POLÍTICA PÚBLICA E AGRICULTURA FAMILIAR: UMA LEITURA DO PRONAF Marize Rauber Engelbrecht1 O presente artigo é resultado parcial dos estudos teóricos que vem sendo realizado para a construção da tese sobre agricultura familiar na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Propõem-se neste artigo abordar a intervenção do Estado na agricultura enquanto promotor das políticas agrícolas uma vez que tem papel relevante na determinação das condições de operação de todo o setor agrícola em especial na política de crédito que foi se destinando aos agricultores familiares a partir de 1996, com a criação do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar.Como desde 1960, o Brasil vem adotando a modernização tecnológica foram sendo criadas ações para que a agricultura respondesse com rapidez e eficiência às pressões da demanda, requerendo com isso a presença constante do Estado, que passou a ser o agente promotor da transformação da base da agricultura, passando a ser o regulador do mercado agrícola, garantindo preços e estimulando a produção doméstica de modo que o abastecimento alimentar, especialmente urbano, não seja comprometido pela escassez de produtos e por preços internos muito elevados. Assim, as políticas de governo vão articulando novos patamares de produção e comercialização do setor agrícola que modifica a forma de atuação dos diferentes atores que se apresentam neste cenário e que o próprio Estado através de seus instrumentos específicos tem um impacto sobre as decisões dos agentes envolvidos na produção agrícola. No conjunto das políticas públicas direcionadas ao rural e sob a intervenção do Estado, foi criado o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF amparadas na transferência de recursos a um amplo segmento da agricultura nacional marginalizado nas últimas décadas, os agricultores familiares. A expansão do PRONAF vai ocorrer paralelamente no bojo das discussões sobre o crescimento e ocupações de atividades agrícolas e não agrícolas nas áreas rurais ensejada no “novo rural” emergindo um novo desenho institucional para dar suporte às políticas governamentais de apoio ao fortalecimento da agricultura familiar. Porém, a evolução do desenho do PRONAF ocorreu mediante a pressão dos movimentos sociais no sentido de adequar os mecanismos do programa a situações concretas mais diferenciadas do que estava implícito no se modelo original, sendo esta política produto de muitas lutas e enfrentamentos políticos. Palavras chave: POLÍTICAS PÚBLICAS; AGRICULTURA FAMILIAR; PRONAF. EIXO TEMÁTICO: Estado, lutas sociais e políticas públicas. (1) COMUNICAÇÃO ORAL 1 Docente do Curso de Serviço Social –UNIOESTE, Campus de Toledo; Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUC/SP, sob orientação da Professora Dra. Maria Lúcia Carvalho da Silva. Endereço: Rua da Faculdade Jardim La Salle, 645, CEP 85.903-000 Toledo/PR. Fone: (45)33797000 e (45) 9931-7488. E-mail: [email protected].