I UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA MESTRADO EM BIOECOLOGIA AQUÁTICA DIVERSIDADE ICTIOFAUNÍSTICA E ECOLOGIA REPRODUTIVA DE UMA ESPÉCIE NATIVA DE PEIXE DA BACIA PIRANHAS-ASSU, RN WALLACE SILVA DO NASCIMENTO NATAL 2010 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. II WALLACE SILVA DO NASCIMENTO DIVERSIDADE ICTIOFAUNÍSTICA E ECOLOGIA REPRODUTIVA DE UMA ESPÉCIE NATIVA DE PEIXE DA BACIA PIRANHAS-ASSU, RN ORIENTADORA: Profa. Dra. SATHYABAMA CHELLAPPA DOL / CB / UFRN CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. N. T. CHELLAPPA DOL / CB / UFRN Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como um dos requisitos à obtenção do título de Mestre em Bioecologia Aquática. NATAL 2010 Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de Biociências Nascimento, Wallace Silva do. Diversidade Ictiofaunística e Ecologia reprodutiva de uma espécie nativa de peixe da Bacia Piranhas-Assu, RN. / Wallace Silva do Nascimento. – Natal, RN, 2010. 130 f. : Il. Orientadora: Profª Drª. Sathyabama Chellappa. Co-Orientador: Prof. Dr. Naithirithi T. Chellappa. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Ecologia. Mestrado em Bioecologia Aquática. 1. Peixes endêmicos – Dissertação 2. Bacia hidrográfica PiranhasAssu – Dissertação. 3. Diversidade – Dissertação. 4. Aspectos reprodutivos – Dissertação I. Chellappa, Sathyabama II. Chellappa, Naithirithi T. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/BSE-CB CDU 597.556.3 III UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA MESTRADO EM BIOECOLOGIA AQUÁTICA DIVERSIDADE ICTIOFAUNÍSTICA E ECOLOGIA REPRODUTIVA DE UMA ESPÉCIE NATIVA DE PEIXE DA BACIA PIRANHAS-ASSU, RN WALLACE SILVA DO NASCIMENTO Esta versão da dissertação, apresentada pelo aluno WALLACE SILVA DO NASCIMENTO ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Departamento de Oceanografia e Limnologia, do Centro de Biociências, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, foi julgada adequada e aprovada, pelos Membros da Banca Examinadora para a conclusão do Curso e obtenção do título de Mestrado em Bioecologia Aquática. MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA: __________________________________________ Profª Drª Sathyabama Chellappa DOL / CB / UFRN _________________________________________ Prof. Dr. Naithirithi T. Chellappa DOL / CB / UFRN ___________________________________________ Prof. Dr. Bhaskara Canan SENAI / RN ___________________________________________ Prof. Dr. Ricardo de Souza Rosa UFPB, PB Natal/RN, 18 de junho de 2010. IV AGRADECIMENTOS À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela oportunidade proporcionada. Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia, por haver possibilitado a realização deste trabalho. À Professora Doutora Sathyabama Chellappa (UFRN), pela orientação, estímulo, amizade, confiança, e de seu exemplo de dedicação a pesquisa, sempre primando pela qualidade dos trabalhos. Ao Prof. Dr. Naithirithi T. Chellappa (UFRN), pela co-orientação, incentivo, amizade, inestimável colaboração no provimento de equipamentos e materiais para a realização do presente estudo e pelo exemplo de superação em momentos de adversidades. Ao Professor Dr. Ricardo Rosa (UFPB), pela identificação taxonômica das espécies de peixe de água doce. Aos Professores do Curso de Mestrado em Ecologia, pelos ensinamentos valiosos e atenção dispensada no decorrer do Curso. Ao CNPQ pelo apoio financeiro concedido para realização deste trabalho de mestrado. Aos técnicos da EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte) pela obtenção dos dados pluviométricos referentes à área de estudo. Ao Departamento de Obras contra as secas – DNOCS e a colônia de pescadores de Acari/RN, pelo apoio nas coletas de peixe. Ao Departamento de Limnologia e Oceanografia/UFRN, pela oportunidade e colaboração. V Ao meu pai, Denílson D. Nascimento, pelos ensinamentos, estimulo e apoio incondicional nas coletas de peixe, proporcionando-me a determinação para o alcance de meus objetivos. A minha mãe Rita de Cássia, pelo amor, carinho, estimulo e determinação que me conduziram até este momento de sucesso. A meus irmãos John e Anderson pelas fotos e pelo apoio. A Alessandra P. Xavier, pela força, paciência, conforto nos momento difíceis, compreensão e incentivo, sempre presentes. A meus amigos: Andrea S. Araujo, Liliane L. Gurgel, Elizete T. Cavalcante, Fabiana R. Câmara, Mônica Rocha, Sérgio Ricardo, Eudriano Costa, Herquiles Lima, Mirlla Souza, Lucia Cavalcante, Sabrina Carla, Nirlei Barros, Ana Carolina, pelo apoio, sugestões, a participação na execução do trabalho (coletas, biometrias e contagem de ovócitos) e nossas constantes comemorações, que alegraram a todos durante esse maravilhoso convívio. Ao pescador João Silva e sua família pela receptividade, amizade e pelo grande apoio na obtenção dos exemplares dos peixes necessários para a realização deste trabalho. A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. Sobretudo a Deus por todo êxito alcançado. A todos vocês, muito obrigado. VI Dedico este trabalho a minha família e amigos. “Faça das pedras do seu caminho a estrada para seu sucesso” VII SUMÁRIO RESUMO IX ABSTRACT RELAÇÃO DE FIGURAS RELAÇÃO DE TABELAS X XI XII 1. INTRODUÇÃO GERAL 1 1.1. Aspectos gerais sobre a ictiofauna dos açudes do bioma Caatinga 1 1.2. Aspectos reprodutivos dos peixes dulcícolas do Rio Grande do Norte 3 2. OBJETIVOS 6 2.1. Objetivo geral 6 2.2. Objetivos específicos 6 3. MATERIAIS E MÉTODOS GERAIS 7 3.1. Área de estudo 7 3.2. Parâmetros meteorológicos e limnológicos 10 3.3. Coleta dos peixes 10 3.4. Espécie em estudo 11 3.5. Aspectos morfométricos 13 3.6. Proporção sexual dos peixes 13 3.7. Estrutura populacional dos peixes 13 3.8. Características macroscópicas das gônadas 14 3.9. Índice gonadossomático (IGS) 14 3.10. Fator de condição (K) 14 3.11. Fecundidade 15 3.12. Tipo e época de desova 16 3.13. Comprimento da primeira maturação gonadal (ℓ50) 16 3.14. Índice de Constância 16 3.15. Análise estatística dos dados 16 3.16. Normalização do texto 17 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 18 ARTIGO I: Comunidades de peixes endêmicos e varáveis ambientais da bacia Piranhas-Assu do Bioma Caatinga, Brasil (Endemic fish communities and environmental variables of the Piranhas-Assu hydrographic basin located in the Brazilian Caatinga Ecoregion) 18 VIII ARTIGO II: Ecologia reprodutiva do piau, Leporinus piau (Fowler, 1941) (Osteichthyes, Anostomidae) em um reservatório da Caatinga. 47 5. CONCLUSÕES 76 6. REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS GERAIS 77 ANEXOS 87 IX RESUMO O bioma Caatinga é rico em várias espécies endêmicas da ictiofauna. O presente trabalho teve como objetivo verificar a diversidade da ictiofauna da bacia do Rio Piranhas-Assu, RN inserida no bioma Caatinga, alem de verificar os aspectos reprodutivos de uma espécie de peixe nativa, piau preto, Leporinus piau (Osteichthyes: Anostomidae). Foram realizadas amostragens mensais entre setembro de 2008 a dezembro de 2009. (Characiformes, (Characidae, Foram capturados 602 peixes, distribuídos em quatro ordens Perciformes, Curimatidae, Siluriformes e Auchenipteridae, Synbranchiformes), Anostomidae, 11 famílias Prochilodontidae, Erythrinidae, Cichlidae, Sciaenidae, Heptapteridae, Loricariidae, Synbranchidae), e 22 espécies, sendo 17 endêmicas, quatro introduzidas de outras bacias e uma exótica. A ordem Characiformes foi mais representativa em número de espécies (46,35%) seguidas por Perciformes (35,38%), Siluriformes (17,44%) e Synbranchiformes (0,5%). A tilápia do Nilo, Oreochomis niloticus, a única espécie exótica registrada foi mais expressiva em número de indivíduos (24,92%) seguida pela espécie nativa o piau-preto, Leporinus piau (18,77 %). Quando considerado a freqüência relativa de ocorrência das 22 espécies, 13 foram constantes, cinco acessórias e quatro raras. Medidas de gestão ambiental devem ser tomadas para conservação das espécies endêmicas da bacia do Rio Piranhas-Assu do bioma Caatinga. Para investigar os aspectos reprodutivos de peixe nativo piau preto, L. piau, foi capturado um total de 211 exemplares. Os parâmetros ambientais, como pluviosidade, temperatura, pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido da água foram registradas. A população amostrada mostrou uma leve predominância de machos (55%) e as fêmeas foram maiores em comprimento e mais pesadas. Ambos os sexos de L. piau apresentaram um crescimento alométrico positivo, indicando um maior incremento de peso do que comprimento. A primeira maturação sexual dos machos ocorreu mais em tamanho menor, com 16,5cm de comprimento total, do que as fêmeas (20,5cm). Durante o período reprodutivo, o fator de condição e índice gonadossomático (IGS) de L. piau foram correlacionadas negativamente. A espécie apresenta ovócitos grandes com uma alta fecundidade (54,966 em média), com desenvolvimento ovocitário sincrônico e desova total. Palavras Chave: peixes endêmicos; bacia hidrográfica Piranhas-Assu, diversidade, Piau-preto, Leporinus piau, aspectos reprodutivos. X ABSTRACT The Caatinga biome is rich in endemic fish species fauna. The present study the results of fish faunal surveys conducted in the hydrographic basin of Piranhas-Assu of the Brazilian Caatinga biome. The fish samples collected were distributed in four orders (Characiformes, Perciformes, Siluriformes and Synbranchiformes), 11 families (Characidae, Curimatidae, Auchenipteridae, Anostomidae, Prochilodontidae, Erythrinidae, Cichlidae, Sciaenidae, Heptapteridae, Loricariidae, Synbranchidae) and 22 species, of which 17 are endemic and five have been introduced from other basins. The order Characiformes was the most representative in number of species (46,35% ) followed by Perciformes (35,38%), Siluriformes (17,44%) and Synbranchiformes (0,5%). The Nile tilapia, Oreochomis niloticus, the only exotic species, was most expressive in number of individuals (24.92%) followed by the native species piau preto, Leporinus piau (18,77 %). Considering the relative frequency of occurrence of the 22 species, 13 were constant, five were accessory and four were occasional. This study investigated the reproductive ecology of an endemic fish black piau, Leporinus piau from the Marechal Dutra reservoir, Acari, Rio Grande do Norte. Samplings were done on a monthly basis from January to December 2009, and a total of 211 specimens were captured. The environmental parameters such as rainfall, temperature, pH, electrical conductivity and dissolved oxygen of water were recorded. The sampled population showed a slight predominance of males (55%), however females were larger and heavier. Both sexes of L. piau showed positive allometric growth, indicating a higher increase of weight than length. The first sexual maturation of males occurred at smaller size, with 16.5 cm in total length than females (20.5 cm). During the reproductive period, the condition factor and gonadosomatic index (GSI) of L. piau were negatively correlated. This species has large oocytes with a high mean fecundity of 54.966 with synchronous oocyte development and total spawning. Key words: endemic fish species, Piranhas-Assu hydrographic basin, diversity, Piaupreto, Leporinus piau, reproductive ecology, Brazilian Caatinga ecoregion. XI RELAÇÃO DE FIGURAS Figura 1- Localização da Bacia Piranhas-Assu, Rio Grande do Norte, Brasil. Página 8 Figura 2- Localização do açude M. Dutra e local de coleta dos peixes, (a) Gargalheiras e (b) rio Acauã RN, Brasil. 9 Figura 3- Apetrechos de pesca utilizados para coleta de peixes; a) redes de espera; b) tarrafas; c) anzóis e d) covos. 11 Figura 4- Espécie e distribuição geográfica da espécie em estudo, piau-preto, Leporinus piau (Fowler, 1941). 12 Figura 5- Fluxograma dos procedimentos adotados para dissociação dos ovócitos. 15 XII RELAÇÃO DE TABELAS Página Tabela 1 - Espécies capturadas durante o período de estudo, nome popular, freqüência absoluta (N) e origem (nativa – espécie originaria da região, alóctone 45 – espécies de outras bacias e exóticas – espécies de outros continente) no Açude Marechal Dutra e no Rio Acauã, Acari, Rio Grande do Norte, Brasil. Tabela 2 - Comprimento total (Lt) máximo e mínimo em centimetros, pesos (Wt) máximos e mínimos em gramas e porcentagem (Ci %) da Constância de ocorrência (Ci) das espécies de peixes capturadas no Açude Marechal Dutra e no Rio Acauã, Rio Grande do Norte, Brasil. 46 1. INTRODUÇÃO GERAL 1 1.1. Aspectos gerais sobre a ictiofauna dos açudes do bioma Caatinga O bioma Caatinga é o principal ecossistema existente no Nordeste brasileiro, estendendo-se numa área de 844.453 Km2, onde predomina o clima semi-árido. A Caatinga compreende cerca de 7% do território nacional e 70% do Nordeste brasileiro. Trata-se de um bioma dominado pela vegetação com características xerofíticas encontrado nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Maranhão e Minas Gerais (ARRUDA, 2001; LEAL et al., 2003). O termo Caatinga é originário do Tupi-Guarani e significa mata branca. A caatinga apresenta plantas e animais adaptados às condições de seca, o que a torna com alta taxa de endemismo de flora e fauna (PRADO, 2003). As bacias hidrográficas sob o domínio do semi-árido apresentam características peculiares, como regime intermitente e sazonal de seus rios, reflexo direto das precipitações escassas e irregulares, associadas à alta taxa de evaporação hídrica (AB’ SABER, 1995). Os ecossistemas aquáticos vêm apresentando uma significativa redução na diversidade de peixes nativos, devido principalmente a degradação dos habitats, a sobrepesca dos estoques e a introdução de espécies de outras bacias e / ou espécies exóticas, que juntos provocam a desestruturação das comunidades ou até mesmo a extinção local de algumas espécies (MENESCAL, 2002). Segundo Agostinho e Julio (1996), a Região Neotropical que detém a maior diversidade de peixes do planeta foi a que recebeu a maior quantidade de espécies exóticas (25,3% do total mundial), sendo o Brasil, o país com maior freqüência dessas introduções. A ictiofauna dos açudes do semi-árido brasileiro representa o resultado de processos ecológicos que determinaram a adaptação de espécies às condições climáticas e o regime hidrológico da região. A compilação taxonômica dos peixes que ocorrem no bioma Caatinga revelou a presença de 240 espécies, distribuídas em 7 ordens. A ordem Siluriformes apresentou a maior diversidade, com 101 espécies (as mais representativas foram, Família Loricariidae com 34 espécies; Família Pimelodidae com 27 espécies e Família Callichthyidae com 15 espécies. A ordem Characiformes apresentou o segundo maior diversidade, com 89 espécies (Família Characidae com 50 espécies). Entre os Cyprinodontiformes, a família Rivulidae foi a mais diversificada com 24 espécies. As demais ordens são representadas pelos Gymnotiformes (6), Perciformes (17), Myliobatiformes (1), Clupeiformes (1) e Synbranchiformes (1). Do total de espécies de peixes encontradas, 9 são introduzidas e 2 136 são consideradas endêmicas para Caatinga. As 9 espécies introduzidas são Poecilia latipinna, Poecilia reticulata, Plagioscion squamosissimus, Astronotus ocellatus, Cichla monoculus, Cichla ocellaris, Geophagus surinamensis, Oreochromis niloticus e Tilápia rendalli (ROSA et al., 2005). A fauna de peixes nordestina é muito diversificada, entretanto há poucas informações sobre a mesma, principalmente em relação aos aspectos reprodutivos (ROSA et al., 2005). Este fato é preocupante, uma vez que algumas espécies de peixes podem ser extintas antes mesmo de sua identificação. Sua diversidade é impactada por processos naturais, como as alterações históricas do clima regional com a intensificação da semi-aridez (ALMEIDA, 1995) e por diversos processos antrópicos decorrentes da ocupação humana na região. Dentre estes últimos, destacam-se os programas de erradicação de piranhas com o uso de substâncias ictiotóxicas e explosivos, conduzidos por órgãos governamentais (BRAGA, 1975), a introdução de espécies alóctones como Oreochromis niloticus, Cichla monoculus, com vistas à piscicultura (ALMEIDA et al, 1993; CHELLAPPA et al., 2003; BUENO e CHELLAPPA, 2003; KULLANDER & FERREIRA, 2006), a construção de obras de engenharia hidráulica, como barragens, açudes e canais, a extração de areia e outros minerais, a destruição da vegetação ciliar e de áreas alagadas marginais, e a poluição dos cursos dágua por substâncias agrotóxicas e esgotos urbanos e industriais (ALMEIDA, 1995; MMA, 2002). A demanda de água para a agricultura, consumo humano e animal, numa região onde a escassez deste recurso é prevalente, é também um fator de impacto sobre os ecossistemas aquáticos, muitos deles de caráter intermitente (ROSA et al., 2005). Outro tipo de problema preocupante, e relativamente recente, é a ocorrência de florações de cianobactérias nos reservatórios da Bacia Piranhas-Assu. Essas bactérias podem produzir toxinas, que não são removidas por métodos de tratamento de água convencionais, e que podem inclusive contaminar peixes tornando-os impróprios ao consumo. Uma provável causa para a ocorrência do problema é o lançamento de esgotos não tratados nos corpos hídricos da Bacia. Considerando que a água acumulada nos reservatórios é a principal, senão a única fonte disponível para abastecimento humano e animal. No Rio Grande do Norte foi realizado um estudo de impacto ambiental no açude Marechal Dutra, com organismos fitoplanctônicos que indicou a ocorrência de afloramento de cianofíceas associada à mortalidade de peixes (CHELLAPPA, et al. 2000b). Outros estudos sobre a dinâmica ecológica 3 fitoplanctônica revelaram a ocorrência de eutrofização das águas decorrentes da ação antrópica nos açudes Campo Grande, localizado em São Paulo do Potengi/RN (MARINHO, 2000) e no açude Armando Ribeiro Gonçalves, localizado em Assu/RN (COSTA, et al 2006). 1.2. Aspectos reprodutivos dos peixes dulcícolas do Rio Grande do Norte O sucesso obtido por qualquer espécie depende em última estância da capacidade dos indivíduos se reproduzirem e manterem populações viáveis, mesmo diante de variações ambientais. Todos os aspectos da biologia de um organismo atuam em conjunto visando garantir o seu sucesso reprodutivo. Os principais aspectos que compõem a reprodução dos peixes são: dimorfismo sexual, tamanho da primeira maturação gonadal, migração reprodutiva, fecundidade, tipo e período de desova (BREDER & ROSEN, 1966; WOOTTON, 1984; MATTHEWS, 1998; CHELLAPPA et al., 2003). Dimorfismo sexual é a diferença entre os sexos de uma espécie, que não seja as dos órgãos diretamente envolvidos no processo reprodutivo, tais como, as gônadas e os órgãos copulatórios. Os peixes são organismos informativos em estudos de dimorfismo sexual por causa dos muitos casos de diversificação encontrados entres os sexos (CÂMARA et al., 2002). O conhecimento do tamanho no qual o peixe atinge a capacidade de reproduzir pela primeira vez é importante, uma vez que a captura dos peixes imaturos pode comprometer o estoque pesqueiro (LOWE-MCCONNELL, 1987; 1999; WOOTTON, 1995). Peixes realizam deslocamentos no meio aquático durante as diferentes fases de sua vida e com objetivos variados. Os peixes de piracema (tambaqui, Colossoma macropomum; dourado, Salminus brasiliensis; curimatã, Prochilodus brevis) realizam migrações reprodutivas e apresentam padrões de deslocamentos de alta complexidade (GODINHO & POMPEU, 2003). O padrão mais simples de migração reprodutiva consiste no deslocamento do sítio de alimentação para o local de desova. Nos açudes, os peixes fluviais, deslocam-se no sentido de jusante para montante (em direção às cabeceiras da bacia hidrográfica) ou o deslocamento pode ser feito de montante para jusante (GODINHO & KYNARD, 2006). A ausência de estruturas adequadas nos 4 açudes para facilitar a migração dos peixes da jusante em direção a montante, durante o período de reprodução dificulta o processo reprodutivo dos peixes de piracema, como por exemplo, do curimatã comum, Prochilodus brevis. O tipo de desova nos peixes é determinado pela interação entre a dinâmica do desenvolvimento ovocitário, a freqüência da desova dentro de um período reprodutivo e o número desses períodos durante a vida toda (VAZZOLER, 1996). Esta informação é importante para demonstrar a capacidade adaptativa da espécie ás flutuações ambientais. Na época da reprodução, as fêmeas podem libera seus ovócitos maduros de uma única vez, sendo desova total como no curimatã comum, Prochilodus brevis (NASCIMENTO, 2006), ou podem libera seus ovócitos maduros em várias parcelas ao longo de um período reprodutivo, sendo a desova parcelada como nas tilápias (CHELLAPPA, 2000a). A fecundidade, ou seja, o número de óvulos maduros que serão eliminados durante um período reprodutivo, é considerado um dos aspectos mais relevantes da biologia reprodutiva dos peixes (SANTOS & FERREIRA, 1999). O desenvolvimento das gônadas recebe uma escala de classificação, de acordo com o estádio de maturação. Para peixes semelparos (desova única), como os peixes anuais da família Rivulidae, os ovócitos produzidos são liberados em uma única vez durante o seu período de vida (COSTA, 2006). Na desova múltipla, há a liberação de ovócitos maduros por toda a vida do peixe. Em um caso extremo de desova múltipla (intermitente), essa liberação contínua ocorre sem períodos definidos. Peixes com desova total eliminam a cada determinado período um lote de ovócitos que maturaram. A classificação pelo desenvolvimento ovocitário é realizada, tendo como base, a leitura de lâminas de cortes histológicos das gônadas. Informações sobre os aspectos reprodutivos dos peixes nos permitem conhecer períodos e áreas de desova; compreender as variações nas populações; reconhecer as fases do desenvolvimento gonadal, ciclos de vida e diversos mecanismos reprodutivos que contribuem para a manutenção da espécie no ambiente. Os ciclos reprodutivos dos peixes permitiram a adaptação aos ambientes nos quais tanto os fatores bióticos e abióticos variam espacial e temporalmente. Os ecossistemas da região semi-árida do nordeste brasileiro sofrem com variações de seus recursos hídricos, os baixos índices pluviométricos, bem como a elevada taxa de evaporação e funcionalidade dos ecossistemas aquáticos, onde as espécies presentes 5 desenvolvem estratégias de sobrevivência, que acarretam em competições intra e interespecífica. Estudos sobre a ecologia reprodutiva dos peixes em açudes e lagos do Estado do Rio Grande do Norte foram desenvolvidos: Ecologia reprodutiva do tucunaré, Cichla monoculus no açude Campo Grande, São Paulo do Potengi (CÂMARA, 1998; CÂMARA et al, 2002; CHELLAPPA et al, 2003); (2) Aspectos reprodutivos do cangati, Parauchenipterus galeatus e pirambeba, Serrasalmus maculatus, na lagoa de Extremoz, Rio Grande do Norte (MEDEIROS, 2001; MEDEIROS et al, 2003; MEDEIROS et al, 2004); (3) Aspectos reprodutivos do curimatã comum, Prochilodus cearensis (ARAÚJO, 1998) no açude Itans, Caíco, RN e Prochilodus brevis no açude Marechal Dutra, Acari, RN (NASCIMENTO, 2006); (4) Biologia Reprodutiva do cascudo, Hypostomus pusarum do açude Marechal Dutra, Acari, RN (BUENO, 2004); (5) Estudos sobre a ecologia reprodutiva do mussum, Synbranchus marmoratus do açude Marechal Dutra, Acari, RN (DAMASCENO, 2008). (6) Reprodução do barrigudinho, Poecilia vivipara no Rio Ceará Mirim (NASCIMENTO et al, 2004) Estes trabalhos contribuíram para o conhecimento dos aspectos reprodutivos dessas espécies nos ecossistemas aquáticos do semi-árido. Contudo, não há um consenso acerca do status taxonômico e os aspectos reprodutivos de muitas espécies de peixes dos rios e açudes do bioma Caatinga, refletindo assim a carência de estudos sobre a ecologia e sistemática dos peixes da região. 2. OBJETIVOS 6 2.1. Objetivo geral Esta pesquisa teve como objetivo verificar a diversidade da ictiofauna da bacia do Rio Piranhas-Assu, Rio Grande do Norte do bioma Caatinga, alem dos aspectos reprodutivos de uma espécie de peixe dulcícola endêmica, piau preto, Leporinus piau Fowler, 1941 (Osteichthyes: Anostomidae). 2.2. Objetivos específicos Verificar a diversidade da ictiofauna da bacia do Rio Piranhas-Assu, RN. Artigo 1: Comunidades de peixes endêmicos e varáveis ambientais da bacia PiranhasAssu do Bioma Caatinga, Brasil (Endemic fish communities and environmental variables of the Piranhas-Assu hydrographic basin located in the Brazilian Caatinga Ecoregion) Em preparação para a revista Ecology of Freshwater Fish Investigar a ecologia reprodutiva do piau preto, Leporinus piau na bacia Piranhas-Assu do RN. Artigo 2: Ecologia reprodutiva do piau, Leporinus piau (Osteichthyes, Anostomidae) em um reservatório da Caatinga. Em preparação para a revista Journal of Fish Biology. 3. MATERIAL E MÉTODOS GERAIS 7 3.1. Área de estudo A bacia hidrográfica do rio Piranhas–Assu (Figura 1), localizada entre 04° e 08° de Latitude S e entre 36° e 39° de Longitude W. Esta bacia é totalmente inserida na região do semi-árido e abrange um território de 44.000 km² distribuído entre os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. O rio Piranhas-Assu nasce na Serra do Bongá na Paraíba, com o nome de rio Piranhas, recebe as águas dos rios Paraibanos Piancó e do Peixe e entra no Rio Grande do Norte pelo município de Jardim de Piranhas, passando a receber as águas de todos os rios que formam a bacia hidrográfica da região do Seridó. No Estado do Rio Grande do Norte a bacia do Rio Piranhas-Assu corresponde a cerca de 32,8% do território estadual, abrangendo 33 municípios e uma população de aproximadamente 415.000 habitantes (CBH, 2009). O clima predominante da região é o semi-árido, com pluviometria média anual de 650m e árido e sub-úmido seco em áreas localizadas. A cobertura vegetal é do tipo caatinga hiperxerófila e sub-desértica Seridó, predominando as cactáceas, bromélias e floresta ciliar de carnaúba. A pesca constitui-se numa atividade que mobiliza pescadores profissionais em anos de chuvas regulares (IDEMA, 2004). O açude Marechal Dutra (Figura 2a) conhecido popularmente como Gargalheiras situa-se 6 26' 24" de Latitude S e a 36 38' 00" de Longitude W, 7 km de distância da sede do Município de Acari, sua construção foi iniciada no ano de 1956 e concluída no ano de 1959. A parede do açude é de concreto, em forma de ferradura, tendo com altura máxima de sangria 25 metros e extensão de 250 m. O açude possui uma capacidade de acumulação de 40.000.000 m3, sua bacia hidráulica é da ordem de 780 ha e drena uma área de 2.400 km2. Os principais tributários quem abastecem o açude Marechal Dutra, são o rio Acauã (Figura 2b) e os riachos do Talhado, do Juazeiro e Tapuio (IDEC, 1991). 8 Fonte: SERHD Figura 1: Bacia hidrográfica do Rio Piranhas – Assú situada no estado do RN, Brasil. 9 a b Figura 2: Locais de coleta de peixes: (a) Açude Gargalheiras e (b) rio Acauã, Acari/RN, Brasil (seta indica local de pesca). 10 Dentro da bacia hidrográfica do rio Piranhas–Assu foram demarcados dois pontos de coleta de peixes. O primeiro ponto de coleta foi o açude Marechal Dutra ou Gargalheiras e o segundo ponto de coleta foi no rio Acauã um afluente do Rio PiranhasAssu. Foram realizadas amostragens mensais entre setembro de 2008 a dezembro de 2009. 3.2. Parâmetros meteorológicos e limnológicos Para caracterizar o índice de pluviosidade e identificar os períodos de estiagem e chuvoso, foram obtidos os dados de precipitação pluviométrica da área de estudo através da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A (EMPARN), tendo como ponto de captação de chuva a cidade de Acarí, RN. Os parâmetros limnológicos das águas, tais como: temperatura da água (ºC), oxigênio dissolvido (mgL-1), pH e condutividade elétrica (μScm-1), foram medidos in situ através de sondas específicas do kit multiparâmetro WTW multi 340i, realizando sua calibração antes de cada coleta. Os valores sempre foram registradas entre as 09:00 e 11:00h. 3.3. Coleta dos Peixes Foram capturados mensalmente exemplares de peixes no açude M. Dutra e no rio Acauã, durante o período de setembro de 2008 a agosto de 2009. Os peixes foram capturados com o auxílio de pescadores locais, através da utilização das redes de espera, tarrafas, anzóis e covos (Figura 5), com esforço de pesca de 12 horas. Após a coleta, os peixes foram transportados em caixas térmicas com gelo para o Laboratório de Ictiologia do Departamento de Oceanografia e Limnologia do Centro de Biociências da UFRN. Em laboratório foram realizados as medidas morfométricas, merísticas e pesagens dos peixes. A identificação dos peixes foi confirmada pelo Prof. Dr. Ricardo Souza Rosa da UFPB. 11 b a c d Figura 3: Apetrechos de pesca utilizados para coleta de peixes; a) redes de espera secando ao sol; b) tarrafas; c) anzóis e d) covos. 3.4. Espécies em estudo Conhecido popularmente como piau preto, piau gordura ou piau, Leporinus piau (Fowler, 1941) (Figura 3) é uma das 110 espécies pertencentes à família Anastomidae, um grupo de peixes da ordem Characiformes. Segundo Britski et al., (1984) a espécie é encontrada em todas as bacias hidrográficas e abundante em todas os rios, riachos, lagos, lagoas e açudes da Caatinga. Apresenta elevada importância na pesca comercial e esportiva. A espécie pode atingir porte acima dos 400 gramas de peso corporal. Apresenta hábito alimentar onívoro e condições favoráveis para ser utilizada na piscicultura uma vez que aceita ração (GOMES & VERANI, 2003; ALVIM e PERET, 2004). 12 5 cm Posição taxonômica: Classe: Osteichthyes Sub-classe: Actinopterygii Ordem: Characiformes Família: Anostomidae Gênero: Leporinus Espécie: Leporinus piau (Fowler, 1941) (Fonte: FishBase, 2009) 12 Figura 4: Espécie em estudo piau preto, Leporinus piau e sua distribuição Geográfica (pontos amarelos no mapa indicam a ocorrência da espécie). 13 3.5. Aspectos morfométricos Para cada exemplar foi registrado as seguintes medidas: Comprimento total (Lt): distância entre a extremidade anterior da maxila e a extremidade do lobo superior da nadadeira caudal em centímetros, utilizando-se um ictiômetro; Comprimento padrão (Ls): distância entre a extremidade anterior da maxila e a extremidade final da coluna vertebral em centímetros, utilizando-se um ictiômetro; Peso total (Wt): peso total do exemplar em gramas, utilizando-se uma balança de precisão (BALMAK modelo MP-2, máximo 2,5kg mínimo 10g); Peso das gônadas (Wg): peso dos ovários e testículos em miligramas, utilizandose balança de precisão (MART modelo AL 500, máximo 500g e mínimo 0,02g ); 3.6. Proporção sexual dos peixes Os peixes foram dissecados e as gônadas removidas, pesadas e examinadas para identificar os sexos. A proporção entre os sexos foi verificada através da análise de distribuição de freqüência relativa mensal de machos e de fêmeas durante o período de estudo (VAZZOLER, 1996). 3.7. Estrutura populacional dos peixes A estrutura em comprimento dos peixes foi determinada com base na distribuição das médias de freqüências das classes de comprimento total para cada sexo, cujas classes serão agrupadas com intervalos adequadas. A estrutura em peso foi determinada com base na distribuição das médias de freqüências das classes de peso total para cada sexo (SANTOS, 1978). Para a obtenção da relação peso total/comprimento total, procedeu-se à distribuição gráfica dos pontos empíricos individuais destas variáveis, considerando o comprimento total como variável independente e o peso total como variável dependente. A tendência dos pontos demonstrou a relação do tipo (LE CREN, 1951): Wt = a . Ltb 14 Onde, Wt = Peso total em gramas; Lt = Comprimento total em cm; a = Fator de condição relacionado com o grau de engorda do; b = Constante relacionada com o tipo de crescimento da espécie 3.8. Características macroscópicas das gônadas Os estádios de desenvolvimento das gônadas de ambos os sexos foram verificados. Para as fêmeas serão considerados: o grau de turgidez, coloração, vascularização, peso e comprimento das gônadas em relação ao espaço ocupado na cavidade celomática. Para os machos foram considerados: coloração, tamanho do testículo e a existência do sêmen. O exame macroscópico das gônadas permite a identificação do sexo e do grau de maturação gonadal. Tendo como base algumas características das gônadas: turgidez, coloração, volume e aspecto morfológico. A freqüência relativa (%) foi determinada para cada estádio em todos os meses de coleta, com o objetivo de identificar a época de desova da espécie (VAZZOLER, 1996). 3.9. Índice gonadossomático (IGS) O IGS foi determinado com peixes maduros e esvaziado utilizando a relação percentual entre o peso das gônadas (Wg) e o peso do corpo do peixe (Wt) multiplicado por 100 (WOOTON et al. ,1978): IGS = (Wg/Wt) x 100 3.10 Fator de Condição (K) As variações espaciais e temporais no estado nutricional das espécies foram avaliadas através do fator de condição (K). O fator de condição foi calculado para cada indivíduo através da expressão(LIMA-JUNIOR,2006).: K = Wt/ Lt b 15 onde: Wt = peso total (g); Lt = comprimento total (cm); b= constante da regressão entre peso e comprimento 3.11 Fecundidade Foi estimada pelo método gravimétrico com auxílio de balança de precisão de quatro casas decimais. As gônadas foram pesadas e dissociadas em solução de Gilson modificada (Figura 5). Feita a dissociação será registrado o peso total dos ovócitos e extraídas subamostras (três réplicas) que foram pesadas, sendo contado o número de ovócitos grandes e pequenos de cada réplica com auxílio de lupa. A fecundidade total foi estimada por regra de três simples a partir da média do número de ovócitos das três réplicas e média do peso das mesmas pelo peso total dos ovócitos na gônada (VAZZOLER, 1996). Remoção das gônadas Pesagem e medidas Secção longitudinal das membranas das gônadas e adição de solução de Gilson Agitação dos frascos com as gônadas para o primeiro fracionamento da massa e ovócitos Permanência das gônadas por 24h na solução de Gilson Agitação dos frascos com as gônadas para dissociação completa dos ovócitos Transferência das gônadas dissociadas para placa de Petri, remoção das membranas com pinça Lavagem dos ovócitos dissociados com álcool a 70% para retirada de resíduos Acondicionamento dos ovócitos de cada exemplar em frascos com álcool 70% Figura 5. Fluxograma dos procedimentos adotados para dissociação dos ovócitos. 16 3.12. Tipo e época de desova Foi avaliada através da análise dos diâmetros dos ovócitos com auxílio de uma ocular micrométrica. De acordo com a distribuição de freqüência de ocorrência do diâmetro dos ovócitos estes foram agrupados em quatro classes de amplitudes distintas. Foi determinada pela distribuição das freqüências relativas de cada estádio de maturação das gônadas, considerando os sexos e os meses em que a freqüência de peixes esgotados foi mais elevada (VAZZOLER, 1996). 3.13. Comprimento da primeira maturação gonadal (ℓ50) A média do comprimento total onde 50% dos peixes amostrados apresentavam gônadas em desenvolvimento (L50) foi estimada a partir de freqüência relativa de todos os indivíduos adultos por classe de comprimento total. 3.14. Índice de Constância O índice de constância das espécies de peixes foi calculado utilizando-se o índice de Dajoz (1973), através da equação: C = n / N x 100, onde: C = constância; n = número de vezes que a espécie foi capturada; N = número total de coletas efetuadas. A partir da freqüência de ocorrência de cada espécie nas coletas, foram obtidos: espécie constante (C > a 50%), espécie acessória (25 < C < 50 %) e espécie rara (C < 25). 3.15. Análise estatística dos dados Para investigação da ocorrência de diferenças estatisticamente significativas na proporção sexual foi aplicando o teste Qui-quadrado (χ2). Admitiu-se que a proporção esperada (E), em todos os casos, era de 50%:50%, sendo utilizada, nesse caso, a seguinte equação: 2 – 2( O – E )2 /E. Para o grau de liberdade 1 e nível de significância de 5%, os valores de 2 3,84 indicaram diferenças. Para determinar a relação entre as variáveis ambientais e os valores de IGS foi aplicado o Coeficiente de Correlação de Pearson (r). O teste Komogorov Smirnov (KS) foi utilizado para confirmar se os dados de comprimento e peso total apresentavam distribuição normal, tanto para machos quanto para fêmeas. Para a determinação da ocorrência de diferenças significativas entre essas 17 variáveis durante o período amostrado foram realizados testes de T-Student (t), ao nível de significância de 5%. A análise de componentes principais (PCA) foi utilizada para observar a relação entre as variáveis ambientais e os meses de estudo. A análise de correlação canônica (CCA) foi utilizada para correlacionar as variáveis ambientais e bióticas. Os softwares utilizados na realização destes testes e análises multivariadas foram o Excel 2003, XLSTAT 7.5, SigmaStat 3.5, Statistic 7.0 e o Canoco For Windows. 3.16. Normalização do texto A estrutura do texto, as citações, as referências bibliográficas e a diagramação da dissertação foram feitas baseadas na Associação Brasileira de Normas e Técnicas, ABNT, segundo Menezes e Carvalho (2006). Enquanto que os artigos foram elaborados conforme as normas das revistas contempladas. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 18 Artigo I Endemic fish communities and environmental variables of the PiranhasAssu hydrographic basin located in the Brazilian Caatinga Ecoregion Wallace Silva do Nascimento, Andrea Soares Araujo, Naithirithi T. Chellappa, Ricardo Souza Rosa & Sathyabama Chellappa Artigo a ser submetido à Revista: Ecology of Freshwater Fish ISI Journal Citation Reports® Ranking: 2008: 6/40 Fisheries; 26/87 Marine & Freshwater Biology Impact Factor: 1.813 Print ISSN: 0906-6691 Online ISSN: 1600-0633 Frequency: Quarterly Current Volume: 19 / 2010 19 Endemic fish communities and environmental variables of the PiranhasAssu hydrographic basin located in the Brazilian Caatinga Ecoregion Wallace Silva do Nascimento1, Andrea Soares Araujo2, Naithirithi T. Chellappa1, Ricardo S. Rosa3 & Sathyabama Chellappa1* 1 UFRN, Post-Graduate Programme in Ecology, Center of Bioscience, Department of Oceanography and Limnology, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Praia de Mãe Luíza, s/n, 59014-100, Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. E-mail address: *[email protected]; [email protected]; [email protected] 2 UFRN, Post-Graduate Programme in Psychobiology, Center of Bioscience, Department of Fisiology, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Cx. Postal 1510, Campus Universitário, 59078-970, Rio Grande do Norte, Brasil. E-mail address: [email protected] 3 UFPB, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba, Cidade Universitária, Castelo Branco, 58000000, João Pessoa, Paraíba, Brazil. E-mail address: [email protected] * To whom correspondence should be addressed Running Title: Endemic fish communities of Piranhas-Assu basin Total number of pages: 18 Number of Figures: 6 Number of Tables: 2 20 Abstract: The Brazilian Caatinga ecoregion is home to several endemic species of the neotropical region. This paper presents the results of fish faunal surveys conducted in the Piranhas-Assu hydrographic basin located in this ecoregion, which is an important area for the conservation of fish species. The fish samples captured were distributed in four orders (Characiformes, Perciformes, Siluriformes and Synbranchiformes), 11 families (Characidae, Curimatidae, Auchenipteridae, Anostomidae, Prochilodontidae, Erythrinidae, Cichlidae, Sciaenidae, Heptapteridae, Loricariidae, Synbranchidae) and 22 species, of which 17 are endemic to the Caatinga ecoregion. The order Characiformes was the most representative in number of species with 46.35% followed by Perciformes 35.38%, Siluriformes 17.44% and Synbranchiformes 0.5%. The Nile tilapia, Oreochomis niloticus, the only record exotic species was expressive expressive in number of individuals (24.92%) followed by the native species piau preto, Leporinus piau (18.77 %). Considering the relative frequency of occurrence of the 22 species, 13 are constant, five are accessory and four are rare. Measures must be taken to conserve the endemic fish species of the hydrographic basins located in the Caatinga biome. Keywords: endemic fish species, Piranhas-Assu hydrographic basin, Brazilian Caatinga ecoregion. Introduction Tropical areas contain the majority of the world's freshwater fish biodiversity (Lowe-McConnell, 1987; Kottelat et al., 1993; Kottelat & Whitten, 1996). The freshwater ichthyofauna of the Neotropical region is characterized by high species richness which contributes to almost 31% of fish diversity of the planet (Reis et al., 2003). More than 15% of the Neotropical fish fauna is composed of migratory species (Carolsfeld et al., 2004), and the common reproductive strategy of the migratory fish involves upstream movements toward the spawning grounds at the beginning of the rainy season (Agostinho et al., 2008). Brazil is an important part of the Neotropical region which holds the largest biodiversity on the planet, accounting for around 13% of the total world biota (Queiroz et al. 2006). Although most of the country is located within the tropical zone, the climate of Brazil varies considerably from the Northern tropical zone to the temperate zones below the Tropic of Capricorn. Thus Brazil exhibits the equatorial, tropical, semi-arid, highland tropical and subtropical climatic regions. Northeastern Brazil has distinctive scrub 21 vegetation “Caatinga”, consisting of xerophytic low thorny bushes adapted to the semi-arid evapotranspitation driven climate, which covers over 10% of the Brazilian territory. It is located between 3°S 45°W and 17°S 35°W, extending across eight states of Brazil: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraiba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, and parts of Minas Gerais (Leal et al., 2003). The hydrographic network of the Caatinga ecoregion is seasonal and modest when compared to other Brazilian regions. The seasonality of the freshwater ecosystems of this region is due to recurrence of extended drought, irregular rainfall, high temperatures and an elevated rate of water evaporation (Ab’ Saber, 1995; Leal et al., 2003). The fish species that occur in the freshwater ecosystems of this ecoregion are the result of evolutionary processes modulated by climatic factors and hydrological cycles, exhibiting a high degree of endemic species. However, there is need for more detailed information on diversity, endemism and distribution of fish fauna of these ecosystems (Rosa, 2004; Rosa et al. 2005). The reservoir construction on rivers mainly impact the migratory fish species like Characiformes and Siluriformes, by blocking access to the different habitats needed to complete their life cycle (Agostinho et al., 2005). A series of reservoir constructions on a river can exclude migratory species from the basin or even lead to complete extinction if these species are endemic to the basin. The disappearance of large migratory fishes from some rivers of the Upper Paraná basin in Brazil, where 140 reservoirs have been constructed, is a good example of this problem (Lowe–McConnell, 1987). Studies of the endemic fish species of the Caatinga ecoregion are rather limited (Almeida et al. 1993; Rosa, 2004; Rosa et al. 2005; Chellappa et al., 2009; Nascimento et al. 2009). Menescal (2002) examined the freshwater fish landings from 1971 to 2000, listing seven fish species of commercial value in the Marechal Dutra reservoir. Chellappa et al. (2009) investigated on the reproductive seasonality and limnoecology of 12 native fish species pertaining to 4 orders and 9 families of this region. A taxonomical survey of fish fauna in the entire Caatinga biome showed the presence of 240 species, distributed in 7 orders. The order Siluriformes had the highest diversity with 101 species (family Loricariidae with 34 species; Pimelodidae with 27 species and Callichthyidae with 15 species). The order Characiformes presented the second highest diversity, with 89 species (family Characidae with 50 species). Among the Cyprinodontiformes, the family Rivulidae had the highest diversity with 24 species. The rest of the orders were represented by Gymnotiformes (6), Perciformes (17), 22 Myliobatiformes (1), Clupeiformes (1) e Synbranchiformes (1). Of the total fish species encountered, nine were introduced and 136 were considered endemic to Caatinga. The 9 introduced species were: Poecilia latipinna, Poecilia reticulata, Plagioscion squamosissimus, Astronotus ocellatus, Cichla monoculus, Cichla ocellaris, Geophagus surinamensis, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli (Rosa et al., 2005). This study presents the endemic fish species of the Piranhas-Assu hydrographic basin in the State of Rio Grande do Norte located in the Brazilian Cattinga biome. An attempt is made to identify the main environmental variables which were associated with distribution of fish. This information could contribute to a better management of aquatic environments and for the conservation of the endemic freshwater fish species. Materials and methods Study area The River Piranhas–Assu hydrographic basin is situated between 4° and 8° S and 36° and 39° W (Fig. 1). It is located in the Caatinga biome and covers a territory of 44,000 Km², it originates in the Serra do Bongo, southeast of Paraiba and enters the State of Rio Grande Norte and eventually flows into the Atlantic Ocean. Around 46 reservoirs of different sizes had been constructed on this hydrographic basin (CBH, 2010). Samples were collected from the River Acauã (latitudes 06° 25’ 34,3” S and longitudes 036° 36’ 08,3 W) and Marechal Dutra reservoir (latitudes 06° 25’ 00,6” S and longitudes 036° 36” 14,6 W), both located in the Piranhas–Assu hydrographic basin. The fish were captured in a downstream area of the River Acauã since in upper reaches both physical and chemical conditions are stressful, with a lower number of fish species showing physiological and ecological capacities to survive in such places (Matthews & Styron-Junior, 1981). Marechal Dutra is an important reservoir for agriculture and inland fishery purposes, has a maximum depth of 25m, water storage capacity of 40 x 106 m3 and a theoretical retention time of 1460 days (SEMARH, 2009). → INSERT Fig. 1 Fish sampling Fish samples were captured monthly on a diurnal and nocturnal basis during September, 2008 to January 2009, with the help of artisanal fishermen of the region, using fishing gear which consisted of stationary nets and gillnets of different mesh sizes (9 – 19 23 cm), cast nets, hooks and traditional traps. Random fish sub samples were collected from a larger catch landed by fishermen and were transported to the laboratory on ice and numbered. Morphometric measurements and meristic counts were carried out to check the taxonomical status of each species. Total length of all fishes were measured ( 1 mm) and body mass recorded ( 1 g). Fish samples were deposited in the collection of the Department of Systematics and Ecology, Federal University of Paraíba, Brazil. Data analysis The constancy of fish species was calculated using the equation of Dajoz Index (Dajoz, 1973). C = n / N x 100, where: C = constant; n = number of times the species was captured; N = total number of collections. Constant species (C> 50%), accessory species (25 <C <50%) and rare species (C <25) were calculated from the frequency of occurrence of each species in the sample. The principal component analysis (PCA) was used in ordering the five environmental variables (water temperature, dissolved oxygen, pH, electrical conductivity and rainfall) in two factorial axes, with an objective to reduce the dimensionality of the data and to describe the relationships between these environmental variables. The PCA was performed from the linear correlation matrix of environmental variables after logarithmic transformation of data. The ordinations were made in the software XLSTAT 7.5. The correlation between the five environmental variables and the quantitative structure of the icthyofauna was assessed by canonical correspondence analysis (CCA), implemented in the computer programme CANOCO 4.5. The CCA allows to represent both the spatial ordering of species and environmental variables, which show how the community varies with the environment (Ter Braak & Smilauer, 2002). The Monte Carlo test was performed to assess the significance of CCA axes and environmental variables that define these axes, which is a nonparametric test that allows the validation of the variance found in the simulated variance in 999 permutations. Environmental variables The values of water temperature (ºC), pH, dissolved oxygen (mgL-1) and electrical conductivity of the water (μScm-1) of the sampling sites were recorded between 9:00h and 10:00h on a monthly basis, using portable equipment (Multiparameter kit WTW multi 24 340i). The mean monthly rainfall data of the region was obtained from the Meteorological Department of EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte). Results Diversity of icthyofaunal communities A total of 602 fish samples were collected (115 from the river and 487 from the reservoir which were pooled for analysis). The fish were distributed in four orders (Characiformes, Perciformes, Siluriformes and Synbranchiformes), 11 families (Characidae, Curimatidae, Auchenipteridae, Anostomidae, Prochilodontidae, Erythrinidae, Cichlidae, Sciaenidae, Heptapteridae, Loricariidae, Synbranchidae) and 22 species (Fig. 2), of which 17 were endemic and 4 had been introduced from other hydrographic basins of Brazil and 1 was an exotic species. Tabele 1 shows the fish species, their popular and scientific names, frequency of occurrence and their origin. → INSERT Fig. 2 → INSERT Table 1 The orders which were more representative in number of fish species of the Piranhas-Assu basin were as follows: Characiformes (46.35%), Perciformes (35.38%), Siluriformes (17.44%) and Synbranchiformes (0.50%) (Fig. 3a). Among the families, Cichlidae was more representative in number of individuals (29.24%), followed by Anastomidae (18.77%) and the other nine families (Fig. 3b). Among the fish species, the exotic fish Nile tilapia, Oreochomis niloticus was very expressive in number of individuals (24.92%), followed by the endemic species piau, Leporinus piau (18.44 %) and the other endemic (Fig. 3c). → INSERT Fig. 3 Based on the relative frequency of occurrence of the 22 species, 13 were considered constant, 5 accessory and 4 rare. Table 2 shows the constancy of occurrence of fish species, maximum, minimum and mean (±SD) values of their total body length (Lt) and body mass (Wt). → INSERT Table 2 25 Environmental variables Mean monthly rainfall during the period of September, 2008 to January, 2009 was 8.4 mm (±18.4 SD). No rainfall was recorded from September to December, 2008, representing the dry period, however in January, 2009 a rainfall of 42.2 mm was registered marking the beginning of the rainy season. The mean water temperature was 28.6 °C (± 1.3SD), the lowest value recorded in January was 27°C which corresponds to the beginning of the rainy season, and highest value of 30.3°C was in December during the dry season (Fig. 4a). The dissolved oxygen varied from a minimum of 5.9 mgL-1 in November - December and a maximum of 8.9 mgL-1 in January, with an average of 8.02 mgL-1 (± 1.1) (Fig. 4b). The pH values recorded during the study period were alkaline with a maximum of 9.4 in November and a minimum of 8 in January, with an average of 8.9 (± 0.5) (Fig. 4c). The mean electrical conductivity was 491.6 μScm-1 (± 23.7), which varied from a minimum value of 470 μScm-1 recorded during the months of September and October to a higher value of 533 μScm-1 in January (Fig. 4d). → INSERT Fig. 4 The principal component analysis (PCA) applied to the environmental variables showed that the first two axes together explained 95.41% of the total variance of the environmental variables. The first factorial axis explains 78.68% of data variance, while the second axis explains 16.73%. Environmental variables such as electrical conductivity, rainfall and dissolved oxygen had the highest positive correlation with the first axis, while pH and temperature showed a strong negative correlation with the first axis. The second axis showed a strong positive correlation with conductivity and temperature, as can be seen in the ordination diagram (Fig. 5). → INSERT Fig. 5 Canonical correspondence analysis (CCA), performed with the data of species occurrence and environmental variables explained 68.3% of the variation in the occurrence of fish species (first two axes). It could be observed in the ordination diagram (Fig. 6) that the environmental factors that influenced most the occurrence of rare species such as A. ocellatus and Serrasalmus sp. during the study period were electrical conductivity, temperature and more strongly rainfall. Other fish such as P. squamosissimus (silver croaker), P. rhomboides, T. angulatus, C. monoculus (peacock bass) and P. papariae (armored catfish) were also influenced lightly by these factors. The pH and dissolved 26 oxygen positively influenced the occurrence of O. niloticus, A. bimaculatus, A. fasciatus, P. gracilis, S. notonota, H. pusarum and T. galeatus. The Monte Carlo test used to assess the significance of CCA axes and environmental variables with 999 permutations, showed that the correlation between the matrices is significant (p = 0.012). → INSERT Fig. 6 Discussion Diversity of icthyofauna comunities The 22 fish species recorded in this study contribute significantly to increase the knowledge about the distribution and diversity of the fish fauna of species in the State of Rio Grande do Norte (RN) located in the Caatinga ecoregion. The previous studies conducted in this State listed less than half the number of freshwater species herein recorded. A study conducted in the freshwater environments of a tropical reservoir on the Sharavathi River in India, described 43 tropical fish species, with a dominance of the family Cyprinidae (Sreekanth & Ramachandra, 2005). Bhakta and Bandyopadhyay (2008) investigated in freshwater perennial ecosystems located in West Bengal, India, and documented 45 fish species, distributed in 8 orders, 18 families and 29 genera. In Nyagui River basin, located in Zimbabwe, Africa, the diversity of fishes was represented by 24 species and 8 families, with a dominance of the family Cyprinidae (Kadye and Marshall, 2006). Kouamélan et al. (2003), recorded 40 fish species distributed in 17 families and 26 genera in the hydrographic basin of the River Boubo in Ivory Coast. According to Livingstone et al. (1982) large rivers in general, have more fish species than smaller rivers and there is a strong correlation between the volume of water discharge and the area of drainage basin with the number of species. These relationships have been explained by the suggestion that large rivers with large drainage basins provide a greater diversity of habitats (Hugueny, 1989). The River Acauã where the sampling was done is a small river, and consequently has fish fauna with a limited diversity as compared with other tropical areas. Introduction of fish species from other hydrographic basins and especially the introduction of the exotic Nile tilapia due to anthropogenic activities could have possibly contributed to the reduction of native fish species in River Acauã. 27 The high frequency of the fish pertaining to the order Characiformes registered in the present study is mainly due to three following factors: (1) the wide distribution of its species in freshwater ecosystems; (2) this order includes most fish species from the inland waters of Brazil; (3) there is a predominance of small sized fish species among the Characiformes, which are able to complete their life cycle in lentic waters (Lowe– McConnell, 1987). Predominance of Characiformes has also been observed by others: Teixeira and Gurgel (2005) for Riacho da Cruz, Chellappa et al (2005) for a temporary lake in Amazon, Hoffmann et al (2005) and Langeani et al (2007) for River Paraná, Agostinho et al. (2007) for the Paraná hydrographic basin and Mojica et al. (2009) for the Amazon small streams. Among the most representative species, the one which outstands is the exotic Nile tilapia, O. niloticus. Tilapia has been introduced in freshwater ecosystems of the Caatinga biome since the decade of 70's in order to upgrade the fish production and fish culture (Gurgel & Fernando, 1994). Presently, it is a dominant species in most reservoirs of northeastern Brazil. This is due to its rapid growth, omnivorous food habits, high reproductive efficiency, parental care and resistance to environmental variations (Zambrano et al. 2006). In 2002, 87% of fish production in Brazil was based on the introduced species (Casal, 2006), and total gross production of tilapia (Cichlidae) of the genus Oreochromis increased exponentially from 1970 to 2006 (Vitule, et al. 2009). Menescal et al. (2000) examined the fish landings in Marechal Dutra reservoir from 1971 to 2000 and observed changes in fish community structure after the introduction of Nile tilapia, with damages caused to native species, such as, P. brevis, Leporinus sp. and H. malabaricus. Besides tilapia other predatory species were introduced in Marechal Dutra reservoir, such as: P. squamosissimus, A. ocellatus and C. monoculus. A new predator in the freshwater ecosystems often results in a total change in community structure, as it had occurred with the introduction of Nile perch in Lake Victoria in east Africa (Gophen et al., 1995) and the introduction C. ocellaris in Lake Gatun in Panama (Zarat and Paine, 1973). The endemic fishes are of great ecological importance. The loss of diversity through the introduction of species and construction of reservoirs on rivers could cause significant damage not only the community but also the ecosystem as a whole. Taylor et al (2006) showed the importance of endemic species to its ecosystem when they investigated as to how the impact of the loss of a dominant migratory detritivorous fish species P. mariae, could alter the metabolism of ecosystems and the flow of organic carbon in an Andean river located in the Orinoco basin, which led to the degradation of river. 28 Diversified factors influence the constant occurrence of fish species. The environmental variables associated with seasonality could change the number of individuals of a species, altering the number of occurrence during a specific season (Garutti, 1988). The species may be residents but with fluctuations and the occasional species are those which migrate for feeding and reproductive purposes. Some species such as, M. dichrour, Serrasalmus sp., Leporinus sp. and A. ocellatus are rare. Some ichthyofaunal surveys conducted in reservoirs of Brazilian species showed a gradual decrease in the richness and diversity of fish over time, after the formation of the reservoir (Vieira, 1982; Benedito-Cecílio and Agostinho, 2000; Agostinho et al. 1999; Agostinho et al. 2005; Agostinho et al. 2008). This may be due to the deleterious effect exerted by reservoirs on the fish communities (Smith et al. 1993). The low diversity of fish in the reservoir could be explained by its age (over 30 years), operational procedures of the reservoir and uncontrolled fishing. Species richness may be associated with the number of samples (effort) and the reservoir area (Araujo-Lima et al. 1995), requiring care in comparison to other reservoirs. In tropical environments the temperature variations are muted, and are influenced by the fluctuations in rainfall. Rainfall stands out among the environmental variables, causing the carriage of soil nutrients, increasing the availability of food and enriching the aquatic ecosystems (Lowe-McConnell, 1987). The variation in temperature and its relation to rainfall was also observed in a study by Chellappa and Costa (2003). The temperature oscillations in accordance with the fluctuations in rainfall show the seasonality of the region. In tropical waters, where there are high temperatures, small changes can mean changes in the density of water, favoring their gradual or irregular circulation. An increase in the level of available dissolved oxygen was observed during the rainy season and the lowest levels during the dry season, this is due to utilization of oxygen for respiratory purposes of organisms and decomposition of organic matter that is usually abundant in tropical reservoirs (Chellappa & Costa, 2003). Aquatic ecosystems with high pH values are found in regions with negative water balance, such as the reservoirs in Northeast Brazil. The values of electrical conductivity remained low throughout the study period in accordance with Costa (2006) for the same ecoregion. The electrical conductivity increases during prolonged periods of drought which consequently is diluted during the rainy season (Chellappa et al., 2003). The relationship between environmental variables shows that rainfall influences these variables, showing its importance in the seasonality of the Catinga 29 region. The abundance of fish was significantly related to the five environmental variables. Agostinho et al. (2004), Matthews (1998) and Matthews et al. (1992) verified the importance of limnological variables in structuring fish communities in different types of freshwater environments. The conservation of fish diversity is a major global environmental challenge (Park et al. 2003). For this, serious and urgent political action is needed to curb human activities, such as over fishing, release of chemicals, agricultural waste, urban and industrial sewage effluents in aquatic ecosystems, the construction of reservoirs, dams and canals, the extraction of sand and other minerals, destruction of riparian vegetation and wetland fringe, and the introduction of alien or exotic fish species. These factors are the main causes of loss of fish diversity. There are few management programs to conserve the diversity of freshwater fish, focusing on fisheries policies, such as the identification and listing of species, the determination of population size and evaluation of fish reproductive behavior. These measures are of fundamental importance for the conservation of fish. Acknowledgements The authors wish to thank the National Council for Scientific and Technological Development of Brazil (CNPq) for the financial support awarded during the study period (Nascimento, W. S.) and for the Research grants awarded to the other authors (S. Chellappa, and N. T. Chellappa). To CAPES for the financial support awarded during the study period (Soares, A.A.). 30 REFERENCES Ab´ Saber, A.N. 1995. The Caatinga Domain. In: Monteiro, S.& Kaz, L., eds. CaatingaSetão, Sertanejos. Rio de Janeiro: Editora Livroarte, p. 47-55. Agostinho, A.A. Miranda, LE., Bini, L. M., Gomes, L. C., Thomaz, SM. & Suzuki, HI., 1999. Patterns of colonization in neotropical reservoirs, and prognoses on aging. In: Tundisi, J.G.; Straskraba. M. eds. Theoretical Reservoir Ecology and its Applications. São Carlos: IIE; AH Leiden, Dordrecht: Backhuys Publishers, pp. 227- 265. Agostinho, A.A., Gomes, L.C. & Latini, J.D. 2004. Fisheries management in Brazilian reservoirs: lessons from/for South America. Interciencia 29: 334–338. Agostinho, A.A., Pelicice, F.M. & Gomes, L.C. 2008. Dams and the fish fauna of the Neotropical region: impacts and management related to diversity and fisheries. Braz. J. 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Principal component analysis (PCA) of the variables: rainfall, water temperature, pH, electrical conductivity and dissolved oxygen. Fig. 6. Canonical correspondence analysis (CCA) of fish occurrence and environmental variables. 37 Nascimento et al Atlantic Ocean Brazil South America Fig. 1. 38 Nascimento et al Fig.2 Nascimento et al Fig.2 39 Nascimento et al Fig. 3 40 Nascimento et al 31 (a) Temperature (°C) Temperature (ºC) 30 41 Mean ± SD Mean 29 28 27 26 25 Sep-08 Oct-08 10 -1 Dissolvedoxygen oxygen (mgL ) Dissolved (mgL Nov-08 Dec-08 Jan-09 Months (b) 9 Mean ± SD Mean 8 7 6 5 4 Sep-08 10 Oct-08 (c) Nov-08 Dec-08 Jan-09 Nov-08 Dec-08 Jan-09 Months 9,5 pH 9 8,5 Mean ± SD Mean 8 7,5 7 -1 -1 Eletrical (μScm ) Electricalconductivity conductivity (μScm ) Sep-08 560 540 Oct-08 Months (d) Mean ± SD Mean 520 500 480 460 440 420 Sep-08 Fig. 4 Oct-08 Nov-08 Months Dec-08 Jan-09 42 Nascimento et al Biplot (axes F1 and F2: 95,30 %) 2,5 2 1,5 Dec-08 axis F2 (15,84 %) 1 Nov-08 Temperature 0,5 Temp. Eletrical conductivityJan-09 Condut. Pluvi Rainfall 0 pH pH OD Dissolved oxygen -0,5 Oct-08 -1 Sep-08 -1,5 -2 -2,5 -2,5 Fig.5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 F1 (79,46 %) 1 1,5 2 2,5 43 Nascimento et al 1.0 4 Leporisp Astyfa pH 2 Creni dissolved oxygen Hypost Pimelo Oreoc Steida Astybi Trache Lepori Plagio Psectro Prochi Triport Ciclha Pseuda 3 Ciclhas Synbr Moenk 1 conductivity Serra 5 Astro rainfall Hoplia -1.0 temperature -1.0 Fig.6 1.0 44 TABLES LEGENDS Table 1: Fish species captured, their common names, absolute frequency (N) and origin (endemic species, introduced from other basins and exotic species) in Piranhas-Assu hydrographic basin, Rio Grande do Norte, Brazil. Table 2: Total body length (Lt) and body mass (Wt), their maximum, minimum and mean values with percentage of constant occurrence (Ci %) of fish species from Piranhas-Assu hydrographic basin, Brazil. 45 Nascimento et al Order Characiformes Family Characidae Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) Moenkhausia dichroura (Kner, 1858) Triportheus angulatus (Spix & Agassiz, 1829) Serrasalmus sp. (Linnaeus, 1766) Family Curimatidae Psectrogaster rhomboides (Eigenmann & Eigenmann, 1889) Steindachnerina notonota (Miranda Ribeiro, 1937) Família Anostomidae Leporinus piau (Fowler, 1941) Leporinus sp. Family Prochilodontidae Prochilodus brevis (Steindachner, 1875) Family Erythrinidae Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Order Perciformes Family Cichlidae Astronotus ocellatus (Agassiz, 1831) Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) Cichlasoma orientale (Kullander, 1983) Crenicichla menezesi (Ploeg, 1991) Cichla monoculus (Spix & Agassiz, 1831) Family Sciaenidae Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) Order Siluriformes Family Auchenipteridae Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) Family Heptapteridae Pimelodella gracilis (Valenciennes, 1835) Family Loricariidae Pseudancistrus papariae (Fowler, 1941) Hypostomus pusarum (Starks, 1913) Order Synbranchiformes Family Synbranchidae Synbranchus marmoratus (Bloch, 1795) TOTAL Common Name N Origin piaba piaba piaba sardinha piranha 18 4 1 24 1 Endemic Endemic Endemic Endemic Endemic branquinha sagüiru 25 3 Endemic Endemic piau 111 piau verdadeiro 2 Endemic Allochthonous curimatã 88 Endemic traíra 4 Endemic Oscar-apaiarí tilápia cará jacundá tucunaré 1 150 8 11 Allochthonous Exotic Endemic Endemic Allochthonous pescada branca 37 Allochthonous cangati 3 Endemic niquim 75 Endemic cascudo barbudo 17 cascudo 10 Endemic Endemic mussum Endemic 3 602 N = Absolute frequency; origin (endemic – endemic species, Allochthonous – introduced from other basins of Brazil e Exotic – exotic species) Table 1 46 Nascimento et al Species Astyanax bimaculatus Lt Lt Min. Max. 6,6 7,5 Lt Mean ±SD 7.1 ±0.4 Wt (g) Min. 5.2 Wt (g) Max. 70 Wt Mean ±SD 5,6±0,6 Ci (%) Constant (100) Astyanax fasciatus 7,3 7,6 7.5±0.13 5.9 6 5,9±0,12 Accessory (40) Moenkhausia dichroura 7,5 7.5 - 4 4 - Rare (20) Triportheus signatus 12 18 14.5±0.8 45.5 24 27,5±4,9 Constant (100) Serrasalmus rhombeus 23 23 - 193.5 193.5 - Rare (20) Psectrogaster rhomboides 13.5 15,5 59.5 30 12 13 14 18 42.0±7.9 15.7±2.1 Constant (100) Steindachnerina notonota 147.3±8,5 12.51±0.5 Accessory (40) Leporinus piau 9,6 30 14.92±4.8 11.5 428 52.9±30.7 Constant (100) Leporinus sp. 33 33 - 540 540 - Rare (20) Prochilodus brevis 18 24.5 17.6±8.1 83 210 127.7±115 Constant (100) Hoplias malabaricus 30 45 39.7±4.7 420 1000 825±170.8 Accessory (40) Astronotus ocellatus 22.5 22.5 - 248.5 248.5 - Rare (20) Oreochromis niloticus 19 30 17,5±7.1 132 520 162±14.5 Constant (100) Cichlasoma orientale 12.3 15 13.7±1.2 44 78 61.1±10 Constant 60) Crenicichla menezesi 9.5 18.5 13.94±1.9 8.5 69.5 32.7±13.2 Constant (80) Cichla monoculus 13.5 27.5 21.1±5.5 65 310 166.6±110.2 Constant (80) Plagioscion squamosissimus 14.5 34.5 24.5±5.5 74 525 195.3±13.5 Constant (100) Trachelyopterus galeatus 15 20 17.7±2.5 68 125 95.8±28.3 Accessory (40) Pimelodella gracillis 8.5 16.5 13±1.8 2.5 26 14.1±5.8 Constant (100) Pseudancistrus papariae 18 21.5 19.5±2.1 95 205 130.9±53.5 Constant 60) Hypostomus pusarum 17.5 22.5 9.1±2.4 91 203 129.7±52 Constant (60) Synbranchus marmoratus 26.5 42 35.5±8 19 230 146.7±11.5 Accessory (60) Table 2. 47 Artigo II ECOLOGIA REPRODUTIVA DO PIAU PRETO, Leporinus piau (Osteichthyes: Anostomidae) EM UM RESERVATÓRIO DA CAATINGA Wallace Silva do Nascimento, Naithirithi T. Chellappa, & Sathyabama Chellappa Artigo a ser submetido à Revista: Journal of Fish Biology Fisheries Society of the British Isles (FSBI) Fator de Impacto: 1.246 (JCR-2008) ISSN: 0022-1112 Número de citações: 9,983 47 48 ECOLOGIA REPRODUTIVA DO PIAU PRETO, Leporinus piau (Osteichthyes: Anostomidae) EM UM RESERVATÓRIO DA CAATINGA Wallace Silva do Nascimento1, Naithirithi T. Chellappa1, & Sathyabama Chellappa1 1 UFRN, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Centro de Biociências, Departamento de Oceanografia e Limnologia, Praia de Mãe Luíza, s/n, 59014-100, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. E-mail address: *[email protected]; [email protected]; [email protected] Running Title: Ecologia reprodutiva do piau preto, Leporinus piau Total number of pages: 17 Number of Figures: 10 Number of Tables: 0 48 49 RESUMO O presente trabalho investigou a ecologia reprodutiva do peixe endêmico piau preto, Leporinus piau do açude Marechal Dutra, Acari, Rio Grande do Norte, inserido no bioma Caatinga. Foram realizadas amostragens mensais entre janeiro a dezembro de 2009, sendo capturado um total de 211 exemplares e registrados os parâmetros ambientais, tais como, pluviosidade, temperatura, pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido da água. A população amostrada mostrou uma leve predominância de machos (55%) enquanto as fêmeas foram maiores em comprimento e mais pesadas. Ambos os sexos de L. piau apresentaram crescimento alométrico positivo, indicando um incremento maior de peso do que comprimento. A primeira maturação sexual ocorreu em tamanhos menores nos machos (16,5cm de comprimento total), do que as fêmeas (20,5cm). Durante o período reprodutivo, o fator de condição e índice gonadossomático (IGS) de L. piau foram correlacionados inversamente. A espécie apresenta ovócitos grandes com uma alta fecundidade de 54,966 em média, com desenvolvimento ovocitário sincrônico e desova total. O período de desova de L. piau coincidiu com o período chuvoso da região. Palavras- Chave: peixe endêmico; piau-preto, Leporinus piau; aspectos reprodutivos, variáveis ambientais. ABSTRACT This study investigated the reproductive ecology of an endemic fish black piau, Leporinus piau from the Marechal Dutra reservoir, Acari, Rio Grande do Norte, englobed in the Caatinga biome. Samplings were done on a monthly basis from January to December 2009, and a total of 211 specimens were captured. The environmental parameters such as rainfall, temperature, pH, electrical conductivity and dissolved oxygen of water were registered. The sampled population showed a slight predominance of males (55%), however females were larger in size and heavier. Both sexes of L. piau showed positive allometric growth, indicating a higher increase of weight than length. The first sexual maturation of males occurred at smaller sizes, (16.5cm total length) than in females (20.5cm). During the reproductive period, the condition factor and gonadosomatic index (GSI) of L. piau were inversely correlated. This species has large oocytes presenting a high mean fecundity of 54.966 with synchronous oocyte development and total spawning. The spawning period coincided when the rainy season of the region. Keywords: endemic fish, black piau, Leporinus piau, reproductive aspects, environmental variables. 49 50 INTRODUÇÃO A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, com cerca de 734.478 km2. As bacias hidrográficas sob o domínio do bioma Caatinga apresentam características peculiares, como regime intermitente e sazonal de seus rios, reflexo direto das precipitações escassas e irregulares, associadas à alta taxa de evaporação hídrica (Ab’ Saber, 1995; Leal et al., 2003). Estas condições ambientais moldaram a ictiofauna de água doce da Caatinga, sendo resultado de processos evolutivos, sendo altamente adaptada e rústica, sobrevivendo apenas as espécies mais resistentes (Lundberg et al. 1998). A Caatinga apresenta cerca de 240 espécies de peixes dulcícolas, distribuídas em sete ordens. Do total de 240 espécies, 9 são introduzidas e 136 são consideradas possivelmente endêmicas (Rosa et al., 2005). As espécies da ordem Characiformes e da família Anostomidae apresentam uma ampla distribuição na América do Sul, exceto à Oeste dos Andes, representada por 12 gêneros e 110 espécies (Nelson, 1994). O gênero Leporinus corresponde aproximadamente 50% das espécies da família Anostomidae, constituindo cerca de 60 espécies (Santos & Jegu 1996). Leporinus piau, conhecido vulgarmente como piau preto, encontra-se amplamente distribuído em bacias hidrográficas do Nordeste brasileiro (Britski et al.,1984; Garavello e Britski, 2003; Chellappa et al., 2009). Esta espécie pode atingir 400 gramas de peso corporal, representando uma elevada importância na pesca comercial e esportiva e de grande potencial para a aqüicultura. L. piau é importante ecologicamente como peixe forrageiro (Gomes & Verani, 2003; Alvim & Peret, 2004). O conhecimento cientifico sobre a reprodução desta espécie ainda é escasso para a região semiárida. Considerando a importância da espécie, o presente trabalho objetivou caracterizar a biologia reprodutiva, avaliando a estrutura populacional, proporção sexual, o tamanho da primeira maturação gonadal, os estágios de maturidade das gônadas, o índice gonadossomático (IGS) e o fator de condição (K) de L. piau do bioma Caatinga do Brasil, correlacionando o ciclo reprodutivo com as variáveis ambientais, tais como, pluviosidade, temperatura da água, condutividade, transparência, pH e oxigênio dissolvido. 50 51 MATERIAL E MÉTODOS As coletas foram realizadas no período janeiro a dezembro de 2009, no açude Marechal Dutra (Gargalheiras), localizado em Acari, RN, nas coordenadas 6° 26’ 11’’ de Latitude S e 36° 36’ 17’’ Longitude W (Fig. 1). O reservatório foi construído em 1959, possui uma capacidade de acumulação de 40x106 m3, com profundidade máxima de 25m e média de 8,5 m, sendo importante para a pesca, agricultura e a principal fonte de abastecimento de água da região. O açude esta inserido na bacia hidrográfica do rio Piranhas–Assu, que é a principal bacia do Rio Grande do Norte abrangendo um território total de 44.000 km². → INSERIR Fig. 1 Os peixes foram capturados utilizando 20 redes de espera, cada uma com 50m comprimento por 2m de altura, com malhas de diferentes tamanhos (6 a 12 cm). Foram utilizados também tarrafas e rede de arrasto. Após a captura, os exemplares foram acondicionados em caixas térmicas com gelo e transportados para o Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. As medidas morfométricas e as contagens merísticas foram realizadas para verificar a taxonomia da espécie (Britski et al., 1984). O status taxonômico da espécie foi confirmado pelo Prof. Dr. Ricardo Souza Rosa do Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba, Brasil. Para cada espécime foram registradas as medidas de comprimento total (Lt 1cm) (distância entre a extremidade anterior da maxila à extremidade final da nadadeira caudal), comprimento padrão (Ls 1cm) (distância entre a extremidade anterior da maxila à última vértebra da coluna vertebral), peso total (Wt 1 g) e peso das gônadas (Wg 1 g). Proporção sexual Foi estabelecida pelo quociente entre o número de machos e de fêmeas no período do estudo, não considerando os indivíduos com sexo indeterminado. O teste do qui-quadrado (2) foi aplicado com o propósito de testar as possíveis diferenças entre as proporções estabelecidas. O nível de significância de 5% foi adotado em todos os testes. 51 52 Estrutura da população Em comprimento e peso foi determinada para sexos separados, através da distribuição das freqüências absolutas em cinco classes de comprimento total (Lt) e doze classes de peso total (Wt). A relação peso-comprimento foi estimada para, fêmeas e machos, pela expressão: Wt = a.Ltb (Le Cren, 1951). Tamanho da primeira maturação gonadal A média do comprimento total onde 50% dos peixes amostrados apresentavam gônadas em desenvolvimento (L50) foi estimada a partir de freqüência relativa de todos os indivíduos adultos por classe de comprimento total. Índice gonadossomático (IGS) O IGS foi determinado com peixes maduros e esvaziados, utilizando a relação percentual entre o peso das gônadas (Wg) e o peso total do peixe (Wt), dado pela relação (Wootton et al. ,1978): IGS = Wg/(Wt) x 100 O Fator de Condição (K) Foi calculado, a partir da expressão K=Wt/Lb. Para estimar o valor do coeficiente b, ajustou-se uma única equação de relação peso-comprimento (W=aLb), a partir do conjunto de todos os indivíduos coletados (Lima-junior e Goitein, 2003). Fecundidade Foi estimada pelo método gravimétrico com auxílio de balança de precisão de quatro casas decimais. As gônadas foram pesadas e dissociadas em solução de Gilson modificada. Feita a dissociação foi registrado o peso total dos ovócitos e extraídas subamostras (três réplicas) que foram pesadas, sendo contado o número de ovócitos grandes e pequenos de cada réplica com auxílio de lupa. A fecundidade total foi estimada por regra de três simples a partir da média do número de ovócitos das três réplicas e média do peso das mesmas pelo peso total dos ovócitos na gônada (Vazzoler, 1996). 52 53 Variáveis ambientais Para caracterizar o índice de pluviosidade e identificar os períodos de estiagem e chuvoso, foram obtidos os dados de precipitação pluviométrica da área de estudo através da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A (EMPARN), tendo como ponto de captação de chuva a cidade de Acarí, RN. Os valores da temperatura da água (ºC), oxigênio dissolvido (mgL-1), pH e condutividade elétrica (μScm-1) foram registrados mensalmente in situ em três pontos diferentes, através de sondas específicas do kit multiparâmetro WTW multi 340i, realizando sua calibração antes de cada coleta. Os valores sempre foram registradas entre as 09:00 e 11:00h. RESULTADOS Proporção sexual No período de janeiro a dezembro de 2009 foi capturado um total de 211 exemplares de L. piau, onde houve uma leve predominância de machos (55%) sobre fêmeas (45%). A proporção sexual de 1 macho:1 fêmea não diferiu significativamente ao nível de 5% (2 = 0,57). Análise mensal apontou alterações na proporção sexual, com predominância de machos entre janeiro a março e setembro enquanto que as fêmeas predominaram em maio e outubro (Fig.2). → INSERIR Fig. 2 Estrutura em comprimento e peso As fêmeas apresentaram amplitude de comprimento total (Lt) de 11 a 32,9cm (20,9±4,8) e os machos de 9,6 a 27,5cm (18,4±4,1). A maior freqüência de indivíduos do sexo feminino foi observada na classe de 15 a 25 cm de comprimento total (Fig. 3a). Os machos tiveram seu maior número de indivíduos na classe de 15 a 20 cm de comprimento total. As fêmeas atingem significativamente comprimentos maiores que os machos (t = -3,94; p = 0,0001). A amplitude de peso total (Wt) para as fêmeas de L. piau, variou de 15 a 601,5g (164,7 ± 127), e para machos de 11,5 a 275g (98,3 ± 70,8). O maior número de indivíduos de sexo feminino foi registrado na classe de 15 a 115g (Fig. b). Os machos tiveram sua maior freqüência na classe de 15 a 65g. As fêmeas alcançam significativamente pesos superiores aos machos (t = -4,6; p = 0,000007). 53 54 Relação peso - comprimento Para as fêmeas a equação da relação peso total–comprimento total foi a seguinte, Wt = 0,0055Lt3,3234 , com r = 0,9957 (Fig. 3c) e para machos a equação foi Wt= 0,0072Lt3,2187 , com r = 0,9872 (Fig. 3d). A espécie apresenta um crescimento do tipo alométrico positivo, indicando que a espécie ganha mais incremento em peso do que em comprimento. → INSERIR Fig. 3 Tamanho da primeira maturação (L50) Os machos maturam em tamanhos menores que as fêmeas, o valor estimado para a primeira maturação dos machos foi de 17,5cm (± 0,08) de comprimento total (Fig. 4b), enquanto que para as fêmeas foi de 21 cm (± 0,25) (Fig.4a). → INSERIR Fig. 4 Os estágios de maturidade das gônadas As gônadas de L. piau são pares, localizadas dorso-lateralmente na cavidade celomática e ventral mente a bexiga natatória. A escala de maturidade foi constituída por quatro estádios para ambos os sexos (Fig. 5): Imaturo: Os ovários apresentaram-se de tamanho reduzido, transparentes, sem irrigação evidente com presença de ovócitos translúcidos. Margens lisas e arredondadas. Os testículos apresentaram-se em transparentes, pequenos e finos. Ambos com grande quantidade de gordura celomática (Fig. 5a). Em maturação: Há um aumento no tamanho e volume do órgão, ocupando cerda de 1/3 a 1/2 da cavidade celomática, com ovócitos visíveis a olho nu. Apresenta uma coloração parda e vascularização bem evidente. Os testículos apresentam um aumento na dimensão e vascularização, forma de filetes e mudança na coloração, agora esbranquiçada. Ambos ainda apresentam grande quantidade de gordura celomática (Fig. 5b). 54 55 Maduro: Neste estádio os ovários estão em tamanho máximo, ocupando quase toda a totalidade da cavidade celomática (2/3 ou mais). Os ovócitos maiores e bem visíveis. Coloração parda a acinzentada com vascularização bem evidente. Os testículos se apresentam eu seu tamanho máximo, com coloração rosa - leitosa, sob uma leve pressão ocorre fluência do liquido espermático. Não há presença gordura celomática evidente (Fig. 5c). Esvaziado: Os ovários apresentaram-se flácidos com coloração avermelhada e menores proporções. Os testículos encontravam-se com um aspecto hemorrágico e flácido. Para ambos os sexos foi observada pouca ou nenhuma gordura celomática (Fig. 5d). → INSERIR Fig. 5 Período reprodutivo A freqüência relativa dos estádios de desenvolvimento gonadal indica que os indivíduos em maturação ocorreram em todo período de estudo, sendo mais freqüente nos meses de julho a dezembro enquanto os peixes maduros ocorrem com maior freqüência janeiro a junho. O período reprodutivo estendeu-se de janeiro a junho com desova ocorrendo nos meses de abril a junho, quando ocorrem peixes com gônadas esvaziadas alem de um número maior de indivíduos imaturos (Fig. 6). → INSERIR Fig. 6 Índice Gonadossomático (IGS) e Fator de condição (K) Em relação ao índice gonadossomático, para os machos o menor valor (0,7) foi registrado no mês julho e o maior (16,9) foi no mês de dezembro. O menor valor (1,1) de IGS para as fêmeas foi de julho e o maior (28,03) em janeiro. As variações mensais do IGS dos machos e fêmeas foram semelhantes, sendo altos de janeiro a abril, seguidos de valores de maio a setembro, voltando a valores mais altos de outubro a dezembro (Fig. 7). Os valores do fator de condição aumentaram no período de junho a setembro de 2009, período no qual o índice gonadossomático (IGS) apresentou valores médios baixos (Fig.7). A análise de correlação entre os valores mensais do IGS e os valores médios mensais ambientais de machos e fêmeas, mostrou que a precipitação 55 56 pluviométrica se correlacionou positivamente com o IGS total, com valor de r = 0, 8101. → INSERIR Fig. 7 Fecundidade e Tipo de desova Quanto à fecundidade absoluta, o número de ovócitos vitelogênicos variou de 13,077 a 140,523, com média de 54,966 (±24,396). A fecundidade relativa foi de 184,4 ovócitos/g de peso corporal. A menor fecundidade foi verificada em uma fêmea com comprimento total de 19,5 cm e gônada pesando de 15,58g. O maior valor de fecundidade foi verificado em uma fêmea apresentando 31cm de comprimento total com ovários pesando de 116,77g. Houve uma correlação positiva entre o número total de ovócitos vitelogênicos e o comprimento total das fêmeas (Fig. 8b), do tipo exponencial (r = 0,8795), demonstrando que a fecundidade aumenta exponencialmente com o comprimento. A relação entre o peso total (Wt) e a fecundidade (Fig. 8c) mostrou uma correlação positiva ( r = 0,8327), sendo a relação mais forte encontrada entre o peso das gônadas (Wg) e a fecundidade (Fig. 8d), com r = 0,9161 (Fig. 8). O diâmetro dos ovócitos maduros variou de 7,0 a 1400 micrômetros com média de 1112 μm (± 250,2). A análise da distribuição do diâmetro de ovócitos mostrou a maior freqüência relativa de ovócitos de 1300 μm e uma menor freqüência de ovócitos pequenos (Fig. 8a). A alta fecundidade e a distribuição do diâmetro dos ovócitos em dois lotes indicam que o tipo de desova é total ou sincrônica. → INSERIR Fig. 8 Variáveis ambientais Dados pluviométricos Com base na pluviosidade média registrada no açude Marechal Dutra para o período de 2000 a 2007, o período de janeiro a junho é tradicionalmente chuvoso da região, ocorrendo chuvas escassas entre julho e dezembro. Em 2008 ocorreram precipitações atípicas para a região, com valores de 340 mm no mês de março e 280 mm em abril. 56 57 Para o período de estudo de 2009, as chuvas não foram registradas nos meses de agosto a dezembro (Fig. 9a). A partir do mês de janeiro as chuvas esperadas para a região ocorreram com grande intensidade. → INSERIR Fig. 9 Dados Limnológicos A temperatura da água variou de 25°C a 30,3°C com média de 27, °C (± 1,6DP), sendo registrados os menores valores em abril (25,5°C) e maio (25°C) de 2009, que correspondem aos meses de maiores precipitações pluviométricas e o maior em dezembro com 30,3°C, durante o período de estiagem (Fig. 9b). O oxigênio dissolvido variou com mínimo de 5,7 mgL-1 em agosto e máximo no 12,4 mgL-1 em fevereiro, com média de 7,5 mgL-1 (± 1,8) (Fig. 9c). O potencial hidrogeniônico (pH) se apresentou alcalino durante todo período de estudo com um valor máximo de 9,4 no mês de novembro e mínimo 7,8 em maio, com média de média de 8,6 (± 0,5) (Fig. 9d). A média da condutividade elétrica foi de 439,5 μScm-1 (± 59,9), tendo os meses abril e maio os menores valores com 352 μScm-1 e 330μScm-1 respectivamente e o maiores valores foram registrados de novembro a janeiro, que apresentou o maior valor de 533 μScm-1 (Fig. 9e). A análise de componentes principais (PCA) aplicada com as variáveis ambientais mostrou que os dois primeiros eixos juntos explicaram 95,05% da variância total das variáveis ambientais. O primeiro eixo fatorial explica 80,87% da variância dos dados, enquanto o segundo eixo explica 14,18%. Analisando o diagrama de ordenação é possível observar que as variáveis ambientais como o oxigênio dissolvido e a pluviosidade foram os fatores que mais destacaram no período chuvoso (janeiro a junho de 2009), enquanto que o pH a temperatura da água e condutividade elétrica foram os fatores mais importantes no período de estiagem (de julho a dezembro de 2009) (Fig. 10). →INSERIR Fig. 10 57 58 DISCUSSÃO A análise da estrutura populacional em relação ao sexo fornece subsídios importantes para o conhecimento da relação entre os indivíduos e o meio ambiente (Nikolsky, 1969). A proporção sexual não diferiu do esperado 1:1, porem mensalmente foi constatada a predominância significativa de machos entre janeiro a março e em setembro, existindo a possibilidade de que ocorra segregação espacial relativa ao sexo, com machos e fêmeas habitando áreas diferenciadas do ambiente, o que se refletiria sobre as proporções sexuais observadas neste período. Narahara et al. (1985) sugeriram que o desvio na proporção entre os sexos poderia estar relacionado ao comprimento dos indivíduos o que pode ocasionar captura preferencial, em maior ou menor escala, dos exemplares de um dos sexos. Enquanto que as fêmeas predominaram no maio e outubro, isto pode ter ocorrido devido ao peso das gônadas, tornando as fêmeas mais susceptíveis à captura (Gurgel, 2004). As fêmeas de L. piau, foram maiores que os machos em relação ao comprimento e peso corporal. Santos & Jegu (1996), inventariando a família Anastomidae em um lago da Amazônia, constatou que as fêmeas eram maiores que os machos. Mesmo resultado foi também registrado para outras espécies, tais como, Salminus brasiliensis (Sato et al., 2000) e Prochilodus brevis (Nascimento, 2006). A estimativa do parâmetro b maior que 3,0 para machos e fêmeas de L. piau, sugere tratar-se de um peixe com valor alométrico positivo, ou seja, a espécie se desenvolve mais em peso do que em comprimento. A análise da relação pesocomprimento tem sido utilizada para estimar biomassa a partir de dados de freqüência de comprimento e como medida da variação do peso esperado para o comprimento de um indivíduo, indicando sua condição, ou seja, o acúmulo de gordura e de desenvolvimento gonadal (Chellappa et al., 1989). Embora o comprimento da primeira maturação apresente variações entre as espécies determinadas pela disponibilidade de alimento e em ocorrência de taxas de crescimento diferenciadas (Nikolsky, 1963), várias espécies tropicais parecem alcançálo quando atingem de 40 a 50% do comprimento assintótico (Agostinho et al., 1991). A análise da primeira maturação de L. piau, revelou que os machos maturam antes que as fêmeas. Resultados similares para e mesma espécie foram descritos (Tavares & Godinho, 1994 e Soares et al., 1996). 58 59 Mediante a observação macroscópicas, notou-se que a morfologia das gônadas de L. piau segue o mesmo padrão descrito para peixes anostomídeos (Costa et al., 2005; Thome et al., 2005; Andrade & Gondinho, 1983 e Ferreira & Gondinho, 1990). O IGS demonstra o estado funcional da gônada em relação ao peso do peixe, assim indicando o período de desova. Os valores médios de IGS mostram que o período reprodutivo dos machos e fêmeas ocorre durante o período de chuvas da região. Observou-se que as fêmeas apresentam valores mais elevados do que os machos. Os valores de IGS mais elevados para fêmeas foram relatados (Godoy, 1959; Chellappa et al., 2003; 2009), demonstrando que o volume dos ovários durante o processo de maturação gonadal ocorre de modo acentuado. A análise do fator de condição se parece ser um bom indicador do período reprodutivo para L. piau, pois é observada uma relação inversa ao IGS. Esse resultado pode estar relacionado com a gordura visceral dos indivíduos que é utilizada durante o processo de desenvolvimento gonadal da espécie. A variação sazonal do fator de condição pode estar relacionada ao processo de maturação dos ovários e conseqüente mobilização de reservas energéticas acumuladas (Chellappa et al., 1995; Lima-junior & Goitten, 2003). A fecundidade é um importante subsídio na estimativa de estoques pesqueiros e produção de alevinos, alem de dar indicações da estratégia de vida da espécie. A fecundidade absoluta de L. piau verificada neste estudo foi semelhante à encontrada por outros autores (Sampaio & Sato, 2009). Há registros de fecundidade absoluta de outras espécies de Leporinus variando de 4.663 a 884.616 ovócitos (Vazzoler, 1996; Sato et al., 2003). Assim, verifica-se que, dentro desse gênero, há uma amplitude grande nos valores de fecundidade absoluta. Os diâmetros médios dos ovos registrados para a espécie estudada neste trabalho estão dentro dos padrões observados em outras espécies de Leporinus, com variação de 1 a 1,06 mm para ovos (Nakatani et al., 2001). Os fatores ambientais exercem influência nos ecossistemas aquáticos continentais, agindo sobre os processos ecológicos das comunidades biológicas. A interação entre as variáveis ambientais, entre as quais, destacam-se o fotoperíodo, a temperatura, as chuvas e as cheias, parece oferecer um controle exógeno sobre a periodicidade dos eventos reprodutivos. O primeiro em função do caráter previsível de sua variação anual, deve ter ação mais generalizada sobre o ciclo, enquanto que os demais atuam no desencadeamento de eventos específicos como a desova (Lowe59 60 McConnell, 1987). As chuvas e conseqüentemente o enchimento dos reservatórios têm demostrado maior correlação com o desencadeamento da desova em peixes tropicais. O período de desova de L. piau no açude Marechal Dutra está correlacionado com as mudanças das variáveis limnológicas, tais como, o aumento do oxigênio dissolvido e a diminuição da temperatura, pH e condutividade elétrica ocorridas com o início do período chuvoso. Agostinho et al. (2004) também verificaram a importância das variáveis limnológicas nas comunidades de peixes em ecossistemas dulcícolas. As chuvas esperadas para a região ocorreram com grande intensidade durante o período de estudo alcançando maiores valores nos meses março e abril de forma atípica, provocando como em 2008, o segundo ano de enchimento total do açude e conseqüentemente seu transbordamento. Este fato pode ter ocorrido pela influência do fenômeno climático La Niña nos anos de 2008 e 2009 (CPTEC/INPE, 2009). A maior intensidade pluviométrica e do oxigênio dissolvido coincidiram com o período de desova da espécie em estudo. L. piau da ordem Characiformes é um importante componente ecológico dos rios da América do Sul. A aniquilação de uma espécie dessa ordem pode gerar grande impacto no ciclo ecológico da degradação e síntese de moléculas orgânicas de carbono na natureza. Taylor et al. (2006) investigaram os efeitos da retirada da espécie detritívora e migradora, Prochilodus mariae, no funcionamento do ecossistema do rio Lãs Marias da região Andina da bacia Orinoco na Venezuela. A ausência desta espécie causou mudanças no metabolismo e fluxo de carbono orgânico deste ecossistema, levando a degradação total do rio. 60 61 REFERENCIAS Ab´ Saber, A.N. (1995). The Caatinga Domain. In: Monteiro, S.& Kaz, L., eds. Caatinga-Setão, Sertanejos. Rio de Janeiro: Editora Livroarte, p. 47-55. Agostinho, A. A.; Barbieri, G.; Verani, J. R. (1991). 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Freqüência mensal do Índice gonadossomático e fator de condição para fêmeas e machos de L. piau. FIG.8. Distribuição de freqüência dos ovócitos no ovário maduro (a), relação de fecundidade com o comprimento total (b), peso total (c) e o peso das gônadas (d), para fêmeas de L. piau. FIG.9. Valores médios de pluviosidade no período de 2000 a 2009 (a), valores mensais de temperatura (b), oxigênio dissolvido (c), pH (d) e condutividade elétrica da água (e) do açude Marechal Dutra. FIG.10. Diagrama de ordenação da análise de componentes principais (PCA) das variáveis ambientais da área de estudo. 65 66 FIG.1 67 Fêmea Macho * Frequencia relativa (%) 100 * 80 * * * 60 40 20 0 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 meses FIG.2 68 a 60 b 50 50 40 40 30-35 comprimento Total (cm) 400 350 565-615 25-30 515-565 20-25 465-515 15-20 415-465 10-15 365-415 0 315-365 0 265-315 10 215-265 10 165-215 20 115-165 20 65-115 30 30 15-65 Frequencia relativa (%) Machos Fêmeas Peso Total (g) c 3,1259 Wt = 7E-06Lt r = 0,9727 700 3,4003 600 300 WT (g) Wt(g) 400 200 300 150 100 200 50 100 0 150 200 Lt (cm) FIG. 3 Wt = 2E-06Lt r = 0,9889 500 250 0 100 d 250 300 100 150 200 250 Lt (cm) 300 350 69 100 a 90 Frequencia relativa (%) 80 70 60 50 Lf50 = 21 cm (± 0,08) r2 = 0,9724 n = 75 40 30 20 10 0 5-10 10-15 15-20 20-25 25-30 30-35 Comprimento Total (cm) 100 b Frequencia relativa (%) 90 80 70 60 50 Lf50 = 17,5 cm (± 0,25) r2 = 0,9634 n = 86 40 30 20 10 0 5-10 10-15 15-20 20-25 Comprimento total (cm) FIG.4 25-30 70 a Ovários a b b c c d d FIG. 5 Testículos 71 Imaturo Maturação Maduro Esvaziado Frequencia relativa (%) 100% 80% 60% 40% 20% 0% jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 meses FIG.6 72 IGS-Fêmea IGS-Macho K Fêmea K Macho 30 14 25 12 10 8 15 6 10 4 5 2 0 0 jan-09 fev-09 mar-09 abr-09 mai-09 jun-09 jul-09 ago-09 set-09 out-09 nov-09 dez-09 Meses FIG. 7 K IGS 20 73 100 a Frequencia (%) 80 60 40 20 0 600 - 800 801 - 1000 1201 - 1400 1401 - 1600 Diâmetro do ovócitos (µm) 160000 b 4,0904 140000 y = 0,0682x r = 0,8795 120000 Fecundidade 1001 - 1200 100000 80000 60000 40000 20000 0 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 Lt (cm) 160000 y = 0,0079x 2,7528 r = 0,8327 140000 c Fecundidade 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 0 50 100 150 200 250 300 350 160000 y = 964,06x + 11908 r = 0,9161 140000 d 120000 Fecundidade 400 Wt (g) 100000 80000 60000 40000 20000 0 0 20 40 60 80 Wg (g) FIG.8 100 120 140 74 (a) (b) (c) (d) (e) FIG.9 75 Biplot (eixoss F1 e F2: 95,05 % ) 2,5 Fev-09 2 1,5 1 eixo F2 (14,18 %) Oxigênio Dissolvido 0,5 pH Pluviosidade 0 M ai-09 A br-09 M ar-09 -0,5 Jan-09 Jun-09 Jul-09 Temperatura da água Condutividade elétrica Sep-09 Dec-09 Ago -09 No v-09 Oct-09 -1 -1,5 -2 -2,5 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 eixo F1 (80,87 % ) 1 1,5 2 2,5 Período Chuvoso Período de estiagem FIG.10 5. CONCLUSÕES 76 Os estudos realizados de setembro 2008 a dezembro de 2009, sobre as comunidades ícticas e da ecologia reprodutiva do piau preto, Leporinus piau da bacia Piranhas-Assu na Caatinga do Rio Grande do Norte, nos permitiram as seguintes conclusões: As comunidades da ictiofauna da bacia Piranhas-Assu são constituídas por 4 ordens, 11 famílias e 22 espécies, sendo 17 nativas, 4 introduzidas de outras bacias do Brasil e 1 espécie exótica. A ordem mais representativa em número de famílias foi a Characiformes, seguida da Perciformes, Siluriformes e Synbranchiformes. Entre as famílias, a Cichlidae foi mais representativa em número de espécies, seguida pela Anastomidae. A tilápia do Nilo, Oreochomis niloticus, foi a espécie mais representativa, seguida da espécie nativa o piau, Leporinus piau; Os fatores ambientais influenciaram na abundância da ictiofauna, e as espécies raras Astronotus ocellatus e Serrasalmus rombeus ocorreram apenas no período chuvoso; A população do peixe endêmico piau preto, Leporinus piau mostrou uma leve predominância de machos enquanto as fêmeas foram maiores em comprimento e mais pesadas. Não há diferença significativa na proporção sexual e espécie apresenta crescimento do tipo alométrico positivo; A primeira maturação sexual ocorre mais cedo nos machos que as fêmeas com quatro estágios de maturação gonadal; A distribuição dos valores médios do IGS, a alta fecundidade e a distribuição do diâmetro dos ovócitos indicam que a desova é total; A reprodução da espécie ocorre no período chuvoso; São necessários programas de gestão para a conservação da diversidade de peixes de água doce, que visem a identificação e listagem das espécies, a determinação do tamanho da população e avaliação do comportamento reprodutivo dos peixes. Essas medidas são de fundamental importância para a conservação de peixes de Caatinga. 6. REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS GERAIS 77 AB´ SABER, A N. 1995. The Caatinga Domain. In: S. Monteiro & L. Kaz (eds) Caatinga-Setão, Sertanejos. Editora Livroarte, Rio de Janeiro, p 47-55. AGOSTINHO, A. A.; BARBIERI, G.; VERANI, J. R. 1991. 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Copyright Authors will be required to sign a Copyright Transfer Agreement (CTA) for all papers accepted for publication. Signature of the CTA is a condition of publication and papers will not be passed to the publisher for production unless a signed form has been received. (Government employees need to complete the Author Warranty sections, although copyright in such cases does not need to be assigned). After submission authors will retain the right to publish their paper in various medium/circumstances (please see the form for further details). To assist authors an appropriate form will be supplied by the editorial office. Alternatively, authors may like to download a copy of the Copyright Transfer Agreement as a PDF. Please send the relevant form to: Ecology of Freshwater Fish, Production Editor, Wiley Services Singapore Pte Ltd, 600 North Bridge Road, #05-01 Parkview Square, Singapore 188778, Singapore. (A fax to + 65 6511 8288 or an email of the scanned form to [email protected] is acceptable.) OnlineOpen is available to authors of primary research articles who wish to make their article available to non-subscribers on publication, or whose funding agency requires grantees to archive the final version of their article. With OnlineOpen the author, the author's funding agency, or the author's institution pays a fee to ensure that the article is made available to non-subscribers upon publication via Wiley InterScience, as well as deposited in the funding agency's preferred archive. For the full list of terms and conditions, see http://www3.interscience.wiley.com/authorresources/online open.html#OnlineOpen_Terms. Any authors wishing to send their paper OnlineOpen will be required to complete the payment form available from our website at: 88 ttp://www.blackwellpublishing.com/pdf/EFF_OOF.pdf. Prior to acceptance there is no requirement to inform an Editorial Office that you intend to publish your paper OnlineOpen if you do not wish to. All OnlineOpen articles are treated in the same way as any other article. They go through the journal's standard peer-review process and will be accepted or rejected based on their own merit. Online submission To submit an article please visit our ScholarOne Manuscripts (formerly known as Manuscript Central) site: ScholarOne Manuscripts. Preference is given to articles of not more than 10 printed pages. Submit the manuscript in English. Prepare your manuscript using a word processing program and save it as a .doc, .rtf or .ps file. Nonpdf files will automatically be converted to .pdf format. Image files such as .gif, .eps and .tif may be uploaded. These will be converted to small .jpg files. The converted .pdf and .jpg files will be the files evaluated during the review process. 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Heins [[email protected]] or Leif Asbjørn Vøllestad Professor Center for Ecological and Evolutionary Synthesis CEES Department of Biology University of Oslo Post Office Box 1066 Blindern 89 NO-0316 Oslo Norway Tel: +47 22854640 Fax: +47 22854605 e-mail: Asbjørn Vøllestad [[email protected]] With the submission of any MS, authors are requested to submit - (1) A covering letter indicating succinctly why the manuscript is novel and of general interest for an international audience. Authors are encouraged to refer to other studies recently published and comment their contents including short abstracts. Authors should state that the manuscript is not currently under consideration in another journal and that all authors agree with the contents of the manuscripts. Only the senior author will be sent an acknowledgment of submission.(2) Several suitable reviewers (with e-mail addresses) may be suggested. Ecology of Freshwater Fish recognizes conflict of interest. Therefore, authors may also indicate referees they would prefer not to review their manuscripts. Such suggestions will be considered guidelines only and the Editors are under no obligation to follow them. The Editors will select the most appropriate reviewers for each manuscript. IMPORTANT! All manuscripts sent to authors for review should be returned to editors within 30 days. Otherwise the manuscript will be considered as a new submission unless justified reasons. Authorship Ecology of Freshwater Fish is concerned with the matter of scientific misconduct, and although it might seem a matter of course to authors, the importance of adhering to all ethical guidelines in connection with scientific publishing must be stressed. Papers submitted to Ecology of Freshwater Fish should conform to established guidelines for authorship (cf. http://www.icmje.org). Authorship of a paper carries with it both the responsibility and credit for the report. All those persons whose names appear as authors should have had substantial involvement in the conception, design, data acquisition, data analysis or interpretation, drafting or revising the manuscript, or providing extensive guidance critical for the completion of the study. They should be able to present and defend appropriate portions of the work in a public forum. Honorary authorship is not appropriate, nor is authorship solely for obtaining or providing funding, data collection, or general supervision of the research. All authors must agree on both the submission and entire content of any article bearing their names. When an article is submitted for consideration by Ecology of Freshwater Fish, the corresponding author must provide a statement that the manuscript conforms to these guidelines and that all authors agree to the submission and content of the article. In cases where there are five (5) authors or more, the corresponding author must state the involvement each author had in the preparation of the manuscript. Author material archive policy Please note that unless specifically requested, Wiley-Blackwell will dispose of all hardcopy or electronic material submitted two months after publication. If you require the return of any material submitted, please inform the editorial office or production editor as soon as possible if you have not yet done so. 90 Types of articles Letters should express new ideas, new and controversial perspectives on major areas of research or topics of current interest for a broad international audience, clearly presented and documented. Letters should contain Articles should not exceed 9000 words in length and have no more than 8 figures and/or tables and 80 references. Word count is for the main text body (excluding title, abstract acknowledgements, references, table and figure legends). Reviews have no length limit but those no longer than 20 printed pages would be preferable. Reviews should express an overall contribution to the discipline, novel principles emerging over the past years, and indications of new venues for future research. For the submission of a Review, authors should first contact one of the editors and submit an abstract no longer than 300 words. Invited Reviews may be solicited by the editors. Crossheads - Use no more than 3 levels of crossheads, clearly indicating the level of each. Title page - The title page should contain the title and authors names, e-mail address for the nominated corresponding author, telephone and telefax numbers and full postal address, including any postcode. Provide a short title to be used as a running headline, up to six keywords and an abstract no longer than 150 words. Introduction - State the purpose, give only strictly pertinent references and do not review the subject extensively. Material and methods and study area - Material and methods should be concise but allow confirmation of observations and repetition of the study. The study area may be described under a separate heading before Material and methods. Results - Present your results in a logical sequence in the text, tables and figures. Do not repeat in the text all data in the tables and figures; emphasise or summarise only important observations. Discussion - Summarise the findings without repeating in detail the data presented in Results. Relate your observations to other relevant studies; point out the implications of the results and their limitations and place them in the context of other work. Acknowledgements - Acknowledge only people who have substantially contributed to the study and sources of financial support. References in articles - We recommend the use of a tool such as EndNote or Reference Manager for reference management and formatting. EndNote reference styles can be searched for here: http://www.endnote.com/support/enstyles.asp Reference Manager reference styles can be searched for here: http://www.refman.com/support/rmstyles.asp 91 Text citations should quote the surnames of the authors in one of two ways: 1) with the year in parentheses: 'Fox (1991) has shown ...' 2) with the names and year in parentheses: 'According to recent findings (Fox 1991), ...' For text citations with 2 authors, use both surnames separated by &. For 3 or more authors, use the first surname plus et al. For citations of several articles by the same authors with the same year, place a, b, c, etc. after the year. Include only references cited in the text. Check that the text citations correspond exactly with the reference list. Verify the references against the original documents. Do not abbreviate the titles of journals. Do not include unpublished material, including theses, in the references. List the references in alphabetical order at the end of the manuscript. For publications with one author, arrange them chronologically. For 2 authors, arrange alphabetically and then chronologically. For 3 or more authors, arrange chronologically. Examples: Heggenes, J. & Traaen, T. 1988. Daylight responses to overhead cover in stream channels for fry of four salmonid species. Holarctic Ecology 11: 194-201. Tesch, F.-W. 1977. The eel. Biology and management of anguillid eels. London: Chapman & Hall. xii + 434 pp. Le Cren, E.D. 1969. Estimates of fish populations and production in small streams in England. In: Northcote, T.G., ed. Symposium on salmon and trout in streams. H.R. MacMillan lectures in fisheries. Vancouver: University of British Columbia, pp. 269-280. Cunjak, R.A. 1986. The winter biology of stream salmonids. Ph.D. thesis. Waterloo, Ontario: University of Waterloo. 160 pp. Scientific names - Cite the scientific name, genus and species for every organism at first mention. The generic name may then be abbreviated as an initial capital except if intervening references to other genera would cause confusion. Common names of organisms must be accompanied by the correct scientific name at first mention. Latin names should be italicised (or underlined). Abbreviations and units - Give the full Invent new abbreviations only for unwieldy abbreviations in the title and abstract and use discussion. Use SI and metric units. Use no decimal point, not the comma. name of abbreviations at first mention. names mentioned frequently. Identify them sparingly in the introduction and roman numerals. In decimals use the Tables - Number tables consecutively in Arabic numerals following their order in the text. Type each table on a separate sheet and provide a title that makes the table self-explanatory. Give due regard to the proportions of the printed page. Indicate the approximate location desired in the text. Illustrations - Number all figures consecutively with Arabic numerals. Identify each with a label indicating the author's name at the top. Figures should clarify the text and must be professionally drawn. The details must be large enough to retain clarity after reduction. Half-tones should exhibit high contrast. Avoid using tints if possible; if 92 shading is essential to the understanding of the figure, try to make it coarse. Highquality (laser or equivalent) computer-generated figures are acceptable. Select photographs only to illustrate something that cannot otherwise be adequately shown. Photographs should be original half-plate, glossy, black-and-white prints. Type the legends on a separate page at the end of the manuscript. Give due regard to the proportions of the printed page. Indicate the approximate location desired in the text. Line graphs: please place tick marks outside the axes of the graph. Please do not include a border or grid around your figure. It is the policy of Ecology of Freshwater Fish for authors to pay the full cost for the reproduction of their colour artwork. The cost of colour printing in this Journal has recently gone down, with the first figure costing 150 GBP and all subsequent figures 50 GBP each. Therefore, please note that if there is colour artwork in your manuscript when it is accepted for publication, Wiley-Blackwell require you to complete and return a colour work agreement form before your paper can be published. This form can be downloaded as a PDF here. If you are unable to download the form, please contact the Production Editor at: [email protected] and they will be able to email or fax a form to you. Once completed, please return the form to the Production Editor at Wiley Services Singapore, 600 North Bridge Road, #05-01 Parkview Square, Singapore 188778. Any article received by Wiley-Blackwell with colour work will not be published until the form has been returned. More detailed illustration guidelines for authors http://authorservices.wiley.com/bauthor/illustration.asp can be found at Supporting Information - Publication of a research article in Ecology of Freshwater dictates that all materials described in the paper will be made available freely (or at a nominal price) to the academic scientific community for their own use any materials (e.g. strains, clones, antibodies, etc.) used in the experiments described. An investigator who feels that reasonable requests have not been met by the authors should correspond with the Editors. Authors must use the appropriate database to deposit detailed information supplementing submitted papers, and quote the accession number in their manuscripts. In addition to regular journal material, Ecology of Freshwater Fish offers the opportunity to publish extra material via its website, such as video, extra colour figures, large data sets. Please note however that only relevant, good quality and material of particular interest will be published on the internet. The material published on the internet cannot be used as sole evidence for the print version of the article. Authors are responsible for the preparation of supporting information, which should be supplied in a format that will be most accessible by readers (e.g. PDF or Word for text and TIFF/EPS for figures). Proofs - The corresponding author will receive an email alert containing a link to a web site. A working e-mail address must therefore be provided for the corresponding author. The proof can be downloaded as a PDF (portable document format) file from this site. Acrobat Reader will be required in order to read this file. This software can be downloaded (free of charge) from the following web site: http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html. 93 This will enable the file to be opened, read on screen and printed out in order for any corrections to be added. Further instructions will be sent with the proof. Hard copy proofs will be posted if no e-mail address is available. Excessive changes made by the author in the proofs, excluding typesetting errors, will be charged separately. Offprints - A PDF offprint of the online published article will be provided free of charge to the corresponding author, and may be distributed subject to the Publisher's terms and conditions. Paper offprints of the printed published article may be purchased if ordered via the method stipulated on the instructions that will accompany the proofs. Printed offprints are posted to the correspondence address given for the paper unless a different address is specified when ordered. Note that it is not uncommon for printed offprints to take up to eight weeks to arrive after publication of the journal. Electronic offprints are sent to the first author at his or her first e-mail address on the title page of the paper, unless advised otherwise; therefore please ensure that the name, address and e-mail of the receiving author are clearly indicated on the manuscript title page if he or she is not the first author of the paper. Early View - Ecology of Freshwater Fish is covered by Wiley-Blackwell's Early View service. Early View articles are complete full-text articles published online in advance of their publication in a printed issue. Articles are therefore available as soon as they are ready, rather than having to wait for the next scheduled print issue. Early View articles are complete and final. They have been fully reviewed, revised and edited for publication, and the authors' final corrections have been incorporated. Because they are in final form, no changes can be made after online publication. The nature of Early View articles means that they do not yet have volume, issue or page numbers, so Early View articles cannot be cited in the traditional way. They are therefore given a Digital Object Identifier (DOI), which allows the article to be cited and tracked before it is allocated to an issue. After print publication, the DOI remains valid and can continue to be used to cite and access the article. More information about DOIs can be found at: http://www.doi.org/faq.html. To receive an e-mail alert when your article is published, please see this page. Note to NIH Grantees Pursuant to NIH mandate, Wiley-Blackwell will post the accepted version of contributions authored by NIH grant-holders to PubMed Central upon acceptance. This accepted version will be made publicly available 12 months after publication. For further information, see www.wiley.com/go/nihmandate. . 94 Anexo 2a: Resumo do Trabalho apresentado durante o Congresso de Iniciação Cientifica da UFRN - CIC-2008, de 20 a 23 de outubro de 2008. 95 Anexo 2b: Certificado do trabalho apresentado durante o Congresso de Iniciação Cientifica da UFRN - CIC-2008, de 20 a 23 de outubro de 2008. 96 Anexo 3a: Trabalho publicado nos ANAIS do XII Congresso Brasileiro de Limnologia, realizado de 23 a 27 de agosto/2009 em Gramado/RS. Ictiofauna nativa e introduzida no açude Marechal Dutra do bioma Caatinga Wallace S. do Nascimento(1); Liliane L. Gurgel Souza;(1)Andréa S. de Araújo(1) Nirlei Hirachy Costa Barros(1), Mirlla Cibely Gomes de Souza(1), Lúcia de Fátima de Moura Cavalcante(1), Sathyabama Chellappa(1) & Ricardo S. Rosa(2). email: [email protected] (1) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2) Universidade Federal da Paraíba RESUMO Os levantamentos ictiofaunísticos realizados nos açudes e nas bacias hidrográficas do estado do Rio Grande do Norte ainda são incompletos. O presente trabalho teve como objetivo efetuar um levantamento da ictiofauna nativa e introduzida em um açude do bioma caatinga. Foram realizadas amostragens mensais entre outubro de 2008 a fevereiro de 2009, no açude Marechal Dutra localizado em Acari, RN. Foram capturados 595 indivíduos distribuídos em 4 ordens (Characiformes, Perciformes, Siluriformes e Synbranchiformes), 10 famílias (Characidae, Curimatidae, Anostomidae, Prochilodontidae, Erythrinidae, Cichlidae, Sciaenidae, Heptapteridae, Loricariidae, Synbranchidae) e 20 espécies, sendo 16 espécies nativas e 4 introduzidos. A ordem Characiformes foi mais representativa com 46%, Perciformes com 36%, Siluriformes 17% e Synbranchiformes 1%. A espécie introduzida tilápia, Oreochomis niloticus, foi mais expressiva com 25% seguida pela espécie nativa o Piau-preto, Leporinus piau com 19 %. Palavras-Chave: peixes; composição; açude Gargalheiras; semi-árido brasileiro. Apoio: CNPq & CAPES 97 Anexo 3b: Trabalho apresentado de forma de comunicação oral (Power Point 2003) no XII Congresso Brasileiro de Limnologia, realizado de 23 a 27 de agosto/2009 em Gramado/RS. 98 Anexo 3c: Certificado de participação no XII Congresso Brasileiro de Limnologia, realizado de 23 a 27 de agosto/2009 em Gramado/RS. 99 Anexo 4a: Trabalho expandido publicado nos ANAIS do II Simpósio de Biologia do Rio Grande do Norte, realizado de 02 a 05 de setembro/2009 em Natal/RN. II Simpósio de Biologia do Rio Grande do Norte, UNP, Natal 2009 Trabalho No. 2796 ICTIOFAUNA DA BACIA PIRANHAS-ASSU, RIO GRANDE DO NORTE, BIOMA CAATINGA. Wallace Silva do Nascimento, Liliane de Lima Gurgel Souza, Andréa Soares de Araújo, Fabiana Rodrigues de Arruda Câmara, Sathyabama Chellappa. Wallace Silva do Nascimento1; Andréa Soares de Araújo2; Liliane de Lima Gurgel Souza3; Fabiana Rodrigues de Arruda Câmara3; Sathyabama Chellappa1 1 UFRN, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Centro de Biociências, Departamento de Oceanografia e Limnologia, Praia de Mãe Luíza, s/n, 59014-100, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. [email protected] 2 UFRN, Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia, Centro de Biociências, Departamento de Fisiologia, Cx. Postal 1510, Campus Universitário, 59078-970, Rio Grande do Norte, Brasil. 3 UFSCar, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Ecologia dos Recursos Naturais, Departamento de Hidrobiologia. Rodovia Washington Luiz, Km 235 Monjolinho, 13565-905 - São Carlos, São Paulo, Brasil. RESUMO O conjunto de espécies de peixes de água doce que ocorre na Caatinga representa o resultado de processos históricos de especiação vicariante, de processos ecológicos e de processos antrópicos. As amostragens do levantamento da ictiofauna foram realizadas no rio Assu, Rio Acauã e açude Marechal Dutra situados na maior bacia do Rio Grande do Norte, durante o período de agosto/2008 a fevereiro/2009. Foram capturados 896 peixes, distribuídos em 4 ordens e 11 famílias e 21 espécies. O presente estudo reflete a situação descrita para os rios neotropicais e lagoas temporárias do Brasil. Porém o número de espécies descritas neste trabalho, ainda é insipiente, sendo necessária a continuidade deste estudo. Palavras chaves: Bacia Hidrográfica; Caatinga; Ictiofauna. INTRODUÇÃO Grande parte das bacias hidrográficas do nordeste brasileiro encontra-se sob influência do bioma Caatinga que apresenta características peculiares, como um subsolo cristalino, regime intermitente e sazonal de seus rios e à alta taxa de evaporação hídrica. A ictiofauna da Caatinga representa o resultado de processos históricos de especiação vicariante, de processos ecológicos e de processos antrópicos (Rosa et al. 2003). Segundo Agostinho et al. (2005), o número de espécies nos ecossistemas aquáticos continentais brasileiros ainda é impreciso e difícil de ser estimado. Entre as dificuldades 100 II Simpósio de Biologia do Rio Grande do Norte, UNP, Natal 2009 Trabalho No. 2796 destacam-se o número de bacias hidrográficas jamais inventariadas; a insuficiência no número de pesquisadores e na infra-estrutura necessária para amostragens; o reduzido número de inventários efetuados e a dispersão das informações que freqüentemente são de difícil acesso. São poucos os estudos realizados envolvendo o conhecimento íctico do bioma Caatinga. No RN foram desenvolvidos trabalhos com enfoque à ecologia reprodutiva e alimentar de espécies nativas e introduzidas (Chellappa et al. 2003; Medeiros et al. 2003), o que contribui no conhecimento biológico dos ecossistemas aquáticos do semiárido. Contudo, não há um consenso acerca do status taxonômico de muitas espécies deste bioma. Este fato reflete a carência de estudos sobre a sistemática dos peixes das principais Bacias da região. Desta maneira, este trabalho visa caracterizar a ictiofauna presente na Bacia Piranhas-Assú do RN. METODOLOGIA A bacia hidrográfica do rio Piranhas – Assú abrange um território de 42.900 km² distribuído entre os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, abrangendo completa ou parcialmente, 45 municípios no Rio Grande do Norte (IDEMA, 2004). As amostragens foram realizadas em três pontos, no Rio Assú (5º 39’ 92’’ S; 36º 53’ 92’’ W), Rio Acauã (6° 26’ 11’’ S e 36° 36’ 17’’ W) e Açude Marechal Dutra (6 26’ 24’’ S e 36 38’00’’ W), durante o período de agosto/2008 a janeiro/2009. Os peixes foram capturados com auxílio de redes de espera com malhas de diferentes tamanhos, tarrafas, picarés (rede de arrasto) e anzóis. Os peixes após a captura foram fixados em formol a 4% e transportados ao Laboratório de Ictiologia, DOL, UFRN e para o Laboratório de Ictiologia DSE-UFPB onde os peixes foram identificados taxonomicamente (Britiski, et al., 1984). RESULTADOS E DISCUSSÃO O levantamento ictiofaunístico é a primeira providência ao se analisar a estrutura de comunidades, além de caracterizá-las serve de embasamento para a comparação entre comunidades, sendo imprescindível para entendimento e gerenciamento adequados dos ecossistemas aquáticos (Fialho, 1998). Foram capturados um total de 896 peixes, distribuídos em 4 ordens(Characiformes, Perciformes, Siluriformes e Synbranchiformes), 11 famílias (Characidae, Curimatidae, Anostomidae, Prochilodontidae, Erythrinidae, Cichlidae, Sciaenidae, Heptapteridae, Loricariidae, Synbranchidae e Auchenipteridae) e 21 espécies, sendo 17 espécies nativas (Astyanax bimaculatus, Astyanax fasciatus, Moenkhausia dichroura, Triportheus angulatus, Serrasalmus sp, Cichlasoma orientale, Crenicichla Menezes, Leporinus piau, Prochilodus brevis, Pimelodella gracilis, Hoplias malabaricus, Steindachnerina notonota, Pseudancistrus papariae, Hypostomus pusarum, Psectrogaster rhomboides, Synbranchus marmoratus e Trachelyopterus galeatus) e 4 introduzidas (Astronotus ocellatus, Oreochromis niloticus, Cichla monoculus, Plagioscion squamosissimus). A ordem Characiformes foi mais representativa com 49,77%, Perciformes com 27,57%, Siluriformes 22,32% e Synbranchiformes 0,33%. Segundo Lowe-McConnell (1999) e Britski (1972), a alta freqüência da ordem Characiformes registrada no presente estudo reflete a situação descrita para os rios neotropicais e lagoas temporárias. A dominância da ordem Characiformes registrada no presente estudo reflete a situação 101 II Simpósio de Biologia do Rio Grande do Norte, UNP, Natal 2009 Trabalho No. 2796 descrita para os rios neotropicais (Lowe-McConnell, 1999). Esse predomínio é também descrito por Canan (1993), estudando a ictiofauna da lagoa de Boa Cicca/RN e Lucas (2004), quantificando a comunidade da lagoa de Extremoz/RN. A família Cichlidae foi mais representativa com 22,88%. A Curimatã (Prochilodus brevis) foi a espécie mais expressiva com 21,32%, seguida da espécie exótica Tilápia (Oreochromis niloticus) com 16,74%. CONCLUSÃO O presente estudo reflete a situação descrita para os rios neotropicais e lagoas temporárias do Brasil. Porém o número de espécies descritas neste trabalho, sendo 21 espécies, 4 ordens e 11 famílias para o bioma Caatinga ainda é insipiente, sendo necessária a continuidade deste estudo. REFERÊNCIAS AGOSTINHO, A. A.; THOMAZ, S. M.; GOMES, L. C. 2005. Conservação da biodiversidade em águas continentais do Brasil, Megadiversidade, 1, 70-78p. BRITSKI, H. A. et al. 1984. Manual de identificação de peixes da região de Três Marias (com chaves de identificação para os peixes da Bacia do São Francisco). Brasília: Câmara dos Deputados/CODEVASF,. 143 p. BRITISKI, H. A. 1972. Peixes de água doce do Estado de São Paulo. In: Poluição e Piscicultura.Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai. Faculdade de Saúde Pública da USP,. 9-108 p. CANAN, B. 1993. Aspectos biológicos dos peixes de valor economico da lagoa de Boa Cicca, Nísia Floresta, RN. Monografia (Especialização) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 90p. CHELLAPPA, S. CÂMARA, M. R., CHELLAPPA, N. T. 2003.. Ecology of Cichla monoculus (Osteichthyes: Cichlidae) from a reservoir in the semi-arid region of Brazil. Hydrobiologia,. 504, (1): 267-273p. FIALHO, C.B. 1998. Estudo da Ictiofauna da Lagoa das Custódias, Tramandaí, Rio Grande do Sul,Brasil. Tese de Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais, UFSCar, São Paulo, 206p. ROSA, R.S. et al. 2003. Biodiversidade e conservação da Caatinga. 135-180 p. In: LEAL, I. R., TABARELLI, M. & SILVA, J. M. C. (Editores). Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Editora da UFPE,. 822 p. IDEMA, 2004. Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte. Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte. Secretaria do Planejamento do Estado do RN. Natal,. 31, 1 – 340p. LOWE-MCCONNELL, R. H. 1999. Estudos Ecológicos de Peixes Tropicais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.425p. 102 II Simpósio de Biologia do Rio Grande do Norte, UNP, Natal 2009 Trabalho No. 2796 LUCAS, F. D. 2004. Avaliação qualitativa e quantitativa da comunidade de peixes da Lagoa de Extremoz, Rio Grande do Norte. Monografia (Bacharelado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 39p. MEDEIROS, A. P. T.; CHELLAPPA, N.T.; CHELLAPPA, S.2003. Aspectos reprodutivos do cangati, Parauchenipterus galeatus, Linnaeus, 1766 (Osteichthyes: Auchenipteridae) da Lagoa de Extremoz, Rio Grande do Norte. Revista Brasileira de Zoologia. 20 (4),.647-650p. 103 Anexo 4b: Trabalho apresentado de forma de comunicação oral (Power Point 2003) no II Simpósio de Biologia do Rio Grande do Norte, realizado de 02 a 05 de setembro/2009 em Natal/RN. 104 Anexo 4c: Certificado de participação no II Simpósio de Biologia do Rio Grande do Norte, realizado de 02 a 05 de setembro/2009 em Natal/RN 105 Anexo 5a: Trabalho expandido publicado nos ANAIS do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. RELAÇÃO PESO/COMPRIMENTO E FATOR DE CONDIÇÃO DO PIAU, Leporinus piau FOWLER, 1941 (OSTEICHTHYES, ANOSTOMIDAE) EM UM AÇUDE DA CAATINGA. Wallace Silva do Nascimento; Andréa Soares de Araújo; Liliane de Lima Gurgel; Nirlei Hirachy Costa Barros; Sathyabama Chellappa. INTRODUÇÃO O estudo populacional de peixes analisados através dos índices biométricos é uma ferramenta importante quando se pretende estabelecer programas de conservação e normatização da pesca, o que vem recebendo atenção especial dos especialistas nos últimos anos (Gurgel, 2004). A relação peso/comprimento é usada para descrever o aumento de comprimento e conseqüente ganho de peso ou estimar o peso médio quando se conhece o comprimento. No ciclo reprodutivo essa relação tem sido usada também como uma maneira de estimar o fator de condição (Chellappa, 2003), que avalia o bemestar da espécie condicionada à interação com o meio (acúmulo de gordura, suscetibilidade às mudanças ambientais, grau de repleção do estômago e desenvolvimento gonadal, particularmente nos adultos) (Barbieri & Verani, 1987). Leporinus piau, conhecido vulgarmente como piau, encontra-se amplamente distribuído em bacias hidrográficas da região Nordeste e segundo Britski, et al. (1984), em todas as bacias hidrográficas do Brasil. Esta espécie, tem elevada importância na pesca comercial, esportiva e também como peixe forrageiro, podendo atingir porte acima dos 400 gramas de peso corporal. Pelo fato de apresentar hábito alimentar onívoro (Gomes & Verani, 2003; Alvim & Peret, 2004) e, em condições de cativeiro, aceitar bem ração peletizada e extrusada, L. piau apresenta condições favoráveis para ser utilizada na piscicultura. O presente estudo tem como objetivo contribuir para o conhecimento do fator de condição (K) e da estrutura populacional do piau, por meio da análise da distribuição por classe de comprimento, da relação peso/comprimento e proporção sexual, já que sua história natural e biologia ainda são pouco conhecidas. MATERIAL E MÉTODOS As coletas foram realizadas no período outubro de 2008 a maio de 2009 no Açude Marechal Dutra, localizada em Acarí-RN. Os peixes foram capturados com auxílio de redes (total de 20 redes, cada uma com 50m comprimento por 2m de altura) de espera com malhas de diferentes tamanhos (6 a 12 cm). Foram utilizados também “covos” (armadilha artesanal), tarrafas, picares (rede de arrasto) e anzóis. Após a captura, os exemplares foram acondicionados em caixas térmicas com gelo e transportados para o Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foram determinados os dados biométricos de comprimento Total (Lt ;cm) utilizando um ictiômetro e a massa corpórea (Wt; g) por meio de balança semi-analítica. Através de uma incisão longitudinal na região médio-ventral determinou-se o sexo (pela inspeção visual das gônadas). A estrutura em comprimento e peso foi determinada, com base na distribuição das freqüências absolutas das classes de comprimento total e peso total para sexos 106 separado. O Fator de Condição (K) foi calculado, a partir da expressão K=Wt/Lb. Para estimar o valor do coeficiente b, ajustou-se uma única equação de relação pesocomprimento (W=aLb), a partir do conjunto de todos os indivíduos coletados, conforme metodologia discutida por Lima-junior et al. (2003). A proporção sexual foi estabelecida pelo quociente entre o número de machos e de fêmeas no período total do estudo, não considerando os indivíduos com sexo indeterminado. O teste do qui-quadrado (2) foi aplicado com o propósito de testar as possíveis diferenças entre as proporções estabelecidas. O nível de significância de 5% foi adotado em todos os testes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período de estudo foram capturados um total de 211 exemplares de L. piau. Em relação à estrutura da comunidade em função do comprimento, os resultados obtidos neste estudo para o total dos exemplares, mostram que as fêmeas atingem maiores comprimentos e pesos, variando de 11 a 32,9cm (19,7±6,1) e 15 a 601,5g (153,4 ± 154,8), respectivamente. Os machos variaram de 9,6 a 27,5cm (16,3±3,42) e 11,5 a 2675g (67,1 ± 46,46). Os valores médios do fator de condição (K) para ambos os sexos foram maiores entre outubro e novembro 2008, evidenciando que, a época em que os exemplares encontram-se em melhores condições no ambiente. Esse resultado pode estar relacionado com a gordura visceral dos indivíduos que é consumida durante o processo de desenvolvimento gonadal da espécie. Segundo Lima-junior e Goitten (2006), a variação sazonal do fator de condição pode estar relacionada ao processo de maturação dos ovários e conseqüentemente mobilização de reservas energéticas acumuladas. A relação entre peso total e comprimento total para sexos agrupados apresentou a seguinte equação Wt = 0,0042Lt3,4012 (r = 0,9957). Para as fêmeas a equação foi a seguinte, Wt = 0,0055Lt3,3234 (r = 0,9957) e para machos Wt= 0,0072Lt3,2187 (r = 0,9872). A espécie apresenta um crescimento do tipo alométrico positivo, indicando onde a espécie ganha mais no incremento de peso do que em comprimento. Segundo Rossi-Wongtschowski (1977), a análise da relação peso/comprimento tem sido utilizada para estimar biomassa a partir de dados de freqüência de comprimento e como medida da variação do peso esperado para o comprimento de um indivíduo, indicando sua condição, ou seja, o acúmulo de gordura e de desenvolvimento gonadal. A análise da proporção sexual mostrou diferença estatisticamente significativa (x2=5,58) em relação à esperada (1:1), com uma predominância de machos. De acordo com Nikolsky (1963), a proporção sexual pode variar até mesmo dentro de uma população, em anos diferentes. O mesmo autor observa que a proporção entre sexos pode ser alterada via metabolismo, pela influência na atividade hormonal, determinando alterações na produção de indivíduos de um dos sexos. CONCLUSÃO A relação peso-comprimento não difere significativamente entre os sexos, o coeficiente de alometria mostra que o crescimento da espécie é alométrico positivo, também não diferindo entre os sexos. As amplitudes de tamanho foram semelhantes, porém com médias maiores dos comprimentos e peso das fêmeas. A proporção sexual diferiu estatisticamente, com um predomínio de machos. 107 REFERENCIAS ALVIM, M. C. C.; PERET, A. C. Food resources sustaining the fish fauna in a section of the upper São Francisco River in Três Marias. 64. São Carlos: Journal of Biology Brazil, 2004. 195-202 p. BRITSKI, H. A. et al. Manual de identificação de peixes da região de Três Marias (com chaves de identificação para os peixes da Bacia do São Francisco). Brasília: Câmara dos Deputados/CODEVASF, 1984. 143 p BARBIERI, G.; VERANI, J.R. O fator de condição como indicador do período de desova em Hypostomus aff plecostomus (Linnaeus, 1758) (Osteichthyes, Loricariidae), na represa de Monjolinho (São Carlos, SP). 39. Ciênc. Cult., 1987. 655-658 P. CHELLAPPA, S. et al. Reproductive ecology of a neotropical cichlid fish, Cichla monoculus (Osteichthyes:Cichlidae). 63. São Carlos: Braz. J. Biol., 2003. 1726 P. GOMES, J. H. C.; VERANI, J. R. Alimentação de espécies de peixes do reservatório de Três Marias. In: GODINHO, H. P.; GODINHO A. L. (Org.). Águas, peixes e pescadores do São Francisco das Minas Gerais. Belo Horizonte: PUC Minas, 2003. 195-227 p. GURGEL, H. DE C. B. 2004. Populational structure and breeding season of Astyanax fasciatus Cuvier (Characidae, Tetragonopterinae) from Ceará Mirim River, Poço Branco, Rio Grande do Norte, Brazil. 21. Curitiba: Rev. Bras. Zool., 2004. 131-135 p. NIKOLSKY, G.V. The ecology of fishes. 6.ed. London: Academic Press, 1963. LIMA-JUNIOR, Sidnei Eduardo; GOITEIN, Roberto. Fator de condição e ciclo gonadal de fêmeas de Pimelodus maculatus (Osteichthyes, Pimelodidae) no rio Piracicaba (SP, Brasil). 32. São Paulo: Boletim do Instituto de Pesca, 2006. 87-94 p. LIMA-JUNIOR, Sidnei Eduardo; GOITEIN, Roberto. Ontogenetic diet shifts of a Neotropical catfish, Pimelodus maculatus (Siluriformes, Pimelodidae): An ecomorphological approach. 68. Dordrecht: Environmental Biology of Fishes, 2003. 73-79 p. ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.B. Estudo das variações da relação peso total/comprimento total em funcao do ciclo reprodutivo e comportamento de Sardinella brasiliensis (Steindachner, 1879) da costa do Brasil entre 23o S e 28o S. 26. São Paulo: Bol. Inst. Oceanogr., 1977. 131-180 p. 108 Anexo 5b: Trabalho apresentado de forma de painel no XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 109 Anexo 5c: Certificado de apresentação do trabalho no do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 110 Anexo 6a: Trabalho expandido publicado nos ANAIS do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. LEVANTAMENTO ICTIOFAUNÍSTICO NO RIO ACAUÃ DO BIOMA CAATINGA/RN Wallace Silva do Nascimento; Andréa Soares de Araújo; Lúcia de Fátima Moura Cavalcante; Herquiles Lima dos Santos; Sathyabama Chellappa. INTRODUÇÃO As bacias hidrográficas sob o domínio do Bioma Caatinga apresentam características peculiares, como regime intermitente e sazonal de seus rios, reflexo direto das precipitações escassas e irregulares, associadas à alta taxa de evaporação hídrica (AB’ SABER, 1995). Estes fatores exercem importante papel na organização e funcionalidade dos ecossistemas aquáticos. Segundo Rosa et al. (2003), o conjunto de espécies de peixes de água doce que ocorre na Caatinga representa o resultado de processos históricos de especiação vicariante, de processos ecológicos e de processos antrópicos. O número de espécies nos ecossistemas aquáticos continentais brasileiros ainda é impreciso e difícil de ser estimado, entre as dificuldades destacam-se: o número de bacias hidrográficas jamais inventariadas a insuficiência no número de pesquisadores e na infra-estrutura necessária para a amostragens, o reduzido número de inventários efetuados. A dispersão das informações que freqüentemente são de difícil acesso e a necessidade de revisão taxonômica para vários grupos (AGOSTINHO et al., 2005). Levantamentos ictiofaunísticos realizados nos rios do estado do Rio Grande do Norte são escassos. Além disso, não existe consenso acerca do status taxonômico de muitas espécies listadas nestes levantamentos. Estes fatos refletem o estado atual de carências da sistemática de peixes de água doce no Brasil, conferindo certo grau de imprecisão nas listagens de espécies. Este trabalho representa o primeiro estudo da ictiofauna do Rio Acauã. Assim a necessidade imprescindível de contribuir com conhecimento da fauna de peixes dessa região motivou esta investigação no sentido de suprir uma carência de trabalhos neste campo de pesquisa. MATERIAL E MÉTODOS As coletas foram realizadas no período Setembro de 2008 a Janeiro de 2009 no Rio Acauã, após o barramento, localizada em Acarí-RN (36° 36’ 17’’ W e 6° 26’ 11’’ S). O rio está inserido na bacia Piranhas-Assú e atravessa o município de Acari em sua porção central, alimentando o açude público Gargalheira (40.000.000m3), principal fonte de abastecimento de água da sede e de seu entorno. Os peixes foram capturados com auxílio de redes de espera com malhas de diferentes tamanhos, tarrafas, picarés (rede de arrasto) e anzóis. Os peixes após a captura foram fixados em formol a 4% e transportados ao Laboratório de Ictiologia, DOL, UFRN. Os peixes foram identificados taxonomicamente no Laboratório de Ictiologia DSE-UFPB (Britiski, et al., 1984). 111 Para calcular a constância das espécies coletadas, foi utilizado o índice de Dajoz (1973), através da seguinte equação: C = n / N x 100, onde: C = constância; n = número de vezes que a espécie x foi coletada; N = número total de coletas efetuadas. A partir da freqüência de ocorrência de cada espécie nas coletas, obtém-se: espécie constante, para C > a 50%; espécie acessória, para 25 < C < 50 % e espécie ocasionais, para C < 25. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram capturados 112 peixes, distribuídos em 2 ordens (Characiformes - 82% e Siluriformes - 18%) e 5 famílias (Characidae - 34%, Prochilodontidae - 24%, Curimatidae - 22%, Loricariidae - 18% e Erythrinidae - 2%) e 9 espécies sendo: Astyanax bimaculatus (piaba), A. fasciatus (piaba), Hypostomus pusarum (cascusdobarbudo), Prochilodus brevis (curimatã), Serrasalmus sp.(piranha), Psectrogaster rhomboides (branquinha), Hoplias malabaricus (traíra), Pseudancistrus papariae (cascudo), Triportheus angulatus (sardinha). Das espécies relacionadas, P. brevis foi a mais abundante (24%), seguida pela P. rhomboides (22%) e T. angulatus (21%). Segundo Lowe-McConnell (1999) e Britski (1972), a alta freqüência da ordem Characiformes registrada no presente estudo reflete a situação descrita para os rios neotropicais e lagoas temporárias. Esse predomínio é também descrito por Souza et al. (2008) analisando a composição da ictiofauna de um rio perene da Caatinga e Cannan (1993) estudando a ictiofauna da lagoa de Boa Cicca-RN. A maioria das espécies capturadas apresentou-se: constantes no ambiente (A. bimaculatus, P. papariae, P. rhomboides, P. brevis, T. angulatus) e as demais acessórias (A. fasciatus e H. malabaricus), sendo apenas duas ocasionais (H. pusarum e Serrasalmus sp.). Tem sido hipotetizado que espécies constantes podem ser residentes, mas apresentando flutuações e a ocasionais são aquelas migrantes, as quais entrariam esporadicamente para se alimentarem ou se reproduzirem (SANTOS, 1999). CONCLUSÃO O estudo realizado após o barramento do Rio Acauã demonstrou que a ordem Characiformes foi a mais representativa, com as espécies A. bimaculatus, P. papariae, P. rhomboides, P. brevis, T. angulatus dominando no sistema e apresentando-se constantes durante todo o período de estudo. REFERENCIAS AB´ SABER, A. N. The Caatinga Domain. In: S. Monteiro & L. Kaz (eds) Caatinga-Setão, Sertanejos. Rio de Janeiro: Editora Livroarte, 1995. 47-55 p. AGOSTINHO, A. A. et al. Conservacion of the biodiversity of Brazil’s inland waters. 19. Conservation Biology, 2005. 646-652 p. BRITSKI, H. A. et al. Manual de identificação de peixes da região de Três Marias (com chaves de identificação para os peixes da Bacia do São Francisco). Brasília: Câmara dos Deputados/CODEVASF, 1984. 143 p. 112 BRITISKI, H. A. Peixes de água doce do Estado de São Paulo. In: Poluição e Piscicultura.Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai. Faculdade de Saúde Pública da USP, 1972. 9-108 p. CANAN, B. Aspectos biológicos dos peixes de valor econômico da lagoa de Boa Cicca, Nísia Floresta, RN. Monografia (Especialização). Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 1993. 90p. DAJOZ, R. Ecologia geral. Petrópolis: Editora Vozes, 1973. 471 p. SOUZA, Liliane de L. G. et al. Composição da Ictiofauna de um rio perene da Caatinga.. 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Recife: Editora da UFPE, 2003. 822 p. 113 Anexo 6b: Trabalho apresentado de forma de painel no XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 114 Anexo 6c: Certificado de apresentação do trabalho no do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 115 Anexo 7a: Trabalho expandido publicado nos ANAIS do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. LEVANTAMENTO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES MARINHOS ORNAMENTAIS DE VALOR COMERCIAL DO LITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE Herquiles Lima dos Santos, Wallace silva do Nascimento, Camila Martins Gomes Morais, Sabrina Karla Silva do Nascimento e Sathyabama Chellappa. Introdução O mercado internacional de aquariofilia impõe uma exigente seleção dos peixes a serem comercializados. Espécies raras e de cores fortes, assim como aquelas com formatos incomuns, despertam grande interesse no mercado de aquarismo, podendo alcançar valores monetários significativos (Albuquerque-Filho, 2003). A captura de peixes marinhos para fins ornamentais no Brasil teve início na década de 70 em Cabo Frio no Estado do Rio de Janeiro. Devido à uma vasta extensão de 420 km da costa Potiguar, não existe um efetivo controle sobre a captura e o comércio dos peixes ornamentais marinhos, nem dados sobre o número de coletores (IUCN, 2000). Em 2008 foi lançado um manual para identificação de espécies de peixes ornamentais marinhos brasileiros (IBAMA, 2008). Há uma carência de trabalhos científicos sobre os peixes ornamentais marinhos de valor comercial do Estado do Rio Grande do Norte, portanto o presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento das principais espécies de peixes ornamentais marinhos de valor comercial do litoral do Rio Grande do Norte. Material e Métodos Para o levantamento das espécies de peixes ornamentais marinhos de valor comercial da costa do Rio Grande do Norte, foram utilizados relatórios técnicos de exportação e identificação de espécimes ornamentais (Araújo & Albuquerque-Filho, 2005; Nottingham et al., 2005), guias de identificação de peixes marinhos ornamentais (IBAMA, 2008), levantamentos ictiofaunisticos (Garcia Jr., 2006), juntamente com consultas em lojas especializadas em comércio de peixes ornamentais. Resultados e discussão De acordo com o guia de identificação de espécies de peixes ornamentais marinhos do IBAMA (2008) existem 137 espécies de peixes ornamentais marinhos no Brasil, distribuídas em sete famílias, das quais 16 espécies são considerados como comercialmente mais importantes (Araújo & Albuquerque-Filho, 2005). No presente levantamento foram encontradas 18 espécies de peixes ornamentais marinhos de valor comercial para o Estado do Rio Grande do Norte. Estas espécies pertencem a 10 gêneros e 7 famílias. A família Pomacanthidae apresentou um destaque em número de espécies com valor comercial. O resultado está em concordância com os resultados de Araújo & Albuquerque-Filho (2005), que também consideraram a família Pomacanthidae como a mais importante. Os principais peixes ornamentais marinhos de valor comercial da costa do Rio Grande do Norte pertencem a 7 famílias: Acanthuridae, Chaetodontidae, Gobiidae, Grammatidae, Labridae, Pomacanthidae e Syngnathidae. A 116 família Acanthuridae apresentou 1 gênero, Acanthurus com 2 espécies, o cirurgião, Acanthurus bahianus e a caraúna, A. coerulus. A família Chaetodontidae apresentou 1 gênero Chaetodon com 3 espécies, borboleta ocellata, Chaetodon ocellatus, borboleta listrada, C. striatus e borboleta de recife, C. sedentarius. A família Gobiidae apresentou 1 gênero, Elacatinus e uma espécie, o neon gobio, Elacatinus figaro. A família Grammatidae apresentou 1 gênero e uma espécie, o gramma real, Gramma brasiliensis. A família Labridae apresentou 2 gêneros, sendo o Bodianus com 2 espécies, Bodianus rufus e B. pulchellus e o gênero Halichoeres com 2 espécies, Halichoeres brasiliensis e H. dimidiatus. A família Pomacanthidae apresentou 3 gêneros e 5 espécies; sendo o gênero Holacantus com 2 espécies, paru rajado, Holacanthus ciliaris e o soldado, H. tricolor, o gênero Pomacanthus com 2 espécies, paru rei, Pomacanthus paru e o paru de pedra, P. arcuatus, e o gênero Centropyge com 1 espécie, a donzela, Centropyge aurantonotus. A família Syngnathidae com 1 gênero, Hippocampus e 2 espécies Hippocampus reidi e H. erectus. O litoral do Rio Grande do Norte apresenta todas as principais espécies de peixes ornamentais marinhos de valor comercial, em relação a lista elaborada para a costa brasileira (Araújo & Albuquerque-Filho, 2005). Os mesmos autores consideram 16 espécies como comercialmente mais importantes, e o presente trabalho acrescenta duas espécies de peixes, Bodianus pulchellus e Halichoeres dimidiatus para esta lista. Conclusão O litoral do Rio Grande do Norte apresenta todas as principais espécies de peixes ornamentais marinhos de valor comercial brasileiros, com destaque para a família Pomacanthidae que apresentou maior número de espécies com valor comercial. Referências bibliográficas ALBUQUERQUE-FILHO, A.C. Análise dos dados biológicos e comerciais de peixes ornamentais no Brasil/Fortaleza. Dissertação de Mestrado, Engenharia de Pesca, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 93p., 2003. ARAÚJO, M. E. ; ALBUQUERQUE FILHO, A.C. Biologia das principais espécies de peixes ornamentais marinhos do Brasil: Uma revisão bibliográfica e documental. Boletim Técnico Científico do CEPENE, Recife, v. 13, n. 1, p. 109-154, 2005. IBAMA. Guia para identificação de peixes ornamentais brasileiros. Volume 1, Espécies marinhas. Brasília, 205p., 2008. IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources). 2000 IUCN Red List of threatened species, Gland, Suiça e Cambridge, Reino Unido, 2000. GARCIA JR, JOSÉ. Inventário das espécies de peixes da costa do Estado do Rio Grande do Norte e aspectos zoogeográficos da ictiofauna recifal do Oceano Atlântico. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 134p., 2006. NOTTINGHAM, M. C. ; BARRETO, L. M. ; ARAÚJO, M. E. ; MONTEIRONETO, C. ; CUNHA, F.E.A. ; ROSA, I. M. L. ; ALENCAR, C. A. G. . A explotação de peixes ornamentais marinhos no Estado do Ceará: Captura, manutenção nas empresas e exportação. Boletim Técnico Científico do CEPENE, Recife, v. 13, n. 1, p. 53-73, 2005. 117 Anexo 7b: Trabalho apresentado de forma de painel no XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 118 Anexo 7c: Certificado de apresentação do trabalho no do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 119 Anexo 8a: Trabalho expandido publicado nos ANAIS do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. Ritmos do ciclo reprodutivo de Prochilodus brevis (Steindachner, 1875) no semiárido brasileiro Liliane de L. Gurgel, Márcia Maria do Nascimento, Mirlla Cibely Gomes de Souza, Wallace Silva do Nascimento e Sathyabama Chellappa. Introdução Espécies do gênero Prochilodus são distribuídas em todas as bacias hidrográficas do Brasil. Prochilodus brevis, comumente conhecido como curimatã, pertence a ordem Characiformes e é distribuído em todo o Nordeste e uma parte do Sudeste do Brasil (Nelson 1994). Apesar de fato que P. brevis apresenta um valor econômico considerável no Nordeste do Brasil, não é muito estudado cientificamente. A curimatã não defende território e não apresenta cuidado parental. Ele habita preferencialmente áreas profundas da coluna d’água e durante a fase juvenil, alimentase no plâncton e apresenta regime alimentar iliófago quando adulto, alimentando-se de material orgânica. Faz parte do grupo de peixes reofílicos que migra vários quilômetros rio acima até as áreas reprodutivas, onde desova em áreas abertas (Araújo et al. 2003). Além de seu valor econômico, as espécies de Prochilodus são consideradas um componente ecológico importante dos rios Sul Americanos. Por exemplo, Taylor et al (2006) investigaram os efeitos do desaparecimento de uma espécie dominante detritívora e migradora como, Prochilodus mariae no funcionamento do ecossistema do rio da região Andina da bacia Orinoco. A ausência desta espécie causou mudanças no metabolismo e fluxo de carbono orgânico deste ecossistema, levando a degradação total do rio. A captura indiscriminada de P. brevis, especificamente durante o período de dosava (período de defeso), quando os machos e fêmeas estão maduros e aptos a reprodução, prejudica a sobrevivência da população o que pode afetar o funcionamento do ecossistema. Considerando estes importantes fatos, o presente trabalho apresenta um estudo autêntico sobre as características reprodutivas do curimatã da região semiárida brasileira. O estudo inclui, proporção sexual, comprimento da primeira maturação gonadal, estádios macroscópicos de maturidade gonadal, índice gonadossomático e fator de condição de P. brevis. Material e Métodos Os indivíduos da espécie estudo foram coletados no período de maio de 2008 a abril de 2009, no rio Assu que pretence a bacia hidrográfica Piranhas-Assu, Nordeste do Brasil (05º39’92’’Lat. S; 036º53’92’’ Long. O). Um total de 257 indivíduos foram coletados, dentre os quais, 121 foram fêmeas e 136 machos. Para cada espécime foram registradas medidas morfométricas, tais como, comprimento total (Lt) em centímetros, peso total (Wt) e peso das gônadas (Wg) em gramas. O sexo e o estádio de maturação gonadal foram determinados. A escala de maturidade gonadal foi baseada em Vazzoler (1996). Proporção sexual de machos e fêmeas foi calculada mensalmente e a hipótese nula 1:1 foi testada utilizando o teste qui-quadrado ( χ2). O período de desova foi determinado utilizando dois métodos: um método 120 qualitativo baseado nas mudanças macroscópicas mensais de porcentagens dos estádios de desenvolvimento gonadal; um método quantitativo baseado em mudanças mensais dos parâmetros relacionados a maturidade sexual, tais com índice gonadossomático (IGS) e fator de condição (K). O índice gonadossomático foi definido baseado em McAdam et al. (1999) como segue: IGS = (Wg/ Wt) × 100; onde Wg é o peso das gônadas e Wt é o peso total do corpo. Fator de condição (K) foi baseado em Lima-Junior et al. (2002), onde K = 100 (Wt / Ltb); Wt = peso total do corpo, Lt = comprimento total e b = coeficiente angular. O comprimento da primeira maturação gonadal (L50) foi calculado separadamente para cada sexo e também para sexos agrupados, utilizando a porcentagem de indivíduos maduros (estádios II, III, IV e V) que ocorreram durante o período reprodutivo. Resultados e discussão A proporção sexual anual foi diferente do esperado 1:1 e estatisticamente significante, exceto nos meses de junho e setembro (χ2 = 1,15 e 0,14), com uma predominância de machos nos outros meses. Segundo Nikolsky (1969), a proporção sexual pode providenciar um subsídio importante para explicar a relação entre indivíduos e o ambiete e sobre a situação da população de uma espécie.Esta análise pode refletir a adaptação da espécie em relação ao alimento disponível no ambiente. Se o nível de alimento disponível não é adequado resultará numa redução das fêmeas e resultando numa baixa taxa de recrutamento da população. Durante o período de estudo, o comprimento da primeira maturação gonadal (L50) foi calculado em 19,2 cm (± 0,21) cm para fêmeas e 18,6 cm (± 0,07) cm para machos. Estes valores foram diferentes de um outro membro Curimatidae, Curimatella lepidura a qual atingiu a primeira maturidade gonadal com 7,7 cm de comprimento padrão para fêmeas e 7,1 cm para machos no reservatório Juramento, Minas Gerais (Alvarenga et al. 2006). Os estádios mensais de maturidade gonadal de machos e fêmeas da curimatã mostraram que o período de desova inciou-se simultaneamente para ambos os sexos, durante o período de maio de 2008 a abril de 2009. Indivíduos nas fases antes da desova (estádio III) e pós desova (estádio V) foram menos representativos nas amostragens, com porcentagens variáveis durante o ano. A frequência de peixes em desova foi mais intensa no período de maio a julho de 2008. Durante agosto a novembro de 2008, a maioria dos peixes completaram suas atividades reprodutivas e entraram no período de repouso, exceto alguns raros i ndivíduos que ainda estavam com atividade de desova. As características reprodutivas e o período de desova dos peixes variam em relação à espécie e as características ecológicas das bacias hidrográficas (Lagler et al. 1962). A região semiárida do Nordeste brasileiro é caracterizada pelo curto período de chuva juntamente com um longo período de estiagem e as chuvas atuam como sendo o fator ambiental mais importante que modula o período reprodutivo dos peixes (Chellappa et al. 2009). O aumento da media do I GS dos machos e fêmeas apresentam mesmo padrão. Os valores médios do IGS aumentaram gradualmente em dezembro e um pico de IGS foi observado em janeiro de 2008. Em seguida, os valores do IGS reduziram atingido os menores valores em abril. A análise das frequência de ocorrência de indivíduos maduros em estádio III e valores médios de IGS indicam o período reprodutivo da curimatã que estende de maio a julho. O período de repouso ocorre durante agosto a novembro. O principal período reprodutivo de P. brevis ocorreu durante o período de chuva. Isto mostra que o ciclo reprodutivo dos peixes tropicais geralmente coincidem com melhores condições ambientais. Os resultados do presente 121 trabalho estão em acordo com as observações de Carmassi et al. (2008), que observaram o período reprodutivo da curimatã, Cyphocarax modestus em Rio Claro, SP. O fator de condição (K) mostra padrões anuais similares em machos e fêmeas de P. brevis. No período de 2008 a 2009, as variações temporais do K demonstou um definido ciclo sazonal. Curimatã atingiu altos valores de K durante outubro a Janeiro, que baixaram de fevereiro a março e durante agosto a setembro. Foi observado um pico anual em novembro de 2008 e um valor mais baixo em março. O fator de condição mostrou que os machos apresentaram uma estratégia similar às fêmeas, em relação ao metabolismo de energia e sua distribuição durante a maturação gonadal e período reprodutivo (Chellappa et al., 1995). Conclusão Para manter o estoque da população em equilíbrio, é importante que os peixes tenham uma chance para reproduzir pelo menos uma vez na sua vida. No caso de P. brevis, o tamanho mínimo de captura deve ser 19,20 cm (± 0,21) cm para fêmeas e 18,60 cm (± 0,07) cm para os machos. Período de defeso para P. brevis é recomendado nas bacias hidrográficas do Estado do Rio Grande do Norte durante o período de desova que estende-se de maio a julho. Referências bibliográficas ARAÚJO, Sandra Amaral et al. Indicadores do desenvolvimento gonadal e nutricional de Prochilodus cearensis (Steindachner, 1911) (Characiformes, Prochilodontidae) no açude Itans/Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil. 25. Maringá: Acta Scientiarum. Biological Sciences, 2003. 377-384 p. CARMASSI, Alberto Luciano et al. Biologia populacional de Cyphocarax modestus (Osteichthyes, Curimatidae) no córrego Ribeirão Claro, município de Rio Claro (SP). 8. Campinas: Biota Neotropica, 2008. 109-114 p. CHELLAPPA, Sathyabama et al. 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Barros, Liliane de Lima Gurgel, Wallace Silva do Nascimento, Andrea Soares de Araújo e Andrea Soares de Araújo Introdução O conjunto de espécies de peixes que ocorre no Bioma Caatinga representa o resultado de diversos processos, tais como, de especiação, ecológicos e antrópicos, possivelmente determinados por transgressões marinhas, regime hidrológico da região, alterações ambientais, programas de erradicação e introdução de espécie (Lundberg et al. 1998; Rosa et al. 2003; 2004). A ictiofauna da Caatinga revela a presença de 240 espécies de peixes, dentre estas, encontra-se Pimelodella cf. gracilis (Valenciennes, 1835) sendo um dos representantes da família Pimelodidae. Seu habitat constitui riachos de águas turbulentas ou cabeceiras de rios da America do Sul e Central. Há uma escassez de trabalhos que explicam as adaptações do niquim, P. cf. gracilis, no semárido nordestino. Portanto, o presente estudo objetivou avaliar o fator de condição, índice hepatossomático e aspectos reprodutivos desta espécie que encontra-se inserida no Bioma Caatinga, contribuindo com informações que possam subsidiar trabalhos de manejo e exploração racional. Material e Métodos As coletas dos exemplares foram realizadas no açude Marechal Dutra (6°24’06,87” S e 36°35’07,23” W), localizado no município de Acari, Rio Grande do Norte. Este açude apresenta importância turística e econômica, uma vez que, suas águas abastecem o município e gera renda para a população. As coletas dos espécimes foram realizadas durante o período de outubro de 2008 a junho de 2009, com o auxílio de apetrechos de pesca artesanais denominados “covos”. No Laboratório de Ictiologia, Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN foi realizado a triagem e registrados os dados de comprimento total (Lt) e comprimento padrão (Lp) em cm, com aproximação em 0,1 cm; peso total (Pt), peso das gônadas (Pg) e peso do fígado (Pf) em g, com aproximação em 0,01g. Para a análise da proporção entre os sexos dos indivíduos foram calculadas as freqüências relativas mensais de machos e fêmeas para todo o período considerado. A relação peso total e o comprimento total, para sexos agrupados, foi realizada através da distribuição dos pontos empíricos individuais destas variáveis. Para o cálculo do fator de condição (K), utilizou-se a seguinte expressão segundo Lima-Junior et al. (2002): K = 100 (Wt/Lpb). O Índice Hepatossomático (IHS) foi demonstrado pela equação IHS = 100 (Wf/Wt) (Wooton et al. 1978). A curva de maturação (IGS), cujo valor representa a contribuição percentual do peso dos ovários para o peso corpóreo total do peixe foi calculado a partir da fórmula IGS = 100 (Wg/Wt) (McAdam et al. 1999). 126 Resultados e discussão Foram capturados 103 indivíduos do niquim, sendo a proporção sexual de 1:1 para todo o período de estudo ( χ2 = 8,682, p O fator de condição (K) teve pico no mês de Janeiro, período que antecede a reprodução e está relacionado com o maior desenvolvimento das gônadas, visto que durante esta fase as gônadas ocupam um grande volume na da cavidade abdominal. O fator de condição pode ser definido como o estado de bem estar do peixe, ou como ele aproveita os recursos disponíveis no ambiente (Braga, 1986), além disso, Gurgel et al. (1997) descreve que o fator de condição sofre alterações em função de fatores intrínsecos (desenvolvimento gônadal e tamanho dos exemplares) e extrínsecos (disponibilidade alimentar, temperatura, entre outros). O resultado obtido é semelhante ao encontrado por Barbieri et al. (1996) para Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819), na represa do Lobo, SP. De fato, vários trabalhos demonstram que existe correlação positiva entre o acúmulo de gordura corpórea e a condição de peixes, bem como estreita relação entre o desenvolvimento gonadal e a variação sazonal do fator de condição dos peixes (Chellappa et al. 2003; Santos et al. 2004). O índice hepatossomático (IHS) foi utilizado como um bom indicador do período reprodutivo, mostrando um aumento no inicio do período reprodutivo e, logo em seguida uma depleção no peso do fígado, esse comportamento indica que a gordura acumulada foi gasta no período reprodutivo. Resultado semelhante foi obitdo para Hexanematichthys proops (Siluriformes, Ariidae) por Cantanhêde et al. (2007) no Litoral Ocidental Maranhense. Através da análise mensal dos valores do índice gonadossomát ico (IGS) para sexos agrupados, os resultados demonstraram que o período reprodutivo foi determinado entre os meses de fevereiro a abril, com pico de reprodução em março. Período semelhante foi encontrado para a mesma espécie Pimelodella cf. gracilis do rio Amambaí/MT, onde a época reprodutiva está compreendida entre os meses de outubro a abril, Santos (2005). Conclusão O período reprodutivo de Pimelodella cf. gracilis, inserido no açude Marechal Dutra do bioma caatinga, está compreendido nos meses de março a abril. Quanto ao fator de condição, o maior valor foi observado no mês que antecedente o período de reprodução, sendo usado como um bom indicador da época reprodutiva. O índice hepatossomático também foi utilizado como um indicador, já que seu maior valor no mês de março indica que possivelmente nesse período os peixes estavam mobilizando reservas energéticas para a reprodução. Referências bibliográficas BARBIERI, G.; VERANI, J.R. O fator de condição e índice hepatossomático como indicadores do período de desova de Astyanax fasciatus Cuvier, 1819 da represa Lobo, SP (Osteychthyes, Characidae). 81. Porto Alegre: Iheringia, 1987. 97-100 p. BRAGA, F.M.S. Estudo entre fator de condição e relação peso / comprimento para alguns peixes marinhos. 46. Rio de Janeiro: Rev. Bras. Biol., 1986. 339-346 p. 127 CANTANHÊDE et al. Biologia reprodutiva de Hexanematichthys proops (Siluriformes, Ariidae) no litoral ocidental maranhense. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 97(4). 30 de dezembro de 2007. 498-504p. CHELLAPPA, S. et al. Reproductive ecology of a Neotropical Cichlid fish, Cichla monoculus (Osteichthyes: Cichlidae). 63. São Carlos: Braz. J. Biol., 2003. 17-26 p. GURGEL, H. C. B. et al. Análise do fator de condição de Metynnies cf. roosevelti Eigenmann, 1915 (Characidae, Myleinae) da lagoa Redonda, Município de Nísia Floresta, Rio Grande do Norte, Brasil. 8. 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Monografia (Ciências Biológicas)– 128 Anexo 9b: Trabalho apresentado de forma de painel no XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 129 Anexo 9c: Certificado de apresentação do trabalho no do XII Congresso Nordestino de Ecologia, realizado de 13 a 16 de outubro/2009 em Gravatá/PE. 130 Anexo 10: Resumo do Trabalho que será apresentado durante o Congresso de Iniciação Cientifica da UFRN - CIC-2010, de 25 a 28 de julho de 2010. Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo