Reunião com o Gabinete da Segurança Social do Ministério do Trabalho e Segurança Social (MTSS) 12 de Outubro de 2005 Presenças ABIC: Luísa Mota, Paulo Silva e Vera Domingues MTSS: Jorge Rato (chefe do gabinete ) e Teresa Fernandes Questões abordadas pela ABIC e respostas por parte do MTSS: • Integração dos bolseiros no regime geral de segurança social Foi-nos dito que dificilmente tal será conseguido uma vez que o problema que se põe é um problema de enquadramento do bolseiro, uma vez que o estatuto de bolseiro não nos enquadra como trabalhadores. A Lei de Bases de 1984 prevê diferentes tipos de regimes de segurança social (trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores por conta própria, seguro social voluntário –SSV e algumas excepções como sao os casos dos pescadores e agricultures). A ABIC propôs que fosse criado um regime de segurança social para investigadores fora da carreira de investigação, à semelhança do que existe noutros países da Europa. Foi-nos ditto que tal é impossível uma vez que a Lei de Bases de 1984 proibe a criação de novos regimes. Foi-nos dito que o que havia a fazer era tentar a integração dos bolseiros num dos regimes existentes. O regime de trabalhadores por conta de outrem está segundo o MTSS for a de questão, uma vez que a FCT não se quer assumir como entidade patronal. Resta a opção de trabalhadores por conta própria o que implica o desconto face ao valor total da bolsa (seria de cerca de 30% do montante que recebemos) e não prevê subsídio de desemprego. O MTSS ficou de estudar os regimes existentes nos outros países da Europa (ficámos espantados por nao os conhecerem já) e de ver o que poderia propôr. Revelaram-nos desde já as previsíveis dificuldades que a FCT colocará à integração dos bolseiros no regime de conta própria uma vez que tal implicaria o pagamento por parte da FCT de um valor muito superior ao que paga actualmente face ao SSV. • Problemas relacionados com o SSV A ABIC deixou claro que, não sendo o SSV adequado aos bolseiros, facto que já foi reconhecido por todos os grupos parlamentares,existem problemas relacionados com o próprio SSV: - Incumprimento de licenças de maternidade/paternidade nos bolseiros de projectos. Incumprimento das obrigações da FCT/ instituiçoes acolhedoras de bolseiros no caso de doença. - Discrepâncias no processo de adesão ao SSV (ex. em Faro pedem uma série de exames mesmo antes de o bolseiro ir a consulta com o médico da Junta Médica)disseram-nos que iam tomar providências para uniformizar o processo de adesão em todo o país, optando pela forma mais célere e prática. - Problemas de adesão de bolseiros no estrangeiro- disseram-nos que vao tentar que o bolseiro ao se inscrever possa dizer datas em que se encontra no país para que seja marcada a consulta médica nesse período. - Quando um bolseiro passa um acto único ou recibo verde (independentemente do seu valor) deixa de puder benificiar de SSV. Foi mostrada alguma abertura para alterar este facto. - A ABIC sugeriu ainda que fosse a FCT a pagar directamente o SSV dos bolseiros em vez de os reembolsar. Apesar de tal ter sido já proposto ao presidente da FCT (Prof. Ramôa Ribeiro) e deste ter concordado com a iniciativa, o MTSS diz que tal é impossível. O SSV é um regime em que as pessoas descontam voluntariamente, e são elas as responsáveis pelos pagamentos. A FCT não pode pagar directamente à segurança socialcomo fazem as empresas pois não é a nossa entidade patronal.