participa
ativamente das discussões para a
formatação da legislação e consegue
destacar no texto os chamados serviços
técnicos especializados, priorizando a
contratação desses por critérios técnicos.
Em 1º de Julho entra em vigor o
Plano Real. A nova moeda consegue
controlar a inflação sem congelar
preços e confiscar depósitos bancários.
No mundo da tecnologia, a novidade
são os primeiros provedores que
possibilitam o acesso de pessoas e
empresas à internet, antes restrita
ao meio acadêmico.
O Sinaenco comemora
a aquisição da sua sede
no coração de São Paulo.
Início da gestão do
engenheiro Roberto de
Araujo Pereira, da Vetec.
A arquitetura integra o universo de
representação da entidade, que adota
nova denominação: Sinaenco.
O Sindicato abre-se para a sociedade,
passando a atuar em questões que vão
além dos interesses das empresas
associadas. É lançada a Campanha pela
Valorização do Projeto, com o objetivo
de disseminar a importância da
justa contratação dos serviços de A&EC.
Outra ação, a Campanha Prazo de
Validade Vencido, revela o péssimo
estado de conservação da infraestrutura
em diversas regiões
do país. E como
resultados imediatos,
os governos municipais
destinam verbas para
a manutenção de
pontes e viadutos.
A engenheira Norma Gebran
Pereira assume o Sinaenco, que
representa 12 mil empresas.
O cenário político nacional
é marcado pela vitória
de Luiz Inácio Lula da Silva na
eleição presidencial.
A Petrobras anuncia a descoberta
do pré-sal. Em julho, é identificada
no campo de Tupi, na Bacia de
Santos, a primeira jazida de óleo
leve. Tem início a gestão do
engenheiro José Roberto
Bernasconi, da Maubertec, à frente
do Sinaenco.
Antecipando o anúncio do
Brasil como sede da Copa do
Mundo de 2014, o Sinaenco
visita 27 estádios em 18
cidades, com o objetivo de
verificar as condições desses
equipamentos. O relatório
técnico mostra a necessidade
de uma completa renovação
dos estádios. O Governo
Federal lança o PAC.
O Brasil elege a primeira presidente mulher da
sua história, Dilma Rousseff. O engenheiro João Alberto
Viol, da JHE, passa a presidir o Sinaenco, que intensifica
a campanha contra o uso do pregão para contratação
de serviços técnicos especializados. Como resultado,
diversos processos são suspensos ou cancelados.
Em junho é apresentado o relatório
Vitrine ou Vidraça - Desafios do
Brasil para a Copa de 2014, síntese
das visitas realizadas pelo
Sindicato nas cidades candidatas
a sediar jogos do Mundial. Ainda
em junho, entra no ar o Portal 2014,
com o objetivo de ser a principal
referência sobre a infraestrutura
para a Copa. Em outubro, o Rio
de Janeiro confirma favoritismo e
ganha a disputa para sediar
a Olimpíada 2016.
O Conselho da Arquitetura
começa a operar. Em junho, a
Conferência Rio + 20 reúne
lideranças mundiais em torno
do tema sustentabilidade. Em
dezembro, morre o arquiteto
Oscar Niemeyer, aos 104 anos.
No mesmo mês, são entregues
as obras do Castelão, em
Fortaleza, e o Mineirão, em
Belo Horizonte.
É criada a 13º regional
do Sinaenco, na Paraíba.
Representante de 23 mil
empresas em todo o país, o
Sinaenco celebra 25 anos.
O Brasil encara seu primeiro
teste como sede de megaeventos
esportivos, com a Copa das
Confederações.
Em dezembro é publicado em São Paulo, sob a gestão
do governador Alberto Goldman, o decreto nº 56.565,
que proibiu o uso do pregão para a contratação de serviços
técnicos especializados no Estado. A conquista do Sinaenco
representa importante momento de valorização e
reconhecimento por parte do gestor público
do papel da Arquitetura e da Engenharia.
Fontes: arquivos Sinaenco,
Portal Brasil, BNDES
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