REVISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, VOL. 3, NO. 2, DEZEMBRO 2013 29 Avaliação da SER do Protocolo SDF para Canais Rádio-Móveis com Desvanecimento α – µ Dimas Irion Alves1,2, Leonardo Zavareze da Costa2, Renato Machado2,3 e Natanael Rodrigues Gomes2 1 Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Campinas, SP, Brasil. 2 Grupo de Processamento de Sinais e Comunicações (GPSCOM/UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. 3 Blekinge Institute of Technology, SE-37179 Karlskrona, Sweden. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected] e [email protected] Resumo—Este artigo apresenta uma avaliação da taxa de erro de sı́mbolo SER (Symbol Error Rate) do protocolo Decodifica e Encaminha Seletivo SDF (Selective Decode-and-Forward) ideal em sistemas cooperativos com um nó fonte, um nó destino e N nós relay. Considera-se que os canais de comunicação estão sujeitos ao desvanecimento do tipo α – µ, o que permite realizar uma avaliação para canais com diferentes distribuições de probabilidade como Rayleigh, Nakagami-m e Weibull, obtidas pelas variações dos parâmetros α e µ. O modelo do sistema considerado neste trabalho prevê a ocorrência de mobilidade relativa entre os nós, correlação espacial entre os canais dos relays e o uso de estimadores de canais do tipo LMS ou RLS nos nós relays e nó destino, permitindo a avaliação do comportamento do protocolo SDF em condições não ideais de uso, tornando o modelo mais fidedigno com o que é observado no mundo real. Os resultados mostram que as caracterı́sticas do sistema, bem como as técnicas de transmissão, estimação de canal e detecção empregadas podem influenciar no desempenho médio do protocolo, revelando a importância de se modelar corretamente o sistema de comunicação cooperativo permitindo uma avaliação adequada do protocolo empregado. transceptoras, auxiliando a comunicação entre fonte e destino. Esse novo modelo permite emular um array virtual de antenas que enviam réplicas descorrelacionadas dos sinais ao receptor, permitindo explorar a diversidade espacial de maneira bastante eficaz, garantindo robustez ao sistema. Estas técnicas podem ser utilizadas para aumentar a área de cobertura do sistema, diminuir o consumo de baterias, aumentar a taxa de transmissão e a robustez a erros na detecção e decodificação do sinal recebido. Os ganhos obtidos por meio de comunicações cooperativas levaram os grupos de trabalho que definem os protocolos de novas tecnologias a considerarem o emprego dessas técnicas em sistemas 4G e 5G. Por exemplo, está previsto a utilização de relays para a tecnologia Long Term Evolution LTE [1], [2]. A próxima sub-seção faz uma breve revisão sobre alguns trabalhos apresentados na literatura que são importantes para o estudo apresentado neste trabalho. Palavras Chave—Comunicações cooperativas, protocolo SDF, distribuição α – µ, algoritmo de Metropolis. A. Trabalhos Relacionados O conceito de comunicações cooperativas foi originalmente abordado por Sendonaris em [3]. No artigo são considerados tópicos relacionados ao uso de cooperação e são comparados diversos aspectos de comunicação entre o sistema não cooperativo, Single Input Single Output (SISO), e o sistema cooperativo para o caso de um único nó relay, em que se pode observar as principais vantagens trazidas pelo emprego do relay como elemento cooperativo no processo de comunicação. Em [4], abordam-se comunicações sem fio e realiza-se uma análise de desempenho dos protocolos para sistemas cooperativos com múltiplas fontes e múltiplos relays. A partir dessa análise, pode-se demonstrar que esses protocolos são úteis para neutralizar a ineficiência espectral da cooperação baseada em repetição. Em [5], o protocolo Selective Decode and Forward (SDF) é apresentado. Nesse protocolo, a transmissão do sinal é dividida em duas partes: na primeira, as fontes enviam a informação ao destino e aos relays e, na segunda parte, os relays envolvidos decodificam o sinal recebido e enviam ao destino, desde que condições pré-determinadas tenham sido atendidas. Em [6], são apresentados alguns problemas normalmente enfrentados na implementação de projetos de sistemas cooperativos e são propostas possı́veis soluções para estes. I. I NTRODUÇ ÃO Crescente interesse por sistemas de comunicação cooperativos se deve principalmente aos benefı́cios obtidos pela exploração adequada da diversidade espacial cooperativa, como por exemplo, o aumento da capacidade, robustez e melhoria de desempenho das redes de comunicação sem fio, o que corrobora com a atual demanda por maiores taxas de transmissão dos sistemas de última geração. Além desses ganhos mencionados, sistemas de comunicação cooperativa dispensam a necessidade de instalação de múltiplas antenas nos terminais utilizados, reduzindo o custo do sistema e diminuindo a perda de desempenho, causada pela correlação espacial entre as antenas. Outro benefı́cio agregado aos sistemas cooperativos é a utilização de pontos intermediários na rede de comunicação, como nós relays. Os relays atuam como pequenas bases O Este trabalho foi parcialmente financiado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicaç ões (CPqD), pela Fundação de Apoio a Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientı́fico e Tecnológico (CNPq). Artigo recebido em 31 de outubro de 2013. Artigo aceito em 29 de novembro de 2013 REVISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, VOL. 3, NO. 2, DEZEMBRO 2013 Em [7], o problema da estimação de canais com mobilidade para sistemas ortogonais é abordado e é apresentada uma solução menos complexa para o filtro de Kalman utilizado na estimação de canais ortogonais. O artigo também apresenta um modelo para o efeito da mobilidade em canais de comunicação sem fio, que pode ser facilmente estendido para modelos de sistemas de comunicações cooperativas. de transmissão, caso essa informação tenha sido detectada corretamente. O modelo considerado é mostrado na Fig. 1, em RN C. Organização do trabalho O restante deste trabalho está organizado da seguinte maneira: a Seção II apresenta o modelo de sistema bem como as restrições de potência adotadas para a análise; a Seção III apresenta a distribuição α – µ; a Seção IV apresenta o modelo de mobilidade relativa e de correlação espacial utilizado; a Seção V apresenta os resultados de simulações obtidos, análises e discussões e a Seção VI apresenta algumas conclusões e considerações finais. hrN ,d . . . hs,rN B. Contribuições e Objetivos Este artigo apresenta uma avaliação de sistemas cooperativos, utilizando o protocolo Selective Decode and Forward (SDF) ideal, para canais de comunicação cujo desvanecimento é caracterizado pela distribuição do tipo α – µ [9]. Nessa avaliação são considerados cenários para diferentes valores de α e µ, variados números de relays e graus de correlação espacial, estimadores de canal e mobilidade relativa entre os nós que compõem o sistema. O modelo considerado na avaliação é composto por um nó fonte, N nós relays e um nó destino. O protocolo escolhido para este estudo, o SDF ideal, visa garantir que os efeitos das não idealidades inseridas nas simulações possam ser observadas nos resultados apresentados. Caso o protocolo não fosse ideal, os resultados de simulação poderiam “camuflar” os efeitos de não idealidades inseridos no modelo. Além disso, o modelo utilizado é genérico, podendo ser utilizado em diversas aplicações, como telefonia celular, redes de sensores e comunicações veiculares. O modelo considerado neste trabalho permite que diferentes tipos de desvanecimento de pequena escala sejam simulados, assim como atribuir diferentes graus de correlação espacial e mobilidade relativa entre os nós. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar as influências das não idealidades no sistema cooperativo considerando o uso do protocolo SDF ideal, avaliando-se diferentes condições de transmissão. As simulações levam em conta o número de relays, tipo de protocolo e o estimador de canal utilizado. 30 hs,r1 R1 hr1 ,d hs,d S Fig. 1. D Modelo de sistema de comunicação com relays. que S representa o nó fonte, R o nó relay e D o nó destino. Os sinais recebidos na primeira etapa são definidos como p (1) ys,d = P1 shs,d + ηs,d , ys,ri = p P1 shs,ri + ηs,ri , (2) em que P1 é a potência na fonte, s é o sı́mbolo de informação transmitido, hi,j representa o coeficiente do canal de comunicação entre a i-ésima fonte e o j-ésimo destino e η representa o ruı́do Gaussiano branco aditivo de média zero e variância unitária. Nas demais N etapas de transmissão os sinais recebidos são definidos como √ para s′ = s, Pi hri,d s′ + ηri,d , (3) yri ,d = 0, caso contrário, em que Pi representa a potência transmitida pelo i-ésimo nó relay. No nó destino, os sinais ys,d e yri ,d são combinados por meio de um combinador de razão máxima e entregues ao detector de máxima verossimilhança. A partir do modelo, define-se a potência de transmissão em cada slot de tempo e a taxa de transmissão espacial do sistema como N +1 X P = Pk , (4) k=0 P1 = P2 = · · · = PN +1 = P N +1 (5) e II. M ODELO DO S ISTEMA Neste trabalho considera-se o protocolo SDF ideal, no qual os relays são capazes de detectar se a decodificação do sinal foi correta [8]. Utiliza-se o modo de transmissão do tipo TDMA, em que os perı́odos de transmissão são divididos em N + 1 etapas, em que N é o número de relays. Na primeira etapa, apenas a fonte transmite o sinal para o nó destino e para os nós relays. Nas outras N etapas, cada relay retransmite a informação para o nó destino no N -ésimo perı́odo Rcoop = Rsiso , N +1 (6) em que Rsiso é a taxa de transmissão para um sistema SISO equivalente. Portanto, o modelo adotado garante que a potência utilizada para o esquema SDF é menor ou igual a potência de transmissão considerada no sistema SISO. Do mesmo modo, o protocolo SDF que explora a diversidade espacial (grau de diversidade N + 1), sofre a perda de taxa de transmissão em função do uso de N slots de tempo. REVISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, VOL. 3, NO. 2, DEZEMBRO 2013 III. D ISTRIBUIÇ ÃO α – µ A distribuição generalizada α – µ, proposta em [9], tem como principal caracterı́stica representar de maneira mais fidedigna as variações da envoltória do desvanecimento de pequena escala. Nela, o parâmetro α está associado à não linearidade do ambiente, enquanto que o parâmetro µ está associado ao número de trajetórias que compõem o multipercurso [9]. A função densidade de probabilidade (pdf) da distribuição α – µ pode ser definida como αµµ rαµ−1 rα fr (r) = αµ (7) exp −µ α , r̂ Γ(µ) r̂ em que Γ( · ) é a função Gamma, p r̂ = α E(Rα ), (8) E(·) é o operador esperança e R a envoltória do desvanecimento. O modelo de desvanecimento baseado na distribuição α – µ engloba alguns casos especiais, dentre os quais podem ser citados a distribuição de Nakagami-m, para α = 2 e µ podendo assumir quaisquer outros valores; a distribuição Weibull para µ = 1 e α podendo assumir diferentes valores; a distribuição Rayleigh, que é um caso especial para α = 2 e µ = 1 e a distribuição exponencial, com α = 1 e µ = 1 [9]. A Fig. 2 apresenta as pdf geradas a partir da distribuição α – µ para os casos especiais supracitados. Função Densidade de Probabilidade 2 E[hk (ht )∗ ] ≈ J0 (2πfD T |k − t|), (9) em que k é o bloco transmitido, T é a taxa de transmissão espacial, fD é o desvio Doppler normalizado e J0 é a função Bessel do primeiro tipo e ordem zero, definida como [8] Z 1 π −jxcos(θ) e dθ. (10) J0 (x) = π 0 Sabe-se que não é possı́vel descrever de maneira exata a dinâmica do canal de comunicação por um modelo autoregressivo (AR). Todavia, um modelo AR de baixa ordem pode ser utilizado para modelar a dinâmica do canal de comunicação, obtendo-se resultados satisfatórios [7]. Neste trabalho, considera-se o modelo AR de primeira ordem. Logo, os coeficientes do canal podem ser descritos como Hind = FHind k k−1 + wk , (11) em que Hk é a matriz que representa os coeficientes do canal, ind indica que eles são totalmente descorrelacionados, wk é o ruı́do de excitação Gaussiano, circularmente simétrico, de média zero e matriz de covariância definida como 2 Q = σw IN , (12) 2 = (1 − |β|2 )Pk , σw (13) (N ) 1 Pk = E[|hk |2 ], (14) β = J0 (2πfD T ) (15) F = βIN . (16) e F é definido como 0.5 0 0 Fig. 2. Gaussianas complexas de média zero e com uma função de autocorrelação temporal definida como em que α = 1 e µ = 1 − Distribuição exponencial α = 2 e µ = 1 − Rayleigh α = 2 e µ = 2 − Nakagami−m α = 2 e µ = 5 − Nakagami−m α = 5 e µ = 1 − Weibull 1.5 31 0.5 1 1.5 x 2 2.5 3 PDFs geradas a partir da distribuição α – µ. Por fim, utiliza-se um algoritmo baseado no modelo de Walsh [10], do algoritmo de Metropolis, proposto em [11], [12], apara gerar uma sequência pseudo-aleatória que siga a distribuição gerada, servindo como variável para se simular os coeficientes do canal de comunicação. No entanto, pode-se inserir nesse modelo a correlação espacial (grau de correlação) entre os canais de comunicação. Essa correlação é caracterizada pela matriz G. A matriz G que é quadrada, de dimensão N , em que N é o número de relays. Cada termo dessa matriz representa o grau de correlação entre os canais dos relays i e j, sendo alocado na posição Gi,j . Logo, pode-se reescrever a Equação (11) como: Hcor = GFHind k k−1 + Gwk , (17) em que o ı́ndice cor indica a presença de correlação espacial entre os canais. IV. M OBILIDADE R ELATIVA E C ORRELAÇ ÃO E SPACIAL O modelo de mobilidade relativa e correlação espacial utilizado neste trabalho é adaptado do modelo considerado em [13]. Segundo Bello [13], a partir do modelo WSSUS (WideSense Stationary Uncorrelated Scattering) os coeficientes do canal podem ser modelados como variáveis aleatórias V. E STIMADORES DE C ANAL Nesta seção são abordados os estimadores Least Mean Square (LMS) e Recursive Least Square (RLS) considerados nas avaliações numéricas. REVISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, VOL. 3, NO. 2, DEZEMBRO 2013 A. Estimador LMS O algoritmo LMS é uma simplificação estocástica do método dos Gradientes reduzindo significativamente a complexidade computacional do algoritmo, porém mantendo sua robustez. Pode-se realizar a estimação instantânea das matrizes de autocorrelação R e de correlação cruzada P, a partir desta simplificação. Estas estimações podem ser definidas como: e [ = [r(k)rH (k)] R(k) (18) [ = [r(k)d∗ (k)]. P(k) (19) canal, menor é o fator de esquecimento. Por fim, nota-se que o algoritmo RLS, ao contrário do LMS, independe do canal, ou seja, o vetor ganho sempre aponta para a solução ótima [14]. VI. R ESULTADOS DE S IMULAÇ ÃO Inicialmente, os algoritmos foram adaptados para comunicações cooperativas e validados utilizando-se o algoritmo de Metropolis, considerando a distribuição α – µ. Os resultados obtidos, confirmando a validação dos algoritmos, são apresentados na Fig. 3. O vetor Gradiente pode ser definido estocasticamente como: 1.4 Função Densidade de Probabilidade − f(x) ∇ω J(k) = −2[r(k)d∗ (k)] + 2[r(k)rH (k)]ω(k). (20) Logo, pode-se definir a atualização dos parâmetros do LMS como ω(k + 1) = ω(k) + νr(k)e∗ (k), (21) em que e é o erro de estimação, definido como e(k) = d(k) − z(k). (22) O passo adaptativo ν do estimador LMS deve seguir determinadas restrições para que o algoritmo convirja para a solução de Wiener. Dentre as diversas propostas para que o problema do passo adaptativo seja matematicamente tratável a mais aceita é definida como [14]: 0 < ν < tr{R}, B. Estimador RLS O estimador RLS tem como resultado uma solução semelhante a Equação de Wiener-Hopf [15], na qual, as matrizes de autocorrelação e correlação cruzada são substituı́das por estimativas temporais das mesmas [14]. Desse modo, pode-se definir o estimador RLS por meio das seguintes equações ω(k + 1) = ω(k)g(k)e (k) 1 0.8 0.6 0.4 0.2 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 Fig. 3. Histograma dos coeficientes de canal gerados pelo algoritmo de Metrópolis para distribuição α – µ com α = 1 e µ = 1. Na Fig. 4, apresentam-se os resultados em termos da SER a partir de simulações pelo método de Monte Carlo. Para essas simulações, considerou-se a modulação QPSK, transmissão de 107 sı́mbolos por ponto de SNR média, protocolo de transmissão SDF ideal, variância de ruı́do unitária, ausência de correlação espacial, mobilidade relativa entre os nós e estimação ideal no receptor. 0 10 −1 10 (24) −2 10 (25) e −3 10 −1 R−1 [1 − g(k)rH (k)]R−1 D (k) = λ D (k − 1), 0.5 x SER 1+ 1.2 0 0 −1 g(k) = Coeficientes Amostrados PDF Teórica (23) em que tr{R} é o traço da matriz R. Nota-se que tanto a oscilação dos parâmetros estimados quanto a velocidade de convergência do algoritmo LMS dependem do passo adaptativo. Caso o passo respeite suas restrições, o resultado da estimação irá oscilar em torno da solução de Wiener [15]. λ R−1 D (k − 1)r(k) , −1 H λ r (k)R−1 D (k − 1)r(k) ∗ 32 (26) em que, g(k) é o vetor de ganho, λ é o fator de esquecimento e R−1 D (0) é a variância do vetor de sı́mbolos de treinamento. Nota-se que o algoritmo RLS depende da inversão da matriz de autocorrelação, o que aumenta a complexidade computacional do algoritmo para, aproximadamente, N 2 . Além disso, é importante ressaltar que o fator de esquecimento (λ) varia de 0,9 a 0,98. Dependendo de quão variante for o −4 10 −5 10 0 SISO SDF − Simulado Aproximação Assintótica Limitante Superior SER Teórica 5 10 15 SNR 20 25 30 Fig. 4. Comparação dos resultados simulados e teóricos de SER × SNR para α = 2 e µ = 1. REVISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, VOL. 3, NO. 2, DEZEMBRO 2013 As Fig. 5 – 7 apresentam as curvas de SER para a distribuição α – µ, para N = 1, 2, 3, respectivamente. 33 0 10 −1 0 10 −1 10 10 −2 −2 SER 10 −3 10 −4 10 −5 10 0 SER 10 SISO − α = 1 − µ = 1 − N = 1 SDF − α = 1 − µ = 1 − N = 1 SISO − α = 2 − µ = 1 − N = 1 SDF − α = 2 − µ = 1 − N = 1 SISO − α = 2 − µ = 2 − N = 1 SDF − α = 2 − µ =2 − N = 1 SISO − α = 5 − µ = 1 − N = 1 SDF − α = 5 − µ = 1 − N = 1 SISO − α = 2 − µ = 5 − N = 1 SDF − α = 2 − µ = 5 − N = 1 5 10 −3 10 −4 10 −5 10 15 SNR 20 25 30 Fig. 6. 0 SISO − α = 1 − µ = 1 − N = 2 SDF − α = 1 − µ = 1 − N = 2 SISO − α = 2 − µ = 1 − N = 2 SDF − α = 2 − µ = 1 − N = 2 SISO − α = 2 − µ = 2 − N = 2 SDF − α = 2 − µ = 2 − N = 2 SISO − α = 5 − µ = 1 − N = 2 SDF − α = 5 − µ = 1 − N = 2 SISO − α = 2 − µ = 5 − N = 2 SDF − α = 2 − µ = 5 − N = 2 5 10 15 SNR 20 25 SER × SNR para diferentes valores de α e µ com N = 2. 0 10 SER × SNR para diferentes valores de α e µ com N = 1. Pode-se observar na Fig. 8, que o sistema possui desempenho semelhante para os três casos que consideram correlação espacial. Para todos os casos, o sistema apresentou perdas de diversidade. É importante ressaltar que o resultado −1 10 −2 10 SER Como pode ser observado na Fig. 4, os resultados de simulações estão validados a partir de sua comparação com os resultados teóricos. Nota-se que as curvas teórica e as obtidas por simulação possuem pequena discrepância e esta é causada pelo número de amostras utilizadas. Com esta validação, pode-se iniciar o estudo da variação dos demais parâmetros. Conforme os resultados das Fig. 5 – 7, nota-se que, quanto maior os valores de α e µ, mais brando é o desvanecimento de pequena escala, proporcionando um melhor desempenho para o sistema. Além disso, nota-se que a influência do número de relays no desempenho do sistema é maior para canais de comunicação submetidos a desvanecimentos mais severos, como será demonstrado no exemplo a seguir. A fim de demonstrar estes resultados numericamente, serão considerados dois casos, o primeiro com α = 1 e µ = 1 e o segundo com α = 2 e µ = 5, das Fig. 5 - 8. Para o primeiro caso com uma SER fixa de 10−2 , observa-se um ganho de, aproximadamente, 4,4 dB e 6,5 dB de SNR, quando comparados os casos com 1 e 2 relays e 1 e 3 relays, respectivamente. Para o segundo caso, com uma SER fixa de 10−4 , observa-se um ganho de, aproximadamente, 0,5 dB e 0,8 dB de SNR, quando comparados os casos com 1 e 2 relays e 1 e 3, respectivamente. Dando continuidade a avaliação do sistema, foi simulada uma situação no qual os canais de comunicação dos relays foram submetidos a diferentes graus de correlação espacial. Para essa análise, foram considerados: modulação do tipo QPSK, transmissão de 107 sı́mbolos por ponto de SNR média, protocolo de transmissão SDF ideal, N = 2, variância de ruı́do unitária, ausência mobilidade relativa entre os nós, estimação ideal no receptor e canal com desvanecimento do tipo α – µ (α = 2 e µ = 1). Esses resultados são apresentados na Fig. 8. −3 10 −4 10 −5 10 SISO − α = 1 − µ = 1 − N = 3 SDF − α = 1 − µ = 1 − N = 3 SISO − α = 2 − µ = 1 − N = 3 SDF − α = 2 − µ = 1 − N = 3 SISO − α = 2 − µ = 2 − N = 3 SDF − α = 2 − µ = 2 − N = 3 SISO − α = 5 − µ = 1 − N = 3 SDF − α = 5 − µ = 1 − N = 3 SISO − α = 2 − µ = 5 − N = 3 SDF − α = 2 − µ = 5 − N = 3 0 5 10 15 20 SNR Fig. 7. SER × SNR para diferentes valores de α e µ com N = 3. 0 10 −1 10 −2 10 SER Fig. 5. −3 10 −4 10 −5 10 0 SISO SDF − 2 Relays − Gsr = 1, Grd = 1 SDF − 1 Relay − Gsr = Grd = 0 SDF − 2 Relays − Gsr = 1, Grd = 0 SDF − 2 Relays − Gsr = 0, Grd = 1 SDF − 2 Relays − Gsr = Grd = 0 5 10 15 SNR 20 25 Fig. 8. SER × SNR para uma variação dos graus de correlação espacial entre relays. apresentado na Fig. 8 está de acordo com o apresentado em REVISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, VOL. 3, NO. 2, DEZEMBRO 2013 [16] para o protocolo SDF não ideal, porém, no segundo caso, a diferença de desempenho entre os casos estudados é muito superior. Com isto, pode-se afirmar que a utilização de uma metodologia adequada para a avaliação e estimação de erros faz com que a influência da correlação espacial entre os relays afete de maneira mais evidente o desempenho do sistema. 0 10 −1 10 −2 10 SER 0 10 −3 10 −1 10 −4 10 −2 10 −5 10 SER 34 0 SISO − Estimação Ideal SDF − Estimação Ideal SISO − LMS SDF − LMS SISO − RLS SDF − RLS 5 10 15 SNR 20 25 30 −3 10 −4 10 −5 10 0 SISO − Estimação Ideal SDF − Estimação Ideal SISO − LMS SDF − LMS SISO − RLS SDF − RLS 5 Fig. 10. SER × SNR para o sistema com α = 2 e µ = 1 com uma mobilidade relativa de 120 km/h entre fonte-destino e relay-destino. 10 15 SNR 20 25 30 Fig. 9. SER × SNR para o sistema com α = 2 e µ = 1 com uma mobilidade relativa de 60 km/h entre fonte-destino e relay-destino. Por fim, avaliou-se o caso em que o sistema apresenta mobilidade relativa entre os nós. Para essa análise, considerouse: modulação do tipo QPSK, transmissão de 108 sı́mbolos por ponto de SNR média (sendo cada frame transmitido é composto por 250 sı́mbolos), protocolo de transmissão SDF ideal, N = 1, variância de ruı́do unitária, ausência correlação espacial entre os nós, canal de desvanecimento do tipo α – µ (α = 2 e µ = 1), estimação não ideal (estimadores LMS e RLS) e mobilidade relativa entre fonte-destino e relay-destino de 60 e 120 km/h, Fig. 9 e 10, respectivamente. Para as simulações, foram escolhidos arbitrariamente: frequência de portadora de 1,9 GHz, taxa de transmissão 288 kb/s, fator de passo fixo do algoritmo LMS de 0,1 e fator de esquecimento fixo do algoritmo RLS de 0,96. Nota-se que, para a situação abordada no artigo, os estimadores perdem desempenho para altos valores de SNR média, acima de 15 dB. Além disso, quando comparados aos resultados apresentados em [16], para o caso não ideal, notase que os resultados das Fig. 9 e 10 possuem desempenho inferior. Isto nos permite afirmar que, de maneira análoga ao que acontece para o caso de correlação espacial, os efeitos da mobilidade possuem maior influência no desempenho do sistema para o caso ideal. É importante salientar que os valores de passo e esquecimento dos algoritmos LMS e RLS foram escolhidos de modo arbitrário. Logo, para valores ótimos, os algoritmos podem fornecer melhores desempenhos. VII. C ONCLUS ÕES E C ONSIDERAÇ ÕES F INAIS O trabalho apresentou uma análise de sistemas cooperativos submetidos a canais de comunicação com desvanecimento de pequena escala modelado pela distribuição generalizada α – µ. Para essa análise, considerou-se o protocolo SDF ideal, a fim de garantir que os resultados não fossem mascarados por uma seleção sub-ótima dos valores de threshold. Foram simulados diferentes cenários para variados números de relays, graus de correlação espacial, velocidades relativas entre os nós e diferentes estimadores de canais. A partir dos resultados, verificou-se que quanto maiores são os valores de α e µ menor é a influência dos nós relays. Além disso, verificou-se também que o desempenho de sistemas com protocolo SDF ideal é mais susceptı́vel a perdas devido a mobilidade, correlação espacial e erros na estimação de canal. Os resultados mostraram que as caracterı́sticas do sistema, modulação, protocolo e número de relays, bem como as técnicas de transmissão, estimação de canal e detecção empregadas podem influenciar no desempenho médio do protocolo, revelando a importância de se modelar corretamente o sistema de comunicação cooperativo permitindo uma avaliação mais adequada do protocolo empregado. R EFER ÊNCIAS [1] S. W. Peters, A. Panah, K.Truong, and R. Heath Jr., “Relay architectures for 3GPP LTE-advanced,” EURASIP J. Wireless Commun. Netw., vol. 2009, May 2009. [2] http://www.ieee802.org/16/relay/ [3] A. Sendonaris, E. Erkip, and B. Aazhang, “User cooperation diversity part I: System description,” IEEE Trans. Commun., vol. 51, no. 11, pp. 1927–1938, Nov. 2003. [4] M. Di Renzo, M. Iezzi, and F. Graziosi, “Error performance and diversity analysis of multi-source multi-relay wireless networks with binary network coding and cooperative MRC,” IEEE Trans. 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