Área: CV ( ) CHSA ( ) ECET ( ) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PRPPG Coordenadoria Geral de Pesquisa – CGP Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 – Bairro Ininga Cep: 64049-550 – Teresina-PI – Brasil – Fone (86) 3215-5564 – Fone/Fax (86) 3215-5560 E-mail: [email protected]; [email protected] MONITORAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO TEOR DE ÓLEO EM ACESSOS DE BABAÇU E PINHÃO-MANSO Bárbara Cristina da Silva (Bolsista do PIBITI/CNPq), Mariane Gomes de Lima (Colaboradora, Pós-Graduação em Química- UFPI), Carla Verônica Rodarte de Moura (Orientadora, Departamento de Química - UFPI) INTRODUÇÃO Grande parte da energia mundial tem sua origem de combustíveis fósseis, como o petróleo, carvão mineral e gás natural. No entanto esses combustíveis são limitados, necessitando de fontes alternativas de energia para o suprimento da necessidade do planeta e com isso diminuir a poluição causada por esses combustíveis. Segundo Lôbo (2009), o biodiesel é uma alternativa muito favorável, pois não contém enxofre, e não origina poluentes durante sua produção, proporcionando ótima qualidade nas emissões de gases não tóxicos no processo de combustão. De acordo com Cordeiro (2011), o biodiesel pode ser produzido através da reação de transesterificação ou alcoólise, proveniente de óleos vegetais com auxílio de um catalisador, sendo este ácido ou básico, homogêneo ou heterogêneo. O biodiesel também possui a vantagem de ser adaptável a novas tecnologias como os veículos movidos a diesel, emitindo uma baixa concentração de gases tóxicos responsáveis pelo efeito estufa, como o dióxido de carbono e compostos de enxofre. METODOLOGIA Realizou-se a extração do óleo de babaçu e pinhão-manso via método soxhlet por 6 e 12 horas, posteriormente a extração fez-se a degomagem dos óleos para retirada das gomas, realizouse o índice de acidez de acordo com Instituto Adolfo Lutz. Determinou-se o índice de saponificação utilizando o método do Instituto Adolfo Lutz. Para o óleo de pinhão manso, necessitou-se realizar a neutralização do óleo de pinhão-manso. Para caracterização química dos óleos foi utilizado a técnica de cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (CG-FID) e infravermelho por transformada de fourier (FTIR). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos para o índice de acidez dos óleos estão de acordo com o estabelecido pela literatura em que o índice de acidez deve ser inferior a 1 para o preparo do biodiesel. Todos os resultados estão relacionados ao processo de degomagem. Com relação ao índice de saponificação, os valores obtidos para as amostras de babaçu foram inferiores ao estabelecido pelo método descrito no Instituto Adolfo Lutz, e os valores encontrados para as amostras de pinhão-manso apresentaramse superiores. O índice de saponificação encontrado para as amostras de babaçu e pinhão-manso de 6 e 12 horas de extração, mostram que ambas possuem alto teor de material saponificável. Segundo Araújo (2009), quanto maior for o índice de saponificação menor será o peso molecular do ácido graxo, pois a média estabelecida é em torno de 135 a 200, e um valor superior a indica uma deterioração. De acordo com os espectros obtidos através da espectroscopia no infravermelho do óleo de babaçu e de pinhão-manso Figura 1 e 2 respectivamente, apresentaram uma banda larga entre 3592-1 3440 cm característica de deformação axial de grupos hidroxila (O-H), em ligações de hidrogênio, sugerindo presença de água na amostra. Foram observadas bandas de absorção características de deformação axial intensa do grupo C=O (carbonila) e uma absorção média do C-O (éster) nas regiões de 1753 cm -1 e 1220 cm próxima a 1467 cm -1 -1 respectivamente. (SANTOS, 2008) Observa-se uma banda de absorção equivalente à deformação angular simétrica no plano do grupo metileno. (SILVERSTEIN, 2005) Figura 1: Espectro de absorção no infravermelho Figura 2: Espectro de absorção no do óleo de babaçu infravermelho do óleo de pinhão-manso 120 100 100 Transmitancia (%) Transmitancia (%) 80 80 60 40 20 0 4000 60 40 20 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 4000 3500 -1 Numero de onda (cm ) Fonte: arquivo pessoal 3000 2500 2000 1500 1000 500 -1 Numero de onda (cm ) Fonte: arquivo pessoal Com base nas análises cromatográficas para o óleo de babaçu e pinhão-manso observou-se que a composição em ácidos graxos do óleo de babaçu e pinhão-manso utilizado estava próxima da composição teórica. Os perfis cromatográficos obtidos para a composição em ácidos graxos desses óleos estão expostos nas Figuras 3 e 4. Os resultados demonstraram que as amostras de babaçu são constituídas por ésteres que são correspondentes aos ácidos graxos que compõem o óleo de babaçu. Observou-se a predominância dos ácidos graxos saturados mirístico (C14:0), cáprico (C10:0), láurico (C12:0) e palmítico (C16:0) (SANTOS, 2008). Com relação às análises feitas para o óleo de pinhão-manso, observou-se a predominância dos ácidos graxos esteárico (C18:0), linoleico (C18:1), linolênico (C18:2), palmítico (C16:0), palmitoleico (C16:1). Figura 3: Composição em termos de ácidos Figura 4: Composição em termos de ácidos graxos do óleo de babaçu. graxos do óleo de pinhão-manso Fonte: arquivo pessoal Fonte: arquivo pessoal CONCLUSÃO O método soxhlet é de grande eficiência na extração de óleo vegetal para uma posterior produção de biodiesel, pois a utilização do método permitiu que se obteve resultados satisfatórios. O processo de degomagem é bastante vantajoso, pois com uso deste é possível reduzir quantidade de fosfatídeos hidratáveis evitando interferências durante a produção de biodiesel. Aplicando o processo ao óleo de babaçu e pinhão-manso, algumas diferenças puderam ser notadas, principalmente nos aspectos físico-químicos de ambos os óleos, deixando-os adequados para a obtenção do biodiesel. O índice de acidez obtido para as amostras de babaçu foi aceitável, pois apresentaram baixo índice de acidez. As amostras de pinhão-manso apresentaram um alto índice de acidez o que necessitou de uma neutralização. Com o processo de neutralização, obteve-se um baixo índice de acidez. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Júlio Maria de Andrade; Química de Alimentos: teoria e pratica, Viçosa, 4ª edição, p. 111. 2009. CORDEIRO, Claudiney Soares; SILVA, Fabiano Rosa da; WYPYCH, Fernando; RAMOS, Luiz Pereira. Catalisadores heterogêneos para produção de monoésteres graxos (biodiesel). Química Nova, Paraná, v. 34, n. 3, p. 477-486. 2011. SANTOS, Joselene Ribeiro de Jesus. Biodiesel de babaçu: avaliação térmica, oxidativa e misturas binárias. 2008. 103f. Tese (Doutorado)- Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em Química, João Pessoa. Disponível em: < http://www.ppgq.quimica.ufpb.br/teses/Tese_Jose> . Acesso em: 17 de set. 2013. LUTZ, Instituto Adolfo; Métodos físico-químicos para análise de alimentos, São Paulo: IMESP, p. 600-601. 2008. LÔBO, Ivo Pinheiro; FERREIRA, Sérgio Luis Costa; CRUZ, Rosenira Serpa da. Biodiesel: parâmetros de qualidade e métodos analíticos. Química Nova, Bahia, v. 32, n. 6, 1596-1597, 2009. SILVERSTEIN, R. M.; WEBSTER, F. X. Identificação Espectrométrica de Compostos Orgânicos, 6ª. ed. Editora LTC, Rio de Janeiro, 2000. Palavras Chave: extração. babaçu. pinhão-manso.