FACULDADE TECSOMA Curso de Bacharelado em Biomedicina Cíntia Aparecida Barbosa Sousa PERFIL LIPÍDICO E AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA DE ADOLESCENTES DA ESCOLA CACILDA CAETANO DE SOUZA DA CIDADE DE PARACATU – MG Paracatu-MG 2012 Cíntia Aparecida Barbosa Sousa PERFIL LIPÍDICO E AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA DE ADOLESCENTES DA ESCOLA CACILDA CAETANO DE SOUZA DA CIDADE DE PARACATU – MG Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina. Orientação temática: Msc. Cláudia Peres Silva Orientação metodológica: Geraldo B. B. de Oliveira Coorientadora: Rita de Cássia Medeiros de Oliveira Paracatu-MG 2012 S475a Sousa, Cíntia Aparecida Barbosa Perfil lipídico e avaliação do índice de massa corpórea de adolescentes da Escola Cacilda Caetano De Souza da cidade de Paracatu – MG. / Cíntia Aparecida Barbosa Sousa. Paracatu, 2012. 74f. Orientador: Msc Cláudia Peres da Silva Monografia (Graduação) – Faculdade TECSOMA, Curso de Gradação em Biomedicina. 1. Adolescentes. 2. Perfil lipídico. 3. Doenças cardiovasculares. 4. Lipoproteínas. I. Silva, Cláudia Peres da. II. Faculdade TECSOMA. III. Título. CDU: 547 Cíntia Aparecida Barbosa Sousa PERFIL LIPÍDICO E AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA DE ADOLESCENTES DA ESCOLA CACILDA CAETANO DE SOUZA DA CIDADE DE PARACATU – MG Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II da Faculdade TECSOMA como requisito para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. _______________________________________________ Mestre Cláudia Peres Silva Orientadora e Coordenadora do Curso de Biomedicina _______________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira Orientador Metodológico _______________________________________________ Jôsimar Dornelas Moreira Professor Convidado Paracatu, 29 de Junho de 2012 Este trabalho é dedicado a: A Deus, aos meus pais e irmão por todo apoio e carinho oferecidos. Aos meus avós, tios e demais familiares, por terem acreditado me incentivado. Em especial: Ao meu inesquecível Pai, José Maria Pereira de Sousa (in memorian), exemplo de pai e amigo, e de quem sinto muitas saudades. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por minha vida, por ter me abençoado, por ser minha força, por iluminar meus passos e pela presença em todos os momentos. Por realizar sonhos que eu julgava impossível. Aos meus pais, José Maria (in memorian) e Eulânia, e meu irmão Danilo por estarem sempre ao meu lado em momentos importantes, oferecendo apoio e força. Aos meus avós Rodolfo e Ana, fonte de inspiração e exemplo. Aos meus tios primos pela ajuda e confiança. Aos meus antigos e novos amigos pela compreensão, incentivo e por termos passado momentos inesquecíveis juntos. A todos os meus professores, (pré-escolar, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior). Em especial as queridas professoras da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, que foram á base da minha formação educacional e moral, e por ter me ensinado o que todo mundo tem algo de valor e pelo carinho oferecido até os dias de hoje. Aos meus inesquecíveis professores de graduação, com quem eu tive o prazer de aprender inúmeros ensinamentos. Em especial aos que pude conviver e conhecer melhor que participaram de momentos bons e ruins da minha vida e por serem espelhos pra mim. (Jôsimar Dornelas, Flavio Simplício). A minha querida Professora Talitha Araújo Faria, por ser um exemplo de pessoa Boa e Cativante. Pelos puxões de orelha, pelos conselhos, carinho e amizade por mim. A professora Rita de Cássia Medeiros de Oliveira, por ser exemplo de profissional e de pessoa, pela compreensão, pelos ensinamentos transmitidos, pela disponibilidade em ajudar, pela amizade e por todo o carinho. A professora Stela Melo, pela simplicidade e humildade e pela alegria que transmite. À professora, coordenadora do curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA e orientadora deste estudo, Cláudia Peres da Silva, pela disponibilidade e incentivo. À meus colegas de classe e companheiros de jornada, pela Amizade, pelas festas, e pela ajuda, pela família que se formou e que se desformou: André Gonçalves, Ítalo Albernaz, Deniel Ricardo, Thalisson Ryller, Douglas Gabriel, Gilson Gonçalves, Patrícia Cristina, Talita Emanuela, Adriana Ramalho, Ana Carolina Souza, Amanda Mariano, Amanda Silva. E aos demais da turma. Obrigada a todos que me ajudaram para a conclusão deste estudo, que contribuíram muito para o seu término: Amanda Mariano, Carina Miuki Fukuda, Cláudia Peres, Elidê Gomes Faria Silva, Douglas Gabriel, Liliane Fonseca, Marcos Antônio, Rita de Cássia Medeiros de Oliveira e Thalisson Ryller Caixeta. Obrigada a todos que são importantes na minha vida, que me ajudaram, compreenderam, valorizaram e permaneceram ao meu lado nas tristezas e choraram comigo, e nas alegrias sorriram comigo, e me fizeram ser uma pessoa melhor. “Você se faz presente em todos os momentos firmes e trêmulos. E passo a passo, pude sentir a sua mão na minha, transmitindo-me segurança necessária, para enfrentar meu caminho e seguir. A tua presença é como a luz e a vida, e sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha Voz a tua voz.” Vinicius de Morais RESUMO O risco de desenvolver doença arterial coronariana, cada vez mais leva a população a se preocupar com a saúde e a investigar fatores que promovem a mesma. Por isso a preocupação com os níveis de lipídios, lipoproteínas plasmáticas a obesidade. A descoberta de taxas de lipídios, na infância e adolescência é importante para Identificar as que possuem um risco maior de desenvolver doenças e com isso estabelecer medidas profiláticas para a promoção da saúde. O objetivo desse estudo foi de avaliar o perfil lipídico de adolescentes da Escola Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu – MG e sua relação com a obesidade. A população em estudo foi composta por 22 alunos, com faixa etária entre 14 a 17 anos de idade, dos alunos da Escola Cacilda Caetano de Souza. Realizou- se a coleta de dados sendo aferido o peso e altura dos alunos. Foram analisados os níveis de colesterol total, HDL, LDL, VLDL, triglicerídeos E Lipídios totais dos alunos. Dos resultados encontrados, não houve muitas alterações no perfil lipídico dos adolescentes. Os níveis de CT em 95% da amostra apresentaram valores normais e 5% alterados, para TG foram encontrados, 91% normais, 4% em limiar alto e 5% elevado. Foi encontrado para o HDL 83% de valores desejáveis e 17% fora do desejável. Os resultados para o LDL foram 86% normais e 14% alterados, e VLDL 95% recomendável e 5% alterado. E com o cálculo do IMC, os resultados foram de 45% peso normal, 14% sobrepeso e 41% abaixo do peso. Concluiuse que houve alterações em poucos lipidogramas, e que os adolescentes da Escola Cacilda Caetano de Souza encontram-se dentro da normalidade para perfil lipídico. Embora não seja dispensada a orientação para que eles vivam com saúde evitando doenças. Palavras-chave: Adolescentes. Lipoproteínas. Perfil lipídico. Doenças cardiovasculares. 3 ABSTRACT The risk of developing coronary artery disease, increasingly leads people to worry about health and to investigate factors that promote the same. Hence the concern with the levels of lipids, lipoproteins obesity. The discovery rate of lipids in childhood and adolescence is important to identify those with a higher risk of developing diseases and thereby establish preventive measures for health promotion. The aim of this study was to evaluate the lipid profile of adolescents in school Cacilda Caetano de Souza city Paracatu - MG and its relationship with obesity. The study population consisted of 22 students, aged between 14-17 years of age, students of the School Cacilda Caetano de Souza. We carried out data collection and measured weight and height of the students. We analyzed the levels of total cholesterol, HDL, LDL, VLDL, triglycerides and total lipids of the students. These results, there were not many changes in the lipid profile of adolescents. The levels of CT in 95% had normal and 5% altered to TG were found in 91% normal, 4% and 5% high threshold high. Was found for HDL 83% of desirable values and 17% off desirable. The results for normal LDL were 86% and 14% modified, VLDL and 95% and 5% recommended changed. And with the calculation of BMI, the results were 45% normal weight, overweight 14% and 41% underweight. It was concluded that there were few changes in lipidogramas, and that the school adolescents Cacilda Caetano de Souza are within normal ranges for lipid profile. Although not given guidance for them to live with health preventing disease. Keywords: Adolescents. Lipid Profile. Cardiovascular Diseases. Lipoproteins. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Estrutura do Colesterol ............................................................... 25 FIGURA 2 - Síntese de Colesterol e vias relacionadas .................................. 27 FIGURA 3 - Estrutura da Lipoproteina HDL ................................................... 31 FIGURA 4 – Ateroma: Corte Lateral ............................................................... 36 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Procedimentos operacionais padrão do colesterol liquiform Labtest .................................................................................... 45 TABELA 2 – Procedimentos operacionais padrão do Colesterol HDL Labtest .................................................................................... 46 TABELA 3 – Procedimentos operacionais padrão do Colesterol HDL Liquiform Labtest ..................................................................... 47 TABELA 4 – Valores recomendados para Colesterol Total de Crianças e Adolescentes .......................................................................... 54 TABELA 5 – Valores recomendados para Colesterol HDL de Crianças e Adolescentes .......................................................................... 55 TABELA 6 – Valores recomendados para Colesterol LDL de Crianças e Adolescentes .......................................................................... 55 TABELA 7 – Valores recomendados para Triglicérides de Crianças e Adolescentes ........................................................................... 56 TABELA 8 – Média dos lipídios, lipoproteínas e IMC de Adolescentes ........ 60 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a aceitação para a realização do estudo (n=22), 2012 ................................................................ 49 Gráfico 02 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme o gênero (n=22), 2012 .................... 50 Gráfico 03 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a idade (n=22), 2012 ...................... 50 Gráfico 04 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a quantidade de refeições realizadas durante o dia (n=27), 2012 ..................................... 51 Gráfico 05 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os alimentos consumidos (n=27), 2012 ......................................................................................... 52 Gráfico 06 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a prática de atividades físicas (n=22), junho de 2012 ............................................................. 53 Gráfico 07 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme o tipo de atividade física praticada (n=22), junho de 2012 .............................................................. 53 Gráfico 08 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de colesterol total (n=22), junho de 2012 ............................................................. 55 Gráfico 09 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de HDL-colesterol (n=22), junho de 2012 ............................................................. 56 Gráfico 10 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de LDL-colesterol (n=22), junho de 2012 ............................................................. 56 Gráfico 11 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a os valores de triglicérides (n=22), junho de 2012 ......................................................................... 57 Gráfico 12 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de VLDL-colesterol (n=22), junho de 2012 ............................................................. 58 Gráfico 13 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de lipídeos totais (n=22), junho de 2012 ............................................................. 58 Gráfico 14 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme o Índice de Massa Corporal (n=22), junho de 2012 ............................................................. 59 LISTA DE ABREVIATURAS APO - Apolipoprotéinas CAPS - Clínica psicossocial CCK - Colecistocinina CT - Colesterol Total DAC - Doença arterial coronariana ESF - Estratégia Saúde da Família HDL - Lipoproteína De Alta Densidade HMG-CoA - β-hidroxi-β-metilglutaril- CoA IDL - Lipoproteínas de Densidade Intermediária IMC - índice de massa corpórea LDL - Low Density Lipoprotein - lipoproteína de baixa densidade LSH – Lipase Hormônio Sensível NADPH - Nicotinamida A denina Dinucleótido Fosfato OMS - Organização Mundial de Saúde PAI - Inibidor do plasminogênio TG - Triglicerídeos Tpa - Plasminogênio Tecidual VLDL - Very Low Density Lipoprotein- lipoproteína de muito baixa densidade SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 16 2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 18 2.1 Lipídios ................................................................................................... 19 2.2 Colesterol ............................................................................................... 24 2.3 Triglicerídeos .......................................................................................... 28 2.4 Lipoproteínas ......................................................................................... 29 2.4.1 Lipoproteína de alta densidade ........................................................... 30 2.4.2 Lipoproteína de baixa densidade ....................................................... 32 2.4.3 Lipoproteína de muito baixa densidade ............................................. 33 2.5 Índice de Massa de Corpórea ................................................................ 34 2.6 Obesidade ............................................................................................... 34 2.7 Aterosclerose ......................................................................................... 35 2.8 Dislipidemias .......................................................................................... 37 3 METODOLOGIA ........................................................................................ 3.1 Local de Estudo ..................................................................................... 3.2 Características do Município ................................................................. 3.3 Características do local de estudo ....................................................... 3.4 Tipos de estudo ...................................................................................... 3.5 Universo do estudo ................................................................................ 3.6 Variáveis estudadas ............................................................................... 3.7 Coleta de Dados ..................................................................................... 3.8 Desenvolvimento do Estudo ................................................................. 3.8.1 Instrumentos utilizados ...................................................................... 3.8.2 Materiais utilizados ............................................................................. 3.8.3 Coleta e processamento das amostras ............................................. 3.8.4 Determinação do colesterol Total ...................................................... 3.8.5 Determinação do colesterol HDL ....................................................... 3.8.6 Determinação do Triglicerídeos ......................................................... 39 39 39 39 41 42 42 42 42 42 42 43 44 46 47 4 RESULTADOS ........................................................................................... 49 5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 65 REFERENCIAS ............................................................................................. 66 APÊNDICE .................................................................................................... 69 16 1 INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares estão entre as maiores causas de morbidade e mortalidade no mundo. Dentre elas destacam-se a doença arterial coronariana (DAC), da qual a aterosclerose e a mais expressiva representante. (ROVER et al., 2010). Estudos mostram que cerca de 500.000 mortes anualmente nos Estados Unidos os raças e grupos étnicos afetando o sistema de saúde e a economia, onde são gastos cerca de 50 bilhões de dólares por ano no tratamento deste tipo de doença. (RABAIOLI et al., 2011). Avaliação do perfil lipídico compreende as determinações do colesterol total (CT), colesterol constituinte da LDL (Low Density Lipoprotein - lipoproteína de baixa densidade) ou (LDL- COL), colesterol constituinte da HDL (High Density Lipoprotein – lipoproteína de alta densidade) ou (HDL-COL), dos triglicerídeos (TG), da relação CT/HDL-COL, relação LDL-COL/HDL-COL e frações não HDL-COL. (ROVER et al., 2011). O colesterol é uma substância fundamental de membranas celulares, precursores de vitamina D, sais biliares e hormônios sexuais. Ele desempenha um papel importante na regulação do metabolismo no crescimento e sobre os hormônios sexuais. Podem ser de origem exógena quando obtido pela ingestão de alimentos e endógena quando está circulando com as lipoproteínas do plasma e foi sintetizado no fígado. O colesterol pode estar na forma livre ou estratificada, não sendo encontrada nos vegetais. As lipoproteínas plasmáticas apresentam diferentes densidades de acordo com a densidade de proteínas que as compõem. (SILVA, 2005). Os triglicerídeos constituem 95% das gorduras do organismo e sua fórmula possui uma molécula de colesterol estratificado com três moléculas de ácidos graxos, e é esse tipo de gordura que se acumula nos tecidos subcutâneos, principalmente abdominais, e é a forma de armazenamento de energia consumida a mais, seja como hidratos de carbono ou gordura. (SILVA, 2005). A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica, que se inicia na primeira década de vida, porém apresenta um longo período sem apresentar sintomas, sendo caracterizado por obstrução progressiva da luz arterial por 17 placas de ateroma e trombos, disfunção endometrial e processos inflamatórios. As doenças decorrentes do agravamento da aterosclerose, como infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular encefálico, estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade em adulto de todo mundo, com tendência a acomete pessoas mais jovens e em especial nos países em desenvolvimento. (ROVER et al., 2010). O índice de massa corporal (IMC) é um método de avaliação sobre as condições de peso de uma pessoa. De acordo com recomendações da Organização Mundial de Saúde - OMS - o Índice de Massa Corporal - IMC (peso em quilogramas dividido pelo quadrado da altura em metro) para avaliação do perfil antropométrico-nutricional de populações de adultos. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011). Com aparência e textura de uma cera macia, o colesterol é um composto químico da família do álcool, essencial à vida. É sintetizado pelo fígado e parte é adquirida através dos alimentos ingeridos. O colesterol deve se ter um acompanhamento adequado porque tanto as taxas muito altas quanto as muito baixas são perigosas à saúde. O colesterol degrada apenas em gorduras, colesterol é transportado pelo através das lipoproteínas VLDL (Very Low Density Lipoprotein- Lipoproteína de Muito Baixa Densidade) LDL e HDL. Este trabalho aborda o perfil lipídico e IMC dos alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza. O objetivo foi devido à preocupação atualmente com o perfil lipídico de crianças e adolescentes, que pode ser desencadeante de futuros problemas. O estudo foi definido como avaliação do perfil lipídico de adolescentes da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu – MG e sua relação com a obesidade. Os objetivos específicos são a determinação das taxas de colesterol total, triglicerídeos, HDL e por meio destes, indicar as frações VLDL e LDL (através da Equação de Friedewald) na população do estudo. Determinar o índice de massa corporal (IMC) da população em estudo. Correlacionar o perfil lipídico com o IMC dos adolescentes. Verificar o risco de aterosclerose frente ao lipidograma no grupo de estudo. Com o trabalho será descoberto alteração no lipidograma e de acordo com o resultado, será orientado aos responsáveis e aos adolescentes as formas corretas para prevenir e tratar se assim precisar. 18 2 REVISÃO DE LITERATURA A palavra adolescência vem do Latim Adolescentia, que significa período da vida humana entre a puberdade e a virilidade, que corresponde dos 14 aos 25 anos de idade, ou Adolescere que significa fazer–se homem ou mulher ou também crescer na maturidade. Para a OMS a adolescência pode ser dividida em três etapas: Pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos; Adolescência propriamente dita – dos 15 aos 19 anos; Juventude – dos 15 aos 24 anos. (VIVENDO A ADOLESCÊNCIA, 2012). De acordo com a Organização Mundial de saúde (OMS, 2004 apud BERETTA et al., 2011), a adolescência é uma etapa evolutiva caracterizada pelo desenvolvimento biopsicossocial delimitada pela faixa etária de 10 a 19 anos, que em geral, se inicia com as mudanças corporais da puberdade e termina com a inserção social, profissional e econômica. Na puberdade acontece o processo de desenvolvimento físico de uma criança em adulto. Na adolescência é o período que os adolescentes ganham aproximadamente 20% da altura de adulto e 50% do seu peso de adulto. (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2005). A descoberta de taxas de colesterol, na infância é importante para identificar as que possuem um risco maior de desenvolver uma doença arterial coronariana (DAC) quando se tornar adulto e relacionar com predisposições genéticas, com isso estabelecer medidas profiláticas para diminuir as taxas de colesterol. A DAC não é comum em criança e adultos jovens, porém com alimentação juntamente com a maneira de viver e sedentarismo, as pessoas jovens tem maior predisposição em adquirir a doença. (FRANCA; ALVES, 2006). Os exames de colesterol total e frações de colesterol, foram considerados exames de rotina a partir do momento que houve conhecimento da doença arterial coronariana e a função do colesterol na mesma. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). 19 2.1 Lipídios As gorduras ingeridas na dieta evidenciam grandes fatores para o surgimento de várias doenças, no entanto o organismo necessita da ingestão de lipídios para desempenho de várias funções. Utilizados como a principal reserva de energia do organismo, proteção dos órgãos amortecendo contra o impacto, afeta a transição do gene, e isolante térmico e outras utilidades. Os lipídios desempenham varias funções, além das conhecidas como reserva de energia e constituintes da membrana celular, outras como: funcionam como pigmentos (retinal, caroteno), co-fatores (vitamina K), detergentes (sais biliares), transportadores (dolicóis), mensageiros intra e extracelulares. Com todos esses papeis dos lipídios o organismo deve ter a possibilidade de fazer a síntese dos mesmos. (NELSON; COX, 2006). Os lipídios são diferentes em composição química, mas tem a mesma característica de ser insolúveis em água. Os lipídios de reserva de energia são as gorduras e óleos que são derivados de ácidos graxos. Já os lipídios estruturais de membranas são os fosfolipídios e os esteróis. (NELSON; COX, 2006). Para energia são utilizados os ácidos graxos, que são lipídios sintetizados inicialmente no fígado e intestinos, armazenados nos tecidos adiposos, na forma de glicerol e triacilglicerol. (BAYNES; DOMINICZAK, 2007). Os lipídios mais importantes são os fosfolípides, o colesterol, os triglicerídeos e os ácidos graxos. Possuem funções na estrutura das membranas celulares, fluidez da membrana, precursores de hormônios esteroides, dos ácidos biliares e da vitamina D, respectivamente. As gorduras e os óleos puros são geralmente, sólidos e líquidos, respectivamente de cor branca ou amarela. Gorduras e óleos puros são inodoros e insípidos. Contudo, após certo período as gorduras tornam- se rançosas, e desenvolvem um odor e sabor desagradáveis. Gorduras e óleos são insolúveis em água, mas são solúveis em solventes líquidos orgânicos tais como o benzeno, acetona e éter. Gorduras não difundem através das membranas. São mais leves do que a água e apresentam uma sensação escorregadia ao tato. Gorduras e óleos formam uma emulsão temporária 20 quando agitados com água. A emulsão pode tornar- se permanente pela adição de um agente emulsificante como o sabão. Gorduras e óleos devem ser emulsificados pela bile antes que possam ser digeridos. (SACKHEIM; LEHMAN, 2001). Os ácidos carboxílicos ou graxos possuem cadeias de hidrocarbonetos de 4 a 36 átomos de carbono. Os ácidos graxos variam entre si, podendo ter ramificações ou não, uma ou mais ligações duplas. (NELSON; COX, 2006). As gorduras são classificadas de acordo com a ligação existente nos ácidos graxos, são elas: gorduras saturadas, gorduras monoinsaturadas, gorduras poliinsaturadas, ácidos graxos trans (gordura trans). As gorduras saturadas apresentam triacilgliceróis, com composição de ácidos graxos que não apresentam em suas cadeias ligações duplas. O consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas está relacionado com o aumento dos valores plasmáticos do colesterol total e do colesterol LDL, chamado de colesterol ruim. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). A gordura saturada é normalmente proveniente de animais, nas carnes, banhas, em óleo e derivados do coco e palmeira e laticínios. Os ácidos graxos saturados de cadeias longas, não possuem solubilidade em água, já os de cadeia média, são solúveis em água. Os ácidos graxos saturados mais comuns são o palmítico, esteárico, mirístico e láurico. A gordura saturada é normalmente proveniente de gorduras animais, nas carnes bovinas e suínas, gordura de leite banhas, em manteiga de cacau, em óleo e derivados do coco e palmeira. (BAYNES; DOMINICZAK, 2007). Nas gorduras monoinsaturadas, os ácidos graxos dos triacilgliceróis, apresentam uma ligação dupla. Esse tipo de gordura não é prejudicial à saúde, aumentando o colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade) e diminuem os níveis de colesterol e LDL no plasma. A dieta do mediterrâneo é um exemplo de alimentação rica em gorduras monoinsaturadas, que são vegetais, peixes, óleo de oliva. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). Outros alimentos como o abacate, óleo de canola, óleo de girassol, e óleo de amendoim, castanhas, semente de linhaça são alimentos que também contém gordura monoinsaturada. Os ácidos graxos das gorduras polinsaturadas possuem mais de uma ligação dupla. Os ácidos graxos Linoléico e linolênico, chamados comumente 21 de ômega 6 e ômega 3, são exemplos de ácidos graxos polinsaturados. Que são ácidos graxos essenciais. O ácido linoléico (ômega 6), substitui o ácido graxo saturado, com isso diminui o colesterol plasmático, e as lipoproteínas LDL e HDL. Alimentos como nozes abacate, soja, azeitonas, óleo de gergelim, algodão e milho contem a presença do ácido. O ácido linolênico (ômega 3), impede o aparecimento de arritmia cardíacas, reduz as taxas de triacilgliceróis séricos, diminuem risco de trombose de pressão sanguínea e doenças cardiovasculares, embora não apresentem tanto efeito nos colesteróis HDL E LDL. Os alimentos que contem o ácido linolênico são óleos de peixes, plantas e castanhas. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). O ácido linoléico, não é sintetizado pelo corpo, e é fornecido através da alimentação e já o linolênico é sintetizado pelo organismo através do ácido linoléico, e tem como função a síntese de prostaglandinas. (SACKHEIM; LEHMAN, 2001). Os ácidos graxos trans, são classificados como insaturados quimicamente, mas no organismo se comportam como saturados, pois aumentam o colesterol LDL, com isso aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Os ácidos trans são produzidos na hidrogenação dos óleos vegetais líquidos, e presentes em poucas quantidades nos animais, e esta presente em vários alimentos industrializados (biscoitos, salgadinhos, sorvetes e margarinas) e deve conter no rótulo dos alimentos a quantidade presente. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). Os lipídios começam a ser degradados no estômago, por ação da enzima lipase lingual que é estável em meio ácido. Após a outra lipase a gástrica é secretada através da mucosa gástrica. As lipases desempenham a função de digestão dos lipídios principalmente em certas condições importantes como em neonatos, em indivíduos com insuficiência pancreática. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). No fígado, algumas das gorduras são transformadas em fosfolipídios; assim, o sangue que deixa o fígado contém gorduras e fosfolipídios. Esses fosfolipídios, tais como a esfingomielina e lecitina, são necessários para a formação de nervos e tecidos cerebrais. As lecitinas (fosfatidil colinas) estão também envolvidas no transporte de gorduras para os tecidos. A cefalina, um outro fosfolipídio, esta envolvida na coagulação normal do sangue. Depois de passar pelo fígado, uma parte das gorduras vai para as células, onde são 22 oxidadas para fornecer calor e energia. O excesso de gordura, acima daquele necessário para as células, é armazenado na forma de tecido adiposo. (SACKHEIM; LEHMAN, 2001, p. 479). Ocorre no intestino delgado à emulsificação dos lipídios, que dispersa os lipídios para que as enzimas digestivas promovam a degradação. A emulsificação pode ocorrer através dos sais biliares, ou pelo peristaltismo realizado pelo intestino delgado. Agentes surfactantes como os fosfolipídios, os ácidos graxos e os monoacilgliceróis. Ajudam na emulsificação e facilitam para a ligação das lipases, assim facilitam a emulsificação dos lipídios e a hidrolisar os triglicerídeos. (BAYNES; DOMINICZAK, 2007). Os sais biliares são provenientes do colesterol, e são produzidos no fígado e armazenados na vesícula biliar. Os sais biliares reagem com os lipídios ingeridos e com as substancias presentes no duodeno, realizando a estabilização as partículas. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). No processo de degradação de lipídios, as células do duodeno e jejuno produzem um hormônio a colecistocinina (CCK). A CCK atua sobre a vesícula biliar e sobre células do pâncreas, contrai e libera a bile, e liberando enzimas digestivas. Além disso, células do intestino produz outro hormônio a secretina que induz o fígado e pâncreas a liberar uma solução aquosa rica em bicarbonato que neutraliza o pH do intestino. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). A absorção de lipídios pelas células epiteliais do intestino delgado ocorre por difusão através da membrana plasmática. Quase 100% dos ácidos graxos e 2- Monoacilgliceral são absorvidos, sendo ambos levemente hidrossolúveis. Os lipídios insolúveis em água são pouco absorvidos – só 30%-40% do colesterol da dieta é absorvido. Os sais biliares vão até o íleo, onde são absorvidos, e retornam ao fígado via circulação êntero-hepática. (BAYNES; DOMINICZAK, 2007, p.129). Os produtos da degradação dos lipídios são monoglicerídeos e diglicerídeos, ácidos graxos e glicerol que são transformados em triglicerídeos e fosfoglicerídeos que saem do intestino delgado e vai até a corrente sanguínea. (SACKHEIM; LEHMAN, 2001) Os lipídios são classificados em simples, complexos e derivados: os simples são os que depois da hidrolise produz apenas um ácido graxo e um álcool. Os complexos é o resultado da hidrolise com um ou mais ácidos graxos, 23 um álcool e outro composto. Os derivados, constituídos de simples e complexos, que após a hidrolise, são formados pelo metabolismo dos ácidos graxos que são transformados, possuem além dos ácidos graxos, álcool e glicerol, outros componentes como as vitaminas lipossolúveis, prostaglandinas, corpos cetônicos. A hidrólise das gorduras acontece no tecido adiposo por ação da lipase hormônio sensível (LHS), que promove a quebra das ligações de éster e dos componentes de triacilgliceróis. Alguns hormônios dificultam a LHS na quebra das gorduras, por realizar função contrária e são chamados de lipolítico. Exemplos de hormônios lipolíticos são a insulina, glucagon, adrenalina, hormônio do crescimento, e corticóides. (FERREIRA, 2008). Segundo a IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o transporte dos lipídios sintetizados no intestino e no fígado são transportados por diferentes lipoproteínas, os quilomícrons transportam os lipídios absorvidos pelo intestino, já no fígado quem realiza esse transporte são as VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade), IDL (lipoproteínas de densidade intermediária), LDL e HDL. (SPOSITO et al., 2007). As lipoproteínas plasmáticas são formadas por lipídios hidrofóbicos e lipídios polares e apoproteínas. São sintetizadas e secretadas pelo fígado ou intestino. Suas funções principais são de solubilizar os lipídios presente no plasma e regular a entrada e saída dos lipídios de células-alvo e tecidos. (SIQUEIRA; ABDALLA; FERREIRA, 2006). Quando há excesso de gorduras no organismo ela fica armazenada no tecido adiposo sob a pele ou ao redor dos órgãos. O organismo tem equilíbrio entre a gordura armazenada no corpo e a gordura presente no sangue. As gorduras armazenadas são constantemente gastas e renovadas. (SACKHEIM; LEHMAN, 2001). As gorduras saturadas e colesterol, que são oriundos da dieta influenciam nos níveis de lipídios plasmáticos. A maioria das pessoas tem a capacidade se absorver metade do colesterol da luz intestinal, já a minoria é hiperresponsiva, absorvendo maior quantidade. (SPOSITO, 2007). 24 Nos vegetais, o teor de colesterol é, em média, 100 vezes menor do que nos animais – em óleos vegetais é tão baixo que, para fins dietéticos, é considerado igual a zero. As plantas contêm quantidades consideráveis de outros esteroides, os fitoesteróides, que diferem do colesterol apenas quanto aos substituintes da cadeia lateral. (MARZOCCO; TORRES, 2007). Os lipídios são menos densos que a água, com isso não se dissolvem no sangue e se apresentam instáveis. Os lipídios precisam ser transportador de um tecido a outro seja para armazenamento ou para utilização. Os lipídios presentes no plasma podem ser analisados quantitativamente, por reações químicas fotocolorimétricas. (FERREIRA, 2008). O perfil lipídico é determinado através das dosagens de colesterol total, colesterol HDL, e triglicerídes, e a determinação do Colesterol LDL, Colesterol VLDL e lipídios totais. 2.2 Colesterol O colesterol e seu excesso são relacionados com doenças cardiovasculares, no entanto ele é essencial para o bom funcionamento do organismo. O aumento dos níveis de colesterol acontece devido a alimentação rica em alimentos que contem colesterol, e já que o organismo consegue sintetizar o colesterol, ocorre o excesso. (NELSON; COX, 2006). O colesterol é um lipídio e tem várias funções no organismo. Está presente nas membranas celulares dos mamíferos, precursor de hormônios esteróides, de ácidos biliares e de vitamina D e é o esterol mais abundante. A taxa de colesterol no plasma de uma pessoa sadia é normalmente de 150 a 200 mg/ dL. O colesterol do organismo tem origem da dieta alimentar ou dos tecidos periféricos. E por dia chegam ao fígado para ser eliminado aproximadamente 1.300 mg de colesterol. O colesterol é eliminado através da bile, cerca de 550 mg, ou através do armazenamento de colesteril-ésteres ou pela incorporação em VLDL e secreção na circulação. A quantidade sintetizada pelo fígado por dia é de aproximadamente 800 mg de colesterol. (DEVLIN, 2011). A estrutura do colesterol possui um peso molecular de 386 Da e contem 27 átomos de carbono, entre os quais 17 estão incorporados nos quatro anéis fusionados, dois são de grupo metila angulares ligados nas junções dos anéis AB e CD e oito formam a cadeia 25 lateral periférica. O colesterol é quase inteiramente composto de átomos de carbono e hidrogênio; há um grupo hidroxila solitário ligado ao átomo de carbono 3. É também quase que completamente saturado possuindo apenas uma ligação dupla entre os átomos de carbono 5 e 6. Em termos de estrutura tridimensional, a estrutura em anel do colesterol é aproximadamente plana. (BAYNES; DOMINICZAK, 2007, p. 217). O colesterol é um esterol, que são lipídios estruturais que fazem parte das membranas de grande parte das células. A estrutura é caracterizada por ter um núcleo esteróide, com quatro anéis fundidos entre si. O colesterol é o mais importante esterol, é tem característica de ser anfipático, onde a cabeça é polar e corpo não-polar. (NELSON; COX, 2006). FIGURA 1 - Estrutura do Colesterol Fonte: ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011 No organismo o colesterol é produzido por todas as células do corpo, em especial o fígado em maior quantidade, o intestino, o córtex supra- renal e tecidos reprodutivos (testículos, ovários e placentas). (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). Os níveis séricos de colesterol são afetados por vários fatores como a idade, dieta rica em gordura, gordura saturada e colesterol, genética, hormônios sexuais endógenos, peso corporal, doenças, drogas, nível de atividade física, tolerância a glicose e estação do ano. (MAHAN; ESCOTTSTUMP, 2005). 26 Nos humanos o desequilíbrio de produção de colesterol no organismo gera vários problemas. No excesso do colesterol sintetizado pelo organismo juntamente com o colesterol obtido pela dieta que são para as funções do corpo, pode se desenvolver o acumulo de colesterol nos vasos sanguíneos, obstruindo a passagem normal do sangue, formando placas, a patologia é chamada de aterosclerose. (NELSON; COX, 2006). O colesterol é sintetizado a partir do seu constituinte o acetil-CoA, e foi dividido em quatro etapas: Síntese do mevalonato a partir do acetato, conversão do mevalonato em duas unidades de isopreno ativado, a condensação de seis unidades de isopreno ativadas para formar o esqualeno e conversão do esqualeno no núcleo esteroide com quatro anéis. A primeira etapa consiste em duas moléculas de acetil-CoA se condensarem e formar o acetoacetil-CoA, que se condensa outra acetil-CoA, formando o β-hidroxi-βmetilglutaril- CoA (HMG-CoA). As enzimas que catalisam as primeiras reações são a tiolase e HMG-CoA sintase. Após acontece a reação de redução do HMG-CoA em mevalonato, onde o NADPH doa dois elétrons. (NELSON; COX, 2006). A segunda etapa, três fosfatos são transferidos de três moléculas de ATP para o mevalonato. Forma-se então o Δ³-isopentenil pirofosfato. A isomerização do Δ³-isopentenil pirofosfato libera o dimetilalil pirofosfato. A terceira etapa, consiste no isopentenil pirofosfato e o dimetilalil pirofosfato, se condensa, onde o pirosfosfato é deslocado e se forma o geranil pirofosfato. O geranil pirofosfato se condensa com o isopentenil pirofosfato, liberando o farnesil pirofosfato. Duas moléculas de farnesil pirofosfato unem cabeça com cabeça formam o esqualeno e elimina dois grupos pirofosfatos. (NELSON; COX, 2006). A quarta etapa é quando o esqualeno passa de estrutura linear para cíclica. A esqualeno monoxigenase, adiciona oxigênio O2, na extremidade do esqualeno, assim forma o epóxido. O NADPH reduz um átomo de oxigênio em H2O. o posicionamento das cadeias duplas do esqualeno 2,3-epóxido que faz com que o epóxido passe de linear para cíclico. Com essa ciclização forma o lanosterol, e em seguida é convertido em colesterol. (NELSON; COX, 2006). 27 FIGURA 2 - Síntese de Colesterol e vias relacionadas Fonte: BAYNES; DOMINICZAK, 2010 O colesterol sintetizado tem três destinos principais sendo elas: colesterol biliar, ácidos biliares e ésteres de colesterol, que ajudam na digestão dos lipídios, armazenamento de energia, incorporados me partículas lipoproteicas. (NELSON; COX, 2006). Com a concentração de colesterol total elevada, pode ser feito um cálculo para estabelecer o fator de risco, utilizando os valores de HDL e LDL. O HDL com um valor acima da média indica a redução de infarto do miocárdio em até um terço. Os exames de colesterol total e frações de colesterol, são considerados exames de rotina a partir do momento que houve conhecimento da doença arterial coronariana e a função do colesterol na mesma. O fator de risco é calculado através da razão LDL/HDL. E quanto menor o valor do 28 resultado, menor o risco para doença cardíaca. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). O colesterol pode ter vários destinos, além de participar das membranas celulares, ele pode ser excretado nas de fezes em forma de coprostanol e colestanol; pode ser convertido em sais e ácidos biliares, vitamina D, e a hormônios esteróis. (FERREIRA, 2008). 2.3 Triglicerídeos Triglicerídeos ou triacilgliceróis, chamados também de gorduras neutras são os lipídios mais comuns, são ésteres do álcool glicerol. O glicerol possui três grupos hidroxilas, que podem reagir com três moléculas de ácidos carboxílicos (ácido graxo), formando um triéster, ou seja, um triglicerídeo. O nome químico correto é triacilglicerol, que indica que três grupos acila se juntaram ao glicerol. No triacilglicerol o grupo acila é de origem do ácido graxo. (UCKO, 1992). Na grande maioria das células eucariontes, o triacilglicerol é formado no citosol. Nos vertebrados, em adipócitos que os armazenam como gotículas de gordura na célula. Armazenados também em sementes de vegetais na forma de óleos. Nos adipócitos e sementes na fase de germinação possuem lipases que são enzimas que hidrolisam os triacilgliceróis. (NELSON; COX, 2006). Os triglicérides são formados a partir de três ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol e constituem uma das formas de armazenamento energético mais importante no organismo, depositados nos tecidos adiposo e muscular. Os ácidos graxos podem ser classificados como saturados (sem duplas ligações entre seus átomos de carbono), mono ou polinsaturados de acordo com o número de ligações duplas na sua cadeia. Os ácidos graxos saturados mais freqüentemente presentes em nossa alimentação são: láurico, mirístico, palmítico e esteárico (que variam de 12 a 18 átomos de carbono). Entre os monoinsaturados, o mais freqüente é o ácido oléico que contém 18 átomos de carbono. Quanto aos polinsaturados, podem ser classificados como ômega-3 (eicosapentaenóico, docosahexaenóico e linolênico), ou ômega-6 (linolêico) de acordo com presença da primeira dupla ligação entre os carbonos, a partir do grupo hidroxila. (SPOSITO et al., 2007, p. 4). A síntese de triacilgliceróis acontece a partir dos precursores acil-graxosCoA, L-glicerol 3-fosfato, formados a partir das enzimas glicerol3-fosfato desidrogenase, glicerol quinase, acil-Coa sintetases. A fase inicial da síntese 29 de triacilgliceróis consiste na acilação de dois grupos hidroxilas livres do glicerol3-fosfato com duas moléculas de acil-graxo-CoA formando o diacilglicerol 3-fosfato chamado de fosfatidato , que é o intermediário central na biossíntese de triacilgliceróis podendo ser transformado em triacilglicerol ou em glicerofosfolipídios. O fosfatidato é hidrolisado pelo ácido fosfatídico fosfatase formando o 1,2-diacilglicerol com um ácido-graxo-CoA são convertidos em triacilgliceróis. (NELSON; COX, 2006). A hidrólise dos triacilgliceróis pode acontecer liberando ácidos graxos e glicerol. Acontece a formação de sais de ácidos graxos quando a hidrólise ocorre em meio alcalino, que são sabões. A saponificação é o principio de fabricação de sabão a partir de gordura animal fervida em presença de NaOH ou KOH. (MARZZOCO; TORRES, 2007). As concentrações de triglicérides podem estar anormais em algumas condições devido o glicerol estar livre, com no exercício físico, doença hepática aguda, diabete melito, nutrição parenteral ou medicação intravenosa que contém o glicerol. Com isso é recomendado que se repita a análise, devido essas condições alterarem as condições de triglicérides, assim tendo uma analise errônea. (SPOSITO, 2007). 2.4 Lipoproteínas Os lipídios por serem insolúveis em meio aquoso, necessitam de algumas substâncias para que realizem seu transporte. Essas substâncias são denominadas de lipoproteínas. Os lipídios presentes no plasma se apresentam na forma de complexos macromoleculares de proteínas especificas e transportadoras que são as apolipoprotéinas, que conjugadas a moléculas de colesterol, fosfolipídios e triacilgliceróis. (NELSON; COX, 2006). As lipoproteínas possui uma parte de composição proteica, chamadas apolipoproteinas que são proteínas especificas. As apolipoproteinas são importantes no transporte de lipídios na ativação e inibição de enzimas envolvidas no metabolismo dos mesmos. Também na ligação de lipoproteínas aos receptores das células. (HENRY, 2008). 30 As lipoproteínas plasmáticas são os quilomicrons, as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e as lipoproteínas de alta densidade (HDL). O que as difere são a composição de lipídios e proteínas, no tamanho na densidade e no sitio de origem. Os quilomicrons possuem a menor densidade e tamanho maior apresentando a mais lipídios e menos proteínas. As VLDL E LDL possui maior proporção de proteínas/ lipídios, e LDL são mais densas. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). De acordo com a IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, as lipoproteínas tem função de tornar solúvel os lipídeos além de transportar os triglicerídeos e o colesterol entre os órgãos e tecidos. (SPOSITO et al, 2007). As lipoproteínas são constituídas por núcleo com lipídios neutros, que são envolvidos por uma camada de apolipoproteinas, fosfolipídios e colesterol livre, que tem caráter polar e apolar. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). 2.4.1 Lipoproteína de alta densidade A lipoproteína de alta densidade (HDL) tem função oposta às outras lipoproteínas LDL e VLDL. A HDL transporta o colesterol dos tecidos para o fígado. As HDL são formadas no plasma e no meio extravascular. A constituição da HDL é de 50% de apoproteínas, 20% de colesterol livre e esterificado, 15% de fosfolipídios e 5% de triglicerídeos. As principais apolipoproteínas presentes na HDL são as apoA – I e II, apoC – I, II e III, apoE e apoJ. (FORTI; DIAMENT, 2006). 31 FIGURA 3 - Estrutura da Lipoproteina HDL Fonte: SILVA, 2005, p. 150 Inversamente ás lipoproteínas VLDL e LDL que possuem a apolipoproteína B-100, que é reconhecida por tecidos, a HDL tem função diferenciada. O transporte reverso faz com que o colesterol que estava nos tecidos sejam levados para o fígado pela ação das HDL. Com isso acontece um equilíbrio no organismo em relação às lipoproteínas, e diminuindo o risco de aterosclerose. (BIASE et al, 2005). No metabolismo do colesterol ocorre um processo denominado de esterificação do colesterol, que ocorre principalmente nas HDL, que estabiliza o transporte da HDL no plasma. Possui outras funções que são contribuintes para a boa saúde contra a aterogênese, como a remoção de lipídios oxidados da LDL, inibe que as moléculas de adesão e monócitos estimulam a liberação de óxido nítrico. (SPOSITO et al., 2007). Valores elevados da lipoproteína HLD é normalmente associado com hábitos saudáveis. Alimentação balanceada sem o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol e a prática de exercícios físicos regulamente. As partículas de HDL contêm a enzima paraoxonase, capaz de hidrolisar os peróxidos lipídicos, catalisando a ruptura dos fosfolípides oxidados em LDL e eliminam os produtos de oxidação da LDL (lipoperóxidos e lisofosfatidilcolina). As ações anticoagulante e prófibrinolítica baseiam-se na inibição da ativação do fator X, da ativação 32 plaquetária, e da secreção de plasminogênio tecidual (tPA) e de inibidor do plasminogênio (PAI). Estimulam, também, a atividade da proteína C-reativa. (FORTI; DIAMENT, 2006). A HDL possui a característica de ser antiaterogênica, e apesar de sua principal e mais conhecida função ser de transportar o colesterol inversamente, existe outras funções também muito importantes para o bom funcionamento e equilíbrio do organismo. Estudos in vitro e em animais de experimentação relatam que a HDL possui função de antioxidante, antiinflamatório, anti agregante plaquetario, anticoagulante, pró-fibrinolitico e proteção endotelial. (FORTI; DIAMENT, 2006). 2.4.2 lipoproteína de baixa densidade As LDL (Low Density Lipoprotein) são formadas a partir da VLDL, num processo de catabolismo por ação da lipase hepática. A quebra da VLDL, que remove os triacilgiceróis e formam a LDL. As LDLs são ricas em colesterol e ésteres de colesterol e a apoB 100 é a principal apolipoprotéina. As LDLs na corrente sanguínea contém apoB 100, que é reconhecida pelas receptores de superfície específicos de LDL, em células que captam o colesterol. Essa ligação entre LDL e receptor, resulta em uma endocitose da LDL e o receptor para dentro da célula, e dentro do endossomo que ligado ao lisossomo, ocorre a hidrolise de ésteres de colesterol libera o colesterol e ácidos graxos no citosol. (NELSON; COX, 2006). Na hidrólise da LDL apenas o receptor da LDL que não é degradado, a apoB 100, é degradada em aminoácidos, já o receptor de LDL retornar para a superfície da célula e continua a captar as moléculas. O receptor de LDL também reconhece a apoE atuando na captação de quilomicrons e VLDL remanescentes. (NELSON; COX, 2006). 2.4.3 Lipoproteína de muito baixa densidade As VLDL (Very Low Density Lipoprotein) são formadas principalmente por triacilgliceróis de origem endógena, produzidas no fígado elas fazem o carregamento dos triacilgliceróis do fígado até as células de tecidos periféricos. 33 As VLDL contém também colesterol e as apolipoprotéinas apoB 100, apo C I, apo C II, apo C III e apo E. As VLDL são transportadas do fígado para os músculos e tecido adiposo, onde a lipase é ativada pela apo C II e com isso ocorre à separação dos ácidos graxos livres dos triglicerídeos das VLDL. (NELSON; COX, 2006). Depois de produzidas as VLDL são liberadas na corrente sanguínea através do fígado apresentando em sua superfície apo C-II e apo B-100 e apo E que ajudam na ativação da lipase. O triacilglicerol é degradado pela lipase proteica, de acordo com a movimentação da VLDL pela corrente sanguínea, e assim as VLDLs se tornam menores e mais densas. O triacilglicerol é transferido para as HDL, ao mesmo tempo em que acontece a troca de colesterol da HDL para a VLDL. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). A partir da VLDL surgem as IDLs e as LDLs. As IDLs permanecem pouco tempo na corrente sanguínea, já a LDL, permanece muito tempo. Como a VLDL perde os triacilgliceróis, então é convertida em remanescente VLDL, chamada também de lipoproteínas de densidade intermediária, IDL. (NELSON; COX, 2006). As VLDL possuem uma razão menor de lipídio/ proteína, e flutuam em densidade mais alta. Por ser relativamente maior a VLDL quando em excesso o plasma se apresenta com aspecto turvo. (HENRY, 2008). 2.5 Índice de Massa de Corpórea O IMC (índice de massa corpórea) é uma medida indireta, mas que estabelece relação entre a quantidade de gordura corporal e obesidade. O IMC fornece uma medida de peso relativo, com uma altura. Com o valor do IMC é possível comparar os níveis de uma população estudada, ou comparando uma população em relação á outra. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). Segundo Champe, Harvey e Ferrier (2009), a fórmula utilizada para o calculo do IMC de homens e mulheres esta representada abaixo: IMC = (peso em Kg)/(altura em metros)² IMC= (peso em libras)/(altura em polegadas)² x 703. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009). 34 O IMC determina o estado nutricional do individuo, porém não é usado como indicação definitiva. (BAYNES; DOMINICZAK, 2007). O IMC reflete a quantidade de gordura corpórea, que pode aproximadamente avaliar a obesidade. Mas não define a obesidade somente com o IMC. Um individuo pode ser considerado obeso com o IMC acima de 30. (MARZOCCO; TORRES, 2007). A gordura corporal é a gordura que tem além do que é necessário, calorias a mais que o corpo vai utilizar. O tecido adiposo se localiza sob a pele, na cavidade abdominal, nas glândulas mamárias e em volta dos órgãos. O tecido adiposo é constituído por triacilgliceróis e outros ácidos graxos. A proporção normal de gorduras representada como massa corpórea total é de 14 a 20% nos homens e de 21 a 27% nas mulheres. Na maioria das vezes a gordura tende a se localizar nos homens na parte superior do corpo e nas mulheres na parte inferior. (UCKO, 1992). 2.6 Obesidade A obesidade é uma doença mundial, e um processo multifatorial, sustentado por uma tríade epidemiológica: hospedeiro, agente e ambiente. (FASSINA; TEIXEIRA, 2010). Nas últimas décadas tem havido rápido e crescente aumento no número de pessoas obesas, o que tornou a obesidade um problema de saúde pública. Essa doença tem sido classificada como uma desordem primariamente de alta ingestão energética. No entanto, evidências sugerem que grande parte da obesidade é mais devida ao baixo gasto energético que ao alto consumo de comida, enquanto a inatividade física da vida moderna parece ser o maior fator etiológico do crescimento dessa doença nas sociedades industrializadas. (CIOLAC; GUIMARÃES, 2004). A obesidade esta associada ao aumento da gordura corporal, devido o excesso da energia que não é gasta. A obesidade em adultos geralmente esta associada á hiperlipidemia, hipertensão, adolescentes, doenças está cardiovasculares relacionado á e câncer, diabetes, já nas distúrbios crianças e emocionais, complicações ortopédicas, colelitiase, doença ovariana, policística, esteatose 35 hepática não alcoólica e síndrome de apneia-hipoventilação. (FASSINA; TEIXEIRA, 2010). A obesidade esta associada ao aumento da gordura corporal, devido o excesso da energia que não é gasta. O controle da obesidade não está somente em gastos de energia ingeridas, como também devem ser observado outros fatores como a hereditariedade, genética a fisiologia, e também as questões sociais, psicológicas e culturais do indivíduo. Segundo a Sociedade Brasileira de endocrinologia e Metabologia, foi realizada uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, onde quase metade da população brasileira está acima do peso. Em 2006 42,7% da população estava acima do peso e em 2011, esse número passou para 48,5%. Nesse mesmo estudo foi revelado que o sobrepeso é prevalente em homens, 52,6% deles está acima do peso ideal. Já as mulheres, esse valor é de 44,7%. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA, 2012). 2.7 Aterosclerose No Brasil uma das mais comuns causa de morte são as doenças cardiovasculares. A mais prevalente é aterosclerose, que na maioria das vezes começa na infância e se apresenta de forma assintomática, causando obstrução de artérias por trombos e placas de ateromas. (KERBER; ANTUNES; CAVALETT, 2010). A aterogênese tem início com a formação de estrias gordurosas precursoras das placas de ateroma. Essas começam a surgir na aorta a partir dos três anos de idade e, na adolescência, passam a atingir as coronárias, progredindo, subsequentemente, nas outras fases do ciclo vital. Têm evolução lenta e silenciosa, e as manifestações clínicas na vida adulta repercutem sob diversas condições mórbidas do aparelho circulatório que culminam nas elevadas taxas de mortalidade. A literatura aponta para o início da aterosclerose já na infância pelo aumento do colesterol plasmático, que pode ser potencializado no decorrer da vida pela obesidade e por outros fatores, como história familiar, inatividade física, dieta inadequada e hipertensão arterial. (PEREIRA et al., 2010). A aterosclerose é uma doença que pode ter várias causas, por vários fatores, e que acomete as medias e grandes artérias, formando camadas que impedem que o sangue flua normalmente. 36 FIGURA 4 – Ateroma: Corte Lateral Fonte: Silva, 2005 p.150 A aterosclerose é uma doença das grandes artérias, caracterizada pelo aparecimento de depósitos lipídicos chamados placas ateromatosas. Nestas placas são encontrados grandes depósitos de colesterol e também de cálcio, caracterizando alterações degenerativas das paredes dos vasos, tornando- as endurecidas e de fácil rompimento. As placas podem atravessar a íntima dos vasos provocando o desenvolvimento de coágulos sanguíneos que podem formar trombos ou êmbolos. (SILVA, 2005). O trombo pode ser formado a partir da atividade de macrófagos pela ação das lipoproteínas LDL e HDL. A LDL oxidada converte os macrófagos em células espumosas, a HDL diminui o número e a atividade dos macrófagos, que impede o rompimento da placa, formando o trombo. (MAHAN; ESCOTTSTUMP, 2005). Existem fatores que predispõe a aterosclerose, hereditários ou adquiridos como a hipertensão, sedentarismo, alimentação inadequada, diabetes, obesidade, que são passiveis ao tratamento e a regressão da aterosclerose. A doença aterosclerótica é atualmente uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo. É multifatorial, podendo ter início silencioso na infância, com progressão durante a adolescência e a idade adulta. Recentemente, tem sido reconhecido que alterações dos níveis séricos de lipídeos na infância podem ser preditivas da ocorrência de doença cardiovascular em adultos. Isso se baseia no fenômeno de trilha (tracking), em que ocorre uma forte tendência das crianças manterem os mesmos percentis de colesterol até a vida adulta. Além disso, a persistência de um perfil lipídico desfavorável 37 aumenta o risco de eventos coronarianos, o que justifica a importância de adotar medidas de prevenção já na infância. (RAMOS et al., 2011). Fator de risco é definido como característica ou elemento endógeno e exógeno que correlaciona com a probabilidade de desenvolver alguma enfermidade. Foi instituído na 27ª Conferência de Bethesda, do Colégio Americano de Patologia, distribuiu os fatores de risco da aterosclerose em quatro classes. Sendo a Classe I – os fatores que quando há a intervenção, reduzem o risco de doença coronariana (LDL, dietas hiperlipidicas, hipertensão arterial, hipertrofia ventricular esquerda, tabagismo e fibrinogênio sérico). Classe II - aqueles que diante a intervenção provavelmente reduzem o risco(diabetes, sedentarismo, HDL, triglicerídeos obesidade pós-menopausa). Classe III – fatores que se modificados talvez reduzam as consequências (fatores psicossociais, lipoproteína, homocisteina, estresse oxidativo e ingestão de bebidas alcoólicas). Classe IV – fatores relacionados com o aumento do risco de doença aterosclerótica coronariana, mas sem modificar ou alterar (idade, sexo, estado socioeconômico, história familiar, e DAC precoce. (ROVER et al., 2011). 2.8 Dislipidemias Dislipidemias ou hiperlipidemia é o aumento das concentrações plasmáticas de colesterol, triglicerídeos e sua fração LDL, e a diminuição de HDL.Um dos fatores que predispõe o aparecimento de doenças cardiovasculares são as dislipidemias. Normalmente a dislipidemia ocorre posteriormente á obesidade infantil, em geral acontece á associação das mesmas. E acontece devido ao acumulo de lipoproteínas no compartimento plasmático, redução da hidrólise de triacilglicerol ou alguma deficiência nas apolipoproteínas. Segundo a IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a dislipidemia primaria, pode ser classificada em genotípicamente e fenotipicamente. Genotípica, são monogênicas e poligênica ( mutação em um só gene, e múltiplas mutações, respectivamente). Fenotípica ou bioquímica 38 analisa os valores do colesterol total, colesterol- LDL, colesterol -HDL e triglicerídeos. (SPOSITO, 2007). As dislipidemias podem ocorrer, por vários motivos, sendo assim acontece uma classificação. Se a dislipidemia acontecer após administração de medicamentos ou doenças é classificada como secundária. Hipotireoidismo, diabetes, alcoolismo crônico, doenças renais, e alguns medicamentos são exemplos de dislipidemias secundárias. As dislipidemias classificadas como primárias se dividem em Tipo I, IIa, IIb ,III ,IV. Tipo I, é determinada pelo acumulo de triglicerídeos e de quilomícrons e diminuição da lipase lipoprotéica. Tipo II a, acúmulo de colesterol- LDL associado com problemas genéticos. Tipo II b acúmulo de colesterol e triglicérideos , por causa desconhecida. Tipo III acúmulo de colesterol LDL e VLDL e aumento de colesterol e triglicerídeos. Tipo IV aumento de triglicerídeos e diminuição da lipase. (SILVA, 2005). As principais formas de controlar as dislipidemias são as mudanças do estilo de vida e a administração de fármacos. Em primeiro momento é indicado o tratamento sem o uso de medicamentos. As pessoas que não apresentam resposta positiva só com mudança de hábitos e os com alto risco de desenvolver aterosclerose, é iniciado o tratamento com medicamento. (ROVER et al., 2011). 39 3 METODOLOGIA 3.1 Local de Estudo Este trabalho será realizado com os alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu – MG. 3.2 Características do Município O estudo será realizado no município de Paracatu, localizado no estado de Minas Gerais/ Brasil. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Paracatu possui uma área de 8230 km². Sua população estimada em 2010 era de 84 718 habitantes. O município de Paracatu está localizado na região Noroeste de Minas Gerais, se localiza a 500 Km de Belo Horizonte e 220 Km de Brasília, a capital federal. Os limites municipais são: a norte: Unaí - MG; a sul: Vazante - MG e Guarda-Morí- MG; a leste: João Pinheiro- MG e Lagoa Grande – MG; e a oeste: Cristalina – GO. A altitude média em relação ao nível do mar atinge 500 a 950 metros de altura. O município é banhado por vários rios, ribeirões e córregos sendo o mais importante o Rio Paracatu. O nome do município é de origem tupi-guarani e significa “Rio Bom”. A exploração mineral tecnificada e a agropecuária, são os eixos sólidos da economia. (IBGE, 2011). O município de Paracatu possui um Hospital municipal, doze Estratégia saúde da Família (ESF), uma Clínica Especializada no atendimento da saúde da mulher e da criança, uma clínica psicossocial (CAPS), um Laboratório municipal, seis Laboratórios particulares, um Hospital com policlínicas particulares. 3.3 Características do local de estudo A Escola Cacilda Caetano de Souza é mantida pela Prefeitura Municipal de Paracatu funciona desde 10 de março de 1988 pela Lei de Criação 1538/88. 40 A Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza está localizada na zona urbana da cidade de Paracatu - MG, na Rua Nascente nº34 - Bairro JK, Telefone: (38) 3671 - 3867. A missão da Escola é proporcionar aos educandos a oportunidade de integração á vida em sociedade e formação necessária ao desenvolvimento de suas competências técnicas, científicas e politicas, como elementos de auto-realização para a e o exercício consciente da cidadania. A escola é dirigida pela diretora Esmeralda Pereira de Castro desde 2004. Os níveis e modalidades de ensino ministrado na Escola é Ensino Fundamental do 1° ao 9° ano, com crianças a partir de 9 anos. A Escola possui 33 turmas distribuídas durante 3 turnos, sendo eles turno do período matutino com 12 turmas, turno do período vespertino 12 turmas e turno do período noturno com 9 turmas. As turmas dos turnos matutino e vespertino são turmas regulares, já as do noturno são turmas do projeto EJA (Educação de Jovens e Adultos). A Escola atende a 492 alunos do ensino fundamental. O ensino fundamental está organizado em dois segmentos do 1° e 5° e do 6° ao 9° ano. Seu quadro de servidores totaliza 83 funcionários inclusive os docentes e o pessoal administrativo. A Escola possui um quadro de funcionários habilitados, serviço de Supervisão Escolar e desenvolvimento de projetos que complementam a preparação dos alunos. Possui uma biblioteca a disposição de pais alunos e comunidade, com mais de 8.000 livros. Possui 28 computadores na central de informática para o aprendizado dos alunos em informática, sendo que 18 destes são novos enviados pelo MEC, e 10 já existentes do projeto de inclusão digital (PROINFO). A visão da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza é fundamentar o processo ensino/ aprendizagem na liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber, arraigados em princípios éticos e morais. A Escola trabalha acreditando que o aluno não é um ser que deve receber informação, mas sim uma pessoa que deve construir seu conhecimento, baseando em atitudes, valores e exemplos daqueles que são o fundamento maior de uma sociedade justa, a família e a educação. Pensando nisso, a Escola chama cada turma por um nome, antes eram nomes de flores (Lírio, Orquídea, Crisântemo, Hortência, Flamboyant, Violeta, Girassol e outras), atualmente chamam cada turma por valores (Justiça, Compreensão, 41 Dedicação, Paz, Esperança). 3.4 Tipos de estudo Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo. Para Marconi e Lakatos (2011), as investigações epidemiológicas, de cunho descritivo, têm a finalidade de informar sobre a distribuição de um evento, na população, em termos quantitativos. Quanto à abordagem, a combinação dos métodos quantitativo e qualitativo produz a triangulação metodológica, que, numa relação entre contrários complementares, busca a aproximação do positivismo e do compreensivismo. Assim, a triangulação é uma tática de pesquisa que contribui para alargar o conhecimento sobre determinado tema, alcançar os objetivos traçados, observar e compreender a realidade estudada. (MARCONI E LAKATOS, 2011). 3.5 Universo do estudo O estudo foi realizado com 22 alunos do sexo feminino e masculino, com 14 e 15 anos de idade, matriculados na escola Cacilda Caetano de Souza, no nono ano do Ensino Fundamental, e que frequentam as aulas no turno matutino. A Turma escolhida é denominada como Justiça. 3.6 Variáveis estudadas Para a consumação deste trabalho, analisaram-se as seguintes variáveis: determinação de colesterol total, triglicérides, HDL-colesterol, LDL, VLDL, peso (em quilogramas), altura (em centímetros) e Índice de Massa Corporal (IMC). 3.7 Coleta de Dados A Coleta de Dados foi feita através da Pesquisa Elaborada, pesagem e medição de altura. 42 3.8 Desenvolvimento do Estudo Para realização dos exames, foi necessário ter reuniões com a diretora da escola a Senhora Esmeralda Pereira. Onde em primeiro momento foi apresentado o projeto de estudo para a responsável da Escola Cacilda Caetano de Souza. A turma foi sugestão da Diretora, onde fui apresentada a turma onde expliquei o projeto onde os alunos se mostraram interessados. Após os esclarecimentos e aprovação do projeto perante a coordenação da escola, realizou-se uma reunião, para os responsáveis pelos alunos, para apresentar o projeto e esclarecer dúvidas. Foi entregue aos responsáveis, um termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B), onde contém informações da pesquisa e objetivos do estudo e onde os responsáveis devem assinar aprovando o projeto. Em outra reunião com a Diretora, foi resolvido o melhor dia para a coleta do material, foram marcados o dia e hora, e explicando de forma falada e escrita como é o preparo anteriormente ao dia da coleta. Explicar que o jejum significa que a pessoa ficará sem ingerir alimentos de qualquer tipo durante 12 horas, ressaltando que é permitida a ingestão de água e de medicamentos de uso contínuo e para não realizar jejum prolongado. 3.8.1 Instrumentos utilizados Para a completa efetuação do projeto de pesquisa, foram empregados os seguintes instrumentos: Questionário nutricional; Instrução para o exame (escrito e explicado); Os reagentes de colesterol liquiform, colesterol HDL, e triglicérides liquiform, utilizando a técnica de colorimetria. Balança, fita métrica, calculadora. 3.8.2 Materiais utilizados 43 Os equipamentos e materiais utilizados na coleta, no preparo do material, e na realização dos exames foram: 1. Luvas; 2. Garrote; 3. Tubos secos; 4. Seringas; 5. Agulhas; 6. Algodão; 7. Álcool; 8. Centrifuga; 9. Ponteiras; 10. Espectrofotômetro; 11. Banho-maria mantido à temperatura constante (37 ºC); 12. Pipetas semi- automática; 13. Cronômetro; 14. Tubo de ensaio; 15. Pipeta volumétrica; 16. Pera; 17. Papel; 18. Caneta; 19. Pinceis; 20. Estante. 3.8.3 Coleta e processamento das amostras Para organizar os alunos e realizar as coletas teve a colaboração de alunos do 7º período de Biomedicina da Faculdade TECSOMA. Obteve-se o material de 22 alunos, através de punção venosa, após os mesmo fazerem jejum de 12 horas. O material foi colhido em tubo seco, com seringas de 5 ml e agulhas de 24 x 7 mm, o material foi devidamente identificado com os nomes dos adolescentes e colocado em caixa de isopor com gelo até que seja levado ao laboratório para o processamento. As dosagens bioquímicas foram realizadas no Centro especializado em Análises Clínicas Ltda, com a 44 orientação da Biomédica Rita de Cássia Medeiros de Oliveira. Em seguida levou-se o material ao laboratório, onde o material foi processado para que fosse realizado os exames de colesterol total e frações (HDL, LDL,VLDL) e triglicerídeos. O material foi centrifugado a 3.000 rpm por 10 minutos para a obtenção de soro. Foi realizada a pesagem e medição dos alunos, para o peso em Kg, foi utilizada balança digital com capacidade para 150 kg, onde os alunos foram pesados sem calçado e para aferir a altura utilizou-se uma fita métrica comum, com o apoio de uma parede reta foi feita a medição dos mesmos. 3.8.4 Determinação do colesterol Total De acordo com o POP do Colesterol liquiform da Labtets, O colesterol total é determinado de acordo com as seguintes reações: Colesterol Ésteres de colesterol Colesterol + Ácidos graxos Esterase (1) Colesterol Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2 Oxidase Peroxidase 2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina Antipirilquinonimina + 4H2O (2) (3) A cor vermelha formada e a sua intensidade é formada diretamente proporcional à concentração de colesterol na amostra. Os procedimentos da realização do exame de colesterol liquiform é o seguinte: Tomar 3 tubos de ensaio e identificar como branco, teste e padrão. 45 Tabela 1 – Procedimentos operacionais padrão do colesterol liquiform Labtest Branco Teste Padrão Amostra ----- 0,01 mL ----- Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL Reagente 1 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL Fonte: LABTEST, 2012 Homogeneizar e colocar em banho-maria 37 ºC 10 minutos. Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 500 nm ou filtro verde (490 a 510 nm), acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos. Após o termino proceder com o cálculo: Absorbância do teste Colesterol mg/dL (4) x 200 Absorbância do padrão Devido à grande reprodutibilidade que pode ser obtido com a metodologia, o método do fator pode ser empregado. 200 (5) Fator de calibração = Absorbância do padrão (6) Colesterol (mg/dL) = Absorbância do teste x Fator Os valores de referência para colesterol mg / dL são: Desejável < 200 Risco moderado 200 – 239 Alto Risco 240 46 3.8.5 Determinação do colesterol HDL De acordo com o POP do Colesterol HDL da Labtest, a precipitação das lipoproteínas VLDL e LDL, e, após centrifugação, o colesterol ligado às lipoproteínas HDL é determinado no sobrenadante. O procedimento para a precipitação das VLDL e LDL, em um tubo de ensaio colocar 0,25 mL de soro e 0,25 mL de precipitante. Agitar vigorosamente durante 30 segundos. Centrifugar a 3.500 rpm por pelo menos 15 minutos para obter um sobrenadante límpido. O procedimento para a dosagem do colesterol HDL é o seguinte: Tomar 3 tubos de ensaio identificar como : Tabela 2 – Procedimentos operacionais padrão do Colesterol HDL Labtest Branco Teste Padrão Sobrenadante ----- 0,1 mL ----- Padrão (nº 2) ----- ----- 0,1 mL Reagente 1- Colesterol 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL Liquiform Labtest Fonte: LABTEST, 2012 Misturar e colocar no banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 500 nm ou filtro verde (490 a 540 nm) acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos. Realizar os cálculos. Devido a diluição 1:2 aplicada às amostras durante o procedimento de precipitação das VLDL e LDL, o valor do Padrão para cálculo dos resultados deve ser corrigido para 40 mg/dL. Absorbância do teste HDL mg/dL = dl = x 40 (7) Absorbância do padrão g/dl Devido à grande reprodutibilidade que pode ser obtida com a metodologia, o método do fator pode ser empregado. 47 40 Fator de calibração = Absorbância do padrão (8) Cálculo da concentração do Colesterol VLDL e LDL A concentração do Colesterol VLDL e LDL pode ser calculada utilizando a equação de Friedewald, que é exata para amostras cujas concentrações de triglicérides não ultrapassem 400 mg/dL e não pertençam a pacientes portadores de lipoproteinemia do Tipo III. Equação de Friedewald: Colesterol VLDL = Triglicérides / 5 (9) Colesterol LDL = Colesterol Total - (HDL + VLDL) (10) Valores de referência: Tabela 3 – Procedimentos operacionais padrão do Colesterol HDL Liquiform Labtest mg/Dl Desejável Risco moderado Alto risco Colesterol LDL 130 130 – 159 160 Colesterol total 200 200 – 239 240 Colesterol HDL (m) 55 35 – 55 35 Colesterol HDL (f) 65 45 – 65 < 45 Fonte: LABTEST, 2011 3.8.6 Determinação do Triglicerídeos Segundo o pop da Labtest: As reações que determinam os triglicerídeos são Lipase da lipoproteína Triglicérides Glicerol + Ácidos Graxos (11) 48 Glicerolquinase Glicerol + ATP Mg +2 Glicerol-3-Fosfato + ADP Glicerol-3-fosfato Glicerol-3-Fosfato + O2 Oxidase Dihidroxiacetona + H2O2 Peroxidase 2 H2O2 + 4 Aminoantipirina + 4-Clorofenol Quinoneimina + 4 H2O (12) (13) (14) A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional a concentração dos Triglicérides na amostra. 49 4 RESULTADOS Os dados que possibilitam a verificação dos resultados das dosagens bioquímicas de colesterol total, colesterol HDL, Triglicerídeos e a obtenção dos valores do Colesterol VLDL, colesterol LDL, Lipídios totais e do IMC estão dispostos a seguir. Foram convidados a participar desse estudo 27 alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, dos quais 22 alunos que aceitaram participar do estudo onde os responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B). A amostra representou 81% do total dos estudantes. Gráfico 01 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a aceitação para a realização do estudo (n=22), 2012 Fonte: A Autora, 2012 Portanto, a população de estudo foi constituída por 22 (100%) alunos. Destes, 16 (73%) são do sexo feminino e 6 (27%) do sexo masculino. (Gráfico 2). 50 Gráfico 02 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme o gênero (n=22), 2012 Fonte: A Autora, 2012 A idade dos adolescentes variou de 13 a 17 anos, sendo que desses, 11 (50%) alunos possuem 14 anos de idade, 9 (41%) possuem 13 anos de idade, 1 (4%), e 1 (5%) possui 17 anos de idade. (Gráfico 03). Gráfico 03 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a idade (n=22), 2012 Fonte: A Autora, 2012 Foi aplicado um questionário padronizado aos adolescentes inclusos no estudo. As respostas deste questionário estão enunciadas abaixo. Com relação à quantidade de refeições feitas durante o dia, 3 alunos responderam realizarem 2 refeições, 2 fazem três refeições ao dia, 3 alunos 51 responderam fazer 4 refeições por dia, 7 disseram realizar cinco refeições por dia e 7, seis refeições por dia. (Gráfico 04). Gráfico 04 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a quantidade de refeições realizadas durante o dia (n=27), 2012 Fonte: A Autora Os alimentos consumidos pelos alunos foram: bolachas recheadas (12/54,5%), carnes (19/86,4%), doces (15/68,2%), frutas (18/81,8%), hortaliças (8/36,4%), leite (13/59,0%), massas (18/81,9), refrigerantes (14/63,6%), salgadinhos (10/45,5%), sucos naturais (16/72,7%), verduras e legumes (13/59,0%). (Gráfico 05). 52 Gráfico 05 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os alimentos consumidos (n=27), 2012 Fonte: A Autora, 2012 Com relação à frequência da prática de atividade física durante a semana, 3 (13,6%) alunos disseram não praticar nenhuma atividade física, 2 (9,0%) disseram realizar atividades físicas duas vezes por semana, 5 (22,7%) afirmaram praticar atividade física três vezes por semana e 2 (9,0%) afirmaram realizar atividade física cinco vezes por semana. 53 Gráfico 06 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a prática de atividades físicas (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 Com relação ao tipo de atividade física praticada, 6 (27,3%) alunos disseram praticar queimada, 2 (9,0%) handbol, 6 (27,3%) futebol, 2 (9,0%) disseram praticar vôlei, 3 (13,7%) bicicleta e 3 (13,7%) peteca. (Gráfico 7). Gráfico 07 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme o tipo de atividade física praticada (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 Mediante as dosagens Bioquímicas, que foram feitas duas vezes, Foi 54 considerada o resultado 2. De acordo com os valores de referência do Pop do Colesterol Liquiform da Labtest descritas abaixo, obteve-se os valores de referência para o Colesterol de Crianças e adolescentes. Tabela 4 - Valores recomendados para Colesterol Total de Crianças e Adolescentes Valores recomendados para Colesterol Total (mg/dL) de Crianças e Adolescentes 2 a 19 anos Desejável < 170 Limitrófe 170-199 Elevado 200 Fonte: Labtest, 2012 Obteve-se os resultados do colesterol dos alunos e 21 dos alunos (95%) apresentaram a taxa de Colesterol Total no soro, dentro dos valores desejados. Apenas 1 (5%) dos alunos apresentou o valor dentro do Limítrofe, que é de 170 a 190mg/dL. Nenhum aluno apresentou valores Elevados. Gráfico 08 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de colesterol total (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 Seguiu-se os valores de referência do Pop do Colesterol HDL da Labtest, que informa os valores de referência para o Colesterol HDL de Crianças e adolescentes. 55 Tabela 5 - Valores recomendados para Colesterol HDL de Crianças e Adolescentes Valores recomendados para o Colesterol HDL (mg/dL) de Crianças e Adolescentes < 10 anos Desejável 40 10 a 19 anos Desejável 35 Fonte: A Autora, 2012 Gráfico 09 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de HDL-colesterol (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 Mediante os resultados das dosagens bioquímicas do Colesterol Total e do Colesterol HDL, juntamente com o valor do Colesterol VLDL que é obtido através da Equação de Friedewald (Colesterol VLDL = Triglicérides / 5). Realizou-se a Equação de Friedewald, para a obtenção do Colesterol LDL (Colesterol LDL = Colesterol Total - (HDL + VLDL). Os valores de referência foram retirados do Pop do Colesterol HDL, são mostrados na tabela abaixo: Tabela 6 - Valores recomendados para Colesterol LDL de Crianças e Adolescentes Valores Recomendados para Colesterol- LDL (mg/dL) de Crianças e Adolescentes 2 a 19 anos Desejável Limítrofe < 110 110 – 129 56 Elevado 130 Fonte: Labtest, 2012 Os Resultados do Colesterol LDL, dos alunos a maioria se apresentou dentro do limite desejado. De 22 alunos, 19 dos alunos (86%), apresentaram a taxa de Colesterol-LDL no plasma, dentro dos valores desejados, e 3 dos alunos (14%) apresentou o valor dentro do Limítrofe que é de 170 a 190mg/dL. Nenhum aluno apresentou valores Elevados. Como está sendo mostrado no gráfico abaixo. Gráfico 10 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de LDL-colesterol (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 Os valores de referência segundo o Pop do Triglicérides Liquiform da Labtest para Crianças e Adolescentes. Tabela 7 - Valores recomendados para Triglicérides de Crianças e Adolescentes Valores Recomendados para Triglicérides (mg/dL) de Crianças e Adolescentes Desejável Limiar alto Elevado Muito Elevado Fonte: Labtest, 2012 < 150 150 – 199 200 – 499 > 500 57 Os Resultados do Triglicérideos da maioria dos alunos se apresentou dentro do valor recomendado. 20 dos alunos estão com os valores na faixa de desejáveis, 1 dos alunos apresentou o valor no Limiar Alto, e 1 está com Triglicerídeos elevado. Nenhum aluno apresentou valor Muito Elevado. Como está sendo mostrado no gráfico abaixo. Gráfico 11 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme a os valores de triglicérides (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 A partir da dosagem do Triglicerídeos é possível estabelecer o valor do Colesterol VLDL. Através da Equação de Friedewald (Colesterol VLDL = Triglicérides / 5). Os valores recomendados para VLDL são até 50 mg/dL. Com essa referência foi feito os cálculos da Equação de Friedewald e os resultados seguem no gráfico. 21 dos alunos, tiveram o colesterol VLDL normais, abaixo de 50mg/dL. 58 Gráfico 12 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de VLDL-colesterol (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 Os lipídios totais é a soma de todos que foram dosados no sangue e os que foram adquiridos através de cálculos. E calculado pelo Colesterol Total x 2,5 + Triglicerídeos. O valor de referência para os lipídios totais é de 400 a 800 mg/dL. Os valores obtidos dos lipídios totais dos alunos se apresentaram 12 (76%) dos alunos tiveram valores normais dentro dos recomendados, e 10 (24%) tiveram abaixo do valor recomendado. Gráfico 13 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme os valores de lipídeos totais (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 59 Com o peso e altura das crianças realizou-se o cálculo do IMC, através da fórmula IMC = peso/ altura x altura. Os valores de referencia para o IMC são: IMC abaixo de 18,5 – Abaixo do peso IMC de 18,5 a 24,9 - Peso normal IMC de 25,0 a 29,9 – Sobrepeso IMC de 30,0 a 34,9 – Obesidade Grau I IMC de 35,0 a 39,9 – Obesidade Grau II IMC de 40,0 e acima – Obesidade Grau III A partir da obtenção dos resultados, do IMC, foi estabelecido nesse grupo de estudo que houve três faixas de valores do IMC. Onde 9 dos alunos tem o IMC abaixo de 18,5 se apresentando abaixo do peso. 10 dos alunos possuem o peso normal, com o IMC na faixa de 18,5 a 24,9. Encontrou-se 3 alunos estão com sobrepeso com o IMC entre 25,0 e 29,9. Gráfico 14 – Alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza, Paracatu (MG), conforme o Índice de Massa Corporal (n=22), junho de 2012 Fonte: A Autora, 2012 Os valores médios das variáveis levantadas neste trabalho estão resumidas na tabela abaixo. 60 TABELA 8 - Média dos lipídios, lipoproteínas e IMC de Adolescentes Média dos lipídios, lipoproteínas e IMC Colesterol 123,72 HDL 39,52 LDL 66,11 VLDL 16.27 TRIGLICERÍDEOS 81,24 LIPÍDIOS TOTAIS 390,40 IMC 20,25 Fonte: A Autora, 2012 61 5 DISCUSSÃO Os estudos relacionados com perfil lipídico de crianças e adolescentes tem o objetivo de alertar e prevenir contra futuros problemas cardiovasculares e evitando os fatores que predispõem o aparecimento das mesmas. Embora possa haver estudos onde o público estudado não possuem grandes riscos na infância, mas mesmo assim não pode deixar de avaliar as características dos mesmos. (GRILLO et al., 2005). Este estudo foi realizado com alunos de uma escola publica sustentada pelo município de Paracatu, que se localiza em um bairro periférico, onde a maioria dos alunos é desprovida de informações sobre esse assunto, e esse fato pode se relacionar com o fato de não ter encontrado muitos valores encontrados. No presente estudo não houve grandes alterações nos exames realizados. Esses resultados normais podem estar relacionados às condições socioeconômicas, já que os alunos possuem uma renda baixa, e podem ter falta de alimentação que permita a elevação de lipídios, além de se alimentarem na escola, onde recebem a merenda escolar oferecida pelo município que é uma refeição equilibrada. Através do questionário pôde se observar, que muitos dos adolescentes realizam várias refeições ao dia e somente 3 dos 22 alunos realizam apenas duas refeições ao dia. Em relação aos alimentos ingeridos, a grande maioria respondeu comer vários alimentos como carnes, Frutas, Leite, sucos, verduras, mas, afirmaram também fazer o consumo de bolachas salgadinhos e refrigerantes. Nesse estudo, muito dos adolescentes afirmaram realizar alguma atividade física, seja ela na escola nas aulas de educação física ou na rua de casa. Apenas 3 alunos (13%) disseram não realizar nenhuma atividade física durante a semana. Os que disseram realizar atividades duas vezes por semana foram 12 alunos (55%), os que fazem atividades físicas 3 vezes por semana foram 5 alunos (23%). E os que afirmaram realizar atividades físicas mais de 3 vezes na semana foram 2 alunos (9%). Em relação às atividades físicas feitas, muitos citaram esportes mas a maioria citou brincadeiras de ruas. Dos adolescentes, que fazem alguma atividade física, 21% afirmaram jogar queimada, que é uma brincadeira de correr, com a utilização de bola; 7% 62 jogam handbol; 21% praticam futebol; 10% jogam peteca; 24% realizam caminhada; 7% praticam voley e 10% andam de bicicleta. Segundo Sposito e outros (2007) da IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, fazer atividade física regularmente é uma das medidas tomadas para controlar as dislipidemias e doenças coronarianas, além de reduzirem os triglicerídeos do plasma e aumentar o colesterol HDL. (SPOSITO et al., 2007). No questionário foi perguntado aos alunos sobre a realização de exames periodicamente. A maioria, 68% respondeu não realizar exames de Colesterol total e frações, Triglicerídeos periodicamente, 32% respondeu realizar exames com maior frequência. Segundo Henry (2008), os valores de HDL estão associados com estilo de vida saudável e com á pratica de atividades físicas. E, além disso, os valores normais do colesterol HDL é inversamente relacionados com o peso corporal. Seguindo esta linha de raciocínio, pode ser associado então com o presente estudo que os alunos apresentaram valores normais do colesterol HDL (86%), e 19 alunos responderam realizar alguma atividade física durante a semana. O que indicaram não serem sedentárias Nesse estudo, os valores do perfil lipídico, se apresentaram sem grandes alterações como nos apresentados pelo estudo de Grillo e outros, (2005), o que foi realizado com 257 entre 03 a 14 anos de idade que apresentavam baixa renda, que apresentou 3,1% de alteração dos valores de colesterol, 4,7 das taxas de triglicerídeos e 6,6 colesterol LDL elevados e 17,9 colesterol HDL alterados; os valores desse estudo, estão de forma equivalente devido aos valores não estarem muito alterados, estando a maioria dentro do valor recomendado. Dos valores obtidos nesse estudo para o resultado de colesterol total, foi observado que 95% dos valores estão dentro dos limites considerados normais e desejáveis para adolescentes, e 5 % estão fora desse limite, na faixa de limítrofe (170 a 199 mg/dL), que é entre o desejável e o elevado. Apesar de não ser tão semelhante ao estudo de Franca e Alves (2006), em todos os aspectos por ter sido observado no estudo níveis de colesterol aumentado, e 63 nesse não houve, mas pode se comparar em relação a maioria dos resultados ter apresentado níveis normais para o colesterol total. Embora em outros trabalhos da literatura apresentarem resultados que diferem deste, pode se assemelha com o estudo de Gama, Carvalho e Chaves (2007), que apresentaram a maior parte dos resultados para colesterol HDL normais e a menor parte alterados. Nesse estudo o colesterol HDL, teve maiores alterações em relação aos outros valores dosados. Apresentou 83% dos resultados acima de 35 mg/dL, que é o ideal, e 17% apresento valores inferiores á 35% o que não é desejável. Em Moura e outros (2000) no estudo houve a prevalência de colesterol HDL alto, e se equivale a este, que houve mais colesterol HDL normais do que abaixo dos normais e isso é um bom indicador de fator contra a aterosclerose. Os valores de LDL desse estudo são semelhantes ao de Franca e Alves (2005) e Grillo e outros (2005) que verifica a porcentagem de colesterol LDL alterados foi menor que as porcentagens alterados tendo a porcentagem de 10,2% e 8,2%. E foi menor que o os resultados de Gama, Carvalho e Chaves (2007) que foi de 18,6%. Os resultados foram positivos em relação a algum risco para os adolescentes, observou-se que não houver valores elevados do colesterol LDL nesse grupo de estudos, 19 (86%) dos alunos apresentaram a taxa de Colesterol-LDL no plasma, dentro dos valores desejados, e 3 dos alunos (14%) apresentou o valor dentro do Limítrofe que é de 170 a 190mg/dL. Nenhum aluno apresentou valores elevados. Em comparação com estudo de Franca e Alves (2006) que os valores de triglicerídeos se apresentaram alterados em 12% dos adolescentes, em Gama, Carvalho e Chaves (2007) que houve 3,5 dos resultados alterados para o triglicerídeos, o presente estudo houve alteração, em porcentagem menor com 5% dos triglicerídeos com taxa elevados e 4% em limiar alto que pode levar ser um triglicérides elevado se não haver tratamento. Em relação ao Colesterol VLDL, houve valores aumentados em 5% dos total de amostras, sendo a maior parte com valores dentro do recomendável que são até 50 mg/dL. No que se refere ao IMC, no estudo de Pereira e outros (2010) que a porcentagem do IMC com sobrepeso encontrada foi de 18,4%, o estudo com as crianças de Paracatu se relaciona com esse dado. Houve divergências 64 tendo 3 faixas diferentes de resultados para IMC, sendo que a maioria ficou na faixa de peso normal 45%, 41% dos alunos está abaixo do peso ideal, e 14%dos alunos está na faixa de sobrepeso. A respeito da média dos lipídios, lipoproteínas e IMC, os valores obtidos dos estudantes de escola municipal, em Paracatu, encontram-se abaixo dos apresentados em outros estudos na literatura. Como em Franca e Alves (2005), que encontrou as médias para colesterol de 157,78 mg/dL, LDL 96,99, HDL 44,98, TG 79,06 e IMC 16,86. Os valores encontrados no estudo de ParacatuMG, foram: colesterol de 123,72mg/dL; HDL 39,52mg/dL; LDL 66,11mg/dL; VLDL 16,27mg/dL; Triglicerídeos 81,24mg/dL; Lipídios Totais 390,40mg/dL e IMC de 20,25 kg/m². Houve relação entre os níveis do perfil lipídico alterado com valores elevados, com o aumento do IMC. Visto que nos mesmos alunos em que os valores de CT, TG, HDL, LDL, VLDL se encontraram fora do limite recomendável se encontraram também o IMC na faixa de sobrepeso. Segundo Franca e Alves (2005), o IMC em crianças e adolescentes muda com a idade, por isso não se define obesidade somente com o IMC. Do mesmo modo que em Pereira e outros (2010), no estudo dos adolescentes de Paracatu, os valores observados das frações lipídicas se encontraram abaixo de outros trabalhos referidos na literatura, a suposição é que por serem estudantes que possuem baixa renda, de escola municipal, que se localiza em um bairro periférico, juntamente com um estilo de vida diferente de outros adolescentes que possuem características. As refeições feitas durante o dia, os alimentos consumidos, as atividades feitas durante o dia, o fato de irem para a escola á pé, e de na escola oferecerem o lanche que é uma espécie de um pré-almoço com arroz, feijão carne e verduras e por alguns dos alunos terem poucas refeições ao dia podem ser fatores que contribuíram para que os resultados fossem normais. 65 5 CONCLUSÃO Com este estudo podemos concluir que o perfil lipídico dos alunos da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza encontra-se normal dentro dos padrões recomendados. De acordo com as dosagens bioquímicas do Colesterol Total, HDL e Triglicerídeos e a obtenção dos valores do VLDL, LDL, Lipídios Totais e IMC na maioria dos alunos apresentou valores normais. Dentre os alunos encontrou-se apenas 5% dos alunos com colesterol total dentro do limítrofe e 95% com valores normais. Para colesterol HDL se encontrou 83% com valores normais e 17% valores abaixo do desejável. A fração LDL, os resultados apresentaram, 19 dos alunos (86%), dentro dos valores desejados, e 3 dos alunos (14%) apresentou o valor dentro do Limítrofe que é de 110 – 129 mg/dL. Para triglicerídeos 20 dos alunos (91%) estão com os valores na faixa de desejáveis, 1 dos alunos (5%) apresentou o valor no Limiar Alto, e 1 (4%), está com Triglicerídeos elevado. Os valores encontrados para VLDL foram 21 dos alunos (95%) tiveram o VLDL normais, e 1 aluno (5%) apresentaram os valores acima do recomendável. Observou- se ainda que os alunos possuem uma alimentação adequada, com frutas, verduras, carnes, cereais e outros. E que eles recebem na Escola a Merenda escolar que é uma refeição balanceada. A alimentação é muito importante para a analise do perfil lipídico, já que os lipídios podem estar no organismo através da alimentação. Com isso foi percebido que os alunos não fazem a ingestão de alimentos contendo muitos lipídios. Verificou- se também que os alunos possuem um biótipo de pessoas magras, onde a maioria realiza atividades físicas, que ajudou para que fosse encontrado valores normais nos mesmos. Observou também que não houve crianças com IMC indicando obesidade. Pelo contrário alguns estão abaixo do IMC ideal. O risco de aterosclerose nos alunos é mínimo, analisando que os fatores que predispunham a formação de ateromas foram descartados, visando que os lipidogramas estão normais, o IMC também, e que eles possuem hábitos saudáveis como a alimentação e atividades físicas. 66 REFERENCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Cálculo do índice de massa Corpórea. Disponível em: <http://www.abeso.org.br/calcule-seu-imc.shtml> Acesso em: 09 out. 2011. BAYNES, John W.; DOMINICZAK, Marek H. Bioquímica médica. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. BERETTA, M. I. R. et al A construção de um projeto na maternidade adolescente: relato de experiência. Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 45, n. 2, p. 533-536, abr. 2011. BERETTA, M. I. R. et al A construção de um projeto na maternidade adolescente: relato de experiência. Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 45, n. 2, p. 533-536, abr. 2011. BIASE, Simone G. de. et al. 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Acesso em: 10 mar. 2012. 69 APÊNDICE 70 APÊNDICE A – Questionário QUESTIONÁRIO Nome do aluno: __________________________________________________ Idade:__________________________________________________________ Endereço:_______________________________________________________ Telefone:________________________________________________________ Peso: ____________________________Altura:_________________________ 1 Quantas refeições são feitas durante o dia: ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )6 2 Quais os alimentos mais consumidos: ( ) carne ( ) frutas ( ) verduras e leguminosas ( ) massas ( ) hortaliças ( ) suco natural ( ) refrigerantes ( )doces ( ) bolachas recheadas ( ) salgadinhos ( ) leite 3 Quantas vezes por semana é realizada atividades físicas: ( ) 2 ( ) 3 ( )5 Qual atividade física? _________________________________________________________ 5 Realizam exames periodicamente de lipidograma ( Colesterol total e frações, Triglicerídeos): ( ) sim ( ) não Com qual frequência: ( ) de 3 em 3 meses ( ) de 6 em 6 meses ( )de ano em ano ( ) raramente 71 APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido aos pacientes TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa (IV, da Res. 196/96, do CNS). Pretendo realizar o projeto: “Perfil lipídico e avaliação do índice de massa corpórea de adolescentes da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu –MG”. Quero obter maiores informações sobre esse assunto, com o propósito de analisar as taxas de colesterol total, triglicerídeos, HDL e por meio destes, indicar as frações VLDL, LDL, determinar o índice de massa corporal. Para realizar a pesquisa, serão coletadas amostras biológicas (sangue), para posterior emprego das técnicas destinadas ao cumprimento da pesquisa. A sua participação não é obrigatória, mas se resolver participar, seu nome ou qualquer identificação, não aparecerá na pesquisa, os resultados, que são de nossa inteira responsabilidade, estarão á sua disposição. Consentimento livre e esclarecido Eu_______________________________________________Responsável pelo aluno _________________________________________________, certifico que tendo lido as informações e sido suficientemente esclarecido (a) sobre todos os itens pela pesquisadora, ____________________________________________, estou plenamente de acordo com a realização do experimento. Assim, autorizo a execução do trabalho de pesquisa, exposto acima, com a minha colaboração espontânea. Paracatu, Minas Gerais, ____de______._________de 2012. _______________________________________________________ Assinatura do participante ou responsável ______________________________________________________ Assinatura da Coordenação do Curso de Biomedicina 72 APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido direcionado ao responsável pela Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza de Paracatu (MG) TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO Título da pesquisa: Perfil lipídico e avaliação do índice de massa corpórea de adolescentes da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu –MG. Acadêmico: Cíntia Aparecida Barbosa Sousa, Biomedicina – Faculdade TECSOMA. Objetivo do estudo: Avaliar o perfil lipídico de adolescentes da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu –MG. – e sua relação com a obesidade. Procedimento: No mês de maio de 2012, serão realizadas as dosagens de colesterol total, triglicerídeos, HDL, e indicar as frações de VLDL, LDL, determinar o índice de massa corporal em adolescentes do nono ano da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu –MG. O s resultados serão plotados em gráficos e TABELAs. Riscos e benefícios ao paciente: Riscos inerentes à venopunção, como hematomas. Com relação aos benefícios, a pesquisa permitirá avaliar o risco de doenças frente aos resultados dos exames com isso estabelecer medidas para a prevenção se for necessário. Confidencialidade: Os pacientes participantes da pesquisa serão informados através de um Informativo Técnico e verbalmente sobre o estudo; caso consintam livremente, o próprio ou responsável assinará o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados pessoais do paciente não serão divulgados. Por este termo de consentimento livre e esclarecido pós-informacional, declaro que fui devidamente informado, de forma clara e detalhada, dos motivos para a realização desse trabalho. Por isso, permito a realização desse estudo veiculado a Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu (MG), qual sou o(a) responsável. ______________________________________ Esmeralda Pereira Diretora da Escola Municipal Cacilda Caetano de Souza da cidade de Paracatu, Minas Gerais. _____________________________________ Cíntia Aparecida Barbosa Sousa Acadêmica Responsável pela Pesquisa _____________________________________ Dra. Cláudia Peres da Silva 73 Coordenadora do Curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA APÊNDICE D – Recomendações para a coleta de sangue RECOMENDAÇÕES PARA A COLETA DE SANGUE 1 - Amostra a ser coletada: Sangue 2- Realizar Jejum de 12 horas 3 - Jejum para exames significa que a pessoa deverá ficar sem ingerir alimentos de qualquer tipo durante o número de horas indicado, não ingerir bebidas. 4 - É permitida a ingestão de água. 5 - Pode fazer o uso de Medicamentos de uso contínuo. 6 – Não fazer jejum muito prolongado.