Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul 3.8 SÃO JOÃO NEPOMUCENO A Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA, é o órgão responsável pela operação e manutenção do sistema de abastecimento de água da cidade de São João Nepomuceno. Esta Empresa mantém na cidade um sistema operacional local subordinado ao Distrito Operacional de Ubá que, por sua vez é ligado à Superintendência do Sudeste. O sistema de esgotamento sanitário é operado e mantido pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Obras. 3.8.1 Sistema Existente de Abastecimento de Água O sistema de abastecimento de água da cidade de São João Nepomuceno encontra-se em bom estado de conservação, operando, em média, 22 horas por dia, havendo variações sazonais. O sistema ora descrito apresenta as seguintes unidades operacionais: Captação O sistema conta com dois mananciais, ambos com captações superficiais: A primeira e principal é feita no córrego Carlos Alves, através de um módulo flutuante dotado de um conjunto moto-bomba, tipo centrífuga, com capacidade de recalcar 60 l/s, acionado por motor elétrico de 50 cv (Foto 1). A estrutura de tomada d`água, além do flutuante compõe-se de um mangote flexível de 200 mm de diâmetro e aproximadamente 25 m de extensão. Esta tubulação permite o funcionamento da tomada d`água em vários níveis do curso d`água e liga a saída da bomba ao barrilete da adutora de água bruta. O sistema é provido de um “by pass” que, por inversão de fluxo, permite a limpeza do crivo de tomada. A segunda captação é feita em dois pontos: no córrego Grama e no ribeirão Medeiros, ambos situados no Distrito de Descoberto, distantes 14 Km do centro da cidade de São João Nepomuceno. A primeira tomada constitui-se de uma barragem de pedras com 6 m de extensão que tem como objetivo garantir a submergência do crivo de tomada de uma tubulação de 500 mm de diâmetro que aduz água a um canal de desvio. A segunda tomada realizada no ribeirão Medeiros conduz a água a um aerador associado a uma caixa de areia e desta ao referido canal de desvio, juntando-se as vazões. A partir deste canal, construído em concreto armado, parte a adutora de água bruta. Adução de Água Bruta A adutora de água bruta proveniente do manancial Carlos Alves apresenta dois trechos distintos. O primeiro trecho, por recalque, é constituído de tubos de FoFo com 200 e 250 106 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul mm de diâmetros ao longo de 1.210 m, cujo trecho final divide-se em duas linhas paralelas de 150 mm de diâmetro, cada uma. Esta adutora é responsável pela interligação desde o mangote de recalque do conjunto de captação, até o poço de sucção da elevatória de água bruta intermediária. O segundo trecho, também por recalque, desenvolve-se da elevatória de água bruta intermediária até a ETA. Possui 1.480 m de extensão, 250 mm de diâmetro e é composta por tubos de PVC/DEFoFo . A adutora proveniente dos mananciais Medeiros e Grama, com regime de escoamento por gravidade, constitui-se de uma tubulação de FoFo com juntas de chumbo, com 175 mm de diâmetro e 13.500 m de extensão, ligando o canal de desvio ao clarificador de contato situado na área da ETA. Nesta linha existe uma derivação situada, aproximadamente a 4 Km do canal de desvio, com o objetivo de abastecer o Distrito de Descoberto, com uma vazão de 3 a 4 l/s, sem tratamento algum. Elevatória de Água Bruta Intermediária Esta unidade do sistema situa-se na adutora proveniente do manancial Carlos Alves. Constitui-se de dois conjuntos moto-bombas com funcionamento alternado, acionados por motores elétricos de 125 cv de potência e com capacidade de recalque de 60 l/s (Foto 2). Esta elevatória recalca água de um poço de sucção construído em concreto armado, do tipo apoiado, com 50 m3 de capacidade, até a entrada da ETA. Estação de Tratamento de Água O tratamento da água se processa em duas estações distintas, situadas no mesmo local e que podem ser alimentadas indistintamente pelas duas adutoras provenientes dos dois mananciais. A primeira e mais antiga, com capacidade para tratar 25 l/s constitui-se de um clarificador de contato coberto, construído em concreto armado (Foto 3), dotado de calha “Parshall” independente (Foto 4). A segunda, com capacidade para tratar 45 l/s é do tipo convencional, construída em concreto armado, conta com calha “Parshall” independente (Foto 5), floculador tipo "Alabama" modificado (Fotos 6 e 7), dois decantadores de alta taxa (Foto 8) e cinco filtros multicelulares autolaváveis (Foto 9). O efluente tratado das duas unidades é encaminhado a um tanque de contato, em concreto armado, apoiado, com 50 m3 de capacidade que funciona também como poço de sucção da elevatória de água tratada. Os produtos químicos utilizados são: o sulfato de alumínio para a coagulação, a cal para correção do pH, o cloro gasoso para desinfecção e o fluossilicato de sódio para o combate e prevenção das cáries dentárias. 107 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul Elevatória de Água Tratada Esta unidade do sistema tem como sucção o reservatório de contato. Possui dois conjuntos moto-bombas (Foto 10), de funcionamento alternado, que abastece um reservatório elevado com 75 m3 de capacidade (Foto 11), usado para lavagem dos clarificadores de contato e também como abastecedores da zona alta adjacente denominada Morro São José. No mesmo compartimento da elevatória de água tratada estão instaladas duas bombas para alimentação dos dosadores de cloro (Foto 12). Reservação A reservação principal situa-se na área da ETA e é feita em três principais reservatórios: o primeiro, de forma cilíndrica, do tipo apoiado, construído em concreto armado e com 600 m3 de capacidade (Foto 13), o segundo retangular, do tipo apoiado, construído em concreto armado e dividido em duas células iguais com 700 m3 de capacidade, cada uma, (Foto 14), e, finalmente, o terceiro localizado sob o escritório da ETA possui capacidade de 240 m3. A cidade conta com 13 reservatórios, totalizando um volume armazenado de 3.150 m3, incluindo os reservatórios existentes na área da ETA. Distribuição A rede distribuidora da cidade possui 55.000 m de extensão, apresentando diâmetros variando entre 25 e 300 mm e constituída de tubos de PVC/PBA, FC e FoFo, atendendo a 100 % da população urbana. O sistema de distribuição conta ainda com três “boosters” que alimentam as zonas altas da cidade. Ligações Prediais A rede de distribuição de água possui 5.952 ligações prediais, todas hidrometradas, atendendo a 7.428 economias. Os valores computados pela COPASA, são apresentados a seguir: volume aduzido: 167.828 m3/mês volume distribuído: 158.224 m3/mês (macro-medido) volume medido: 106.438 m3/mês (micro-medido) volume faturado: 121.289 m3/mês As perdas no sistema, traduzidas pelos valores acima, são: perdas no tratamento 5,7 % perdas físicas 32,7 % perdas de faturamento 23,3 % 108 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul 3.8.2 Sistema Existente de Esgotamento Sanitário A cidade de São João Nepomuceno possui sistema de esgotamento sanitário constituído de rede coletora, sendo 60 % do tipo separadora e 40 % do tipo unitária, esta correspondendo a área central da cidade. Esta malha atende a 100 % da população urbana, através de 5.952 ligações prediais. A Secretaria de Obras vem implantando um programa de micro estações de tratamento. Estas estações compõem-se de uma fossa séptica coletiva associada a um filtro biológico anaeróbio, tendo sido beneficiado o bairro Três Marias com duas ETEs, cada uma com capacidade para atender a 200 lotes, lançando os efluentes no ribeirão dos Henriques. O programa pretende exigir que este tipo de tratamento faça parte integrante das obras de infraestrutura necessárias para aprovação de futuros parcelamentos de solos urbanos, como é o caso de novos loteamentos. 109 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 1: Captação - Conjunto moto-bomba instalado sobre flutuante no córrego Carlos Alves. FOTO 2: Elevatória de água bruta intermediária. 110 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 3: ETA - Clarificadores de contato. FOTO 4: ETA - Detalhe de chegada da água na calha “Parshall” dos clarificadores de contato. 111 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 5: ETA - Medidor “Parshall” da ETA convencional de 45 l/s. FOTO 6: ETA - Vista dos floculadores hidráulicos. 112 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 7: ETA - Detalhe das câmaras dos floculadores. FOTO 8: ETA - Vista parcial dos decantadores com suas calhas de coleta centrais. 113 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 9: ETA - Filtros multicelulares. FOTO 10: ETA - Elevatória de água tratada. 114 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 11: ETA - Reservatório elevado de 75 m3 para lavagem dos clarificadores. FOTO 12: ETA - Bombas para os cloradores. 115 Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul FOTO 13: ETA - Reservatório apoiado de 600 m3. FOTO 14: ETA - Reservatório apoiado de 1.400 m3. 116