ORDEM DIRETA DOS TERMOS DA ORAÇÃO S Simples Composto Oculto Indeterm. * oração sem sujeito V VI VTD VTI VTDI VL *LV (verbo ser/estar + verbo no particípio) C Ø OD OI OD + OI PS AG. da PASSIVA ADJ. ADV. MODO LUGAR TEMPO FINALIDADE RECIPROCIDADE CAUSA COMPANHIA, ETC. SINTAXE DE COLOCAÇÃO Sintaxe de colocação ou de ordem é aquela que trata da maneira de dispor os termos dentro da oração e as orações dentro do período. A colocação, dentro de um idioma, obedece a tendências variadas, quer de ordem estritamente gramatical, quer de ordem rítmica, psicológica e estilística, que se coordenam e completam. O maior responsável pela ordem favorita numa língua ou grupo de língua parece ser a entonação oracional. Entre os casos de colocação usual ou normal em português sobressaem os seguintes: a)a colocação do adjunto preposicionado depois do seu substantivo: a casa de Vera b) a colocação do adjunto adjetivo depois do seu substantivo: homem rico c) a colocação do adjunto não representado por adjetivo (artigo, pronome, adjunto, quantificadores) antes do substantivo: o homem bom meu tio rico sete pecados capitais muitos livros raros d) a colocação do verbo depois do sujeito, não havendo passiva com o pronome se ou quando não se trata de interrogação parcial com pronome não sujeito ou advérbio interrogativo: Dudu mudou de colégio. Mas: Aluga-se esta casa. Por que cometeu ele essa falta? e) a colocação do complemento verbal depois do verbo: Compramos maçãs. Assistiram ao filme. Bebel é estudiosa. f) a colocação do objeto direto antes do indireto, quando constituídos por substantivos: Escreveram cartas ao sócio prejudicado. g) a colocação do objeto indireto antes do direto, quando constituídos por pronomes (ou o direto por substantivos): Escreveram-lhe cartas. Escreveram-lhas (lhe + as) "O português pertence ao número daquelas que se caracterizam pelo ritmo ascendente, em que se anuncia o termo menos importante e depois, com acentuação mais forte, a informação nova e de relevância para o ouvinte". Manuel Said Ali Isto nos leva a uma ordem considerada direta, usual ou habitual, que consiste em enunciar, no rosto da oração, o sujeito, depois o verbo e em seguida os seus complementos, como vimos antes. A ordem que saia do esquema SVC (sujeito verbo - complemento) se diz inversa ou ocasional. O ritmo ascendente predominante no português, dispondo os termos de acentuação mais fraca e menos significativos antes dos termos mais fortes, estabelece as seguintes normas válidas para as situações em que não predomine a linguagem emocional: a) os artigos, os pronomes (adjuntos), os quantificadores (com exceção dos cardinais com valor de ordinais) se antepõem: O livro, um livro, este livro, meu livro, cada livro, três livros, o livro um b) a preposição vem antes de um termo nominal ou pronominal: de noite, a ele; c) o advérbio não precede o verbo: não quero; d) o verbo auxiliar precede seu verbo principal: hei de ver, quero dizer, costuma falar e) o adjetivo monossilábico modificador precede o nome de maior extensão fonética: bom dia, má hora, etc. f) o adjetivo que exprime forma ou cor vem depois do substantivo, especificando seu conceito e o opondo a outros da espécie: rua larga, blusa verde; g) vem antes o adjetivo empregado não para designar o seu sentido próprio, mas para atribuir uma significação figurada: grande homem / homem grande h) Numa sequência de dois adjetivos e um substantivo, aqueles aparecem em geral juntos: Bons e estimados livros Livros bons e estimados. A quebra desta disposição, pondo o substantivo no meio, é recurso comum na poesia, mas também não ausente na prosa artística: Bons livros e estimados. i) Na sequência dos pronomes sujeitos eu e tu, eu e ele ou entre eu + pronome de tratamento ou substantivo, em geral a série começa com eu: Eu e ele saímos juntos. Todavia a inversão é possível (É considerada como francesismo), especialmente quando, por delicadeza e educação, se quer dar precedência ao interlocutor: “Estamos no Minho, o leitor e eu”. Camilo Castelo Branco “E assim galgamos ele e eu o rochedo”. João Ribeiro COLOCAÇÃO DOS TERMOS NA ORAÇÃO E DAS ORAÇÕES NO PERÍODO A norma sintática do português registra os seguintes casos: 1.°) Põe-se de ordinário o sujeito representado por substantivo depois do verbo na passiva pronominal: Alugam-se casas. Outra posição pode mudar a análise da oração, desde que entre um termo a que nossa tendência anímica atribua a realização da oração. Note-se a diferença contextual entre Abriu-se a porta (voz passiva) e A porta abriu-se (voz ativa). 2.°) Nas orações reduzidas de gerúndio e particípio, o sujeito vem depois do verbo: Terminando o discurso, dirigiu-se ao hotel. Terminado o discurso, dirigiu-se ao hotel. 3.°) O verbo vem no início das orações que indicam existência (ser, existir, haver, fazer), tempo, peso, medida: Era uma vez um príncipe, Existiam várias razões, Houve discussão, Faz três anos que não o vejo, São várias horas de distância, Faltam dois dias para a festa 4.°) O verbo no início das subordinadas condicionais e concessivas sem transpositor (conjunção subordinativa): Tivesse-me ele dito a verdade, tudo acabaria bem. Acabasse falando comigo, mesmo assim não lhe perdoaria. 5.°) Nas orações intercaladas de citação, o sujeito vem normalmente depois do verbo: Suma-se - ordenou o policial. 6°) Nas interrogações introduzidas por pronomes e advérbios (quem, que, o que, quanto, qual, como, quando, onde, por que), o verbo vem em geral antes do sujeito, desde que este não seja o pronome interrogativo: Quem veio aqui? (quem sujeito) De quem falava você quando chegamos? Como foi ele passar nessa encrenca?