CRI | Centro de Referência em Inovação CRI Nacional Relatório: 10 de Dezembro de 2014 CRI | Centro de Referência em Inovação ABERTURA – Professor Hugo Tadeu e Carlos Arruda O professor Hugo Tadeu, coordenador do Centro de Referência em Inovação Nacional, fez a abertura do encontro no dia 10 de Dezembro. Após saudar os participantes presentes o professor introduziu a programação do dia e os tópicos a serem discutidos e trabalhados. Posterirormente, Carlos Arruda assumiu a palavra e comentou sobre a estrutura do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo explicitando as parcerias e projetos de inovação realizadas. Carlos explicou como o núcleo trabalha o tópico inovação de maneira ativa, dentro de empresas grandes e consolidadas, mas também, dialogando e estabelecendo contato com empresas startups e de menor porte, que possuem um espirito inovador em sua estrutura. E2B: a New Way for Business to Innovate, Prof. Bob Caspe, IEC Center Após a abertura e seguindo a agenda do evento, o professor Bob Caspe do IEC Center deu início a sua participação no CRI abordando o tema dos novos modelos de negócios para propiciar o pensamento e atividades inovativas. Bob Caspe destacou inicialmente o fato de que as empresas possuem certas restrições e medo em relação ao processo de inovação interno. Segundo o professor, apenas 7,6% dos CEOs estão no FB, de modo que muitos não usam redes sociais. Por esses fatores, Bob defende que há a necessidade de se realizar o “thinking outside the box” e não se restringir ao conservadorismo, ao passo que muitas empresas caminham para um caminho oposto a esse. Segundo o palestrante, outro fator que agrava a necessidade citada é de que o período de tempo entre a ocorrência de inovações muito importantes está se reduzindo cada vez mais, elas acontecem com maior frequência e de modo exponencial. Segundo Bob Caspe, todas as empresas irão acabar um dia tendo em vista esse ciclo inovativo, desse modo o único meio que poderia romper o ciclo de decadência seria a introdução de uma cultura de inovação nas corporações. O professor destaca que as empresas evoluem para o progresso e ficam cada vez maiores, mas assim como acontecido com os dinossauros, um fenômeno natural inesperado pode alterar todo o ambiente e destruir os até então “donos do mundo”. Bob, então, utiliza exemplos como o caso da Kodak que não se preocupou com o surgimento da máquina fotográfica digital, culminando no fim de sua soberania no mercado fotográfico. Bob Caspe destaca que existem duas maneiras de crescimento por meio da inovação. A primeira seria estendendo a curva S da empresa, ou seja, diminuído custos ou ganhando produtividade. A segunda forma seria adicionando uma nova curva S, por exemplo o caso 2 CRI | Centro de Referência em Inovação da Amazon que inicialmente vendia somente livros e posteriormente se tornou uma rede de lojas vendendo diversos produtos online. A partir disso ele conclui que é importante estar atento as oportunidades de mercado, pois é o ato de agir da maneira correta no momento correto que possibilita a consolidação de projetos de sucesso. A oportunidade de hoje pode não ser a mesma de amanhã, de modo existe uma necessidade de agir de maneira rápida e eficiente. Por fim, Bob Caspe comentou sobre o IEC Innovation Process, desenvolvido. O processo consiste em alguns passos para planejar e executar um projeto inovador. Ele é composto por: processo de descoberta (entender as necessidades dos clientes e as oportunidades de mercado), síntese, verificação e teste (protótipo com foco na maior barreira a ele). Bob Caspe junto a IEC e a FDC planeja realizar esse projeto, incluindo o método processual elaborado, em três ou cinco empresas Brasileira ao longo de três meses a fim de realizar estudo e aperfeiçoar os conhecimentos sobre o assunto Inovação na Petrobras: Modelo de Negócios, Tecnologia e Futuro, Paulo da Luz, Gerente de Gestão do Conhecimento da Petrobras e Maurício Martins da Silva, Gerente de Estratégia Tecnológica do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras - CENPES Posteriormente, Maurício Martins Gerente de Estratégia Tecnológica do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras (CENPES) assumiu a palavra para mostrar ao público como é trabalhado o modelo de negócios da Petrobras. Inicialmente falou do histórico de P&D da empresa, destacando o caminho em que se deu o planejamento e como ele sempre esteve presente na estratégia da Petrobras. Maurício conta como a Petrobras, antes dependente de tecnologias externas, conseguiu internamente desenvolver as suas próprias tecnologias de acordo com suas demandas. Ainda, comentou sobre as descobertas de reservas em águas profundas e como isso estimulou um novo projeto de desenvolvimento tecnológico para viabilizar a produção. Maurício Martins, conta que a estrutura de P&D da Petrobras converge a ideia de que tecnologia e estratégia estão sempre interligados. Portanto ele defende que ambos formam um processo de enriquecimento de ideias. Nesse aspecto a Petrobras adota uma política de análise do ambiente externo para estabelecer e elaborar suas estratégias e planejamento. Em seguida Maurício mostra o caso exemplificando o modelo estabelecido pela empresa para elaborar o planejamento estratégico – Estratégia: maximizar a rentabilidade na explosão de óleo e gás; Foco: quais tecnologias a utilizar; Desafios :problemas a serem resolvidos; Metas: agregar tanto de valor até certo ano; Projetos: quais projetos podem ser desenvolvidos a partir disso. 3 CRI | Centro de Referência em Inovação Maurício falou também de alguns projetos desenvolvidos na Petrobras. Primeiro destacou o CTE: unem visão de futuro planos estratégicos os desafios tecnológicos identificados. O objetivo estratégico é composto de desafios de negócios que são dados de acordo com o segmento a ser analisado. Posteriormente falou do ARAR (Alto Risco e Alta Recompensa) – carteira de projetos que possuem projetos de risco muito elevado, mas um projeto de sucesso pode trazer tantas externalidades positivas que compensa o insucesso dos demais. Mauricio finalizou sua participação destacando que para se pensar em futuro deve-se pensar em tecnologia, já que elas são os meios para mitigar riscos e agarrar oportunidades. Visto isso a Petrobras desenvolve todos esses métodos para juntar as tecnologias com o planejamento estratégico da empresa. Logo em seguida Paulo da Luz, Gerente de Gestão do Conhecimento também da Petrobras assumiu a palavra para comentar sobre a gestão do conhecimento na Petrobras. Segundo o palestrante, a gestão do conhecimento e a inovação são processos críticos a serem considerados e estão intimamente ligados. A partir disso, a Petrobras realiza um trabalho de mapeamento do conhecimento e de manutenção e divulgação do mesmo dentro da própria empresa. O foco deles por meio disso é a participação do pessoal interno e o desenvolvimento de lideranças, pois assim seria possível realizar a implementação de práticas no trabalho do dia-a-dia que amplificam e viabilizam esse processo da gestão. Paulo da Luz finalizou sua participação falando sobre os desafios relacionados a gestão do conhecimento e de pessoas. Ele conta que para superar os desafios ligados ao setor RH, a Petrobras adota uma política inovadora, flexível e de valorização dos funcionários, pois, por ser uma empresa muito grande, existem rotinas de trabalho completamente distintas, mas que são igualmente importantes para o funcionamento da empresa. Também devido ao seu tamanho, a Petrobras possui gargalos relacionados ao controle e acompanhamento de perto de cada funcionário. Para isso eles desenvolveram um projeto de inovação em gestão (a gestão de inovação e cultura de inovação) que conta com a participação ativa da FDC no projeto. Estratégia, Redes e Inovação, Profa. Rosiléia Milagres, FDC Após um rápido coffee-break a professora da FDC, Rosiléia Milagres, iniciou sua participação no evento por meio de uma reflexão a respeito das redes, o modo como são estruturadas, suas eficiências e como seria a melhor maneira de governá-las. A partir disso, a professora introduz três questões a respeito da governança em rede: como governar, como mensurar (será que não existe outra forma mais eficiente?) e como fazer com que as pessoas cooperarem em rede, já que elas são competitivas naturalmente. 4 CRI | Centro de Referência em Inovação A professora Rosiléia destaca o papel dos contratos e dos processos em uma rede. Os contratos são meios de diminuir os custos de transação, eles são formalidades estabelecidas para evitar qualquer tipo de viés no futuro. Já os processos são as ações propriamente ditas, eles seriam os responsáveis por mover as redes, por fazê-las funcionarem. Rosiléia exemplifica essa relação citando casos de empresas que transferem conhecimentos em um processo de co-criação, estabelecendo fluxos. Segundo ela seria um meio de se ampliar o tamanho da rede criando uma divisão de trabalho onde cada processo é executado na empresa ou instituição especializada em tal. Ainda, a palestrante destaca que para uma rede ter um bom funcionamento é necessário que o gestor da rede tenha capacidade de observar e selecionar um time que seja capaz de trabalhar em grupo. Segundo ela é importante que objetivos os pessoais não superem o bom funcionamento da rede, nesse aspecto é interessante que haja incentivos às pessoas, visando o resultado do grupo e não individual. Rosiléia finalizou sua apresentação mostrando que a intensão dela foi realizar um debate com os participantes a fim de construir conceitos relacionados às redes. Rosiléia considera que esse é um tópico que ainda precisa ser destrinchado e melhor discutido, mas que possui extrema importância para a sociedade. Innovation Strategies at IBM, Jamshid Vayghan, IBM. Após intervalo para almoço Jamshid Vayghan iniciou sua apresentação para falar um pouco sobre as estratégias inovativas adotadas pela IBM. Inicialmente Jamshid destacou a importância de saber como inovar dentro de uma corporação, segundo ele é necessário realizar um plano inovativo estratégico, a fim de viabilizar o processo de transformação de uma ideia em um projeto de sucesso. Jamshid mostrou para os participantes como algumas ideias não são promissoras, concluindo que uma inovação deve ter utilidade à sociedade, um público específico e deve suprir uma necessidade, um gap de mercado. Ainda, Jamshid destaca que projetos inovadores devem também estar alinhados a estratégia da corporação. Ele defende o uso sistemático de inovação, atrelando à empresa uma cultura de inovação. Segundo o palestrante é importante destacar que há um tempo para atingir as metas, pois um gap de mercado hoje pode não ser o mesmo do futuro, de modo que a ação da empresa deve ser rápida e efetiva. Jamishd conclui que o planejamento inovativo sistemático seria um facilitador para as corporações adotarem essas práticas mais efetivas. Posteriormente o palestrante destacou algumas práticas chaves adotadas que possibilitam a inovação na IBM: estabelecimento de uma cultura de colaboração; estratégia do negócio aberta e transparente; a existência de ferramentas que possibilitem às pessoas trabalharem de forma colaborativa; criação de comunidades especificas, que trabalhem bem juntas e possuam características específicas semelhantes; criação de 5 CRI | Centro de Referência em Inovação uma organização de conhecimento gerando educação e conhecimento para o pessoal (empregados); criação de um ambiente de interação social facilitada. Nesse contexto, Jamshid conta que a IBM definiu como estratégia a intensão de construir um planeta mais inteligente, ou seja, interligado, com grandes bancos de dados e ferramentas cada vez mais potentes e inteligentes. A IBM, para isso, criou um ecossistema de inovação interno e parte desse sistema consiste em um processo de inovação dividido nas seguintes fases: identificar os desafios; mobilizar os interessados e colaboradores; incubação, prototipação e validação; implementação no mercado. Jamishd conta que a IBM possui uma grande variedade de projetos que tem como ponto principal o processo de inovação citado. Um deles é o Blue Mix Garage, um evento de discussão para o surgimento de novas ideias, sendo seu fator principal o fato de ser realizado também com pessoas de fora da IBM, trazendo ideias que podem ser inéditas à empresa. O palestrante finalizou sua participação destacando a importância da IBM para tendo em vista as mudanças observadas por todo o mundo ao longo de sua existência e como o planeta se moldou de tal forma devido ao grande motor de inovação que a empresa já foi e ainda é para a sociedade. O Futuro pela Inovação, Guilherme Araújo, Fundador da Startup ZUBB Encerrando as participações e debates do dia, Guilherme Araújo, fundador da ZUBB, deu início a sua participação no evento discutindo sobre a construção do futuro por meio da inovação. Inicialmente, Guilherme falou de alguns projetos desenvolvidos por ele. Um deles foi o #doepalavras, projeto destinado a incentivar pacientes em hospitais por meio do compartilhamento de mensagens de apoios a pacientes de um hospital especializado no tratamento de câncer na cidade de Belo Horizonte. Guilherme conta que o projeto ganhou grande destaque, gerando 4,5 milhões de reais em mídia espontânea e um aumento de 15% do volume de doações. Guilherme conta que a ZUBB, é uma empresa especializada em comunicação digital, e traz diversas inovações ao setor. A ZUBB foi criada há 2 meses, quando o Guilherme deixou a grande corporação que trabalhava para elaborar junto com um sócio um projeto inovador, que segundo ele, seria fundamental para acompanhar as mudanças no setor de comunicação e publicidade. Guilherme destaca que a o setor da comunicação sofre muitas mudanças atualmente, principalmente com os novos paradigmas nos meios de comunicação social e novas tecnologias na telecomunicação. Uma das principais mudanças, segundo ele, se deu pela multiplicidade de canais que surgiram nos últimos tempos. 6 CRI | Centro de Referência em Inovação A ZUBB trabalha de duas maneiras, desenvolvendo plataformas para outras empresas ou por meio de consultoria no setor da publicidade e comunicação digital. Para isso a empresa desenvolveu o track.me. A principal função desse projeto é mapear informações através dos meios de comunicação, redes sociais, sites, entre outros. A partir desse mapeamento define-se estratégias para empresas, o melhor meio de se inserir na mídia e o perfil de seus clientes. Outro projeto desenvolvido é o Digitopolis. Seu objetivo é elaborar análises do uso de terrenos, por meio dessas análises a ZUBB poderia estabelecer ao seu cliente qual o melhor empreendimento para o terreno que ele possui. Para isso eles observam desde a disposição física do local, até o perfil das pessoas que frequentam a região. Guilherme finalizou sua apresentação concluindo que a ZUBB é uma mistura de agência com startup. Ainda, ele destaca que em um cenário atual, de grande volume de mudanças e alterações de paradigmas, é importante sair do plano das ideias e adotar práticas que estejam de acordo com as mudanças e oportunidades identificadas. 7