UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Amanda Cristina Souza dos Santos Leda Maria de Assis Bueno APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO ABC EM UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO TNT Technology Lins - SP LINS – SP 2014 AMANDA CRISTINA SOUZA DOS SANTOS LEDA MARIA DE ASSIS BUENO APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO ABC EM UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Professor Dr. André Ricardo Ponce dos Santos e orientação técnica da Professora Ma. Heloísa Helena Rovery da Silva. LINS – SP 2014 P49g Santos, Amanda Cristina Souza; Bueno, Leda Maria de Assis Aplicação do método de custeio ABC em uma empresa de tecnologia da informação: TNT Technology / Amanda Cristina Souza dos Santos; Leda Maria de Assis Bueno. – – Lins, 2014. 113p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2014. Orientadores: André Ricardo Ponce dos Santos; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Contabilidade de Custos. 2. Métodos de Custeio. 3. Sistemas de Informação. CDU 658 AMANDA CRISTINA SOUZA DOS SANTOS LEDA MARIA DE ASSIS BUENO APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO ABC EM UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em: 09 / 12 / 2014 Banca examinadora: Prof° Orientador: André Ricardo Ponce dos Santos Titulação: Doutor em Engenharia de Produção pela FGN – UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba) Assinatura: ____________________________ 1°Prof (a): Euclides Reame Junior Titulação: Mestre em Engenharia da Produção pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP. Assinatura: ____________________________ 2º Prof (a): Ricardo Gonçalves dos Santos Titulação: Mestre em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília UNIMAR. Assinatura: ____________________________ Dedico à conclusão deste trabalho a DEUS, por ter me permitido passar durante todo este curso, olhar para trás e não me arrepender de nada, esses anos me proporcionaram grande experiência e conhecimento e adquiri amigos para vida toda. A minha mãe que sempre me apoiou irmãos, tias e tios, que sempre me deram maior incentivo para estar aqui e não desistir! Amo vocês! Dedico ao meu companheiro de grandes Lutas Diego, que me acompanhou , incentivou e não me deixou desistir, essa jornada, não foi fácil para nós, algumas mudanças foram necessárias, porém inevitáveis, obrigada por não me deixar desistir, acima de tudo me apoiar. Agradeço a Deus, por ter você em minha Vida. Amo você! A minha companheira de grupo Leda pela paciência e dedicação. Foi um prazer imenso compartilhar conhecimentos e juntas concluirmos esse trabalho. Obrigada. E por fim aos e professores, orientadores por todo tempo dedicado, através de conversas e ensinamentos, muito obrigada, serei eternamente grata pelos anos de aprendizado Amanda Santos Dedico este trabalho primeiramente ao meu Deus que é a inspiração da minha vida sem Ele eu jamais teria condições de chegar até aqui ou em qualquer outro lugar, que me provou a sua existência e o seu amor incondicional por inúmeras vezes na minha caminhada. Dedico também a meus pais e meus irmãos, a família que tanto amo, por sempre me apoiaram e me incentivaram a iniciar e concluir esse curso. Vocês são a minha vida, sem vocês eu jamais conseguiria prosseguir. Ao meu noivo e futuro esposo Daniel por todo amor demonstrado, pelo ombro amigo, pelo apoio, incentivo, paciência e por estar ao meu lado tanto nos bons quanto nos maus momentos. Eu te amo! A minha queria companheira de grupo Amanda, pela paciência, pela amizade, pelo apoio e pelas trocas de conhecimentos. Foi um enorme prazer poder compartilhar as emoções provenientes do desenvolvimento desse trabalho com você. Ao Dr. José Fernando Mantovani Micali e Maria Malvina Ferrioli Fernandez que se mostraram prontos a fornecerem as informações necessárias para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho. Aos orientadores Drº André Ricardo Ponce dos Santos e Mª Heloísa Helena Rovery da Silva, pela orientação, por toda paciência e atenção. E enfim a todos os professores deste curso! Leda Maria de Assis Bueno AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus a oportunidade de iniciarmos e concluirmos esse trabalho. Está é uma fase de minha vida, que no inicio era novidade e que em um piscar de olhos se conclui. Foi uma jornada e tanto, que necessitou de atenção, trabalho árduo, dedicação e amor. Fases de horas cansativas, de desânimo e de duvidas, de conhecimento e de alegrias, fase de novas amizades e descobertas de amizades inesquecíveis. A isso, agradeço a Deus, por ter me guiado nas horas difíceis, ter me abençoado por chegar até aqui, me feito acreditar que seria capaz de enfrentar qualquer obstáculo, mesmo nos momentos mais dificultosos, colocando em meu caminho pessoas incomparáveis. E desde então peço ao senhor que continue me iluminando minha vida, que ainda há uma longa estrada a seguir. Dando-me sabedoria e que me amor e minha fé aumente a cada dia. Obrigada! A minha mãe, mulher guerreira e minha fonte também inspiradora, pela dedicação e pelo amor incondicional e apoio sempre, estando comigo durante esta jornada. Aos meus irmãos que vivenciaram comigo momentos bons e os mais difíceis, obrigada pelo apoio. Em especial ao meu companheiro Diego, obrigada por me apoiar e me ajudar em todos os momentos, sempre me incentivando nos momentos mais difíceis, onde por meio de muita dedicação e paciência me ajudou a chegar até aqui. Dedico às pessoas maravilhosas, a minha família, em que a todo o momento me apoiaram. Obrigada sem incentivo de vocês talvez hoje não estivesse aqui. Aos amigos de forma geral, que me acompanharam nessa jornada, me auxiliando e me ajudando, compartilhando experiências de vida. Aos nossos orientadores, Professor André e Professora Heloisa, que nos auxiliou da melhor forma possível, e sempre nos ajudando e ampliando nossos conhecimentos. Agradeço a todos por nos ajudar a concluir essa jornada. Meu muito Obrigada! Amanda Santos Agradeço a Deus por ser o autor da minha vida, por ter misericórdia e me ajudar em todos os momentos da minha caminhada neste mundo, a Ele seja toda a glória, toda honra e todo louvor. Aos meus pais Paulo Renato e Maria Regina, que são a minha vida, por todo o amor demonstrado e que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando, me incentivando, me corrigindo, me orientando, me instruindo em todas as áreas da minha vida. Aos meus irmãos Arthur e Ariel, que tanto amo, por todo o cuidado para comigo e por sempre estarem ao meu lado, me ajudando em tudo. Ao meu noivo Daniel, que é um presente de Deus para a minha vida, por todo o amor, apoio, amizade, força, ombro amigo, por sempre estender a mão para me ajudar. A minha vó Isabel que desde a infância me dizia para estudar contabilidade, graças aos seus conselhos o desejo de estudar ciências contábeis nasceu o meu coração e me fez chegar até aqui. A todos os professores e amigos de turma e principalmente aos professores orientadores André e Heloísa, e a minha querida parceira de TCC Amanda, que foram peças importantíssimas para a conclusão desse trabalho. Leda Maria de Assis Bueno RESUMO Este trabalho é o resultado de um estudo sobre os fundamentos de custos em especial sobre os métodos de custeio e foi elaborado com o objetivo de analisar o processo de gestão da empresa de tecnologia da informação TNT Technology. Apresenta-se inicialmente um breve histórico sobre a empresa, que fica localizada no município de Lins, Estado de São Paulo e sua evolução no mercado da tecnologia da informação que iniciou em 2002 com a empresa TNT Educacional que oferecia cursos de extensão na área de TI e as aulas eram ministradas dentro de um ônibus e sua evolução até a data presente. Em 2009 o sistema de gestão Orion foi consolidado no mercado de instituições de ensino. Em 2013 a TNT Technology inicia os seus trabalhos com soluções de TI para inspeção aérea remotamente tripulada. A pesquisa apresenta também o organograma da TNT Technology, os serviços oferecidos e uma breve explicação sobre o mercado de serviços de informação. Neste trabalho também são abordados conceitos sobre sistemas de informações desde a estrutura, os tipos de sistemas, a descrição, composição e suas características e conceitos sobre Contabilidade Gerencial voltada para custos e mensuração de resultados em especial sobre os métodos de custeio Pleno, Absorção, Baseado em Atividades e Variável. A contabilidade como ferramenta de gestão oferece meios de controle das informações, potencializando a tomada de decisão. No que tange ao controle dos custos, evidencia-se a necessidade de haver um estudo sobre os custos em cada setor da economia tendo em vista suas particularidades quanto aos métodos de custeamento. No setor de prestação de serviços, o qual pertence às empresas de TI, existe grande incidência de custos indiretos nas atividades de apoio o que influencia significativamente a formação do custo das atividades diretas, determinantes na produção. Com o objetivo de avaliar as principais características dos métodos de custeio mais conhecidos, bem como propor a aplicação do método mais indicado para as organizações de TI, por sua vez tipicamente compostas por substanciais custos indiretos, elaborou-se o presente estudo de diagnóstico e proposição de aplicação do ABC – Custeio Baseado em Atividades – um estudo de caso. Palavras-chaves: Contabilidade de Custos. Métodos de Custeio. Sistemas de Informação. ABSTRACT This work is the result of a study on the grounds of cost especially on costing methods and was developed with the aim of analyzing the process of managing the company's information technology TNT Technology. Initially presents a brief history of the company , which is located in the city of Lins , State of Sao Paulo and its evolution in the information that started in 2002 with the company TNT Educational offering extension courses in IT technology market and classes were held in a bus and its evolution to date . In 2009 the Orion management system was consolidated in the market of educational institutions. In 2013 TNT Technology begins its work with IT solutions to remotely manned aerial surveillance. The research also shows the organization chart of TNT Technology, services offered and a brief explanation of market information services. This work are also discussed concepts of information systems from the structure , the types of systems , the description , composition and characteristics and concepts of Managerial Accounting facing costs and measuring results especially on costing methods Plenum , Absorption , based Activities and Variable . Accounting as a management tool provides the means to control the information, enhancing decision making. With respect to cost control, highlights the need for a study on the costs in each sector of the economy towards its particulars as to the methods of costing. In the service sector, which belongs to the IT industry, there is high incidence of indirect costs in support activities which significantly influences the formation of the direct cost, determinants for the production activities . With the aim of evaluating the main characteristics of the most popular methods of costing , and propose applying the most appropriate method for IT organizations , in turn typically consist of substantial overhead , we prepared this study for diagnosis and proposition application of ABC - Activity Based Costing - a case study. keywords: Cost Accounting . Costing methods . Information Systems. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Ônibus onde iniciou os trabalhos da TNT .................................................. 17 Figura 2: Logo da TNT – Technology. ....................................................................... 18 Figura 3: Fachada da TNT Technology ..................................................................... 19 Figura 4: Tóten da TNT - Technology ....................................................................... 20 Figura 5: Organograma TNT - Technology ............................................................... 20 Figura 6: Ambiente Orion .......................................................................................... 21 Figura 7: Logo da empresa Sonda IT. ....................................................................... 22 Figura 8: Logo da empresa Stefanini. ....................................................................... 23 Figura 9: Logo do CREA-SP ..................................................................................... 23 Figura 10: Logo do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus .............. 24 Figura 11: Modelo Genérico Sistema Aberto............................................................. 28 Figura 12: Ilustração dos setores de uma empresa interligados a um sistema ERP. 31 Figura 13: Interface da Configuração do calendário letivo do sistema Orion ............ 35 Figura 14: Interface do portal do aluno do sistema Orion .......................................... 36 Figura 15: Interface cadastro de fornecedores (pessoa jurídica) do sistema Orion .. 36 Figura 16: Interface de lançamentos de títulos a receber do sistema Orion ............. 37 Figura 17: Interface geração de lançamentos contábeis do sistema Orion ............... 37 Figura 18: Interface da WikiTNT ................................................................................ 38 Figura 19: Interface do portal do Service-desck do sistema Orion ............................ 39 Figura 20: Interface do cadastro de pautas de produção do sistema Orion .............. 40 Figura 21: Interface do cadastro de pautas de produção do sistema Orion .............. 40 Figura 22: Interface do cadastro de pautas de produção do sistema Orion .............. 40 Figura 23: Interface do cadastro da matriz de trabalho do sistema Orion ................. 41 Figura 24: Interface Intranet do sistema Orion .......................................................... 42 Figura 25: Modelo referencial para apurar custos em serviços ................................. 70 Figura 26: Sistema de custo proposto para apurar custo em serviços ...................... 72 Figura 27: Atividades executadas na implantação de um sistema ............................ 81 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Níveis de estrutura do produto (detalhamento e aglutinação). ................. 65 Quadro 2: Custo nas empresas de serviços.............................................................. 67 Quadro 3: Exemplo de espécies de recursos consumidos ........................................ 73 Quadro 4: Custos classificados como diretos e indiretos .......................................... 74 Quadro 5: Valor dos recursos consumidos ............................................................... 77 Quadro 6: Valor dos custos diretos ........................................................................... 78 Quadro 7: Valor dos custos indiretos ........................................................................ 78 Quadro 8: Atividades analisadas ............................................................................... 79 Quadro 9: Dicionário das atividades analisadas........................................................ 80 Quadro 10: Recursos indiretos consumidos e os respectivos direcionadores .......... 83 Quadro 11: Dedicação de cada funcionário na execução das atividades (%) ........... 84 Quadro 12: Dedicação dos funcionários às micro atividades da atividade implantar sistemas (%).............................................................................................................. 85 Quadro 13: Distribuição dos custos de remuneração e encargos a atividades implantar sistemas. ................................................................................................... 86 Quadro 14: Distribuição dos custos de remuneração e encargos à micro atividade implantar sistema. ..................................................................................................... 88 Quadro 15: Sintetiza a distribuição dos custos às atividades. ................................... 89 Quadro 16: Alocação de custos às microatividades da atividade implantar sistemas .................................................................................................................................. 93 Quadro 17: Direcionadores de atividades ................................................................. 94 Quadro 19: Mapa de alocação dos custos para o produto ........................................ 96 Quadro 20: Demonstração do resultado final de cada sistema implantado. ............. 97 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABC – Activity Bases Costing (Custos Baseados por Atividades) ABES – Associação Brasileira de Empresas de Software ABM – Activity Based Management (Gestão Baseada em Atividades) BI – Business Intelligence (Inteligência Empresarial) CPV – Custo do Produto Vendido CREA-SP – Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia de São Paulo CSP – Custo do Serviço Prestado DAS – Documento de Arrecadação do Simples Nacional DSS – Decision Support Systems (Sistema de Suporte e Decisão) EAD – Ensino à distancia EIS – Executive Information System (Sistema de Informações Executivas) ERP - Enterprise Resource Planning (Sistema Integrado de Gestão Empresarial) IASCJ – Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus ID - Identificador IE – Instituição de Ensino Regular IES - Instituição de Ensino Superior JEE - Java Enterprise Edition MRP – Materials Requirement Planning (Planejamento das Necessidades de Materiais) MRPII – Manufactturing Resources Planning (Planejamento das Necessidades de Materiais II) RH – Recursos Humanos RKW – Reichskuratorium Fiir Wirtschajtlichkeit (Método de Custeio Pleno) SAAS – Software as a Service (Software como Serviço) SAD’s – Sistemas de Apoio a Decisão SI – Sistema de Informação SIAO – Sistema de Apoio às Operações SIG’s – Sistema de Informações Gerenciais TCO – Total cost of ownership (Custo Total de Propriedade) TI – Tecnologia de Informação TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação SUMÁRIO INTRODUÇÃO.........................................................................................................15 CAPÍTULO I - TNT TECHNOLOGY........................................................................17 1 HISTÓRIA DA EMPRESA............................................................................17 1.1 Origem da Empresa......................................................................................17 1.2 Missão Visão e Valores.................................................................................18 1.3 Ramo de Atividade........................................................................................19 1.4 Estruturação da Empresa..............................................................................19 1.5 Serviços Oferecidos......................................................................................21 1.6 Público Alvo...................................................................................................22 1.7 Principais Concorrentes................................................................................22 1.8 Principais Clientes.........................................................................................23 1.9 Plano de Expansão.......................................................................................24 1.10 Vendas..........................................................................................................24 1.11 Mercado de serviços de informação.............................................................25 1.12 Contabilidade................................................................................................25 CAPÍTULO II - REVISÃO TEÓRICA......................................................................27 2.1 Sistemas de Informações................................................................................27 2.1.1 Estrutura dos Sistemas de Informação .........................................................27 2.1.2 Sistemas de Informação de Apoio as Operações........................................29 2.1.3 Sistema de Informações de Apoio a Gestão .............................................29 2.1.4 Sistemas de Informação de Apoio a Decisão...............................................30 2.1.5 Enterprise Resource Planning (ERP) ...........................................................30 2.1.6 Orion - Descrição e Composição..................................................................32 2.1.6.1 Características do Orion..............................................................................33 2.1.6.2 Custo Total de Propriedade (TCO) .............................................................34 2.2 Contabilidade Gerencial....................................................................................43 2.2.1 Definição dos elementos na Contabilidade Gerencial.....................................43 2.2.2 Receitas...........................................................................................................44 2.2.3 Contabilidade de Custos..................................................................................44 2.2.4 Conceitos e tipos de Custos..........................................................................43 2.2.5 Métodos de Custeio.......................................................................................47 2.2.5.1 Método de Custeio Pleno............................................................................48 2.2.5.2 Método de Custeio por Absorção................................................................48 2.2.5.3 Método de Custeio Baseado em Atividades (ABC) .....................................51 2.2.5.4 Método do Custeio Variável.........................................................................52 2.2.6 Mensuração dos Resultados...........................................................................56 2.2.7 Mensuração dos resultados por área ou divisões.........................................56 2.2.8 Margem de Contribuição por atividade...........................................................56 2.2.9 Conceituação de serviço e produto.................................................................57 2.2.10 Direcionadores de custos..............................................................................58 2.2.11 Fases para Implantação do Custeio ABC.....................................................59 CAPÍTULO III - ESTRUTURAÇÃO DOS CUSTOS NO DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ............................................................................................................65 3 CONCEITOS.........................................................................................................65 3.1 Desenvolvimento de Produto/serviço.................................................................65 3.2 Composição do custo do software/serviço.........................................................67 3.3 Custos em Serviços de Informática....................................................................68 3.4 Proposta e implantação de um sistema de custo baseado em atividades.........69 3.4.1 Modelo referencial...........................................................................................69 3.4.2 Sistema de custo proposto..............................................................................72 CAPÍTULO IV - APLICAÇÃO PRÁTICA.................................................................76 4 CARACTERIZAÇÃO.....................................................................................76 4.1 Caracterização da empresa TNT Technology como base de estudo...............76 4.2 Aplicação da sistemática....................................................................................76 4.2.1 Levantamento de todos os Recursos Consumidos.......................................76 4.2.2 Classificação Custos Diretos e Indiretos......................................................78 4.2.3 Levantamento das atividades Executadas......................................................79 4.2.4 Identificação dos custos indiretos com as atividades....................................83 4.2.5 Cálculos do Custo dos Serviços Prestados.....................................................98 4.2.6 Análise dos Dados.......................................................................................105 4.3 Parecer Final......................................................................................................98 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..........................................................................100 CONCLUSÃO........................................................................................................101 REFERÊNCIAS......................................................................................................103 APÊNDICES.......................................................................................................... 108 15 INTRODUÇÃO A velocidade com que as mudanças têm ocorrido nas empresas nos últimos anos permitiu a entrada de novas empresas estrangeiras com alta tecnologia no desenvolvimento de bens e serviços, e passou a exigir das empresas nacionais o uso de instrumentos rápidos e eficazes para aprimorar suas técnicas de gerenciamento de resultados, de custeio dos seus bens e serviços e de fundamentar suas decisões. Neste sentido, é importante e necessário que as empresas brasileiras, em especial, seus gestores, tenham informações de natureza qualitativa que os subsidie no processo de operação, gestão e decisão. As empresas prestadoras de serviços de informática encontram dificuldades para apurar os seus custos, em grande parte devido às informações erradas fornecidas pelos clientes a respeito do tipo de sistema a ser implantado em suas empresas para atender às suas necessidades. Os custos que a empresa gera com o despreparo da equipe de suporte no atendimento aos clientes e as falhas nos sistemas (erro no programa) influenciam no resultado da empresa e, também, são difíceis de serem quantificados. Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), isto requer treinamento extensivo e delegação de poderes aos funcionários para que estes atuem apropriadamente na ausência da supervisão direta. É comum que as empresas prestadoras de serviços não possuam ferramentas úteis e adequadas para apurar seus custos, dificultando o trabalho dos administradores no momento de tomar decisões gerenciais sobre qual serviço lhes é mais rentável ou quais os custos estão lhes fugindo ao controle. Diante do exposto, juntamente com a pesquisa exploratória originou-se a seguinte pergunta problema: Como deveria ser estruturado um sistema de custos adequado a uma empresa prestadora de serviço de tecnologia da informação? Para responder a esse questionamento chegou-se a seguinte hipótese: Realizar um estudo e aplicação do método de custeio ABC que segrega os custos diretos dos indiretos, sendo estes últimos alocados aos serviços prestados por meio das atividades. 16 Para demonstrar a veracidade da questão levantada, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa TNT Technology no período de fevereiro a outubro de 2014, onde se objetivou demonstrar um sistema de custos baseado em atividades, descrevendo toda a composição do processo de execução de atividades na empresa. Os métodos de pesquisa utilizados foram: Método de observação sistemática, através do qual foram observadas e acompanhadas as atividades desenvolvidas pelos funcionários da empresa para levantamento dos custos. Método histórico, através do qual foram observados e analisados os dados e evolução da história da empresa. E realizado um estudo de caso na empresa TNT Technology. As técnicas aplicadas foram: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A); Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B); Roteiro Histórico da Empresa TNT- Technology (Apêndice C); Roteiro de Entrevista dos sócios e proprietários (Apêndice D); Roteiro de Entrevista para o contador (Apêndice E); O presente trabalho é constituído de quatro capítulos: Capítulo I – descreve a história de crescimento da empresa, seus princípios, missão, valores, sua atuação no mercado e estrutura. Capítulo II – disponibiliza a revisão teórica tanto de Sistemas de Informação como de Contabilidade Gerencial Capítulo III - disponibiliza a estruturação dos custos no desenvolvimento de software. Capítulo IV – relata a aplicação do sistema proposto e os resultados alcançados bem como a justificação de tal opção. Finalizando, apresentam-se a Proposta de Intervenção e a Conclusão. 17 CAPÍTULO I TNT TECHNOLOGY 1 HISTÓRIA DA EMPRESA 1.1 Origem da Empresa No ano de 2002 a TNT Educacional iniciou suas atividades atuando no segmento de Cursos de Extensão na área de TI. Além dos cursos presenciais na cidade de Lins, a TNT possuía um ambiente de ensino itinerante que se deslocava até cidades em que havia maior concentração de aluno, conforme ilustrado nas figuras a seguir. O conceito era: “A Escola vai até o Aluno!”. Figura 1: Ônibus onde iniciou os trabalhos da TNT Fonte: Arquivo da empresa, 2014. Em 2004, aproveitando os recursos humanos formados em seus Cursos, a TNT Educacional passou a atuar nas áreas de Consultoria e Serviços de Redes Linux e iniciou seus primeiros trabalhos como Fábrica de Software. Em 2006, a TNT Educacional, como todo o know-how adquirido na produção de software sob demanda, inicia a construção de produto próprio: o ORION. O ORION foi um dos primeiros ERP 100% web do mercado. 18 Em 2006, além dos Cursos de Extensão, a TNT Educacional passa a oferecer Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu na área de TI. No ano de 2009, com o ORION consolidado no mercado de Instituições de Ensino e com as pós-graduações em pleno andamento, resolve-se desmembrar a TNT em duas empresas com focos específicos: a TNT Educacional dedicada a Cursos e a TNT Technology atuando como Fábrica de Software, desenvolvendo produtos sob demanda e mantendo e evoluindo o ORION. Figura 2: Logo da TNT – Technology. Fonte: Arquivo da empresa TNT Technology, 2014 Em 2013 a TNT Techonology inicia seus trabalhos com soluções de TI para Inspeção Aérea Remotamente Tripulada e amplifica a área de pesquisa no âmbito da empresa. 1.2 Missão Visão e Valores Missão: A Missão da TNT Technology é promover o desenvolvimento humano por meio de soluções de Tecnologia da Informação. Visão: As iniciativas e ações da TNT Technology são orientadas pela visão da criação de soluções de TI que promovam nos clientes o desempenho corporativo, a qualidade da gestão e a melhoria constante de seus produtos e serviços criando assim um ciclo virtuoso que propicie o desenvolvimento humano. Valores e Princípios: a) Verdade b) Evolução constante c) Respeito aos seres e organizações d) Busca da excelência em cada ação 19 e) Cooperação e colaboração 1.3 Ramo de Atividade A TNT Technology é uma empresa especializada em desenvolvimento de soluções de TI. 1.4 Estruturação da Empresa A TNT Technology opera suas atividades em um prédio com 900 m² de área construída, possui 33 funcionários, e seus departamentos estão organizados da seguinte forma: a) Presidência b) Diretoria c) Administração Financeira d) Recepção e) Setor de Infraestrutura f) Célula de desenvolvimento do módulo ERP-financeiro g) Célula de desenvolvimento do módulo Acadêmico h) Desenvolvimento de Projetos. Com atendimento em horário comercial de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 18 horas, com intervalo de duas horas para o almoço. Figura 3: Fachada da TNT Technology Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014. 20 Figura 4: Tóten da TNT - Technology Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014. Figura 5: Organograma TNT - Technology Presidência Diretoria Administrativa e Financeira Comercial Contas a Pagar Contas a Receber Capital Humano Manutenção Fonte: Arquivo da empresa, 2014. Jurídico Suporte Infraestrutura Diretoria de TI Fábrica de Software 21 1.5 Serviços Oferecidos As ofertas da TNT podem ser agrupadas da seguinte forma: soluções de TI desenvolvidas sob demanda e soluções proprietárias. No primeiro segmento encontram-se produtos e serviços produzidos pela TNT no modelo de Fábrica de Software a partir de necessidades específicas do cliente. Pode-se exemplificar esse primeiro grupo de oferta com o caso do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo cuja necessidade só poderia ser atendida com a fabricação de um produto a partir do zero. No segundo grupo, destaca-se o ORION, ERP Acadêmico de propriedade da TNT. O ORION possui todos os módulos necessários para atender a Instituições de Ensino, independentemente do nível ou da modalidade de ensino ou da quantidade de campo. Trata-se de um produto 100% web e que vem sendo comercializado pela TNT preferencialmente no modelo Software as a Service (SaaS), ou seja, Software como Serviço. Apesar de o ORION possuir todos os módulos de um ERP típico, foi estratégia da TNT atuar apenas com Instituições de Ensino. Essa estratégia tem prazo de validade. Após a consolidação do ORION em Instituições de Ensino, está no planejamento de médio prazo da TNT atuar com outros segmentos do mercado. Não importando se desenvolvido sob demanda ou proprietário, as soluções da TNT contemplam não só o software em si, como também um conjunto de serviços, a saber: mapeamento de processo, instalação de infraestrutura, migração de dados, treinamento, suporte, auditoria e consultoria. Abaixo a figura 6, ilustra os processos e módulos do sistema Orion Figura 6: Ambiente Orion Fonte: Arquivo da empresa, 2014. 22 1.6 Público Alvo Como abordado anteriormente, a TNT oferece soluções de TI desenvolvidas sob demanda e soluções proprietárias, que possuem características bastante distintas quanto ao público-alvo. O desenvolvimento de soluções de TI de qualidade tem custo alto e exige um prazo considerável. Via de regra, são poucos os clientes com poder de compra de soluções sob demanda. Sendo assim, o público-alvo para esse tipo de oferta se dá pelo poder de compra do potencial cliente. Já para as soluções proprietárias, o público-alvo, neste momento se restringe a empresas da área da Educação. 1.7 Principais Concorrentes Várias empresas concorrem com a TNT quando se trata da produção de soluções sob demanda. Como a TNT atua em uma área de tecnologia de ponta, costuma encontrar como concorrente, empresas do porte de: a) Sonda IT: No Brasil, a Sonda IT atua desde 1989. Com cinco mil colaboradores e mais de 1,2 mil clientes ativos distribuídos por 26 escritórios locais que estão presentes em todos os Estados brasileiros, a organização opera através de quatro divisões de negócios: Serviços de TI, SAP, Plataformas e Aplicativos. Figura 7: Logo da empresa Sonda IT. Fonte: Arquivo da empresa, 2014 b) Stefanini: É uma multinacional brasileira privada, foi fundada em 1987 como uma empresa de treinamento. A Stefanini tornou-se uma grande empresa multinacional de tecnologia e é considerada uma das mais importantes consultorias de TI no mundo. 23 Figura 8: Logo da empresa Stefanini. Fonte: Arquivo da empresa, 2014 Já quando se trata de oferta de produtos para a área de Educação, o principal concorrente da TNT é o produto desenvolvido na própria Instituição de Ensino e a resistência da equipe de TI da empresa. 1.8 Principais Clientes Pode ser citado o CREA-SP como principal cliente de solução desenvolvida sob demanda. Trata-se de um projeto que envolve tecnologia de ponta nas seguintes áreas: tratamento de grande volume de informações, geoprocessamento, captação de imagens com veículo aéreo não tripulado, reconhecimento de padrões e dashboard (painel de indicadores). Figura 9: Logo do CREA-SP Fonte: Arquivo da empresa, 2014 O Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ) é o principal cliente da TNT quando se trata de produto desenvolvido sob demanda. O ORION se encontra instalado em 12 Colégios e uma Universidade mantida pelo IASCJ. Toda a gestão acadêmica, bem como a financeira e contábil são realizadas utilizando o 24 ORION. Todos os dados são consolidados na matriz que também tem acesso a dashboard para a gestão estratégica. Figura 10: Logo do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus Fonte: Arquivo da empresa, 2014 1.9 Plano de Expansão Dois itens se destacam no Plano de Expansão da TNT: o Comercial e o de Ofertas. A expansão comercial da TNT se baseia em estabelecimento de parcerias formais para representação dos produtos e serviços da TNT em diferentes regiões do Brasil e no exterior. Hoje se encontra em andamento a implantação de representações da TNT em nove Estados do Nordeste do Brasil, e também a reestruturação na representação em Luanda – Angola. Quanto a ofertas, a TNT tem em seus planos a curto e médio prazo: a consolidação da oferta do ORION no modelo SaaS, a atuação na educação pública e a preparação do ORION para outros segmentos de negócio, além do fortalecimento na área de Educação. 1.10 Vendas A TNT possui um estudo detalhado para a implantação de processos de Engenharia de Vendas. Alguns processos já são utilizados a partir do momento em que um cliente potencial demonstra interesse por alguma solução da TNT. Deve-se ressaltar, no entanto, que a TNT não tem tido ações mais efetivas para a prospecção de negócios e para o fortalecimento da imagem institucional e de seus produtos. Os clientes em potencial têm chegado até a TNT por indicação de 25 seus pares. A implantação de todos os processos que compõem a Engenharia de Vendas encontra-se no planejamento da Direção da TNT. 1.11 Mercado de serviços de informação De acordo a matéria publica na revista Exame por Gusmão (2014) o mercado brasileiro de TI cresceu mais de 15% em 2013, esse crescimento brasileiro foi o 7º maior visto no mundo todo, deixando atrás apenas de alguns países latinos, das Filipinas, da Índia e da Arábia Saudita. A Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) divulgou nesta semana um estudo para avaliar o desempenho do mercado nacional de TI em 2013, mas focado na área de software e serviço. Feita em parceria com a IDC, a pesquisa mostrou que, no ano passado, o Brasil teve um investimento 15,4% maior em Tecnologia da Informação do que o obtido em 2012, considerando também a área de hardware, chegando a um total de 61,6 bilhões de dólares. (Gusmão, 2014). Segundo Fagundes (2012), a área de tecnologia da informação e comunicação oferece grandes oportunidades de crescimento sustentável e competitividade para as empresas. Entretanto, a tecnologia por si só sem alinhamento estratégico com o negócio não faz sentido. Introduzir novos artefatos de hardware e software não garante aumento de produtividade do pessoal e melhoria de processos. O grande desafio dessa área é demonstrar sua capacidade de ser um agente de transformação dentro das organizações e participar diretamente das tomadas de decisões, deixando de ter apenas o papel de suporte. 1.12 Contabilidade A empresa TNT-Technology utiliza o modelo simplificado de arrecadação de impostos – Simples Nacional que segundo Luduvice (2014) é um modelo em que se arrecada a maior parte dos tributos e contribuições devidos, de forma centralizada, com uma só guia de recolhimento. Além dos impostos diretos sobre faturamento, incluem-se também no mesmo recolhimento, as contribuições patronais da Previdência Social. O nome da guia ou formulário utilizado para a arrecada do Simples Nacional é DAS – Documento de Arrecadação do Simples. O vencimento é sempre no dia vinte (20) do mês seguinte à apuração, e seu exercício fiscal é realizado no período de um ano. 26 A contabilidade da empresa TNT-Technology é terceirizada e realizada pelo escritório contábil Universo, situado na cidade Lins – SP. 27 CAPÍTULO II REVISÃO TEÓRICA 2.1 Sistemas de Informações A informação é um conjunto organizado de dados, que compõe uma mensagem sobre um determinado fenômeno ou evento, ela permite resolver problemas e tomar decisões, e sua utilização racional é à base do conhecimento. Um Sistema de Informação (SI) tem como elemento principal a informação. Seu objetivo é armazenar, tratar e fornecer informações para apoiar as funções ou processos de uma organização. Um SI é composto por um subsistema social que inclui as pessoas, processos, informações e documentos; um subsistema automatizado que consiste dos meios automatizados (máquinas, computadores, redes de comunicação) que interligam os elementos do subsistema social. Os sistemas de informação são mecanismos de apoio à gestão, desenvolvidos com base na tecnologia da informação e como suporte da informática para atuar como condutores das informações que visam facilitar, agilizar e otimizar o processo decisório nas organizações. (PEREIRA; FONSECA, 1997, p. 241). Diante disso, pode-se dizer que um sistema é um conjunto de partes interrelacionadas que interagem entre si com o objetivo de atingir determinado fim. Um SI é maior que um software, pois possui hardware, software, os processos que são executados pelas pessoas e as informações e documentos que elas manipulam. 2.1.1 Estrutura dos Sistemas de Informação Um SI pode ser divido em três partes: a entrada de dados (input) que é a captação de fontes de dados brutos de dentro de uma empresa ou ambiente externo, como por exemplo, dados, informação, regras de negócio; o processamento de dados que é a conversão dos dados de entrada em para uma forma mais útil, por exemplo, tomadores de decisão e autocontrole; e a saída de dados (output) que é transferência da informação processada para dar um suporte na tomada de decisões 28 gerenciais da empresa, por exemplo, dentre outros, gráficos, relatórios, cálculos e táticas. Figura 11: Modelo Genérico Sistema Aberto. Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 1993, p.756. De acordo com O'Brien (2004), a estrutura de um SI é formada pelos seguintes componentes: a) Hardware – É a parte física, ou seja, computadores e periféricos (impressora, processadores, monitores, teclados, dispositivos de leitura externo, etc); b)Software – É a parte logica, ou seja, o conjunto de programas que permite que o hardware processe dados; c) Pessoas – São os indivíduos que trabalham com o sistema ou utilizam sua saída. Banco de dados que é uma coleção de arquivos, tabelas e outros dados inter-relacionados que armazenam dados e suas associações; d) Redes de computadores – É um sistema de comunicação de dados formado pela interligação de computadores e outros dispositivos que permite o compartilhamento de recursos entre si; e) Procedimentos – São conjuntos de instruções para combinar os elementos mencionados de forma a processar as informações e gerar saídas desejadas, ou seja, são as funções que o sistema deve executar. 29 2.1.2 Sistemas de Informação de Apoio as Operações Os sistemas de apoio às operações (SIAO) produzem vários produtos de informação para uso interno e externo, mas não enfatizam a produção de produtos de informação específicos que possam ser mais bem utilizados pelos gerentes. Em uma empresa a função dos sistemas de apoio às operações é processar transações, controlar processos industriais, apoiar comunicações e colaboração e atualizar bancos de dados da empresa. De acordo com O’Brien (2004), os sistemas de apoio às transações são divididos da seguinte forma: a) Sistemas de Processamento de Transações – processam dados resultantes de transações empresariais, atualizam bancos de dados e produzem documentos empresariais, por exemplo, vendas, reabastecimento e contabilidade. b) Sistemas de Controle de Processos - monitoram e controlam processos industriais, por exemplo, refino de petróleo, geração de energia e produção de aço. c) Sistemas Colaborativos – apoiam equipes, grupos de trabalho e comunicações, por exemplo, e-mail, chat, videoconferência, gerenciamento de documentos. Padoveze (2004) expõe que o objetivo do sistema de apoio às operações é auxiliar os departamentos e as atividades a executarem suas funções operacionais, entende como atividades operacionais as atividades de compras, estocagens, planejamento e controle de produção e demais atividades, conforme a necessidade informacional da organização. 2.1.3 Sistema de Informações de Apoio a Gestão Os Sistemas de informações gerenciais SIG’s surgiram para auxiliar os gerentes em suas funções e acabou sendo utilizado por qualquer funcionário que necessitava tomar decisões através de relatórios e demonstrativos, por exemplo, análises de vendas, status de processos e evolução de custos. 30 Os SIG’s estão presentes nos três níveis da pirâmide administrativa (estratégico, tático e operacional) sempre que houver alguma decisão sendo tomada. Padoveze (2004) enfatiza que os dois grupos formados pelo SIAO e SIG devem agir em conjunto. Portanto, pode-se dizer de forma genérica, que os sistemas de apoio à gestão são a expressão econômico-financeira dos sistemas de apoio às operações. 2.1.4 Sistemas de Informação de Apoio a Decisão Os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD’s) fornecem apoio interativo para o processo de decisão dos gerentes, por exemplo, definição de preço de produtos, previsão de lucros e análise de riscos. Os conceitos de DSS – Sistema de Suporte a Decisão, EIS – Sistema de Informações Executivas, e BI – Inteligência Empresarial caracterizam-se como SAD’s e utilizam a base de dados dos sistemas de informações de apoio às operações não estruturadas, ou seja, informações que a organização não tem domínio para as tomadas de decisões. Podemos definir sistemas de suporte à decisão como sistemas em extensão dos modelos de contabilidade gerencial para manuseio de problemas de planejamento semi-estruturados e estratégicos, tais como: adicionar ou abandonar linhas de produtos, decisões de fazer ou comprar, decisões de alugar ou comprar, decisões de canais de distribuição etc. (PADOVEZE, 2004, p. 65) Um SAD recebe como entrada, alternativas para solução de um problema e devolve as consequências para cada alternativa. Assim o administrador pode avaliar qual é a melhor alternativa. O SAD não decide qual é a melhor decisão, nem indica quais alternativas existem. 2.1.5 Enterprise Resource Planning (ERP) Um ERP - Enterprise Resource Planning (Sistemas Integrados de Gestão) é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa, possibilita a automação e armazenamento de todas as informações de negócios, em outras palavras, é uma solução de processamento 31 eletrônico de dados, voltada para atender as necessidades operacionais das empresas. Esse tipo de sistema é formado por módulos que representa cada setor da empresa e realiza a informatização integrada de todos os processos De acordo com Haberkorn (2004), os sistemas ERP foram implantados no Brasil na década de 90 e representam uma evolução em relação a outras soluções já utilizadas no ambiente empresarial que são as ferramentas MRP (Materials Requirement Planning) e MRPII (Manufacturing Resources Planning). O MRP calcula a necessidade de compra de matérias-primas e produção de componentes a partir de previsão de vendas e de uma situação de estoque. No MRPII a fábrica é alocada minuto a minuto, operação a operação de acordo com um calendário prédefinido e um conjunto de recursos disponíveis. Padoveze (2003) cita os três principais fatores que, sob sua ótica, culminariam no aparecimento da solução do ERP: a) Movimento de integração mundial das organizações transacionais, exigindo tratamento único e em tempo real das informações; b) Tendências de substituição de estruturas funcionais por estruturas ancoradas em processos; c) A integração, viabilizada por avanços na tecnologia de informação, dos vários sistemas de informação em um sistema único. A figura 12 ilustra um sistema ERP recebendo as informações dos diversos departamentos de uma empresa. Neste tipo de sistema os departamentos são representados por módulos, por exemplo, existe um módulo para o setor financeiro, outro módulo para setor de contabilidade, outro módulo para o setor de vendas, outro módulo para o setor de compras, e assim por diante. Figura 12: Ilustração dos setores de uma empresa interligados a um sistema ERP. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014 32 Um sistema ERP completo dispensa a utilização de sistemas paralelos, a informação que um funcionário lança ou cadastra em um módulo, pode ser utilizada em outro módulo, pois todos os módulos de sistema ERP estão interligados, ou seja, relacionados em uma única base de dados (banco de dados) o que também facilita a contabilização da empresa que é realizada automaticamente. Portanto, um lançamento realizado no sistema por um funcionário é enviado automaticamente para a contabilidade permitindo a geração dos relatórios contábeis, mas para isso as regras de negócio precisam estar bem definidas para que as informações realizem o fluxo correto de dados. 2.1.6 Orion - Descrição e Composição O Orion, ambiente tecnológico para gestão de alta performance de Instituições de Ensino, foi concebido com as funcionalidades necessárias para permitir a Gestão Integrada de Organizações, especialmente as ligadas à Área de Educação. Prevê a gestão integrada das várias Unidades de Negócio de uma mesma organização, mesmo que elas sejam separadas geográfica ou logicamente. Possibilita que o gestor tenha várias visões do Negócio, sejam elas por decomposição (em setor, seção, centro de custo e projeto) ou por agregação, permitindo a visão do empreendimento como um todo. Todos os sistemas que compõem o ORION foram desenvolvidos pela TNT utilizando plataforma Java e compreendem, na sua versão completa: a) Orion-ERP: Trata-se de um Sistema Integrado de Gestão (Enterprise Resource Planning – ERP) formado por módulos que visam a apoiar a gestão da Organização. b) Orion-Gestão de IES: Integrado ao ORION - ERP, esse sistema atende a todas as demandas do domínio vertical Educação, no que se refere à Cursos Sequenciais, Graduação ou Pós-Graduação. c) Orion-Gestão de Colégio: Integrado ao ORION - ERP, esse sistema atende a todas as demandas do domínio vertical Educação, no que se refere à Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, bem como Cursos Livres. 33 d) Orion-Portais: Trata-se de um sistema que possibilita o auto-atendimento de todos os agentes que se relacionam com a Instituição de Ensino, sejam eles Pais, Responsáveis, Professores, Coordenadores ou Reitor. e) Orion-Dashboard: Esse componente compreende toda a tecnologia para gerar painéis de controle com visões do negócio baseadas em indicadores de performance. f) TNT-Forms&Reports: Componente caracterizado por um framework utilizado no desenvolvimento dos demais componentes, possibilitando que a equipe de TI do Contratante crie extensões, novos relatórios, gráficos ou dashboards. O Orion encontra-se totalmente integrado com o Sistema de Gestão de Aprendizagem (EaD) denominado Moodle, um dos sistemas de EaD mais robustos e de maior utilização no mundo. 2.1.6.1 Características do Orion A proposta da TNT é implantar uma solução que dê suporte aos processos e operações, à tomada de decisões de funcionários e diretores, bem como às suas estratégias em busca de vantagem competitiva frente às outras empresas que atuam na Área de Educação. Essa solução, denominada ORION, foi concebida para durar e desenvolvida nativamente para a web. Ela utiliza o estado da arte em TI e apresenta um baixo custo total de propriedade (TCO). A seguir, apresenta-se um resumo das principais características do Orion, que é totalmente desenvolvido utilizando tecnologia Java, mais especificamente a plataforma JEE, e é totalmente baseado em Software Livre. a) Multiplataforma. Pode-se utilizar qualquer plataforma de software (Linux, Windows,...), apesar de se dar preferência para o Linux, por não representar custos adicionais para o cliente; b) Integração e alta disponibilidade. As informações, de todas as unidades de negócios, sejam elas centralizadas fisicamente ou não, podem ser entendidas didaticamente como um único repositório de dados, permitindo acesso online 24 horas por dia, sete dias por semana; c) Gerenciamento obíquo. A administração da instituição, não importando sua localização física, tem acesso às informações no momento em que desejar; 34 d) Obsessão por segurança. O sistema possui uma camada de segurança extremamente poderosa, contemplando: autenticação, integridade, confidencialidade e não-repudiação. e) Ergonomia total. A qualidade do relacionamento entre homem e máquina é fundamental para que um sistema consiga alcançar seus objetivos. Buscou-se dar ao sistema as seguintes qualidades: prestativo, claro, confortável, obediente, adaptável, flexível, seguro, coerente, expressivo e compatível; f) Workflow (fluxos de trabalho). Todos os processos da empresa podem ser mapeados para o sistema por meio do mecanismo de workflow. Desta forma, todos os processos e tramitações de documento passam a ser realizados de forma digital e pró-ativa; e g) Escalabilidade. O sistema acompanha o crescimento da empresa. Não há limite para o volume de informações, para a quantidade de Unidades de Negócios,... enfim, não há limites impostos pelo software. h) Multicamadas lógicas e físicas. A manutenção e expansão do sistema são extremamente facilitadas pela arquitetura de software baseada no padrão MVC, isolando as camadas de visualização, controle e regras de negócios; 2.1.6.2 TCO - Total Cost Of Ownership (Custo Total de Propriedade) De acordo com as informações levantadas na empresa TNT-Technology, além de todas as vantagens relacionadas com as inovações tecnológicas e foco no diferencial competitivo do cliente, a TNT buscou uma solução que minimizasse o custo total de propriedade (TCO). A rigor, o TCO é um valor resultante da divisão do custo total de implantação e manutenção de uma solução pelos benefícios que ela (a solução) proporciona. Como a mensuração dos benefícios é muito subjetiva, tratase, a seguir, de realizar uma análise do termo relativo aos custos, relacionando-os com as soluções convencionais presentes no mercado. a) Tempo de obsolescência. Apesar de ser um item comumente esquecido por quem adquire uma solução de TI, o tempo de depreciação, invariavelmente, tem um grande peso no TCO. Como a solução da TNT utiliza as mais avançadas tecnologias com um longo tempo de obsolescência, pode-se dizer que o tempo mínimo de depreciação da 35 nossa solução é de 15 anos. Para várias soluções do mercado, pode-se estimar o tempo de depreciação entre 2 e 3 anos; b) Software livre. O ORION utiliza software livre que isenta o cliente de qualquer taxa de royalties; c) Pouca exigência de hardware. Como o ORION necessita apenas que cada máquina possua capacidade de “rodar” um navegador, podem-se aproveitar praticamente todas as máquinas da empresa. Em alguns casos, para garantir a performance, recomenda-se a utilização de Terminal Server; d) Economia com telecomunicações. Todo o sistema utiliza o padrão internet para comunicação remota com as unidades de negócio. Essas unidades de negócio podem ser filiais ou mesmo escritórios remotos (home offices). Em soluções convencionais, que não utilizam internet, os valores são consideravelmente mais altos e, muitas vezes, menos eficientes; e) Custo reduzido com equipe de informática. Todo o sistema é centralizado e não permite intervenções indesejadas dos usuários. Segue imagens das interfaces do Orion: Figura 13: Interface da Configuração do calendário letivo do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology 36 Figura 14: Interface do portal do aluno do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology,2014 Figura 15: Interface cadastro de fornecedores (pessoa jurídica) do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 37 Figura 16: Interface de lançamentos de títulos a receber do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 Figura 17: Interface geração de lançamentos contábeis do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 38 Figura 18: Interface da WikiTNT Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 Os clientes contam com um portal de service-desk, onde estes cadastram as solicitações que são direcionadas para os responsáveis de cada módulo, nestas solicitações contém: a) ID Solicitação: Gerado automaticamente pelo sistema b) Data de encaminhamento: gerada automaticamente pelo sistema c) Status: gerado automaticamente pelo sistema d) Prioridade: O cliente seleciona o nível de prioridade para atendimento que pode ser emergencial, urgência, alta prioridade, média prioridade, baixa prioridade, importante lembrar, analisar como sugestão. e) Necessidade: Analisar, data limite ou quando houver tempo. f) Solicitações: dentre outras as solicitações podem possuir naturezas de Alterações de formulários, Alterações de Relatório, Alterações para Atender a Legislação, Exportação de Dados, Suporte técnico. 39 g) Módulo: O cliente selecione qual módulo que originou o cadastramento da solicitação h) Resumo: É informado um resumo do que se trata a solicitação, como por exemplo, em uma solicitação de treinamento do processo de lançamento e baixa do módulo de contas a pagar, no resumo será informado “Treinamento do processo de contas a pagar”. i) Detalhamento da solicitação: o cliente digita um texto detalhado sobre os tópicos que deseja receber atendimento da solicitação. j) Anexos: O cliente pode incluir arquivos anexos à solicitação. Figura 19: Interface do portal do Service-desck do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 Após a solicitação ser salva, ou seja, cadastrada, ela é direcionada para a interface Cadastro de Pautas de Produção e fica disponibilizada na guia Solicitações Aguardando Atendimento. O setor de atendimento da TNT recebe essa solicitação e a direciona para a guia Pauta de Produção onde são cadastradas semanalmente pautas diferenciadas para cada cliente Orion, neste direcionamento também são informados os atendentes da solicitação, e realizada uma pré-análise sobre a solicitação indicando a sua Classificação (que pode ser Atendimento Presencial, Atendimento Remoto, Comercial, Componentização, Conversão de dados, Evolução 40 Funcional, Evolução Tecnológica, Instalação e configuração de infraestrutura e software, Manutenção Corretiva Funcional, Manutenção Corretiva Tecnológica, Orçamento aprovado extra contrato, Serviços de consultoria nas áreas de gestão de TI ou de negócio, suporte de gerência de TI, TNT-Planejamento, Treinamento Presencial, Treinamento Remoto) e as datas previstas para o inicio e termino da análise e o tempo estimado para execução da atividade. Figura 20: Interface do cadastro de pautas de produção do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 Figura 21: Interface do cadastro de pautas de produção do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 41 Figura 22: Interface do cadastro de pautas de produção do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 Após o direcionamento das solicitações para os atendentes, estes podem acessa-las em sua matriz de trabalho ou no portal TNT-Intranet neste segundo são realizadas a dedicação das solicitações. Na intranet o atendente pode visualizar as solicitações que estão pendentes de atendimento, as solicitações planejadas e a dedicação do dia ocorrem no Meu dia, neste último são registrados os intervalos de tempo utilizados para o atendimento de cada solicitação. Figura 23: Interface do cadastro da matriz de trabalho do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology 42 Figura 24: Interface Intranet do sistema Orion Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014 Os colaboradores da TNT que realizam o atendimento direto ou indireto aos clientes Orion são divididos em células (ou setores): a) Célula do módulo Acadêmico: Subdividido em Acadêmico do Ensino Superior (IES) e Acadêmico do Ensino Regular (IE), e Módulo Biblioteca. Nesta célula existem duas equipes de atendimento dividida em Ensino Superior e Ensino Regular, que contam cada uma com 1 Analista, 1 Atendente e 4 programadores. b) Célula do módulo Financeiro: Subdividido em Módulo Financeiro Acadêmico, Módulo Financeiro, Módulo Contábil, Módulo R.H. Nesta célula existem duas equipes de atendimento divida em Ensino Superior e Ensino Regular, que contam cada uma com 01 Analista, 01 Atendente e 08 programadores. c) Célula da Infraestrutura: 02 Administradores de Rede e 01 programador que mantém os servidores que possuem o Orion tanto Aplicação quanto banco, que realizam a manutenção, por exemplo, backup do banco de dados, da aplicação, manutenção na base de dados, automatização de processos que envolvam o sistema operacional, dentre outros, 43 implantação de novos componentes que rodam do lado do servidor, suporte a usuários finais. O programador desenvolve novas ferramentas para automatizar o serviço dos programadores dos módulos citados a cima. 2.2 Contabilidade Gerencial A Contabilidade Gerencial teve início na revolução industrial para apoiar o crescimento das empresas que tinham necessidade de maior ênfase na contabilidade voltada aos interesses internos de suas organizações. A contabilidade gerencial é um dos ramos da contabilidade relacionada à área de controle e gerenciamento, fornecendo informações para os administradores, isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações, em outro sentido a contabilidade gerencial pode ser constatada como contabilidade financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores. Mostrando a necessidade de se ter acesso às informações úteis que possibilitem ao gestor administrar seu negócio de maneira eficiente. Segundo Horngren, Sundem e Stratton (2004), a Contabilidade Gerencial é o processo de mensurar, identificar, acumular, analisar, preparar e interpretar e comunicar informações que ajudem os gestores a atingir objetivos organizacionais. Para que a Contabilidade Gerencial tenha um bom funcionamento na empresa, é necessário um sistema de informação que atue como conjunto organizado de elementos, podendo ser dados atividades, pessoas ou recursos materiais, interagindo entre si para processar a informação de forma adequada em função dos objetivos da organização. 2.2.1 Definição dos elementos na Contabilidade Gerencial Dentro de uma análise da Controladoria Gerencial existem alguns elementos que devem ser analisados e valorizados para uma melhor tomada de decisão. O processo de geração de valor não começa e termina com a venda dos produtos ou serviços, ele se dá ao longo de todas as etapas empresarias: compra, estocagem, produção, venda, entre outras. 44 2.2.2 Receitas Receita é todo recurso proveniente da venda de mercadoria ou de uma prestação de serviço. Considera-se como receita de uma empresa o dinheiro que a mesma recebe ou tem direito a receber, proveniente das operações da mesma. Segundo Hendriksen e Van Breda (2004), as receitas são as entradas de ativos, provenientes da entrega do produto, ou bens serviços ou de outras atividades correspondentes ás suas operações. É a entrada monetária que ocorre em uma entidade ou patrimônio, em forma de dinheiro ou de crédito representativos de direitos e são classificadas por receitas operacionais e não operacionais onde as receitas operacionais correspondem aos eventos econômicos relacionados com a atividade ou atividades principais da empresa. No caso das receitas não operacionais correspondem aos eventos econômicos aditivos ao patrimônio líquido: não associados ou não as principais atividade da empresa. 2.2.3 Contabilidade de Custos A identificação da estrutura de custos na empresa, quando aplicada de forma adequada, a contabilidade de custo, contribui bastante para a estratégia da empresa, sendo de extrema importância na competitividade entre as empresas. Conforme Leone (2010), a Contabilidade de Custos é o ramo da contabilidade que destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade como auxilio as funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões. A Contabilidade de Custos identifica, e quantifica as parte do processo de produção da organização, contribuindo na mensuração eficaz das variações patrimoniais, independente da sua natureza ou razões de sua ocorrência, que fazem parte do ciclo operacional interno. As variações do ciclo operacional podem ser inicialmente de natureza qualitativa ou permutativa (onde alteram a natureza ou quantidade do patrimônio), 45 sem, contudo modificarem o patrimônio líquido das empresas. A conclusão do ciclo prevalece à variação quantitativa, também chamada de modificada, onde elas alteram o patrimônio liquido das empresas, onde se identifica que a contabilidade de custos concentra sua atenção nas variações do tipo qualitativo. A aplicação eficiente da Contabilidade de Custos está vinculada ao perfeito entendimento da ocorrência e do domínio das variações patrimoniais que ocorrem no processo produtivo, atentando ao fato de que esse domínio deve acontecer em relação aos valores econômicos, mas, sobretudo nos aspectos físicos, visando a perfeita e correta alocação dos custos. Segundo Leone (2010), a contabilidade de custos, visualiza os custos de forma diferente, onde visa produzir informações diferentes que se atenta a necessidades distintas. Onde possibilita que o contador utilize diferente sistema de custos e adote critérios diferentes de avaliação. A contabilidade de custos acompanha a evolução da tecnologia de processos de produção, de modelos gerenciais e das novas necessidades informativas. Portanto, conclui-se que a Contabilidade de Custos fornece informações minuciosas aos gestores planejarem e controlarem as operações, fornecendo ainda informações que permita a gerencia alocar recursos nas áreas mais eficientes e rentáveis da produção. 2.2.4 Conceitos e tipos de Custos Segundo Martins (2003), custo é o gasto relativo a bens ou serviços. O Custo é também um gasto e só que reconhecido como tal, a partir do momento da utilização dos fatores de produção, bens e serviços, para a fabricação de um produto ou para a execução de um serviço. Ainda, segundo Martins (2008), alguns tipos de custos são definidos segundo a necessidade a quem devem atender: a) Custos Diretos e Indiretos – Os custos diretos são aqueles custos (ou despesas) que são facilmente identificados com o objeto de custeio, onde não há necessidade de rateio. Os custos indiretos, neste caso não são facilmente identificados ao objeto de custeio, assim sendo serão alocados ao objeto de custeio por meio de rateios. Neste caso será necessário que a 46 Contabilidade de custo informe aos usuários, para que seja alocada de maneira adequada aos custos diretos e indiretos. b) Custo Padrão, estimados por atividade – uma das finalidades da contabilidade de custo é fornecer aos usuários (diversos níveis gerenciais) informações (tipos diferentes de custos) que auxiliem a controlar as operações que estão sob seu comando e supervisão. Esta modalidade de custo é predeterminada, que leva em conta as condições consideradas normais da operação. É o que o custo deve ser. Os valores padrões monetário (de materiais, mão de obra e despesas de fabricação) são calculados com base em determinadas expectativas de eficácia e eficiência operacionais. c) Custos Estimados – É utilizado em situações não padronizadas, especialmente quando os produtos e serviços são feitos por encomenda e possuem características exclusivas, diferenciando de outros produtos e serviços realizados pela empresa. É também aplicado a planos alternativos, atividades e componentes organizacionais. Para se produzir estimações a contabilidade de custo utiliza-se de orçamentos e instrumentos estatísticos, do que aconteceu no passado e da experiência dos responsáveis pelos objetos de custeio; d) Custos por Atividade – Conhecido como Custeio ABC, Custeio Baseado por Atividade, este método estava adormecido desde a década de 60, tem sido apenas para alguns mais um critério de custeio e não encontra uma aceitação ampla. Sendo muito detalhado, utiliza enormemente os rateios e seus resultados, portanto é bastante poluído como qualquer outro sistema de alocações; e) Custos despesas do produto (não inventariáveis) – São os custos (e despesas) que relacionam diretamente com os produtos; a contabilidade de custos descobre que esses custos (e despesas) acompanham de perto os processos produtivos e que seus consumos podem ser facilmente computados em cada um dos produtos. Diz-se também que são custos ou despesas inventariáveis por que eles são debitados aos inventários, sobretudo ao estoque de produtos em processo; f) Custos e despesas do período (não inventariáveis) – Os custos e despesas que contabilidade de custos não consegue com facilidade ligar aos 47 produtos, que são repetitivos e mais ou menos fixos, pertencem mais aos períodos do que aos produtos. São chamados “do período”. São custos e despesas cujos benefícios se realizam no próprio momento em que os custos e despesas acontecem; g) Custos (ou despesas) Variáveis – São os custos (ou despesas) que variam de acordo com os volumes das atividades. O volume das atividades deve estar representado por bases de volume. Que são geralmente medições físicas; h) Custos (ou despesas) Fixos – São custos ou despesas que não variam com variabilidade da atividade escolhida. Isto é, o valor total dos custos permanece praticamente igual mesmo que a base de volume selecionada como referencial varie. Figura 25: Custeio variável – empresa prestadoras de serviços CUSTOS FIXOS DESPESA VARIÁVEIS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FIXAS VARIÁVEIS DEMOSTRAÇÃO DE RESULTADOS RECEITA LÍQUIDA CVPV DV MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO CDF LUCRO OPERACIONAL Fonte: Adaptado de Martins; Rocha (2010) 2.2.5 Métodos de Custeio Os métodos de custeio são ferramentas importantes para a geração de informações importantes para a tomada de decisões. Esse fato evidencia a 48 importância da utilização de métodos de custeio compatíveis com os objetivos e as características das organizações. A literatura apresenta diversos métodos de custeios, que podem ser utilizados, tanto pelas organizações industriais, quanto pelas comerciais e prestadoras de serviços, sejam elas com ou sem fins lucrativos. Esses métodos são utilizados para, entre muitas outras informações, determinar o valor dos objetos de custeio; reduzir custos, melhorar os processos; eliminar desperdícios; decidir entre produzir ou terceirizar; e eliminar, criar e aumentar, ou diminuir, a linha de produção de certos produtos. Dentre esses métodos, está o custeio por absorção, o método das seções homogêneas, o custeio variável, o custeio baseado em atividade. Megliorini (2012) menciona que o custeio por absorção, o método das seções homogêneas e o custeio variável são considerados métodos tradicionais, visto que neles os produtos sejam geradores de custos e mais adequados a ambientes nos quais há a predominância dos custos com materiais diretos e mão de obra direta ainda, evidencia que esses métodos tradicionais têm relação com o conceito de que o comportamento dos custos varia de acordo com a quantidade fabricada”, ou seja, variam de acordo com o volume de produção. Além disso, o autor destaca que o custeio baseado em atividades é considerado um método contemporâneo em resposta a um ambiente competitivo mais intenso, em que há a preocupação com a gestão de custos. Kaplan e Cooper (1998), também incorrem nessa divisão dos métodos de custeio em tradicionais e avançados e consideram o custeio baseado em atividades como um método avançado. Para os autores, o custeio por absorção e o método das seções homogêneas se enquadram na categoria de métodos tradicionais, sendo que, enquanto o primeiro é obrigatório pela legislação do imposto de renda, o segundo é utilizado para fins gerenciais, sendo mais apropriado à tomada de decisão. Os métodos tradicionais foram criados para um ambiente competitivo no qual a mão de obra e os materiais diretos correspondiam a uma grande porção dos custos, sendo válido, portanto, a utilização de bases de rateio baseadas em volume produção para os custos indiretos, que representavam uma pequena porção dos custos. 2.2.5.1 Método de Custeio Pleno 49 Esta metodologia, também conhecida como RKW – Reichskuratorium Fiir Wirtschajtlichkeit,nasceu na Alemanha, consiste no método em que todas as despesas tanto de produção como despesa da administração da empresa são rateadas. A técnica utilizada para esse rateio é semelhante às dos custeios tradicionais e cada departamento da empresa recebe sua cota de custos de maneira que no final, o rateio será sobre os produtos da empresa. Com este rateio chega-se ao valor unitário do produto. Conforme conceituam Vartanian e Nascimento (1999), “método de custeio pleno é aquele em que todos os custos e despesas de uma entidade são levados aos objetos de custeio, normalmente unidades de produtos e/ou ordens de serviços”. É necessário esclarecer que este método de custeio é usado exclusivamente para fins gerenciais, podendo ser implantado nas empresas, dependendo das informações que se pretende. A maior vantagem deste método é o fato de levar em consideração todos os gastos de uma organização sem exceção. Este método de custeio não faz distinção entre custos fixos e variáveis, o que pode levar a empresa a não vender determinado produto por não cobrir o custo do produto, porém o custo estaria distorcido visto que uma parcela dos custos fixos totais já está embutida ao produto e o custo unitário do produto não é real. É aplicado ao custo dos produtos um índice percentual igual para fazer a provisão de lucros, o que pode levar a uma superestimativa de lucros ou esconder um produto que não dá lucro devido ao custo de fabricação ser elevado. Nesse método, considera-se a eficiência máxima da empresa, não leva em consideração a concorrência, o que pode acarretar um preço de venda irreal, pois, para manter-se no mercado a empresa deve ter um preço competitivo. No dia-dia torna-se impossível encontrar o custo unitário do produto (CPV) por possuir a parcela de custo fixo total, assim como despesa operacional unitária. Também não são considerados as oscilações no volume de produção e os efeitos desta no custo unitário. Nota-se que as desvantagens desse método de custeio são muitas, o que torna o método pouco utilizado no Brasil. De acordo com Martins (2001), o modelo original do RKW considera o custo de oportunidade, referindo-se à remuneração do capital próprio. O referido autor destaca a utilidade do método em considerar o rateio dos custos e despesas totais, 50 expressando que dessa forma é possível chegar ao valor de “produzir e vender”, bastando então acrescentar o lucro desejado para se obter o preço de venda final. A partir do raciocínio do autor, se percebe a importância do método na formação de preços considerando os custos totais da empresa, vistos como o pior custo, por serem considerados em sua totalidade (custos e despesas). A forma de apropriação dos gastos considerando a filosofia do custeio absorção e o método de custeio RKW é praticamente a mesma, divergindo no que diz respeito à apropriação das despesas, através de critérios de alocação, que no custeio por absorção não são apropriadas aos objetos de custeio. No custeio pleno utiliza-se a apropriação de todos os gastos aos produtos, sendo seu objetivo essencialmente gerencial, enquanto que no custeio por absorção aloca-se apenas os custos, seu objetivo é financeiro, visando a valoração de estoques e a apuração do resultado. 2.2.5.2 Método de Custeio por Absorção Segundo Santos (2009), o método de custeio por absorção é considerado básico para a avaliação de estoques pela contabilidade societária para fins de levantamento do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício. No custeio por absorção, todos os custos de produção comporão o custo do bem ou serviço. As despesas não fazem parte do custo do bem ou serviço (CPV – custo do produto vendido ou CSP – custo do serviço prestado), ou seja, são lançadas diretamente no resultado, enquanto que os custos, tanto diretos quanto indiretos, são apropriados a todos os bens e serviços. Para obter o custo dos bens ou serviços, a partir do custeio por absorção, a empresa pode proceder de duas maneiras (MARTINS, 2010): a) Alocar os custos diretos (materiais diretos e mão de obra direta) pela efetiva utilização, visto que são custos relacionados, diretamente, com a produção, sendo possível verificar seu real consumo nos bens ou serviços e rateio dos custos indiretos, que são os itens que não estão diretamente relacionados com a fabricação dos bens ou serviços, a partir de estimativas, ou seja, de bases de rateio; b) Dividir a empresa em departamentos de serviços (executam serviços auxiliares e não para atuação direta sobre os bens/serviços) e em 51 departamentos produtivos (promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto diretamente), sendo os custos indiretos, inicialmente, rateados aos departamentos. Após, os departamentos de serviços transferem seus custos para outros departamentos de serviços e para os custos de produção. Por fim, os departamentos de produção transferem seus custos aos bens ou serviços. Todas essas transferências, dos custos, dos departamentos de serviços para outros departamentos de serviços e para os produtivos, dos produtivos aos bens/ serviços são feitas a partir de rateios. Quanto aos custos diretos, são alocados aos bens/serviços por intermédio da sua efetiva utilização, ou seja, de forma fácil e confiável. Ressalta-se que a departamentalização tem a finalidade de aumentar a eficiência de controle de custos das organizações, visto que os custos passam a ser apurados primeiramente em níveis departamentais, dando à contabilidade de custos condições de apresentar relatórios e dados que apontam o desempenho de diversos departamentos, antes de atribuir o custo ao bem ou serviço. 2.2.5.3 Método de Custeio Baseado em Atividades (ABC) Martins (2003) informa que o Custeio Baseado em Atividades é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indireto. Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da causação, ou seja, procura identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o valor. Segundo Martins (2003) para atribuir custos às atividades e aos produtos utilizam-se de direcionadores e ensina ainda que há que se distinguir dois tipos de direcionadores: direcionador de custos de recursos, e os direcionadores de custos de atividades, o primeiro identifica a maneira como as atividades consomem recursos e serve para custear as atividades, o segundo identifica a maneira como os produtos consomem atividades e serve para custear produtos. Nakagawa (2000) conceitua atividade como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos. 52 Assim para o estudo do método ABC deve-se ponderar sobre as atividades envolvidas em cada processo de produção, seja de uma mercadoria ou um serviço. O Custeio Baseado por Atividade, conhecido por ABC (Activity – Based Costing), poder ser abordado por duas perspectivas. A primeira a mais conhecida por Primeira Geração do ABC, onde é focada em custeio por produto, dando ênfase no processo de mensuração; busca da acurácia da alocação de custos das entidades objetos de custeio, visando os produtos, e segunda Geração do ABC, contempla o processo de gestão do custo, por meio do aprimoramento no desempenho dos processos e atividades. A primeira tem como objetivo mensurar os custos dos produtos, e de outras entidades objeto de custeio de acordo com conceitos econômicos mais corretos, buscando fundamentos microeconômicos, sob o argumento correto onde as empresas rateiam o volume produzido, tais como hora de mão de obra, horas maquina o próprio volume de produção, mas muitos desses custos dependem muito mais da quantidade de lotes, do numero de inspeção. Este fenômeno erro de agregação, gerado pela ocorrência de viés na formação de centro de custos, e do erro de seleção das bases de rateio. A segunda perspectiva tem como objetivo compreender e agir sobre o custo dos processos e atividades e por essa razão é denominada Gestão Baseada em Atividades (ABM – Activity Based Management) é uma “Segunda Geração do ABC” com enfoque mais gerencial derivado do primeiro, o objetivo principal do ABC é a mensuração de custo e do ABM é a gestão de custos, visando a melhoria dos processos. Mesmo que há uma forte ligação entre as duas abordagens, o ABC fornecendo informações para o ABM, cada um tem sua área de atuação: a primeira é voltada ao processo de mensuração e está no campo da Contabilidade, e a segunda refere-se ao processo de tomada de decisão. O custeio por Atividade, não pertence a nenhum dos dois gêneros de custeio – variável e por Absorção-. O gênero de custeio tradicional tem em foco voltado para a valoração de estoques, mensuração do custo dos produtos e serviços vendidos e apuração da lucratividade individual dos bens e serviços. O que diferencia um gênero do outro e a alocação, ou não, de custos fixos ao produto. O ABC leva em conta suas analises de lucratividade por produto, custos fixos em relação ao volume de produção, onde também não pertence ao gênero do Custeio por Absorção: 53 a) não consideram, nos produtos, todos os custos de produção e b) não consideram nos produtos todas as despesas. O ABC adota uma perspectiva diferente quanto analise de variabilidade dos custos; o parâmetro vai mais além do volume de produção dos produtos fim da empresa, ele deve captar também os fatores relacionados a diversidades dos produtos, onde deve-se levar em conta a preparação das maquinas, programação dos lotes, realizações de inspeções. Na ótica do ABC, não há custos fixos e variáveis no sentido usual da variabilidade em relação ao volume. O seu objetivo maior é propiciar elementos informativos para a gestão dos custos, ABC, cuida do mapeamento de processos e atividades, e de sua identificação de fatores que influenciam ou determinam o custo das atividades, bem como a identificação das rotas de custos, e rastreando os produtos, clientes canais de distribuição. Nesse raciocínio, o Custeio baseado por Atividade, é um método de analise de custo que tem por foco no conceito dos processos, atividades e direcionadores de custos. 2.2.5.4 Método do Custeio Variável Segundo Megliorini (2012), enquanto no custeio por absorção (estruturado para atender às disposições legais) os custos fixos são rateados aos produtos, no custeio variável (estruturado para atender à administração da empresa) apenas os custos variáveis (que são os que variam de acordo com o volume de produção ou de acordo com alguma outra base estabelecida) irão compor o custo do objeto de custeio (bens ou serviços), sejam diretos ou indiretos. Sobre o método, Leone (1997) fundamenta-se na ideia de que os custos e as despesas que devem ser inventariáveis (debitados aos produtos em processamento e acabados) serão apenas aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variáveis em relação a uma medida (referência, base, volume) dessa atividade. Os demais custos de produção, definidos como periódicos, repetitivos e fixos, serão debitados diretamente contra o resultado do período. Para Martins (2010), a consideração dos custos fixos na composição do valor de um bem ou serviço não é de grande utilidade para fins de análise gerencial, uma vez que esses custos existem, independentemente se o volume de produção ou de prestação de serviço ocorrer, e são distribuídos aos bens ou serviços por meio de 54 critérios de rateio, que incluem, em maior ou menor grau, arbitrariedade. Além disso, há relação desses custos fixos com o volume de produção, ou seja, aumentando-se o volume produzido, tem se um menor custo fixo por unidade e vice-versa. Assim, a análise deverá contemplar o custo global dos bens ou serviços. Sendo assim, o custeio variável pressupõe que, para uma organização funcionar, deve já estar comprometida com os custos fixos, os quais não serão alterados, caso ocorra aumento ou diminuição da produção, ou, ainda, caso não haja produção. Assim, uma vez que a estrutura fixa da organização já está preparada para atender aos clientes, a decisão relevante está relacionada com os custos variáveis. A partir do custeio variável, é possível obter a margem de contribuição, que, segundo Bernardi (1996), é a diferença entre o valor das receitas e os custos variáveis de venda. Essa ferramenta permite avaliar o quanto cada bem ou serviço contribui para pagar os custos fixos, despesas fixas e gerar lucro. a margem contribuição calculada pelo custeio variável possibilita incorrer na análise do custo/ volume/lucro, que auxilia na avaliação dos resultados quanto às metas estabelecidas, sob essa análise, obtém se o ponto de equilíbrio que representa uma importante ferramenta de gestão de resultados operacionais de uma organização. Ele expressa o nível de atividades em que o resultado operacional da empresa é zero, no qual ocorre, portanto, a igualdade entre receita total e o custo total. Megliorini (2012), Barbosa (2011) e Leone (1997) mencionam, entre outras, as seguintes vantagens da utilização do custeio variável: a) Os custos fixos, que existem, independentemente, da produção ou não de determinado bem ou serviço ou do aumento ou redução (dentro de determinada capacidade instalada) da quantidade produzida, são considerados custos do período e, portanto, não são alocados aos bens ou serviços; b) Não ocorre a prática do rateio; c) Identifica os bens ou serviços mais rentáveis; d) Identifica a quantidade de bens ou serviços que a organização necessita produzir e comercializar para pagar seus custos fixos, despesas fixas e gerar lucro; e) Os dados necessários para a análise das relações custo/volume/lucro são rapidamente obtidos do sistema de informação contábil. 55 Em relação aos rateios, Gnisci (2010) reforça que, como a maioria dos custos variáveis são diretos, não necessitam de rateios. Quanto às desvantagens, os referidos autores citam as seguintes: a) Não é aceito pela auditoria externa das entidades que tem capital aberto e nem pela legislação do imposto de renda, bem como por uma parcela significativa de contadores. a razão disso é porque o custeio variável fere os princípios fundamentais de contabilidade, em especial, os princípios de realização da receita, da confrontação e da competência; b) Crescimento da proporção dos custos fixos na estrutura de custos das organizações, devido aos contínuos investimentos em capacitação tecnológica e produtiva; c) Na prática, a separação de custos fixos e variáveis não é tão clara como parece, pois existem custos semi-variáveis e semifixos, podendo no custeamento a empresa. Para fins legais e fiscais faz-se a utilização do método de custeio por absorção, onde são utilizados os gastos reais. Verifica-se que no decorrer dos anos foram desenvolvidos outros métodos que representam grande relevância no contexto gerencial, de acordo com Padoveze (2006). De acordo com Martins e Rocha (2010), a expressão de método de custeio é a composição do valor de custo de um evento, atividade, produto atribuído, sendo uma entidade objeto de custeio de interesse gestor. A definição de um método de custeamento é efetuada a separação dos custos que irá compor o custo unitário dos produtos, onde serão consideradas como custos as composições, despesas e demais custos. Partindo da definição de um método, o sistema de acumulação de custos formulará sua estrutura decorrente da necessidade imposta pela área industrial, onde fará uso da contabilidade para propor consistência e integração com a empresa. Martins e Rocha (2010), neste sentido salientam que a empresa deve considerar como relevante custear antes de chegar ao custo dos produtos e das unidades produzidas, sempre tendo em vista as características do seu sistema de produção, suas práticas de vendas e seu modelo de gestão. 56 Conforme exposto por Martins e Rocha (2010), sistema de custeio e métodos de custeio são conceitos distintos no sistema de produção este deverá ser acumulados, e no método de custeio, onde é avaliado o comportamento e a natureza dos custos, que devem ser considerados em sua apuração. A princípio qualquer método de custeio pode ser usado em qualquer sistema de acumulação de custos. Para a realização de todo o esquema de custos, e primordial que seja decidido qual será o critério de avaliação que será utilizado. Conforme Martins e Rocha (2010), expõem, que o critério de avaliação definirá como avaliar os custos de fatores utilizados na produção dos bens ou serviços, no que se refere a tempo sobre qual a empresa considera importante custear as unidades produzidas. 2.2.6 Mensuração dos Resultados A definição de mensuração é como um conjunto de procedimentos cujo objetivo é fornecer base conceitual adequada para os eventos, de acordo com a necessidade do modelo de gestão da empresa, levando-se em conta os resultados econômicos de todas as atividades. A empresa deve obter um sistema de controle que possibilite aos gestores a mensuração de forma eficiente com vistas a identificar qual atividade é mais rentável para a empresa, partindo do uso do conceito de margem de contribuição de cada uma dessas atividades dentro do plano operacional, financeiro e econômico. 2.2.7 Mensuração dos resultados por área ou divisões. Dentre as áreas funcionais de uma empresa industrial, a área de produção é a que mais recebe pressão por mudanças, decorrentes de influências do ambiente externo e também de necessidades do ambiente interno. Essas influências e necessidades exigem que se definam sistemas de gestão da produção com menores custos, melhor qualidade e maior diversificação de produtos. A área de produção deve ser entendida como uma área que apresenta enorme potencial para criar vantagens competitivas, sustentada pela necessidade de atingir 57 a excelência em suas atividades. É necessário que haja eficácia, ou seja, consumir o que estava previsto sem desperdícios e desenvolver e introduzir outros critérios de desempenho, além de eficiência e custos, que possam avaliar sua eficácia, tais como, qualidade, prazos de entrega, confiabilidade e flexibilidade da produção. De acordo com Cavenaghi (1996), a missão da área de produção é produzir a demanda do mercado, em quantidade, qualidade e produtividade, definidas pela política da empresa, com o resultado econômico desejado. 2.2.8 Margem de Contribuição por atividade A margem de contribuição é de extrema importância para se decidir sobre o futuro de um produto ou uma atividade da empresa, podendo analisar produto ou atividade com maior viabilidade de implantação na empresa, assim como também outras variáveis como a qualidade, concorrências, participação de mercado, volume de produção e de venda devem ser levados consideração. A margem de contribuição é a diferença entre valor das vendas, os custos variáveis e as despesas variáveis da venda. Isto significa que se pode avaliar o quanto cada venda contribui para pagar os custos fixos e despesas fixas, de acordo com Bernardi (2010). A margem de contribuição é a diferença financeira entre a receita proporcionada pelo produto, processo e serviço, ou qualquer outro segmento da empresa e seus custos diretos e variáveis, onde o melhor produto, ou melhor, atividade, em termo de desempenho será aquele que oferecer maior margem, onde os gestores devem ter custo real de cada produto e cada atividade para chegar ao valor real. De acordo com Santos (2005), uma companhia possui dois tipos de resultados de suas operações comerciais: o resultado do produto/serviço vendido, que é sua margem de contribuição e o resultado da empresa como um todo, obtido pela somatória da margem de contribuição de cada serviço deduzida do custo fixo total incorrido, em certo período de tempo, para preservar a capacidade instalada. 2.2.9 Conceituação de serviço e produto 58 O produto é algo tangível, é objeto principal das relações de troca oferecidos em um mercado consumidor tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, visando proporcionar satisfação a quem os adquire ou consome. A visão ampliada de produto permite incluir serviços, métodos, personalidades e outros. O importante a observar é que quando as pessoas compram algo, procuram muito mais do que as características físicas existentes no produto. Um serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulta na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico. (Kotler, 1994) Para Cobra (1986), o serviço é uma mercadoria comercializável isoladamente, ou seja, um produto intangível que não se pega, não se cheira, não se apalpa, e geralmente não se experimenta antes da compra, mas permite satisfações que compensam o dinheiro gasto na realização de desejos e necessidades dos clientes. Albrecht (2000), conceitua um serviço como um resultado psicológico e fundamentalmente pessoal, e um produto físico geralmente como “impessoal”, quanto a seu impacto sobre cliente. Segundo Schemenner (1999), as áreas da informática e processamento de dados, pesquisa e consultoria, assistência médica e serviços jurídicos, demonstram um crescimento particularmente rápido e não há nenhuma categoria importante de serviços em que se estime um declínio em termos absolutos, como vem ocorrendo com a agricultura, a mineração e o setor industrial. Schemenner (1999) enuncia algumas características comuns a muitos setores de serviços que podem auxiliar na definição de serviços. Em resumo, referem-se principalmente a: a) Intangibilidade: o setor de serviços é como algo que não podemos tocar ou sentir, isso se deve tipicamente à natureza intangível daquilo que está sendo fornecido, não às coisas físicas associadas ao serviço. b) Impossibilidade de fazer estoques: o consumo de um serviço costuma ser simultâneo à sua produção, não se podem estocar serviços. c) Produção e consumo fisicamente unidos: geralmente os serviços são criados e entregues na hora, isto é, a intangibilidade do serviço resulta de um processo executado justamente onde se encontra o cliente. Em serviços, 59 não dá para contar com a verificação do controle de qualidade no final da linha de produção como acontece no setor industrial. d) Entrada fácil no mercado: boa parte das operações de serviços requer pouco em investimentos de capital, unidades operacionais múltiplas ou desenvolvimento de tecnologia própria. e) Influências externas: os serviços podem ser altamente afetados por influências externas tais como avanços tecnológicos, regulamentação governamental e aumentos de preço da energia. Diante do exposto a diferença básica entre produto e serviço é: Os produtos são tangíveis, ou seja, podem ser tocados, sentidos, e a sua qualidade ser avaliada antes da compra, em contrapartida os serviços são intangíveis, e o cliente só poderá ter ciência se de sua qualidade após a compra, porque é impossível saber o resultado antes de experimentar. Segundo Padoveze (2013), as empresas comerciais e industriais possuem estoques de seus produtos. A característica fundamental de empresas de serviço é que elas não possuem estoques de produtos finais, os serviços se caracterizam por serem produzidos e vendidos ao mesmo tempo. 2.2.10 Direcionadores de custos O direcionador de custos, do inglês cost drivers, é a base (ou critério) utilizada para alocar os recursos consumidos pelas atividades, cada qual específico à atividade (custo ou despesa) a que se relaciona, demonstrando o vínculo que existe entre os recursos gastos e as atividades, por exemplo, de direcionadores: aluguel, salários do pessoal da supervisão, depreciação, etc. (MARTINS,2000). Nakagawa (2000) explicita direcionador de custos como mecanismo para rastrear e indicar os recursos consumidos pelas atividades, caso em que é chamado de cost driver de recursos, é a causa do volume de recursos consumidos pela atividade (ALLORA,1996).Kaplan e Cooper (1998) dizem que os geradores de custos de recursos associam os gastos e as despesas conforme informações geradas pelo sistema financeiro ou contábil da organização, às atividades executadas. Pode-se definir direcionador de atividades como sendo a base usada para apropriar as atividades executadas aos produtos ou serviços prestados, indica a 60 relação entre as atividades e os produtos ou serviços (MARTINS, 2000). O direcionador de custos examina, quantifica e explica as atividades necessárias à fabricação de produtos ou prestação de serviços (NAKAGAWA, 2000). Segundo Kennedy (apud FONSECA, 1999), o sistema de custeio ABC procura descobrir o fator causal conhecido como direcionador de custos, o qual determina a demanda pelo uso de recursos indiretos específicos, conhecido como atividade. 2.2.11 Fases para Implantação do Custeio ABC Segundo Kaplan e Cooper (1998), Perez Jr. e Oliveira (2000) e Martins (2000), para efetuar a implantação de um sistema de custeio baseado em atividades, é preciso observar basicamente as seguintes fases: a) Identificação das atividades; b) Identificação dos direcionadores de atividades; c) Atribuição de custos às atividades; d) Atribuição dos custos aos produtos e/ou aos departamentos. A primeira fase é a identificação das atividades. O primeiro passo, para a implantação do sistema de custeio ABC é a identificação das atividades relevantes que são executadas por seus recursos indiretos e de apoio dentro de cada departamento. Para Martins (2000, p. 100), neste ponto, pode ocorrer de a empresa já possuir uma estrutura contábil que faça a apropriação de custos por Centros de Custos, por Centros de Trabalho, por Centros de Atividades etc. o que irá possibilitar adaptações importantes. Em seguida afirma que pode acontecer inclusive de cada centro de custos desenvolverem uma atividade e, assim, o trabalho já fica bastante facilitado. Conforme Brimson (1996), a análise de atividades identifica a maneira pela qual uma empresa utiliza seus recursos para alcançar seus objetivos de negócios. Esta etapa descreve como as pessoas gastam o tempo e os recursos consumidos da empresa no desempenho das atividades. Para a coleta dos dados para análise das atividades, podem ser usadas as seguintes etapas-chaves, conforme Brimson (1996): a) Analisar a classificação de cargos: uma definição organizacional de atividades começa com a análise da classificação do cargo. A análise 61 determina o que cada cargo faz e quanto tempo é alocado para cada atividade. b) Revisar as informações computadorizadas: a entrevista é completada por uma revisão dos sistemas computadorizados atuais que apoiam as atividades. A revisão determina a viabilidade e o nível de dados disponíveis nos sistemas e identifica a frequência da coleta de dados e sua integridade. c) Conduzir entrevistas com as pessoas-chaves: a maior vantagem da técnica de entrevistas é o contato direto e pessoal, que normalmente propicia o melhor entendimento do cargo. O questionário é o método mais barato de obter informações das atividades, e é eficaz quando utilizado em conjunto com a entrevista. d) Observar as atividades: o processo de entrevista deve ser aumentado pela observação física da unidade que está sendo analisada, para identificar as atividades repetitivas. e) Revisar diários e registros: este método permite ao analista reunir informações sobre as atividades desenvolvidas e a porcentagem de tempo gasto em cada uma. f) Consultar a opinião de especialistas: as informações sobre as atividades podem ser obtidas reunindo um grupo de empregados da área analisada ou supervisores de outras divisões que desempenham atividades semelhantes para desenvolver em consenso uma lista de atividades. g) Revisar as folhas de controle: uma folha de controle registra o número de ocorrências de uma atividade. É utilizada para reunir dados da atividade com base em observações por amostragem, para detectar padrões. Segundo Nakagawa (1994), para a coleta de informações para a análise das atividades, pode-se utilizar as seguintes técnicas: a) Observação: chegar-se a conclusões relevantes através de uma simples visita a um ou mais departamentos requer muita experiência e conhecimento técnico. A observação pode ser a forma mais rápida e econômica de obter informações sobre as atividades que desejamos analisar, mas não é fácil de realizar e nunca será suficiente para se obter tudo o que necessitamos. Ela poderá ser usada para complementar as informações obtidas através de outras técnicas. 62 b) Registro de tempos: embora bastante simples, com exceção do tempo gasto com horas de mão de obra direta, não é usual contar com a disponibilidade de registros de tempos relacionados com a mão de obra indireta. Para tanto, torna-se necessário instituir um registro de tempo para as atividades que desejamos analisar, envolvendo pessoas não diretamente ligadas à produção, por falta de tradição ou por ser trabalhoso nem sempre será fácil instituir tal registro de tempos; c) Questionários: são mais fáceis e rápidos de serem aplicados e quase sempre possibilitam informações mais consistentes e elaboradas, porque os gerentes terão mais tempo, privacidade e conforto para preenchê-los, tal vez por isso, seja, provavelmente, a técnica mais utilizada e muitas vezes a única alternativa viável, especialmente quando o número de gerentes a serem entrevistados é muito grande. Entretanto, embora completos, os questionários devem contemplar clara e corretamente as questões certas; e podem ser usados, geralmente, com as seguintes finalidades: preparação de entrevistas, coleta de dados primários e follow-up. d) Storyboards: é uma técnica geralmente utilizada para a discussão e solução de problemas, através de reunião de um grupo de pessoas diretamente envolvidas com eles. Com as devidas adaptações, é muito utilizado também na coleta de informações para o desenho e implementação do ABC. A utilização desta técnica tem mostrado que ela toma menos tempo do que as entrevistas e, por envolver todas as pessoas do departamento e não apenas seus gerentes. e) Entrevistas: as entrevistas, conduzidas sob a forma de diálogos, constituem o elemento-chave para o desenho e a implementação do ABC, especialmente quando a empresa o está adotando pela primeira vez, porque, durante sua realização, as informações fluem nos dois sentidos, possibilitando ao entrevistador coletar os dados que ele está necessitando ao entrevistado a educação e melhor conhecimento sobre o que é o ABC e os objetivos do projeto. Embora reconhecidamente as entrevistas sejam mais demoradas e mais caras do que as técnicas anteriores, são também mais eficazes para o marketing e sucesso na implementação do ABC, devido a sua prévia aceitação (ownership) pelos gerentes. 63 Segundo Kaplan e Cooper (1998) a partir da identificação dessas atividades, é desenvolvido um dicionário de atividades-padrão breve, constituído, em média, de dez a trinta atividades específicas, cujo foco principal é estimar custos de produtos e clientes. A segunda fase é atribuição de custos às atividades. A partir de informações obtidas nos registros financeiros e contábeis da empresa, através do Livro Razão Geral, os geradores de custo de recursos utilizam as despesas geradas por esses sistemas orientando-as a cada atividade executada pelos recursos organizacionais, para em seguida calcular quanto a empresa está gastando com essas atividades. Segundo Martins (2000), a atribuição de custos às atividades deve ser feita da forma mais criteriosa possível, de acordo com a seguinte ordem de prioridade: a) Alocação direta; b) Rastreamento; e c) Rateio. Afirma Cogan (2000) que a alocação é direta quando os recursos consumidos são medidos de modo direto, claro e objetivo, como por exemplo, aluguel, salários e passagens. De acordo com Martins (2000), o rastreamento é um processo que estabelece uma relação de causa e efeito, ou seja, uma alocação baseada na relação existente entre a ocorrência da atividade e a geração de recursos. E, por último, não existindo a possibilidade de efetuar a alocação direta nem o rastreamento, somente neste caso, utilizar-se-á o rateio. Até as duas primeiras fases, existe a possibilidade de não haver diferenças formais significativas entre o método ABC e os sistemas de custeio tradicionais baseados em volumes, quando o objetivo é custear produtos ou serviços prestados, pois a departamentalização e a separação por centros de custos atendem adequadamente a essas necessidades. As grandes diferenças entre esses tipos de custeios se concentram, principalmente, nas duas últimas fases. A terceira fase e a identificação dos direcionadores de custos e atividades. Segundo Martins (2000), os direcionadores de custos são de dois tipos: um identifica a maneira como as atividades consomem os recursos, chamado de direcionador de custos, e outro reconhece o modo como os produtos consomem atividades, denominado de direcionador de atividades. A quantidade de direcionadores é determinada em função do grau de precisão desejado e da relação custos- 64 benefícios, variando de empresa para empresa, pois depende, exclusivamente, de como e por que as atividades são executadas. A quarta fase é a atribuição dos custos aos produtos e/ou aos departamentos. De acordo com Martins (2000), a última fase consiste em custear os produtos ou serviços prestados, uma vez que os custos, as despesas e as atividades relevantes já foram identificados, bem como seus direcionadores de recursos e direcionadores de atividades. Para Fonseca (1999), com relação à atribuição dos custos aos produtos ou serviços, esta imputação pode ser realizada de forma direta ou mediante bases de alocação chamadas cost drivers, ou indutores de custos, que são unidades de mensuração do nível de operação de cada atividade identificada previamente, estabelecendo uma quota por unidade de cost driver, que logo se aplica a cada unidade de venda. 65 CAPÍTULO III ESTRUTURAÇÃO DOS CUSTOS NO DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE 3 CONCEITOS 3.1 Desenvolvimento de Produto/serviço Segundo Padoveze (2013), o desenvolvimento de um produto ou serviço é um conceito de engenharia de desenvolvimento de produto que representa a lista de todos os materiais diretos necessários para a obtenção de uma qualidade padrão de determinado produto ou serviço final. E define em linhas gerais que as estrutura de um produto ou serviço é representada da seguinte forma: Nível 0 – Produto ou serviço final especificado Nível 1 – Conjuntos básicos que formam o produto ou o serviço final Nível 2 – Subconjuntos que formam os conjuntos básicos Nível 3 – Partes ou peças que formam os subconjuntos Nível 4 – Material base da parte ou peça Nível 5 – Matérias-primas que formam material base. Aplicando essa estrutura de nível em um sistema ERP conforme demostrado neste capítulo, serão obtidos os níveis que compõem o serviço. Quadro 1: Níveis de estrutura do produto (detalhamento e aglutinação). (Continua) Nível 0 Produto ou serviço final especificado Sistema ERP Módulo Financeiro Módulo Contabilidade Nível 1 Conjuntos básicos (módulos) Módulo Compras que formam o produto final Módulo Vendas (Sistema ERP) Módulo Escrituração Fiscal Módulo Recursos Humanos Módulo Planejamento 66 (Conclusão) Cadastros Módulo Financeiro Movimentação Relatórios Módulo Contabilidade Cadastros Movimentação Relatórios Cadastros Módulo Compras Relatórios Subconjuntos Nível 2 (Menus) que formam os conjuntos básicos Movimentação Cadastros Módulo Vendas Movimentação Relatórios (módulos) Módulo Escrituração Fiscal Módulo Recursos humanos Módulo Planejamento Cadastros Movimentação Relatórios Cadastros Movimentação Relatórios Cadastros Movimentação Relatórios Cadastro de fornecedor Cadastro de Clientes Partes (Interfaces) Nível 3 Cadastro de Caixa que formam os Cadastros do módulo Cadastro de Bancos subconjuntos financeiro Cadastro de Contas Correntes (menus) Cadastro de Órgãos Públicos Cadastro de Sindicatos Cadastros de acréscimos e descontos Energia elétrica Servidor Nível 4 Materiais das partes e peças Infraestrutura Serviço de Internet Banco de Dados Máquinas e Equipamentos (computadores, telefones, etc.) Nível 5 Matérias–primas do material Gerente de TI Funcionários Fonte: Adaptado pelas autoras do Padoveze, 2013, p.98. Programadores Atendimento 67 3.2 Composição do custo do software/serviço De acordo Padoveze (2013), os gastos dentro de uma empresa estão relacionados diretamente com os produtos e serviços finais, produzidos e comercializados, e o foco principal estão em determinar o valor de cada unidade produzida e comercializada. Nas empresas de serviços, não existe estoque de produto final. Porém, existe estoque de produção em elaboração ou em andamento como no caso de empresas de consultoria que a medida que as horas estão sendo trabalhadas e o serviço final ainda foi concluído, pode se afirmar que a produção do serviço está em andamento. Contudo quando o serviço possui um tempo de execução não significativo, não é comum contabilizar esse serviço. Quando o serviço é concluído, é contabilizado, apurado o resultado e a empresa fica aguardando o recebimento do valor combinado. O Quadro 2 apresenta a composição do custo nas empresas de serviços que, que no caso de serem exclusivamente de mão de obra (consultoria, treinamentos), possuirão apenas insumos de mão de obra. Quadro 2: Custo nas empresas de serviços EMPRESA DE SERVIÇO INSUMOS (custos) Materiais e componentes Materiais auxiliares ou indiretos Mão de obra aplicada nos serviços Mão de obra de apoio à operação dos serviços Gastos gerais Depreciação da operação dos serviços ESTOQUES Materiais diretos Materiais indiretos CUSTO DAS VENDAS Custo dos serviços vendidos Fonte: Padoveze, 2003, p. 9 68 3.3 Custos em Serviços de Informática A utilização da Contabilidade de Custos tem um maior aproveitamento em outros campos que não o industrial, explorando todo seu potencial para o controle e até para as tomadas de decisões tanto nas instituições financeiras, quanto nas empresas comerciais e prestadoras de serviços. Nas empresas prestadoras de serviços, não se podem usar as técnicas da contabilidade tradicional para absorver as flutuações da demanda, em virtude da característica intangível do serviço, impossibilitando a formação de estoques. Para Perez Jr. e Oliveira (2000) não há diferenças relevantes nos aspectos conceituais. Boa parte dos conceitos de custos e análises válidos para uma indústria também é verdadeira para as prestadoras de serviços. Segundo Cogan (1999) a forte competição vem forçando as empresas prestadoras de serviços a conhecerem, seus custos com boa precisão, embora não contendo material direto como acontece com os produtos fabris, a incidência de suas despesas indiretas é bem maior que nas indústrias. Nas empresas prestadoras de serviços, também existem custos fixos e variáveis. Perez Jr. e Oliveira (2000), afirmam que também é possível a implantação, nas prestadoras de serviços, das ferramentas da Contabilidade Gerencial, tais como orçamentos, Custo-Padrão, custeio direto, custeio por atividades, apuração das margens de contribuição, análise do ponto de equilíbrio, fator limitativo da produção de serviços. Uma análise das características das empresas prestadoras de serviço de informática representa uma técnica que o analista de custos deve conhecer profundamente, para verificar qual tipo de custeio é mais adequado. O desconhecimento das características pode provocar aparecimento de impropriedades na apuração dos custos. O Custeio por Absorção pode ser utilizado pelas empresas prestadoras de serviços de informática para gerar informações aos usuários externos, e possui a característica de não ser totalmente lógico e muitas vezes falhar como instrumento gerencial; apresenta como desvantagem o rateio dos custos indiretos, utilizando-se de bases totalmente arbitrárias. Este sistema de custeio está voltado para a avaliação dos estoques, tornando-se impróprio para apurar custos em serviços de informática, pois não trata 69 da intangibilidade. As empresas prestadoras de serviços de informática podem utilizar o custeio variável para apurar o seu resultado, porque ele tem condições, em curto prazo, de propiciar informações vitais à empresa, como a determinação da margem de contribuição e o cálculo do ponto de equilíbrio de cada sistema vendido. Portanto, representa uma vantagem em relação ao custeio por absorção. Porém, como não trata dos custos fixos, esta técnica se enfraquece, e acredita-se ser inadequado para apurar custos em serviços, pois segundo Kaplan e Cooper (1998), os custos nas empresas de serviços na sua maioria são indiretos e aparentemente fixos. O custo-padrão pode ser utilizado para apurar custos em serviços, cujo valor da mão de obra seja muito alto, contudo apresenta a desvantagem de estar inserido no custeio por absorção ou variável. Bornia (2002) afirma que o as empresas prestadoras de serviços de informática podem usar o método RKW para apuração de seu resultado, onde cada setor da empresa pode ser considerado como um centro de custo. É adequado para calcular custo em serviços, pois trabalha apenas os custos de transformação. Neves e Viceconti e (1998) afirmam que o custeio RKW ou método de centros de custos é favorável para mensurar custos em serviços, porém apresenta a desvantagem de não trabalhar com atividades. Segundo Fonseca (1999), o conceito de centro de lucro pode ser perfeitamente utilizado nas empresas do tipo comercial e de serviços. Acredita-se que o custo total da propriedade (TCO) possa ser utilizado para apurar custos em serviços, embora se tenha dado ênfase no gerenciamento de equipamentos de informática, comparando alternativas de investimentos. Martins (2000) afirma que é absolutamente incorreto dizer-se que um método é, por definição, melhor que o outro. Na realidade, um melhor do que outro em determinadas circunstâncias, para determinadas utilizações, etc. Neste sentido, acredita-se que o ABC é o custeio adequado para calcular custos em serviços, bem como os custos indiretos, pois tem como vantagem a identificação das atividades e de suas causas, permitindo a organização das informações com o objetivo de reduzir custos e, também, determinar quais atividades agregam ou não valor à empresa. Segundo Kaplan e Cooper (1998), de modo geral, as empresas de serviços são candidatas ideais ao custeio baseado na atividade, mais ainda que as empresas de produção. 70 3.4 Proposta e implantação de um sistema de custo baseado em atividades 3.4.1 Modelo referencial Analisado um sistema de custo voltado às empresas prestadoras de serviços, no qual o custeio baseado em atividades foi eleito como instrumento ideal para atingir-se o propósito, tanto pela sua estrutura quanto pelas informações que proporciona. As etapas para o desenvolvimento da sistemática foram propostas de forma que a implantação do modelo referencial fundamentado no ABC esteja de acordo com as peculiaridades de cada empresa prestadora de serviço. O modelo referencial facilitador para apurar custos em serviços tem como objetivo demonstrar de maneira esquemática e sinótica o fluxo de recursos consumidos, que compõem o custo dos serviços prestados. A figura 25 apresenta uma proposta de um sistema de custo para apuração de custos de serviços prestados, composto de cinco células identificadas numericamente de 1 a 5. Por ser genérico, o modelo pode ser desenvolvido e aplicado em qualquer empresa prestadora de serviços, desde que sejam observadas as características e peculiaridades de cada uma. Figura 25: Modelo referencial para apurar custos em serviços Diretos (2) Custos (1) CSP (5) Indiretos (3) Recursos Atividades (4) Atividades Serviços Fonte: Correa (2002, p. 53) – adaptada. Os custos diretos não serão analisados pelo ABC, uma que o estudo foi direcionado para os custos indiretos, pois estes são, hoje, as questões problemáticas, principalmente no setor de serviços. 71 A identificação dos custos, representada por uma listagem dos recursos relevantes consumidos pela empresa para operacionalização dos serviços (1). Por exemplo, nas empresas de informática são: licença de uso e contratos de atualização, despesas de salários com encargos, propaganda e publicidade, despesas com comissões, depreciação, aluguéis, serviços de terceiros, telefone, água e luz, despesas com impostos e taxas, despesas de títulos de créditos, juros passivos, despesas bancárias. Em seguida observa-se no esquema que os custos (recursos consumidos) são classificados em custos diretos (2) e em custos indiretos (3), nos quais os primeiros estão relacionados diretamente com o tipo de serviço prestado pela empresa, e são apropriados aos serviços diretamente de maneira objetiva. Pode-se citar como exemplo de custos diretos: licença de uso, consultorias e contratos de atualização. Os custos indiretos geralmente são alocados aos serviços por meio de critérios de ratei os (custos indiretos), cita-se como exemplo: despesas com comissões, depreciação, aluguéis, serviços de terceiros, telefone, água e luz, despesas com impostos e taxas, juros passivos, despesas bancárias. Os custos diretos são entendidos como aqueles gastos relevantes que identificam a atividade principal da empresa prestadora de serviços de informática, e apresentam um custo bastante significativo, como exemplo temos: a licença de uso, consultorias e os contratos de manutenção. Podem existir, em alguns casos, nas empresas de serviços de informática, custos com materiais diretos, por exemplo: CDs, DVDs, cabos, papéis, pen drive. Os custos indiretos são aqueles recursos consumidos decorrentes da estrutura organizacional e gerencial da empresa prestadora de serviços, que compreende a identificação de todas as espécies de gastos indiretos ocorridos nas empresas. Podem-se citar alguns exemplos: a) Os custos com os salários do pessoal que forma a equipe e que realiza o serviço. É comum a toda empresa prestadora de serviço, e em alguns casos, é a maior parcela dos custos dos serviços prestados, como por exemplo uma empresa de vigilância. Nas empresas de TI, os salários com o pessoal são tratados como mão de obra direta, e esta possuem, também, custos relacionados com mão-de-obra indireta (salários dos diretores). 72 b) As despesas comerciais são os valores pagos para a promoção, colocação e distribuição das mercadorias ou produtos, e os riscos assumidos com vendas. c) As despesas administrativas são os valores pagos ou incorridos para a direção ou gestão da empresa. d) As despesas financeiras são os gastos pagos ou incorridos pela pessoa jurídica pelo uso de capitais de terceiros. e) As despesas tributárias são todos os valores gastos referentes a impostos e taxas pagas ao município e estado onde está localizada a empresa. f) Todos os custos indiretos devem ser identificados com as atividades (4), a fim de serem adequadamente identificados com os serviços prestados (5). 3.4.2 Sistema de custo proposto O sistema de custo sugere a aplicação do ABC para a apuração dos custos do processo de implantação de um sistema de informática. Trata-se da apuração de todos os recursos consumidos no processo de implantar sistema e na estrutura administrativa da empresa. O sistema de custo proposto consiste nas etapas demonstradas na figura 26. Cada uma das etapas está descrita na sequência do trabalho. Figura 26: Sistema de custo proposto para apurar custo em serviços Levantamento de todos os recursos consumidos Classificação dos recursos consumidos em diretos e indiretos Levantamento das atividades executadas Identificação dos custos dos serviços prestados Análise dos dados Fonte: Correa (2002, p. 55) - adaptada. Levantamento de todos os recursos consumidos: O início de todo o processo é o levantamento dos os recursos consumidos, com base nos relatórios gerenciais e 73 o balancete contábil. Esta etapa compreende a identificação de todos os recursos consumidos, como os descritos no Quadro 3. Quadro 3: Exemplo de espécies de recursos consumidos Recursos Consumidos Licença de uso Contrato de manutenção Consultorias Remunerações e encargos Água e luz Combustíveis e lubrificantes Copa e cozinha Despesas postais e telegráficas Honorários contábeis Jornais, revistas e livros Material de expediente Outras Serviços prestados por terceiros Telefone, telex, fax e internet Transportes Depreciação do imobilizado Outras amortizações Comissões e despesas bancárias Multas de mora Tributos federais Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014. Classificação dos Recursos Consumidos em Diretos e Indiretos: A segunda etapa consiste em classificar os custos em diretos e indiretos. O Quadro 4 apresenta as espécies de recursos exemplificados no Quadro 3 e sua classificação. As espécies de recursos produtivos que constituem a natureza do gasto (custos diretos), evidenciados no Quadro 4, são valores desembolsados pela empresa a título de pagamento aos prestadores de serviço, fornecedores de produtos diretamente ligados às operações, os gastos referentes a salários, horas extras, adicionais, auxílio doença e acidente, ajuda de custos, prêmios, abonos, licença paternidade, reembolso de creche, anuênios e abono pecuniário, mais os gastos com férias, 13º salário com os respectivos encargos sociais: INSS e FGTS, inclusive 74 adicional de 1/3 de férias. Além dos gastos com o Programa de Alimentação do Trabalhador, e as despesas com refeição, e lanches aos funcionários. Esses gastos são efetuados com encargos, como INSS e FGTS, sobre salários, ordenados e aviso prévio indenizado. No quadro 4, a coluna Referência ao modelo indica os passos 2 e 3 do modelo referencial, situado na página 69 e indica a segregação dos custos em diretos e indiretos. Quadro 4: Custos classificados como diretos e indiretos Indireto Direto Custo Recursos Consumidos Referência ao modelo Licença de uso (2) Contrato de manutenção (2) Consultorias (2) Remunerações e encargos (3) Água e Luz (3) Combustíveis e Lubrificantes (3) Copa e Cozinha (3) Despesas Postais e Telegráficas (3) Honorários Contábeis (3) Jornais, Revistas e Livros (3) Material de Expediente (3) Outras (3) Serviços Prestados por Terceiros (3) Telefone, Telex, Fax e Internet (3) Transportes (3) Depreciação do Imobilizado (3) Outras Amortizações (3) Comissões e Despesas Bancárias (3) Multas de Mora (3) Tributos Federais Fonte: Correa (2002, p. 57) - adaptada Levantamento das Atividades Executadas: (3) A 3ª etapa consiste no levantamento das atividades executadas nos departamentos, que permite identificar as atividades significativas dos colaboradores da empresa. Identificação dos custos indiretos com as atividades: Após o agrupamento dos recursos e o levantamento das atividades executadas, é preciso identificar os possíveis direcionadores de recursos a partir de investigações da equipe de 75 implantação junto às pessoas envolvidas diretamente no processo, pois os empregados têm conhecimento de como suas atividades se desenvolvem como os recursos são consumidos e quais as suas origens. Cálculo dos Custos dos Serviços Prestados: Compreende a alocação, aos objetos de custos, dos custos diretos e indiretos. Os primeiros são diretamente incluídos no cálculo do custo dos serviços prestados, já que são facilmente identificados, enquanto os outros são atribuídos ao custo do produto pelas atividades. Nesta etapa, também, é preciso identificar os possíveis direcionadores de atividades a partir de averiguações junto às pessoas que participam diretamente no processo. Análise dos Dados: Essa etapa justifica como deveria ser estruturado um sistema de custos adequado a uma empresa prestadora de serviço de TI e o uso do ABC, de tal forma que as informações geradas, em qualidade e em quantidade, devem estar de acordo com os objetivos anteriormente definidos no escopo do projeto. Nesse sentido, reforça a oportunidade da aplicação do modelo referencial composto de custos diretos e indiretos provenientes de todas as atividades desenvolvidas na empresa. Este modelo permite que as empresas prestadoras de serviços tenham em mãos uma ferramenta de controle, por meio da qual vêem os custos consumidos no processo, fornecendo subsídios para uma análise dos custos fixos incorridos. São incontáveis os relatórios que podem ser gerados a partir de um sistema de custo com utilização do ABC, como os custos diretos e indiretos. É importante que tudo deva estar correto desde o início, de modo que se preserve a qualidade das informações geradas, para que cada empresa possa analisar os resultados. A utilização desse modelo é uma nova forma de analisar os custos incorridos, originados pelas atividades desenvolvidas dentro da empresa prestadora de serviço. 76 CAPÍTULO IV APLICAÇÃO PRÁTICA 4 CARACTERIZAÇÃO 4.1 Caracterização da empresa TNT Technology como base de estudo Por meio de informações obtidas junto ao presidente da empresa, verificou-se que esta possui uma estrutura de pessoal e de equipamentos capaz de desenvolver as atividades relacionadas a sua função. A estrutura de pessoal compõe-se de um diretor presidente, de um diretor administrativo e financeiro, de um diretor comercial, de um diretor de TI, de um setor de vendas e técnicos, além de pessoas ligadas a outras funções administrativas e outros. As tarefas da empresa consubstanciam-se do processo do negócio desde o levantamento junto ao pretenso usuário, fazendo demonstrações dos sistemas para conferir se atendem às necessidades do usuário, passando pela venda, implantação dos sistemas, treinamentos, consultorias, encerrando-se com a cobrança. Os serviços são comercializados de duas formas: a) Sistemas: por meio de licença de uso ou contratos de atualização de vendas; b) Consultorias: 4.2 Aplicação da sistemática Com base na fundamentação teórica, e nas informações obtidas com a presidência, foram identificadas todas as espécies de gastos e seus respectivos valores em um período de doze meses, de forma a obter o custo do serviço prestado. 4.2.1 Levantamento de todos os Recursos Consumidos 77 Após o levantamento dos custos, baseada nas informações passadas, podem se fixar os gastos conforme as células identificadas numericamente de 1 a 5. Compreende a identificação de todos os recursos relevantes consumidos, diretos e indiretos. Por meio desse levantamento, em que a contabilidade da empresa serviu de base para a localização dos recursos consumidos (balancete mensal), chega-se ao montante de recursos consumidos pela empresa. Os recursos consumidos na empresa estão descritos no Quadro 5. O total dos gastos consumidos (1) na empresa sob estudo é determinado pelo somatório de todos os itens do Quadro 5, no valor de R$: 93.200,42. Quadro 5: Valor dos recursos consumidos Recursos Consumidos Valor do consumo (em R$) Licença de uso 547,80 Contrato de manutenção 3.400,00 Consultorias 5.000,00 Remunerações e encargos Água e luz 77.343,75 1.534,00 Combustíveis e lubrificantes 300,00 Copa e cozinha 450,00 Despesas postais e telegráficas 23,00 Honorários contábeis 378,00 Jornais, revistas e livros 110,00 Material de expediente 110,00 Outras 45,00 Serviços prestados por terceiros 345,00 Telefone, telex, fax e internet 500,00 Transportes 340,00 Depreciação do imobilizado Outras amortizações Comissões e despesas bancárias 1.535,73 71,00 1.030,25 Multas de mora 91,89 Tributos federais 45,00 Total 93.200,42 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. Neste Quadro, aparecem todos os gastos com os respectivos valores contabilizados durante o período, usando os custos diretos e os indiretos também. 78 4.2.2 Classificação Custos Diretos e Indiretos Os custos diretos são representados: a) Licença de Uso b) Contrato de manutenção c) Consultorias Ambos representados no Quadro 6, abaixo: Quadro 6: Valores dos custos diretos Espécies de recursos Valor do consumo (em R$) Licença de uso 547,80 Contrato de manutenção 3.400,00 Consultorias 5.000,00 Total 8.947,80 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Tecnology 2014. A totalidade dos custos indiretos está dividida pelos diversos departamentos, aos quais deverão ser distribuídas as despesas correspondentes de cada um. Neste Quadro é verificada a soma de seus totais. Quadro 7: Valores dos custos indiretos Espécies de recursos Remunerações e encargos Água e Luz Combustíveis e Lubrificantes Copa e Cozinha Despesas Postais e Telegráficas Honorários Contábeis Jornais, Revistas e Livros. Material de Expediente Outras Serviços Prestados por Terceiros Telefone, Telex, Fax e Internet. Transportes Depreciação do Imobilizado Outras Amortizações Comissões e Despesas Bancárias Multas de Mora Tributos Federais Total Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014. Valor do consumo (em R$) 77.343,75 1.534,00 300,00 450,00 23,00 378,00 110,00 110,00 45,00 345,00 500,00 340,00 1.535,73 71,00 1.030,25 91,89 45,00 84.252,62 79 4.2.3 Levantamento das atividades Executadas As atividades mais relevantes da empresa estão listadas no Quadro 8 e foram obtidas e de acordo com as disposições do próprio fluxo de operações da Empresa. Quadro 8: Atividades analisadas Centro de Custos Atividades Analisadas Diretoria Supervisionar e coordenar as atividades da empresa Atender os clientes pessoalmente/ telefone para solucionar problemas Distribuir os trabalhos para os setores Resolver problemas específicos da direção da empresa Visitar as empresas para prestar assessorias Departamento Administrativo Elaborar Folha de pagamento e recibo de pagamento Registrar funcionários e fazer Anotações na CTPS; Calcular obrigações trabalhistas; Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador); Setor de Compras Fazer pedidos de material de infraestrutura Conferir notas fiscais de pagamentos Setor Financeiro Pagar fornecedores e despesas Controlar a contabilidade e as cobranças Receber de clientes Fazer cobranças Departamento Comercial Visitar clientes Vender sistemas Vender cursos e treinamentos Formular contrato de manutenção Departamento Técnico Desenvolver Sistemas Atender clientes por telefone Liberar versões atualizadas dos sistemas Implantar sistemas Visitar clientes Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014. No Quadro 9, está representando o dicionário das atividades analisadas. 80 Quadro 9: Dicionário das atividades analisadas (Continua) Atividades Análise 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa Atividade desenvolvida pelo diretor presidente, que determina as tarefas diárias e acompanha o desempenho dos funcionários 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas Prestar informações aos clientes na empresa e via telefone, contato com clientes para implantação de sistemas e realizar suporte dos sistemas implantados. 3. Distribuir os trabalhos para os setores Harmonizar o fluxo interno da empresa 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa Negociar preços e descontos com clientes 5. Visitar as empresas para prestar assessorias Visitar, periodicamente, os clientes e realizar suporte dos sistemas implantados. 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos Disponibilizar numerário para pagamento do pessoal 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS Atividade desenvolvida pelo chefe de escritório, significando os registros dos funcionários e lançamentos nas CTPS. 8. Calcular obrigações trabalhistas Atividade executada pelo chefe de escritório, representada pelo levantamento dos cálculos das obrigações trabalhistas. 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) Atividade necessária à elaboração dos comprovantes de rendimentos 10. Fazer pedidos de material de infraestrutura Atividade que define a quantidade máquinas e equipamentos adquiridos para desenvolvimentos dos sistemas 11. Conferir notas fiscais para pagamento Atividade que visa conferir os lançamentos referentes à aquisição de máquinas e equipamentos, para verificar a veracidade dos saldos. 12. Marcar a data de implantação de sistemas e informar aos técnicos Atividade executada que define a data em que os sistemas vão ser implantados, divulgando-a para os técnicos que irão implantar. 13. Pagar fornecedores e despesas Autorizar o pagamento dos fornecedores, se o registro de entrada tiver sido processado corretamente e pagamento de todas despesas operacionais da empresa 14. Controlar a contabilidade e as cobranças Atividade necessária aos registros dos fatos administrativos, conferência do balancete e controle das cobranças. 15. Receber de clientes Recebimento de numerário no caixa em função das vendas de sistemas realizadas à vista ou a prazo 81 (Conclusão) Atividades Análise 16. Fazer cobranças Acompanhamento das contas a receber e emissão de relatórios para cobrança 17. Visitar clientes Visitar, periodicamente, os clientes para negociar descontos. 18. Desenvolver sistema Etapa que consiste na implementação (desenvolvimento) de funções e interfaces do sistema 19. Vender sistema Atividade desenvolvida pelo presidente, a qual compreende a venda de sistemas a clientes. 20. Vender cursos e treinamentos Atividade desenvolvida pelo gerente financeiro e administrativo a qual compreende a venda de cursos e treinamentos 21. Formular contrato de manutenção Acompanhar e formular os contratos de manutenção 22. Atender as solicitações dos clientes Prestar suporte aos clientes via telefone e portal do service desk 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas Manter os sistemas atualizados e liberar as versões atualizadas 24. Implantar sistemas Esta etapa consiste na implantação dos sistemas 25. Visitar clientes Fase pós-venda, que se refere ao suporte técnico dado ao consumidor, a fim de garantir a correta utilização dos sistemas comercializados. Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. A atividade “Implantar sistema” (atividade nº 24 do Quadro 10) foi detalhada, a figura 27, simula as etapas no fluxograma do processo de implantação de sistemas, para maior entendimento do processo. Figura 27: Atividades executadas na implantação de um sistema Demonstrar o sistema aos clientes Propor e emitir o pedido do cliente Treinar os clientes para manuseio do sistema implantado Instalar o sistema Parametrizar o sistema Efetuar suporte técnico Fonte: Correa (2002, p. 68) - adaptada. 82 As informações dos itens abaixo foram descritas de acordo com a realidade da empresa. a) Demonstrar o produto (sistema) aos clientes: O processo se inicia com a chegada do cliente à empresa ou a da ida do vendedor ao cliente, onde é realizada uma demonstração do sistema, e verificadas quais são as necessidades dos clientes e que tipo de sistema atende as necessidades. Esta etapa é de extrema importância, onde os dados deverão ser coletados adequadamente, porque o produto será definido com base nas necessidades apontadas e a partir das informações coletadas. Para este fim deverá ser designado um funcionário que entenda do processo como um todo, o qual deverá verificar que tipo de sistema será implantado. A média de tempo desta atividade é igual a uma hora. b) Propor e emitir o pedido do cliente: Com base nas demonstrações, o cliente analisa o produto de seu interesse, a empresa emite uma proposta orçamentária e após o fechamento do contrato a empresa emite o pedido do cliente. A média de tempo desta atividade é igual à uma hora. c) Treinar os clientes para manuseio do sistema implantado: A implantação, a execução e utilização do sistema são decisivas para operacionalização para a sua operacionalização, para isso é de extrema relevância o treinamento externo para dos usuários que irão manusear o sistema. O tempo despendido para realizar essa atividade é de 18 horas. d) Instalar o sistema: Nesta etapa, o sistema é instalado na empresa que o adquiriu. O tempo médio para instalação é de 1,5 horas. e) Parametrizar o sistema: Nesta etapa é feito toda a parametrização do sistema adquirido, conforme as necessidades da empresa. Esta etapa justifica a implantação de um sistema de informações, de tal modo que a informação gerada seja adequada tanto na qualidade e quantidade, para atender aos objetivos para os quais o sistema foi comprado. O tempo gasto para essa parametrização é de 25,5 horas. f) Efetuar o suporte Técnico: O suporte técnico é um serviço permanente consiste no atendimento aos clientes. Esta atividade pode ser solicitada tanto para esclarecimentos de dúvidas e correção de possíveis falhas nos sistemas implantados. O suporte técnico significa apoio continuado ao cliente. O tempo médio desta atividade é igual de 0,5 horas. 83 4.2.4 Identificação dos custos indiretos com as atividades A apuração dos custos das atividades foi feita a alocação dos recursos consumidos às atividades. Nesta definição de recursos foi realizada uma análise de cada um dos recursos e das atividades onde foram consumidos. Esses recursos foram alocados as atividades analisadas pelos direcionadores de recursos mostrados no Quadro 10. Quadro 10: Recursos indiretos consumidos e os respectivos direcionadores Recursos Consumidos Direcionadores de recursos Remunerações e encargos Tempo (horas) Água e luz Índice de utilização Aluguéis Metragem (m2) Combustíveis e lubrificantes Índice de utilização Copa e cozinha Metragem (m2) Despesas postais e telegráficas n.º de postagens Honorários contábeis Direto Jornais, revistas e livros Direto Material de expediente Índice de utilização Outras Direto Serviços prestados por Terceiros Direto Telefone, telex, fax e internet Direto ou índice de utilização Transportes Índice de utilização Depreciação do imobilizado Direto Outras amortizações Direto Comissões e despesas bancárias Direto Multas de mora Direto Outras despesas financeiras Direto Tributos federais Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014. O consumo de recursos Metragem (m2) de cada departamento pelas atividades desenvolvidas foi calculado de acordo com o comportamento normal de cada item de custo. O tempo necessário para executar cada atividade foi determinado com base nas informações geradas no relatório service desk, onde é demonstrado quanto 84 tempo eles levam para desenvolver as atividades analisadas. O tempo despendido foi escolhido como base de distribuição dos custos com mão-de-obra ao custo das atividades no período, é uma medida de atividade que é comum tanto ao fator de produção quanto a atividade, e a quantidade de recursos humanos consumidos em uma atividade é normalmente expressa em termos de tempo. O quadro abaixo apresenta o percentual e tempo dedicado pelos funcionários às atividades; Quadro 11: Dedicação de cada funcionário na execução das atividades (%) ‘ (Continua) 20 3. Distribuir os trabalhos para os setores 20 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa 15 5. Visitar as empresas para prestar assessorias 5 20 50 20 5 15 35 15 10 15 5 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos 5 10 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS 5 10 8. Calcular obrigações trabalhistas 5 10 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) 5 5 10. Fazer pedidos de material de infraestrutura 5 5 11. Emitir notas fiscais para pagamento 5 5 Programadores (17) 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas Atendentes (4) 20 Analistas (5) 20 Gerente de TI (1) Gerente administrativo financeiro (1) 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa Atividade Assistente Administrativo (1) Presidente (1) Funcionários (n) 85 (Conclusão) Atendentes (4) Programadores (17) 22. Atender as solicitações dos clientes Analistas (5) Gerente de TI (1) Assistente Administrativo (1) Gerente administrativo financeiro (1) Atividade Presidente (1) Funcionários (n) 10 25 10 5 25 20 5 15 20 5 100% 100% 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas 24. Implantar sistemas 5 5 5 10 25. Visitar clientes Total em Percentual 100% 100% 100% 100% 100% Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. O Quadro 12 demonstra os percentuais para atividade Implantar Sistemas. Quadro 12: Dedicação dos funcionários às micro atividades da atividade implantar sistemas (%) 30 100 100 Instalar' o sistema 30 Parametrizar o sistema 10 Efetuar suporte técnico Total 100% Programadores (17) 50 100 Treinar clientes para o manuseio do sistema implantado Propor ou emitir pedidos de compras Atendentes (4) Gerente de TI (1) Assistente Administrativo (1) 100 Analistas (5) Demonstrar o produto (sistemas) aos clientes Gerente administrativo financeiro (1) Atividade Presidente (1) Funcionário(n) 100% 100% 100% 50 20 10 50 100% 100% 50 100% Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. No transcorrer dos estudos, ficou evidente a preocupação em estudar e analisar o comportamento das remunerações e encargos, por se tratar de uma enorme e considerável parcela no custo total da empresa. 86 O custo total e composição de cada atividade analisadas, estão resumidos no Quadro 13. Os recursos utilizados em Implantar Sistemas foram alocados às atividades necessárias para implantação de um sistema de informática. Com a verificação do consumo de cada espécie de recursos e identificação de seus direcionadores, o próximo passo trata da distribuição dos recursos para as diversas atividades da empresa em estudo. Nos Quadros 13 e 14 apresentam a distribuição dos custos de remuneração e encargos às atividades da empresa em estudo. Quadro 13: Distribuição dos custos de remuneração e encargos a atividades implantar sistemas. (Continua) 3. Distribuir os trabalhos para os setores 1.460,00 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa 1.095,00 5. Visitar as empresas para prestar assessorias 365,00 3.085,00 3.000,00 600,00 144,38 Soma 1.460,00 825,00 Programadores (17) 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas Atendentes (4) 800,00 Analistas (5) 1.460,00 Gerente de TI (1) Gerente administrativo financeiro (1) 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa Atividade Assistente Administrativo (1) Presidente (1) Funcionário(n) 4.200,00 8.660,00 1.925,00 3.385,00 825,00 2.664,38 275,00 3.000,00 420,00 4.060,00 87 (Continua) 200,00 144,38 344,38 8. Calcular obrigações trabalhistas 200,00 144,38 344,38 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) 200,00 72,19 272,19 10. Fazer pedidos de material de infraestrutura 200,00 72,19 272,19 11. Conferir notas fiscais para pagamento 200,00 72,19 272,19 12. Marcar a data de implantação de sistemas e informar aos técnicos 365,00 550,00 Soma 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS Programadores (17) 344,38 Atendentes (4) 144,38 Analistas (5) 200,00 Gerente de TI (1) Assistente Administrativo (1) 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos Atividade Presidente (1) Gerente administrativo financeiro (1) Funcionário(n) 915,00 13. Pagar fornecedores e despesas 200,00 72,19 272,19 14. Controlar a contabilidade e as cobranças 200,00 72,19 272,19 15. Receber de clientes 400,00 144,38 544,38 16. Fazer cobranças 200,00 216,56 416,56 17. Visitar clientes 18. Desenvolver sistema 1.500,00 420,00 1.920,00 17.850,00 17.850,00 88 (Conclusão) 19. Vender sistema 200,00 272,19 275,00 640,00 1.500,00 2.100,00 3.570,00 7.170,00 420,00 8.925,00 9.345,00 3.000,00 420,00 5.355,00 9.962,19 3.000,00 420,00 15.000,00 8.400,00 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas 200,00 72,19 550,00 25. Visitar clientes Total 7.300,00 Soma 640,00 72,19 365,00 365,00 Programadores (17) 275,00 22. Atender as solicitações dos clientes 24. Implantar sistemas Atendentes (4) Analistas (5) Gerente de TI (1) Assistente Administrativo (1) 365,00 20. Vender cursos e treinamentos 21. Formular contrato de manutenção Gerente administrativo financeiro (1) Atividade Presidente (1) Funcionário(n) 4.000,00 1.443,75 5.500,00 3.420,00 35.700,00 77.343,75 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. Quadro 14: Distribuição dos custos de remuneração e encargos à micro atividade implantar sistema. (Continua) Demonstrar o produto (sistemas) aos clientes 365,00 72,19 Soma 915,00 1500 200,00 Programadores (17) Atendentes (4) Analistas (5) 550,00 Treinar clientes para o manuseio do sistema implantado Propor ou emitir pedidos Gerente de TI (1) Assistente Administrativo (1) Gerente administrativo financeiro (1) Atividade Presidente (1) Funcionário(n) 126 1.626,00 272,19 89 (Conclusão) Instalar' o sistema Parametrizar o sistema Efetuar suporte técnico Total 900 365,00 200,00 72,19 550,00 300 84 300 210 3.000,00 420,00 Soma Programador es (17) Atendentes (4) Analistas (5) Gerente de TI (1) Assistente Administrativ o (1) Atividade Gerente administrativo financeiro (1) Presidente (1) Funcionário(n) 2677,5 3.577,50 2677,5 3.061,50 510,00 5.355,00 9.962,19 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. Esse rastreamento das remunerações e encargos foi feito com base no direcionador de tempo dedicado de cada funcionário na execução das atividades e da microatividade implantar sistema, visto nos Quadro 11 e 12. O rastreamento dos custos restantes as atividades obedeceu aos direcionadores de recursos definidos com base no Quadro 10. Quadro 15: Alocação dos itens de custos às atividades. (Continua) Recursos Consumidos Atividade Remunerações e Encargos Água Combustíveis Despesas Copa e Honorários e e Postais e Cozinha Contábeis Luz Lubrificantes Telegráficas Jornais, Revistas e Livros Material de Expediente 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa 3.085,00 61,36 12,86 18,00 6,47 11,00 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas 8.660,00 61,36 105,00 18,00 6,47 11,00 3. Distribuir os trabalhos para os setores 3.385,00 61,36 18,00 6,47 11,00 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa 2.664,38 61,36 18,00 6,47 11,00 5. Visitar as empresas para prestar assessorias 4.060,00 61,36 18,00 6,47 12,86 90 (Continua) Recursos Consumidos Jornais, Revistas e Livros Material de Expediente 18,00 6,47 11,00 61,36 18,00 6,47 11,00 344,38 61,36 18,00 6,47 11,00 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) 272,19 61,36 18,00 6,47 11,00 10. Fazer pedidos de material e equipamento de infraestrutura 272,19 61,36 18,00 11,00 11. Conferir notas fiscais para pagamento 272,19 61,36 18,00 11,00 12. Marcar a data de implantação de sistemas e informar aos técnicos 915,00 61,36 12,86 18,00 6,47 13. Pagar fornecedores e despesas 272,19 61,36 12,86 18,00 6,47 14. Controlar a contabilidade e as cobranças 272,19 61,36 18,00 15. Receber de clientes 544,38 61,36 18,00 16. Fazer cobranças 416,56 61,36 18,00 17. Visitar clientes 1.920,00 61,36 17.850,00 61,36 Atividade Remunerações e Encargos Água e Luz 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos 344,38 61,36 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS 344,38 8. Calcular obrigações trabalhistas 18. Desenvolver sistema Combustíveis e Lubrificantes 12,86 Copa e Cozinha Despesas Postais e Telegráficas Honorários Contábeis 189,00 189,00 6,47 11,50 18,00 18,00 6,47 91 (Continua) Recursos Consumidos Remunerações e Encargos Água e Luz Combustíveis e Lubrificantes 19. Vender sistema 640,00 61,36 12,86 18,00 20. Vender cursos e treinamentos 272,19 61,36 12,86 18,00 21. Formular contrato de manutenção 640,00 61,36 18,00 6,47 22. Atender as solicitações dos clientes 7.170,00 61,36 18,00 6,47 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas 9.345,00 61,36 18,00 24. Implantar sistemas 9.962,19 61,36 25. Visitar clientes 3.420,00 61,36 77.343,75 1.534, 00 Atividade Total Copa e Cozinha 105,00 Despesas Postais e Telegráficas Honorários Contábeis Jornais, Revistas e Livros Material de Expediente 6,47 11,50 6,47 18,00 18,00 300,00 450,00 23,00 378,00 110,00 110,00 Recursos Consumidos Atividade Outras Serviços Prestados por Terceiros Telefon e, Telex, Fax e Internet Transportes Depreciação do Imobilizado Outras Amortiz ações Comissões e Despesas Bancárias Multas de Mora Tributos Fed. Custo Total 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 3.310,26 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 8.977,40 3. Distribuir os trabalhos para os setores 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 3.597,40 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa 1,80 23,81 56,67 85,32 2,84 1,80 2.946,30 5. Visitar as empresas para prestar assessorias 1,80 23,81 56,67 2,84 1,80 4.232,75 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos 1,80 2,84 1,80 614,27 57,50 23,81 85,32 92 (Conclusão) Recursos Consumidos Atividade Outras Serviços Prestados por Terceiros Telefone, Telex, Fax e Internet Transport es Depreciação do Imobilizado Outras Amortiz ações Comissõe se Despesas Bancárias Multas de Mora Tributos Federais Custo Total 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS 1,80 57,50 23,81 85,32 2,84 1,80 614,27 8. Calcular obrigações trabalhistas 1,80 57,50 23,81 85,32 2,84 1,80 614,27 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) 1,80 57,50 23,81 85,32 2,84 1,80 731,09 10. Fazer pedidos de material e equipamento de infraestrutura 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 478,12 11. Conferir notas fiscais para pagamento 1,80 85,32 2,84 1,80 454,31 12. Marcar a data de implantação de sistemas e informar aos técnicos 1,80 85,32 2,84 1,80 1.129,26 13. Pagar fornecedores e despesas 1,80 14. Controlar a contabilidade e as cobranças 1,80 15. Receber de clientes 23,81 56,67 515,13 45,95 1,80 995,05 515,13 45,95 1,80 1.281,16 23,81 85,32 2,84 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 739,30 16. Fazer cobranças 1,80 23,81 2,84 1,80 537,67 17. Visitar clientes 1,80 2,84 1,80 2.018,66 18. Desenvolver sistema 1,80 2,84 1,80 17.942,27 19. Vender sistema 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 854,26 20. Vender cursos e treinamentos 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 497,94 21. Formular contrato de manutenção 1,80 85,32 2,84 1,80 955,57 22. Atender as solicitações dos clientes 1,80 23,81 85,32 2,84 1,80 7.371,40 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas 1,80 23,81 56,67 85,32 2,84 1,80 9.596,59 24. Implantar sistemas 1,80 23,81 56,67 2,84 1,80 10.233,46 25. Visitar clientes 1,80 23,81 2,84 1,80 3.529,61 45,00 84.252,62 Total 45,00 57,50 2,84 57,50 345,00 23,81 500,00 56,67 340,00 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. 1.535,73 71,00 1.030,25 91,89 93 Nas atividades analisadas destacam–se as de Implantar Sistemas, Liberar versões atualizadas e Desenvolver sistemas, que juntas representam a maior parte dos recursos consumidos (45%). e merecem uma analise mais detalhada, para verificar se existe coerência entre as alocações de atividades e seus custos. Quadro 16: Alocação de custos às microatividades da atividade implantar sistemas Recursos Consumidos Atividade Outras Serviços Prestado s por Terceiros Telefone, Telex, Fax e Internet 1. Demonstrar o produto (sistemas) aos clientes Transportes Depreciação do Imobilizado Outras Amort. Comissões e Despesas Bancárias Multas de Mora % 9,20 1.645,18 16,90 11,33 296,75 2,90 0,90 5,95 3. Propor ou emitir pedidos Total 940,46 11,33 2. Treinar clientes para o manuseio do sistema implantado Tributos Federais 4. 'Instalar' o sistema 5,95 11,33 3.608,01 35,27 5. Parametrizar o sistema 5,95 11,33 3.092,01 30,21 5,95 11,33 0,90 564,05 5,51 23,81 56,67 1,80 10.233,46 100,00 6. Efetuar suporte técnico 1,80 Total 1,80 0,00 2,84 0,00 2,84 0,00 0,00 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. As microatividades que ressaltam são: Instalar sistema, Parametrizar o sistema, Instalar o sistema e Treinar clientes para o manuseio do sistema implantado somando 82% do total. A microatividade de “Instalar o Sistema” corresponde a 35,27% dos recursos alocados às microatividades da atividade Implantar Sistemas, evidenciando os custos que a empresa incorre devido ao despreparo da equipe de suporte no atendimento aos clientes. 94 4.2.5 Cálculos do Custo dos Serviços Prestados Após os gastos serem alocados às atividades, a etapa seguinte é como as atividades são consumidas pelos objetos de custeio do período. No Quadro 17 os direcionadores de atividades para alocação das atividades ao custo do serviço prestado. Quadro 17: Direcionadores de atividades Atividades Direcionadores de Atividades 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa Tempo gasto para supervisão e orientação 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas Número de atendimentos 3. Distribuir os trabalhos para os setores Número de ordens de serviços 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa Número de divergências 5. Visitar as empresas para prestar assessorias Número de visitas realizadas 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos Número de funcionários 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS Número de documentos 8. Calcular obrigações trabalhistas Número de documentos digitados 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) Número de funcionários 10. Fazer pedidos de material e equipamento de infraestrutura Número de Notas Fiscais 11. Conferir notas fiscais para pagamento Número de Notas Fiscais 12. Marcar a data de implantação de sistemas e informar aos técnicos Número de sistemas a serem implantados 13. Pagar fornecedores e despesas Número de fornecedores 14. Controlar a contabilidade e as cobranças Número de documentos 15. Receber de clientes Número de pedidos de compra 16. Fazer cobranças Número de clientes inadimplentes 17. Visitar clientes Número de clientes visitados 18. Desenvolver sistema Número de sistemas desenvolvidos 19. Vender sistema Número de sistemas vendidos 20. Vender cursos e treinamentos Número de contratos fechados 21. Formular contrato de manutenção Número de contratos em andamento 22. Atender as solicitações dos clientes Tempo despendido 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas Número de atualizações efetuadas 24. Implantar sistemas Número de sistemas vendidos 25. Visitar clientes Número de atendimentos externos Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014. 95 Com os direcionadores de atividades definidos, o próximo é a distribuição dos gastos acumulados em cada atividade para objeto de custo que é o custo do serviço prestado. Com a visualização dos reais geradores de custos, é possível visualizar as oportunidades de redução de custos e melhorias no desempenho, uma vez que o sistema de custo proposto possibilita a transparência na alocação dos recursos. No Quadro 18, exemplifica que a empresa só tenha trabalhado com cinco sistemas no período. Neste caso a identificação dos custos dos produtos, apresentado no Quadro 18, evidencia a quantidade de transações, para cada atividade, relacionadas com os sistemas. Quadro 18: Quantificação dos direcionadores de atividades Projetos Atividades Quantificadores Total 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa Tempo gasto para supervisão e orientação 123 horas 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas Número de atendimentos 891 3. Distribuir os trabalhos para os setores Número de ordens de serviços 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa Número de divergências 5. Visitar as empresas para prestar assessorias 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS Número de visitas realizadas 28 visitas Número de funcionários 29 funcionários Número de documentos 58 documentos 116 8. Calcular obrigações trabalhistas 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) 10. Fazer pedidos de material e equipamento de infraestrutura 11. Conferir notas fiscais para pagamento 12. Marcar a data de implantação de sistemas e informar aos técnicos 13. Pagar fornecedores e despesas 14. Controlar a contabilidade e as cobranças 15. Receber de clientes 16. Fazer cobranças 17. Visitar clientes 18. Desenvolver sistema 19. Vender sistema 20. Vender cursos e treinamentos 21. Formular contrato de manutenção 22. Atender as solicitações dos clientes 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas 24. Implantar sistemas 25. Visitar clientes Número de documentos digitados Número de funcionários Número de Notas Fiscais Número de Notas Fiscais Número de sistemas a serem implantados Número de fornecedores Número de documentos Número de pedidos de compra Número de clientes inadimplentes Número de clientes visitados Número de sistemas desenvolvidos Número de sistemas vendidos Número de contratos fechados Número de contratos em andamento Tempo despendido Número de atualizações efetuadas Número de sistemas vendidos Número de atendimentos externos Orion Gestão Acadêmic a Orion Gestão Financeira e contábil Orion Gestão RH Ferramentas Projeto CREA 25 40 18 15 25 clientes 350 451 45 30 15 695 ordens de serviços 150 350 145 35 15 193 divergências 57 68 49 10 9 5 5 3 0 15 10 9 2 4 4 20 18 4 8 8 documentos 40 36 8 16 16 29 funcionarios 10 9 2 4 4 14 notas fiscais 2 2 2 5 3 70 notas fiscais 20 20 10 10 10 10 sistemas 2 2 2 2 2 14 fornecedores 2 2 2 5 3 160 documentos 40 40 23 32 25 130 pedidos 30 30 30 30 10 3 3 3 3 2 14 clientes inadimplentes 15 clientes 2 3 3 3 4 55 sistemas 12 14 11 5 13 10 sistemas 2 2 2 2 2 12 15 11 5 10 3 3 3 3 3 950 950 800 150 300 11 12 9 9 9 53 15 3150 contratos em elaboração contratos em elaboração horas 50 atualizações 10 sistemas 2 2 2 2 2 16 clientes visitados 3 3 3 3 4 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology 2014. 96 Houve uma análise criteriosa em relação aos direcionadores, como se procura fazer em todas as aplicações do ABC. Os levantamentos se deram com base nos relatórios Service desk, onde foi, feito nos direcionadores de atividades e também nos direcionadores de recursos. Esse levantamento dos custos das atividades aos objetos baseou-se nos dados contidos no Quadro 17 – Direcionadores de atividades, situado à página número 93. As informações das colunas relacionadas aos Projetos, do Quadro 18, foram extraídas dos relatórios de service desk da empresa TNT-Technology. No Quadro 19 são demonstrados todos os recursos consumidos pelas atividades alocados aos objetos de custeio, nesse caso, sistemas. Quadro 19: Mapa de alocação dos custos para o produto Atividades 1. Supervisionar e coordenar as atividades da empresa 2. Atender os clientes presencialmente e remotamente para solucionar problemas 3. Distribuir os trabalhos para os setores 4. Resolver problemas específicos da direção da empresa 5. Visitar as empresas para prestar assessorias 6. Elaborar folha de pagamento e recibo de pagamentos 7. Registrar funcionários nas fichas e livros/ fazer as anotações nas CTPS 8. Calcular obrigações trabalhistas 9. Elaborar comprovante de Rendimentos (empregado e empregador) 10. Fazer pedidos de material e equipamento de infraestrutura 11. Conferir notas fiscais para pagamento 12. Marcar a data de implantação de sistemas e informar aos técnicos 13. Pagar fornecedores e despesas 14. Controlar a contabilidade e as cobranças 15. Receber de clientes 16. Fazer cobranças Custo Total Custo Unitário Orion Gestão Acadêmica Projetos Orion Gestão Financeira e contábil Orion Gestão RH Ferramentas Projeto CREA 3.310,26 26,91 672,82 1.076,51 484,43 403,69 672,82 8.977,40 10,08 3.526,48 4.544,12 453,40 302,27 151,13 3.597,40 5,18 776,42 1.811,64 750,54 181,16 77,64 2.946,30 15,27 870,15 1.038,07 748,02 152,66 137,39 4.232,75 151,17 755,85 755,85 453,51 0,00 2.267,54 614,27 21,18 211,82 190,64 42,36 84,73 84,73 614,27 10,59 211,82 190,64 42,36 84,73 84,73 614,27 5,30 211,82 190,64 42,36 84,73 84,73 731,09 25,21 252,10 226,89 50,42 100,84 100,84 478,12 34,15 68,30 68,30 68,30 170,76 102,45 454,31 6,49 129,80 129,80 64,90 64,90 64,90 1.129,26 112,93 225,85 225,85 225,85 225,85 225,85 995,05 71,08 142,15 142,15 142,15 355,38 213,23 1.281,16 8,01 320,29 320,29 184,17 256,23 200,18 739,30 5,69 170,61 170,61 170,61 170,61 56,87 537,67 38,41 115,22 115,22 115,22 115,22 76,81 2.018,66 134,58 269,15 403,73 403,73 403,73 538,31 17.942,27 326,22 3.914,68 4.567,12 3.588,45 1.631,12 4.240,90 19. Vender sistema 854,26 85,43 170,85 170,85 170,85 170,85 170,85 20. Vender cursos e treinamentos 497,94 9,40 112,74 140,93 103,35 46,98 93,95 21. Formular contrato de manutenção 955,57 63,70 191,11 191,11 191,11 191,11 191,11 7.371,40 2,34 2.223,12 2.223,12 1.872,10 351,02 702,04 17. Visitar clientes 18. Desenvolver sistema 22. Atender as solicitações dos clientes 23. Liberar versões atualizadas dos sistemas 24. Implantar sistemas 25. Visitar clientes 9.596,59 191,93 2.111,25 2.303,18 1.727,39 1.727,39 1.727,39 10.233,46 3.529,61 1.023,35 220,60 2.046,69 661,80 2.046,69 661,80 2.046,69 661,80 2.046,69 661,80 2.046,69 882,40 Total Custos Indiretos 84.252,62 2.605,16 20.362,88 23.905,74 14.804,09 9.984,43 15.195,49 97 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. Quadro 20: Demonstração do resultado final de cada sistema implantado. Serviço Elementos de Custos Orion Gestão Acadêmica Custos Diretos: Orion Gestão Financeira e contábil Orion Gestão RH Ferramentas Projeto CREA Total 1.334,52 1.732,52 2.516,52 948,52 2.415,74 8.947,80 Licença de uso 120,52 120,52 120,52 120,52 65,74 547,80 Contratos de manutenção 714,00 612,00 646,00 578,00 850,00 3.400,00 Consultorias 500,00 1.000,00 1.750,00 250,00 1.500,00 5.000,00 Custos indiretos 20.362,88 23.905,74 14.804,09 9.984,43 15.195,49 84.252,62 Custo dos serviços prestados (CSP) 21.697,40 25.638,26 17.320,60 10.932,94 17.611,22 93.200,42 Fonte: Arquivo da empresa TNT-Technology, 2014. Com os resultados obtidos, chega-se ao custo de cada sistema implantado, pode-se fazer uma análise do custeio desses cinco sistemas, considerados objetos de custos, neste estudo, onde deverá ser de grande relevância para gerenciamento da empresa. 4.2.6 Análise dos Dados Com base no que foi exposto, verifica-se que o modelo proposto permite agrupar os gastos em dois grupos: custos diretos e custos indiretos para fins de tratamento dos gastos e cálculo dos custos dos serviços prestados. No primeiro grupo, os custos com a licença de uso, o contrato de atualização, as consultorias, são apropriáveis diretamente de maneira objetiva e dependem do volume do serviço prestado. No segundo grupo, as despesas comerciais, administrativas e financeiras que existem, independem do volume do serviço prestado. Esses gastos, que constituem a maior parte dos recursos consumidos da empresa, são considerados custo fixo da estrutura direta da empresa. Os seguintes relatórios podem ser extraídos do estudo: Cálculo do custo do serviço prestado. Na aplicação do modelo proposto, é possível relacionar e separar os gastos consumidos em custos diretos e custos indiretos, alocando estes últimos gastos ao custo do serviço prestado por meio das atividades custeadas e analisadas no valor de R$ 84.252,62. 98 A identificação dos custos diretos é obtida de maneira objetiva, pois são apropriáveis diretamente ao custo do serviço prestado no valor de R$ 8.947,80. Depois, pode-se efetuar o cálculo do custo das atividades. O Quadro 13 foi elaborado para apresentar todos os recursos consumidos de cada área (comercial, administrativa e financeira) com as respectivas atividades analisadas no período, permitindo a identificação de quanto custa cada atividade custeada, e essa informação, além de ser preciosa por si só, servirá de componente na formação dos custos dos serviços prestados, conforme mostra o quadro 19. O Quadro 13 mostra as atividades analisadas e o total de recursos consumidos de cada uma delas. Pode-se constatar que as atividades que mais consomem recursos são: Implantar Sistemas, Liberar versões atualizadas dos sistemas e Desenvolver Sistema. O Quadro 19 apresenta quanto das atividades foram consumidas pelos produtos. A aplicação do custeio baseado em atividades permite agrupar as atividades em seis centros de custos, conforme o modelo proposto acima, para fins de tratamento de custos e cálculo dos custos dos serviços prestados, pois essas atividades são consideradas custos fixos da estrutura direta da empresa. As atividades proporcionam uma base sólida para rastrear os custos aos serviços prestados, especificando as atividades necessárias para avaliar o desempenho dos negócios, e auxiliando na análise para tomada de decisões quanto aos serviços prestados. O Quadro 20 demonstra o custo dos produtos em relação a cada sistema implantado. A partir dos relatórios e dos resultados obtidos, verifica-se que o modelo sugerido pode contribuir para o entendimento dos custos de uma empresa prestadora de serviço de forma estruturada, identificando, também, quanto custam às atividades analisadas e facilitando o seu monitoramento. Observa-se que o trabalho e o custo fluem ao longo dos centros de custos, ficando em condições de separar as atividades que agregam valor ao serviço prestado. 4.3 Parecer Final 99 A aplicação prática do sistema de custo proposto permite: a) Classificação dos gastos em custos diretos e custos indiretos, b) O cálculo do custo das atividades analisadas e, c) O cálculo do custo do serviço prestado, contribuindo deste modo para o entendimento dos custos da empresa objeto do estudo, tendo em vista que ela atualmente não possui nenhum sistema de custos, abrindo, dessa forma, novos horizontes para que possa apontar os custos, comprovando ser o ABC uma excelente ferramenta administrativa, desde que aplicada corretamente podendo constituir em uma vantagem competitiva para as empresas. O resultado pode ser usado para identificar, também, as atividades que não agregam valor. Na empresa em estudo, a sistemática aplicada deu uma compreensão clara de que os maiores benefícios dessa metodologia estão na obtenção dos custos dos serviços prestados, e o conhecimento deles pode ser utilizado para tomadas de decisão, além de visualizar seus processos e atividades, reduzindo custos e despesas. Como a empresa é pequena e não possui sistema de custo, a sistemática pode ser usada sem interferir no desenvolvimento de suas atividades operacionais. 100 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Após a realização do presente trabalho, e conforme descrito no capítulo IV, propõe-se a empresa TNT Technology. a) Utilizar a ferramenta para análise de mensuração de seus custos. b) Na utilização da ferramenta é necessário que o analista tenha bons conhecimentos do setor no qual a ferramenta está parametrizada. c) Os dados inseridos na ferramenta devem ser reais e precisos, para que as informações geradas sirvam como base de análise, para uma possível tomada de decisão. 101 CONCLUSÃO Com base na fundamentação teórica, constatou-se que os métodos de custeio tradicionais são impróprios para apuração de custos em empresas prestadoras de serviços de informática, pois são deficientes na alocação dos custos indiretos e das despesas. Os objetivos propostos no início do trabalho foram atendidos e validados, diante dos itens apresentados: a literatura sobre técnicas adequadas à apuração de custos em empresas prestadoras de serviços de informática, a identificação de quais características são importantes em um sistema de custos voltado a empresas prestadoras de serviços e a aplicação de um sistema de custeamento em uma empresa prestadora de serviços de TI. Conclui-se que os sistemas tradicionais não proporcionam tantos benefícios quanto o custeio baseado em atividades. O ABC é o método mais indicado por identificar o processo produtivo. O sistema proposto enfoca a análise dos custos indiretos e segue as etapas tradicionais de implantação do ABC. Na aplicação prática do sistema de custo proposto, não houve tanta dificuldade na mensuração do tempo das atividades executadas pelos funcionários, pelo fato da empresa utilizar uma ferramenta onde os funcionários dedicam o tempo dispendido em cada atividade por eles executadas. Com a aplicação prática, observa-se que o método de custeio ABC se constitui em uma ferramenta adequada para a apuração de custos em empresas de serviços, possibilitando a identificação de como os recursos estão sendo consumidos e quais fatos ocasionam esses gastos. Constatam-se alguns benefícios para a empresa com a aplicação do sistema de custo proposto. Os principais foram: significativa identificação dos custos indiretos com as atividades, especialmente de mão-de-obra, o que exigiu a elaboração de um modelo básico de rastreamento dos custos de remunerações e encargos; a ocorrência de vários recursos com valores pouco representativos sendo compartilhados entre diversas atividades; transparência na alocação dos recursos; visualização real dos geradores de custos e de atividades; alocação dos custos aos produtos e os custos dos sistemas implantados. Conclui-se que a contribuição principal deste trabalho refere-se à aplicação de um sistema de custos baseado no ABC, revelando os benefícios e dificuldades 102 analisados na implantação. Essa metodologia pode ser aplicada em qualquer empresa de prestação de serviços, porém deve-se observar as particularidades de cada empresa. 103 REFERÊNCIAS ALBRECHT, K. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. São Paulo: Pioneira, 2000. 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Será descrita a metodologia utilizada para o levantamento de informação e as ferramentas de custeios utilizadas na empresa. 1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado a) Descrição da importância da contabilidade de custo para tomada de decisão; b) Análise dos procedimentos e métodos de custeios; c) Verificação dos métodos adotados e aplicados ao estudo de caso. 1.2 Discussão Confronto entre a teoria apresentada nos primeiros capítulos e a prática utilizada na empresa. 1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou modificações de procedimentos 110 APÊNDICE B - Roteiro de Observação Sistemática I IDENTIFICAÇÃO Empresa: _______________________________________________________ Localização: _____________________________________________________ Atividade Econômica: _____________________________________________ II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Histórico da empresa 2 Aspectos Contábeis, procedimentos operacionais e administrativos da empresa. 3 Demonstrações Contábeis 4 Normas e Procedimentos para mensuração do custo 5 Sistemas utilizados 111 APÊNDICE C- Roteiro Histórico da Empresa TNT TECHNOLOGY I – IDENTIFICAÇÃO Empresa:________________________________________________________ Localização: _____________________________________________________ Atividade Econômica: _____________________________________________ II – ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA / ASSUNTO PESQUISADO 1 Aspectos contábeis 2 Evolução das demonstrações de resultado 3 Métodos utilizados na elaboração dos custos 112 APÊNDICE D - Roteiro de Entrevista dos sócios e proprietários I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargos, Função, Profissão: _________________________________________ Escolaridade: ____________________________________________________ Experiências Profissionais: _________________________________________ Residência/Local: _________________________________________________ II – PERGUNTAS 1 Quais as principais preocupações da empresa em relação ao futuro? 2 Uma organização de TI tem a finalidade de atender aos requisitos de negócios de outras empresas, porém como é realizada a gestão da empresa TNT Technology? 3 O que é necessário para que uma organização de TI consiga desenvolver e operar as novas tecnologias? 4 A prestação de serviço é um dos setores que mais crescem e tendem a continuar crescendo no Brasil, com relação a empresas do ramo de TI, o que é necessário para manter a competitividade? 5 O crescimento de uma empresa pode estar comprometido se não houver uma gestão de custos adequada, diante dessa afirmação pergunta-se: Quais as ferramentas que a empresa utiliza para mensuração do custo do serviço oferecido? 6 O objetivo principal de uma boa gestão para a tomada de decisões é possuir em seu quadro de colaboradores, profissionais qualificados para fazer as mesmas atividades, gastando menos, com os mesmos recursos. Hoje como é realizada a captação e manutenção do capital intelectual da empresa? 113 APÊNDICE E - Roteiro de Entrevista para o contador I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargos, Função, Profissão: _________________________________________ Escolaridade: ____________________________________________________ Experiências Profissionais: _________________________________________ Residência/Local: _________________________________________________ II – PERGUNTAS 1 Qual a importância da contabilidade na mensuração do custo de uma prestação serviço? 2 Quais os benefícios da informatização da contabilidade? 3 Qual é a influência da contabilidade gerencial na tomada de decisão dos gestores? 4 Como são realizadas as demonstrações mensais para os sócios e proprietários da empresa? 5 Quais as formas de gerenciamento de custos adotados pela empresa?