Le Tourniquet - Nº 6 NESTA EDIÇÃO: RENÉ LAVAND Abril de 2006 ENTÃO, VOCÊ QUER SER UM MÁGICO Dan Paulus Biografia MMIKLOS Perfil NÃO META-SE COM MEU TRUQUE MÁGICO Dion Semeniuk INSPIRAÇÕES DE MÁGICA 1 904200 600000 Dan Paulus E MAIS: ENTENDENDO A MÁGICA Revista Eletrônica EDITORIAL Editorial E d i t o r i a l Olá, amigo mágico! Aqui estamos com mais uma edição da Le Tourniquet, subindo a ladeira e contra o vento! Apesar disso, creio que estamos fazendo um trabalho de qualidade para que a arte Mágica cresça cada vez mais. Nesta edição, como de costume, você encontrará ótimos artigos. Entre eles está "Entendendo a Mágica", de Scott Cram, em seu primeiro capítulo. Em "Não meta-se com meu truque mágico", Dion Semeniuk vem falar sobre os tradicionais "abelhudos" que sempre tentam estragar o que seria uma grande diversão e fascinação. Dan Paulus nos mostra como obter inspiração na criação de um estilo mágico ou de efeitos em seu artigo "Inspirações de Mágica". Simplesmente imperdível! Trouxemos também um belo texto de Richard Tenace, onde ele nos mostra como um mágico profissional deve agir e que atitudes ele deve tomar em seu ato. Na seção Biografia, você saberá um pouco mais sobre a vida de René Lavand, um veterano da mágica. Temos também o perfil de Mmiklos, mágico e usuário do fórum. Voltamos a pedir que façam sugestões, críticas ou comentários através do email [email protected]. Só assim saberemos como melhorar o conteúdo da revista. Um abraço a todos! JimVerc Expediente Le Tourniquet - N° 6 Abril/2006 Editores 0b1iiZ/JimVerc Artigos JimVerc 0b1iiZ Perfil 0b1iiZ Diagramação JimVerc Logo Le Tourniquet Cabala Fotos Corbis Email: [email protected] 03 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 Na N maleta: a m a l e t a Então, você quer ser um mágico Richard Tenace Inspirações de mágica Dan Paulus Não meta-se com meu truque mágico Dion Semeniuk Mmiklos Perfil Entendendo a mágica Scott Cram Piada e Cartum Humor René Lavand Biografia 04 05 08 10 12 21 24 25 ARTIGO ENTÃO, VOCÊ QUER SER UM MÁGICO H Richard Tenace á muitos anos eu tive um encontro com um mágico num clube de mágica que foi assim: me pedindo para ensiná-lo mais. Eu disse a ele que não ensinaria nada até que ele dominasse os dois movimentos que eu ensinei a ele. Ele ficou pálido! "Você conheceu o John," um amigo mágico me perguntou, "o novo cara?" "Eu só quero aprender mais. Eu não preciso trabalhar neles porque eu já os conheço." "Ainda não, mas o vi fazer um truque com corda na semana passada," respondi. "Você não aprendeu nada. Você sabe como se faz mas não sabe apresentá-los. Posso saber todos os fundamentos do surf a partir de um livro mas todo aquele conhecimento não significa nada até que eu pratique e realmente surfe." "Ele está tendo problemas em aprender algumas técnicas básicas com cartas. Você poderia ajudá-lo?" "Claro," eu disse. Logo eu fui apresentado ao novo cara. Prontamente pude dizer que ele nunca se tornaria um mágico. Ele não era muito amigável e tinha muita antipatia. Ainda, deixei meus sentimentos de lado e o ensinei como fazer um "double lift" e uma contagem Elmsley. Ele queria saber mais, mas eu disse que ele tinha de ir para casa e praticar os movimentos e depois me procurar na semana seguinte. Na semana seguinte eu fui até o John e perguntei como ele estava indo com os movimentos. Ele disse que estava entediado com eles e queria aprender mais. Eu pedi a ele para me mostrar o que aprendeu. Ele estava tão negligente quanto na semana passada. Num questionamento futuro eu descobri que ele não havia praticado nada! Ele estava Seu lamento agora tornou-se um ataque febril. "Você tem de ensinar-me mais! Eu quero aprender mais!" "Eu não tenho que te ensinar nada mas eu vou fazer um acordo contigo. Eu só vou continuar a te ensinar se você puder me responder uma questão." Ele olhou para mim por bastante tempo e depois disse, "Vá em frente." “Por quê você quer aprender mágica?" Ele disse, "É fácil. Eu quero aprender como os truques são feitos e depois impressionar as pessoas com o que eu posso fazer." Eu disse, "Eu aprecio sua honestidade mas não vou mais te ensinar. Você não quer aprender mágica, 05 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 só quer saber como é feito. Você não quer ser um mágico ou um artista. Você quer acalmar seu próprio ego sem personalidade e abusar das pessoas com sua mágica." Ele me chamou de estúpido e foi embora. Logo ele parou de ir aos encontros. Imaginei por muitas vezes se fui áspero demais. Quanto mais eu pensava nisso, entretanto, mais percebia que precisamos ser ásperos às vezes para eliminar aqueles que ferem nossa arte. Dentro dos círculos de mágica há um grande debate sobre as diferenças entre profissionais e amadores. Eu sinto que a simples explicação de que o profissional ganha dinheiro e o amador não, é simplista demais. Eu acho que ser um profissional significa agir como tal e ter trabalho profissional ético não importando se vai ganhar algum dinheiro com sua apresentação. Assim, tenho visto muitos amadores (do tipo que não faz dinheiro) agirem como profissionais e muitos profissionais (o que ganha dinheiro) agirem como amadores. O que eu acho que realmente caracteriza um profissional? * Um profissional deve trabalhar duro. Um profissional pratica bastante. Um profissional especifica uma certa quantidade de tempo para ensaiar seu ato, movimentos, e a apresentação todos os dias. Um exemplo de artista que prendeu seu traseiro sua carreira toda é Stephen King. Ele escreveu cada dia do ano, exceto em seu aniversário e no Natal. 06 * Um profissional deve ser alguém que estuda sobre sua arte freqüentemente. Ele lê livros e vê DVD's. Eles pedem ajuda a outros artistas quando precisam solucionar magicamente um problema. Eles estudam a história de sua arte e aprendem sobre os gigantes que vieram antes deles. * Um profissional nunca aprende algo na quarta-feira para apresentá-lo na sexta-feira à noite. Quando trabalho numa loja de mágica, costumo ficar apavorado quando os mágicos entram correndo querendo algo novo para mostrar numa festa de aniversário que vai acontecer em uma ou duas horas. * Um profissional acredita que um “worker” (uma parte polida da mágica profissional) deveria ser ensaiada e trabalhada completamente antes de ser exibida. Essa não é somente a coisa certa a ser feita mas mostra respeito para aqueles que pagam para ver o que você pode fazer. * Um profissional trata aqueles que o assistem, pagantes ou não, com respeito e amor. Eles nunca vêem sua audiência como broncos ou tapados. * Um verdadeiro profissional tem a maior alegria por não enganar sua audiência, mas por diverti-los. * Um verdadeiro profissional não pode imaginar a vida sem sua arte. * Um verdadeiro profissional é original. Não me refiro à criação de seus próprios efeitos ou movimentos. Creio que eles têm de criar suas próprias rotinas baseadas em sua personagem. Um profissional é um artista que tem uma personalidade da qual as pessoas se lembram e não apenas "um cara que faz truques." * Um profissional sabe que não há atalhos para a excelência. Custa sangue, suor e lágrimas conquistar algo ARTIGO que vale à pena. Se eu quiser aprender a tocar, não começaria com as peças complicadas de Mozart. Começaria com escalas, canções simples e notas básicas. Não aprenderia "Mary had a Little lamb," (Mary tinha um carneirinho) num dia e a apresentaria num concerto já no dia seguinte. * Um profissional sabe que não há um truque ou efeito que o faça um astro. A única maneira de tornar-se um astro é sendo um artista do entretenimento. * Um profissional é educado, cortês, e um cavalheiro ou dama em todas as ocasiões. Profissionais como Penn & Teller quebram esta regra freqüentemente. Eles podem sair dessa porque essa é a maneira que suas personagens agem. Não tenho problema com isso, mas a menos que você seja tão talentoso como eles, e tenha uma personagem para se apoiar, não tente ser como eles. Esta lista não está completa por quaisquer meios. Conforme você viu na minha lista, eu espero que aqueles que fazem mágica sejam originais, únicos e especiais. É por isso que eu espero um alto padrão. Eu creio que aqueles de nós que estiveram na mágica há décadas tenham a responsabilidade de treinar os que estão aprendendo a serem os melhores, para que trabalhem duro e vejam a mágica como uma maneira de tocar corações. Eu também acho que temos a mesma responsabilidade de afastar os imbecis, os egomaníacos e os perdidos de nosso posto. Não estou dizendo isso como um esnobe mas como alguém que ama a mágica. Se nosso negócio ainda tem o respeito que merece do público amador, isso vai ser adquirido por aqueles na área que amam isso e não por aqueles que abusam. Eu sei que alguém ficará zangado pela minha atitude de expulsar os iniciantes da mágica que são imbecis ou idiotas. Muitos dirão, "Quem é esse cara que acha isso? Ele é o que estabelece padrões de quem é mágico ou quem não é?" (Quando irritar pessoas tem sido um impedimento para qualquer escritor do Visions?) Eu não estabeleço padrões de excelência. A barreira já foi levantada por grandes como Dai Vernon, Michael Ammar, Dunninger, Blackstone, Cardini, Colombini, Mullica, Malone, Keller, Houdin, Houdini, Cervon, Knepper, Elmsley, Maven e muitos, muitos outros. Nem todos de nós vão conquistar o mesmo nível de sucesso que eles, mas, podemos todos ser os melhores que pudermos. Sempre tente ultrapassar a barreira e nunca tente enfiar-se debaixo dela. Rich FONTE: www.online-visions.com (14/03/2006) 07 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 Por Dan Paulus Conforme o encontro improvisado chegava ao fim, a questão de inspiração e criatividade apareceu. Como os mágicos extraem a criatividade dos outros? N a semana passada eu estive presente num pequeno encontro no qual apenas um punhado de mágicos altamente inteligentes foi convidado. Bem, eu suponho que eles eram altamente inteligentes, principalmente porque me convidaram. Foi uma sessão mágica divertida, casual e improvisada onde tudo pôde ser discutido, mostrado, criticado e compartilhado. Nada de genial, apenas mais um fluxo sólido de consciência. 08 É uma questão interessante. Certamente a principal fonte de inspiração para muitos mágicos são os estilos e técnicas vistos em outros atos mágicos. Não há nada de errado com isso, se conduz à criatividade mais adiante sem roubar ou imitar. Mas há outras fontes excelentes para os mágicos além de outros mágicos. Eu sugiro olhar as outras artes. Teatro, drama, comédia, paródia, música, dança, pinturas e literatura. Até filmes e televisão podem inspirar a criatividade. Não somente você conseguirá inspiração ARTIGO em abundância, mas prestará atenção em fontes amplamente ignoradas pelos mágicos, criando assim algum material realmente original. Eu consigo muita inspiração dos comediantes, clássicos e modernos. O timing de Jack Benny, a bobagem pura de Steve Martin, o jogo de palavras de Abbott & Costello ou o sarcasmo de David Spade ou Dennis Miller. Novamente, o objeto não é roubar os comediantes, mas, preferencialmente, deixar o humor invadir e inspirar minha mágica e criar algo novo. Um dos mágicos num encontro do último final de semana, vamos chamá-lo de Randy... porque este é seu nome, disse que extraiu histórias e jogos dramáticos para inspirar seu trabalho. Eu o vi se apresentando para o público, e posso ver que seu estilo tem uma narrativa muito dramática. David Copperfield disse que muito de sua mágica inicial foi inspirada pelas rotinas de dança de Fred Astaire. Qualquer um que tenha visto seus primeiros especiais da CBS certamente lembrará da linda bengala dançante, ou das pequenas atuações românticas de Copperfield. Tudo que cria emoção pode inspirar a mágica. Tente isto como experimento em criatividade. Tome a próxima semana ou duas e permita-se experimentar outros artistas fora da mágica. Seja movido pela arte e beleza. Escape nos mundos da música, dança ou drama. Perca-se em livros de mistério e intriga. Permita-se rir de modo que seus olhos fiquem marejados, sua respiração solta e seu rosto dolorido. Anote suas experiências e fique de olho em como elas te afetam emocionalmente. Quando as semanas se passarem, tente criar experiências parecidas com sua mágica. Coloque a mesma paixão e criatividade em sua mágica que os artistas que você viu colocaram nas deles. Então tente mover sua audiência com sua nova mágica. Faça apenas uma vez, e um novo mundo de criatividade e inspiração vai abrir-se para você. Faça muitas vezes, e você será uma inspiração para todos nós. Seja Mágico, Dan Paulus FONTE: www.online-visions.com 09 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 E m qualquer multidão normalmente existe um que acaba sendo o destruidor expondo seu truque mágico. Você sabe, o sujeito, e eu digo sujeito, não menina, por uma razão, conforme todas as minhas experiências, eu ainda tenho que ter uma menina comportando-se dentro do que eu estou para descrever. Assim lá está você, a ponto de demonstrar este inacreditável truque mágico para esta única pessoa ou talvez até mesmo para uma multidão de espectadores ansiosos. Você começa balbuciando sua conversa, talvez explicando haver misteriosos poderes ao redor de todos nós, e você está a ponto de demonstrar estes poderes a eles exemplificando, fazendo a rotina da Cédula Flutuante (The Floating Bill). Então você pede para alguém lhe emprestar uma cédula assim você pode agora provar para sua audiência, desconfiada, porém ansiosa no que você quer dizer. Então você prepara a posição e o modo para o truque mágico que você está a ponto a apresentar, você está totalmente preparado, você tem todos na palma de suas mãos, bem, com exceção deste único indivíduo grosso, sim eu os 10 chamo "grosso", neste momento tem um som agradável para isto. Eu tenho outros nomes também, mas mantenhamos taxado isto "G". Ok, você tem a cédula, tudo está preparado... e lá vai você... o cédula está lentamente levantando de sua mão, todos começam olhar um pouco mais a medida que eles realmente não estão desconfiados, estão começando agora a acreditar nos misteriosos poderes que você falou mais cedo. Você é agora o começo do espetáculo, a cédula está agora movendo-se ao seu comando, para cima ARTIGO “...as pessoas que estavam lá, virão a você querendo ver seus truques mágicos e estas são as pessoas que você precisa!!! As pessoas que querem acreditar na mágica!!!!” e para baixo, todos estão incrédulos, Wow, isto é incrível.... e então... bam, aqui vem o indivíduo, vai e dá na cédula um golpe com sua mão tentando expor o segredo, tentando roubar o espetáculo, ser o destruidor, somente para provar que não existe tal coisa na mágica! O que você faz??? Bem, você o agarra pela pescoço.... oh, espere um minuto, ponto “G” , certo, o que você faz é muito importante neste momento para manter sua reputação intacta e manter as pessoas que você teve apreciando o truque mágico querendo que você faça até mesmo mais, embora, eles possam ter dúvidas no que você estava justamente fazendo. Melhor coisa a fazer.... é rir, não importa o quanto envergonhado ou exposto você possa sentir que o segredo possa estar fora da bolsa, você o joga junto como se nada aconteceu. Você diz “Como eu posso fazer isto??”. Apenas faça. Explique a eles, parece como se alguns poderes diabólicos viessem, e aponte ao indivíduo grosso, parece que alguém não quer testemunhar este feito surpreendente da mágica, e desculpe-se a todos, pondo a responsabilidade no indivíduo. Acreditem em mim, todos estarão desapontados e transtornados com este indivíduo por estragar o espetáculo. E então... você afasta-se... yep, afaste-se.. você não quer tentar e apresentar qualquer outro truque mágico com o indivíduo grosso em sua presença, pois você não se sentirá confortável com suas rotinas a medida que você sabe que o indivíduo tentará e contará para todos que ele sabe como você fez isto, ou, faz isto somente para levar os refletores para longe de você. Esta é a melhor coisa que você pode fazer e acredite em mim, as pessoas que estavam lá, virão a você querendo ver seus truques mágicos e estas são as pessoas que você precisa!!! As pessoas que querem acreditar na mágica!!!! *Dion Semeniuk é o dono de uma popular loja de mágica on-line, Isto é Mágica! Para aprender mais sobre apresentação de truques mágicos, visite http://www.thisismagic.com Todos os direitos são de www.thisismagic.com (2004) FONTE: www.thisismagic.com 11 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 PERFIL Mmiklos B em amigos, a LT tem o prazer de trazer no Perfil desta edição um dos administradores do Fórum Mágico Amador, o nosso respeitável e dedicado amigo Mmiklos. Para quem já o conhece, sabe o quanto este cara é esforçado e está sempre disponível para ajudar os que necessitam de seu conhecimento. Para quem não o conhece, deixo aqui disponível um pouco sobre o nosso querido Mmiklos e suas opiniões. Seu nome completo é Marcos Miklos, nasceu em 03 de Junho de 1968 na cidade de São Paulo/SP, onde ainda reside até hoje. Atualmente com 37 anos de idade, Mmiklos trabalha como consultor de empresas e palestrante e não se considera um mágico, diz que trabalha com Magia corporativa e usa seu grande conhecimento da arte mágica para tornar seu trabalho mais cativante e de fácil memorização para seus clientes. "É um diferencial competitivo e agradeço por isso". É formado em técnico em eletrônica e engenheiro eletrônico. Além de consultor é também auditor de Sistemas de Gestão da Qualidade (ISO9000) e atua como auditor para o setor automotivo, sendo qualificado pelo IATF (International Automotive Task Force) para desenvolver auditorias representando de modo independente as montadoras americanas, francesas, italianas e alemãs. Para se ter uma idéia, são uns 2500 auditores com este credenciamento em todo o mundo. No Brasil não chegam a 100. Com mais de 600 auditorias em mais de 250 empresas no Brasil e exterior, acabou ficando 12 bastante conhecido no mercado o que levou a abrir sua própria empresa de consultoria e treinamento em 2003, a Quality Results Consultoria e Treinamento. E temos o orgulho de tê-lo como ilustre membro de nossa comunidade. Só para mostrar um pouco de sua satisfação com isto, deixo aqui sua resposta ao ser perguntado se faz parte de alguma associação Mágica: "Faço orgulhosamente parte da equipe de administração do maior fórum de mágica na língua portuguesa – O fórum Mágico Amador". Segundo ele começou nas Artes Mágicas, bem velho, aos 33 anos, logo ao abrir sua empresa de treinamento e começar a buscar elementos diferenciais de mercado. Na verdade, ele explica que buscava quebra-cabeças e exercícios que o auxiliassem a tornar os treinamentos PERFIL mais interessantes e ativos. Nos conta que, andando pelo shopping Iguatemi, encontrou uma loja muito antiga, "na verdade quase que um quiosque", do rei das mágicas. Chegando lá, deparou-se com sombras do passado. Então, nos conta uma pequena história de sua vida: "Eu tinha um grande amigo do passado, com meus 10 anos de idade. Ele tinha um kit de mágicas que me deixava maravilhado, mas, ele nunca me ensinou seus segredos. Um dia, quando ele resolveu ir a minha casa com seu kit para me ensinar alguns, eu estava com outros amigos e não lhe dei atenção. Sei que ele ficou muito chateado comigo. Nunca mais ele tocou no assunto mágica. Aos 12 anos, durante uma visita a um parente distante, achei em sua estante o livro "Truques e Mágicas" do Ling Fu, completamente amarelado, quase que se dissolvendo... Fiquei alucinado e ele ao perceber a cena, deume de presente. Fiz alguns números com ele e seu destino acabou sendo uma gaveta por anos. O tenho até hoje e recentemente voltei a lê-lo." ignorante ao falar com um amigo, Ramon, "que é uma enciclopédia da mágica". Fala ainda que em teoria foi conhecendo seus ídolos numa seqüência de oportunidades. E conclui: "Um só nome, depois de tudo? Fitzkee. Uma pessoa generosa, que cedeu seu conhecimento através da trilogia. Um gênio que te faz entender a mágica como arte e ciência ao mesmo tempo. Fica impossível terminar esta resposta sem falar em Tamariz, vivi um sonho: vi Tamariz ao vivo. Se tivesse mais um espaço: Dai Vernon". Quando indagado sobre os mágicos que mais admira, responde: "Vivo Tamariz sem dúvida alguma. Na história? Ascanio nas mãos de Arnaud Chevrier (Twins) do Vídeo Depot. Lógico que poderia citar nomes indiscutíveis m o d e r n o s c o m o A m m a r, A l d o Colombini, Daryl, Jay Sankey ou grandes nomes históricos como Houdini, Kellar ou Carter, ou ainda os nomes da moda Cyril takayama e Marco Tempest, mas seria tão falso como um depósito de uma moeda de meio dólar". Sobre onde encontrou ajuda diz nunca ter sido pretensioso ou orgulhoso, buscava ajuda de onde viesse. Em sua opinião, QUALQUER um poderia o ensinar. A primeira pessoa que o ajudou de modo definitivo foi o Seiji da Acha difícil citar apenas um mágico como influência. Pela sua formação na área de exatas, diz que sempre precisou de um bom fundamento. Assim atirou-se na teoria, a tal ponto que se sentia um absoluto 13 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 Netmágicas. Segundo ele: "Talvez ele nem tenha consciência disso". Depois, vieram inúmeros amigos do fórum, dealers e tantos autores de livros e protagonistas de filmes, que perdeu a conta. Acredita que a comunidade mágica no Brasil é feita de gente madura e de pessoas iludidas, não necessariamente relacionando esta atitude com a respectiva idade. "A maioria dos mágicos vê o colega como concorrente. Uma coisa que aprendi é que devemos nos esforçar para ser melhor que o mercado e não tentar neutralizar o colega que está a nosso alcance. O mercado é bem maior do que aquele que nossos braços é capaz de t o c a r. C a d a m á g i c o , a m i g o e companheiro, não é um concorrente, mas um apoio para nosso crescimento. E mais, hoje, sucesso é relacionamento. Network. Não se entra em uma empresa ou canal de TV somente sendo bom. Quem atua no mercado, sabe do que estou falando. Tem que ter gente torcendo por você e te ajudando sempre, abrindo portas e apresentando oportunidades. 90% de meus clientes são conquistados por indicação. Não há concorrência por preço (preço se negocia dentro da realidade do 14 mercado). Existe um canal de relacionamento que empresta confiança de uma parte para outra". E para terminar cita um exemplo da nossa aviação: "Queria citar o comandante Rolin, que agradecia a Deus pelos seus concorrentes, que o faziam acordar todos os dias com vontade de se superar. Não me lembro dele ter comentado em assassinar o Canhêdo ou qualquer outro concorrente". Sobre a mágica no Brasil diz que falta maturidade para muitos Mágicos e para o Público em geral. E que nós somos os responsáveis por isso. "Vejo que após uma certa parte da vida, muitas pessoas já não mais se preocupam se tem alguém observando suas roupas, a camisa para fora ou se seu carro é novo. O melhor prêmio é estar em paz consigo mesmo. Enquanto o que os outros pensam fizer diferença, qualquer um será seu inimigo e jamais poderá dormir o sono dos justos. Caso se esforçe e faça seu melhor, isto por si só deveria ser motivo de orgulho. Ganhar ou perder, são apenas as facetas do jogo da vida e amanhã é uma nova rodada. O mundo é muito grande e sempre haverão melhores e piores... Isto não pode ser motivo de alegria nem tristeza. É só um fato, como a vida e a morte. A quem queremos enganar??? É a ilusão do show bizz, ilusão que se desfaz no tempo como lágrimas na chuva. Uma hora tem de se amadurecer. Viva ao sabor dos anos. Afinal ficar mais velho deveria ter alguma vantagem, não é? Aprenda a rir como o Amador que ama e não o profissional que chega em casa e reclama do chefe..." E vai mais longe ainda: "O Brasil sepultou a arte circense, principal palco de mágicos acessíveis ao grande público. Hoje as crianças de classe média têm acesso aos mágicos através de buffets PERFIL infantis mais sofisticados em festas de aniversário ou David Blaine via TV a cabo. De qualquer forma o mágico está fora da realidade da população. Fica difícil a este público diferenciar e julgar por puro desconhecimento. Há muito tempo existem os kits mágicos para dar a seu filho para "FAZER MÁGICA" e não para "SER MÁGICO". A internet permitiu aumentar a quantidade de pessoas que fazem mágica, o que tende a melhorar a qualidade dos que virão a ser mágicos. Sou honesto em dizer que aquele que está preocupado que um moleque faça a ambiciosa (e bem, por sinal) estará fadado ao fracasso. Estará preocupado em não ter nada mais novo e criativo, exclusivo e impossível a apresentar, e por isso um internauta lhe fará sombra". Acredita que fóruns como o MA, são meios de encaminhar quem faz mágica para que as faça dentro dos preceitos da arte mágica e quem sabe alguns venham a se tornar verdadeiros mágicos. Entende o fórum como um orientador para quem vai começar, impedindo que ocorram desvios que poderão trazer futuros arrependimentos. E conclui que: 1) O público que contrata e assiste não tem cultura suficiente para discernir um mágico bom de um inexperiente garoto. 2) Muitos mágicos buscam intensivamente montar sua ROTINA e executá-la como se estivessem com a vida resolvida. O fato é que este mundo veloz em que ontem já faz muito tempo, uma rotina é insuficiente. Exemplifica: "Imagino o Ruy (referindo-se a Ruy Texas) repetindo sua ROTINA no mesmo hotel, dia após dia. Com certeza perderia o emprego". E elabora uma série de dicas importantes: “Aquele que tem sua rotina baseada em números fortemente difundidos está condenado a ser mais um. Aquele que não conseguiu aprimorar sua presença de palco, sua personalidade, desenvolvendo números e um estilo próprio, vai chiar sempre que alguém repetir o mesmo vídeo onde ele um dia aprendeu". "Nossa capacidade de mostrar nosso diferencial como profissionais únicos é de responsabilidade nossa e não do contratante, embora que sonhemos todos os dias em encontrar clientes que tenham esta capacidade de discernimento". "A internet vai aumentar, gostemos ou não, e o básico será cada vez mais disseminado. Somente um esforço real para aprimoramento poderá fazerlhe frente. Esforço de entendimento mais amplo incluindo teatro, literatura e cultura em geral. Algo que está na bagagem de vida de cada indivíduo e não é possível se fazer um download". "Mesmo o básico pode ser diferente. Veja Michael Ammar fazendo covilhetes. Falando que vai fazer um misdirection e assim mesmo você sendo conduzido como que por hipnose. Pare de perguntar para a menina se ela quer pegar as suas bolinhas. Além de humor óbvio e pobre, é de péssimo gosto". Acredita que o espaço cedido à Mágica no Brasil é o espaço criado pelos mágicos, assim como em todas as outras profissões. E firmemente ressalta: "Nunca o mercado veio à porta de um profissional, pronto e ávido por entendêlo e contratá-lo. Na verdade se hoje os mágicos se encurralaram dentro de buffets e restaurantes, além do sonho de 15 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 consumo generalizado, a TV, isto é fruto da forma como dirigiram suas próprias carreiras. Vocês vão facilmente perceber que há muitos mágicos em que o nível cultural foi relegado a um segundo plano. Não há o gosto pelo saber além da própria mágica." E cita que estudou história da arte, audiofilia, enologia, de forma bem séria. "Isto tudo é muito pouco. Ocorre do mágico se imaginar como um jogador de futebol que um dia “vai estourar a boca do balão...”. Bom, este não é o perfil da maioria dos jogadores, assim como, também não é o dos mágicos. Temos que nos preparar para sermos pessoas completas, pois assim, a chance de nos tornarmos profissionais completos aumenta”. Um mágico que se prepara para montar uma rotina e apresentá-la de modo contínuo e intensivo para quem esteja disposto a contratá-lo acaba reduzindo seu próprio espaço. Ele tem que aguardar até que sua nova rotina esteja pronta, no ano que vem... Óbvio que há diversas exceções, mas temos uma maioria que age exatamente deste jeito. Pergunto: quem tem alguma meta perseguida e atingida para aprender de modo consistente um novo efeito e uma nova técnica a cada 15 dias. Como se dedica para que tenha a capacidade de realizar o efeito de modo limpo e transparente?" Deixa um recado para os que estão começando nas Artes Mágicas, "Sejam melhores que tudo que está disponível na internet. Sejam únicos. Clones são descartáveis. Passam rápido. Sejam mais do que mágicos. Sejam ARTISTAS. Dominem a comunicação. 16 Tenham presença de palco. Conheçam os fundamentos e não somente os efeitos. Sejam criativos. Quem conhece, inventa. Quem nada entende, copia até a piada..." Sua primeira apresentação foi durante um treinamento, em Limeira/SP. Diz que fez poucos números, entre eles o estratosférico e uma rotina com um baralho rádio. Diz que recorda até hoje o quanto que suas mãos tremiam, a ponto de ser quase impossível segurar o baralho. E revela, "De vez em quando, ainda tenho algumas recaídas, que passam logo aos primeiros minutos de contato com o público". Seu primeiro efeito foi "o estratosférico", é um classico para palco, onde o mágico coloca 3 bolinhas numa determinada ordem em um tubo transparente, que em seguida é coberto. Ao descobri-lo esta ordem teima em se modificar, até que ele resolve dar cabo de uma das bolinhas, que desaparece em um lenço, mantendo assim apenas duas. Ao descobrir o tubo, mais uma vez a bolinha teimosa está lá e a ordem novamente se modificou. A LT perguntou: Já aconteceu algo errado em uma apresentação sua? Alguém percebeu? E ele responde sem hesitar: "Erros ocorrem. É normal. Você não pode é desmoronar perante o erro. Lembre-se que a não ser que seja uma grande ilusão, que durante sua execução, foi mais que anunciada, normalmente o público não sabe o que ocorrerá, portanto, é só seguir como se tudo estivesse bem e criar imediatamente uma justificativa para o que está ocorrendo. O show tem de continuar! Quando apenas se copia uma PERFIL rotina, fica bem mais difícil de sair destas enrascadas. Posso dizer, sem medo de errar, que mais de 90% dos números que apresento, tem uma rotina e argumento completamente diferente do original, pois precisei adaptá-lo às mensagens que queria passar. Assim, modificá-lo mais uma vez não é nada tão assustador. Faço isso inúmeras vezes, sem nenhum constrangimento e o público adora o efeito final. Comprei um livro interessante chamado OUTS, PRECAUTIONS & CHALLENGES de CHARLES H. HOPKINS, que trata justamente destas saídas honrosas. O bom mágico sempre tem um plano B". Ele dá algumas boas dicas para quem vai fazer sua primeira apresentação. " Seja doce. Respeite o público. Se dê integralmente. Ele perceberá. Torne-se seu amigo. O público jamais deverá ser sua vítima. Você não é melhor que o público. Ele é tão melhor que você, que enquanto você está trabalhando e suando frio, ele está sentado, se divertindo e ainda colocando defeito no que você faz. O público é seu cliente. O público é rei. Agradeça inicialmente a honra de ter tido a oportunidade de entretê-los. Faça com que eles tenham experiências pessoais únicas. Aquelas que eles poderão contar aos amigos e familiares e se sentir especiais. Assim sendo, sorria! O alvo do mágico é a alma de seu público. Não de modo coletivo, mas de forma individual e particular. Um toque na alma do espectador faz de um efeito uma experiência única e inesquecível. Para ter acesso a esta região tão íntima, há um caminho: o SORRISO é o convite e os OLHOS são as portas de entrada. AMBOS devem sorrir, não de modo debochado, mas de modo tranqüilo e respeitoso. A graça dos mágicos não está nas piadas agressivas, mas na graça com que o impossível brota de suas mãos e seu olhar de admiração tal qual o que deseja que nasça de forma natural na faces dos que lhe assistem". Recomenda que todo mágico deve ter um baralho de ótima qualidade, sem gimmick, novo e limpo, onde o deslizamento ainda é conhecido e os passes saem naturalmente. Particularmente gosta do "Bicycle", "Bee" e "Tally-ho". E ainda manda mais uma dica para quem almeja viver de mágica: "Tenha ética. É certo para todos que este tema inclui a guarda dos segredos mágicos. Agora respeito a uma idéia inanimada é mais fácil. Ela é sempre inofensiva e se vacilarmos, ela não contra-ataca. Agora, ética deveria também incluir o respeito a comunidade mágica". Inclui: "Respeito a qualquer colega (a pessoa e seu trabalho), pois, nem todos são Copperfield e já começaram com 15 17 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 anos de experiência. Nem todos tem acesso aos melhores contatos e ensinamentos. Cada um está em uma localidade diferente, com culturas diferentes. Muitos começaram em quiosques de shopping. Eu comecei assim. Muitos são jovens e acham que podem conquistar o mundo. Muitos são velhos e acham que já conquistaram o mundo. Muitos fazem sucesso em seu microcosmo e foram iludidos pelo meio. Acham-se poderosos. Imbatíveis. Muitos sentem-se protegidos pela distância definida pelo teclado e tela. Muitos tem mágoas e já apanharam muito. Isto não é motivo para bater nos outros que vem atrás. O crescimento mágico é um crescimento técnico e espiritual. Não adianta conhecer e realizar os melhores efeitos e cuspir em quem está em volta. Trabalho com grandes empresas e os presidentes e diretores destas, gente realmente de SUCESSO, são raros os casos de encontrar arrogância entre eles. Os mais admiráveis e capazes, eram também os mais simples e acessíveis. Ética não é só guerra ao exposuré. Ética é paz na comunidade". Para aprender de maneira proveitosa as Artes Mágicas fala: "como já disse infinitas vezes, a resposta está no conceito, na teoria, nos fundamentos, 18 ser plural e de um efeito que você tirou de livros ou vídeos, crie o seu próprio. Único. Com sua assinatura e sua alma". Cita como vídeos indispensáveis as séries "Lessons in Magic" do Tamariz e "Encyclopedia of Cards Sleigths" do Daryl. Já falando de livros, destaca a trilogia de Fitzkee: "Showmanship", "Trickbraim" e "Misdirection", além de "Magic and Showmanship" de Henning Nelms. Também reconhece como efeito indispensável em um repertório "A carta ambiciosa", mas, sugere: "contanto que não se use aquele argumento batido que eu tenho uma carta que é muito ambiciosa... blá, blá, blá... E ainda acrescente ao menos um novo passe, com uma nova técnica todos os meses. Isto se tornará um estímulo para você evoluir SEMPRE". Cita ainda três sites de internet que acha indispensáveis: w w w. m a g i c o a m a d o r. c o m . b r, w w w. m a g i c w o r l d w e b . c o m e http://magic.about.com. Quando perguntamos o que poderia ser feito para melhorar a Arte Mágica no Brasil? Bem... acho melhor publicar na íntegra a sua resposta. "O caminho é longo. Tomo a liberdade de contar uma pequena história". “Um pai, com seu filho super ativo, tentava concluir um trabalho em PERFIL sua casa, porém, a bagunça que a criança fazia extrapolava sua capacidade de concentração. Ele então, já irritado com o garoto, pega uma revista que vê a sua frente e com o auxílio de uma tesoura, corta a primeira figura que encontra. Era o mapa mundi. Ele então, dá os retalhos ao garoto e diz: - Veja como o mundo está todo despedaçado. Vá até a sala e conserte o mundo, pedaço por pedaço e somente volte aqui quando ele estiver todo consertado. O menino seguiu para a sala com um tubo de cola e o pai já relaxava, sabendo que teria ao menos uma hora de paz para trabalhar. Passados 10 minutos, chega o garoto, com o mundo em perfeito estado. Consertado em cada fragmento. O pai indignado, questiona o filho: Como conseguiu consertar o mundo tão rapidamente? Você nem conhecia o mundo? Como, me explique??? O garoto, responde ao pai: Verdade pai, eu realmente não conhecia o mundo, mas notei que a página de trás da figura tinha a figura de um Homem, e este eu conheço bem. Assim, antes de querer consertar o mundo, eu fui consertar o Homem. Quando terminei o conserto do Homem, o mundo já estava consertado”. "Moral da história: Antes de querer mudar a mágica no Brasil, com grandes movimentos, pergunto o que cada um faz pela mágica local? Aquilo que está ao alcance de seu braço? Como faz com que cada expectador tenha uma imagem positiva do mágico? Como faz com que cada apresentação seja um convite para uma próxima? O que fala dos colegas que apareceram na TV? Como reage quando alguém chega entusiasmado, querendo aprender mágica? Como trabalha este assunto dentro de sua família e roda de amigos? É humilde o suficiente para segurar seu ego, quando no palco? É educado, mesmo nas condições mais severas? É dedicado, para tornar o impossível realizável aos olhos da platéia? É estudioso e melhora cada vez mais suas habilidades? Tem a disciplina necessária para entender os fundamentos da magia, além da técnica? É generoso com os amigos e a platéia? Respeita e valoriza os mágicos com mais idade que tem mais a lhe ensinar que um mísero DVD? Usa a mágica gratuita e solidária, sem querer o glamour das luzes? Em resumo, como fazer com que a mágica seja 24 horas de arte simples e agradável para si e quem lhe rodeia?" Sobre "Exposuré" tem uma definição pessoal: "É a transferência de um segredo mágico ou parte dele, de modo livre e descuidado, a leigo de quem que não se tem garantias de estar compromissado com a ética e princípios mágicos". E alerta: "Tristemente, podemos encontrá-lo em todas as partes. Fui na livraria cultura hoje e encontramse clássicos (sabem quais) disponíveis para leitura, sem sequer a necessidade de comprá-los. A cultura estaria cometendo exposuré??? No mercado mágico (SP) há uma intensa presença de crianças e namoradas e amigos, que vem 19 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 “Mesmo o básico pode ser diferente. Veja Michael Ammar fazendo covilhetes. Falando que vai fazer um misdirection e assim mesmo você sendo conduzido como que por hipnose.(...)” se avolumando a cada mês. Seria exposuré? Muitos dos sites onde nós todos compramos não tem o cuidado de selecionar fotos e trabalhá-las de modo a não expor os segredos". Acredita que comunidades como a nossa devem ser pautadas por um ambiente de liberdade e democracia, porém não anárquico. Deve ser acima de tudo uma organização com alto nível de capacidade administrativa. Capacidade para administrar conflitos, idéias, valores, tecnologias, culturas e gente apaixonada e explosiva. E resumindo tudo, o principal objetivo seria "Estar entre amigos unidos por uma paixão em comum, crescendo, ajudando e sendo ajudado". Além disso tudo, diz que seria relevante que o fórum fosse também um meio para levar ao amadurecimento do mercado. "Falo da relação entre consumidores de produtos e os vendedores. Este é um caminho longo e acredito que uma melhor estruturação da seção de review de produtos e um contato mais próximo com os fabricantes e distribuidores pode ser muito útil. Este é um desafio que poderia ser incrementado, com a colaboração de todos e uma revisão na forma e critérios para se avaliar os produtos". Perguntamos, quais são os eventos mais importantes para a divulgação da mágica no Brasil? Ele nos responde: “Não há um só milagre ou um só evento. Cultura se constrói passo-apasso. Toda vez que um mágico amador ou profissional está realizando um efeito, ele está divulgando a mágica. Óbvio que a TV poderia ser um veículo essencial, porém, como tudo mais que 20 ela toca, o que vai ao ar, vai modificado para o padrão televisivo e repetitivo. Não se pode imaginar que as aparições da TV mudarão o conceito mágico junto ao público. O que teria maior chance?. Uma atuação social mais intensa e em âmbito nacional, como a dos Mágicos Solidários". Atualmente seu projeto, que de acordo com ele deve durar pelos próximos 5 anos, busca o estabelecimento de uma posição sólida no mercado de magia corporativa e ampliação de suas competências técnicas e artisticas para ser merecedor desta posição. E agradece: "Gostaria de agradecer a todos que tem a paciência de ler meus textos e especialmente a todos os membros do fórum que tem sido meus professores e alunos, amigos e desafetos, meus motivos de felicidade e fúria, as pessoas com quem compartilho boa parte de meu tempo e pensamentos". Bem, em nome da Equipe LT e dos Membros do Fórum Mágico Amador agredeço imensamente a importante presença do Mmiklos em nosso dia a dia. Também gostaria de me desculpar com o próprio Mmiklos pois tivemos que editar muita coisa deste presente perfil, visto que ficaria enorme de tanta informação e conhecimento que este nobre colega quis nos passar. Além de que, o objetivo real da seção não seria este e sim apresentar aos nossos amigos leitores, um pouco mais dos nossos membros. Porém, aconselhamos a todos que leiam os tópicos postados pelo mesmo no Fórum. A Revista LT mais uma vez agradece e te deseja muita saúde, paz e sucesso em sua vida pessoal e profissional. Muito Obrigado! ARTIGO Entendendo a Mágica Por Scott Cram CAPÍTULO 1: PONTOS DE PARTIDA Comecemos pelo topo. O que é mágica? Oops, caminho outra vez ao topo. Eu tentarei novamente. O que é a ARTE da mágica? Eu estou procurando por uma definição do dicionário que seja ampla e inclusiva, mas não tão ampla que inclua qualquer coisa que claramente não seja performance mágica. Nós não estamos preocupados aqui com os vários estilos, artistas, desenhistas e os gostos diferenciados nisso, mas o próprio campo. Em sua recente série de livros “A Arte do Assombro (The Art Of Astonishment)”, Paul Harris se refere aos mágicos como “guias para assombro”. Reformulando isto para aplicar a própria mágica, nós escrevemos a definição como “uma performance de assombro guiado”. Hmm, isto pode aplicar-se a curandeiros de fé e até mesmo alguns vigaristas também. O objetivo deles, entretanto, é mais o dinheiro que eles podem obter de tais atos. Incluindo isto na definição como “uma peformance em que os espectadores são guiados a um estado de assombro conforme em uma meta e de si próprio”. Mágica é usualmente feita como entretenimento, assim isto deve provavelmente ser incluído. O que sobre mágica que é feito para ensinar conceitos ou destacar um ponto? Mágica instrutiva desvia de nosso propósito original de mágica como arte, assim não será incluída aqui. Então o que nós temos agora? “uma performance de entretenimento em que os espectadores são guiados a um estado de assombro como em uma meta e de si próprio”. Malabarismo é entretenimento, freqüentemente inclui momentos de assombro, e isso é freqüentemente a própria meta, assim como difere da mágica? Malabarismo, apesar de difícil, não progride no reino do impossível. Assim, a definição que nós temos agora é “uma performance de entretenimento em que o mágico retrata realizações que são vistas pelos espectadores como não tendo nenhuma possível explicação de forma que o mágico pode guiá-los a um estado de assombro em uma meta e de si próprio.” Alguns podem criar a idéia de apresentando atos difíceis, mas não 21 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 impossíveis, tal como distribuição perfeita do bridge ou pôquer para incluir em nossa definição. Eu acredito que a maioria das audiências percebem tais difíceis ou improváveis atos serem feitos por habilidade. Para propósitos desta discussão, eu pregarei estritamente para a idéia do impossível. Tendo dito isto, eu acredito que nós podemos considerar nossa definição completa. OK, isto soa acadêmico demais, e para nossos propósitos, “assombro guiado” provavelmente bastará a maioria das vezes, porém ao menos nós podemos agora começar de um denominador comum. Falando de pontos de partida, qual é o “ponto de partida”, a origem, da arte da mágica? Para responder essa pergunta, nós teremos que voltar mesmo antes que a mágica fosse vista como arte. Visto que mágica é muitas vezes comicamente chamada “a segunda mais velha profissão”, isto voltará muito distante. Obviamente, qualquer origem que antecede a história registrada, como faz a origem da mágica, será no final das contas somente teoria. Eu simplemente terei que ir com teorias modernas onde fatos não são verificáveis. A teoria mais popular hoje é que assim que o homem percebeu que poderia ilusoriamente apresentar o impossível, começou a fazer assim para ganhar poder e status em cima de seus companheiros. Esta teoria, entretanto, é menos aceita hoje. Eugene Burger, um mágico de Chicago, apontou várias falhas nesta teoria. As duas observações mais astutas são: 1) Neste momento na história, os humanos ainda eram tribos nômades de 22 caçadores, cuja sobrevivência dependia de agir como parte de um grupo. Status individual não tinha função neste estilo de vida. 2) Se a ilusão foi feita para ganhar status, por que tantos praticantes foram (pelo menos esses que nós temos registros) mantidos separados, ou até completamentre excluídos, do grupo? Que teoria está lentamente ganhando aceitação em lugar disto? Uma origem do Xamanismo foi proposta. Xamãs tiveram uma melhor compreensão do que os outros das fases da lua, o efeito do sol nas estações, ervas medicinais, e assim por diante. Observe que todo o conhecimento é, de um ponto de vista de caçadores, completamente prático. Porque havia uma compreensão destas áreas, mas pouco ou nenhum controle físico delas, as aplicações especializadas dos Xamãs de seus conhecimentos tenderam a ser ritualistas. Esta teoria reivindica que a mágica em si não era tanto uma ferramenta curativa como evidência das qualificações dos Xamãs. A mágica não era somente para assegurar o doente (e seus amados) que estavam em boas mãos, mas também aparentemente oferecida como uma diversão única para observadores. Até mesmo os primitivos caçadores não poderiam gastar todo seu tempo na sobrevivência básica e instintos reprodutivos! São estes curiosos observadores do Xamã quem eu acredito verdadeiramente foram as primeiras testemunhas para a mágica como uma arte. Embora muitos acreditem que a mágica neste momento foram simplesmente visões alucinógenas, ARTIGO historiadores mágicos acreditam que é mais provável que primitivas prestidigitações ou outra mágica física eram usadas. As visões foram originalmente teorizadas por causa da proximidade e variáveis, condições naturais nas quais a mágica foi apresentada. Qualquer mágico de closeup moderno pode lhe falar que este não é um fator limitante. Quando veio a Era agrícola, e as primeiras civilizações apareceram, a mágica é acreditada por ter feito a completa divisão. A própria cura ritualista tornou-se a ocupação de padres e espiritualistas, e o aspecto da apresentação tornou-se uma arte separada. Muitas civilizações antigas têm registros do “Cups & Balls (Os Covilhetes)”. O fato que tantas culturas tiveram registros deste efeito sugere que é uma influência dos dias Xamãnisticos/nômades. Também sugere que os Xamãs trocavam idéias quando encontravam com tribos amigáveis ocasionais. Wow!!! Convenções mágicas pré-históricas! (O ato final de escolha? Jay Marshall & “Lefty”). Surpreendentemente, até mesmo nesta fase, a palavra “mágica” ainda não e s t a v a s e n d o e n v o l v i d a . Fe i t o s impossíveis foram simplesmente descritos como “práticas” de Artista: As descrições incluíram “práticas Xamãnisticas", “acetabularii” figurativamente traduzido: praticantes de Cups & Balls (Os Covilhetes) -, e assim por diante. A palavra em si veio no 6º século A.C.. Um grupo de padres do Irã chegou na Grécia. Os antigos Gregos referiram-se a estes padres como “magoi” (singular - magos). Esta palavra veio em Latim, e eventualmente em inglês como magi (singular - magus). Os padres eram intérpretes de presságios e sonhos. Os gregos viram isto como evidência de poderes incomuns, e chamaram seus atos estranhos "mágica”. Ao longo da maior parte da Era agrícola (fala sobre uma looonga história!), a mágica era principalmente usada pelos padres e espiritualistas. Destas civilizações acima até o 19º século, pouco mudou realmente. A maioria dos mágicos até o 18º século ainda vestiam os longos, fluentes mantos de civilizações antigas. Logo após as épocas escuras, os italianos (Jonas, Androletti, Carlotti) pareciam ser os melhores representantes da arte da mágica. Em 1584, o primeiro livro de mágica inglês, “O Descoberta da Fe i t i ç a r i a ( T h e D i s c o v e r i e O f Witchcraft)”, foi publicado revelando muitos dos truques mágicos desses dias (assim bem como nossos dias). Um físico alemão chamado Dobler, em 1840, inventou o que se tornou a prestidigitação moderna. Foi também em torno deste época que Alexander Hermann, Bautier de Kolta e Robert-Houdin trouxeram a arte da mágica em sua encarnação moderna. A medida que continuamos no 20º século, a maioria dos principais pontos históricos são uma questão de conhecimento público (graças ao desenvolvimento de meios de comunicação de massa). No início do 20º/ e fins do 19º século, os mágicos apresentavam principalmente espetáculos de variedades. Houdini capturou a imaginação do público com suas fugas e produção de espetáculos. Apesar de haver muitos grandes mágicos dos anos 20 aos anos 60, a arte como um todo aparentava ir escondendo-se, exceto das apresentações ímpar de teatro/TV/cinema. 23 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 Felizmente, Mark Wilson trouxe isto de volta na frente da mente do público com sua exibição regular, “A Terra Mágica de Alakazam (The Magic Land Of Alakazam)”, e mais tarde seu especial “Circo Mágico (Magic Circus)”. Nos anos 70, uma década depois, Doug Henning surpreendia audiências. Começando no final dos anos 70, David Copperfield trouxe sua marca espetacular de mágica ao vivo para telespectadores ao redor do mundo. Minha intenção aqui foi lhe dar uma visão geral da história da mágica, então por favor me perdoe por minhas breves descrições e pulos históricos grandes. Eu também omiti algo mais. Você notará a definição anterior que eu propus: "Uma performance de entretenimento em que o mágico retrata feitos impossíveis que são vistos por espectadores como real de forma que o mágico pode guiá-los a um estado de surpresa como em uma meta e de si próprio". Esta definição não diz nada sobre estilos de performances, condições de apresentação, os artistas particulares ou em algo assim. Isto é porque a história da arte da mágica ainda está sendo escrita. Mágicos mais novos virão, e mudam o modo que nós pensamos. Enquanto você lê isto, David Blaine (lembra-se seus especiais “Mágica de Rua (Street Magic)” e “O Homem Mágico (Magic Man)”?) pode ou não pode estar fazendo justamente isso. Constante revolução e aprimoramento são provavelmente apenas o que a mágica necessita exatamente agora (e sempre!). (Continuará na próxima edição.) FONTES: Magic World Magazine Nº 23, 24 e 25 http://members.cox.net/astonishment/main.html (Astonishment Site) PIADA REAÇÃO ATRASADA Um mágico estava no palco se apresentando, quando chamou um voluntário. Um homem aceitou e foi ao palco. O mágico disse a ele para pegar uma marreta de 7 kg que estava perto de um bloco de cimento e quebrar o bloco com a marreta, assim a audiência saberia que a marreta era de verdade. Então, o homem balançou a marreta com toda a sua força e destruiu o bloco. O mágico agora disse ao homem para bater no meio do seu rosto com a marreta. Horrorizado, o homem disse, "De jeito nenhum. Isso provavelmente vai te matar". O mágico insistiu, dizendo, "Eu ficarei bem... eu prometo, vá em frente." "Bem,", o homem respondeu, "Tudo bem, aqui vou eu." 24 Novamente, o homem balançou a marreta e mirou no rosto do mágico. O resultado foi muito sangrento. O nariz do mágico ficou quebrado, dentes caíram, sangue para todo lado. Depois de 6 meses, o mágico estava deitado numa cama do hospital. Um olho abriu-se, os dedos dobraram-se um pouco, o outro olho abriu-se, e o mágico ficou sentado e disse, "Tãrã!” CARTUM BIOGRAFIA René sem sombra de dúvidas um dos maiores ilusionistas da Argentina e do mundo. Seu verdadeiro nome é Héctor René Lavandera, e nasceu em 24 de setembro de 1928 em Buenos Aires. Depois se mudou junto com sua família para Coronel Suarez, e finalmente para Tandil. René Lavand é um dos verdadeiros artistas no mundo da Mágica Close-up. Suas apresentações e performances têm uma qualidade poética e artística que nunca falha em ganhar ovações de pé. René Lavand alcançou o status lendário e é sem dúvida um dos mágicos mais hábeis de close-up do último século. Sua estatura é até mais surpreendente se você considerar que ele executa qualquer coisa usando somente uma mão. Assistindo a ele irá inspirar você esforçar-se à excelência. É Mais de quatro décadas o separam desde a primeira vez que pisou um palco e 65 anos desde que um amigo de seu pai lhe ensinou seu primeiro truque de cartas. Desde menino lhe agradavam os truques, e começou a praticar, primeiro com as duas mãos, e depois que um acidente automobilístico lhe tirasse uma, aos 9 anos, seguiu cativando público com uma mão só. Ele mesmo explica que foi um autodidata puro, já que não existiam livros de mágica ensinando mágica com uma mão só. René Lavand criou a Cartomagia do zero, tendo que redefinir técnicas altamente sofisticadas para performances com uma só mão. Ainda jovem começa a trabalhar em um banco durante 10 anos, sem deixar de lado seu maço de cartas, que o acompanharia para todos os lados sempre. Aos 32 anos debuta em Buenos Aires na década de 60 nos Teatros "Tabarís" e "O Nacional". Começam as viagens internacionais e os shows de televisão, tanto no país como fora. Na televisão, no recordado programa "O Show de Pinicho" de Juan Carlos Mareco. Em 1961, através dos shows de TV americanos de Ed Sullivan, Johnny Carson e etc., deslumbra para mais de 50 milhões de telespectadores abrindo para sua arte o maior mercado do mundo. A partir de 1962 começa a trabalhar na cidade de Nova Iorque e paralelamente surpreende ao povo mexicano, atuando 25 LE TOURNIQUET 6 | ABR/2006 em teatros e na televisão azteca. Gradualmente continua conquistando todo o continente americano. Desde ali não parou de trabalhar em muitos teatros, até realizou shows no Magic Castle de Hollywood, onde o mito Dai Vernon, entre outros grandes mágicos, apresentaram excelentes espetáculos. Até que em 1983 pisa o velho mundo, sendo descoberto pelos grandes maestros espanhóis: Tamariz Martel, Arturo de Ascânio e Navaz, que lhe abrem as portas definitivamente para o público europeu e asiático, percorrendo ano após ano, quatro continentes. Mais recentemente foi apresentado no World's Greatest Magic (1995). Também, entre suas viagens realizou seminários, academias para especializados, conferências e publicou cinco livros de técnicas para especialistas em vários idiomas e um livro de anedotas. Seu estilo é o Close Up, e seu talento aplicado cativou a espectadores de muitos paises. É considerado por alguns o maior mágico vivo da Cartomagia. Talvez uma de suas maiores virtudes seja o extraordinário manejo das "pausas" ou silêncios dramáticos, que só os grandes artistas podem manusear. Narrador de histórias fascinantes durante o desenvolvimento de suas ilusões, onde seus temas incluem amor, vida e verdade. Ele reconhece a Rolando Chirico e a Ricardo Martín como os criadores das histórias de suas ilusões mágicas. "... eles entendem profundamente meu trabalho, minha técnica e meu estilo pessoal...". Suas apresentações ricamente poéticas e técnicas originais foram o assunto de vários livros e vídeos para mágicos, incluindo "Magic From the Soul - 1993 (Mágica da Alma)" e "The Mysteries of 26 My Life - 1998 (Os Mistérios de Minha Vida)". O reconhecido centro mundial de mágica, "Magic Castle" de Hollywood, conta com ele entre seus mais reconhecidos membros, tendo a honra de fazer parte de seu "Hall da fama". Ali, o grande professor Dai vernon o considerou "A Lenda". Na sua longa, distinta carreira, Senhor Lavand recebeu incontáveis prêmios e reconhecimentos por suas realizações artísticas. "Ilusionismo, ilusão, como soam bem estas palavras! Me agradam mais do que magia, magos, prestidigitação, prestidigitadores. Me agradou o termo por si só e também, em minha opinião, é o que mais se adapta para qualificar nossa arte, pois somos precisamente isso: criadores de ilusões. Ao que pode no fazer chegar uma ilusão!..." "Truques de cartas são, para ele, um meio pelo qual ele pode descobrir sua alma". Realmente, René Lavand apresenta mágica que é, imediatamente, comovente, inspiradora e inesquecível. Atualmente reside em Tandil com sua esposa Nora, ensinando mágica em um vagão de trem que adaptou para salão de mágica, chamado por ele mesmo "Pata de Ferro", e continua viajando, porém não pensa abandonar a seus filhos nem a seu lugar. FONTES: Magic World Magazine Nº 29 www.renelavand.com www.mymagic.com www.muhlenberg.edu/cultural/magic/SII/performe rs.html http://en.wikipedia.org/wiki/Wikipedia (The Free Encyclopedia) Revista Eletrônica