Sindicato dos Trabalhadores da USP Boletim Nº 55 - SP 08/06/2015 - Gestão: Sempre na Luta! Piqueteiros e Lutadores - 2014/2016 Desmonte do HU e do CSEB e a desvinculação do HRAC U ma estratégia adotada pelo Zago a serviço dos interesses financeiros dos sócios nas Fundações de direito privado que se autointitulam OSS (Organizações Sociais de Saúde) em busca de maior lucratividade nos seus negócios e negociatas. Acabar com a eficiência e a qualidade nos serviços públicos de saúde é condição determinante para o enriquecimento das máfias da medicina privada que, além de ganharem dinheiro vendendo convênios, ainda se apropriam do orçamento destinado pelo estado aos órgãos públicos de saúde, graças aos contratos através dos quais os governos entregam os equipamentos públicos de saúde para gestão das OSS. Segundo o Prof. Áquilas Mendes, estudioso do assunto, o orçamento do estado de São Paulo para o setor da saúde, no ano passado foi de Dezoito Bilhões de Reais, sendo que 70% deste valor (Doze Bilhões e Seiscentos Milhões) foram destinados ao setor privado: às chamadas OSS. Ou seja, Fundações e outras empresas privadas, autointituladas OSS, acabam levando mais de 2/3 (dois terços) do orçamento do estado, a título de gerir unidades publicas de saúde, dentre elas hospitais, PSs e UBSs. Mas o prejuízo à população não se limita ao assalto aos cofres públicos e ao consequente desvio do orçamento da saúde para engrossar os lucros dessas associações criminosas. Exemplo disso é o que acontece no HC: depois que assumiu a gestão do hospital, a Fundação Faculdade de Medicina passou a destinar mais de 30% dos leitos do hospital para atendimento prioritário aos pacientes dos convênios de medicina privada, com os quais tem contratos. Assim, quem paga os referidos convênios entram por uma primeira porta, sem fila de espera, enquanto os pacientes do SUS são obrigados a esperar um tempo muito maior por uma vaga na agenda para consultas e/ou exames: isso em virtude de um terço ou mais da estrutura do hospital estar reservada para atendimento particular! Com isso as OSS lucram não só quando se apropriam de parte do orçamento publico, mas também quando utilizam parte dos leitos e da estrutura dos equipamentos públicos de saúde para vender serviços aos seus sócios nos convênios de medicina privada. Sem limites e sem pudores Contando com sócios e/ou cúmplices nas diferentes esferas do governo e da administração pública, principalmente nas universidades, os proprietários das fundações/OSS não têm limites nas suas pretensões e na falta de pudor. Segundo reportagem da revista ADUSP, durante sua gestão na Secretaria Estadual da Saúde, o Prof. Giovanni Guido Cerri, que também foi presidente do conselho curador da Fundação Faculdade de Medicina, fez acelerar os trâmites para aprovação de uma lei que permitiria às OSS utilizarem até 25% dos leitos dos hospitais geridos por elas para atendimento aos pacientes dos convênios privados, além disso aumentou em mais de 30% o montante de verbas públicas repassadas às OSS! Ou seja, estando à frente de um órgão público, o professor empresário não fez mais do que administrar em prol dos negócios privados dele e dos seus sócios. A primeira farsa Os defensores da prática criminosa de entregar equipamentos públicos de saúde, juntamente com seus orçamentos, para a gestão do setor privado tentam justificar sua cumplicidade, alegando que nas unidades de saúde geridas pelas OSS haveria mais eficiência do que nas unidades geridas pela administração direta. Entretanto, um relatório do Tribunal de Contas do Estado desmascara a farsa e os farsantes! Segundo relatório publicado em novembro de 2010, “o custo do leito por ano nas OSS foi 17,60% maior que nos hospitais da administração pública”, e “dos 21 hospitais de OSS paulistas, nove tiveram déficits de até 43%”. E o mais grave: Também de acordo com esse relatório, “os doentes ficam mais tempo sozinhos nos leitos, e a taxa de mortalidade geral é maior”. Os dados não deixam dúvidas: o discurso da suposta maior eficiência dos equipamentos de saúde geridos pelas OSS, em relação aos geridos pela administração publica, não tem fundamentos. Não só os custos e os prejuízos aos cofres públicos são maiores, como também a qualidade do atendimento é menor, conforme comprova a taxa geral de mortalidade, que é maior nas unidades geridas pelas OSS. A segunda farsa No caso do HU, alguém plantou a tese de que com hospital autarquizado, os funcionários contratados pela CLT passariam automaticamente para o regime de trabalho estatutário, também conhecido como regime autárquico. Isso não poderia estar mais longe da realidade! Autarquizar o hospital, implicará apenas em desvinculá-lo da USP, que já é uma autarquia especial, transformando-o numa outra autarquia independente da USP. Nesse caso, o mais provável é que os funcionários do hospital permanecerão nos quadros da USP até se aposentarem ou serem demitidos e, então, substituídos por outros contratados pela nova autarquia ou pela OSS que vier a gerir o hospital. É claro que, assim como ocorreu no caso do Emilio Ribas, alguns poucos funcionários, em sua maioria médicos, poderão receber algum benefício, em forma de complementação salarial, caso se disponham a colaborar para que as OSS possam assumir o controle e a gestão do hospital. Porém, à maioria só restará o inferno de ver suas condições e relações de trabalho se deteriorando a cada dia. negócios e negociatas dos gestores privados. Só as máfias e o mercenários das OSS ganhariam com isso! E ganhariam muito! Mas os estudantes, em particular os das áreas de saúde, os funcionários da USP, especialmente os dos hospitais e dos centros de saúde, têm muito a perder! Mas, sem duvida, os mais prejudicados seriam os moradores do Butantã e região. Não podemos permitir que essa iniquidade seja consumada! Nós funcionários da USP, principalmente quem trabalha nos hospitais e centros de saúde escola, podemos e devemos buscar e construir uma aliança com a população para determos as mãos do Zago e dos sócios das fundações e das OSS que hoje estão ditando as regras na USP e no Conselho Universitário. Para isso, o Conselho Diretor de Base (CDB) do sindicato aprovou a realização de uma assembleia, na próxima quarta feira, 10/06/15, em frente ao HU para que os funcionários do hospital possam participar e também possamos dialogar com os pacientes e seus familiares, para discutir um plano de lutas em defesa dos hospitais e dos centros de saúde da USP. Defendamos o HU o CSEB e a Todos à assembleia e à luta! saúde da população Contra desvinculação E/OU autarquização do HU e O bombardeio sobre o HU, o CSEB, o HRAC e as demais unidades de ensino em saúde da USP foi intensificado na gestão Zago, tendo por objetivo inviabilizar seus funcionamentos, para depois, descaradamente, apresentar suas entregas para uma ou outra OSS gerir, como única medida capaz de salvá-los. Assim, o orçamento dessas unidades, seus leitos, bem como toda a estrutura dos hospitais estariam à disposição para os dos centros de saúde! Pela contratação imediata dos profissionais de saúde necessários para que os hospitais e centros de saúde possam voltar a funcionar com 100% de sua capacidade de atendimento, de ensino e de pesquisa! Fora OSS! Saúde não é mercadoria! ASSEMBLEIA GERAL DE FUNCIONÁRIOS Dia 10/06, às 12h30, em frente ao HU Campanha Salarial 2015; Pauta específica (informe da reunião do dia 9/6); Mobilização para a LDO e desmonte dos hospitais REUNIÃO DA SECRETARIA DE NEGRAS, NEGROS E COMBATE AO RACISMO DO SINTUSP Dia 11/junho, às 17 horas, no Sintusp REUNIÃO DA SECRETARIA DE MULHERES DO SINTUSP DIA 6 11/0 Agora em dois horários: 13h e 17h30, no Sintusp Reintegração de Brandão e retirada dos processos! Sede Fernando Legaspe (Fernandão)Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, Cidade Universitária – Butantã, São Paulo/SP Endereço para correspondência: Caixa Postal 72018 CEP: 05339-005 Tel: 3091.4380/4381/3814-5789 E-mail: [email protected] Site: www.sintusp.org.br