Edmildes Carmo dos Santos Maria Auxiliadora Landim Moura Dias Maria Luiza Dias dos Santos PERCEPÇÕES E EXPECTATIVAS DOS SERVIDORES EM RELAÇÃO AO ATUAL PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO DA UFBA Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Pessoas da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia Orientador: Profº Dr. Robinson Tenório SALVADOR - BAHIA 2003 FICHA CATALOGRÁFICA S337 Santos, Edmildes Carmo dos, Percepções e expectativas dos servidores em relação ao atual processo de eestruturação da UFBA/Edmildes Carmo dos Santos, Maria Auxiliadora L. Moura Dias e Maria Luiza Dias dos SantosSalvador: Edmildes Carmo dos Santos, Maria Auxiliadora Landim Moura Dias e Maria Luiza D. dos Santos, 2003. xiii, 115 p. Monografia ( Especialização em Gestão de Pessoas da Escola de ADM ) Escola de Administração. Universidade Federal da Bahia. 1.Servidor público- Percepção, expectativa 2.Reestruturação. 3.Organização, funcionamento - DEDICATÓRIA Aos nossos filhos, em especial, Laíra, Aroldo, Waldir Jr e Gabriela; e nossos companheiros Celso, Daldemar e Waldyr pela compreensão em repartir o nosso tempo de convivência, possibilitando a realização de um sonho pessoal. AGRADECIMENTOS Nenhum indivíduo se desenvolve por si mesmo. A concepção deste trabalho e das idéias nele contida constitui um exemplo concreto deste fato, portanto agradecemos: Á Deus que nos alimentou espiritualmente, dando-nos coragem, paz e equilíbrio; Aos colegas, com os quais tivemos experiências de interação durante este período; Á todo o corpo docente do Curso de Especialização em Gestão de Pessoas, pelo aprendizado, em especial ao Profº Robinsom Tenório, nosso orientador, que permitiu a construção deste trabalho; Aos servidores (Dirigentes, Docentes, Técnico Administrativos e FAPEX) da UFBA, que foram co-autores deste estudo; A Profª Joselita Nunes Macedo que nos apoiou e orientou com sua experiência profissional. Agradecemos ainda a tantas outras pessoas que colaboraram conosco, que de forma indireta nos incentivou a continuar nos momentos de exaustão. Principalmente à “Vida” que nos concede a possibilidade de mudar e redesenhar o futuro. “As situações que são percebidas como reais, são reais em suas conseqüências” W. J. Thomas APRESENTAÇÃO Este estudo trata das Percepções e Expectativas dos servidores, frente ao processo de mudança da Universidade Federal da Bahia – (UFBA). A percepção está sendo concebida como forma de entender, compreender idéias sobre o objeto em estudo. E, a expectativa como a compreensão dos sentimentos e anseios externados pelos mesmos frente ao processo de mudança. Ele tem como origem observações no cotidiano das autoras em relação aos princípios norteadores do plano de ação do reitorado 2002/2004, com o propósito de resgatar a missão social da UFBA, promoção de excelência acadêmica, respeito à pluralidade, busca de integração e competência de gestão, bem como a valorização das pessoas e modernidade administrativa. Entendendo essa instituição como organismo vivo, quanto ao seu ambiente técnico, institucional e como produto e produtora da consciência humana, sendo fenômeno socialmente construído. O estudo foi apresentado em cinco capítulos, sendo que os dois primeiros correspondem à introdução do tema e o processo metodológico; no terceiro apresentamos o modelo teórico que fundamenta a atual estrutura organizacional da UFBA, isto é o modelo burocrático formal. No capitulo quarto as autoras discorrem sobre a Teoria do Desenvolvimento Organizacional - (D. O.) bem como as percepções, expectativas e resistências. No capitulo significações quinto sobre serão a ótica apresentados dos os servidores resultados, conceitos acerca processo do e de reestruturação. Finalmente discorremos sobre as considerações finais, com uma breve síntese dos resultados alcançados, bem como as ações implementadas pelo novo reitorado, acrescida de sugestões e limitações identificadas no estudo. RESUMO Trata-se de um estudo exploratório, descritivo que teve como propósito conhecer a percepção e expectativa dos servidores e dirigentes, frente ao processo de reestruturação e como pressuposto compreender a realidade institucional de acordo com a proposta apresentada pelo novo reitorado acerca da organização e funcionamento da UFBA. A amostra foi constituída de 361 servidores (técnicos administrativos, docentes e funcionários da FAPEX), correspondendo a 6% da população da UFBA. Os dados foram coletados através de formulário contendo questões fechadas e abertas, para os servidores; e entrevistas semi-estruturadas, gravadas e transcritas, com 49 dirigentes. Procedeu-se “análise estatística descritiva”, para as questões fechadas, e “análise categorial” para as questões abertas utilizando-se a técnica de “análise de conteúdo”. Os resultados apontam que 324 servidores percebem-se comprometidos com as atividades que realiza, e 242 sentemnas motivadoras, apesar de 113 considerarem-nas desmotivadoras. Referem ainda reconhecimento pelos dirigentes, chefes, colegas e clientes ao executar suas atribuições. Quanto à participação dos servidores nos processos decisórios, 339 responderam afirmativamente. Para os dirigentes, os servidores constituem o principal ativo da organização para o alcance dos objetivos propostos, apesar de mostrarem-se desmotivados e desvalorizados. Entretanto a grande maioria é comprometida com a instituição. Esperam que o gerenciamento da UFBA seja participativo, descentralizado, humanista, transparente, com participação profissional e ênfase nos resultados. Outrossim, centralizada, percebem burocrática, a estrutura verticalizada. organizacional Referem 241 vigente servidores a necessidade de modernizar esta estrutura como um dos fatores motivadores do processo. Consideram as mudanças importantes, necessárias, expressando sentimentos de esperança, participação, comprometimento e colaboração. Apesar disto 132 atores mencionaram desconhecê-las mesmo acreditando ser uma oportunidade de melhoria. Palavras Chave: 1.Servidor público- Percepção, expectativa 2.Reestruturação 3. Organização, funcionamento – UFBA. ABSTRAT It is an exploratory and descriptive study with the purpose of knowing the perception and expectation of federal public employees and directors, regarding the restructuration process. This study intends to understand the institutional reality according to the proposition presented by the new dean concerning UFBA’s organization and working. The sample consisted of 361 employees (administrative technicians, professors, and FAPEX employees) corresponding to 6% of UFBA’s whole population. Data were collected through a form with open and closed questions for the employees; and semistructured interviews, which were recorded and transcribed, with 49 directors. “Descriptive statistical analysis” was performed for the closed questions and “categorical analysis” for the open questions using the “content analysis” technique. The results show that 324 employees feel committed to the activities they perform and 242 feel motivated by them. On the other hand 113 consider their activities boring. They still refer appreciation by the directors, chiefs, colleagues, and clients when they perform their job. Regarding the employees’ participation in the decision making processes, 339 answered affirmatively. In the directors’ opinion, the public employees constitute the main actors in the organization to reach the proposed objectives, despite of feeling bored and not valued. However the great majority is committed to the institution. They hope UFBA’s management is participative, not centralized, humanistic, and transparent, with professional participation and focused on the results. Furthermore, they notice the current organizational structure as centralized, bureaucratic, and vertical. Two hundred and forty-one public employees refer the need to modernize this structure as one of the motivating factors of the process. They consider the changes important and needed, expressing hope, and the feelings of participation, commitment, and cooperation. Despite of this, 132 actors mention they do not know the changes, even believing they are an opportunity to improve. Key Words: public employee perception expectation restruturation UFBA SUMÁRIO p. LISTA DE TABELAS E QUADROS LISTA DE ABREVIATURA. APRESENTAÇÃO RESUMO ABSTRACT CAPÍTULO 1 - INTRODUZINDO O TEMA 14 CAPÍTULO 2 -PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 18 2.1 ABORDAGEM 2.2 LOCUS DA PESQUISA 2.3. POPULAÇÃO / AMOSTRA 2.4 COLETA DE DADOS 2.4.1 INSTRUMENTO DE COLETA 2.4.2 PILOTO 2.4.3 PROCEDIMENTO E COLETA 2.5 ANÁLISE DOS DADOS 18 18 19 22 22 22 23 24 CAPÍTULO 3 - O MODELO TEÓRICO QUE FUNDAMENTA A ATUAL ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA UFBA 3.1 BREVE HISTÓRICO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO 3.2 MODELO TEORICO VIGENTE NA UFBA 25 25 28 CAPÍTULO 4 – TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL 36 4.1 PERCEPÇÕES, EXPECTATIVAS E RESISTÊNCIAS NOS PROCESSOS DE MUDANÇA CAPÍTULO 5 - APRESENTANDO DE RESULTADOS 47 CONSIDERAÇÕES FINAIS 91 REFERÊNCIAS 97 APÊNDICES 56 101 1 QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES 102 2 FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA COM DIRIGENTES 106 3 TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 108 4 MATRIZ DAS QUESTÕES OPERACIONAIS / QUESTÕES DO FORMULÁRIO 5 MATRIZ PARA CODIFICAÇÃO DAS QUESTÕES ABERTAS 109 111 ANEXOS 112 1. CARTA DE APRESENTAÇÃO DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO 113 GLOSSÁRIO 114 DADOS BIOGRÁFICOS DAS AUTORAS 115 LISTA DE TABELAS E QUADROS TABELAS TABELA 1 Dimensionamento da amostra de servidores da UFBA. Salvador - Bahia março de 2003. GRÁFICOS GRÁFICO 1 GRÁFICO 2 GRÁFICO 3 GRÁFICO 4 GRÁFICO 5 GRÁFICO 6 Sexo dos pesquisados. Salvador - Bahia, Junho 2003. Percepção dos servidores acerca do processo de mudança em relação a organização e funcionamento da UFBA. Salvador, Bahia. Junho 2003 Sentimentos positivos dos servidores frente ao processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho 2003 Sentimentos negativos dos servidores frente ao processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho 2003 Motivos que contribuíram para o processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho 2003 Resultados da mudança em benefícios pessoais para os servidores. Salvador, Bahia. Junho 2003 QUADROS QUADRO 1 QUADRO 2 QUADRO 3 QUADRO 4 QUADRO 5 QUADRO 6 Nível Funcional dos pesquisados. Salvador-Bahia, Junho 2003 Nível de escolaridade dos pesquisados. Salvador-Bahia , Junho 2003. Distribuição da carga horária em relação ao turno de trabalho. Salvador Bahia, Junho 2003. Tempo no cargo dos pesquisados. Salvador - Bahia, Junho 2003 Percepção dos servidores em relação ao ambiente de trabalho. Salvador Bahia Junho de 2003 Percepção dos servidores em relação melhoria de trabalho frente ao processo de mudança. Salvador Bahia Junho de 2003. p. 21 p. 56 86 87 88 89 90 p. 57 58 59 60 61 61 QUADRO 7 QUADRO 8 Percepção dos servidores quanto ao reconhecimento, pelo trabalho realizado de acordo com os diversos estratos. Salvador, Bahia, junho 2003. Percepção dos dirigentes em relação as bases do processo de reestruturação da UFBA .Salvador Bahia Junho de 2003 FIGURAS FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 5 FIGURA 6 FIGURA 7 FIGURA 8 FIGURA 9 FIGURA 10 FIGURA 11 FIGURA 12 FIGURA 13 FIGURA 14 FIGURA 15 Motivação profissional de acordo com a percepção dos servidores. Salvador, Bahia, junho de 2003. Motivação dos servidores relacionada ao serviço. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Motivação pessoal dos servidores. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Desmotivação dos servidores relacionada ao serviço. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Desmotivação dos servidores relacionada ao aspecto profissional. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Outras bases mencionadas pelos dirigentes visando o processo de reestruturação. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Características definidoras do processo de reestruturação. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Definições dos servidores acerca da reestruturação na UFBA . Salvador, Bahia. Junho de 2003. Definições dos servidores sobre reestruturação na UFBA, considerando o aspecto profissional. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Definições dos servidores sobre a reestruturação na UFBA relacionadas ao cliente. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos servidores quanto a contribuição para o atual processo de mudança no aspecto profissional. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos servidores acerca da contribuição para o atual processo de mudança na instituição. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Desconhecimento do processo de mudança pelos servidores. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos dirigentes quanto à organização e funcionamento atual da UFBA, no que tange a organização e gerenciamento de pessoas. Salvador Bahia. Junho de 2003 Percepção dos dirigentes quanto à organização e funcionamento da UFBA, no que tange ao gerenciamento ineficaz de recursos materiais, financeiros e estrutura física. Salvador Bahia. Junho de 2003 66 67 p. 62 63 64 65 65 68 69 70 71 71 72 72 72 73 74 FIGURA 16 FIGURA 17 FIGURA 18 FIGURA 19 FIGURA 20 FIGURA 21 FIGURA 22 FIGURA 23 FIGURA 24 FIGURA 25 FIGURA 26 FIGURA 27 FIGURA 28 FIGURA 29 FIGURA 30 FIGURA 31 FIGURA 32 FIGURA 33 física. Salvador Bahia. Junho de 2003 Percepção do dirigentes 38, em relação aos resultados esperados para o processo de trabalho. Salvador Bahia. Junho de 2003 Percepção dos dirigentes quanto ao tipo de estrutura da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos dirigentes sobre os servidores. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos dirigentes acerca da resistências dos servidores em relação ao processo de mudança. Salvador,Bahia. Junho 2003 Expectativas dos dirigentes frente a nova gestão. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Preocupação dos dirigentes frente ao processo de reestruturação. Salvador Bahia. Junho 2003 Ações propostas pelos servidores para o gerenciamento das unidades da UFBA, pelos dirigentes relacionadas ao serviço. Salvador, Bahia. Junho 2003 Ações propostas pelos servidores para o gerenciamento das unidades da UFBA, pelos dirigentes relacionadas às pessoas. Salvador, Bahia. Junho 2003 Ações propostas pelos servidores para o gerenciamento as unidades da UFBA, relacionadas aos dirigentes Salvador, Bahia. Junho 2003 Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança em relação à estrutura organizacional da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança em relação às unidade da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança em relação aos profissionais da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança organizacional na UFBA em relação ao atendimento aos clientes. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Preocupação dos servidores frente ao processo de mudança da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Preocupação dos servidores em relação aos profissionais frente ao processo de mudança da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Preocupação dos servidores em relação aos dirigentes frente ao processo de mudança da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Preocupação dos servidores em relação aos clientes frente ao processo de mudança da UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Sentimentos expressados pelos servidores em relação ao processo de mudança na UFBA. Salvador, Bahia. Junho 75 75 77 78 79 79 80 80 81 82 82 83 83 84 84 85 85 86 FIGURA 34 processo de mudança na UFBA. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Sentimentos dos servidores frente ao processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho de 2003 88 LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas CPA – Programa Capacitação Profissional Avançada CPD – Centro de Processamento de Dados da Universidade Federal da Bahia CPPD - Comissão Permanente de Progressão e Desenvolvimento D.O. – Desenvolvimento Organizacional DSA – Divisão de Seleção e Aperfeiçoamento FAPEX - Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão HUPES - Hospital Universitário Professor Edgard Santos. ISP – Centro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público MEC – Ministério da Educação e Cultura NPGA - Núcleo de Pós Graduação Avançada PCU – Prefeitura do Campus Universitário PRODEP - Pró –Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas PROPLAD – Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento SMURB – Serviço Médico Universitário Rubens Brasil SPE – Superintendência de Pessoal da Universidade Federal da Bahia SET – Superintendência Estudantil UFBA - Universidade Federal da Bahia CAPÍTULO 1 INTRODUZINDO O TEMA As organizações são representações sociais que possuem missão, visão e direção, onde atuam pessoas que utilizam recursos tecnológicos, de acordo com uma certa estrutura organizacional para realizar tarefas específicas. Considerando que as organizações buscam competitividade, eficiência e eficácia, lançam mão da restruturação com o propósito de buscar estratégias que venham maximizar o desempenho organizacional. Através do desenvolvimento organizacional buscam-se novos conhecimentos e formas de enfrentamento para os problemas atuais e futuros, sendo esforços complexos, destinados à mudança da organização para adaptar-se às novas conjunturas, tecnologias e necessidades. A gestão contemporânea tornou-se a prática da mudança, tanto na área empresarial quanto no setor público. Nas instituições públicas, as pressões comunitárias por mais e melhores serviços, provocam revisões nas suas funções, questionando-se tanto as formas de ação quanto à própria legitimidade das instituições. Nelas as forças e as pressões sociais atuam como vetores que moldam o comportamento das pessoas, as quais concentram toda a sua energia na sobrevivência institucional. Conforme define Selznick, (citado por Pereira, 1988, p. 10), sociólogo americano, as instituições “são organismos vivos, produto de necessidades e pressões sociais valorizadas pelos seus membros e pelo ambiente, portadora de identidade própria (...) preocupada com a sua sobrevivência e perenidade, e guiada por um claro sentido de missão”. As pessoas constróem suas vidas em torno das instituições, identificam-se com elas e tornam-se dependentes delas. Segundo Motta (citado por Serafim, 1999, p.1), os indivíduos possuem objetivos que desejam alcançar e agem intencionalmente de acordo com suas percepções da realidade. Estas percepções levam a respostas diferenciadas, cada uma representando um motivo humano. Esses motivos são caracterizados como necessidade de associação, de poder e de realização os quais estão presentes na maioria das pessoas em graus de intensidade diferenciados. Sendo o comportamento função da pessoa e do seu ambiente, conseqüentemente não sofre influencia apenas da motivação uma vez que, uma necessidade satisfeita não é motivadora de comportamento, considerando que as pessoas estão em diversos níveis hierárquicos de necessidades em diferentes tempos. Baseando-se numa nova concepção de organização, onde através da descrição de cargos e funções, provisão e previsão de materiais, suprimento de pessoas, fontes de financiamento e implantação de uma política de desenvolvimento de pessoas, as organizações devem lançar mão da mudança planejada, utilizando-se de políticas e estratégias que lhes direcione ao objeto firmado. Outrossim, é sabido que, apesar dos processos de mudança conduzirem as instituições para uma maior eficiência, aparecem concomitantemente situações ambíguas, desenvolvendo conflitos, insegurança, geradas pela incerteza do futuro; pela desatualização das habilidades e competências, entre outras. Esta realidade é mais intensa nas instituições públicas onde o nível de resistência e impotência é preponderante para se conseguir mudanças expressivas. Espera-se que a estratégia administrativa proposta viabilize uma melhoria na estrutura organizacional das instituições públicas em particular na Universidade Federal da Bahia, no que tange a qualidade do ensino, pesquisa e extensão. Consciente das implicações que as mudanças causam nos processos estruturais, contextuais e na obtenção dos resultados institucionais, surge então, o interesse das autoras em realizar este estudo. Neste sentido questiona-se: Qual (is) a(s) percepção (es) e expectativa(s) dos servidores em relação ao atual processo de restruturação da Universidade Federal da Bahia? As questões operacionais que orientaram a busca de respostas ao nosso objeto de estudo foram: Para os Servidores: 1. Qual o modelo de gestão atual presente no imaginário do servidor? 2. De que forma os servidores entendem a inovação na organização? 3. Qual (is) o(s) sentimento(s) dos servidores em relação ao processo de mudança? 4. Os servidores sentem-se motivados para aceitar os processos de reestruturação / mudança? 5. Os servidores sentem-se motivados para partilhar os processos de reestruturação/mudança? 6. De que forma os servidores estão reagindo às mudanças das suas responsabilidades e competências? 7. Na percepção dos servidores quais os principais motivos que estão impulsionando o atual processo de mudança? 8. Os servidores consideram importante o processo de mudança para melhoria da organização? 9. Quais os anseios dos servidores frente atual processo de mudança? 10. Na percepção dos servidores suas atividades proporcionam liberdade de ação? 11. Na percepção dos servidores suas atividades são motivadoras e propulsoras para o processo de mudança? Para os Dirigentes: 1. Como os dirigentes percebem a organização e funcionamento da UFBA? 2. Como os dirigentes visualizam o processo de reestruturação? 3. Quais as expectativas dos dirigentes frente ao processo de reestruturação? 4. Quais as características definidoras no processo de reestruturação da UFBA? 5. Os dirigentes encaram a resistência, como fonte de crítica, de criatividade ou de melhor utilização das habilidades humanas? 6. Como os dirigentes pretendem gerenciar a reestruturação no processo de mudança? 7. Na opinião dos dirigentes qual o principal ativo da organização? CAPÍTULO 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 2.1 ABORDAGEM Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva com desing correlacional e de opinião, uma vez que, foram investigadas a percepção e as expectativas dos servidores com relação ao atual processo de reestruturação da UFBA levando-se em conta o interesse na investigação de uma nova realidade. (Trivinos, 1996) 2. 2 LOCUS DA PESQUISA Esta pesquisa foi desenvolvida na Universidade Federal da Bahia – UFBA em decorrência da proposta de mudança na sua estrutura administrativa. Esta tem entre outras finalidades estimular o desenvolvimento da ciência, a criação e o pensamento crítico e reflexivo, de acordo com o Estatuto da UFBA (Cap III Art 5º parágrafo III 2000 pg. 13). Trata-se de uma instituição de ensino superior, de caráter público, autárquico, criado pelo Decreto Lei nº 9.155 de 08 de abril de 1946, reestruturada pelo Decreto Lei n. º 62.241 de 08 de fevereiro de 1968, com sede em Salvador, Bahia.Quanto a sua estrutura administrativa, dispõe o art 17, do estatuto da UFBA: “I – Órgão de Administração Superior composto pela Assembléia Universitária, Conselhos Universitários, de Ensino, Pesquisa e Extensão, Curadores e Reitoria. II – Órgão de Ensino, Pesquisa e Extensão, compreendidos pelas unidades Universitárias e outros órgãos a serem definidos no regimento geral da universidade. III – Órgãos Suplementares, os vinculados à Reitoria e Órgãos Complementares, os vinculados às Unidades Universitárias, com a finalidade de gerir áreas específicas da administração geral e acadêmica.” Possui uma estrutura física descentralizada, dividida em três Campi onde estão distribuídas e localizadas as 65 unidades, sendo 29 de ensino, 15 unidades administrativas e 21 órgãos suplementares e complementares dos quais 04 são unidades de atendimento médico, que prestam serviços de saúde tanto a comunidade universitária, quanto à população baiana. Compete as unidades de ensino a produção, transmissão e difusão da cultura e conhecimentos pertinentes a sua área específica, bem como o desenvolvimento de atividades culturais e de extensão. Acerca das unidades administrativas são representadas pela administração central incluindo as Pró-Reitorias de Planejamento, Ensino de Graduação e Pós-Graduação e Desenvolvimento de Pessoas, bem como os Órgãos Suplementares e Complementares como dito anteriormente, que foram criadas para atender as especificidades das unidades de ensino.(Regimento da UFBA,1997) Dentre as unidades de ensino tem-se ainda a Escola de Agronomia, situada no município de Cruz das Almas, Estado da Bahia, que foi incorporada à UFBA, através do Decreto Lei n° 250 de 28 de fevereiro de 1967 de acordo com o Estatuto dessa universidade. 2.3 POPULAÇÃO /AMOSTRA A população foi constituída de 6.014 (seis mil e quatorze) servidores ativos dos diversos níveis hierárquicos, (superior, médio e de apoio), dos quais 5.057 (cinco mil e cinqüenta e sete) pertencem ao Regime Jurídico Único (RJU) sendo 1.666 (um mil seiscentos e sessenta e seis) docentes e 3.311 (três mil, trezentos e onze) técnico-administrativos, e 1.037 (um mil e trinta e sete) são funcionários contratados pela Fundação de Apoio a Pesquisa e Extensão (FAPEX) que dentre as funções que lhe são pertinentes, inclui a captação e contratação de pessoas para os diversos projetos desenvolvidos na UFBA. Estes colaboradores têm suas bases contratuais de acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), e com previsão de desligamento para junho/2003. Apesar dessa perspectiva, as autoras optaram em manter esses atores sociais entendendo que acrescido aos conflitos do processo de reestruturação, outros poderiam surgir, não expectados pelos servidores da UFBA. É importante considerar que a população apresenta características heterogêneas, isto é, que os diferentes segmentos de servidores, docentes, técnicos administrativos e funcionários contratados pela FAPEX, são um diferenciador de opiniões. Por ocorrer, na distribuição física das partes da população, muita diferença, utilizamos a amostragem estratificada, sendo a população dividida em estratos, e, a amostragem aleatória simples foi usada na seleção de uma amostra de cada estrato. Nesse caso é razoável supor que a variável de interesse apresenta um comportamento distinto em cada estrato e o comportamento homogêneo dentro de cada estrato. Através do cadastro de servidores, fornecido pelo Centro de Processamento de Dados da UFBA e da FAPEX, optamos, portanto por uma amostra aleatória, simples e estratificada, como dito anteriormente, considerando os seguintes estratos: docentes, técnicos administrativos e funcionários da FAPEX, com uma alocação proporcional, dentro de cada seguimento. O seguimento dirigente foi constituído de 65 (sessenta e cinco) servidores, dirigentes das unidades da UFBA e que foram desconsiderados no cálculo amostral, mas terão representatividade como formadores de opinião. Desses gestores 51 (cinqüenta e um) são docentes e 14 (quatorze) técnicos administrativos. Consideramos para o cálculo amostral: h: o número do estrato, L: número de estratos, P h : a proporção de servidores no estrato h que possui a característica, Nh : número de servidores no estrato h, N: população de servidores, W h = N h /N o peso do estrato h, 2 P = ∑ Wh Ph a proporção de servidores que possui a característica, h =1 2 P̂es = ∑ Wh Pˆh o estimador da proporção populacional h =1 P̂h proporção amostral de servidores que possui determinada característica no estrato h, (1 - α )100% o grau de confiança. d o erro máximo de estimação desejado, significa que P( Pˆes − P ≤ d ) = 1 − α O tamanho total da amostra (n) é dado por: L 2 1−α / 2 z n= ∑N P Q 2 h h h=1 2 / wh L N d +z 2 h 2 1−α / 2 ∑N P Q h h h h =1 onde Qh = 1 – Ph . Estipulou-se o erro máximo de estimação igual a 0,05 e o grau de confiança de 1-α = 0,95 e logo Zα / 2 =1,96. Como não se sabe a proporção de servidores que possui a característica de interesse foi utilizado Ph = 0,5. Na alocação proporcional tem-se que o tamanho da amostra do estrato h é dado por n h = n. Nh . N Na Tabela 1, apresentamos para cada estrato o calculo amostral de servidores da UFBA. Tabela 1 – Dimensionamento da amostra de servidores da UFBA. Salvador - Bahia março de 2003. * Tamanho Tamanho da Estratos Peso – W h da População Amostra Docentes 1.666 0,27702 100 Técnicos 3.311 0,0550549 199 FAPEX 1037 0,172431 62 TOTAL 6.014 361 * desconsiderados servidores que são dirigentes Desta forma todos os servidores tiveram a mesma probabilidade de seleção. Portanto correspondendo a a amostra 6% do foi total constituída da de população 361 e de colaboradores, 49 dirigentes correspondentes a 75%, frente às dificuldades de contato e recusa de alguns dirigentes em participar da pesquisa. 2.4 COLETA DE DADOS 2.4.1 Instrumento de Coleta Utilizamos como instrumento de coleta, formulários (Apêndice 1) para servidores das diversas categorias funcionais, com o propósito de identificarmos diferentes níveis de percepção entre os mesmos; entrevistas semi-estruturadas (Apêndice 2) para os dirigentes das unidades amostradas. 2.4.2 Piloto Foram aplicados 36 (trintas e seis) formulários, correspondendo a 10% da amostra. As unidades escolhidas foram as de maior número de servidores (Hospital Universitário Professor Edgar Santos – HUPES, Serviço Médico Universitário Rubens Brasil – SMURB, Prefeitura do Campus Universitário PCU) de forma a não comprometer a pesquisa com relação amostra a ser analisada. A seleção numérica dos entrevistados foi realizada através do sistema eletrônico EPINFO e consultada através de lista dos servidores. Quando os mesmos não eram localizados nas respectivas unidades, selecionávamos os subseqüentes da referida lista. Os servidores participantes do piloto foram excluídos para efeito de coleta de dados. Para os dirigentes foram realizadas 03 (três) entrevistas. Após a realização do piloto procedemos algumas alterações no instrumento, em virtude de algumas dificuldades de entendimento pontuadas pelos entrevistados, quais sejam: nas questões de nº 2 (dois) e 3 (três) foram substituídas as variáveis, “sim”, “não” e “não sei” para “totalmente”, “parcialmente” e “não”. Na questão de nº 10 (dez) o termo “dirigente” foi substituído por “dirigente da sua unidade” e na questão de nº 11(onze) foi acrescida a variável “outros”. 2.4.3 Procedimento de Coleta A entrada no campo se deu mediante entrega da carta de apresentação para os dirigentes das unidades, fornecida pelo Núcleo de Pós Graduação Avançada (NPGA) /Programa de Capacitação Profissional Avançada (CPA), da Escola de Administração (Anexo 1), seguida do Termo de Consentimento Informado (Apêndice 3), onde foram assegurados a confidencialidade e privacidade das informações fornecidas pelos entrevistados, conforme prevê a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Apesar da realização do piloto, foram encontradas dificuldades, não apresentadas anteriormente, no que tange a identificação do entrevistado em decorrência do termo de consentimento informado. Outras dificuldades se apresentaram durante o procedimento de coleta não previstas pelas autoras, como paralisação de servidores, recesso de docentes, feriados e agendamento com dirigentes. Os dados foram coletados com os servidores, dirigentes, utilizando-se formulários contendo questões fechadas e abertas, através de entrevista semi-estruturada, visando garantir a amostra estabelecida. O uso deste instrumento permitiu a descrição de aspectos que refletem as percepções e expectativas dos servidores em relação ao atual processo de reestruturação da UFBA. Para os dirigentes, a idéia inicial era de que a entrevista fosse gravada e transcrita imediatamente e integralmente, valorizando a presença do investigador, oferecendo todas as perspectivas possíveis para que o entrevistado alcançasse a liberdade e a espontaneidade necessária, enriquecendo a investigação, conforme pontua TRIVIÑOS (1996), porém devido à falta de tempo de alguns dirigentes isso não foi possível dando ao mesmo a possibilidade de respostas escritas, optando para estes, o método de coleta através de questionário. Na sua realização foram observadas as questões éticas com relação aos entrevistados. 2.5 ANÁLISE DOS DADOS Após a coleta dos dados foram criadas matrizes onde se organizaram as respostas relativas às questões de pesquisa, separando-as por 02 (dois) grupos: servidores e dirigentes que permitiu a classificação, codificação e a conseqüente categorização dos dados (Apêndice 4). Posteriormente foi realizada “análise estatística descritiva” utilizando-se a planilha eletrônica SPSS, buscando-se o quantitativo para cada resposta das questões fechadas. Para as questões abertas foi realizada “análise temática ou categorial”, uma das técnicas de “análise de conteúdo”, observando-se a fases de pré-análise, análise e tratamento dos dados. Finalmente foram realizadas análises horizontais, verticais e transversais das entrevistas, observando-se a singularidade de resultados obtidos. cada resposta, visando melhor entendimento dos CAPÍTULO 3 O MODELO TEÓRICO QUE FUNDAMENTA A ATUAL ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA UFBA 3.1 BREVE HISTÓRICO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO Numa época de complexidades, mudanças e incertezas, a administração tornou-se uma das mais importantes áreas de atividade humana. A tarefa básica da Administração é a de fazer coisas por meio de pessoas, seja nas indústrias, no comércio, nas instituições militares, serviços públicos, nos hospitais, nas universidades, em qualquer outra forma de empreendimento humano. O avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano apenas não produzem efeitos se a qualidade da administração efetuada sobre os grupos organizados de pessoas não permita uma aplicação efetiva dos recursos humanos e materiais. Toda organização seja industrial ou prestadora de qualquer tipo de serviço, precisa ser administrada adequadamente para alcançar os seus objetivos. O homem tem necessidade de cooperar com outros homens para conjuntamente alcançar objetivos de qualquer ordem (industriais, comerciais, religiosos, educacionais) e a coordenação do esforço humano torna-se um problema essencialmente administrativo. A complexidade e tamanho alcançado pelas organizações começaram a apresentar desafios e dificuldades, gerando a necessidade de uma Teoria da Administração que oferecesse aos dirigentes os modelos e estratégias adequadas para a solução de seus problemas empresariais. A tarefa atual da Administração é a de interpretar os objetivos postos pela organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de uma maneira mais adequada à situação. Seu significado e conteúdo sofreram ampliação e aprofundamento através de diferentes teorias, resultado histórico da contribuição de numerosos precursores que, no decorrer dos tempos cada qual no seu campo de atividade, utilizaram conceitos e princípios descobertos nas Ciências Matemáticas, Ciências Humanas, Ciências Físicas e ainda no Direito e na Engenharia. Platão, Aristóteles e Hamurabi tratavam a teoria de estrutura hierárquica. Existem referencias pré-históricas quanto às construções exigidas durante a antiguidade, no Egito, Mesopotâmia, Assíria, que relatam dirigentes capazes de planejar e guiar trabalhadores dessas obras. Os papiros egípcios à época de 1300 a.C. indicam a importância da organização e administração da burocracia pública no Egito antigo. Na China, as parábolas de Confúcio referem práticas para a boa administração pública. (Chiavenato, 1997, p. 23 –24) As normas administrativas e os princípios de organização pública transferiram-se das Instituições dos Estados (Atenas e Roma) para as instituições da Igreja Católica e as organizações militares. Ao longo dos séculos, a organização hierárquica da Igreja Católica foi se estruturando, e também serviu de modelo para muitas organizações. As organizações militares influenciaram o desenvolvimento das teorias da administração, a exemplo da organização linear, o princípio de unidade de comando, a escala hierárquica e o princípio de direção, incorporados pela Teoria Clássica. Ainda pode-se trazer a influencia dos economistas liberais e de Adam Smith, com o princípio de divisão de trabalho, reforçando a importância do planejamento e da organização dentro das funções da Administração. Podemos mencionar as principais teorias administrativas e seus enfoques (Chiavenato, 1997, p. 10) ü Administração Científica (1903): ênfase nas tarefas, enfoque na realização do trabalho no nível operacional, excessiva descentralização da autoridade. ü Teoria Clássica (Fayol-1916) e Teoria Neoclássica (1954): ênfase na estrutura, enfoques na organização formal e linear, princípios gerais da administração, funções do administrador, centralização da autoridade. ü Teoria Burocrática (Weber-1909): ênfase na estrutura, enfoques na organização formal burocrática e na racionalidade organizacional. ü Teoria Estruturalista (1947): ênfase na estrutura, enfoques na múltipla abordagem da organização formal e informal, na análise intra e interorganizacional. ü Teoria das Relações Humanas (1932): ênfase nas pessoas, enfoques na organização informal, motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo. ü Teoria do Comportamento Organizacional (1957): ênfase nas pessoas, enfoques nos estilos de administração, na teoria das decisões, na integração dos objetivos organizacionais e individuais. ü Teoria do Desenvolvimento Organizacional (1962): ênfase nas pessoas, enfoque na mudança organizacional planejada e na ênfase no abordagem do sistema aberto. ü Teoria Estruturalista e Teoria Neo-estruturalista: ambiente, enfoques na análise interorganizacional e na análise ambiental, abordagem de sistema aberto. ü Teoria da Contingência: ênfase no ambiente, enfoques na análise ambiental e abordagem no sistema aberto. ü Teoria de Contingência (1972): ênfase na tecnologia, enfoque na administração da tecnologia. A teoria geral da administração começou com a variável tarefa, seguindo com outras quatro: estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia, significando um gradativo passo no desenvolvimento dessa teoria. Todas as teorias são válidas, embora cada uma valorize apenas uma ou algumas das cinco variáveis básicas; elas foram bem sucedidas ao apresentar soluções específicas para tais problemas. De certo modo, todas as teorias administrativas são aplicáveis às situações de hoje. (Chiavenato, 1997, p. 12) Ela estuda a administração das empresas e demais tipos de organização do ponto de vista da interação e interdependência entre as cinco variáveis, às quais constituem a compreensão do comportamento sistêmico, onde cada qual influencia e é influenciado pelos outros componentes. As adequações dessas variáveis constituem o principal desafio da administração. 3.2. MODELO TEÓRICO VIGENTE NA UFBA Segundo Fávero (1980, p.31) o ensino superior, desde seu início, apresenta-se desprovido de caráter nacional influenciado por um espírito colonialista e colonizador. Herdamos além da herança cultural, uma herança econômica e social. Fazer um curso superior era um privilégio pela simples razão de consolidar a ascensão de classe e da riqueza. Havia uma convergência na maneira de conceber essas instituições de ensino, tanto por parte das classes dominantes, quantos dos setores intermediários de modo geral, poucos eram os que orientavam seus cursos para os problemas de nossa realidade. As escolas superiores foram criadas nos início do século XIX, e surgiram desprovidas de um papel criador e inovador. Estavam organizadas como um serviço público, mantidas pelo governo e voltadas, sobretudo para a preparação de profissionais liberais: médicos, advogados e engenheiros. A UFBA resultou da aglutinação das faculdades de ensino superior existentes (Serpa citado por Nascimento, 2002, p. 57). É criada a Universidade da Bahia por meio de decreto lei nº 9.155 de 08 de abril de 1946, assegurada autonomia administrativa, didática e disciplinar. Compõese então da aglutinação dos seguintes cursos: Medicina, Odontologia, Farmácia, Direito, Filosofia e Ciências Econômicas. Com a federalização passou-se a chamar Universidade Federal da Bahia passando por uma reestruturação na segunda metade da década de 60, transformando-se em autarquia com autonomia administrativa, patrimonial, financeira e didáticocientífica. Com a “Reforma Campos”, o Estatuto das Universidades Brasileiras constituiu-se o primeiro arcabouço de normas para as instituições universitárias brasileiras. Dos pontos merecedores de destaque está a definição de um modelo de governo e administração universitária e de direção das escolas, faculdades e institutos. As universidades federais, e as equiparadas seriam administradas por um Reitor e pelo Conselho Universitário. A reitoria seria “órgão executivo supremo da universidade”, enquanto o Conselho Universitário, compreendido como o “órgão consultivo e deliberativo”. A Assembléia Geral Universitária com papel mais simbólico, em casos excepcionais, seria convocada extraordinariamente pelo reitor para tratar de assuntos de interesse da vida conjunta dos institutos universitários. A Reforma Campos ainda criou um Conselho de Técnicos Administrativos. (Fávero, 1980, p. 54) Com a Lei 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, publicada no Diário Oficial da União de 23/12/96, que exigia múltiplas modificações no campo da educação, assim como ajustes que atendessem à dinâmica realidade na área do ensino superior, a UFBA sentiu a necessidade de rever o seu estatuto. A Universidade Pública está fundamentada no modelo organizacional formal, burocrático, com ênfase na estrutura organizacional pelo caráter legal das normas, hierarquização da autoridade, rotinas e procedimentos, divisão de trabalho, bem como caráter formal das comunicações. Para acompanhar as mudanças pelas quais passa o mundo contemporâneo, as universidades públicas não podem prescindir de atualização e rever os processos de trabalho, modernizando-se no sentido de flexibilizá-los, saindo do excesso de formalismo que representa o fator de resistência à mudança. Com o mundo globalizado, a proposta do governo brasileiro, seguindo essa corrente, é transformar a administração pública burocrática em administração gerencial. Esse modelo foi defendido, em 1999, pelo então Ministro Bresser Pereira e tem como características básicas: ser orientada para o cidadão e para obtenção de resultados; sair da compartimentação burocrática para a integração; utilizar o contrato de gestão como instrumento de controle dos gestores públicos. Ele enfatiza aspectos de gestão que envolve mudança nas estratégias gerenciais como a descentralização, delegação de autoridade, definição dos setores em que o Estado opera, das competências e modalidade de cada setor; núcleo estratégico, atividades exclusivas, serviços não exclusivos e a produção de bens e serviços. As universidades estão incluídas nos serviços de educação, os quais pertencem ao setor de serviços não exclusivos, que se constituem naqueles que o Estado provê, mas podem ser também oferecidos pelo setor privado e pelo setor público não estatal. A reforma administrativa um dos pilotos da Reforma do Estado Brasileiro prevê mudanças entre as quais inclui a transformação das Universidades Públicas em Organizações Sociais, geridas através de contrato e baseada na mudança da gestão burocrática para gerencial. Assim, o governo objetiva alcançar a eficiência na gestão e efetividade social da missão da Universidade, garantindo o retorno do investimento público. (Braga, 2000, p.148) Eficiência, esta é a palavra chave no contexto de reforma do Estado e consta no caput do artigo 37 da Constituição Federal, emenda constitucional nº 19/98, como o princípio a que se obriga o Estado na prestação de Serviço Público. Portanto, com tal proposta o governo tem a pretensão de conferir as organizações sociais flexibilidade e autonomia que necessitam para desincumbir sua missão social, atributos que as universidades não possuem devido às amarras legais que estão submetidos. Assim, o teórico da reforma do Estado Brasileiro, Luis Carlos Bresser Pereira (1998, p.2) refere que para o alcance dessa autonomia nas universidades, em troca será pedido uma maior responsabilidade dos seus dirigentes e de maior controle social pelas comunidades diretamente atendidas por eles. Com isso, o financiamento da União estaria assegurado para as organizações sociais, e permitiria a adoção de parcerias com a sociedade com vistas à captação de recursos adicionais para custeio do ensino e da pesquisa. Consoante com a proposta de Bresser Pereira (1998, p.2), o atual Reitor da Universidade Federal da Bahia, Prof° Naomar de Almeida Filho aponta como diretrizes para sua nova gestão, uma administração centrada em resultados, com maior funcionalidade e fluidez dos processos de trabalho, tendo como pano de fundo o envolvimento das pessoas. Assim tem-se como pontos programáticos: • Busca da excelência acadêmica da UFBA, tomando a criação/pesquisa como estruturante das outras dimensões acadêmicas (ensino e extensão); • Incentivo ao trabalho interdisciplinar e interunidades, buscando ampliar as opções institucionais, multiplicando as possibilidades de captação extra orçamentária e realização de atividades extra programáticas; • Necessidade e urgência de uma política de pessoal valorizadora da essencialidade dos recursos humanos, priorizando as atividades fins da universidade; • Política de apoio ao corpo estudantil sem clientelismo, nem assistencialismo com a participação responsável e organizada do corpo discente; • Ampliar o acesso a universidade com a classificação na prova do ensino médio, além da reserva de vagas para os alunos oriundos das escolas públicas; • Reforma organizacional na UFBA (revisão do estatuto e elaboração do novo regimento); • Reforma patrimonial e novo plano diretor para os Campi da UFBA; • Descentralização da gestão, enxugando a administração central e dotando as unidades de capacidade de gestão com a maior autonomia possível; • Otimização dos recursos humanos, materiais e financeiros da UFBA; • Política de acesso à informação contábil, institucional e acadêmica, com maior transparência e abertura; • Ampliação do papel da UFBA no desenvolvimento local, regional, e nacional; • Democratização da UFBA, interna e na relação com a sociedade, com a participação de todos os órgãos de deliberação que compõem a UFBA; • Ampliação da autonomia da universidade em defesa da universidade pública e de qualidade. A aplicação do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras e do Exame Nacional de Cursos representa estratégias de avaliação que geram a eficiência e qualidade da UFBA Considerando esse mecanismo, vem desenvolvendo esforços para a implantação de um sistema de auto-avaliação amplo, inicialmente nos cursos de graduação, procurando conhecer pontos fracos e identificando e reforçando aqueles que apresentam níveis de eficiência e qualidade desejados, subsidiando o processo de tomada de decisão. Tal reforma se apresenta como uma resposta a um conjunto de disfunções típicas do setor público geradas pelo modelo clássico de apego às regras e reduzida orientação de resultados, centralização, rigidez de procedimentos e padronizações. A proposição do Plano Diretor é introduzida no setor público às mudanças de valores e comportamentos preconizados pela Administração Pública Gerencial. Constitui-se uma meta perseguida pelo governo a eficiência e o padrão de qualidade desejada e considera-se condições sine qua non a participação efetiva dos servidores públicos, como verdadeiros agentes de mudança, os quais devem ser preparados para que desenvolvam um perfil profissional voltado para gestão pública gerencial. E, a reforma do Estado exigirá investimento nas pessoas, para uma transformação que exige novas competências dos dirigentes e servidores.Investir no conhecimento e na valorização das pessoas visando a sua motivação, participação e o comprometimento com tal meta, torna-se imperiosa necessidade. De acordo com Ribeiro (1975, p.25) a universidade como resultado residual destes entrechoques, seguirá existindo e exercendo seu papel tradicional como até agora, inconsciente de si mesma e da sociedade que a serve. Prossegue referindo que a política de desenvolvimento autônomo ao contrário exige, o máximo de lucidez e de intencionalidade, tanto em relação à sociedade nacional como no correspondente à universidade... e só poderá ser executada mediante cuidadoso diagnóstico de seus problemas ... e de uma escolha estratégica de objetivos, opostos aos da modernização reflexiva. A UFBA vem traçando ao longo dos anos, projetos políticos de Recursos Humanos, os quais foram implantados de maneira insatisfatória, alguns não saíram do papel, não deram efetivamente respostas, e outros não foram divulgados, se ocorreu, não houve nenhuma avaliação de resultados. Esses programas e projetos foram elaborados por órgãos como a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento – (PROPLAD), Superintendência de Pessoal – (SPE) e Centro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público – (ISP), dos quais podemos citar: • Programa de Capacitação de Pessoal Técnico Administrativo – voltado para os dirigentes, que buscava promover troca de experiências de forma a assegurar a eficiência e eficácia das unidades da universidade. • Programa de Treinamento para Servidores Técnicos Administrativos - voltados para os servidores de forma a subsidiar a melhoria do desempenho profissional. • Proposta de Política de Recursos Humanos – definida pelo reitorado de 94/98 com o objetivo de desenvolver ações que promovessem a conscientização e mudança de mentalidade da comunidade universitária, bem como a formação, aperfeiçoamento, e atualização dos servidores. Em 1996, através da Resolução nº 1, o Conselho Universitário institui política de Recursos Humanos para a UFBA, com previsão para janeiro de 1997, que vislumbrava a capacitação, critérios de alocação e avaliação de pessoal, modelo de gestão e definição dos quadros funcionais das unidades/órgãos e da universidade. Ainda, aprova em caráter emergencial algumas medidas a serem implantadas como adoção de programa de modernização organizacional, levantamento do quadro de servidores técnicos administrativos, implantação de um processo de redistribuição interna dos mesmos, e, a implantação de um programa de capacitação dos servidores indicados para os cargos diretivos. (Costa, 2002, p.132 e 200) Nos anos de 1998 a 2002 foi elaborada proposta de diretrizes para uma política de Recursos Humanos, dando continuidade ao que determinou a resolução supra citada. Esta proposta previa a criação de uma Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas – PRODEP, na UFBA, entre outras medidas. A Pró–Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas foi incorporada como um dos compromissos assumidos pelo Profº Drº Naomar Almeida Filho atendendo aos anseios de parte da comunidade universitária, sobretudo dos servidores técnicos administrativos, e consolidado através de Resolução do Conselho Universitário, em 12 de setembro de 2002. Esta vem se construindo processualmente através de uma série de medidas e estratégias, tais como agregação da Superintendência de Pessoal, do Serviço Médico Universitário Rubens Brasil; a criação da Coordenação de Desenvolvimento Humano. Como ações até o momento implantadas e implementadas têm-se: • O programa de capacitação para dirigente, visando uma maior eficácia na gestão das unidades; • Programa de capacitação para servidores, no que tange a atualização de recursos na área de informática; • Diagnóstico situacional das diversas unidades que compõem a UFBA com o propósito de compor o perfil e necessidades dos diversos servidores e unidades (SPE, CPPD, DSA, SET, SMURB). CAPÍTULO 4 TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL As instituições por possuírem história e identidade própria, utilizam frente às situações de mudança, a inovação, transmissão de idéias e valores, na busca de diferentes oportunidades para o seu crescimento. Como menciona Loures (O´Donnel, 1999, Prefácio) “na vida há sempre algo além do ponto de maturidade, que está morrendo e algo novo que está sendo criado, para que um novo ciclo possa ser iniciado”. Prossegue o referido autor, afirmando que: “A mudança transformativa crítica – desagrega ou transforma-se numa ordem mais complexa. Na luta pela sobrevivência as empresas, assim como as pessoas, reagem de forma diferente das épocas de ordem e controle e passam a se debater na busca desesperada de saídas, surgindo assim muitas idéias e iniciativa”. Loures (O´Donnel, 1999, Prefácio) Na atualidade, estudiosos do fenômeno organizacional concordaram que a violenta transição das mudanças apresenta três características básicas: a velocidade das mudanças influenciando nos costumes do homem e na ordem das coisas, determinando o que Tofller (citado por Pereira, 1988, p. 45) chamou de “choque do futuro” esse descompasso entre a velocidade das mudanças e a capacidade humana e suas instituições de se adaptarem a elas; a ansiedade gerada pela defasagem entre a velocidade das mudanças e a capacidade do homem de adaptação, não ser negativa, pelo contrário, funciona como força propulsora vencendo a inércia e deflagrando o esforço de adaptação requerido; e a ambigüidade inerente a qualquer mudança. Para lidar com a mudança, pessoas e organizações precisam encontrar um equilíbrio entre a estabilidade e a mudança, aprendendo a reconhecê-las e a conviver adequadamente com elas. Tal equilíbrio é difícil na prática, por ser a resistência um fato universal que a maioria das pessoas tende a aceitar como um fato natural e consumado. Nas instituições a perda da estabilidade está intimamente associada à perda de valores, ao conjunto ideológico onde se ancora a sua identidade, como à idéia de permanência, de imutabilidade.(Pereira, 1988, p.47) Para se livrar da ameaça, as organizações adotam mecanismos de compensação interna destinadas a recompor o equilíbrio perdido, os quais se manifestam através da negação, com atitudes de passividade e inércia, na crença infundada numa estabilidade que não existe mais; na manutenção do equilíbrio do sistema usando a mudança acidental, alterando períodos de estabilidade com períodos de inovação. Ou, ainda outros mecanismos como: retorno ao passado como reação a um presente intolerável; revolta, desejo incontrolado e impulso de modificar o estado de instabilidade; fuga, crença em que a estabilidade não foi alterada, contenção ou isolamento das áreas que não puderam manter-se estáveis; captação do processo no qual a Instituição catalisa e dificulta a ação de agentes de mudança difundindo para seus próprios fins, as energias que deveriam ser canalizadas para a mudança. As organizações são unidades sociais que visam atingir determinados objetivos. Estes podem ser definidos como uma situação desejada que a organização almeja alcançar. É uma meta, um alvo, uma pretensão, uma situação que se pretende atingir. As pessoas que trabalham nas organizações costumam perseguir simultaneamente dois tipos de objetivos, os organizacionais e os individuais que cada pessoa intimamente pretende alcançar. (Chiavenato, 1994, p. 45) Meclelland (citado por Kolb, 1978, p.70) agrupou como principais motivos humanos à necessidade de associação, de poder e a necessidade de realização. As interações dos padrões de motivos, dos membros de uma organização, combina-se com os estilos de lideranças, com as normas e seus valores e com as estruturas da organização para criar um clima psicológico da mesma. A psicologia reconhece dois tipos de necessidade e motivos: fisiológicos, os quais são inatos e originam das necessidades; e, os sociais adquiridos pelo processo de socialização e pelas regras determinadas pelas culturas. Os motivos quando despertos influem sobre a conduta independente da sua origem, são complexos e atuam uns sobre os outros; variam de pessoa para pessoa, ou seja, podem ser expressos por diferentes condutas, e, ainda uma conduta similar pode representar a expressão de diferentes motivos. O homem indiscutivelmente não tem como causas motivadoras apenas suas necessidades fisiológicas, mas os motivos sociais como os desejos de progresso e ascensão, o pertencer a sociedade, salários mais elevados, servem para lhe dar mais energia e satisfação com a vida. A conduta motivada é desencadeada mais freqüentemente por estímulos externos que por necessidades internas. A força de motivação do indivíduo deve ser inferida da extensão com que se esforce para satisfazer uma privação ou alcançar uma meta determinada. Para Hilgard (citado por Cedillo, 2000 p.1) a expressão dos motivos sociais difere de cultura a cultura e ainda entre os membros da mesma cultura. Os motivos sociais nem sempre aparecem em sua forma genuína. Compreende-se a partir dessas colocações que a confidencialidade, ou seja, a probabilidade com que se prioriza um motivo particular, refere-se a continuidade entre uma forma particular de conduta no homem e em outras espécies, ou entre a universalidade de conduta específica, aliada a existência de uma base fisiológica. Segundo Abraham Maslow (citado por Hesket, 1981, p.8) a teoria sobre os motivos humanos considera a existência de cinco tipos organizados hierarquicamente, na seguinte ordem: necessidades fisiológicas, de segurança, de afeto e por último, as de auto-realização. Enfatiza que o ser humano não é motivado apenas pelos tipos necessários iniciais (fisiológicos e de segurança) que geralmente são entendidos pela moeda de troca, mas pelas necessidades de afeto, as sociais, e, de auto-realização, que não são atendidas pelo dinheiro. Frederick Herzberg (citado Hesketh, 1981, p.17) distingue dois tipos de motivos ou fatores motivacionais: primeiro os chamados fatores higiênicos que quando manipulados não se aumenta a satisfação do indivíduo, pode ocorrer uma redução de insatisfação, mas não produz satisfação, são eles: dinheiro, relacionamento com o supervisor, promoção, condições ambientais, fatores associados ao trabalho mas não dizem respeito ao trabalho propriamente dito; segundo, os chamados propriamente motivadores que são o reconhecimento profissional, responsabilidade, oportunidade de realização e de desenvolvimento profissional, associados ao desempenho de tarefas, os quais ao serem mexidos produzem satisfação e maior produtividade As instituições sendo organismos vivos que se comportam em um ambiente mutável podem sofrer mudanças internas e externas e alterações quanto a seus objetivos ao longo do tempo. As mudanças internas ocorrem com as alterações na estrutura organizacional, na cultura empresarial, na linha de produtos e serviços, nas tecnologias utilizadas pela organização dentre outros. As externas surgem com as alterações e seu impacto sobre as organizações, como a mudança de perfil do mercado (...), inovações tecnológicas. (Chiavenato, 1994, p.45) Embora as organizações funcionem como sistemas orientados para objetivos, verifica-se que devido à complexidade da vida organizacional, os objetivos coletivos estão mais relacionados com as restrições e limitações que surgem dentro da estrutura organizacional, do que com a motivação pessoal dos participantes. Dentro dessa perspectiva, os objetivos organizacionais quase sempre são mecanismos mais inibidores do que motivadores do comportamento humano, evidenciando-se o estilo tradicional de administração. (Chiavenato, 1994, p.45) O comportamento convencionalizado e aceito por todos provocando forte influência e condicionamento sobre todas as ações e comportamentos das pessoas é denominado de Cultura. Nas organizações significa o modo de vida, o sistema de crenças e valores sociais, tradições, conhecimentos; a forma aceita de interação e de relacionamento que caracterizam cada organização. (Chiavenato, 1994, p. 45) Cada indivíduo possui modelos mentais que funcionam como uma referência para todas as coisas. Os valores culturais estão baseados nas semelhanças destes, do mesmo modo que fortes conflitos entre as pessoas estão associados a diferentes modelos mentais. Enfim, a cultura orienta e constrói as alternativas humanas de ser e de estar proporcionando as categorias pelas quais o mundo é visto e explicando as condições em que é percebido. Ela atua profundamente sobre as percepções e os procedimentos do ambiente organizacional. Tem um poder sutil, invisível por estar encoberta por outros fatores mais visíveis, mas é um outro fator muito relevante para o desempenho da organização. É importante acrescentar ainda que, embora se encontre uma cultura hegemônica permeando a organização, na sua composição existem subculturas, um conjunto múltiplo, integrado, às quais podem ser resultados de uma descentralização geográfica, ou causadas por uma divisão funcional do trabalho, na diversidade etária, educacional, sexual entre outras diferenças humanas. Ocorre em algumas organizações a valorização e privilegio a certas classes profissionais, aquelas geralmente relacionados com a atividade-fim da Instituição. O revigoramento cultural deve contar com o suporte de poder das Instituições, considerando que o sucesso da mudança necessita do comprometimento dos dirigentes, da aceitação e compreensão dos mesmos. E para ser automotivadora deve ter seus rumos discutidos abertamente com aqueles que são por elas afetados. Por exemplo, criar oportunidades para discussão franca sobre os objetos e a metodologia adotada através de reuniões, seminários, debates entre outras formas de encontro, possibilitarão a busca de consenso e do equilíbrio indivíduo-organização e uma melhor avaliação das expectativas, recolhendo sugestões visando o aperfeiçoamento proporcionará do processo então o de mudança. comprometimento A participação individual, dos coletiva, grupos na coordenação e realização das tarefas. A trilha da cultura “é o ponto adequado para se iniciar o processo de mudança: ele funciona como quebra gelo para incentivar a introspeção e a vontade de mudar. A cultura é força invisível por trás de bens tangíveis e visíveis de uma organização, uma energia social que põe as pessoas em ação. Uma cultura disfuncional provoca desconfiança (...), tornando-se quase impossível a introdução de qualquer melhoria” (Killmam, 1991, p. 67 e 80) A eficiência da organização pode ser aumentada através da criação de um clima organizacional que satisfaça as necessidades de seus membros e, ao mesmo tempo, canalize esse comportamento motivado na direção dos objetivos organizacionais. O comportamento é função da pessoa e do seu ambiente (...) isso significa que o comportamento relacionado com a realização, associação ou poder é uma função dos interesses motivacionais da pessoa e de sua percepção sobre como esses interesses são recompensados pelo meio ambiente no qual ela se encontra, isto é, sua percepção do clima organizacional. (Kolb, 1978, p. 76) Nesta perspectiva o Desenvolvimento Organizacional (D.O.) é a mudança planejada da organização, seja pela sua cultura, dinâmica, ou estrutura organizacional. Parte de uma visão macroscópica e sistêmica da organização empresarial para melhorar a eficiência e eficácia. Para tanto, utiliza-se de intervenções construtivas na estrutura e nos processos organizacionais. Muitas vezes o D.O. privilegia a mudança no comportamento organizacional em detrimento da mudança estrutural. Outras vezes, procura compatibilizar mudanças comportamentais com mudanças estruturais. No fundo o D.O. visa modificar o ambiente, a estrutura e a cultura organizacional, dentro da qual as pessoas trabalham. (Chiavenato, 1994, p. 45) Intencionados em tecer algumas considerações sobre o D. O. face a importância de tal abordagem neste estudo, discorreremos quanto a sua inserção e origem no campo da administração. O D.O. foi um movimento que surgiu a partir de 1962, por um grupo de cientistas sociais dos Estados Unidos, os quais davam ênfase ao desenvolvimento planejado das organizações. Trata-se de um “complexo conjunto de idéias a respeito do homem, da organização e do ambiente... e no sentido restrito é um desdobramento prático e operacional da Teoria Comportamental a caminho da abordagem sistêmica.” (Chiavenato, 1997, p. 14) Assim, o D.O. resultou da Teoria Comportamental, originada da Teoria das Relações Humanas no sentido de obter-se mudança e flexibilidade organizacional. A Teoria das Relações Humanas enfatiza o homem social e o clima psicológico do trabalho tornando as expectativas dos empregados (colaboradores), suas necessidades psicológicas, a organização informal e a rede de comunicações da organização como componentes principais da administração. Inclui mudanças estruturais e técnicas com o foco principal na mudança das pessoas, da natureza de suas relações de trabalho enfatizando a cultura da organização. Para tanto, é necessário um esforço de longo prazo, com apoio da alta direção visualizando melhorar os processos de resolução de problemas e renovação organizacional, realizando um eficaz e colaborativo diagnóstico e administração da cultura organizacional. As equipes formais de trabalho, equipes temporárias e a cultura intergrupal são consideradas com assistência de um consultor-facilitador, aliado, a utilização da teoria e tecnologia aplicada ao comportamento, incluindo ação e pesquisa. A metodologia pesquisa-ação desenvolvida pelo D. O. foi escolhida pelos especialistas em treinamento das Nações Unidas, como estratégia completa de mudança utilizada com sucesso em organização do setor público e privado de vários países da África e América Latina, com o nome de Programa de Melhoria de Desempenho. Para Bretas (1985. p. 75) a aplicação do D.O. nas instituições públicas apresenta um certo nível de resistência e virtual impotência para conseguir mudanças expressivas, podendo-se pensar que a excessiva formalidade, uma das características do modelo burocrático, represente um fator causal. Os pressupostos básicos que fundamentam o D. O. apresentam concordância embora existam entre a maioria dos autores idéias e abordagens diversificadas. Eles comungam tais idéias na constante e rápida mutação do ambiente, e, portanto a necessidade de contínua adaptação, a contínua interação entre a organização e o ambiente, bem como a interação dos objetivos entre os indivíduos e organização, além de uma necessidade de participação e comprometimento. Como esforço de longo prazo, a probabilidade de êxito da mudança aumenta a partir de condições como o envolvimento de todos os membros da organização em compromisso conjunto, a liderança dos dirigentes sendo comunicada de cima para baixo, a responsabilidade pessoal de todos pelos resultados, e o uso formal de análise. O D. O. propõe a satisfação das necessidades pessoais relacionadas a um sentimento de alienação de inautenticidadde, de solidão, de falta de poder experimentados dentro da organização, incentivando maiores habilidades sociais, abertura e segurança, relacionamento interpessoal, aplicáveis em qualquer nível e tipo de organização. O aprofundamento dos estudos sobre a motivação humana e a sua interferência dentro da dinâmica das organizações é um dos fatores entre uma série complexa de outros fatores atribuídos às origens do D.O. As teorias da motivação demonstram a necessidade de uma nova abordagem de administração que interpretasse a nova concepção de homem moderno, de organização atual baseada na dinâmica motivacional, visto que os objetivos dos indivíduos nem sempre coincidem com os objetivos organizacionais, o que pode levá-los a um comportamento alienado e ineficiente que retarda e impede a organização de atingir seus objetivos. O campo do D.O. dificilmente poderá ser delimitado adequadamente conforme expõe Lobos (citado por Chiavenato, 1997 p. 664-665) “constituir teórica e operacionalmente, um assunto controvertido... pela sua base demasiadamente heterogênea e pouco precisa à medida que ela tira partido apenas de algumas descobertas isoladas no campo da teoria do comportamento organizacional...” e ainda, a tecnologia do D.O. ser um conjunto de intervenções engenhosas destinadas a tentar a solução de diversos tipos de problemas específicos em organizações específicas. Analisando criticamente, coloca que a ênfase na educação emocional comportamento e o correm o fundamento perigo de exclusivo nas transformar-se ciências numa do técnica eminentemente terapêutica, afastada dos objetivos reais da organização e à custa de todo um complexo de interesses econômicos em jogo. Mas, ressalta que apesar das restrições e do utopismo das abordagens, afigura-se como a melhor opção humanista da administração. (Chiavenato, 1997, p. 664-665) Os diversos modelos de D.O. consideram quatro variáveis básicas e interdependentes. O meio ambiente, focalizando entre outros aspectos o impacto das mudanças sobre as instituições e valores sociais. As organizações, abordando o impacto que passa decorrente da turbulência ambiental e o dinamismo e flexibilidade organizacional para sobreviver num ambiente mutável. O grupo social, considerando as relações interpessoais, conflitos, comunicação, e outros aspectos. O indivíduo, ressaltando as atitudes, necessidades e motivações. O conceito de D.O. está intimamente ligado aos conceitos de mudança e da capacidade adaptativa da organização à mudança, ou seja, o ambiente em constante mutação envolve as organizações exigindo uma elevada capacidade de adaptação para sua sobrevivência. Na década de 60, época do surgimento do D.O. tornaram-se necessárias estratégicas coordenadas, de longo prazo que levassem o desenvolvi mento de climas na organização, maneiras de trabalhar as relações e sistemas de informações congruentes com as exigências prognosticáveis e não prognosticáveis dos anos futuros. O processo de mudança organizacional surge com o aparecimento de forças endógenas e exógenas à organização. No mundo moderno, as mudanças que ocorrem tornam necessário revitalizar e reconstruir as organizações, às quais devem ser planejadas, com alterações estruturais e comportamentais que são interdependentes e interpenetram-se intimamente. Dentro do que propõe o D.O. a administração da mudança começa com análise das forças exógenas (novas exigências da economia globalizada, da tecnologia, da mudança de valores, oportunidades e limitações das áreas política, legal e social) e das forças endógenas (demanda de novos processos e tecnologias, decisões e atividades internas, interações, sentimentos ou resultados de desempenho no trabalho). A etapa seguinte à detecção de necessidades de mudança é o diagnóstico, organização, tratando-se de verificar o que deve ser modificado na se a estrutura organizacional, cultura organizacional, tecnologia, produtos ou serviços. E, por última etapa a implementação da mudança de maneira planejada e organizada. Na visão de Pereira (1988, p.54) para implementação de mudanças organizacionais são necessárias algumas estratégias tais como: 1. Identificar e formar grupos de pessoas sensíveis e motivadas para o processo de mudança buscando o comprometimento, a comunicação eficaz e adequada, resultados para identificação de ameaças com o propósito de contribuir para a sobrevivência, transição e segurança das instituições; 2. Potencializar a otimização dos pontos fortes, como estratégia para neutralizar resistências. Busca-se através de treinamentos fomentar a motivação, desenvolver habilidades, contribuindo para formação de novos valores e padrões de comportamento; 3. Planejar a direção e o ritmo do processo, para diminuir a insegurança das pessoas e motivar o grupo; 4. Basear as mudanças na realidade organizacional, nunca fundamentá-las em modelos teóricos; 5. Confiança nos líderes. Na visão das autoras redesenhar uma mudança organizacional na UFBA, requer em esforço muito grande por parte dos dirigentes, considerando não só as características dessa instituição, onde as decisões são colegiadas, e, o saber acadêmico dentro de cada área de conhecimento atinge muitas vezes proporções gigantescas. Outro aspecto a ser considerado é a legislação que engessa muitas ações sobre o saber funcional, dificultando a implantação de um modelo de gerência que venha a contribuir para o fortalecimento e ampliação de um saber especializado ao mesmo tempo pluralizado, considerando as diversas áreas de conhecimento da universidade. Outrossim, percebe-se um esforço exaustivo por parte de alguns dirigentes, no que tange a implantações de ações e condutas, buscando a viabilidade dessa mudança frente às necessidades expressas pela sociedade. A liderança é um elemento importante na inseminação de valores e provoca mudanças, catalisa o comprometimento interno e o relacionamento interno com o ambiente. A abordagem Rogeriana traz como premissa básica que a mudança que dura deve originar-se naquele que muda, ou seja, os geradores da mudança. Fazer com que uma organização mude freqüentemente exige líderes fortes que podem descrever uma visão bastante positiva dos resultados associados à mudança, assim como a respeito das conseqüências negativas de se manter o status quo. Outros fatores a serem considerados num processo de mudança são as percepções, expectativas e resistências. 4.1 PERCEPÇÕES, EXPECTATIVAS E RESISTÊNCIAS NOS PROCESSOS DE MUDANÇA As percepções determinam a impressão que temos de uma determinada situação, pois elas se tornam receptivas a alguns estímulos e “cegos” para outros. Sendo a percepção a chave do comportamento, as pessoas não se comportam de acordo com a realidade objetiva ou externa, mas de acordo com a realidade percebida. Embora influenciadas pela realidade externa, representada pelas experiências educacionais, vida familiar e das pressões sociais em geral, pelos quais passa, cada indivíduo recebe essa influência de forma própria, que é a maneira de interpretar essa realidade. As impressões determinam as nossas disposições mentais. São as percepções, as impressões e as disposições mentais. São as percepções, as impressões e as disposições mentais que concretizam, reforçam e limitam a si mesmas; logo para efetuar mudança de conduta firmando um hábito novo e extinguindo um hábito velho precisamos romper esse ciclo e criar novas disposições. Para que um indivíduo adquira um novo hábito de conduta mais adequado é indispensável que mude o seu modo de pensar a respeito da situação, pondo em questão às suas crenças. Estas refletem também no fato de que a cultura empresarial trabalha para proteger o status quo sempre que se tenta introduzir mudanças. No que tange as expectativas Wanderley (1998, p. 50), refere que costumamos ver aquilo que esperamos ver e não vemos aquilo que não esperamos ver. Portanto, variáveis como padrões de percepção, valores e motivos são interrelacionados; o que o indivíduo percebe numa situação é influenciado pelos valores e motivos, e, o desenvolvimento de valores e motivos é influenciado pelo processo, que determina qual a informação o sistema deve recolher do ambiente. As expectativas subseqüentemente influenciam nossas atitudes e nosso comportamento para com as pessoas envolvidas, podendo distorcer a situação. Assim, criam-se tendências denominadas: profecia auto-realizada, quando se espera ou percebe que uma outra pessoa vai se comportar de uma certa forma, ela freqüentemente irá se comportar como esperamos, ou seja, nossas ações criaram a situação que esperávamos, assim reforçando nossas percepções iniciais; percepção seletiva, quando esperamos que um indivíduo se comporte de uma maneira, tendemos a nos concentrar nessas atividades e ignorar iniciativas que não estejam dentro das nossas expectativas. Freqüentemente utilizamos este mecanismo quando tiramos conclusões injustificadas de situações obscuras e ambíguas; projeções, quando colocamos a culpa pelos nossos problemas e dificuldades nos outros, ou atribuímos nossas emoções a outras pessoas; defesas perceptivas, de certo modo, os diversos tipos de distorções acima citadas incluem-se neste último tipo. A defesa perceptiva consiste em desenvolvermos nossa percepção acerca de uma pessoa, aderindo a essa percepção, ajustando-a a nossa crença. Podemos nos recusar a aceitar um estímulo se ele não se encaixa em nossas percepções iniciais. Assim podemos distorce-lo, nega-lo, reconhecer sua incongruência, mas não o deixamos fazer qualquer mudança real. (Bowditch, 1992. p. 67) Dentro dessa abordagem compreende-se a resistência como o comportamento o qual tenta proteger a pessoa contra as conseqüências da modificação. O comportamento daqueles que resistem pode tomar forma de hostilidade implícita ou expressa abertamente. A agressividade pode ser dirigida contra a própria modificação ou contra o gestor. Outros sintomas podem ser a falta de esforço, ou um misto de adulação e apatia. A resistência pode ocorrer pela redução do nível de aspiração até a perda de eficiência. Nesse sentido de acordo com Bacão (1977, p.377) “A resistência será evitada na proporção em que aquele que introduza a modificação auxilie os que serão por ela afetados a compreender sua necessidade e na proporção em que o administrador conheça os sentimento dessas pessoas a respeito dela”. Os técnicos do D.O. referem à dinâmica dos grupos como estratégia a ser considerada nas tentativas de mudança, compreendendo-se que a mudança ou a resistência a ela é influenciada pela natureza dos grupos, aos quais as pessoas pertencem, e levando-se em conta que é preciso mudar o comportamento das pessoas nas suas relações recíprocas, sem restrição de liberdade para aceitação, respeitando qualquer que seja a sua raça, religião, política ou nacionalidade. Os grupos, segundo assinalam, participam do processo de mudança em pelo menos três perspectivas diferentes, como instrumento, meta ou agente de mudança. Nelas, os esforços organizacionais são pontuais à resistência. (Chiavenato, 1997, p. 191) Lewin (citado por Chiavenato, 1997, p.192) define a resistência como um fenômeno geral dos organismos sociais, esquematizada como uma lei de ação e reação (toda ação tende a provocar uma reação que visa anular os seus efeitos). Observou em seus estudos que os esforços de mudança falham por razão das pessoas serem desfavoráveis ou inábeis para mudar comportamentos estabelecidos por muito tempo. Não aceitam a mudança por razões pessoais ou grupais, ou não incorporam por não saberem, ou não poderem fazê-lo. E, que mesmo tendendo a fazer coisas de maneira diferente, apresentam uma forte tendência a retornar aos antigos padrões habituais de comportamento. Baseadas no que aborda (Alves, 1997, p. 138) as causas de resistência relacionam-se a ausência de participação; inabilidade ou despreparo de quem coordene o processo de mudança; disputa de poder intra e inter grupais; divulgação insatisfatória; sistemas de avaliação e recompensas injustos; tecnologias, procedimentos e rotinas inapropriadas, entre outras. As abordagens ou estratégias utilizadas em situações para contornar resistência à mudança referem-se a: • comunicação e educação ante as necessidades das pessoas de informação clara e análise para compreender a mudança; • participação das pessoas no sentido de sentirem-se envolvidas; • negociação com os grupos pelo poder e força que têm sobre a implementação da mudança; • coerção quando outras táticas não deram resultado pelos iniciadores da mudança e a crise surge na organização; • apoio da alta direção quando as pessoas duvidam da legitimidade da mudança, envolve vários departamentos da organização, bem como a realocação de recursos. Uma organização em processo de mudança transita por áreas de incertezas e quanto maior a incerteza, mais ameaçadora torna-se a mudança, devido aos riscos e conflitos característicos da passagem de uma etapa para outra. A estrutura de uma organização contém rotinas programadas e sistemáticas, que os colaboradores devem seguir, relações de poder formal e informal, e, o tipo de comportamento esperado. A transformação de hábitos arraigados representam um dos principais fatores de resistência às mudanças. A maioria dos indivíduos nas organizações tradicionais se sentem confortáveis com a maneira pela qual funcionam e permanecem nelas porque o ambiente é razoavelmente satisfatório para eles. Desistir de velhas práticas para adotar novas, quando estão bem estabelecidas é sempre visto como ameaça. É importante o envolvimento desses indivíduos, motivando-os a liderar o esforço de mudança. Causas e comprometimento são o âmago da renovação – tanto a nível individual como institucional. O Comprometimento é um estado mental individual, algo que se amolda de pessoa para pessoa. (Waterman, 1989, p. 296) O teórico organizacional Saliancik (citado por Waterman, 1989, p. 298), argumenta que “a vontade (...) é o cimento que liga a ação à pessoa e a motiva a aceitar a implicação de seus atos (...) sem vontade, um comportamento não é necessariamente comprometedor, pois a pessoa pode sempre afirmar que ela, na realidade, não causou aquele comportamento” A obtenção de envolvimento e comprometimento dos indivíduos com os objetivos estratégicos da organização se darão pelo atendimento concreto de suas expectativas e necessidades, indo além de cooptação das pessoas com benefícios ou facilidades. Eles verificam as vantagens concretas por si próprio na relação com a organização no presente e no futuro. O comprometimento representa o vinculo com a organização, vínculo este afetivo ou atitudinal que tem respaldo em três dimensões: os sentimentos de lealdade, o desejo de pertencer e o desejo de se esforçar em prol da organização. (Bastos citado por Xavier, 2002, p 193) O indivíduo se identifica com os objetivos da organização e manifesta o desejo de manter-se como membro ativo no processo de efetivação dos objetivos e metas da organização. O amor à organização cria uma forte ligação puramente emocional. Outra vertente enfatiza os recursos instrumentais, ou seja, o comprometimento é visto como função das recompensas e custos associados com a condição de integrante da organização. (Brandão citado por Xavier, 2002, p.192) Assim o indivíduo permanece na organização devido aos custos associados a sua saída. As duas vertentes não se constituem em conceitos inteiramente distintos. Um indivíduo ingressa numa empresa pelas recompensas, mas posteriormente pode sentir-se engajado com os objetivos institucionais. O comprometimento seria um mecanismo psicosocial em que o indivíduo analisa sua situação frente à organização, tendo em vista as conseqüências e ações prévias relacionadas aos elementos de recompensas e custos, com a saída ou permanência na organização. Assim, “os empregados com forte comprometimento afetivo permanecem na organização porque eles desejam, enquanto aqueles com forte comprometimento instrumental permanecem porque eles necessitam”. (Bastos, 1995, p. 44 - 62) Uma terceira vertente constitui-se o enfoque normativo, quando há uma ação interna voltada na cultura, definida como conjunto de valores e normas internalizadas no indivíduo e que determina o comportamento do mesmo. Portanto, indivíduos comprometidos apresentam certos comportamentos não porque eles consideram que, apresentando-os, obterão benefícios pessoais, mas porque eles acreditam que é certo e moral fazê-lo. Todas as organizações possuem um repertorio de recompensas formais e informais que estão relacionadas ao seu estilo organizacional. Essas recompensas alteram de forma significante as possibilidades de satisfação, ou não, das necessidades de auto-realização das pessoas, sendo, fatores fundamentais da participação e desenvolvimento das pessoas de uma organização. As recompensas extrínsecas são oriundas de fora da organização. Não são geradas pelas próprias pessoas. De acordo com a hierarquia das necessidades de Maslow, excetuando-se as de auto-realização, as demais podem ser satisfeitas pelas recompensas extrínsecas, como o estabelecimento de remuneração compensatória, programas de benefícios, elogios, ou seja, são geradas exteriormente, não pelas pessoas que delas se beneficiam. Já as intrínsecas são recompensas inerentes às pessoas e geradas por elas próprias, como a satisfação da necessidade de autorealização. São sentimentos de satisfação pelo exercício da autonomia, solução de problemas, como autodesenvolvimento, dentre outros. resultado do próprio esforço e A gestão de pessoas é caracterizada como “um conjunto de políticas que permitam a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo”.(Dutra, 2002, p.75) A conciliação de expectativas está relacionada ao compartilhamento de responsabilidades entre a organização e a pessoa. Portanto, considera-se que as organizações deverão atentar para a variabilidade humana, realçando as diferenças individuais, respeitando a personalidade dos colaboradores, bem como as diferentes situações em que se envolve m, aproveitando e canalizando as suas diferentes habilidades e capacidades. A prática do D.O., como estratégia de intervenção, é um esforço planejado envolvendo atividades técnicas estruturadas para trazer a mudança do funcionamento de uma organização, refletindo uma preocupação com valores humanísticos, com a saúde e o bem estar do indivíduo num sistema social amplo. Lewin (citado Bowditch, 1992, p. 202 – 203) desenvolveu um esquema no qual encontram-se delineadas três fases correspondentes às estratégias de intervenção: • O descongelamento que consiste de uma diminuição da força de antigos valores, atitudes ou comportamentos, (...) os quais desafiam as percepções individuais de si mesmo, de outras pessoas ou de eventos. São adotadas nesta fase diversas intervenções/técnicas, como por exemplo, reuniões de confronto, questionários de pesquisa, para aumentar a conscientização e estimular questionamento dos comportamentos atuais que levam a uma maior disposição de mudar. Significa que velhas idéias e práticas são desaprendidas para serem substituídas por novas e apreendidas. • A mudança vindo em seguida ocorre uma orientação de valores, atitudes e comportamentos para algum modelo de papel através da identificação e/ou internalizarão com ele. Tal processo requer facilitação, ajudando as pessoas a entenderem porque é necessária a mudança, e, treinamento mostrando como serão afetadas e o que delas é esperado para minimizar a resistência. • O recongelamento, o qual consiste na estabilização do esforço de mudança, desenvolvendo-se estruturas que permitam a organização integrar e internalizar as mudanças desejadas. Baseando-se, portanto no modelo de Lewin, antes que qualquer mudança organizacional duradoura possa ocorrer, é preciso preparar a base e acompanhar cuidadosamente o processo, requerendo um envolvimento contínuo dos membros da organização. A abordagem de Kurt Lewin traz a mudança como resultado da competição entre forças impulsionadoras e forças restritivas. Na implementação da mudança é necessário analisa-las no sentido de remoção ou neutralização das forças restritivas e incentivar as forças impulsionadoras. Elas então ocorrerão quando a segunda for maior que a primeira. Ou seja, quando as forças positivas como o desejo de mudar, vontade de melhorar, novas idéias, criatividade, inconformismo com o presente, superem as forças negativas representadas pelo desejo de ficar, vontade de manter o status quo, velhas idéias, conservantismo, rotina, conformismo como o presente, passado (Chiavenato, 1990, p. 608) A mobilização e ativação de uma rede de pessoas que aplicam a mudança podem reforçar a probabilidade de que a intervenção promovida possa ser aceita na organização. Mas, para que qualquer intervenção do D.O. venha a ser eficaz, é necessário que as dimensões técnicas, culturais e políticas sejam identificadas, avaliadas e integradas. (Bowditch, 1992, p. 214-215) Uma organização pode usar diferentes tipos de estratégia de mudança, seja na sua forma pura ou em diversos números de combinações para o alcance de certo nível de desenvolvimento. Blake e Mouton, (citado por Chiavenato, 1997, p. 609) sugerem três tipos de mudança: ü Mudança evolucionária entendida quando a mudança de uma ação para outra substituta é pequena, e dentro dos limites e expectativas e dos arranjos do status quo. Suave e lenta não transgride as expectativas dos envolvidos ou os que são por ela afetados. São reforçadas as soluções que demonstram solidez e eficiência, sendo abandonadas às soluções fracas e deficientes. Não provocam grande entusiasmo ou forte resistência. ü Mudança revolucionária compreendida quando a mudança de uma ação para outra ação que a substitui contradiz ou destrói os arranjos do status quo. Ela transgride e rejeita as antigas expectativas e induz as novas. É intensa e rápida, súbita e causadora de grande impacto. ü Desenvolvimento sistemático, nele, os responsáveis pela mudança delineiam modelos explícitos do que a organização deveria ser comparada com o que é, enquanto aqueles cujas ações são afetadas estudam, avaliam recomendações e criticam baseadas no o modelo seu de próprio mudança, com discernimento e compreensão. As tensões intelectuais e emocionais criadoras entre todos os responsáveis pelo planejamento e implementação estimulam a mudança. Tais tensões baseiam em compreensão, discernimento, comprometimento e convicção quanto à correção da mudança, do que é para o que deveria ser. Desta forma, as mudanças resultantes traduzem-se por apoio e não por resistências ou ressentimento. Baseando-se neste referencial teórico buscamos conhecer as expectativas dos servidores da UFBA, considerando a importância do envolvimento, da percepção dos mesmos para realização da mudança proposta, representando um processo que oportuniza um desafio saudável, apesar dos possíveis riscos de violação das crenças e da cultura institucional, ocasionada pela incerteza ou ambigüidade, bem como pela complexidade peculiar aos processos estruturais de mudança. CAPÍTULO 5 APRESENTANDO RESULTADOS Neste capítulo serão apresentados os resultados alcançados no estudo sob a ótica dos diferentes extratos pesquisados (técnicos – administrativos, docentes, funcionários da FAPEX) e dirigentes, nas diversas unidades administrativas, de ensino e de saúde. Ao se analisar o perfil dos servidores observa-se que 223 (duzentos e vinte e três) são do sexo feminino seguido de 141 (cento e quarenta e um) do sexo masculino (Gráfico 1), com idade variando entre 19 (dezenove) a 73 (setenta e três) anos. Para 152 (cento e cinqüenta e dois) pesquisados, a maior predominância estar entre 41 (quarenta) a 50 (cinqüenta) anos. Gráfico 1: Sexo dos pesquisados. Salvador - Bahia, Junho 2003. 223 141 20 29 Dirigentes Feminino Servidores Masculino Quanto aos 49 (quarenta e nove) dirigentes, verifica-se que 29 (vinte e nove) são do sexo masculino e 20 (vinte) do sexo feminino (Gráfico 1), com idade compreendida entre 34 (trinta e quatro) a 68 (sessenta e oito) anos, predominando 48 (quarenta e oito) a 54 (cinqüenta e quatro) anos para 22 (vinte e dois) dirigentes. Em relação aos vínculos empregatícios dos servidores, 269 (duzentos e sessenta e nove) pertencem ao Regime Jurídico Único e 72 (setenta e dois) estão regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas. Quadro 1 : Nível Funcional dos pesquisados. Salvador-Bahia , Junho 2003 NÍVEL FUNCIONAL TEC. ADM. DOCENTES TOTAL MÉDIO 111 - 111 SUPERIOR 64 100 164 APOIO 20 - 20 SEM RESPOSTAS 70 - 70 TOTAL 265 100 365 No que tange ao nível funcional, descrito no Quadro 1,estão representados por 100 (cem) docentes e 199 (duzentos dezenove) técnicos administrativos sendo que estes últimos estão sub-divididos em níveis de apoio, médio e superior, verificando-se que a grande maioria está representada por 127 (cento e vinte e sete) no nível médio, seguido de 73 (setenta e três) servidores no nível superior e 20 (vinte) servidores no nível de apoio, de acordo com o Plano de Cargos e Salários normatizado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC). Ressaltamos que os demais pesquisados são funcionários da FAPEX e não estão contemplados pelo MEC, como dito anteriormente. Quadro 2 : Nível de escolaridade dos pesquisados. Salvador-Bahia , Junho 2003. NÍVEL ESCOLARIDADE SERVIDORES MÉDIO 123 SUPERIOR 77 SUP. c/ ESPECIALIZAÇÃO 73 SUP. c/ MESTRADO 43 SUP. c/ DOUTORADO 41 ELEMENTAR 08 TOTAL 365 Acerca da escolaridade dos atores sociais, no Quadro 2 observa-se que o nível mais representativo pertence ao nível superior correspondendo a 234 (duzentos e trinta e quatro) dos quais, 73 (setenta e três) possuem curso de especialização, 43 (quarenta e três) curso de mestrado e 41 (quarenta e um) doutorado. Pode-se verificar que a amostra apresenta níveis de escolaridade superior ao cargo, no que se refere aos critérios estabelecidos pelo Plano de Cargos e Salários, para as atribuições do nível funcional, em decorrência de 28 (vinte e oito) técnicos administrativos com escolaridade superior estarem desenvolvendo atividades referentes aos níveis médios, seguidos de 13 (treze) funcionários com escolaridade média exercerem atividades de apoio. Este fato é caracterizado pela ausência de ascensão funcional extinta pelo governo federal, bem como a falta de concursos públicos que possam favorecer a estes servidores. Quadro 3 : Distribuição da Carga horária em relação ao turno de Trabalho dos pesquisados. Salvador Bahia, Junho 2003. Carga Horária Turno de Trab. 20 horas 30 horas 40 horas DE TOTAL MATUTINO 11 40 18 11 70 VESPERTINO 08 14 08 - 30 MAT/ VESP. 08 11 174 51 244 PLANTÃO - 02 10 - 12 NOTURNO 01 SEM RESPOSTAS - - - - 08 TOTAL 28 67 210 52 365 01 Quanto à atuação dos mesmos nos diversos turnos de trabalho (Quadro 3), 244 (duzentos e quarenta e quatro) atuam nos períodos matutino e vespertino, seguidos do turno matutino com 70 (setenta) pessoas, sendo a carga horária mais referida a de 40 (quarenta) horas correspondendo a 210 (duzentos e dez) servidores; 30 (trinta) horas para 67 (sessenta e sete) servidores e os demais com 20 (vinte) horas ou Dedicação Exclusiva Observa-se, contudo uma diversificação de carga horária o que é justificado pelo tipo de função exercida a exemplo dos servidores docentes, médicos, fisioterapeutas dentre outros, bem como alguns servidores com jornada de 30 (trinta) horas, fruto de ganhos judiciais que culminaram na redução da jornada de trabalho associado a falta de uma política consensual entre as unidades da universidade, frente às demandas apresentadas. Quadro 4 : Tempo no cargo dos pesquisados. Salvador Bahia, Junho 2003 TEMPO NO CARGO (anos) DIRIGENTES 1A8 126 17 A 24 85 25 A 32 36 9 A 16 78 SEM RESPOSTAS 22 33 A 40 03 >1 15 TOTAL 365 Com relação ao tempo no cargo obteve -se uma variação compreendida entre menor que 01(um) ano e igual a 40 (quarenta) anos sendo que a maior relevância foi de 01 (um) a 8 (oito) anos, para 126 ( cento e vinte e seis) servidores, seguido de 85 (oitenta e cinco) servidores na faixa de 17 (dezessete) a 24 (vinte e quatro) anos (Quadro 4). Para os dirigentes todos ocuparam no mínimo 01 (um) cargo administrativo, com uma duração média de 05 (cinco) anos, tendo 35 (trinta e cinco) dirigentes o cargo de docentes. No que tange a percepção dos servidores quanto à organização e funcionamento da UFBA acerca das atividades que realiza, 326 (trezentos e vinte e seis) se percebem comprometidos, condição que favorece o processo de mudança nas organizações, uma vez que segundo Waterman (1989, p. 296), o comprometimento é um estado mental individual, algo que se amolda de pessoa a pessoa (Quadro 5). Quadro 5 : Percepção dos servidores em relação ao ambiente de trabalho Salvador Bahia Junho de 2003 Estratos Variável Comprometido Pouco comprometido Descomprometido TOTAL Servidores 182 15 01 198 Func. FAPEX 58 07 01 66 Docentes TOTAL 86 10 02 98 326 32 04 362 Nesta perspectiva, apesar das situações adversas mencionadas pelos servidores no ambiente de trabalho, pode-se considerar positivo o estado mental dos mesmos frente a uma proposta de reestruturação. Esta condição é favorável uma vez que 225 (duzentos e vinte e cinco) atores, ou seja, um grande contingente refere que as atividades desenvolvidas no trabalho contribuem de forma total para a melhoria do mesmo junto ao processo de mudança proposto para a UFBA. (Quadro 6) Quadro 6 : Percepção dos servidores em relação melhoria de trabalho frente ao processo de mudança. Salvador Bahia Junho de 2003. Estratos Servidores Variável Totalmente 118 Parcialmente 60 Não 13 TOTAL 191 Func. FAPEX 47 17 02 66 Docentes TOTAL 60 25 02 87 225 102 17 344 Entretanto 283 (duzentos e oitenta e três) atores afirmam gostar das atividades que realiza de maneira integral. Outrossim, 69 (sessenta e nove) entrevistados referem uma contribuição parcial ou não contribuição para o processo, mediante as atividades realizadas. Considerando que 298 (duzentos e noventa e oito) pesquisados mencionam a liberdade de ação ao realizar suas atividades e ao ser analisada a questão n° 5 (cinco) do questionário acerca da variável motivadora, 242 (duzentos e quarenta e dois) atores sociais referem essas atividades motivacionais. Entretanto, 113 (cento e treze) servidores percebem suas atividades desmotivadoras ou outras, o que caracteriza como fator preocupante frente a uma proposta de mudança. Sob esta ótica as justificativas apontadas pelos estratos para esta variável possibilitaram a construção de categorias, as quais foram classificadas sob os aspectos pessoais, profissionais e do serviço, visando uma melhor organização dos dados. Assim tem-se 33 (trinta e três) atores que contribuíram para a criação da Categoria A Motivação dos servidores a nível profissional, entendida como oportunidade de aprendizagem, satisfação pelas atividades realizadas, comprometimento com o cliente, satisfação pelas atividades que realiza: “Gosto das coisas que faço” (Servidor 40) “Mostrar para o calouro a importância do conteúdo programático” (Professor 61) “É algo que gosto de fazer” (Servidor 40) “Gosto do que faço, como ajudar minha unidade a desempenhar função formadora” (Professor 256) “No sentido profissional adquirimos cada vez mais experiência” (Funcionário 147) “Procuro atender e investigar em cada atendimento que faço” (Servidor 285) “Junto ao aprendizado” (Professor 261) “Para mim é o comprometimento frente ao cliente ” (Servidor 2) Figura 1: Motivação profissional de acordo com a percepção dos servidores. Salvador, Bahia, junho de 2003. Para esses atores a motivação refere-se ao “fazer” considerando todas as etapas que a antecedem (planejamento/implementação); a oportunidade de realização profissional para o alcance de resultados dos objetivos institucionais, considerando suas diversas instâncias, bem como a demonstração imediata da satisfação do clientes e a sincronicidade desses objetivos (individuais e institucionais). Categoria B – Motivação dos servidores relacionada ao serviço entendida como: melhoria da instituição, participação no serviço, dinâmica do serviço, liberdade de ação, reconhecimento do serviço, construída mediante as falas de 31 (trinta e um) servidores conforme a figura 2. “Contribuo para o desenvolvimento do trabalho” (Servidor 95) “Acho importante participar das mudanças com o objetivo de melhoria da UFBA em geral” (Professor 104) “Tenho encontrado abertura com participação e reconhecimento ” (Servidor 14) “Dando a minha participação como servidor” (Servidor 281) “Porque o serviço é dinâmico, tenho contato com as pessoas” (Servidor 38) “Cada dia encontro uma situação diferente” (Servidor 34) “Porque exige da gente dinamismo, atualização das leis” (Servidor 63) “Possibilidade para definir metas e ações” (Servidor 114) “Por possuir liberdade de criar e resolver” (Servidor 208) “O serviço e a sociedade apóiam” (Professor 109) Figura 2: Motivação dos servidores relacionada ao serviço. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Percebe-se nas falas dos atores que o reconhecimento do trabalho é fator definidor para motivação, estimulando-os desde a execução de pequenas tarefas até a conscientização acerca da necessidade de atualização de adequação de habilidades e conhecimentos cognitivos, com vista ao atendimento de metas e o reconhecimento da sociedade. Categoria C- Motivação pessoal entendida como a realização pessoal; o relacionamento interpessoal construída mediante a fala de 5 (cinco) servidores. Figura 3. “ Porque realizo-me pessoalmente no exercício da minha profissão.” (Funcionário 86) “ Pois ao final do expediente me sinto realizada por ter feito todas as minhas atividades diárias´´( Servidor 94) “ Sinto-me realizada são conversas com o paciente; faço papel de psicóloga” (Servidor 5) “ Pelas emoções que traz” ( Professor 349) Figura 3: Motivação pessoal dos servidores. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Ante as colocações, percebe-se a importância da motivação pessoal para realização da atividades. É oportuno ressaltar o papel da instituição na obtenção dessa realização. Quanto a variável desmotivadora e outras, se pode constatar que as justificativas dos atores sociais apontam para as questões do serviço e do profissional contribuindo para a construção das categorias que seguem: Categoria A – Relacionada ao Serviço (figura 4) Categoria B – Relacionada ao profissional (figura 5) Quanto às questões relacionadas ao serviço pode-se inferir sobre as condições inadequadas de trabalho; deficiências na organização dos setores e tipo de atividade realizada, em decorrência de algumas serem pré-definidas e rotineiras, totalizando a fala de 16 (dezeseis) servidores. Outros aspectos a serem considerados apontam para o estilo de liderança, a crise institucional, a falta de compromisso e de cooperação entre colegas mediante as seguintes falas: “Falta de atribuição dos serviços e de organização e planejamento dos setores” (Funcionário 77) “A falta de condições materiais impedem um melhor desempenho” (Funcionário 182) “Falta de material e equipamento ” (Servidor 53) “... a falta de condições para o trabalho principalmente materiais me desmotiva ” (Professor 238) “Tendo em vista o modelo de gestão arcaico que impossibilita os avanços através de mudanças...” (Servidor 269) “Sinto falta de maior envolvimento e comprometimento das pessoas do setor” (Servidor 43) Figura 4: Desmotivação dos servidores relacionada ao serviço. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Quanto à categoria relacionada ao profissional, motivada pela falta de incentivo por parte da instituição para capacitação profissional; pela falta de oportunidade de ascensão; expectativas na carreira e desvio de função, construída mediante a abordagem de 15 servidores, consideramos o que se segue na figura 5: “Não existe incentivo da direção com relação ao apoio e fornecimento de cursos” (Funcionário 211) “Ser formada em artes plásticas e estou fora da minha atividade” (Servidor 202) “Não preenche as minhas expectativas profissionais” (Servidor 107) Figura 5: Desmotivação dos servidores relacionada ao aspecto profissional. Salvador, Bahia. Junho de 2003. Pode-se constatar que os fatores que motivam ou desmotivam os servidores pesquisados possibilitaram a construção das mesmas categorias, mostrando que ao se buscar atender as necessidades identificadas por eles, conseqüentemente teremos um maior contingente de profissionais motivados condição sine qua para a busca da eficiência e eficácia da instituição em estudo. Considerando ser o reconhecimento um dos motivos que levam as pessoas sentirem-se motivadas frente ao ambiente de trabalho, observa-se que de acordo com o quadro 7, a maioria dos pesquisados refere algum tipo de reconhecimento pelas atividades que realiza, apesar de 51 (cinqüenta e um) servidores, não perceberem reconhecimento por nenhum dos segmentos acima descrito. É importante pensar que estratégias devem ser estabelecidas de forma a promover a motivação dos nossos servidores e conseqüentemente o reconhecimento mediante as ações por eles desenvolvidas. Quadro 7: Percepção dos servidores quanto ao reconhecimento , pelo trabalho realizado de acordo com os diversos estratos. Salvador, Bahia, junho 2003. Reconhecimento Dirigente Chefia Imediata Sim 227 261 253 262 Não 19 14 11 07 Não sei 95 54 77 56 Sem Resposta 24 36 24 40 TOTAL 365 365 365 365 Variável Colegas Clientes Considerando o tipo de estrutura da UFBA, a qual incentivo e recompensas financeiras tornam-se muitas vezes impossível de serem ofertadas, e comungando com a visão de WATERMAN (1989) que diz: “a remuneração não é considerada como sendo a maior compensação frente à motivação”. Sob este prisma podemos pensar nas motivações sociais a exemplo do reconhecimento profissional, oportunidade de realização e desenvolvimento profissional dentre outros, como fatores motivacionais. Mediante a questão de número 1 (um), do formulário de pesquisa, onde se questiona: em que bases está sendo visualizada o processo de reestruturação da UFBA, pode-se observar que 49 (quarenta e nove) dirigentes apontam para a competência em ação, entendida como pessoas que sabe ser e saber mobilizar conhecimentos em diferentes controles. Sob esta ótica considerando o quadro de servidores pesquisados onde o nível de escolaridade e a pluralidade de capacitação existente nos diversos extratos é mister a definição de diretrizes que viabilizem a mobilização dos diversos “saberes”, de forma a fortalecer este universo de conhecimentos. (Quadro 8 ) Quadro 8 : Percepção dos dirigentes em relação as bases do processo de reestruturação da UFBA .Salvador Bahia Junho de 2003 Variáveis Categorias Racionalização e especialização do trabalho Salários incorporando ganhos de produtividade para compensar o tipo de trabalho Fortalecimento dos cargos e inter-relacionamento das pessoas Práticas de gestão que concebem as expectativa s das pessoas e da organização Remuneração centrada na agregação de valores das pessoas aos processos de ensino pesquisa extensão e nas ações dos técnicos administrativos Aprendizagem funcional e das pessoas Gerenciamento das pessoas considerando sua individualidade num ambiente de diversidade Competência em ação entendida como a pessoa que sabe ser e saber mobilizar conhecimentos em diferentes controles S/R = Sem Resposta SIM S/R TOTAL 32 15 17 34 49 49 29 20 49 36 13 49 15 34 49 21 30 28 19 49 49 28 21 49 A despeito de práticas de gestão que concebe as expectativas das pessoas e da organização (36); racionalização e especialização do trabalho (32), associado ao gerenciamento das pessoas considerando sua individualidade num ambiente de diversidade (30), é oportuno lembrar a valorização dos servidores, bem como, a busca de um maior envolvimento dos mesmos, na identificação do problema em cada esfera de trabalho. Nessa perspectiva identifica-se uma preocupação dos dirigentes acerca do “trato com as pessoas”, entendendo como principal ativo da instituição, para atingir os objetivos propostos, tendo como foco principal a Teoria das Relações Humanas e as Teorias do Comportamento e Desenvolvimento Organizacional. É oportuno ainda mencionar que a racionalização e especialização do trabalho devem ser observadas em decorrência da pluralidade e especificidade das diversas unidades que compõem a UFBA Outras bases foram propostas pelos entrevistados, que viabilizaram a construção de novas categorias para a citada reestruturação, quais sejam: Categoria A – Transparência nos processos. Categoria B – Funcionalidade. “Definição mais clara de função e competência ” (Dirigente 8) “Conscientização com relação a situação da UFBA..., mudança das atividades funcionais voltados para o desenvolvimento da UFBA” (Dirigente 10) Figura 6: Outras bases mencionadas pelos dirigentes visando o processo de reestruturação. Salvador, Bahia. Junho de 2003. No que tange as categorias transparência nos processos e funcionalidade citada anteriormente, é notório o entendimento dos dirigentes acerca de se rever os processos de trabalho, buscando uma maior fluidez nas diversas instâncias da UFBA. Espera-se como conseqüência à obtenção de resultados mais eficazes com menor espaço de tempo e que favoreça, sobretudo a agregação de novas parcerias, que venham a contribuir para o crescimento da universidade e atendimento as necessidades da sociedade. Considerando como questão de pesquisa quais as características definidoras do processo de reestruturação pode-se inferir que o enfoque a ser utilizado pelos dirigentes, quanto ao gerenciamento da UFBA, deverá ocorrer de maneira participativa, colegiada, humanista, descentralizada, democrática, com autonomia administrativa, voltado para obtenção de metas, resultados e qualificação profissional, mediante as seguintes falas na figura 7. “Modelo participativo com envolvimento das pessoas e planejamento dos processos de trabalho, aonde as propostas venham diretamente das pessoas do fazer”. (Dirigente 7) “Deve ser voltado para as pessoas. Investir nas pessoas é essencial e indispensável... em médio prazo o resultado vai ser bom”. (Dirigente 11) “Descentralizado onde as unidades acadêmicas e administrativas tenham maior liberdade em gerir físico e financeiramente, desde que planejem” (Dirigente 25) “Autonomia administrativa.... estimular a competência entre os servidores, criar canais de comunicação e de forma horizontal, gerenciando coletivamente... (Dirigente 32) Figura 7: Características definidoras do processo de reestruturação Salvador, Bahia. Junho de 2003. Na visão de 339 (trezentos e trinta e nove) servidores a participação dos mesmos é de fundamental importância no que tange aos processos decisórios para o gerenciamento anteriormente referido. A literatura aponta a importância quanto ao respeito pela diversidade de opiniões frente a qualquer processo de mudança. Outrossim, a visão consensual dos comprometimento atores sociais com processo (dirigentes de e servidores), mudança reforçam possibilitando a o sua implementação. (Grifo nosso) Os servidores amostrados, 233(duzentos e trinta e três) entendem como reestruturação processos relacionados a: eficiência e eficácia; mudança na estrutura organizacional, avaliação e melhoria nos processo de trabalho; aquisição de recursos; valorização de pessoas e no atendimento às necessidades sociais, culminando nas seguintes categorias: Categoria A – Relacionadas à instituição “Modernizar a administração para que se obtenha melhores e mais rápidos resultados das ações”. (Servidor 4) “Mudanças organizacionais que possibilitem desburocratização e modernização”. (Servidor 17) “Conjunto de medidas que visem a melhoria para o desenvolvimento das mudanças no nível organizacional, introduzindo, inovando para a melhoria do ensino”. (Professor 54) “Estudo especializado que vise otimizar os recursos disponíveis na UFBA”. (Servidor 266) Figura 8: Definições dos servidores acerca da reestruturação na UFBA . Salvador, Bahia. Junho de 2003. Categoria B – Relacionadas ao profissional “O desenvolvimento de pessoas (funcionário) e integração em trabalho e instituições”. (Servidor 200) “Algo que venha estimular o servidor, capacitando-o através de cursos, reciclagem”. (Funcionário 233) “Valorização das pessoas, estimulo a formação de novos grupos de pesquisa, reforma patrimonial, criação de cursos noturnos”. (Professor 323) Figura 9: Definições dos servidores sobre reestruturação na UFBA, considerando o aspecto profissional. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Categoria C – Relacionadas ao cliente “Adaptá -la às novas necessidades sociais... concedendo acesso aos chamados excluídos da sociedade”. (Servidor 271) “Resgate dos bons serviços à sociedade” (Professor 327) Figura 10: Definições dos servidores sobre a reestruturação na UFBA relacionadas ao cliente. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Ao ser analisada a questão de n° 09 (nove) para 215 servidores, estes sinalizam como contribuição para o atual processo de mudança, a participação nos processos de trabalho, o desenvolvimento de atividades com comprometimento, estando aberto ao processo de mudança e colaborando com a instituição, possibilitando a construção das categorias relacionadas ao profissional, à instituição, bem como o desconhecimento do processo de acordo com 23(vinte e três) servidores, que seguem: Categoria A – Relacionadas ao profissional “Com competência e comprometimento e desde que me seja dada à oportunidade e condições de contribuir”. (Servidor 4) “Fazendo o trabalho de forma comprometida e procurando observar e estar aberta para o processo” (Servidor 14) “Sendo assíduo, mantendo um bom nível de produção científica e aprimorando as aulas sob minha responsabilidade” (Professor 142) “Comprometimento e dedicação ao trabalho implementado”. (Funcionário 75) Figura 11: Percepção dos servidores quanto a contribuição para o atual processo de mudança no aspecto profissional. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Categoria B – Relacionadas à instituição “Na elaboração de instrumentos que promovam essa maior autonomia da universidade”. (Professor 212) “Acompanhando as transformações e atualizando-me para colocar em prática as novas tecnologias”. (Funcionário 247) Figura 12: Percepção dos servidores acerca da contribuição para o atual processo de mudança na instituição. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Categoria C – Desconhecimento do processo “Não tenho conhecimento do assunto”. (Funcionário 245) “Primeiramente deveria conhecer as diretrizes do processo para depois ver como contribuiria” (Professor 210) “Saber em primeiro lugar essa mudança”. (Servidor 02) Figura 13: Desconhecimento do processo de mudança pelos servidores. Salvador, Bahia. Junho de 2003 No que concerne à organização e funcionamento da UFBA construímos as seguintes categorias: Categoria A – Estrutura administrativa e organizacional ineficaz Categoria B – Gerenciamento ineficaz de pessoas Categoria C – Gerenciamento ineficaz de recursos materiais Categoria D – Gerenciamento ineficaz de recursos financeiros Categoria E – Estrutura física inadequada Observa-se que a maioria dos dirigentes no que se refere à organização e funcionamento da UFBA comungam quando a consideram deficiente, ineficaz, com recursos humanos, materiais, físicos e financeiro que não atendem as necessidades desta universidade, o que nos permitiu a construção das categorias acima mencionadas. Nesta perspectiva a Categoria A teve uma maior expressividade com 40 (quarenta) falas, seguida da Categoria B, com 06 (seis), construídas mediante as expressões e abordagens, constantes na figura 14: “Ainda burocrática... com fluxo de funcionamento emperrado sem funcionalidade...” (Dirigente 23) “Um caos” (Dirigente 24) “... acho que a falta de pessoal gera sérias dificuldades no seu funcionamento e organização...” (Dirigente 9) “... acho que nós estamos necessitando de uma capacitação a nível gerencial... não estamos preparados para ser gestores (dirigentes, docentes e técnicos administrativos) e a dificuldade de mudar a cultura que te mos...” (Dirigente 13 Figura 14: Percepção dos dirigentes quanto à organização e funcionamento atual da UFBA, no que tange a organização e gerenciamento de pessoas. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Quanto das demais categorias (Gerenciamento ineficaz de recursos materiais; financeiros e estrutura física inadequada) apenas 08(oito) dirigentes pontuaram: “Nuca tive verba regular para manutenção dos instrumentos que já têm 50anos” (Dirigente 16) “Nossa Divisão está sentindo falta de alguns materiais de apoio e manutenção, mas nós não temos como comprar” (Dirigente 21) “ Tem uma crise de financiamento e gerenciamento que não é nova” (Dirigente 33) “ O problema que a unidade sofre .... é quanto a manutenção do prédio” (Dirigente 20) Figura 15: Percepção dos dirigentes quanto à organização e funcionamento da UFBA, no que tange ao gerenciamento ineficaz de recursos materiais, financeiros e estrutura física. Salvador, Bahia. Junho de 2003. De acordo com o Dirigente 30, a UFBA é uma instituição atípica, porque tem como atividade fim, o ensino e a pesquisa, não existindo, portanto uma relação de mando e tradição gerencial, no que tange a determinação de tarefas. Observa-se, contudo um processo de relacionamento, pautado na liderança e persuasão. Outrossim, visualiza-se ainda uma preocupação nos resultados, visando uma resposta mais efetiva nos processos de trabalho ensino, pesquisa e extensão na visão do Dirigente 38. “... a gente deve ter um sistema de controle de qualidade no que se faz... e permita que a gente tenha uma resposta rápida sobre o que está sendo produzido na universidade tanto em termo de ensino como de extensão...” Figura 16 – Percepção do Dirigente 38, em relação aos resultados esperados para processos de trabalho. Salvador, Bahia. Junho 2003 Ressaltamos ainda a percepção dos atores sociais quanto ao tipo de estrutura percebida como (centralizadora, burocrática e verticalizada) o que de certa forma contribui para o engessamento da sua estrutura organizacional e administrativa. “Centralizadora apesar do nome democrático... engessada de atitudes” (Dirigente 5) “... muito engessada por uma burocracia nas ações da universidade, na organização e funcionamento ” (Dirigente 7 ) “... tem alguns entraves de ordem econômica e administrativa...” (Dirigente 21) Figura 17 – Percepção dos dirigentes quanto ao tipo de estrutura da UFBA. Salvador, Bahia Junho 2003 Chiavenato (2001. p 13) quando refere que “as teorias ou modelos administrativos surgiram para atender aos problemas organizacionais e empresariais de cada época... e que o administrador precisa conhecê-las para ter à sua disposição um naipe de alternativas adequadas para cada situação”, considera-se importante através das variáveis básicas que influenciam a Teoria Geral da Administração entendida como tarefa, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia, lançar mão dos diversos modelos ou teorias administrativas dependendo da situação em pauta. Entendemos que frente às condições estruturais e organizacionais em que se encontra a UFBA, necessário se faz buscar os princípios da Administração Científica, Clássica, Neoclássica, Empresarial e Burocrática, sem, contudo esquecer a Teoria das Relações Humanas, do Comportamento Organizacional e Desenvolvimento Organizacional quando se pretende implantar um novo modelo administrativo. Para os dirigentes pesquisados, os servidores são percebidos como pessoas “desmotivadas, desqualificadas, desvalorizadas em sua grande maioria, apesar de encontrarmos neste cenário, servidores comprometidos com a instituição “verdadeiros carregadores de piano... pessoas que vestem a camisa da instituição” (Dirigente 13). Prossegue o referido dirigente dizendo que “Independente das condições adversas de trabalho, ganho salarial, falta de uma política de gerenciamento de pessoas que valorize o servidor como ser no que tange as suas necessidades de reconhecimento, qualificação profissional, valorização e principalmente como um ser pensante que pode contribuir na implantação e implementação de novos processos de trabalho”. (Dirigente 13) (grifo nosso) Isso possibilitou a criação de categorias consideradas sob os aspectos positivos e negativos identificadas mediante as citações que seguem: “... os servidores diferentemente dos professores não têm essa possibilidade de pensar”;... pela minha percepção o professor que está na área cerceia o pensamento do servidor .... eles acreditam que a escola é dos professores e estudantes”... “ o servidor é mero executor, eles não tem participação; isso faz a dicotomia nos três segmentos (estudantes, funcionários, professores)”´(Dirigente 5) “... servidores menosprezados pelas práticas governamentais; desqualificados; bode expiatório; desvalorizados; desestimulados; estereotipo: não gosta de trabalhar” (Dirigente 9) “Eles são desmotivados;... falta treinamento, coisas que promovem ou provocam interesse pelas ações no trabalho. Fazer reciclagem é uma coisa muito boa, o funcionário deve se reciclar sempre e isso nós perdemos. E que isso volte a acontecer” (Dirigente 21) “Desmotivados, mas comprometidos.; gostam do serviço público. ... A desmotivação por uma série de fatos do governo, pela incerteza pelo que vai vir a acontecer. Não existe por parte do MEC, apoio efetivo para a área da educação” (Dirigente 23) Figura 18- Percepção dos dirigentes sobre os servidores. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Acerca da resistência e de acordo com (Bacão 1977 p.374), as causas que contribuem para esta, num processo de mudança dentre outras são: a diminuição das expectativas, a perda da eficiência. Entendendo que a resistência pode ser encarada como uma melhor utilização das habilidades humanas, como uma fonte de crítica e como um processo criativo, para os dirigentes pesquisados a resistência é encarada como um “Processo natural” (Dirigente 33). À medida que se trabalha o medo pelo desconhecido; os conflitos; o receio de enfrentar riscos; a perda do status quo; os processos de trabalho tratados de forma transparente; as pessoas sendo mobilizadas com o propósito de fazê-las participar das soluções dos problemas identificados na instituição, dentre outros, podemos inferir que estas ações têm como objetivo buscar uma melhor utilização das habilidades humanas e desenvolver processos criativos. Visualizamos ainda como uma fonte de crítica o corporativismo e o conservadorismo. “Dificuldade que as pessoas tem em incorporar o novo. Para todo processo de mudança sempre envolve receios, riscos e conflitos e as pessoas têm o receio de enfrentar riscos” (Dirigente 1) “A mudança gera muitas resistências pelo medo da perda do status quo... as pessoas têm medo de perder posições; perdas que envolvem as questões do trabalho, mas também as questões emocionais” (Dirigente 7) “Trocar as pessoas de um lugar para outro já é um problema, imagine você mudar a visão das pessoas com relação a universidade; fazê-las entender e perceber que o mundo mudou; que estão sendo chamadas a participar da solução; entender o problema e participar da solução” ( Dirigente 10) Figura 19 – Percepção dos dirigentes acerca da resistência dos servidores em relação ao processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho 2003 Nesta ótica a expectativa em relação à nova gestão, para os dirigentes pesquisados, baseia-se: na necessidade de se proceder a reestruturação na UFBA, de forma transparente; com decisões coletivas; participativas; utilizando-se de um modelo empresarial, voltado para a provisão e qualificação dos profissionais; valorização da pesquisa; modernização dos processos, com ênfase na obtenção de resultados (eficientes e eficazes) que atendam as necessidades da sociedade. Para tanto deve -se ter como pano de fundo, uma mudança de cultura conquistada pelo envolvimento e inter- relacionamento dos atores que compõem a comunidade universitária. “Abrir um pouco os meios e a porta dessa universidade para a sociedade; reverter o papel do funcionário público, dentro do serviço público principalmente no setor de saúde” (Dirigente 1) “Eu tenho expectativas muito positivas porque eu tenho visto desde o início uma preocupação em está escutando os servidores, em está observando qual é a necessidade real. Estou percebendo também um envolvimento maior, uma transparência maior das ações, um planejamento dessas ações e a busca do envolvimento dessas pessoas” (Dirigente 7) Figura 20: Expectativas dos dirigentes frente à nova gestão. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Outrossim, vislumbra-se também uma preocupação em tornar essas mudanças concretas frente às expectativas sobre essa nova gestão culminando na falta de credibilidade no processo de mudança mediante as falas: “Disseminar uma nova cultura organizacional com dificuldades em torná-la concreta” (Dirigente 29) “Não acho que as perspectivas futuras serão boas” (Dirigente 37) “Decepcionou bastante, pela condução pouco democrática ” (Dirigente 4) Figura 21: Preocupação dos dirigentes frente ao processo de reestruturação. Salvador, Bahia. Junho 2003 Para os servidores as ações que devem ser definidas pelos dirigentes das unidades para o gerenciamento da UFBA, refletem em atividades relacionadas ao serviço, às pessoas e aos dirigentes. Para as ações pertinentes ao serviço, na percepção de 105(cento e cinco) servidores, entende-se uma maior integração com o mesmo; clareza e participação nos processos de trabalho; condições de trabalho adequadas como expressadas nas seguintes falas: “Humanização dos serviços... recursos maiores” (Servidor 12) “Melhoria das condições de trabalho; investimento na capacitação dos servidores”. (Servidor 3) Figura 22: Ações propostas pelos servidores para o gerenciamento das unidades da UFBA, pelos dirigentes relacionadas ao serviço. Salvador, Bahia. Junho 2003 Para as ações relacionadas às pessoas 38(trinta e oito) atores apontam a necessidade de definição de uma política de pessoal, de capacitação e de motivação do servidor, mediante as seguintes abordagens: “Organização funcional do pessoal, tentar trabalhar a conscientização do papel que cada um exerce da sua função”. (Servidor 53) “Plano de gerenciamento com enfoque em treinamento para chefes de serviço”. (Servidor 56) “Aumentar a participação dos funcionários nas tomadas de decisão”. (Professor 104) Figura 23: Ações propostas pelos servidores para o gerenciamento das unidades da UFBA, pelos dirigentes relacionadas às pessoas. Salvador, Bahia. Junho 2003 No que tange as ações relacionadas aos gestores, identificamos uma adequação ao estilo gerencial, a autonomia, implantação de um novo modelo de gestão, dentre outras citadas por 48 servidores assim expressa: “O gestor deve ser capaz de coordenar e se articular com diferentes áreas e unidades da UFBA, de modo a assegurar um funcionamento mais harmônico. Também deve ser bom em planejamento”. (Professor 210) “Maior agilidade e autonomia na tomada de decisão” (Servidor 36) Figura 24: Ações propostas pelos servidores para o gerenciamento das unidades da UFBA, relacionadas aos dirigentes Salvador, Bahia. Junho 2003 Ao se analisar as questões referentes à necessidade de mudança na estrutura organizacional da UFBA, como uma oportunidade de melhoria pode-se constatar que 215 (duzentos e quinze) servidores responderam de maneira afirmativa os quais viabilizaram as seguintes categorias: Categoria A- Nível institucional Categoria B- Nível setorial Categoria C - Nível profissional Categoria D- Atendimento as necessidades do cliente Entretanto é oportuno referir o desconhecimento por parte de 132 (cento e trinta e dois) atores sociais ao mencionarem o desconhecimento do processo, apesar de acreditarem ser a mudança uma oportunidade de melhoria. A Categoria A – Relacionada à instituição foi construída considerando-se a estrutura ultrapassada, a perspectiva de melhora na instituição, a democratização do processo de mudança, confiança no reitorado e a modernização da instituição, expressas nas seguintes falas: “A necessidade de modernização, agilização da estrutura universitária”.(Servidor 57) “A UFBA tem um modelo administrativo ultrapassado”. (Servidor 89) “Representa uma concentração de funções afins que estavam dispersas”. (Professor 214) “Pela própria política que o reitor desenvolve”. (Funcionário 149) Figura 25 – Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança em relação à estrutura organizacional da UFBA. Salvador, Bahia. Junho 2003 Em relação à Categoria B - Nível setorial, levou-se em conta a necessidade de revisão e construção dos processos de trabalho, autonomia setorial e condições de trabalho, destacando-se as falas: “Principalmente se o SMURB alcançar a independência financeira e administrativa , como as unidades de ensino e outros órgãos”. (Servidor 12) “Por que necessitamos melhores condições de trabalho”. (Servidor 197) “Melhorar a qualidade quando os planos e objetivos estão propostos e organizados”. (Professor 64) Figura 26 - Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança em relação às unidades da UFBA. Salvador, Bahia. Junho 2003 Relacionadas ao Profissional, a Categoria C foi construída observando-se a necessidade de uma mudança de cultura e crescimento profissional. “Organização, qualificação contribuem para o crescimento”. (Servidor 32) “Acredito que mudanças na estrutura organizacionais permitirão mudanças na cultura da organização” (Servidor 90) Figura 27 - Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança em relação aos profissionais da UFBA. Salvador, Bahia. Junho 2003. A cerca da Categoria D – Relacionada ao cliente, pontuamos o atendimento às necessidades da sociedade: “Melhoria na prestação de serviços para discente e cliente externos...” (Servidor 161) “Necessário que haja um macro projeto de reestruturação afim de que a UFBA possa ganhar mais visibilidade na sociedade...”. (Servidor 265) Figura 28 - Percepção dos servidores acerca da necessidade de mudança na UFBA em relação ao atendimento dos clientes. Salvador, Bahia. Junho 2003 Vale ressaltar que 189(cento e oitenta e nove) servidores estão preocupados com o processo de mudança em decorrência da falta de credibilidade no processo e clareza no processo, da falta de recursos financeiros, do processo demissional, aposentadorias, não valorização do profissional, injustiças, corporativismo e falta de comprometimento por parte de alguns servidores. Para aos servidores que referiram preocupação com o processo, viabilizou-se as categorias: Categoria A – Relacionadas à instituição “Compromisso de campanha; interesses grupais; prioridade ideológica acima dos reais interesses da instituição”. (Professor 21) “Falta de transparência e o exclusivismo de um só grupo político” (Servidor 90) Figura 29 – Preocupação dos servidores frente ao processo de mudança na UFBA. Salvador, Bahia. Junho 20003. Categoria B – Relacionadas ao profissional “O desemprego da FAPEX”. (Funcionário 120; 35) “O que eles vão fazer com o pessoal da FAPEX (Funcionários 32; 75; 78; 119)”. “A demissão em massa dos prestadores de serviço” (Servidor 10) “Aposentadoria” (Servidores 11; 38; 41; 129; 103;101) “Injustiças a servidores competentes” (Servidores 177) Figura 30 - Preocupação dos servidores em relação aos profissionais frente ao processo de mudança na UFBA. Salvador, Bahia. Junho 20003. É importante ressaltar os sentimentos mencionados pelos funcionários da FAPEX frente à ameaça de desemprego, ao se considerar a necessidade de atender a determinação do Supremo Tribunal, o que fortalece a preocupação das autoras ao incluir na amostra esta categoria de funcionários. Outrossim, não esperávamos que estas preocupações fossem mencionadas pelos servidores da UFBA, o que demonstra a necessidade quanto à permanência daqueles para o bom funcionamento da universidade. Esta situação ocorre devido ao número reduzido de pessoal em diversas unidades, frente aos processos de aposentadorias vigentes, a falta de vontade política quanto a definição de diretrizes que possibilitem a provisão de pessoal para a universidade, dentre outros. Urge que as instâncias competentes olhem para este grupo de funcionários de maneira mais efetiva, no sentido de viabilizar mecanismos que venham atender aos seus anseios e possibilitem a implantação das mudanças, de maneira menos traumática, tanto para os funcionários como para a instituição. Categoria C – Relacionadas ao dirigente “O perfil de liderança dos dirigentes” (Funcionário 135) “Corporativismo de antigas castas que certamente não vão entregar seus feudos de graça” (Professor 142) “Corporativismo”. (Professor 25) Figura 31 - Preocupação dos servidores em relação aos dirigentes frente ao processo de mudança na UFBA. Salvador, Bahia. Junho 20003. Categoria D – Relacionadas ao Cliente “Não comprometa o atendimento público e humano por alguns profissionais de saúde”. (Servidor 65) “A saúde física e mental”. (Servidor 92) Figura 32 - Preocupação dos servidores em relação aos clientes frente ao processo de mudança na UFBA. Salvador, Bahia. Junho 20003. Entretanto 138 (cento e trinta e oito) servidores referiram não apresentar preocupação frente ao processo de mudanças em decorrência do desconhecimento do mesmo ou por se colocarem otimistas. “Tenho pensamento positivo”. (Professor 240) “Mudança sempre assusta, mas são necessárias para o crescimento” (Servidor 6) “Não conheço as propostas de mudança”. (Servidor 91) Figura 33 - Sentimentos expressados pelos servidores em relação aos ao processo de mudança na UFBA. Salvador, Bahia. Junho 20003. É oportuno lembrar que apesar de 280(duzentos e oitenta) servidores considerarem o processo de mudança vivenciado na UFBA como necessário, importante para 276(duzentos e setenta e seis), participativo 217(duzentos e dezessete) e democrático para 214(duzentos e quatorze) conforme Gráfico 2. Gráfico 2- Percepção dos servidores acerca do processo de mudança em relação a organização e funcionamento da UFBA. Salvador, Bahia. Junho 2003 280 276 217 necessário importante participativo 214 democrático Visualizamos ainda como sentimentos positivos mais expressivos a esperança para 281 (duzentos e oitenta e um) pesquisados, participação no processo de mudança para 216(duzentos e dezesseis), comprometimento para 204(duzentos e quatro) e colaboração para 201(duzentos e um). (Gráfico 3) Gráfico 3- Sentimentos positivos dos servidores frente ao processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho 2003 281 216 204 esperança comprometimento Acerca dos sentimentos 201 participação colaboração percebidos como negativos pontua-se: inquietação, indiferença, injustiça, dependência, acomodação, angustia, ansiedade, frustração, insegurança, impotência, como demonstra a figura 34. preocupação, marginalidade e INDIFERENÇA INJUSTIÇA DEPENDÊNCIA ACOMODAÇÃO ANGÚSTIA INQUIETAÇÃO AFLIÇÃO ANSIEDADE FRUSTAÇÃO PREOCUPAÇÃO INSEGURANÇA MARGINALIDADE IMPOTÊNCIA Figura 34 - Sentimentos dos servidores frente ao processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho de 2003 Outrossim observa-se que para 125(cento e vinte e cinco) servidores, o sentimento de inquietação está presente, seguido da ansiedade, para 116(cento e dezesseis) pesquisados, a impotência para 86(oitenta e seis), insegurança para 85(oitenta e cinco) e marginalizados para 64(sessenta e quatro) servidores. Vale ressaltar que tanto os sentimentos positivos quanto negativos foram identificados pelos servidores no aspecto pessoal e profissional concomitantemente. Gráfico 4. Gráfico 4 - Sentimentos negativos dos servidores frente ao processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho 2003 125 116 86 64 Inquietação Ansiedade Impotência Marginalidade Frente a necessidade de envolvimento de toda comunidade universitária para efetivação da reestruturação, é expressivo o quantitativo de servidores que referem esses sentimentos, sendo vital que os órgãos competentes os observem com maior atenção por considerarmos as pessoas como o principal ativo da instituição. Os atores sociais identificaram como os principais motivos que contribuíram para a proposta de mudança (Gráfico 5), a necessidade de modernização referida por 241(duzentos e quarenta e um) servidores, seguida da sobrevivência da instituição 235(duzentos e trinta e cinco) e 185(cento e oitenta e cinco) pesquisados acreditam também na eficiência da prestação de serviços, bem como a necessidade de minimizar custos, citadas por 151(cento e cinqüenta e um) amostrados. Gráfico 5 – Motivos que contribuíram para o processo de mudança. Salvador, Bahia. Junho 2003 241 235 185 151 Neces. de Modernização Eficiênc . Prest. Serv. Sobrev. da Inst. Minimizar Custos Acreditam, contudo, que terão como resultado da mudança em seu próprio benefício (Gráfico 6) o sentimento de associação para 149(cento e quarenta e nove) servidores, realização pessoal para 141(cento e quarenta e um), seguida de ascensão profissional com 134(cento e trinta e quatro), sendo que apenas 08(oito) mencionam a conquista de poder. Gráfico 6 – Resultados da mudança em benefícios pessoais para os servidores. Salvador, Bahia. Junho 2003 149 141 134 8 Associação Realização Pessoal Assenc. Profis. Conquista Poder CONSIDERAÇÕES FINAIS As universidades modernas apresentam-se sob múltiplas formas de crise que permitem caracterizá-la como conjuntural, política, estrutural, intelectual e ideológica. Podemos entender como conjuntural por derivar do impacto de forças transformadoras, ora afetando as universidades do mundo transitando de uma civilização de base industrial para uma nova civilização. Politicamente, por estarem inseridas em estruturas sociais conflitantes, estando sujeitas a expectativas antagônicas de setores que as querem conservadoras e disciplinadas, e de outras que as desejam renovadoras ou, até revolucionárias. No aspecto estrutural, os problemas que apresentam não podem ser resolvidos no âmbito unicamente institucional, exigindo reformas profundas que a capacitem a elevar seus níveis de ensino e investigação. Partindo-se do pressuposto de que a ciência e a organização do saber e do trabalho, em diversos campos, são filhas exclusivas da universidade, busca-se, portanto uma mudança, funcional dinâmica, enxuta com o propósito de revitalizar e modernizar esta universidade, a partir de um projeto inovador proposto pelo novo reitorado. A interação desses aspectos dentro da universidade permite delinear uma política modernizadora, através da qual algumas unidades crescerão, graças à impetuosidade de seus dirigentes e outros se atrasarão por motivos opostos. A UFBA participa dessa corrente política através da nova gestão, colocando em prática propostas anteriores, tímidas, com pontos programáticos, centrada em resultados buscando eficiência e eficácia através da fluidez dos processos de trabalho, objetivando uma melhor prestação de serviços ao conjunto de demandas da sociedade. Mesmo compreendendo a necessidade de modernização que implique em um modelo de gestão que responda aos anseios de sua clientela, como todo processo de mudança, provoca receios e sentimentos ambivalentes. Os atores sociais deste estudo consideraram importante e necessária a proposta de mudança na instituição, visualizando a necessidade de modernização e sobrevivência da mesma, ratificando pressupostos teóricos discorridos durante todo este trabalho. Referem a reestruturação da UFBA, ainda como processos relacionados à valorização das pessoas, a avaliação dos processos de trabalho, eficiência e eficácia, coadunando com a proposta da nova gestão. Afirmam a necessidade de descentralização e conseqüente autonomia das unidades, traduzindo rapidez, precisão e versatilidade dos processos decisórios, levando a diminuição de sobrecarga de trabalho e estagnação, permitindo a sua expansão, sobrevivência e crescimento. Para tal é importante que os valores organizacionais sejam compartilhados e as decisões consensuais, os objetivos estejam claramente definidos, a divulgação do processo seja satisfatória e estabelecido treinamentos para uma maior autonomia. Ficou evidenciado a preocupação dos pesquisados quanto à falta de informação do processo de mudança o que levou as autoras a refletirem sobre o que estaria causando esta desinformação (falha nos meios de comunicação?, desinteresse ou acomodação dos servidores?), quando a cultura no serviço público é norteada por normas fechadas, engessadas que os faz sentirem-se impotentes muitas vezes no implemento de ações que seriam inovadoras e favoreceriam o crescimento da instituição. Diante do exposto, consideramos o D.O. como uma ferramenta profícua para a implementação do processo que vem se desenvolvendo, transformando a instituição para que ela vá além da estrutura de um sistema mecânico, enfoque da administração tradicional, passando a um sistema orgânico, composto de pessoas, que têm necessidades, proporcionando uma melhor aproveitamento das pessoas, criando um sistema de recompensas que venha a conquistar melhor desempenho, pois ao promove -los, a instituição estará explicitando um modelo de comportamento no trabalho. A proposta analítica, das autoras, realizada nesse estudo quanto às percepções e expectativas dos atores sociais, atrelados ao processo de mudança, observa marcadamente um movimento de adesão e resistências na construção deste, representadas pela ambivalência, incerteza e insegurança que podem envolver o questionamento e a superação dos padrões culturais vigentes na instituição. Tal superação e a institucionalização de novos valores requerem um reordenamento do universo simbólico (normas e regimentos), os quais representam estratégias de regulação e gestão da mudança, estimulando o desenvolvimento desses comportamentos de adesão e resistência, de consenso e divergência. necessariamente por Ainda um os rearranjo processos das de relações mudança passam de e poder pela aprendizagem dos novos pressupostos orientadores da ação organizacional em direção à conquista da sua legitimidade social. Um processo de mudança organizacional envolve uma arena política simbólica, em que os diferentes atores organizacionais lutam na reorganização dos seus posicionamentos construídos em torno dos processos de gestão implementados que são de forma concomitante, condição e produto das práticas organizacionais. Diante disso nenhum processo de mudança impõe valores de forma absoluta, por mais legítimo que o poder disciplinar seja, haverá sempre possibilidades e espaço para o surgimento de interpretações divergentes das interpretações dominantes, e, comportamentos institucionalização de novos padrões culturais. No de serviço resistências público à as reações e resistências são maiores em decorrência da legislação a qual contribui para manutenção do status quo. Apesar deste cenário, podemos visualizar ações já implementadas, visando mudanças estrutural, cultural, organizacional e atendimento das necessidades da sociedade, tais como: 1. Criação da Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas a qual vem construindo um novo modelo de gerenciamento de pessoas, a exemplo de: • Diagnóstico situacional dos servidores, com vistas à capacitação, qualificação e redimensionamento; • Nova dinâmica para o Seminário de Integração dos servidores recém concursados; • Redimensionamento de vagas para realização de concurso público do MEC, com o objetivo de substituição dos funcionários contratados pela FAPEX; • Definição dos critérios de relotação dos servidores com problemas de saúde. 2. Agilização para implementação dos processos de reforma curricular. 3. Disponibilização das vagas residuais. 4. Realização de seminário com o propósito de discutir a reforma patrimonial. 5. Estabelecimento de convênio com o Governo do Estado, para formação de professores do ensino fundamental. 6. Realização de parceria com o Governo do Estado para obtenção de recursos financeiros e materiais para o HUPES. 7. Acolhimento dos novos estudantes através da “Recepção Calorosa”. 8. Protocolo de Intenções com a Prefeitura do Município de Cruz das Almas, visando otimizar o atendimento dos estudantes da Escola de Agronomia. No decorrer desta pesquisa identificamos limitações tanto no nível organizacional, ou seja, no que diz respeito a UFBA, quanto na realização deste estudo. Com relação à organização institucional, constatamos a necessidade de reformulação das normas da UFBA, as quais está atraleda, pois como órgão formador e/ou criador de conhecimento e ciência deverá assegurar o enfretamento de desafios e vencê-los, anulando a lógica de opressão institucionalizada e ampliando os espaços de expressão social. Mais importante que teorizar e registrar, é a prática do cotidiano, procurando contribuir para uma democracia mais participativa e uma sociedade mais justa. Quanto às limitações na realização deste estudo, pontuamos: 1. O tempo insuficiente para um maior aprofundamento e análise, visto a quantidade de informações geradas, frente à diversidade de variáveis; 2. A carga horária exígua para o acompanhamento e aprofundamento do projeto de pesquisa. Frente às considerações mencionadas pelas autoras e com base nos depoimentos dos dirigentes e servidores, sugerimos: 1. Definição de uma política de mobilização e envolvimento das pessoas motivando-as a participar de todas as etapas ou novos processos de trabalho. 2. Implantação, implementação e manutenção de um processo de avaliação sistemático e contínuo nos processos de trabalho, em todas as instâncias da UFBA. 3. Redimensionamento de pessoal considerando as características, e necessidade das unidades em consonância com a capacitação, qualificação e interesse dos servidores. 4. Fortalecimento das políticas para aquisição de recursos financeiros, viabilizando a agregação de novas parcerias considerando as necessidades e interesses da universidade. 5. Estabelecimento e manutenção de estratégias que garantam a capacitação e qualificação dos dirigentes com o propósito de gerenciar de maneira eficaz as diversas unidades da UFBA. 6. Estabelecimento e manutenção de estratégias que garantam a capacitação e qualificação dos servidores com o propósito de atender as necessidades inerentes às funções considerando as especificidades das unidades. 7. Definição de uma política de gestão de pessoas que oriente a construção de uma nova cultura organizacional. 8. Estabelecimento de um sistema de recompensas e reconhecimento, como fator motivador. 9. Descentralização dos processos de trabalho de forma que as respostas às demandas sejam dadas pela instituição e não apenas pelas pessoas. 10. Estabelecimento de um processo eficaz de comunicação entre as unidades e diversas instâncias hierárquicas, visando uma maior integração do seu universo. 11. Redirecionamento de ações assistenciais e administrativas, no sentido de maximizar a utilização do espaço físico e de pessoal. 12. Redefinição dos níveis hierárquicos, visando uma maior funcionalidade e fluidez dos processos de trabalho. 13. Implantação de uma política de saúde para o servidor, que garanta o atendimento às necessidades de saúde para a comunidade universitária e implantação do programa de saúde do trabalhador. 14. Redefinição das diretrizes que viabilizam a aquisição de recursos financeiros, com o propósito de assegurar que as atividades rentáveis oriundas de projetos e serviços, sejam concedidas mediante o conhecimento prévio da instituição. REFERÊNCIAS 1. ALVES, D. de B. Construindo conhecimento . Salvador: UNEB, 1999. 237 p. 2. ALVES, Sérgio. Revigorando a cultura de empresa: uma abordagem cultural de mudança das organizações e na era da globalização. São Paulo: Makron Books, 1997. 3. BACÃO, Yolanda Ferreira; CORDEIRO, Laerte Leite. O comportamento humano na empresa:. 3ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 1977. 4. BACON, Brain; O`DONNEL, Ken. De olho no furacão : ... Salvador: Casa da Qualidade, 1999. 5. BASTOS, A. Virgilio B. Comprometimento no trabalho: o estado de arte e uma possível agenda pesquisa.. Cadernos de Psicologia, 1995. 6. BOWDITCH, James L; BUONO, Anthony S. Elementos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992. 7. BRAGA, Geraldo Melo Jaide. A satisfação do Cliente –cidadão- dever do Estado, Monografia. 8. BRETAS, M. J. L. Desenvolvimento organizacional na administração pública.. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro: FGV, 1985, 19(3:75-107). 9. CEDILLO, Y. A. e GARCIA, F. J. Origem de classificação das necessidades ou motivos. 2000. (consultado em 08/2002, no site www.ideasapiens.com/psicologia) 10. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas. 3ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994. 11. _____________, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 5ª ed. São Paulo: Makron Books, 1997. 12. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 196/96. 13. COSTA, Edlene. Organizadores: MAGALHÃES, Ana Lúcia França e LORDELO, José Albertino de Carvalho - Instituições Públicas de Ensino Superior da Bahia – problemas, impasses e transformações – Salvador, 2000. Textos elaborados a partir de monografia do curso de especialização em gestão universitária e qualidade em serviços – “Motivar a capacitação; um viés de política de recursos humanos” – Projeto de Cooperação institucional: SEPLANTEC/CADCT/UFBA/ISP/FACED/ADM. Salvador, 2002. 14. DUTRA, José Souza. Gestão de pessoas: modelos, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002. 15. FAVERO, Mª de Lourdes de A. Universidade e Poder: análise critica/ fundamentos teórico.s 1930-45. Rio de Janeiro: Achiamé, 1980. 16. HESKETH, José Luis. Comportamento organizacional. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981. 17. KILLMAM, Ralf H. Gerenciando sem recorrer a soluções paliativas: um programa totalmente integrado para criar e manter o sucesso organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. 18. KOLB, David a e outros. Psicologia organizacional: ...1939, São Paulo: Atlas, tradução Gonçalves Oliveira,1978. 19. NASCIMENTO, Cláudio Cardoso, COSTA, Eluid Assunção Martins e AMORIN, Vera Mª Nascimento. Organizadores: MAGALHÃES, Ana Lúcia França e LORDELO, José Albertino de Carvalho - Instituições Públicas de Ensino Superior da Bahia – problemas, impasses e transformações. Textos elaborados a partir de monografia do curso de especialização em gestão universitária e qualidade em serviços – “Padrão de financiamento e política de desenvolvimento da Universidade Federal da Bahia - Projeto de Cooperação institucional: SEPLANTEC/CADCT/UFBA/ISP/FACED/ADM. Salvador, 2002. 20. PEREIRA, Luis Carlos Bresser. O público não estatal... Caderno MARE de reforma do Estado, nº 07. Brasília, 1998. 21. PEREIRA, M. J. L B Mudanças nas instituições. São Paulo: Nobel, 1988. 22. RIBEIRO, Darci. A universidade necessária.. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. 23. SERAFIN, Pedro, A Gestão do conhecimento e a motivação organizacional. Revista Decidir, 1999. (consultado em 08/2002 no site www.perspectivas.com.br). 24. THAYER, Willy. A crise não moderna da universidade moderna.. Tradução de ALTO, Rômulo Monte. Belo Horizonte: UFMG, 2002. 25. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1996. 26. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Regimento interno, 2.ed. Salvador: 1997. 27. ___________ Estatuto. Salvador: 2000. 28. XAVIER, Paulo César Castro e FIALHO, Cecília Mª Veloso Organizadores: MAGALHÃES, Ana Lúcia França e LORDELO, José Albertino de Carvalho - Instituições Públicas de Ensino Superior da Bahia:: problemas, impasses e transformações – Salvador, 2000. Textos elaborados a partir de monografia do curso de especialização em gestão universitária e qualidade em serviços – “Comprometimento Organizacional: o caso específico dos servidores da Universidade de Santa Cruz- Bahia” – Projeto de Cooperação institucional: SEPLANTEC/CADCT/UFBA/ISP/FACED/ADM. Salvador, 2002. 29. WANDERLEY, José Augusto. Negociação total. São Paulo: Gente, 1998. 30. WATERMAN Jr., Robert H. O Fator renovação:... São Paulo: Harbra, 1989. APÊNDICES Apêndice 1 QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS Projeto de Pesquisa Percepções e Expectativas dos Servidores frente ao Processo de Reestruturação da UFBa Autoras: Edmildes Carmo dos Santos Maria Auxiliadora Landim Moura Dias Maria Luiza Dias Dos Santos Formulário N.º DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Idade:_________________ Sexo:________________ Unidade: __________________ Cargo:________________________________ Vínculo Empregatício: RJU Função: ______________________ CLT Outros ____________ Tempo no Cargo:_________________ Tempo de Serviço: _____________________ Carga Horária: 30 h Turno de Trabalho: 40 h Manhã Nível de Escolaridade: Tarde Elementar Outras ___________________ M/T Plantão Médio S/N Superior : Especialização Mestrado Doutorado Nível Funcional: Docente Técnico Administrativo: Apoio Médio Superior 1. Como você se percebe no seu ambiente de trabalho, com relação à organização e funcionamento da UFBa ? Comprometido 2. Pouco comprometido Descomprometido As atividades que você desenvolve na sua unidade contribuem para a melhoria do trabalho frente ao processo de mudança proposto para a UFBa ? Totalmente 3. Parcialmente Não Você gosta das atividades que realiza? Totalmente Parcialmente Não 4. Ao realizar suas tarefas você tem liberdade de ação ? Sim Não Não sei 5. Como você percebe as atividades que realiza diariamente: Motivadora Desmotivadoras Outras Justifique: ___________________________________________________________ 6. O trabalho que você desenvolve na sua unidade é reconhecido ? Pelo Dirigente: Sim Não Não sei Pelo Chefe Imediato: Sim Não Não sei Pelos Colegas de Trabalho: Sim Não Não sei Pelos Clientes: Sim Não Não sei 7. Você percebe a mudança na estrutura organizacional da UFBa como uma oportunidade de melhoria? Sim Não Não sei Justifique: ________________________________________________________________ 8. O que você entende por reestruturação da UFBA? _______________________ 9. Como você acha que pode contribuir com o atual processo de mudança? ___________________________________________________________________________ 11. De acordo com o seu entendimento qual(is) a(s) ação (ões) que deve (m ) ser definida(s) pelo diretor de sua unidade para gerenciar a UFBa? ___________________________________________________________________________ 12. Qual (is) o(s) sentimento(s) que você está experimentando, frente ao processo de mudança proposto para a UFBA? Assinale a(s) alternativa (s), considerando os aspectos a seguir: Profissional (PR), Pessoal (PS) Profissional e Pessoal (PRS) SENTIMENTOS • Esperança • Indiferença • Dependência • Participação • Acomodação • Confiança • Inquietação • Frustração • Insegurança • Impotência • Motivação • Marginalidade • Injustiça • Aflição • Tranqüilidade • Ansiedade • Colaboração • Compromisso • Outros ( Qual) • Outros ( Qual) • Outros ( Qual) PR PS PRS Marginalidade: Sentir-se fora do processo de mudança 12. Você concorda que os servidores devem participar das discussões nas unidades para que as decisões sejam tomadas pelos dirigentes? Sim 13. Não Não sei Existe alguma coisa que lhe preocupe no processo de mudança da UFBa? Não Sim (justifique) ___________________________________________________________________ 14. Como você considera o processo de mudança que está sendo vivenciado na UFBA? a) Importante Sim Não Não Sei b) Necessário Sim Não Não Sei c) Desnecessário Sim d) Inseguro Sim Não Não e) Seguro Sim Não Não Sei f) Participativo Sim Não Não Sei g) Democrático Sim Não Não Sei h) Autocrático Sim Não Não Sei i) Inovador Sim Não Não Sei j) Outro Não Sei Não Sei (Justifique ) __________________________________________ 15. Assinale qual (is) da (s) alternativas abaixo de acordo com seu entendimento, está motivando a proposta de mudança na UFBA? Necessidade de modernização Eficiência na prestação dos serviços Excesso de burocratização Necessidade de minimizar custos (receitas e despesas) Sobrevivência da instituição Outro ____________________________________ 16. Assinale qual (is) dos motivos abaixo, você acredita que poderá resultar, em benefício próprio, frente ao processo de mudança da UFBA? Associação (Sentimento de inclusão nos processos de trabalho) Ascensão Profissional Conquista de Poder Realização Pessoal Outro. Cite: __________________________________ Apêndice 2 FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA COM DIRIGENTES UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS Projeto de Pesquisa: Percepções e Expectativas dos Servidores frente ao Processo de Reestruturação da UFBa Autoras: Edmildes Carmo dos Santos Maria Auxiliadora Landim Moura Dias Maria Luiza Dias Dos Santos Formulário N.º DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Idade: ______________ Sexo:________________ Unidade: _______________________ Cargo: ________________________________ Função: __________________________ Tempo em que ocupa o cargo_______________ Tempo de Serviço: _____________ Já exerceu outros cargos administrativos na UFBA? Qual (is)________________ Por quanto tempo? ________________________________________________________ Assinale a (s) alternativa (s) de acordo com sua percepção: 1. Em que bases você visualiza o processo de reestruturação da UFBA? Racionalização e especialização do trabalho. Salários incorporando ganhos de produtividade para compensar o tipo de trabalho. Fortalecimento dos cargos e inter-relacionamento das pessoas. Práticas de gestão que concebem as expectativas das pessoas e da organização. Remuneração centrada na agregação de valor das pessoas aos processos de ensino, pesquisa, extensão e nas ações dos técnicos administrativos. Aprendizagem funcional e das pessoas. Gerenciamento das pessoas considerando sua individualidade num ambiente de diversidade. Competência em ação entendida como a pessoa que sabe ser e saber mobilizar conhecimentos em diferentes controles. Outras(Cite) _______________________________________________________ 1. No seu entendimento que modelo administrativo deverá ser utilizado para o gerenciamento da UFBA? 2. Como você percebe a resistência num processo de mudança? 3. Como você pretende gerenciar a reestruturação no processo de mudança? 4. Como você percebe os servidores da UFBA? 5. Qual (is) a(s) sua(s) expectativa(s) frente à nova gestão? 6. Como você percebe a UFBA no que diz respeito a sua organização e funcionamento? Apêndice 3 TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO O projeto de Pesquisa intitulado Percepções e Expectativas dos Servidores, em relação ao Processo de Restruturação da UFBA, têm como objetivo atender a um dos pré-requisitos para conclusão do Curso de Especialização em Gestão de Pessoas. Nesse sentido solicitamos sua colaboração respondendo as questões deste formulário. As autoras comprometem-se a assegurar a confidencialidade e a privacidade quanto às informações fornecidas, as quais serão utilizadas especificamente para fins previstos no protocolo da pesquisa, podendo ser desconsideradas a qualquer momento pelo entrevistado se assim o desejar. Edmildes Carmo dos Santos Maria Auxiliadora Landim M. Dias Maria Luiza Dias dos Santos AUTORIZAÇÃO Eu, ______________________________________________________ declaro que fui informado dos objetivos dessa pesquisa e dou consentimento para realização de entrevista. Salvador, de de 2003 Assinatura Apêndice 4 Matriz das Questões Operacionais / Questões do Formulário QUESTÕES DE PESQUISA PARA O QUESTÕES DO FORMULÁRIO SERVIDOR Qual o modelo de gestão atual presente Qual(is) a(s) ação (ões) que deve (m ) no imaginário do servidor? ser definida(s) pelos dirigentes para gerenciar a UFBa? Você concorda que os servidores devem participar das discussões nas unidades para que as decisões sejam tomadas pelos dirigentes? De que forma os servidores entendem a Você percebe a mudança na estrutura inovação na organização? organizacional da UFBA como uma oportunidade de melhoria? O que você entende por reestruturação da UFBA? Qual (is) o(s) sentimento(s) dos Qual (is) o(s) sentimento(s) que você servidores em relação ao processo de está experimentando, frente ao mudança? processo de mudança proposto para a UFBA? Os servidores sentem-se motivados O trabalho que você desenvolve na sua para aceitar os processos de unidade é reconhecido? reestruturação / mudança? Os servidores sentem-se motivados As atividades que você desenvolve na para partilhar os processos de sua unidade contribuem para a reestruturação/mudança? melhoria do trabalho frente ao processo de mudança proposto para a UFBA? O trabalho que você desenvolve na sua unidade é reconhecido? Como você acha que pode contribuir com o atual processo de mudança? De que forma os servidores estão Como você se percebe no seu ambiente reagindo as mudanças das suas de trabalho, com relação à organização responsabilidades e competências? e funcionamento da UFBa ? Existe alguma coisa que lhe preocupe no processo de mudança da UFBA? Na percepção dos servidores quais os Assinale qual (is) na (s) alternativas principais motivos que estão abaixo e acordo com seu impulsionando o atual processo de entendimento, o que está motivando a impulsionando o atual processo de mudança? Os servidores consideram importante o processo de mudança para melhoria da organização? entendimento, o que está motivando a proposta de mudança na UFBA? Como você percebe a mudança na estrutura organizacional da UFBA? Como você considera o processo de mudança que está sendo vivenciado na UFBA? Quais os anseios dos servidores frente Assinale qual (is) dos motivos abaixo, atual processo de mudança? você acredita que poderá resultar, em benefício próprio, frente processo de mudança da UFBA? Qual (is) o(s) sentimento(s) que você está experimentando, frente ao processo de mudança proposto para a UFBA? Na percepção dos servidores suas Ao realizar suas tarefas você tem atividades proporcionam liberdade de liberdade de ação? ação? Na percepção dos servidores suas Você gosta das atividades que realiza? atividades são motivadoras e Como você percebe as atividades que propulsoras para o processo de realiza diariamente? mudança? O trabalho que você desenvolve na sua unidade é reconhecido? QUESTÕES DE PESQUISA PARA OS GESTORES Como os gestores percebem a organização e funcionamento da UFBA? Como os gestores visualizam o processo de reestruturação? Quais as expectativas dos gestores frente ao processo de reestruturação? Quais as características definidoras no processo de reestruturação da UFBA? QUESTÕES DO FORMULÁRIO Como você percebe a UFBA no que diz respeito a sua organização e funcionamento? Em que bases você visualiza o processo de reestruturação da UFBA? Qual (is) a(s) sua(s) expectativa(s) frente à nova gestão? No seu entendimento que modelo administrativo deverá ser utilizado para o gerenciamento da UFBA? Os gestores encaram a resistência, Como você percebe a resistência num como fonte de crítica, de criatividade processo de mudança? ou de melhor utilização das habilidades humanas? Como os dirigentes pretendem Como você pretende gerenciar a gerenciar a reestruturação no processo reestruturação no processo de de mudança? mudança? Na opinião dos gestores qual principal ativo da organização? o Como você percebe os servidores da UFBA? Apêndice 5 MATRIZ PARA CODIFICAÇÃO DAS QUESTÕES ABERTAS RESPOSTAS CLASSIFICAÇÃO SUB CATEGORIA CATEGORIA MATRIZ PARA CODIFICAÇÃO DAS QUESTÕES FECHADAS SIM NÃO NÃO SEI PERGUNTAS SEM RESPOSTA N N N N ANEXOS GLOSSÁRIO • Associação – Sentimento de inclusão nos processos de trabalho. • Dependência – “submissão e aceitação dos valores da elite organizacional”. • Elementar – Neste estudo será considerado como nível de escolaridade fundamental (pré- escola ao 1º grau completo). • Frustração – Falta de reconhecimento pela contribuição à instituição. • Marginalizado – grau negativo de contribuição e retribuição caracterizado pela ausência de domínio do meio ambiente que os indivíduos trabalham. • Participativo – Indivíduo integrante no processo de mudança. • Turno de Trabalho – neste estudo será considerado MANHÃ: das 7h às 13h, TARDE: das 13h às 19h, S/N: 19h às 7h, M/T: 8h às 12h e 14h às 18h e PLANTÃO: das 7h às 19h. • Inovação - Novidade, Reforma. DADOS BIOGRÁFICOS DAS AUTORAS Edmildes Carmo dos Santos Graduada em Serviço Social pela Universidade Católica do Salvador em 1981, Formação em Terapia de Família e Casal, atua no Serviço Social do Serviço Médico Rubens Brasil, da Universidade Federal da Bahia. Maria Auxiliadora Landim Moura Dias Graduada em Serviço Social pela Universidade Católica do Salvador em 1982, atua no Recursos Humanos do Hospital Universitário Profº Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia. Maria Luiza Dias dos Santos Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia em 1977, Mestre em Administração em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia, atuando como Gerente de Recursos Humanos e Assistência, no Serviço Médico Rubens Brasil da Universidade Federal da Bahia e como docente do Curso de Especialização em Metodologia da Assistência de Enfermagem na Universidade do Estado da Bahia.