SER NA PERSPECTIVA DO OUTRO Julci Stefano Becker1 Aloísio Ruedell2 Resumo: Uma das principais contribuições das filosofias da existência, para o pensamento humano, foi sua discussão sobre a questão do outro, de tal forma que ainda não tinha sido considerado no racionalismo e no idealismo clássicos. Gabriel Marcel investiga o ser existencial a partir da encarnação, na opacidade do ser enquanto ligado a um corpo, e as relações que o fazem Mitsein, ser com o outro. Segundo Marcel, o outro se apresenta a mim como um tu, com o qual, pelas minhas experiências, constituo a minha individualidade como Meinheit. O tu constitui-se em mim como mistério que me faz ser um eu e, na intersubjetividade do eu-tu, o nós. Numa relação de reciprocidade, o eu faz emergir o outro e o outro faz emergir o eu. É esta a questão assumida na presente discussão: como se entende a relação com o outro na perspectiva das filosofias da existência ou do existencialismo, sobretudo a partir de Gabriel Marcel, complementado pelo pensamento personalista de Emmanuel Mounier. Palavras-chave: Existência. O outro. Relação. Uma das principais contribuições das filosofias da existência, para o pensamento humano, foi sua discussão sobre a questão do outro, de tal forma que ainda não tinha sido considerado no racionalismo e no idealismo clássicos. Já havia, em verdade, inúmeras questões sobre problemas referentes ao conhecimento, ao mundo, ao eu, à alma e ao corpo, à matéria e ao espírito, a Deus e à vida futura..., mas, em nenhuma abordagem, ouviu-se falar da relação com outrem. As interrogações sobre esse tema começaram a surgir com o pensar da existência, do sujeito humano como indivíduo concreto. Portanto, é esta a questão que assumimos para a presente discussão: o tema do outro visto a partir das filosofias da existência ou do existencialismo, sobretudo, a partir de Gabriel Marcel e de Emmanuel Mounier. É oportuno referir também, de início, os sociologismos e os coletivismos do século XIX, com importantes contribuições para a organização social e política. Em suas discussões, porém, não há lugar para temas como a natureza da relação ou a relação entre uma existência 1 Bolsista da CAPES; Graduado em Filosofia, Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências – UNIJUÍ – RS. E-mail: [email protected] 2 Doutor em Filosofia pela PUC/RS; Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências UNIJUÍ. E-mail: aloí[email protected] 2 e outra. O existencialismo, por sua vez, alerta para o perigo de alienação, quando as relações apenas são estabelecidas ao nível da organização social. Nesse caso, as estruturas institucionais tendem a abafar o sentido da existência pela abstração e pela objetivação. Marcel, entretanto, diz: “vamos nos interrogar sobre o ser, enquanto ser-no-mundo”3 (1953, p. 197-201), a partir da encarnação4 (1969, p.15-16). Olhando para a história, segundo Marcel, a tragédia da Primeira Guerra Mundial revolucionou com a idéia do ser. “Apontou um ser de dores e alegrias, descobrimentos e decepções, não podendo mais se contentar com as formas abstratas, que até então o satisfaziam. Pois, essa época traz a experiência profunda do mim mesmo” (1953, p.202). No ato da interrogação sobre o que é o ser, surge a consciência do transcender e o sentido da investigação sobre o nós. Nessa questão não se aceita mais uma resposta ancorada no eu. Há, pois, um despertar, cada vez maior, para o sentido histórico da existência. A experiência nos faz perceber que “viemos depois de outros, dos quais temos recebido muito (...), e que, em relação a outros seres, também viemos antes” (1953, p.204). Essa dupla experiência, de antes e depois, lembra a complexidade das relações e a situação dos sujeitos. Segundo Marcel, “na medida em que, pela minha própria experiência, me elevar a uma percepção verdadeiramente concreta, estarei em condições de ascender a uma compreensão afetiva do outro, da experiência do outro” (Marcel, 1953, p.206). As filosofias da existência não criam um conceito metafísico do ser, do somos, em oposição ao eu penso, como o fez Descartes e como, posteriormente, foi adotado por Nietzsche, ao afirmar: “o inferno são os outros” ou dizendo: “deixamos de amar suficientemente o nosso conhecimento, desde que aos outros o comunicamos” (Apud Mounier, 1963, p.138). Para Marcel, que se aproxima do pensamento de Kierkegaard, a relação do somos é carregada de subjetividade e de comunicação, pela via da interioridade. O eu penso da modalidade idealista, que se aparta dos outros como objetos, transforma-se agora num eu que sente, vive, existe em situação, numa relação de necessidade dos outros. Marcel, portanto, questiona a possibilidade de o ser se identificar com a subjetividade. Seria, então, o ser intersubjetividade? O filósofo investiga a questão, e lembra que a intersubjetividade se constitui com a presença do ego, concebido como um entre os outros. Mas, esse um entre os outros não é entendido no sentido numérico, de unidade, e sim como elemento ou força constitutiva do outro. Concretamente, afirma o autor: “Não me preocupo 3 No sentido da nossa maneira específica de existir (Marcel, 1953, 197) Para Marcel, a encarnação é a situação de um ser que se apresenta ligado a um corpo. Constituindo a Meinheit, unidade indivisível: eu sou meu corpo (1969-15-16). No entanto, não me permite dizer que só sou meu corpo; bem como, que o corpo é só meu. Transcende a oposição na a relação sujeito-objeto. 4 3 pelo ser, senão na medida em que tomo consciência, mais ou menos distinta, da unidade subjacente que me une a outros seres, cuja realidade presencio” (Marcel, 1953, p.214). Consciente da vulnerabilidade do ser, Marcel diz que os “seres são os companheiros de rua que, num obscuro domínio, me ajudam a abrir caminhos”. É uma afirmativa que aponta para a maneira humilde e o caráter inesgotável com que o ser se revela na intersubjetividade. O existencialismo rompe o olhar do homem para o outro (pessoa ou mundo), como um sujeito olhando para seu objeto. Em vez disso, agora o universo passa a ser visto como um conjunto de relações de forças vivas, onde os papéis não conseguem ser definidos pelo homem, mesmo que este ocupe uma posição de superioridade frente à natureza (Stefanello, 1976, p.11). A dimensão dialogal do ser humano face ao mundo estabelece uma relação de participação e a consciência do sentido do sentimento (Marcel, 1953, p.115). Para Marcel, não existe a tradicional relação entre o ativo e o passivo. Participar significa simplesmente receber uma parte, um fragmento de um todo dado. Por isso, é impossível participar com todo nosso ser numa empresa, ou numa aventura, sem experimentar, em certa medida, o sentimento de ser arrastado; e esta, sem dúvida, é a condição indispensável que permite ao homem resistir a uma fadiga em que sucumbiria se estivesse só (Marcel, 1953, p.115-116). A encarnação é, segundo Marcel, o ponto central da investigação filosófica (1969, p.15). O homem, pois, é corpo, sem, contudo, ser reduzido ao corpo; transcendendo a possibilidade de ser simplesmente um objeto, é a corporeidade que lhe permite estabelecer relações e buscar a complementação na concretização do ser. Dessa forma, o homem não caminha sozinho no desvelar de seu ser: O eu faz emergir o outro e o outro faz emergir o eu (Stefanello, 1976, p.58-65), estabelecendo uma relação de amor, um elo intersubjetivo entre eu e tu (Marcel. 1953, p.187). O eu não é uma entidade monádica, que fecha ou isola o ser em si mesmo (1976, p.58). Nunca transita sozinho, mas existe com outros corpos; é um ser com. No dizer de Heidegger, o Sein (ser) é um Mitsein (ser-com), ou o Dasein um Mit-dasein (Apud Mounier, 1963, p.140). Trágico é o ser-com enquadrar-se ou ser enquadrado no horizonte do ter, da posse, sujeito às coisas (Marcel, 1969, p.193-217). O existente não pertence a ninguém em particular, mas se se liberta de alguém é para cair na escravidão do outro e, sobretudo, dos outros. Escravatura tanto mais degradante quanto os senhores me sujeitam à sua própria degradação e não à sua glória (Mounier, 1963, p.141-142). 4 Segundo Marcel, a degradação pela escravatura do ter é recíproca, na proporção da submissão e da dominação. Tanto o senhor quanto o escravo estão degradados em seu ser. Degradados em relação ao mistério do ser, considerando que este [...] é algo a que estou ligado, não parcialmente, por algum aspecto determinado e especializado, mas inteiramente, enquanto realizo uma unidade que, por definição, nunca pode apreender-se a si próprio, podendo somente ser objeto de criação e de fé. O mistério faz desaparecer a fronteira entre o em-mim e o perante mim (Marcel, 1951, p.81). Na mesma direção aponta o pensamento de Mounier, ao ponderar sobre o outro e o corpo do outro: O outro não é esse corpo que está perante mim, objeto entre os objetos: esse corpo é um corpo, assim separado de qualquer outra relação, não é o corpo do outro, não me dá o outro. O outro não é em mim a minha representação do outro: é um objeto subtilizado, mas ainda um objeto (Mounier, 1963, p.141). Há um caráter de indefinição do corpo, em virtude da corporeidade do ser: Situação fundamental, que a rigor não pode ser dominada, nem medida, mas somente analisada. É precisamente esta impossibilidade que afirmo quando declaro, confusamente, que sou meu corpo. Quer dizer: não posso me tratar distinto do corpo. [...] se não na condição de um objeto (Marcel, 1969,16). Importante questionamento sobre o outro encontramos em Sartre, quando este afirma que o ser do outro se constitui em ameaça para mim. “O homem sem apoio e sem ajuda - diz Sartre - está condenado a inventar o homem a cada instante” (Sartre, 1987, p.9). Diante disso, o solipsismo, comenta Mounier, não pode ser evitado, a não ser numa relação de ser a ser, ou seja, de sujeito a sujeito. Há necessidade de um cogito relativo ao outro, que, no entender de Sartre, mais não é do que o cogito cartesiano examinado mais de perto. Ele nos convida a uma mudança de atitude, porque normalmente se considera o outro como aquele que eu vejo, ou seja, como objeto, reduzido a ser-visto-por-outro, assumindo a pré-concepção de estar para o outro. 5 Pensamos sempre o outro, como aquele que eu vejo. Ora ele é também aquele que me vê. Vejo o outro-objeto, mas ao mesmo tempo sou visto pelo outro-sujeito, ou seja [...] como um objeto. Experimento o servisto-como-objeto em sentimentos como vergonha, a timidez, o embaraço, geralmente em todas as experiências diante-do-outro, em que sinto tornar-me objeto, e objeto dependente (Mounier, 1963, p.142). Essas experiências demonstram ou apontam para o outro como sujeito. Pois, não posso ser objeto para um objeto, e sim apenas para um sujeito. O ser-visto-por-outro é uma experiência irredutível, e “não pode ser deduzida nem do outro-objeto, nem do meu sersujeito. Implica o outro-sujeito. Originalmente, o outro é, assim, aquele que me olha” (Mounier, 1963, p.142-143). Mas, apesar de, teoricamente, nos referirmos ao outro como sujeito de relações, particularmente, sujeito de um olhar, a experiência é de um objeto que me invade, um objeto que me rouba o mundo, e meu ser e meu universo são também ameaçados como objeto. Neste “ser-para-o-outro, em que me torno diante dele, sou-o, mas não posso dispor dele” (Mounier, 1963, p.144). Não sou mais um para si, um ser humano consciente e prospectivo, mas um em si, uma existência imobilizada e indisponível. Daí a afirmação de Sartre: “O meu pecado original é a existência do outro” e “O inferno são os outros”. (Apud, Mounier, 1963, p.145). Diante dessa experiência de ameaça, as reações podem ser diversas. O sujeito pode assumir uma postura defensiva ou também partir para o ataque. Uma das primeiras defesas, segundo Mounier, é o sentimento de pudor. Nesse sentimento, eu me retenho, resguardo, evito ser reduzido ao olhar do outro, para ser reconhecido como puro sujeito. No entanto, argumenta Mounier, a verdadeira defesa é partir ao ataque, com o objetivo de reconquistar-se como sujeito e readquirir a liberdade. O ideal consiste em atingir o outro na sua própria alteridade, “na sua liberdade, não como objeto, mas como ser-observante”, esvaziando-o de seu poder de perturbação. “É esse – diz Mounier – o ideal do amor” (Mounier, 1963, p.147). Consiste na procura da liberdade enquanto liberdade, e não na procura da posse de um corpo. O outro como objeto não basta para provocar o amor. Este só pode nascer do desejo de outrosujeito, sujeito de liberdade. Mas, não basta reencontrar a liberdade do outro, é preciso que, paradoxalmente, se torne minha prisioneira. Ou, como diz Mounier: “que o outro se atole na minha liberdade, e que livremente venha, pois como liberdade o quero possuir” (147). Peço que seja objeto, mas o quero como sujeito. Objeto porque fascina, despertando para a comunhão dos corpos, ou o impossível, a comunhão das almas (Mounier, 1963, p.148). 6 Tarefa fundamental pode ter aí a força do desejo sexual, quando me faço carne na presença da carne do outro, para tentar apropriar-me da sua carne. Porquanto, primitivamente, ele não é carne. É ser situado, vestido não só com seus fatos, mas com mil vínculos individuais e sociais. É preciso que eu o dispa. (...) A posse é assim uma tentativa dupla e de recíproca encarnação (Mounier, p.149). Será, porém, mais uma tentativa malograda, se me mantiver como senhor. Pois, mantendo-me como senhor da vitória, pelos seus próprios processos, não possuo mais do que o despojo, e não outro. De outro lado, sou tanto menos senhor quanto mais me deixo envolver a mim próprio. Em suma, na perspectiva existencialista, não se admite atingir o outro como objeto, perante um eu sujeito. Antes, reconhece-se o outro como uma presença, e o ato de amor é constituído da relação intersubjetiva de um eu e de um tu5 (Zilles, 1995, p.66-72). A consciência do ser, no horizonte do mistério, fora do horizonte do problema e do ter, é heterocêntrica. O homem compreende-se a si mesmo a partir dos outros, ou experiência o seu valor na medida em que é amado (Stefanello, 1976, p.60). Evita-se, aqui, a expressão na medida em que é valorizado, de modo a evitar a mercantilização das relações. No mais, o amor é a experiência que fundamenta e reconhece o ser-com. É por este que o outro emerge no amor, penetra na sua existência e desperta o ser. A minha relação subjetiva emerge o Outro para crescer, engajar-se e colocar-se a caminho do ser. Concomitantemente, ao fazer emergir o outro como ser, emerge também o eu. Importa, porém, perguntar: Para o eu fazer emergir o outro, quem garante ao eu conferir o ser a si próprio? Respondendo com Marcel: somos seres encarnados, tanto o eu como o outro estão encarnados neste mundo. Ora, para alguém surgir ou perceber-se na sua situação concreta, precisa espelhar-se no outro, ser integrado por ele. Assim, o eu como ser (sou ou sendo) traz consigo o Outro. Isso equivale a afirmar, que é o Outro (o Tu), que desperta o Eu a ser. Já discutimos sobre a importância da concepção e do tratamento entre os dois pólos, do eu e do outro, para que o ser seja humano, ou, segundo Marcel, se identifique com o ser encarnado6. Nessa parte do texto, o desafio é investigar o teor da relação que une a ambos: o eu e o outro. Gabriel Marcel, para zelar pela relação que ambos, o eu e o outro estabelecem, usa os termos precisos do Eu - Tu. Justifica-se esse procedimento, porque, 5 Marcel trata o Outro como Tu, concebendo-o como liberdade, não como natureza. Tratar do outro como Ele seria reduzi-lo a uma natureza de objeto animado ou funcional (Etre et Avoir, apud, Becker, 2005, 78). 6 Situação em que o ser se apresenta ligado a um corpo (Marcel, 1969, p.15). 7 quando trato o outro como ele, reduzo-o a uma natureza: um objeto animado que funciona desta e não daquela maneira. Ao contrário, tratando o outro como tu, trato-o e concebo-o como liberdade; apreendo-o como liberdade, porque também é liberdade e não apenas natureza. Ainda mais: ajudo-o de algum modo a ser libertado... (1935, p. 154). A compreensão do outro não deve estar reduzida a uma idéia dentro de mim. Numa comunicação entre nós (eu-tu), ambos mergulhados numa esfera na qual deixam de ser iguais a ‘outros’ um para o outro. Na relação com o “tu”, não almejo captar a idéia dele, mas a própria pessoa, que se me revela. Este encontro se estabelece na liberdade e na espontaneidade. Não se estabelece frente a frente com o outro, mas dentro de ambos. Em decorrência do grau de compreensão do outro, sintetizo o mesmo no seu ser misterioso. Sendo o tu um mistério em mim, o que me faz ser um eu? Entende-se que, na transcendência, não desaparece a individualidade do ‘eu’ e do ‘tu’. Cada qual é livre, num ato de dois sujeitos, no âmbito da intimidade, na qual um terceiro, em primeiro momento, pode ser um intruso. Porém, na abertura para a participação e o aprofundamento da relação, o nós (= eu - tu) cria uma unidade, comparável a um terceiro sujeito: o ‘Eu’ coletivo ou intersubjetivo. Para Stefanello (1976, p.70-74) somente no amor se compreende a plenitude de tal relação. Pois, no amor não existe objeto, na hipótese de existir a possibilidade de um possuir o outro, teríamos uma relação de objetos, algo que acontece somente na relação de sujeitos. Sendo subjetivo, por se referir a um sujeito, e intersubjetivo por se referir à relação entre sujeitos. Referências bibliográficas BECKER, Julci Stefano. Gabriel Marcel e a intersubjetividade participativa na relação EuTu. In: MAAS, Adriana (org). Linguagem, Escrita e Mundo. Ijuí: Unijuí, 2005, p. 63-79. MARCEL, Gabriel. El Mistério del Ser. Buenos Aires, Ed. Sudamericana, 1953. _______. Diário Metafísico. Madrid: Ediciones Guadarrama, 1969. _______. Os homens contra o homem. Porto: Editora Educação Nacional. s/d. MOUNIER, Emmanuel. Introdução aos existencialismos. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1963. 8 SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um humanismo. In. Os Pensadores, SP: Nova Cultural, 1987, p.1-32. ZILLES, Urbano. Gabriel Marcel e o existencialismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1988. STEFANELLO, Antoninho Pegoraro. O homem, um ser em transito – perspectiva de Gabriel Marcel. Dissertação de Mestrado, Santa Maria: UFSM, 1976. RUEDELL, Aloísio. Lições políticas para a América Latina. Um estudo do pensamento político E. Mounier. Canoas: La Salle, 1985.