DEGRADAÇÃO DO ALQUILBENZENO LINEAR SULFONADO (LAS) EM RESERVATÓRIOS DE ÁGUAS SERVIDAS Caio Amaro Pirondi; Matheus Dal Cim (IC) e Nelson César Fernando Bonetto (PQ) Faculdades Oswaldo Cruz A poluição das bacias hidrográficas, causadas por ações do homem e da própria natureza vem promovendo efeitos deletérios ao Meio Ambiente. Dentre os agentes poluidores que mais contribuem com a deterioração dos ecossistemas aquáticos, destacam-se os compostos tensoativos que compõem as formulações de detergentes, entre outros produtos industrializados. Atualmente, há uma preocupação quanto ao futuro das reservas da água doce, pois sabe-se que esse bem natural está ameaçado de se tornar escasso, além de contaminado com substâncias causadoras de efeitos crônicos sobre a saúde dos seres vivos. Daí porque estão surgindo novas técnicas que permitem economizar água tratada, reservando as residuárias em reservatórios para que possam ser utilizadas, posteriormente, em operações que não necessitam daquelas com qualidades exigidas para o consumo humano. Na produção de detergentes sintéticos, o alquilbenzeno linear sulfonado (LAS) é o mais utilizado, pois pode sofrer degradação, qualidade requerida pela legislação em vigor. Essa degradação molecular ocorre devido sua estrutura química, que permite a mineralização rápida, convertendo-se em íons sulfato, gás carbônico, água, entre outras substâncias. Todavia, a velocidade e o grau com que esse fenômeno ocorre estão relacionados com o meio e com os microrganismos, bactérias nele existentes, no qual o tensoativo se encontra. Esses microrganismos promovem, seqüencialmente, a oxidação da cadeia alquídica, a dessulfonação, oxidação e ruptura do anel aromático. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar o teor de degradação do LAS em reservatório doméstico de águas servidas. A avaliação baseou-se em resultados obtidos de análises titrimétricas e espectrométricas de amostras sintéticas desse composto químico, após sua retenção hidráulica num período de 7 a 14 dias em reservatório piloto, comparando-os com os de amostrar reais coletadas de um domicílio. A matéria ativa aniônica foi determinada por titrimetria de duas fases, empregando-se solução padrão de cloreto de benzalcônio, em presença de solução de azul de metileno como indicador, bem como por espectrometria de absorção UV no comprimento de onda de absorção máxima de 652 nm, preparando-se a curva de calibração com soluções obtidas pela extração da matéria ativa de mistura de azul de metileno com clorofórmio, este último utilizado, também, como padrão da prova em branco de absorbância. Os resultados de ambas as técnicas empregadas apresentam valores concordantes e revelam que as condições de armazenamento e o tipo de águas servidas podem interferir na degradação do aludido tensoativo. REUSO DA CAREPA DE VERGALHÕES NA ELABORAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO SINTÉTICO DESTINADO À FABRICAÇÃO DE CIMENTO Adilson Bezerra da Silva; Fernando Avelino; José Carlos Macedo; Kátia Santana da Silva (IC); Vitor José Brum e Nelson César Fernando Bonetto (PQ) Centro Tecnológico Oswaldo Cruz Os avanços tecnológicos que se verificam na construção civil propiciam o desenvolvimento de novas técnicas e produtos, a fim de atenderem às necessidades daquele setor. Observa-se que as obras incorporam novas tecnologias, como é o caso dos vergalhões de aço utilizados em estruturas de concreto armado, entre outras. Todavia, nas operações de corte de dobra dessas peças são gerados resíduos de ferro denominados de carepa, apresentando um teor superior a 90% dessa espécie química. Paralelamente, ocorre igual crescimento na indústria cimenteira, havendo necessidade de se explorar cada vez mais as jazidas exauríveis de minério de ferro, um dos componentes da fabricação do cimento. Essas explorações e os rejeitos industriais promovem efeitos deletérios ao Meio Ambiente. Nesse sentido, é necessário que se investigue a elaboração de novos materiais, utilizando rejeitos de outros processos industriais, a fim de se substituir os que podem promover impactos ambientais. Assim, o objetivo deste trabalho é comparar a qualidade do cimento comercial com o que emprega minério de ferro sintético, obtido a partir da mistura de carepa com outros compostos químicos que constituem, em média, o natural. Nesse trabalho, preparou-se uma amostra de minério de ferro sintético, utilizando carepa e sais de cálcio, alumínio, magnésio e potássio, além de sílica. Juntou-se argila e calcário e essa mistura foi introduzida em um tubo de ferro, procedendo-se um aquecimento com maçarico e mantendo-se os mesmos procedimentos de fabricação do cimento tipo Portland. A massa obtida foi triturada e peneirada e utilizada na preparação de corpo de prova. Igual procedimento foi executado com cimento comercial, a fim de se comparar os testes realizados com os dois tipos de corpos de prova. Os ensaios revelaram que o minério de ferro sintético utilizado ainda não produz um cimento com a qualidade daquele que utiliza o natural, mas indicam um caminho a ser pesquisado.