Resumo expandido para Semana Acadêmica de Odontologia LODI, Leodinei * SILVA, Aline Hübner da ** DANO CITOGENÉTICO ACUSADO NO TESTE DE MICRONÚCLEOS EM CAMUNDONGOS SWISS EXPOSTOS À FUMAÇA DO CIGARRO INDUSTRIAL E CIGARRO DE PALHA O tabagismo é um grave problema de saúde pública, além da exposição direta à fumaça do cigarro, o fumo passivo também é uma exposição importante evidenciada na forma de fumaça ambiental. Os testes genéticos vêm sendo aprimorados, um deles é o teste de micronúcleos. Ele é um importante auxiliar na prevenção do câncer uma vez que este teste pode ser uma boa opção na análise de células metafásicas, configurando um teste sensível para verificar o dano citogenético. O estudo em tela teve como objetivo verificar o efeito comparativo resultado da inalação passiva da fumaça do cigarro industrial e cigarro de palha, pela avaliação do dano citogenético através do teste de micronúcleos. Trata-se de um ensaio clínico randomizado com cegamento para análise dos dados de 29 camundongos Swiss. Esses foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos: cigarro industrial, cigarro de palha e controle. Os grupos experimentais permaneciam em câmaras de inalação de acrílico (40x30 cm por 25 cm de altura) que eram mantidas dentro de uma capela de exaustão. O cigarro industrial e/ou cigarro de palha eram acoplados a uma seringa de plástico de 60ml para captação da fumaça. Os animais eram expostos a fumaça do cigarro industrial e cigarro de palha por 3 sessões (de 6 minutos)/dia, 7 dias/semana, durante 30 dias. O grupo controle (GC) foi manipulado igualmente, porém sem a exposição da inalação da fumaça, permanecendo na caixa em temperatura ambiente. Ao final de trinta dias de exposição, os animais foram todos anestesiados e foi realizada a coleta do sangue periférico, também foram extraídas do fêmur as células de medula óssea para confecção de lâminas de esfregaço em duplicata, para posterior analise em microscópio. O processo de aplicação de corantes nas lâminas para análise de micronúcleos foi iniciado após o sacrifício dos animais e o método utilizado foi a coloração de GEIMSA. O teste de MNs apresenta-se como uma ferramenta apropriada para identificar novos agentes ambientais tóxicos, informando a respeito da possibilidade de os mesmos serem genotóxicos (CARRARD et al., 2007). A presença de micronúcleos serve como parâmetro para a determinação do dano que um agente pode estar causando no DNA. Em odontologia, a aplicação deste teste consiste em uma ferramenta muito importante para avaliarmos, de modo sensível, a ação genotóxica de substâncias que entram em contato com a mucosa oral. Agentes químicos (fumo ou cigarro), físicos (traumas) ou biológicos são exemplos que podem formar micronúcleos nas células epiteliais (FENCH et al., 1999). A metodologia do teste é simples, mas para garantir sua qualidade e confiabilidade se faz necessário obedecer alguns requesitos preliminares, como, por exemplo, protocolos bem padronizados quanto ao tratamento dos animais, coleta e processamento das células. Flores e Yamaguchi (2008) afirmaram que os animais utilizados nos experimentos devem ser camundongos, mantidos em dieta equilibrada, recebendo alimento e água ad libitum e em temperatura, umidade e ciclos de luz controlados de acordo com as boas normas de biotério. Essa relação pode ser verificada nos padrões utilizados no presente estudo que serão descritos na metodologia. Maior ênfase vem sendo dada aos métodos que detectam a atividade genotóxica em humanos, como tentativa de biomonitoramento de grupos de alto risco. As interações do DNA com substâncias químicas são fatores iniciadores no processo de carcinogênese. O teste de micronúcleo têm sido utilizados desde 1937 como uns dos indicadores da exposição genotóxica (LIMA 2007). Na análise estatística, foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, ao nível de significância de 5% e para verificar quais grupos apresentavam diferenças entre si foi aplicado o teste post hoc Dunn. Verificou-se que houve alterações de maior diferença entre os grupos com relação às células sanguíneas, tanto do cigarro industrial quanto do cigarro de palha (p<0,05). A maior variação aconteceu com o cigarro industrial, quando observada nas células da medula óssea. A exposição ao cigarro de palha e grupo controle ficaram próximos, com relação a contagem de MN na medula, demonstrando uma maior toxidade do cigarro industrial que o mesmo contendo filtro, seus efeitos foram os piores comparado ao cigarro de palha. Mais estudos com exposição crônica a fumaça e em relação aos componentes do fumo do cigarro de palha se fazem necessários, uma vez que não são descritos na literatura. É importante buscar as respostas através da experimentação em laboratório, conhecendo melhor a forma de adoecimento, pode-se, ao final, atuar de forma preventiva tratando de maneira eficaz a doença. Referências: CARRARD, V. C. et al. Teste dos Micronúcleos – Um Biomarcador de Dano Genotóxico em Células Descamadas da Mucosa Bucal. R. Fac. Odontol. Porto Alegre, v. 48, n. 1/3, p. 77-81, jan./dez. 2007. FENECH, M. Important variables that influence base-line micronucleus frequency in cytokinesis-blocked lymphocytes a biomarker for DNA damage in human populations. Mutation Research 404 (1998) 155 – 165, 1998. FENECH, M. et al. The Human Micronucleus Project – an international collaborative study on the use of the micronucleus technique for measuring DNA damage in humans. Mutat Res, v 428, p 271-283, 1999. FLORES M. e YAMAGUCHI M. U. Teste do Micronúcleo: Uma Triagem para Avaliação Genotóxica. Revista Saúde e Pesquisa, v. 1, n. 3, p. 337-340, set./dez. 2008. LIMA, C. F. Avaliação quantitativa de micronúcleos na citologia esfoliativa da mucosa bucal de pacientes dependentes químicos. Dissertação (Mestrado em Biopatologia Bucal) – Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos, 2007. SILVA, F.C. et al. Avaliação de mutagênese provocada por sulfato de ferro através do teste micronúcleo em células da medula óssea de camundongos, Rev Cie Fac Edu Mei Amb. 2(1):13-21, 2011. * Acadêmica do 10O semestre do curso de Odontologia da URI-Erechim. ** Mestre em Saúde Coletiva, Professor das disciplinas de PSF e Saúde Coletiva do curso de Odontologia da URI-Erechim.