REVOLUÇÃO FRANCESA E SUAS FASES: ESTADOS GERAIS Constituídos por representantes dos três Estados, são convocados em 1788 depois de 174 anos de inatividade. Formada principalmente por nobres a Assembléia dos Notáveis havia recusado qualquer reforma contra seus privilégios. Para a Assembléia dos Estados Gerais são eleitos 291 deputados do clero, 270 da nobreza e 610 do Terceiro Estado, dos quais a maioria é burguesa. Durante os Estados gerais decide-se realizar: ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Os Estados Gerais começam seus trabalhos em maio de 1789. A divisão no clero e na nobreza reforça o Terceiro Estado, que pretende ir além das reformas financeiras pretendidas pela monarquia. Para garantir sua maioria, a nobreza quer que a votação seja feita por classe. O Terceiro Estado quer a votação por cabeça e consegue, para esse propósito, o apoio dos representantes do baixo clero e da pequena nobreza. A disposição da burguesia em liquidar o absolutismo e realizar reformas políticas, sociais e econômicas conduz, em junho de 1789, à proclamação em Assembléia Constituinte. QUEDA DA BASTILHA** Em julho de 1789 a população se envolve ativamente nas mudanças preconizadas pela Assembléia Constituinte. Revoltas populares em Paris e no interior, causadas inicialmente pelo aumento do preço do pão, culminam no dia 14 com a tomada da Bastilha, prisão que simboliza a tirania absolutista. O governador da prisão e os guardas são massacrados pelo povo e todos os prisioneiros são libertados. Formam-se a Guarda Nacional, com milícia de cidadãos, Declaração dos Direitos do Cidadão – É aprovada pela Assembléia Constituinte em 26 de agosto de 1789, inspirada na declaração norte-americana, e diz que a propriedade privada é inviolável e sagrada. Também institui a igualdade jurídica e a liberdade pessoal para todos os homens de todas as regiões do mundo. CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA É aprovada em setembro 1791, após um acordo entre a burguesia e os representantes do clero e da nobreza, institui a monarquia parlamentar. Os poderes reais são enfraquecidos, a Justiça é reformada, a tortura é abolida, mas as greves e associações operárias são proibidas. As camadas populares não aceitam a nova Constituição e realizam greves em Paris. Mesmo assim, são eleitos para a Assembléia Legislativa 264 deputados da direita (girondinos), 345 do centro e 136 da esquerda (jacobinos e cordeliers). Os girondinos manipulam a Assembléia, mas a esquerda tem o apoio das camadas populares. Os jacobinos apóiam-se na pequena burguesia e os cordeliers (do francês, franciscanos, porque se reuniam em um convento da ordem) no povo pobre e comum. Guerra contra a Áustria – A adesão pública do rei à nova Constituição é acompanhada por conspirações em defesa dos direitos monárquicos. O rei tenta fugir, em junho de 1791, para comandar a escalada contra-revolucionária sob a proteção da Áustria. A família real é presa durante a fuga e o povo passa a exigir medidas mais radicais contra a nobreza e o clero. Austríacos e prussianos aliam-se e invadem a França, mas são derrotados pela participação das massas populares, chamadas de sans-culottes por não usarem, como os nobres, os calções curtos com meias. Massacre de setembro A guerra contra a Áustria resulta em mais manifestações e levantes populares em Paris em agosto e setembro de 1792. O povo invade a Assembléia, onde a família real está refugiada, e exige o extermínio da realeza. Apavorados, os deputados votam a supressão do rei e a convocação de nova assembléia: a Convenção Nacional. Aristocratas, clérigos monarquistas e presos comuns são executados em massa. CONVENÇÃO NACIONAL Estabelecida entre 1792 e 1795, divide-se em três grandes blocos: a Montanha, constituída pelos jacobinos, que ocupam os lugares mais altos da Câmara; os girondinos, que ocupam os lugares intermediários; e a Planície, composta pela maior parte dos deputados, que ocupa a parte baixa. Esses blocos também têm divergências internas. Girondinos – Representantes da alta burguesia, defendem posições moderadas. Querem preservar seu poder econômico e temem que as camadas populares assumam o controle da Revolução. Jacobinos – Pequena e média burguesia e proletariado urbano, que assumem posições mais radicais em benefício das classes oprimidas. Sentam-se à esquerda da Assembléia e são liderados por Robespierre e Saint-Just. REPÚBLICA É proclamada em setembro de 1792. Institui um Conselho Executivo como governo formado por pequenos burgueses, mas depende das decisões da Convenção para implantar uma política definida. O rei Luís XVI é julgado e condenado. Em 21 janeiro de 1793 é decapitado na guilhotina. Províncias francesas sublevam-se contra o governo central girondino e exércitos estrangeiros invadem a França. A liderança do processo revolucionário passa às mãos da pequena burguesia do partido jacobino e dos sans-culottes. A situação de emergência garante o apoio da maioria da Convenção às medidas radicais propostas pelos jacobinos. PERÍODO DO TERROR** É como fica conhecido o período (1793-1794) no qual os jacobinos se organizam para defender a Revolução. Sob o comando de Robespierre a Constituição é suspensa e são criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário, encarregado de prender e julgar os traidores da Revolução. Execuções na guilhotina de membros do próprio partido jacobino, confundindo inimigos e aliados. O Terror executa tanto radicais, como Hebert, quanto moderados, como Danton e Desmoulins. Milhares de pessoas morrem, entre elas o químico Lavoisier. Robespierre concentra poderes ditatoriais, apoiado pelos jacobinos. Em 49 dias manda para a guilhotina 1.400 pessoas. ** Com a ameaça de morte pairando sobre todos, os membros da Convenção se voltam contra o ditador. Líderes - Georges-Jacques Danton (1759-1794), filho de família burguesa, forma-se em direito em Paris e torna-se advogado do Conselho do Rei. Membro destacado da Sociedade dos Amigos dos Direitos do Homem, juntamente com Robespierre, que dá origem ao Clube dos Cordeliers e, mais tarde, ao partido jacobino. Orador talentoso, destaca-se na Assembléia Constituinte e na Convenção em defesa dos interesses dos pequenos burgueses e dos sans-culottes (artesãos e operários). adota posições moderadas e é acusado, no Período do Terror, de conspirar contra o regime. É preso, julgado sem direito a defesa e condenado à morte. Na hora de ser guilhotinado pede ao carrasco que mostre sua cabeça ao povo. Líder do terror: Robespierre (1758-1794). Uma das figuras mais importantes da Revolução Francesa, Maximilien François Marie Isidore de Robespierre forma-se em direito e logo começa a fazer carreira política. Destaca-se pela firmeza e pela forma radical como defende suas idéias, influenciadas por Jean-Jacques Rousseau. Defende plataformas revolucionárias para a época, como o sufrágio universal, eleições diretas, educação gratuita e obrigatória e imposto progressivo segundo a renda. Torna-se o principal dirigente durante o Período do Terror, marcado pela repressão violenta de qualquer crítico ao novo regime. Em julho de 1794 é vencido e preso pelos dissidentes. Na prisão tenta se suicidar mas morre na guilhotina, poucos meses depois de Danton. 9 Termidor – Em julho de 1794 (dia 9 do mês termidor) Robespierre e SaintJust são presos e depois guilhotinados.FIM DO PERÍODO DO TERROR. Os girondinos, que desde o início do Período do Terror haviam se omitido para salvar as próprias cabeças, reaparecem para instalar a alta burguesia no poder. A Convenção passa a ser comandada pelo Pântano, grupo formado por ricos burgueses que querem ampliar sua atuação política. Reação termidoriana – Depois de 9 Termidor os clubes jacobinos são fechados e é redigida uma nova Constituição, que institui um governo de cinco diretores eleitos pelo Legislativo – o Diretório. Os deputados se organizam em duas câmaras: o Conselho dos Anciãos e o Conselho dos 500. DIRETÓRIO A execução de Robespierre, em 1794, representa o fim da supremacia jacobina. A Convenção proclama uma nova Constituição, em 1795, que consolida as aspirações da burguesia. Ela centra-se,em :“garantir a propriedade do rico, a existência do pobre, o usufruto do homem industrioso e a segurança de todos”. O poder é organizado sob a forma de uma República colegiada de notáveis, tendo o Diretório como órgão executivo.” No período do Diretório (1795-1799) o país mergulha numa séria crise econômica e social, além das ameaças externas. A burguesia esperançosa entrega o poder a Napoleão Bonaparte, com o objetivo de manter os seus privilégios políticos.