UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
EDUARDO DOS SANTOS RAMOS
KELVIN VARASCHIN
AVALIAÇÃO IN VITRO DO SELAMENTO APICAL DE CANAIS
RADICULARES PREPARADOS PARA PINOS INTRA-RADICULARES
Itajaí (SC), 2006
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EDUARDO DOS SANTOS RAMOS
KELVIN VARASCHIN
AVALIAÇÃO IN VITRO DO SELAMENTO APICAL DE CANAIS
RADICULARES PREPARADOS PARA PINOS INTRA-RADICULARES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do título
de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia
da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientador: Prof. Osny Thadeu Schauffert
Itajaí (SC), 2006
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EDUARDO DOS SANTOS RAMOS
KELVIN VARASCHIN
AVALIAÇÃO IN VITRO DO SELAMENTO APICAL DE CANAIS
RADICULARES PREPARADOS PARA PINOS INTRA-RADICULARES
O presente trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de cirurgião-dentista do
Curso de Odontologia da Universidade do
Vale do Itajaí, aos dezenove dias do mês de
setembro de dois mil e seis, é considerado
aprovado.
1. Prof. MsC. Osny Thadeu Schauffert _________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
2. Prof. MsC. Mabel Philipps ________________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
3. Prof. Msc. Mauro Uriarte Neto _____________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
4
dedicatória
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AGRADECIMENTOS
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AVALIAÇÃO IN VITRO DO SELAMENTO APICAL DE CANAIS RADICULARES
PREPARADOS PARA PINOS INTRA-RADICULARES
Eduardo dos Santos RAMOS e Kelvin VARASCHIN
Orientador: Prof. Osny Thadeu Schauffert
Data da defesa: setembro de 2006
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a infiltração apical em dentes tratados
endodonticamente preparado para receberem pinos intra-radicular. Foram utilizados
40 pré-molares inferiores humanos anatomicamente semelhantes, que foram
divididos em 4 grupos, contendo 10 dentes cada, sendo 3 experimentais e 1
controle. Os grupos experimentais foram caracterizados com níveis de material
obturadores diferentes, o Grupo 1 com 3mm, o Grupo 2 com 5 mm e o Grupo 3 com
7mm. O Grupo Controle permaneceu com o canal radicular obturado
completamente. Os dentes foram imersos em solução aquosa de azul de metileno a
2% por 72 horas e lavados em água corrente por 12 horas, diafanizados e a
infiltração foi medida em microscópio estereoscópico com auxílio de régua
milimetrada. Foi realizada analíse estatistica de ANOVA (p>0,05). As médias de
infiltração, em mm, dos grupos foi: 1 – 2,79; 2 – 2,67; 3 – 2,33 e Controle – 2,38. Os
autores concluiram que as médias das infiltrações em diferentes níveis de material
obturador não foram significantes estatisticamente, variações anatômicas no ápice
radicular podem alterar na infiltração apical, materiais obturadores não impedem
penetração de fluidos nos canais radiculares, a formação de barreira biológica
auxilia na diminuição da infiltração de fluidos pelo canal cementário e o importante
não é a extensão de material obturador, mas a realização de uma técnica
satisfatória.
Palavras-chave: infiltração apical, pino, material obturador.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................08
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................10
2.1 Métodos de infiltração apical............................................................................10
2.2 Preparos para pinos intra-radiculares.............................................................19
2.3 Anatomia dental..................................................................................................26
3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................28
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.................................................................34
5 DISCUSSÃO...........................................................................................................35
6 CONCLUSÃO..........................................................................................................38
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................39
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1 INTRODUÇÃO
A evolução da odontologia nos últimos anos tem buscado um avanço
significativo em relação a novos conceitos, novas filosofias e também em relação a
novos materiais e novas técnicas operatórias, e esses avanços permitiram alcançar
um resultado estético satisfatório, fazendo com que a busca pela estética em relação
à odontologia venha crescendo gradativamente, trazendo diversos benefícios,
relacionados a fatores socioeconômicos e culturais, aos pacientes.
A diversidade de materiais e técnicas disponíveis ao cirurgião-dentista permite
amplas possibilidades para se realizar uma reabilitação oral, tanto funcional como
estética, como por exemplo, o clareamento dental, a ortodontia, a implantodontia e a
confecção de coroas protéticas sobre pinos intra-radiculares, entre tantas outras
técnicas.
Uma das indicações mais freqüentes para pinos intra-radiculares são os
casos de elementos dentais que apresentam uma destruição coronária extensa onde
não se observa tecido suficiente para a retenção de um trabalho protético ou
restaurador. (BATISTA et al.,1999)
Em 1770, Pierre Fauchard começou a utilizar pinos de madeira no interior do
conduto para reter uma coroa onde era necessária a reconstrução da parte
coronária destruída de um dente. Quando a madeira umedecia, ela se expandia
contra as paredes do canal radicular aumentado a retenção do “pino intra-radicular”.
A utilização de pinos intra-radiculares para restauração de dentes tratados
endodonticamente tem como finalidade reforçar o remanescente dental, já que este
se apresenta desvitalizado, e propiciar condições adequadas de retenção para a
restauração definitiva a ser executada.
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Para que esse procedimento não seja comprometido e possua uma
longevidade, há a necessidade de um bom selamento cervical e apical, para que
não ocorram infiltrações para dentro do conduto e não comprometa todo trabalho
realizado tanto pelo cirurgião-dentista quanto pelo protético.
O selamento apical está intimamente relacionado com a quantidade vertical
de material obturador existente dentro do canal radicular preparado para pinos intracanais e a distância existente entre o final da obturação e o vértice apical, a qual a
literatura preconiza ser de 1mm, para que ocorra a deposição de tecido
mineralizado, chamado de selamento biológico. (SOARES; GOLDBERG, 2000)
Estudos revelam a existência de diferentes níveis de infiltração apical em
relação à quantidade de material obturador que existe no canal radicular, e muito
deles divergem em relação à quantidade e à altura ideal do material obturador no
interior do canal radicular, em relação ao preparo intra-radicular para pinos intracanais.
Ante o exposto considera-se importante avaliar o selamento apical de canais
radiculares preparados para pinos intra-radiculares em diferentes níveis de material
obturador.
10
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Métodos de infiltração apical
Em 1990, Greene et al., realizaram um estudo comparando a infiltração apical
utilizando 4 técnicas de obturação, utilizando 42 dentes ântero-inferiores e ânterosuperiores divididos em 6 grupos; sendo que os grupos 1, 2, 3 e 4 foram compostos
por 8 dentes e os grupos 5 e 6 por 5 dentes cada; e corante de azul de metileno a
0,25%. O grupo 1 foi obturado pela técnica da condensação lateral por guta-percha
e selador graduado tipo Roth 801 Elite. O segundo grupo foi obturado pelo sistema
Ultrafil e selador Roth. O grupo 3 foi obturado pelo sistema Canal Finder e pasta
seladora de canal Endo Technic. O grupo 4 foi obturado utilizando a técnica da gutapercha aquecida seccionada e o selador Roth. No grupo 5, controle positivo, os
dentes não foram obturados e apresentavam seus ápices abertos e no grupo 6,
controle negativo, os dentes não foram obturados e seus ápices foram fechados com
Dycal. Este estudo não obteve resultados estatisticamente significantes entre as
quatro técnicas de obturação. O grupo controle positivo mostrou uma penetração de
tintura nos túbulos dentinários e no canal, em três dentes ocorreu uma infiltração
que ultrapassou a junção amelocementária e nos outros dois dentes a infiltração
ocorreu em aproximadamente ¾ do comprimento dos canais. No controle negativo
não ocorreu penetração de tintura em nenhum dente. Nos grupos experimentais, no
sistema de guta-percha com o sistema Canal Finder ocorreu a menor infiltração
apical, sendo que o grupo 2 e o grupo 1, ficaram respectivamente em segundo e
terceiro lugar e por fim o grupo 4 revelou a maior infiltração.
11
Ainda em 1990, Kuga et al., avaliaram a infiltração marginal apical em dentes
obturados pela técnica do cone único. Foram utilizados 6 tipos diferentes de
cimentos endodônticos, sendo eles: Endométhasone, AH26, N-Rickert, Endo Fill,
Pró-Canal e Rickert-SP. A fim de evidenciar a infiltração, após serem obturados, os
dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 2% durante 7 dias. Por meio
dos resultados obtidos, os autores concluíram que dentre os 6 cimentos
endodônticos, os mais eficientes foram o cimento Endométhasone, AH26, N-Rickert
e Endo Fill, e os cimentos que apresentaram maior infiltração apical foram os
cimentos Pró-Canal e Rickert-SP.
Para pesquisar a infiltração marginal apical em canais radiculares obturados
com os cimentos endodônticos FillCanal , Pulp Canal Sealer, óxido de zinco e
eugenol, AH26, Sealapex , CRCS, New B2 e um cimento experimental desenvolvido
pela disciplina de Endodontia de Araçatuba-SP, Holland et al., em 1991, realizaram
um estudo onde os dentes foram obturados pela técnica de condensação lateral, e
cada um dos grupos experimentais foi dividido em dois subgrupos iguais. Metade
dos dentes foram imersos, imediatamente depois de obturados, em solução de azul
de metileno a 2% sob vácuo 24 horas após a obturação e a outra metade foi imersa
no corante sob as mesmas condições 75 dias após os dentes terem sido obturados.
Passado o tempo experimental, os dentes foram cortados no sentido longitudinal e
foram mensuradas as infiltrações apicais com o auxílio de uma lupa estereoscópica
dotada
de
ocular
milimetrada.
Os
resultados
evidenciaram
diferenças
estatisticamente significantes entre os cimentos testados, com os menores níveis de
infiltração apical no grupo do Sealapex e os maiores no grupo do FillCanal. Os
dentes que foram imersos no corante 75 dias após a obturação apresentaram níveis
12
de infiltração apical significativamente maiores do que aqueles imersos 24 horas
após obturados.
Santa-Cecília et al. (1999) estudaram, de modo comparativo, o selamento apical
proporcionado por duas técnicas de obturação distintas, Thermafil e da condensação
lateral da guta-percha, em canais radiculares retos e curvos. Depois de modelados e
obturados, os dentes foram imersos em tinta nanquim sob vácuo por 10 minutos, e
por mais 168 horas de modo passivo. Posteriormente, os dentes foram diafanizados
e foram mensuradas as infiltrações por meio de microscopia óptica e ocular
milimetrada. Os resultados evidenciaram que não havia diferenças estatisticamente
significantes entre as técnicas utilizadas. Os autores observaram ainda, que as
obturações dos canais radiculares retos apresentavam níveis de infiltração apical
maiores do que as obturações dos canais radiculares curvos.
Em 2000, Almeida et al. estudaram a capacidade de selamento apical dos
cimentos endodônticos FillCanal, Ketac Endo e AH Plus em dentes obturados pela
técnica da condensação lateral da guta-percha. Após a instrumentação e obturação
dos canais com os cimentos obturadores os dentes foram colocados submersos no
corante azul de metileno a 2%, para futura avaliação da infiltração apical, na qual os
dentes ficaram imersos por 24 horas sob vácuo. A seguir, as amostras foram
cortadas no sentido do longo eixo da raiz e os níveis de infiltração aferidos com o
auxílio de um projetor de perfil. Os resultados mostraram superioridade do cimento
AH Plus em relação aos demais cimentos testados, que apresentaram-se
estatisticamente semelhantes entre si.
Em 2001, Brandão et al. realizaram um estudo com o objetivo de comparar a
infiltração apical de dois cimentos endodônticos ionoméricos, sendo eles o Ketac
Endo e o Vidrion Endo, em relação ao Sealer 26. Para este experimento foram
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utilizados 26 dentes unirradiculares, seccionados na região amelocementária, que
apresentavam apenas um canal. Todos dentes tiveram seus ápices padronizados
com uma lima Kerr no 30 e foram submersos após o preparo e obturação do canal
radicular no corante azul de metileno a 1%. Os dentes foram separados em 3 grupos
de 10; o primeiro grupo foi obturado com Ketac Endo, o segundo grupo foi obturado
com o cimento endodôntico Vidrion Endo e no terceiro grupo foi utilizado o Sealer
26; ainda foram montados os grupos controle positivo e controle negativo, sendo que
cada um deles possuía 3 elementos dentais. O Sealer 26 apresentou uma média de
infiltração de 0,291mm (± 0,145), seguido pelo Ketac Endo com média de 1,242mm
(± 0,364) e por final o Vidrion Endo teve uma infiltração de 2,034mm (± 0,549).
Para analisar se existe correlação entre a infiltração apical de corante e o
desempenho clínico da obturação realizada em dentes humanos, Oliver e Abbott,
em 2001, realizaram um estudo in vitro para avaliar a infiltração apical do corante
azul de metileno a 2% em 116 raízes de dentes humanos através da técnica a
vácuo. O estudo apresentou como resultado uma infiltração significativamente maior
nos casos mal-sucedidos, embora a diferença da infiltração foi pequena. Analisando
os resultados em geral, 99,5% da infiltração apical de todos os espécimes mostrou
que a presença de corante no canal é um pobre indicador de que a técnica ou o
material obtiveram sucesso. Concluiu-se que a obturação de canais radiculares não
fornece um selamento apical que previne a penetração de fluidos e que o resultado
do tratamento não pode ser predito pelos dados de estudos de infiltração apical de
corante.
Em 2002, Bassili avaliou a influência da aplicação do laser Nd:YAG e do
EDTA nas paredes dos canais em relação à capacidade seladora de obturações
realizadas com dois cimentos obturadores (AH Plus e Endofill). Para este estudo
14
foram utilizados 68 pré-molares inferiores com canal único. Estes dentes tiveram
suas coroas removidas no limite amelocementário e foi realizado a mensuração do
dente introduzindo uma lima tipo K no 15. Os forames foram padronizados com uma
lima tipo K no 25. Os dentes foram modelados pela técnica coroa-ápice com o
comprimento de modelagem igual ao comprimento total do dente menos 1 mm.
Todos os dentes tiveram seu diâmetro cirúrgico de instrumentação padronizados
com uma lima ProFile 35.06. Durante a instrumentação os canais foram irrigados
com solução de hipoclorito de sódio a 1%. Os dentes foram cobertos com uma
camada de Araldite 24 horas e uma camada de esmalte para unha respeitando-se
1mm ao redor do forame apical. Após a secagem do agente impermeabilizante, as
60 raízes fora separadas em 5 grupos de 15 dentes cada de acordo com o
tratamento que os canais iriam receber e o cimento obturador, sendo que o grupo 1
recebeu aplicação do laser Nd:YAG e obturação com cimento AH Plus, o grupo 2
recebeu aplicação do laser Nd:YAG e obturação com cimento Endofill, o grupo 3
recebeu aplicação de EDTA trissódico por 5 minutos e obturação com cimento AH
Plus e o grupo 4 recebeu aplicação de EDTA trissódico por 5 minutos e obturação
com cimento Endofill. A obturação de todos os canais foi realizada de acordo com a
técnica do System B. Para os grupos controles duas raízes não foram obturadas
sendo que uma recebeu total impermeabilização, sendo o controle negativo; e a
outra não teve o seu forame e 1 mm ao redor dele impermeabilizado, sendo o
controle positivo. As raízes foram submersas em azul de metileno a 2%. Após isso,
as raízes tiveram uma das faces desgastadas até o aparecimento da obturação para
leitura em microscópio óptico. Os 6 dentes que restaram foram instrumentados da
mesma maneira que os outros espécimes e metade tiveram seus canais tratados
com o laser Nd:YAG e a outra com EDTA para posterior análise em microscópio
15
eletrônico de varredura. Este estudo obteve como resultado uma diferença
estatística significante (p < 0,05) tanto entre os tratamentos aplicados à parede do
canal previamente à obturação quanto entre os cimentos obturadores, apontando
valores significantes favoráveis ao laser Nd:YAG e ao cimento AH Plus.
Em 2002, Gonçalves e Bramante realizaram um estudo para avaliar a
capacidade de selamento apical de quatro técnicas de vedamento retrógrado, onde
foi empregado o Super-EBA e o MTA como materiais, retroobturadores. Neste
estudo foram utilizados 90 caninos superiores com raízes integras e retas cujas
coroas foram removidas no limite amelocementário. O forame apical foi padronizado
utilizando-se uma lima tipo Kerr no 20. O comprimento de modelagem foi
determinado subtraindo 1mm do comprimento total da raiz. A técnica clássica de
instrumentação foi empregada. Os canais foram irrigados, durante a instrumentação,
com soro fisiológico. Os canais radiculares foram preenchidos com cimento de óxido
de zinco e eugenol. Em seguida, o cone de guta-percha, previamente selecionado,
foi posicionado no canal. As raízes foram seccionadas, a partir de 2mm do extremo
apical, com uma angulação de 90 graus em relação ao longo eixo da raiz sob
constante irrigação com solução fisiológica de cloreto de sódio a 0,9%. Procedeu-se
então, na seqüência, à impermeabilização de toda a superfície externa da raiz.
Cuidados foram tomados para que o material impermeabilizante não envolvesse a
superfície dentinária apical exposta pela apicectomia. Os 90 dentes foram separados
em 9 grupos. No grupo 1 (Super-EBA) e no grupo 2 (MTA) foi realizada a técnica da
obturação retrógrada. No grupo 3 (Super-EBA) e no grupo 4 (MTA) foi realizada a
técnica de retroinstumentação com retrobturação. No grupo 5 (Super-EBA) e no
grupo 6 (MTA) foi realizada a técnica de retroinstrumentação com obturação
retrógrada. No grupo 7 (Super-EBA) e no grupo 8 (MTA) foi realizada a técnica de
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canalização. O grupo 9 foi o grupo controle. Neste estudo observou-se que entre o
material Super-EBA nas diferentes técnicas cirúrgicas não houve diferença
significativa. Porém, com o material MTA foi observada diferença estatística
significante (p < 0,05) entre a técnica de obturação retrógrada e a técnica da
canalização e entre a técnica de obturação retrógrada e a técnica da canalização.
Lucena-Martin et al., em 2002, avaliaram a infiltração apical usando 3
cimentos obturadores, realizando a técnica da condensação lateral em 50 dentes
humanos. Estes dentes foram divididos em 5 grupos, 3 experimentais e 2 controles.
Todos os dentes dos 3 grupos experimentais foram instrumentados e foram
obturados pela técnica da condensação lateral, porém, utilizando cimentos
obturadores diferentes, Endomethasone, Top Seal e Roeko Seal. O grupo controle
positivo não foi obturado e o negativo não foi instrumentado. As superfícies
radiculares foram impermeabilizadas e imersas em tinta nanquim por 7 dias em
câmara úmida. A infiltração apical foi analisada através de 2 técnicas: corte
transversal e diafanização. Os dentes do grupo controle positivo apresentaram
penetração de corante nos canais e do grupo negativo não ocorreu infiltração. Nos
dentes dos grupos experimentais ocorreu a penetração da tinta no canal radicular,
concluindo-se que nenhum material obturador preveniu completamente a infiltração
apical, embora a infiltração tenha sido pequena. Concluiu-se também que a técnica
de diafanização permitiu uma determinação mais precisa de penetração de corante
em comparação com a técnica de corte transversal.
Também em 2002, Gadê-Neto et al. realizaram um estudo in vivo utilizando 2
materiais obturadores provisórios e 1 definitivo. Foram utilizados 7 pré-molares de
um cão. O animal foi anestesiado e todos os dentes receberam tratamento
endodôntico.
Foram removidos 2mm de guta-percha da entrada dos canais
17
radiculares para se testar os selamentos: 1) Cavit nos 2mm da entrada dos canais e
resina Z-250; 2) Cavit; 3) Coltosol; 4) Cavit apenas nos 2mm da entrada dos canais
e 5) Coltosol apenas nos 2mm da entrada dos canais, e depois de um período de
tempo médio de 92 dias o animal foi sacrificado e os dentes analisados in vitro. No
estudo in vitro os dentes foram impermeabilizados e imersos em corante nanquim,
submetidos ao vácuo por 30 minutos e deixados no corante por 7 dias. Em seguida
foram diafanizados e analisados em lupa estereoscópica. Como resultado obteve-se
que nenhum dente apresentou infiltração.
Em 2003, Brosco et al. realizaram um estudo com o objetivo de analisar e
comparar a infiltração apical de 4 diferentes técnicas de obturação. Foram utilizados
106
incisivos
inferiores
humanos
instrumentados
pela
técnica
escalonada
regressiva. Após a instrumentação 100 dentes foram impermeabilizados, exceto nas
proximidades do forame apical, e divididos em 5 grupos contendo 20 dentes cada,
que foram obturados com diferentes técnicas. No grupo 1 foi utilizada a técnica da
condensação lateral ativa realizada com lima tipo Kerr; no grupo 2 onda contínua de
condensação realizada com o System B; no grupo 3 guta-percha termoplastificada
injetável realizada com o sistema Ultrafil; no grupo 4 guta-percha termoplastificada
mecanicamente realizada com o sistema JS Quick-Fill e no grupo 5 guta-percha
termoplastificada associada a um cone principal realizada com o sistema Microseal.
Os 6 dentes restantes foram utilizados para formarem o grupo controle positivo e
negativo. Após a obturação, os dentes foram imersos em solução de azul de
metileno a 2%, 72 horas, a 37º C. A seguir, os dentes foram seccionados
longitudinalmente e a infiltração apical avaliada em um estereomicroscópio. O
estudo não obteve diferenças estatísticas significantes nos grupos experimentais,
sendo que a obturação com o sistema Microseal mostrou a menor infiltração apical,
18
0,47mm; seguido pelo Systema B, 0,82mm; JS Quick-Fill, 2,34mm, Ultrafil, 2,42mm
e por último o grupo onde se utilizou a técnica da condensação lateral teve a maior
infiltração apical, 2,81mm.
No ano seguinte, em 2004, Gomes Filho et al. realizaram um estudo para
avaliar a ação impermeabilizante do Super Bonder, do esmalte para unha, da resina
epóxia de presa de 10 minutos e de 24h. Para tanto, foram utilizados 50 dentes
bovinos unirradiculares com formação completa do ápice, que tiveram suas coroas
removidas e os canais preparados com limas tipo Kerr e irrigação com hipoclorito de
sódio a 1%. Os dentes foram divididos em 5 grupos de 10 dentes, para todos os
grupos. No grupo 5, foi confeccionada uma barreira de guta-percha na região apical
para evitar que o impermeabilizante escorresse para o interior do canal durante a
sua aplicação. Realizou-se a aplicação do impermeabilizante de forma a cobrir toda
a superfície externa da raiz, exceto a região coronária. Os dentes impermeabilizados
foram deixados em temperatura ambiente pelo período de 24 horas para que
ocorresse o endurecimento do agente impermeabilizante. No grupo 5 a
impermeabilização ocorreu de forma semelhante com a diferença que o ápice
radicular não foi selado para que se pudesse obturar o sistema de canais
radiculares. A obturação do canal radicular foi realizada pela técnica de
condensação lateral com cimento Sealapex e cones de guta-percha. Foi feita
imersão dos espécimes na solução corante azul de metileno a 2% em um ambiente
com vácuo de 0,002mmHg por 10 minutos. A seguir, com auxílio de brocas Carbide
foi realizado um sulco longitudinal pela vestibular e lingual de todas as raízes. Logo
após, utilizando um cinzel reto e um martelo, os dentes foram partidos em dois
pedaços. Os espécimes foram então examinados em uma lupa estereoscópica com
objetivas de aumento 2,5x, o que possibilitou mensurar as infiltrações marginais
19
lineares do ápice até o ponto mais coronário. Obteve-se como resultado que os
quatro grupos que não receberam obturação (impermeabilizados com Super-Bonder,
esmalte para unha, resina epóxica de presa de 10 minutos e de 24 horas) não
obtiveram diferença significativa em relação à infiltração, possuindo 4 dentes com
infiltração em diferentes níveis em cada grupo. Porém, no grupo 5 que teve seu
sistema de canais obturado e impermeabilizado com esmalte de unha não ocorreu
infiltração em nenhum espécime.
2.2. Preparos para pinos intra-radiculares
Radien e Gendelman, em 1994, avaliaram o efeito do preparo para pino no
selamento apical quando a guta-percha foi removida de forma convencional em nível
apical. Em 67 blocos transparentes de resina acrílica, os canais foram preparados e
obturados com guta-percha utilizando a técnica da condensação lateral e cimento
Grossman. Após isso, os canais foram preparados para pino com broca Largo sem
ponta. Em seguida, foi realizada a condensação vertical sobre o remanescente
obturador que permaneceu com 1, 2, 3 ou 4mm de comprimento. Foram cimentados
pinos de aço inoxidável no espaço preparado. Após a presa do cimento, os
espécimes foram imersos em solução de azul de metileno a 2% por 72 horas. Os
resultados obtidos mostraram que com 4mm o selamento apical foi superior aos
demais.
Ibrahim et al., em 1995, investigaram in vitro o efeito do preparo mediato e
imediato de espaço para pino, bem como o efeito do comprimento de guta-percha
remanescente sobre o selamento apical. Foram utilizados 45 dentes humanos
anteriores superiores extraídos. Os canais foram instrumentados e obturados pela
20
técnica da condensação lateral e cimento Ketac Endo, sendo divididos nos grupos:
preparo para pino imediato e mediato, deixando remanescente de material obturador
3, 5 e 7mm. O preparo foi feito com brocas de Gates-Glidden. O selamento apical foi
avaliado através da mensuração da microinfiltração utilizando uma técnica
eletroquímica e as medições foram realizadas em intervalos de 1, 7, 15, 20, 25 e 30
dias. No resultado constatou-se que não houve diferença na infiltração apical entre
os dentes com espaços preparados imediatamente ou após uma semana. Foi
observado que o nível da infiltração apical depende do comprimento de guta-percha
remanescente e do tempo em que o preparo é realizado após a obturação do canal.
As raízes com 7mm apicais de guta-percha remanescente não apresentaram
qualquer diferença quando comparadas às do grupo controle quando o preparo foi
retardado em 1 semana e assim, os autores concluíram que esta extensão de
material obturador remanescente não provoca distúrbios severos no selamento
apical.
Para avaliar e comparar a capacidade selante de dois cimentos
obturadores, e dois materias temporários, Cavit e coroas provisórias cimentadas
com Temp Bond, em 1996, Zuolo et al. utilizaram dentes extraídos para realizarem o
tratamento endodôntico, obturando pela técnica da condensação lateral com Ketac
Endo ou AH 26. Logo após as obturações foi preparado o espaço para pino com
brocas Largo n° 3 e o remanescente obturador adaptado com calcadores
endodônticos, permanecendo 5mm de comprimento. Os espaços para pino foram
selados com 3mm de Cavit ou com coroa provisória com pino cimentada com Temp
Bond. Os espécimes foram armazenados em câmara úmida por 7 dias e
posteriormente imersos em saliva artificial por mais 7 dias. Posteriormente, os
espécimes foram imersos em tinta nanquim por 3 dias e diafanizados. As infiltrações
21
foram mais pronunciadas para o cimento AH 26 quando o Cavit foi o selador
coronário. Não houve diferenças estatísticas significantes entre os demais grupos.
Entretanto, a infiltração foi um pouco menor quando empregada à coroa com pino
cimentada com Temp Bond.
Realizando um experimento, Karapanou et al., em 1996, determinaram o
efeito de cimentos na microinfiltração marginal apical de canais obturados, no
preparo para pino mediato e imediato. A partir de uma amostra com 80 dentes
preparados endodonticamente e obturados com guta-percha pela técnica da
condensação lateral com os cimentos Roth 801 e AH 26, foram feitos preparos para
pino imediatamente ou após 7 dias das obturações com broca Gates-Glidden,
deixando um remanescente obturador de cerca de 5mm. Os dentes foram
impermeabilizados, menos o forame apical, e imersos em azul de metileno a 2% sob
ação do vácuo. Nos resultados foi evidenciado que o grupo obturado com cimento
Roth e preparo para pino mediato apresentou resultados estatisticamente piores que
os demais grupos.
O objetivo do estudo de Barrieshi et al., em 1997, foi avaliar a infiltração
bacteriana de uma comunidade anaeróbia de organismos em canais obturados após
o preparo de espaço para pino. Foram utilizados 40 dentes humanos ânterosuperiores, instrumentados e obturados pela técnica da condensação lateral com
cimento Roth e guta-percha, e armazenados por 2 semanas a 37° C para que o
cimento tomasse presa. Após as 2 semanas foi realizado o preparo para pino com
calcadores endodônticos aquecidos, deixando um remanescente de 5mm de
material obturador. Os dentes foram mantidos em estufa a 37° C por 14 dias e, após
os cuidados de isolamento e esterilização, a cultura mista bacteriana foi posta em
contato com a parte coronária da obturação e a parte apical das raízes mergulhadas
22
em Solução Salina Balanceada de Hanks (HBSS). O conjunto foi incubado em
ambiente anaeróbio a 37° C ao longo dos 90 dias do experimento. Os resultados
apontaram que 8% dos dentes apresentaram infiltração coronária de F. nucleatum e
C. rectus no intervalo de 90 dias. Concluíram que a penetração bacteriana ocorreu
dos 48 aos 84 dias. O exame de microscopia eletrônica de varredura demonstrou
um biofilme heterogêneo de cocos e bacilos colonizando as paredes da porção
apical do canal. Concluíram que o fenômeno da infiltração coronária ocorreu após a
perda de selamento coronário, ou seja o preparo para pino.
Wu et al., em 1998, testaram a infiltração apical ao longo do material
obturador remanescente após o preparo e cimentação dos pinos nos canais
radiculares. Um total de 120 raízes de incisivos centrais humanos foram utilizados.
Foi realizada a instrumentação das raízes e obturação pela técnica da condensação
lateral com cones de guta-percha e cimento AH 26 livre de prata. As raízes foram
divididas em 6 grupos: no grupo 1 foi realizada a obturação de todo comprimento
radicular, 11mm para a realização do primeiro teste de infiltração e remoção dos
4mm apicais de material obturador, deixando os 7mm coronários para o segundo
teste; no grupo 2 a obturação ocorreu em todo comprimento radicular, 11mm, para o
primeiro teste de infiltração e 4mm apicais remanescentes de material obturador no
segundo teste; já nos grupos 3, 4, 5 e 6 foram cimentados pinos com diferentes
cimentos, fosfato de zinco, Ketac Cem, Fuji Duet e Panavia EX, respectivamente,
deixando-se em todos os grupos um remanescente de 7mm de material obturador .A
infiltração nos 4mm apicais de obturação remanescente após o preparo de espaço
para pino foi comparada com a obturação de 11mm antes do preparo. Os resultados
apontaram que a maior infiltração foi detectada nos 4mm apicais de obturação que
ao longo de 11mm de obturação original. Os pinos ParaPost cimentados,
23
independente do cimento utilizado, não tiveram maior infiltração que os 7mm
coronários de material obturador convencional. Concluíram que ocorre mais
infiltração nos 4mm apicais remanescentes de material obturador após o preparo
para pino que nos canais totalmente obturados. A infiltração criada pela remoção de
parte coronal da obturação durante o preparo para pino pôde ser compensada pela
sua cimentação.
Fan et al., em 1999, fizeram a mensuração da microinfiltração através da
obturação radicular apical na direção coroa-ápice após preparo mediato e imediato
para pino usando aparelho de transporte e fluido modificado. Os dentes foram
instrumentados e obturados pela técnica da condensação lateral. Um grupo foi
obturado com cimento AH 26 livre de prata, no outro Pulp Canal Sealer (PCS). O
preparo de espaço para pino foi confeccionado com broca Gates-Glidde,
imediatamente após a obturação e uma semana após. A infiltração apical ao longo
das obturações foi determinada por um aparelho de transporte de fluido submetido à
pressão de 30 kPa (0,3 atm). Concluíram que, após o preparo de espaço para pino,
nenhuma raiz obturada apresentou infiltração, independentemente do tipo de
cimento utilizado. A infiltração foi maior quando da remoção mediata em relação ao
preparo imediato.
Abramovitz et al., em 2000, compararam a capacidade do selamento das
obturações removendo o material obturador imediatamente após a obturação e após
a presa do material obturador. Foram utilizados 33 dentes humanos unirradiculares,
onde eles foram instrumentados e obturados através da técnica da condensação
lateral utilizando o cimento AH 26. O preparo para os pinos radiculares foi realizado
após a obturação e após 7 dias, onde foram utilizados condensadores aquecidos e
brocas Gates-Glidden sendo deixados 5mm de remanescente obturador. Os dentes
24
foram divididos em 5: grupos, grupo 1, remoção imediata; grupo 2, remoção
mediata; grupo 3, controle negativo, onde a obturação permaneceu intacta; grupo 4,
controle positivo, preparo sem obturação, para representar o máximo de infiltração e
grupo 5, canais radiculares intactos. Para análise foi realizado um mecanismo de
rastreamento radioativo movido a pressão. Como resultado observou-se que esta
análise foi mais sensível que a análise de infiltração passiva, que a capacidade de
selamento de canais com 5mm de material obturador foi inferior à de obturações
intactas e que não existiram diferenças entre o preparo imediato e o preparo mediato
para pinos intra-radiculares.
Um estudo realizado por Metzger et al., em 2000, utilizou 105 dentes
unirradiculares através do mesmo mecanismo de rastreamento radioativo movido a
pressão utilizado por Abramovitz et al., em 2000. Todos os dentes foram
instrumentados e obturados pela técnica da condensação lateral utilizando o cimento
obturador AH 26. Após a obturação os dentes foram preparados para receberem um
pino intracanal, deixando remanescentes da obturação de 3, 5, 7 e 9mm e foram
armazenados durante 7 dias em uma temperatura constante de 37ºC com uma
umidade de 100% para que a presa do cimento ocorresse. Este estudo teve como
conclusão que os dentes que apresentavam as obturações com níveis de 3, 5 e
7mm apresentaram um selamento inferior em relação às obturações intactas e que o
selamento mostrou-se proporcional ao comprimento do material obturador.
Mannocci et al., em 2001, avaliaram a microinfiltração de dentes tratados
endodonticamente e restaurados com pinos de fibra de carbono e compósitos com 3
sistemas adesivos. Um total de 72 pré-molares humanos unirradiculares extraídos,
foram preparados biomecanicamente e obturados pela técnica da condensação
lateral e cimento AH 26 nos grupos 1, 3 e 5 e cimento de óxido de zinco e eugenol,
25
nos grupos 2, 4 e 6. Antes do teste de infiltração de corante, os dentes dos grupos 2,
4 e 6 foram restaurados provisoriamente com material a base de óxido de zinco e
eugenol, enquanto os dentes dos grupos 1, 3 e 5 receberam restauração provisória
de resina composta Z100 sem a utilização de qualquer procedimento adesivo. Após
7 dias as restaurações provisórias foram removidas. Foi preparado o espaço para
pino em todos os grupos, removendo 9mm de guta-percha com brocas Peeso. Nos
grupos 1, 2 e 6 o pino utilizado foi de fibra de carbono-quartzo (RDT); nos grupos 3,
4 e 5, de fibra de carbono 14 (Tech 2000). No grupo 1 o pino foi cimentado com
fosfato de zinco e resina composta sem adesivo. Nos grupos 2 e 3 os pinos foram
cimentados com adesivos All Bond 2 e Panavia 21, respectivamente. Os grupos 4, 5
e 6, receberam pinos cimentados com All Bond 2, Panavia 21 e Panavia Fluoro,
respectivamente. Os dentes permaneceram intermitentemente a 2 ciclos/segundo
num ambiente úmido e, depois a 300.000 ciclos imersos numa solução de corante
Rhodamine B por 48 horas. A análise dos dentes foi realizada com microscópio
confocal. Nos resultados, o controle positivo mostrou intensa infiltração e no controle
negativo não houve infiltração. Em todos os grupos cimentados com resina, a
infiltração foi significantemente menor que no grupo onde foi utilizado o cimento
fosfato de zinco. Não houve diferença estatisticamente significante nos grupos
tratados com materiais a base de óxido de zinco e eugenol em relação aos grupos
que não foram tratados com materiais a base de óxido de zinco e eugenol. Os
dentes restaurados com adesivo All Bond 2 (Grupos 1 e 2) tiveram infiltração
significantemente menor que daqueles restaurados com cimento Panavia (Grupos 3,
4 e 5). Nos dentes do grupo 5, no cimento Panavia Fluoro houve significantemente
menos infiltração que nos grupos 3 e 4 (Panavia 21). Concluíram que o uso de
adesivos de 3 passos (All Bond 2) resulta num melhor selamento marginal que os
26
adesivos que já possuem primer na formulação (Panavia 21 e Panavia Fluoro). O
uso de cimentos endodônticos e materiais restauradores provisórios contendo óxido
de zinco e eugenol não provocam detrimento no selamento marginal de
restaurações com pinos de carbono e resina composta.
Silva e Habitante, em 2003, realizaram um estudo comparativo da infiltração
linear marginal apical em dentes com preparo para retentores, utilizando dentes
unirradiculares, entre caninos e pré-molares. Este trabalho que teve como objetivo
avaliar a infiltração apical, medida do ápice para o interior do canal, quando do
preparo para inserção de retentores intra-radicular realizado imediatamente, 24
horas e 48 horas após a obturação endodôntica. O espaço para o retentor foi
preparado com o auxílio de dois aparelhos: Tauch´n Heat e Quantec. Obtiveram
como resultados através da infiltração do corante azul de metileno um menor grau
de infiltração apical quando se realizou o preparo para retentor intra-radicular com o
sistema Quantec, imediatamente após a obturação endodôntica.
2.3 Anatomia Dental
Para garantir o sucesso endodôntico é imperativo o conhecimento da
anatomia interna dental e sua variações para a realização da abertura coronária,
para a localização dos canais e para seu preparo (IMURA; ZUOLO, 1998; SOARES;
GOLDBERG, 2000).
A incompleta instrumentação e má obturação dos canais
radiculares podem determinar o fracasso do tratamento endodôntico (IMURA;
ZUOLO, 1998).
27
Conceitua-se a região periapical como um complexo de tecidos, estruturas e
elementos anatômicos e é considerada a região mais complexa entre as regiões que
compõem o campo de ação endodôntica (DE DEUS, 1992).
A região periapical é composta pelo ápice radicular, ligamento periodontal
apical e osso alveolar apical que mantêm uma íntima relação entre si (DE DEUS,
1992). Estudos da anatomia dos canais radiculares realizados através de cortes
longitudinais, transversais com auxílio de microscopia óptica e eletrônica envolvendo
histologia , radiografias entre outros têm demonstrado que o canal principal pode
apresentar múltiplas ramificações (DE DEUS, 1992; IMURA; ZUOLO, 1998).
Anatomicamente, o ápice radicular pode apresentar-se afilado, truncado ou
espessado (IMURA; ZUOLO, 1998). A região apical do canal radicular variavelmente
pode apresentar canais secundários, que se estendem do canal para o ligamento
periodontal; canais acessórios, que derivam do canal secundário em direção ao
ligamento periodontal; delta apical, que são diversas ramificações que originam o
aparecimento de diversos forames (DE DEUS, 1992; IMURA; ZUOLO, 1998;
SOARES; GOLDBERG, 2000). A importância dessas variações em relação ao
insucesso endodôntico é evidente pela comunicação existente entre polpa canal
radicular e ligamento periodontal (IMURA; ZUOLO, 1998).
28
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Foram selecionados para este experimento 40 dentes humanos extraídos
(pré-molares inferiores), com raízes completamente formadas e isentos de tecidos
moles e cálculos. Estes dentes foram doados pelo Banco de Dentes da Universidade
do Vale do Itajaí.
Para melhor operacionalização do experimento, os dentes foram divididos em
4 grupos: G1, G2, G3 = grupos experimentais e G4 = grupo controle.
Todos os dentes foram radiografados no sentido mesio-distal com o objetivo
de avaliar a forma, largura, morfologia do canal e dispensar os dentes que
apresentavam canais curvos, atrésicos ou que apresentavam 2 canais.
O acesso coronário foi realizado com pontas diamantadas esféricas número
1014 (KG Sorensen), ilustrado na fotografia 1, e a forma de contorno foi executada
com brocas diamantadas de ponta inativa número 3082 (KG Sorensen) (Fotografia
2).
Fotografia 1 – Acesso coronário realizado com broca diamantada esférica 1014.
Fotografia 2 – Forma de contorno realizado com broca diamantada de pontas inativas 3082.
29
A odontometria foi realizada introduzindo-se uma lima do tipo Flexo-File n° 15
no canal radicular até o momento em que sua guia de penetração atingisse o forame
apical (Fotografia 3).
Fotografia 3 – Odontometria realizada com lima do tipo
Flexo-File n° 15 com auxílio de régua milimetrada.
A modelagem do canal foi executada de acordo com a técnica Coroa-Ápice
sem pressão apical utilizando limas tipo Flexo-File calibradas no comprimento de
trabalho de modelagem (CTM), que foi determinado subtraindo-se 1mm do
comprimento total do dente.
A instrumentação do canal foi iniciada com as brocas Gates-Glidden números
V, IV e III até o terço médio do canal radicular e em seguida foram utilizadas as
limas tipo Flexo-File para a modelagem do terço apical girando-as no sentido horário
e sem pressão apical.
Antes da iniciação da matriz apical os forames apicais foram todos
padronizados, utilizando-se uma lima de no 25. A confecção da matriz foi realizada
no limite do CTM até a lima de calibre no 45, independente do instrumento
30
anatômico, e após este passo, foi realizado o escalonamento na região do canal
radicular que não foi modelada pela ação das brocas Gates-Glidden.
Em todo o processo de modelagem dos canais radiculares foi efetuada a
irrigação com soro fisiológico a 0,9% utilizando-se seringas descartáveis e cânulas
de irrigação 24x4.
Depois de realizada toda a modelagem do canal radicular uma lima de no 25
foi introduzida no comprimento total do dente com o objetivo de remover resíduos
contidos no forame apical.
Em seguida os canais foram irrigados com EDTA a 17% durante 4 min.
neutralizados logo após por soluções fisiológicas e aspiradas por cânulas.
Terminada toda a seqüência de modelagem dos canais radiculares foi
realizada a prova do cone (Fotografia 4) e em seguida os canais foram obturados
pela técnica da condensação lateral, com auxílio de espaçador digital utilizando
cimento de óxido de zinco e eugenol na proporção pó/líquido indicada pelo
fabricante (Fotografia 5). Em seguida foi removido todo o excesso de material
obturador com calcadores de Paiva aquecidos, condensação vertical e limpeza da
câmara pulpar.
Os dentes foram mantidos em uma estufa a 37o C com umidade relativa por
um período de 24 horas para que ocorresse a secagem do material obturador.
Os canais radiculares foram preparados para receberem pinos intraradiculares utilizando-se brocas Largo que foram introduzidos nos canais com
limitadores de penetração de modo a obter remanescentes de material obturador de
3, 5 e 7mm. Assim foram caracterizados os três grupos experimentais, sendo cada
grupo representado por 10 raízes, mais o grupo controle contendo também 10 raízes
nas quais não foram removidos os materiais obturadores.
31
Fotografia 4. Prova do cone principal de guta-percha no 45.
Fotografia 5. Técnica da condensação lateral com cones acessórios B7 e B8 e cimento
óxido de zinco e eugenol.
Para impermeabilização das raízes os dentes foram fixados em um palito de
madeira através da embocadura do canal e fixados em uma lâmina de cera utilidade.
Foi aplicada inicialmente uma camada de araldite (Brascola S/A – Ciba Geigy S.A.)
de presa rápida (Fotografia 7), e após 24 horas foram aplicadas duas camadas de
esmalte de unha de cor vermelha (Fotografia 8), com um intervalo de 24 horas para
secagem destas substâncias impermeabilizadoras, que se aproximaram cerca de
1mm do forame apical.
Fotografia 7: camada de araldite (Brascola S/A – Ciba Geigy S.A.) de presa rápida.
32
Fotografia 8: duas camadas de esmalte de unha de cor vermelha.
As raízes permaneceram em meio seco, na lâmina de cera utilidade, através
dos palitos de madeiras.
Finalizada essa fase, a abertura coronária foi selada com cera utilidade e
impermeabilizada com araldite e esmalte para unha, de acordo com seqüência já
descrita.
As raízes devidamente impermeabilizadas, com exceção do forame apical,
foram imersas em solução aquosa de azul de metileno a 2% em recipientes plásticos
identificados, permanecendo no corante por 72 horas dentro de uma estufa a 37o C.
Terminado este processo, os dentes foram lavados em água corrente durante 12
horas e raspados por instrumentos LeCron para remoção das camadas
impermeabilizadoras.
Foram feitos, com discos diamantados de dupla face, dois sulcos
longitudinais, um nas superfícies vestibulares e outro nas superfícies linguais até
que se aproximassem da obturação (Fotografia 9).
Fotografia 9: sulcos longitudinais
superfícies vestibular e lingual.
nas
As raízes foram fraturadas no seu longo eixo utilizando-se um cinzel obtendose, assim duas hemipartes para posterior avaliação da penetração apical do corante.
33
A hemiparte que apresentou microscopicamente maior infiltração foi utilizada
para a mensuração, sendo fixada em cera utilidade e em uma lâmina de vidro.
A infiltração foi avaliada na interface entre o material obturador e a parede do
canal radicular, sendo que a medida da infiltração foi feita da ponta do cone principal
até a porção mais coronária do corante (Fotografias 10, 11 e 12 em anexo). Os
valores obtidos foram transformados em milímetros e foi feita uma média aritmética
dos grupos. Essas medidas foram tabuladas e submetidas à análise estatística,
aplicando o teste de Análise de Variância, com nível de significância de 5%.
A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em 17 de junho de
2005.
34
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Após a seleção da hemiparte do dente com maior infiltração, foi feita a análise
em microscópio estereoscópico com ajuda de uma régua milimetrada, e os valores
apresentados em milímetros estão no gráfico 1.
Gráfico 1 – Média/desvio padrão da infiltração apical com corante Azul de Metileno a
2% dos Grupos I (3mm), II (5mm), III (7mm) e Controle.
As medidas de infiltração de cada dente em individual estão apresentadas,
em anexo, na Tabela 1.
As médias e variâncias (ANOVA) de cada grupo estão representadas na
Tabela 2, em anexo.
35
5 DISCUSSÃO
Analisando a tabela 1 pode-se observar uma diferença entre as medidas de
infiltração dentro de cada grupo, o Grupo I apresentou 4mm como maior valor de
infiltração e 2mm a menor infiltração; o Grupo II e o Grupo Controle apresentaram os
seguintes valores, 4mm e 1mm; o Grupo III teve como maior infiltração 3,5mm e
menor infiltração 1mm.
Estas diferenças podem ser explicadas pelo fato de que os dentes,
individualmente, apresentam algumas variações anatômicas, independente de
serem todos pré-molares inferiores. As variações anatômicas podem ser deltas
apicais, presença de canal acessório, canal secundário, diferenças na posição do
forame apical entre outras variações (DE DEUS, 1992; IMURA; ZUOLO, 1998 e
SOARES; GOLDBERG, 2000) que podem alterar a quantidade de azul de metileno
infiltrado na interface material obturador/dente.
Alguns dentes podem apresentar uma pequena curvatura no canal radicular
na região do ápice que pode ser imperceptíveis radiograficamente, devido a sua
incidência (mesiodistal), e de acordo com o estudo realizado por Santa-Cecília et al.,
em 1999, dentes com canais radiculares retos apresentam níveis de infiltração apical
maiores que dentes com canais radiculares curvos.
Neste experimento e de acordo com o gráfico 1, o Grupo I que apresentava
menor quantidade de material obturador (3mm) obteve maior infiltração (2,79mm)
em relação aos outros grupos. O grupo II apresentava um remanescente de material
obturador maior (5mm) e obteve uma diminuição na sua infiltração apical (2,67mm).
E por sua vez o grupo III e o grupo controle apresentaram níveis de material
obturador maiores (7mm e todo canal radicular obturado, respectivamente)
36
apresentaram
infiltrações
próximas
(2,33mm
e
2,38mm,
respectivamente).
Resumindo, o gráfico mostra que quanto maior a quantidade de material obturador
menor a infiltração. Tais achados estão de acordo com os resultados experimentais
apresentados nos estudos de Radien; Gendelman (1994), Wu et al. (1998),
Abramovitz et al. (2000) e Metzger et al. (2000).
Todavia, os resultados colhidos nesses experimentos não apresentaram
diferenças estatísticas nas médias das infiltrações apicais entre os Grupos I, II, III e
Controle, indo ao encontro dos resultados colhidos por Ibrahim et al., em 1995 e
Zuolo et al., em 1996. Isso vale dizer que deixando remanescentes de material
obturador nas extensões de 3, 5 e 7mm, não haverá diferença, ou seja, não
estaríamos contribuindo para o insucesso do tratamento endodôntico. Então é
possível deduzir que o mais importante não é a extensão do material obturador, mas
sim a sua condensação.
Devemos destacar o estudo realizado por Gadê-Neto et al. (2002) que
analisaram a infiltração apical in vivo e constataram que em nenhum dos 7 prémolares ocorreu infiltração, pois houve formação de barreira biológica no milímetro
final do canal radicular, auxiliando no sucesso do tratamento endodôntico. Em nosso
experimento a análise foi realizada in vitro, sem formação de barreira biológica, onde
a única barreira impedindo a infiltração apical foi a obturação do canal radicular, e
segundo estudo realizado por Oliver e Abbott, em 2001, a obturação de canais
radiculares não impede a penetração de fluidos e que o resultado do tratamento não
pode ser predito pelos estudos de infiltração apical. E Lucena-Martin et al. (2002) em
outro estudo chegaram à conclusão de que nenhum material obturador previne a
infiltração apical, embora a infiltração seja pequena.
37
Conforme a metodologia aplicada neste estudo, os dentes dos Grupos I, II e
III tiveram seus condutos, depois de obturados, preparados para receberem pinos
intra-radiculares, porém, não foram cimentados pinos neste espaço. Wu et al., em
1998, realizaram um estudo com o objetivo de analisar a infiltração em dentes
preparados para pinos intra-radiculares que receberam a cimentação do pino em
relação aos que não receberam cimentação, e concluiu que a infiltração criada pela
remoção do material obturador durante o preparo para pino foi compensada pela sua
cimentação.
Como destaque final, devemos analisar que a média da maior infiltração entre
os Grupos I, II, III e controle foi de 2,79mm, não ultrapassando o remanescente de
material obturador mínimo, que foi de 3mm (Grupo I). Hipoteticamente, a infiltração
de fluidos que penetrariam pelo ápice não atingiriam a interface material
obturador/pino radicular.
38
6. CONCLUSÃO
De acordo com o objetivo proposto, os resultados colhidos e a análise
estatística, concluiu-se que:
1.
Apesar de os grupos apresentarem infiltração apical em todos os
dentes, as diferenças entre eles não foram significativas estatisticamente.
2.
Variações anatômicas no ápice radicular podem alterar a infiltração
3.
Materiais obturadões não impedem penetração de fluidos nos canais
apical.
radiculares.
4.
A formação de barreira biológica auxilia na diminuição da infiltração de
fluidos pelo canal cementário.
5.
O importante não é a extensão de material obturador, mas a realização
de uma técnica satisfatória.
39
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41
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SOARES, I. J.; GOLDBERG, F. Endodontia : Técnicas e Fundamentos. São Paulo: Artmed,
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WU, M. K. et al. Microleakage along apical root fillings and cement posts. J Prosthet Dent,
Saint Louis, v.79, n.3, p.264-269, Mar. 1998.
42
APÊNDICE A
Infiltração apical de um dente do Grupo 1
Fotografia 10 – Medição da infiltração apical através de
microscópio estereoscópico de um dente com 3mm de material
obturador.
43
APÊNDICE B
Infiltração apical de um dente do Grupo 2
Fotografia 11 – Medição da infiltração apical através de
microscópio estereoscópico de um dente com 5mm de material
obturador.
44
APÊNDICE C
Infiltração apical de um dente do Grupo 3
Fotografia 12 – Medição da infiltração apical através de
microscópio estereoscópico de um dente com 7mm de material
obturador.
45
APÊNDICE E
Medidas da infiltração apical de cada dente dos Grupos I, II, III e Controle
Tabela 1 – Medidas das infiltrações apicais, em milímetros, de
cada dente em individual dos Grupos I, II, III e Controle.
Dente 1
Dente 2
Dente 3
Dente 4
Dente 5
Dente 6
Dente 7
Dente 8
Dente 9
Dente 10
Grupo I Grupo II Grupo III
4
4
2,8
2,5
3,2
3
2
4
3,5
2,5
2,5
1
3,5
2
3
3
1,5
1
2,5
4
1,7
2
2,5
2,33
2,9
2
3
3
1
2
Grupo Controle
1,8
3,5
3
1
2
1,3
3,2
2,5
1,5
4
46
APÊNDICE F
Médias/variâncias (Anova) dos Grupos I, II, III e Controle
Tabela 2 – Média, soma das infiltrações de cada grupo e
a variância de Anova dos Grupos I, II, III e Controle.
Grupo
Média
Soma
Variância
Grupo I
2,79
27,9
0,396556
Grupo II
2,67
26,7
1,189
Grupo III
Grupo
Controle
2,333
23,33
0,775557
2,38
23,8
1,030667
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