Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul 3.9 VISCONDE DE RIO BRANCO Em Visconde de Rio Branco, o sistema público de abastecimento de água é operado e mantido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, empresa de âmbito estadual, através de um sistema operacional local, subordinado ao Distrito Operacional de Ubá que por sua vez é ligado a Superintendência do Sudeste da referida empresa. O sistema de esgotamento sanitário, por sua vez, é operado e mantido pela própria municipalidade através da Secretaria de Obras. 3.9.1 Sistema Existente de Abastecimento de Água A cidade conta com um sistema de abastecimento de água operando, em média, 17 horas por dia. Encontra-se em bom estado de conservação e é constituído pelas seguintes unidades operacionais: Captação e Recalque de Água Bruta A captação é feita através de uma pequena barragem de nível, construída em concreto armado, com cerca de 5m de largura, dotada de vertedor e dispositivo de descarga centrais (Foto 1), situada no manancial de superfície denominado córrego Piedade, em um ponto que dista aproximadamente 1.000 m do centro da cidade. Esta estrutura tem por objetivo assegurar a submergência necessária aos conjuntos de recalque. Na margem esquerda deste curso d’água e a montante da barragem existe uma plataforma de concreto armado que serve de apoio a um barrilete em FoFo onde se conectam, por meios de mangotes flexíveis de 4” de diâmetro (Foto 2), três bombas submersíveis com capacidade de recalque de 102 l/s, operando duas em paralelo, ficando a terceira como unidade para reserva e/ou rodízio. O barrilete é formado por tubos de FoFo, sendo a tubulação principal de 300 mm e as secundárias de 150 mm. A base de apoio ao barrilete é dotada de uma estrutura metálica que sustenta uma monovia proporcionando o içamento dos conjuntos de recalque para se façam manutenção ou reparos. Adução de Água Bruta A adutora de água bruta é constituída por uma tubulação de FoFo, de 300 mm de diâmetro e 50 m de extensão, interligando o barrilete da captação à entrada da estação de tratamento. Estação de Tratamento A estação de tratamento é do tipo convencional, construída em concreto armado e com capacidade nominal para tratar 100 l/s de vazão (Foto 3). Possui um medidor do tipo calha “Parshall”, um floculador hidráulico do tipo “Alabama” modificado, com dezesseis câmaras, dois decantadores de alta taxa de aplicação dotados de placas paralelas (Foto 4) e seis filtros rápidos multicelulares, auto laváveis (Foto 5). Após o tratamento a água é encaminhada a um reservatório de contato, contíguo à ETA (Foto 3), construído em concreto armado, com 75 m3 de capacidade que serve também como poço de sucção para os conjuntos de recalque da elevatória de água tratada. 117 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul Os produtos químicos utilizados são: o sulfato de alumínio como coagulante, a cal hidratada para correção do pH, o cloro gasoso na desinfecção e o fluossilicato de sódio para combate e prevenção à cárie dentária. Elevatória de Água Tratada Construída ao lado do poço de sucção, a elevatória de água tratada contém três conjuntos moto-bombas idênticos de 75 cv de potência cada um, e capacidade total de recalque de 100 l/s no caso de operarem dois em paralelo, ficando o terceiro como unidade de reserva e/ou rodízio. Adução de Água Tratada Tem início na elevatória de água tratada e constituí-se de uma tubulação de ferro fundido, com 300 mm de diâmetro e 1.000 m de comprimento que tem por função a alimentação do reservatório principal do sistema de distribuição, localizado em uma elevação próxima. Reservação É feita em um reservatório principal, construído em concreto armado, do tipo apoiado, com capacidade de armazenamento de 1.500 m3, dotado de duas células idênticas que recebem a água diretamente da elevatória de água tratada. A partir desta unidade de reservação é feita a distribuição para a cidade. A cidade conta com outros reservatórios menores, totalizando 3.108 m3 de capacidade total de armazenamento. Rede de Distribuição A rede de distribuição de água da cidade de Visconde de Rio Branco possui 52.360 m de extensão, constituída basicamente por tubos de PVC/PBA e FoFo e com diâmetros que variam de 50 a 300 mm, e proporciona o atendimento a 99% da população urbana. Esta mesma rede recebe um incremento de vazão proveniente de quatro poços artesianos com profundidades médias de 60 m e vazões que variam de 0,4 a 5 l/s. A desinfecção da água dos poços é feita através da aplicação de hipoclorito de cálcio e as vazões são recalcadas diretamente à rede. A COPASA planeja desativar os referidos poços e substituí-los por boosters para possibilitar o atendimento as regiões altas. Atualmente encontram-se em operação oito boosters e com previsão de implantação de mais quatro. Ligações Domiciliares A cidade possui 6.953 ligações prediais, todas hidrometradas, e a partir destas atende a 8.274 economias. Os volumes medidos no sistema são: • Volume aduzido: 191.320 m3/mês; 118 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul • Volume distribuído ( macro medido ): 177.658 m3/mês; • Volume medido ( micro medido): 121.039 m3/mês; • Volume faturado: 135.062 m3/mês. Com base nestes dados pode-se avaliar as perdas médias do sistema, que são: 3.9.2 • Perdas no tratamento: 7,1%; • Perdas físicas: 31,9%; • Perdas no faturamento: 23,9%; Sistema Existente de Esgotamento Sanitário A cidade dispõe de um sistema de coleta de esgotos sanitários do tipo separador absoluto, atendendo a cerca de 95% dos logradouros públicos, de um total de 76.060 m de extensão, dos quais apenas 9.060 m não são pavimentados. Como não dispõe de interceptores, coletores tronco, estações elevatórias e estação de tratamento, os esgotos coletados são lançados na forma “in natura” nos cursos d’água que cortam a cidade, que são: córregos Rua Nova, Filipinho, da Chácara, da Piedade e Chopotó que é o principal. A Prefeitura Municipal não permite a utilização de fossas sépticas e cobra pelo serviço de esgotamento sanitário através de taxa constante do IPTU, isentando aqueles imóveis com áreas iguais ou inferiores a 40 m2. 119 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 1: Captação - Barragem para manutenção do nível mínimo, com dispositivo de descarga e vertedor. FOTO 2: Captação - Plataforma de concreto armado para apoio do barrilete. Observam-se os mangotes flexíveis e as tubulações de recalque dos conjuntos moto-bombas. 120 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 3: ETA - Vista externa da estação, observando-se em primeiro plano o tanque de contato. FOTO 4: ETA - Decantador de alta taxa de aplicação dotado de placas paralelas. Observa-se também os tubos perfurados para coleta de água decantada. 121 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 5: ETA - Visão geral das unidades operacionais, notando-se ao fundo a casa de química e os floculadores, e em primeiro plano os decantadores e parte dos filtros. 122