RATINGS
Fitch A+
pág. 05
Moody’s AA2
pág. 17
Austin Rating AA-
pág. 29
07
Rating Nacional
Bradesco
AAA
Itaú
AAA
Santander Brasil
AAA
ABN Amro Real
AAA
Unibanco
AAA
Votorantim
AA+
Banco do Brasil
AA+
Safra
AA+
Brascan
AA-
Alfa Investimento
A+
Sofisa
A+
Daycoval
A+
BBM
A
BMG
A-
Pine
A-
Fibra
A-
BicBanco
A-
Panamericano
BBB+
Indusval Multstock
BBB+
* Manutenção do Rating em Dezembro 2009
08
Ratings
Perspectiva
Ratings Atuais
Moeda Estrangeira
Perspectiva
Rating Nacional de Longo Prazo
Estável
IDR* de Longo Prazo
-
IDR Soberano em Moeda Estrangeira
Estável
IDR de Curto Prazo
-
IDR Soberano em Moeda Local
Estável
IDR de Longo Prazo
-
Dados Financeiros
IDR de Curto Prazo
-
Banco Sofisa S.A. (C.*)
Moeda Local
Nacional
31 Dez 08
31 Dez 07
Total de Ativos (USDmi)
1.930,5
2.279,1
4.510,1
4.035,6
858,5
854,3
75,7
Longo Prazo
A+(bra)
Total de Ativos (BRLmi)
Curto Prazo
F1(bra)
Patrimônio Líquido (BRLmi)
Individual
-
Lucro Líquido (BRLmi)
92,2
Suporte
5
ROA (%)
2,16
2,57
ROE (%)
10,77
12,86
Risco Soberano
IDR de Longo Prazo em Moeda Estrangeira
BBB-
Patrimônio/Ativos(%)
19,04
21,17
IDR de Longo Prazo em Moeda Local
BBB-
Índice de Capitalização (%)
19,80
21,96
*Demonstrações Financeiras Consolidadas
Fundamentos do Rating
............................................................................................................................................................................................
• Os Ratings Nacionais do Banco Sofisa S.A. (Sofisa) refletem
a postura conservadora da administração, que possibilitou a
construção de uma boa franquia no mercado local; os bons
índices de qualidade de ativos, mesmo em períodos de deterioração do crédito; e a adequada liquidez e capitalização.
Contudo, ainda retratam o fato de ser um banco de nicho, com
concentrações típicas e mais suscetível às oscilações da economia.
inferior à média dos pares, o que deve continuar em 2009 e
2010. No entanto, a Fitch Ratings considera tal performance
satisfatória, visto a baixa alavancagem do banco e a postura
conservadora dos negócios. A agência também entende que
o banco será menos atingido pelo aumento dos custos de
crédito, devido ao ambiente econômico estagnado, e a menor
oferta de funding tem possibilitado repassar às operações, pelo
menos, parte do maior custo de captação.
• Com a crise financeira global, o Sofisa apresentou forte
redução dos depósitos (57% entre meados de setembro e
dez./2008), assim como outros bancos pequenos e médios.
Por isso, reviu seu planejamento, anteriormente agressivo, devido à abertura de capital (IPO), em mai./2007, e reduziu bastante a produção de crédito, focando a liquidez, essencial nesse cenário turbulento. O caixa foi mantido em patamar elevado
(55% do total de depósitos em dez./2008), beneficiado por
cessões de crédito a grandes bancos e alterações nas regras
dos depósitos compulsórios e outras medidas adotadas pelas
autoridades federais.
• A estruturação das operações e garantias tem conferido boa
qualidade à carteira de crédito. Ainda assim, esta apresentou
alguma deterioração (créditos nos ratings ‘D-H’ representavam
2,8% em dez./2008) em função da atuação em pessoa física
(PF) a partir de 2007, o que já era esperado, e de um grande
crédito problemático. No entanto, este índice permanece melhor do que o da média dos pares, o que, na visão da Fitch
Ratings, deve continuar, e o maior risco tem sido parcialmente
compensado pelo aumento das margens de crédito.
• Com o menor volume de operações e o maior custo de
funding e despesas de pessoal, o lucro do Sofisa decresceu
28% no 4T08 em relação ao 3T08 e 56% comparado ao 4T07.
Em 2008, a rentabilidade permaneceu relativamente baixa e
• A Fitch acredita na disposição dos acionistas em apoiar o
banco, se necessário. Porém, não dispõe de informações para
avaliar tal capacidade. Dado o porte do Sofisa, o apoio federal
seria possível, mas não certo.
Suporte
Fatores de Evolução do Rating
............................................................................................................................................................................................
• A diversificação de atividades e a melhora da performance
com a maior alavancagem, ainda moderada, mantendo a boa
qualidade dos ativos e capitalização poderiam elevar os ratings
ao longo do tempo. Por outro lado, a deterioração da qualidade do crédito poderia levar à redução dos ratings.
09
Perfil
............................................................................................................................................................................................
• Boa franquia entre os bancos pequenos e médios.
• Administração conservadora, com estratégias claras e flexíveis, e controles adequados ao seu perfil de risco.
entre o banco e o Sunstate Bank (Sunstate – ex-Sofisa Bank of
Florida), um banco de pequeno porte em Miami. Já os outros
três filhos de Varujan não trabalham nas empresas financeiras.
Estabelecido em 1961, o Sofisa tornou-se banco múltiplo em
1990. É controlado pela família Burmaian, que detém 86,33%
do capital total (100% do votante). Desvinculado do Sofisa, os
acionistas têm um pequeno banco em Miami, EUA, com patrimônio líquido (PL) de USD22mi em dez./2008.
Varujan Burmaian (espólio) também detém 100% do Sunstate,
sem ligação com o Sofisa e estabelecido em 1999. A família
detinha outro banco em Antígua, que encerrou suas atividades
operacionais em 2006. Os acionistas do Sofisa ainda detêm
investimentos como franqueados master em cadeia de lojas,
com mais de duzentos pontos de venda no país, administrada
por Ricardo Burmaian. A cadeia de lojas e o banco não têm
negócios entre si.
O Sofisa teve origem a partir de uma financeira fundada em
1961 e adquirida, em 1981, por Varujan Burmaian. Em 1990,
foi transformado em banco múltiplo, crescendo lentamente até
1993, quando foi contratada uma equipe de executivos experientes, para ajudar a consolidar sua estratégia.
Quadro 1: Capital Aberto – Controle
Através de:
Ações Ord. %
Ações Totais %
Hilda D. Burmaian
83,28
64,95
Alexandre Burmaian
8,36
7,41
Ricardo Burmaian
0,00
5,08
Valéria B. Kissajikian
4,18
4,46
Cláudia R. Burmaian Loeb
4,18
4,43
Demais acionistas
0,00
13,67
Agências: 20
Empregados: 509 (496 em 2007 e 215 em 2006).
Fonte: Banco Sofisa S.A.
Desde que foi fundado, o Sofisa tem focado o crédito, principalmente capital de giro, desconto e conta garantida de curto
prazo, para pequenas e médias empresas com garantia de recebíveis (basicamente duplicatas). A partir do início de 2007,
o banco também passou a operar no crédito pessoal consignado para funcionários públicos e aposentados (consignado)
e voltou a atuar no financiamento de veículos (CDC veículo)
novos e semi-novos. O Sofisa tem experiência na atividade de
CDC veículo, uma vez que operou com este produto até 2001,
quando vendeu a operação para outra instituição, devido ao
fato do volume de crédito não ser representativo e não agregar
resultado relevante naquela época. Já a atuação no consignado é recente, mas o banco contratou uma equipe experiente.
Da mesma forma que o crédito para empresas com garantia de
recebíveis, estas duas atividades são operadas com garantias
relativamente fortes: o veículo e o desconto da prestação direto
no salário dos funcionários públicos ou aposentados, respectivamente.
Com o falecimento do principal acionista, em 2006, Varujan
Burmaian, o Conselho de Administração, que se reúne quinzenalmente, passou a ser presidido por seu filho, Alexandre
Burmaian. Além dele e do diretor-presidente, o Conselho é
composto por mais três profissionais de mercado. A Diretoriaexecutiva, que determina as principais políticas e administra o
dia-a-dia do banco, também foi modificada em 2006, passando a ser presidida por André Jafferian Neto, com o vice presidente Gilberto Meiches atuando com outros cinco diretores.
No Sofisa desde 1989, Alexandre Burmaian divide seu tempo
O processo de IPO do Sofisa consistiu em ofertas primária
e secundária de ações preferenciais, entrando no Nível 1 da
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O banco captou
BRL504mi, sendo BRL497mi em oferta primária, elevando o
capital para BRL821mi em mai./2007. O Sofisa aderiu ao Nível
2 da Bovespa, em dez./2008, visto já oferecer aos investidores
todos os requisitos necessários desse nível, o segundo mais
avançado de governança corporativa da bolsa. Em 2007, o
banco estabeleceu os Conselhos Fiscal e de Auditoria, ambos
com três membros independentes cada, fortalecendo suas
boas regras de compliance e governança.
Estratégia
Com os planos de IPO, o Sofisa acelerou o crescimento de
suas atividades, anteriormente modesto. A partir do início de
2007, fortaleceu a área comercial com a contratação de gerentes de negócios e inaugurou sete agências, em parte nas
regiões que já atuava anteriormente. Também ampliou o risco máximo por cliente para BRL30mi, de BRL10mi, atingindo,
dessa forma, empresas de maior porte (faturamento anual entre
BRL5mi e BRL300mi), e passou a atuar com garantias de contratos e imóveis. Assim, o número de clientes pessoa jurídica
(PJ) aumentou de 936 em dez./2006 para 1.430 em dez./2007
e 1.664 em jun./2008. Além disso, o banco estruturou uma
área de varejo (consignado e financiamento de veículos) com a
contratação de mais de trezentos funcionários. Também firmou
parceria com uma empresa de previdência privada e adquiriu
uma rede de correspondentes bancários no Estado de Pernambuco, que beneficiou o estabelecimento de sua rede de
distribuição, essencial no segmento, além de ter instituído alavancagem adicional de 2,0 vezes (x) o PL para o varejo, somando 5,0x no total. Assim, a carteira de crédito aumentou 186,0%
em 2007 e 23,0% no 1S08, mais que triplicando de valor em
relação a 2006, principalmente no financiamento de veículos.
Com a crise financeira global e a relevante perda de depósitos de meados de setembro a dez./2008, como ocorreu com
outros bancos pequenos e médios, o Sofisa suspendeu as
operações de varejo e passou a renovar apenas entre 60,0%
e 80,0% das operações para empresas. Com isso, a carteira
de crédito decresceu 19,9% no 4T08, sendo 27,7% em empresas (pois são operações de curto prazo) e 5,5% no varejo.
Além disso, cedeu créditos de aproximadamente BRL700mi
10
aos grandes bancos varejistas entre meados de setembro e
nov./2008 e foi beneficiado por alterações nas regras dos depósitos compulsórios e outras medidas adotadas pelas autoridades federais, aumentando o caixa para elevados patamares
(55,0% do total de depósitos em dez./2008, de já satisfatórios
26,5% em set./2008).
O banco voltou a operar no varejo a partir de dez./2008, mas
ainda timidamente, e o agressivo planejamento de 2008 foi novamente refeito (já havia sido parcialmente reduzido no 1S08,
devido à redução da liquidez na época) e antevê uma carteira
praticamente estável em 2009, o que, na visão da Fitch, é uma
atitude conservadora, mas também uma incógnita diante do
ambiente econômico fortemente instável. Com isso, a estrutura
física do banco foi reduzida para comportar a menor produção de crédito. O banco também reduziu a alavacagem máxima para 4,0x o PL e encerrou as atividades de seis agências,
fechando fev./2008 com 15 unidades no país. Foi mantida a
atuação em 580 pontos de venda de veículos, concentrados
em apenas quatro grandes cidades, enquanto no consignado
o banco reduziu o número de promotores e códigos ativos (licenças para atuar nas entidades públicas), para 196 (em cerca
de quinhentos pontos de atendimento) e 13, respectivamente,
em mar./2009, de 220 e 44 códigos em dez./2007 (era zero em
2006). Além disso, as atividades de cartão de crédito permaneceram em volume irrelevante e as de financiamento de bens de
consumo em lojistas foram encerradas.
A Fitch espera que o banco mantenha o rigor de sua política
de crédito, comprovadamente boa, e o conservadorismo histórico, não incorrendo em maiores riscos para efetivar o planejamento ou melhorar o desempenho.
Performance
............................................................................................................................................................................................
• Rentabilidade tem sido relativamente baixa e inferior à média
dos pares.
Apesar do maior volume de crédito médio e receitas, o lucro
operacional do Sofisa aumentou apenas 8,3% em 2008 em
relação a 2007 (desconsiderando as participações no lucro
de BRL17,8mi em 2008 e BRL1,9mi em 2007, e as despesas
extraordinárias de BRL24,1mi em 2007, basicamente com o
IPO). Isso ocorreu principalmente em função do maior custo
de captação e também do maior volume de provisões para
crédito, embora ainda baixo, e de despesas de pessoal e administrativas. Em 2007, o banco aumentou seu resultado em
116% (seguindo os mesmos parâmetros acima), devido ao
maior volume de operações após o IPO. Embora continue beneficiado por baixas e/ou reversões de provisões para créditos
e impostos, a rentabilidade do Sofisa continua abaixo da média
dos pares, principalmente em função da baixa alavancagem
(apenas 3,2x o PL em dez./2008 e inferior a 2,8x até o 3T07),
além de perdas na posição estrutural em USD até 2006, devido
à apreciação do BRL frente ao USD no período. Procurando
eliminar as perdas cambiais, o banco encerrou a política de
manter o PL em USD em mai./2007, o que a Fitch considera
positivo, pois reduz os fatores extraordinários do resultado, inclusive alheios ao perfil de atuação do banco.
Receitas operacionais
O Sofisa apresenta resultado concentrado em receitas de crédito, além de tesouraria tradicional, apesar do grande aumento
das receitas de serviços em 2008, devido à cobrança de tarifas
nas operações de varejo. Após o forte crescimento em 2007,
devido à ampliação da carteira de crédito e alavancagem, o
resultado de intermediação voltou ao patamar histórico, com
crescimento mais moderado (+24,1%). Assim, junto às maio-
res despesas de pessoal e administrativas, devido aos custos
do maior número de funcionários e áreas e, posteriormente, à
redução da estrutura fixa devido à crise, a relação custo/receita
do Sofisa aumentou para 56,4% em dez./2008, de 53,7% em
2007, permanecendo pior do que a média dos pares (49,6%).
As despesas administrativas e as de pessoal apresentaram aumento significativo em 2007, devido à estruturação do crédito
PF e ampliação das áreas de negócios.
A provisão para impostos do Sofisa tem sido revertida ou baixa, devido principalmente às perdas na subsidiária de financiamento ao consumo em 2006; despesas dedutíveis com o IPO
em 2007; e à depreciação acelerada das operações de leasing
em 2008.
Perspectiva
O Sofisa superou a meta de rentabilidade em 2007 (era de
15%), o que a Fitch já antevia no relatório anterior, e tinha como
objetivo atingir 25% em 2008 e 2009, mantido o crescimento
econômico atual do país, o que a agência considerava otimista
diante do histórico de rentabilidade do banco. Com a crise financeira global e a menor liquidez, a rentabilidade permaneceu
relativamente baixa e inferior à média dos pares em 2008, o
que deve continuar em 2009 e 2010. No entanto, a Fitch considera tal performance satisfatória, visto a baixa alavancagem do
banco e a postura conservadora dos negócios. A agência também entende que o banco será menos atingido pelo aumento
dos custos de crédito, devido ao ambiente econômico estagnado, e à menor oferta de funding tem possibilitado repassar
às operações, pelo menos, parte do maior custo de captação.
11
Administração de Risco
............................................................................................................................................................................................
• Qualidade de crédito melhor do que a média dos pares, beneficiada por bons sistemas e controles e adequadas garantias.
Risco de crédito
Apesar de apresentar alguma deterioração em 2008, a qualidade de crédito do Sofisa permanece bem melhor do que a média
dos pares. Os créditos nos ratings ‘DH’ (2,8% em dez./2007) e
os levados a prejuízo (0,35% da média dos créditos) têm sido
relativamente baixos. Isso ocorre principalmente devido ao eficiente sistema de garantia de recebíveis, que, na opinião da
Fitch, está entre os melhores do sistema financeiro local. Este
sistema é bastante automatizado, com um abrangente banco
de dados dos clientes e sólidos controles. Além disso, as garantias cobrem a maior parte da carteira e a liquidez das duplicatas dadas em garantia está entre as mais altas dos bancos
analisados pela Fitch. No crédito PF, que representava 80,5%
do total de crédito no ratings ‘D-H’, a agência continua atenta
ao alongamento dos prazos das operações de veículos, em
alguns casos sem entrada, o que pode vir a elevar a inadimplência em épocas de menor atividade econômica, conforme
verificado a partir de set./2008.
Em dez./2008, a carteira era composta por 41% de capital de
giro/desconto para pequenas e médias empresas (53% em
2007 e 83% em 2006); 29%, financiamento de veículos (23% e
0%, respectivamente); 10%, aquisição de crédito consignado
cedido de outros bancos (12% e 14%); 11%, consignado (6%
e 0%); e 9%, outros (6% e 3%). A carteira de veículos, basicamente veículos leves, era composta por 80%, semi-novos,
13%, novos; e 7%, usados, com idade média de 2,7 anos,
plano médio de 43 meses e entrada de 36% do valor total do
automóvel. Os créditos para pequenas e médias empresas e
PF resultam numa carteira diversificada, com os vinte maiores clientes representando apenas 12% do total. Em função
dos créditos PFs, de maior prazo, o banco tem alongado o
prazo médio da carteira. Assim, a participação dos empréstimos que vencem em até três meses foi reduzida para 22% em
dez./2008, ante 38% em 2007 e 68% em 2006.
A partir de jan./2007, o Comitê de Crédito foi alterado, passando a ser dividido em três comitês, de acordo com o valor do
empréstimo. No entanto, pelo menos um membro da diretoria
participa, inclusive, em operações de menor valor. Os limites
de todas as operações são revistos, no máximo, a cada 180
dias.
Em relação às provisões para créditos, anteriormente acima do
mínimo exigido pelo Banco Central (Bacen), o banco passou
a seguir as regras prudenciais locais a partir de 2005. Mesmo
assim, o Sofisa normalmente não mantinha operações para
empresas nas categorias ‘D-G’, transferindo-as diretamente à
categoria ‘H’, o que agilizava a baixa de créditos problemáticos
e beneficiava o índice de cobertura para perdas de crédito. Em
2008, o banco também deixou de agir dessa forma e a cobertura para perdas de crédito decresceu para 72,8% dos créditos em ‘D-H’ em dez./2008 (146% em 2007), praticamente em
linha com a média dos pares.
Risco de mercado e Operacional
Apesar da maior atuação desde 2007, a tesouraria do Sofisa
permanece conservadora, operando principalmente na captação e no controle da liquidez e de descasamentos. Não há
metas de resultados e os riscos de mercado e de liquidez são
monitorados diariamente pela vice-presidência através de relatórios elaborados pela controladoria. O banco utiliza o Valor
em Risco (VaR), com um limite global de apenas BRL10,5mi e
intervalo de confiança de 99%. As posições prefixadas normalmente são feitas com os ativos de crédito, cujo descasamento
era de apenas
BRL767mi ou 89% do PL em dez./2008. Os demais descasamentos da tesouraria também não são relevantes. Os trabalhos
de risco operacional estão de acordo com os requerimentos do
Bacen, com alocação de capital de apenas BRL5,6mi (20% do
total, segundo o cronograma das regras) em dez./2008.
Captação e Capital
............................................................................................................................................................................................
• Apesar do relevante decréscimo dos depósitos, assim como
outros bancos pequenos e médios, manteve forte liquidez.
Captação e liquidez
Para dar suporte às operações de crédito, o Sofisa vinha privilegiando a captação via depósitos, que aumentaram 105% em
2007, aproveitando a forte liquidez do mercado no período e
o fato dos investidores terem aumentado os limites em função
do maior porte do banco após o IPO. Com a crise financeira
global, os depósitos decresceram altos 57% entre meados de
setembro e dez./2008 (-48% em 2008), com resgastes principalmente nos fundos de investimento. Dessa forma, o Sofisa
incrementou as cessões para os grandes bancos e o Fundo
Garantidor de Crédito (FGC), que adquiriram cerca de BRL700mi entre meados de setembro a nov./2008, preservando sua
liquidez, beneficiado por ter ativos líquidos como o CDC veículo
e o consignado. Apesar do maior custo, as cessões de crédito
permitem melhor casamento de prazos entre as operações,
representando 22% da captação de terceiros em dez./2008
(zero em 2007). Por sua vez, a participação dos depósitos,
constituídos especialmente por CDBs, decresceu para 36% da
captação de terceiros em dez./2008, ante 79% em 2007.
A concentração dos vinte maiores depositantes permaneceu
praticamente estável (50,8% em dez./2008). Este percentual
é elevado, mas inerente aos bancos de nicho. Os CDBs eram
compostos por 36% de fundos de investimento; 23%, funda-
12
ções; 15%, pessoas físicas; 8%, empresas; 2%, instituições
financeiras; e 16%, outros. Os recursos do grupo/acionistas
aplicados em depósitos são irrelevantes. O banco também foi
favorecido por duas captações internacionais pouco antes do
agravamento da crise através de um empréstimo do International Finance Corporation (IFC) de USD185mi em fev./2008 (por
até sete anos) e uma emissão de eurobônus de USD125mi
em jul./2008 (por três anos), que elevaram a participação dos
recursos externos para 20% do funding de terceiros, ante 4%
em 2007.
Apesar das turbulências globais e dos saques nos depósitos,
a liquidez do Sofisa foi mantida em patamar adequado, representando 26,5% do total de depósitos em set./2008 e 55% em
dez./2008, beneficiada pelas cessões e pela redução da carteira de crédito. A política do banco consiste em ter, no mínimo,
50% do PL em caixa, o que é satisfatório. Procurando uma metodologia com base mais técnica, os executivos estabeleceram
o exercício do fluxo de caixa dos próximos três meses, ou seja,
considerando que tais aplicações não serão renovadas, o que
é adequado, mas a Fitch considera que poderia ser utilizado
também algum cenário de estresse no crédito para a definição
do limite de liquidez.
Capital
O índice de capitalização do Sofisa é um de seus pontos fortes
(19,8% em dez./2008 e 22,0% em 2007). O banco mantém
baixa alavancagem e forte base de capital, com baixa participação de ativos intangíveis, como créditos tributários. Em
2008, o PL decresceu em função da distribuição de dividendos
de BRL41mi (altos 44,5% do lucro) e da recompra de ações de
BRL44mi, beneficiando-se do baixo valor das ações, como fez
a maioria dos bancos pequenos e médios de capital aberto.
Quadro 2: Carteira de Crédito - Resolução 2.682
............................................................................................................................................................................................
Risco
Dias de
Atraso ou
Classificação
Interna
Provisão
Mínima
Exigida
31/12/2008
Sofisa
30/9/2008
Sistema
Privado
Sofisa
30/6/2008
Sistema
Privado
Sofisa
31/3/2008
Sistema
Privado
Sofisa
Sistema
Privado
AA
-
-
9,95%
22,28%
9,03%
24,24%
9,35%
24,21%
9,60%
24,57%
A
Até 15
0.5%
63,18%
46,96%
48,17%
46,27%
49,32%
45,80%
52,43%
45,48%
14,67%
B
15 > 30
1%
17,78%
14,91%
35,79%
14,72%
33,32%
14,73%
31,69%
C
31 > 60
3%
6,26%
8,24%
5,04%
7,82%
6,42%
8,14%
4,90%
8,07%
97,20%
92,40%
98,00%
93,10%
98,40%
92,90%
98,60%
92,80%
Somatório AA-C
D
61 > 90
10%
1,01%
2,33%
0,49%
2,05%
0,59%
2,12%
0,56%
2,10%
E
91 > 120
30%
0,45%
1,03%
0,31%
0,99%
0,19%
1,05%
0,22%
1,10%
F
121 > 150
50%
0,31%
0,80%
0,27%
0,73%
0,14%
0,83%
0,31%
0,77%
G
151 > 180
70%
0,21%
0,53%
0,25%
0,51%
0,14%
0,56%
0,07%
0,53%
H
181 >
100%
0,81%
2,89%
0,59%
2,63%
0,49%
2,51%
0,19%
2,66%
Ativos de Crédito Totais
2.761
778.325
3.446
758.692
3.224
698.525
2.804
652.913
(%) Participação no Setor Privado
0,35%
-
0,45%
-
0,46%
-
-
-
56
37.715
62
33.956
50
31.276
35
29.956
Provisões Mínimas Exigidas
Provisões Existentes
(%) Superávit/Provisões Mínimas Exigidas
Risco da Carteira de D-G
56
41.948
62
38.173
50
35.442
35
34.012
0,00%
11,22%
0,00%
12,41%
0,00%
13,31%
0,00%
13,53%
55
36.567
46
32.620
35
31.983
33
29.470
(%) Prov Mínimas Exigidas/Ativos de Créd Totais
2,04%
4,84%
1,80%
4,47%
1,55%
4,47%
1,25%
4,58%
(%) Risco da Cart. de D-G/Risco do Sistema D-G
0,15%
-
0,14%
-
0,10%
-
-
-
(%) Risco Carteira de D-G/Ativos Créd. Totais
1,99%
4,69%
1,34%
4,29%
1,07%
4,57%
1,17%
4,51%
17.429
Risco da Carteira H
23
22.557
20
19.962
16
17.580
6
(%) Risco da Cart. de H/Risco do Sistema H
0,09%
-
0,10%
-
0,09%
-
-
-
(%) Risco Carteira de D-H / Ativos Créd Totais
2,81%
7,59%
1,93%
6,93%
1,57%
7,09%
1,37%
7,18%
BRL Mi
Fonte: Bacen
13
Estrutura do Balanço - Banco Sofisa S.A. (C.)
............................................................................................................................................................................................
31 dez 2008
31 dez 2007
31 dez 2006
31 dez 2005
Exercício
USD mi
Original
Exercício
BRL mi
Original
%
Ativo
Original
Médio
BRL mi
Original
Exercício
BRL mi
Original
%
Ativo
Original
Exercício
BRL mi
Original
%
Ativo
Original
Exercício
BRL mi
Original
%
Ativo
Original
1. Créditos - Curto Prazo
545,1
1.273,5
28,24
1.383,9
1.494,3
37,03
803,8
43,23
750,4
49,18
2. Créditos - Longo Prazo
359,0
838,8
18,60
726,1
613,3
15,20
101,3
5,45
43,7
2,86
3. Leasing
267,9
625,9
13,88
550,9
475,9
11,79
0,8
0,04
0,3
0,02
8,9
20,8
0,46
26,1
31,4
0,78
7,6
0,41
7,7
0,50
1.181,8
2.760,9
61,22
2.688,6
2.616,2
64,83
914,7
49,20
803,3
52,65
Créditos classificados D-H (memo)
33,2
77,6
1,72
49,2
20,8
0,52
12,4
0,67
8,5
0,56
5. (Provisão para Créditos)
24,2
56,5
1,25
43,5
30,4
0,75
20,1
1,08
15,4
1,01
1.156,8
2.702,5
59,92
2.643,5
2.584,5
64,04
893,4
48,05
786,7
51,56
14,6
34,0
0,75
30,0
25,9
0,64
124,4
6,69
96,5
6,32
5,7
13,3
0,29
74,4
135,5
3,36
14,4
0,77
12,6
0,83
3. Aplicações Mercado Aberto
143,4
335,0
7,43
303,5
272,0
6,74
164,1
8,83
266,4
17,46
4. Títulos e Valores Mobiliários
287,6
671,9
14,90
696,5
721,1
17,87
553,9
29,79
194,3
12,74
75,3
176,0
3,90
113,0
49,9
1,24
1,7
0,09
0,0
0,00
2,1
4,8
0,11
2,9
1,0
0,02
3,8
0,20
4,9
0,32
528,6
1.235,0
27,38
1.220,2
1.205,4
29,87
862,3
46,38
574,7
37,67
1.685,4
3.937,5
87,30
3.863,7
3.789,9
93,91
1.755,7
94,43
1.361,4
89,23
29,5
68,9
1,53
65,8
62,7
1,55
53,7
2,89
55,8
3,66
5,58
A. CRÉDITOS
4. Outros Créditos
Créditos classificados AA-H (memo)
TOTAL A
B. OUTROS ATIVOS OPERACIONAIS
1. Aplicações Interfinanceiras
2. Aplicações Autoridades Monetárias
5. Instrumentos Derivativos
6. Investimentos/Participações
TOTAL B
C. TOTAL ATIVOS OPERACIONAIS (A+B)
D. IMOBILIZADO/DIFERIDO
E. ATIVOS NÃO OPERACIONAIS
1. Caixa/Disponibilidades
9,0
21,1
0,47
16,2
11,3
0,28
14,6
0,79
85,1
206,6
482,6
10,70
327,2
171,7
4,25
35,2
1,89
23,4
1,53
1.930,5
4.510,1
100,00
4.272,9
4.035,6
100,00
1.859,2
100,00
1.525,7
100,00
26,6
62,2
1,38
101,7
141,2
3,50
97,5
5,24
82,7
5,42
0,0
0,0
0,00
0,0
0,0
0,00
0,0
0,00
0,0
0,00
3. Depósitos a Prazo
380,1
887,9
19,69
1.371,8
1.855,6
45,98
1.029,5
55,37
871,7
57,13
4. Captação Interfinanceira
2. Outros
F. TOTAL DO ATIVO
G. CAPTAÇÃO
1. Depósitos à Vista
2. Depósitos de Poupança
155,6
363,6
8,06
445,9
528,2
13,09
108,0
5,81
97,8
6,41
5. Captação no Mercado Aberto
7,4
17,4
0,39
19,6
21,8
0,54
137,1
7,37
26,9
1,76
6. Instrumentos Derivativos
7,0
16,3
0,36
31,3
46,2
1,14
2,6
0,14
0,0
0,00
10,8
25,2
0,56
18,2
11,2
0,28
4,7
0,25
3,0
0,20
8. Moeda Estrangeira - CP
122,7
286,7
6,36
170,9
55,0
1,36
26,5
1,43
25,0
1,64
TOTAL G
710,3
1.659,3
36,79
2.159,3
2.659,2
65,89
1.405,9
75,62
1.107,1
72,56
1. Moeda Local - LP
144,8
338,3
7,50
177,8
17,2
0,43
2,2
0,12
1,9
0,12
2. Moeda Estrangeira - LP
185,0
432,1
9,58
255,0
77,9
1,93
42,7
2,30
70,2
4,60
3. Dívida Subordinada
0,0
0,0
0,00
0,0
0,0
0,00
0,0
0,00
0,0
0,00
4. Capital Híbrido
0,0
0,0
0,00
0,0
0,0
0,00
0,0
0,00
0,0
0,00
7. Moeda Local - CP
H. OUTRAS CAPTAÇÕES
TOTAL H
329,8
770,4
17,08
432,8
95,1
2,36
44,9
2,42
72,1
4,73
I. OUTROS SEM ENCARGO FINANCEIRO
523,0
1.221,9
27,09
824,5
427,0
10,58
85,8
4,61
61,4
4,02
0,0
0,0
0,00
0,0
0,0
0,00
0,0
0,00
0,0
0,00
K. OUTRAS PROVISÕES
L. PATRIMÔNIO
1. Ações Preferenciais Cumulativas
2. Capital/Reservas
TOTAL L
M. TOTAL DO PASSIVO + PATRIMÔNIO
Taxa de Câmbio
0,0
0,0
0,00
0,0
0,0
0,00
0,0
0,00
0,0
0,00
367,5
858,5
19,04
856,4
854,3
21,17
322,6
17,35
285,1
18,69
367,5
858,5
19,04
856,4
854,3
21,17
322,6
17,35
285,1
18,69
1.930,5
4.510,1
100,00
4.272,9
4.035,6
100,00
1.859,2
100,00
1.525,7
100,00
USD1 = BRL 2.3362
USD1 = BRL 1.7710
USD1 = BRL 2.1372
USD1 = BRL 2.3399
14
Resultados - Banco Sofisa S.A. (C.)
............................................................................................................................................................................................
31 dez 2008
Receitas
Despesas
BRL mi
Original
31 dez 2007
%
Média dos
Ativos Oper.
Original
31 dez 2006
Receitas
Despesas
BRL mi
Original
%
Média dos
Ativos Oper.
Original
Receitas
Despesas
BRL mi
Original
31 dez 2005
%
Média dos
Ativos Oper.
Original
Receitas
Despesas
BRL mi
Original
%
Média dos
Ativos Oper.
Original
1. Receita de Intermediação Financeira
989,2
25,60
480,6
17,33
281,9
18,09
253,2
20,91
2. Despesa de Intermediação Financeira
658,4
17,04
227,0
8,19
161,0
10,33
147,9
12,21
3. Receita Financeira Líquida
330,8
8,56
253,6
9,15
120,9
7,76
105,3
8,70
4. Outros Resultados Operacionais
-42,6
-1,10
-42,3
-1,53
9,2
0,59
7,0
0,58
5. Resultados de Participações
6. Despesa de Prov. para Créd. (líquida)
9,2
0,24
-6,5
-0,23
-3,3
-0,21
-5,1
-0,42
33,1
0,86
13,7
0,49
4,5
0,29
-1,9
-0,16
7. Despesa de Pessoal/Participações
99,0
2,56
54,4
1,96
32,2
2,07
29,3
2,42
8. Outras Despesas Administrativas
68,6
1,78
55,5
2,00
40,2
2,58
35,8
2,96
9. Resultado Operacional
96,7
2,50
81,2
2,93
49,9
3,20
44,0
3,63
10. Resultado Não Operacional
3,1
0,08
0,0
0,00
0,0
0,00
-0,5
-0,04
11. Lucro Antes De Impostos
99,8
2,58
81,2
2,93
49,9
3,20
43,5
3,59
7,6
0,20
5,5
0,20
4,8
0,31
-1,9
-0,16
92,2
2,39
75,7
2,73
45,1
2,89
45,4
3,75
12. Impostos
13. Lucro Líquido
Indicadores de Desempenho - Banco Sofisa S.A. (C.)
............................................................................................................................................................................................
31 dez 2008
Original
31 dez 2007
Original
31 dez 2006
Original
31 dez 2005
Original
16,74
I. RENTABILIDADE/EFICIÊNCIA
1. Lucro Líquido/Patrimônio (médio)
%
10,77
12,86
14,84
2. Lucro Líquido/Total do Ativo (médio)
%
2,16
2,57
2,66
3,38
3. Rec. Financeira Líq./Ativos Oper. (médio)
%
8,56
9,15
7,76
8,70
4. Rec. Financeira Líq./Total do Ativo (médio)
%
7,74
8,60
7,14
7,85
5. Resultado Oper./Total do Ativo (médio)
%
2,26
2,75
2,95
3,28
6. Custo/Receita
%
56,36
53,66
57,10
60,73
7. Despesa Adm. Total/Total do Ativo (médio)
%
3,92
3,73
4,28
4,85
II. ADEQUAÇÃO DE CAPITAL
1. Geração Interna de Capital
%
5,98
9,31
8,03
-0,18
2. Patrimônio/Total do Ativo
%
19,04
21,17
17,35
18,69
3. Intangíveis/Patrimônio
%
10,20
2,60
2,32
2,39
4. Capital Livre/Ativos Livres
%
17,69
19,90
14,71
15,32
5. Créditos/Patrimônio
%
314,79
302,53
276,94
275,94
6. Índice de Capitalização
%
19,79
21,96
22,90
21,20
III. LIQUIDEZ
1. Ativos Liquidez Imediata/Captação - CP
%
21,46
10,65
12,71
31,75
2. Ativos Líquidos Captação - CP
%
75,41
45,72
62,10
59,15
3. Créditos/Total do Ativo
%
59,92
64,04
48,05
51,56
-0,26
IV. QUALIDADE DE ATIVOS
1. Desp. Prov. Créd. (Líq.)/Créditos (médio)
%
1,23
0,78
0,52
2. Baixas/Créditos (médio)
%
0,35
0,19
0,93
1,05
3. Despesa de Provisão/Lucro antes de Impostos
%
24,91
14,44
8,27
-4,57
4. Provisão para Créditos/Créditos classific. D-H
%
72,81
146,15
162,10
181,18
5. Provisão para Créditos/Mínimo Requerido
%
100,18
100,00
100,00
100,00
6. Provisão para Créditos/Créditos
%
2,05
1,16
2,20
1,92
7. Créditos classificados D-H/Créditos
%
2,81
0,80
1,36
1,06
8. Créditos classific. D-H/Créditos classific. AA-H
%
2,81
0,80
1,36
1,06
Analistas
Maria Laura Pessoa
+55 11 4504 2600
[email protected]
Pedro Gomes
+55 11 4504 2600
[email protected]
Rua Bela Cintra, 904, 4º andar
01415-000 Consolação São Paulo SP
Tel 11 4504 2600
Fax 11 4504 2601
Avenida Rio Branco, 89 - sala 1.302
20040-004 Centro Rio de Janeiro RJ
Tel 21 4503 2600
Fax 21 4503 2601
www.fitchratings.com.br
19
Rating Nacional
Bradesco
AAA
Banco do Brasil
AAA
Itaú
AAA
Votorantim
AAA
Safra
AAA
Sofisa
AA2
BBM
AA2
Bic Banco
AA2
BMG
AA3
Mercantil do Brasil
AA3
Cruzeiro do Sul
A1
Fibra
A1
Panamericano
A1
Pine
A1
Ribeirão Preto
A1
Schahin
A2
Industrial do Brasil
A3
* Relatório de Monitoramento - Junho 2009
20
Ratings
Categoria
Rating da Moody’s
Perspectiva
Estável
Depósitos Bancários - Moeda Estrangeira
Ba2/NP
Depósitos Bancários - Moeda Local
Depósitos Bancários NSR - Moeda Local
Força Financeira de Bancos
Ba1/NP
Aa2.br/BR-1
D+
Banco Sofisa S.A.
[1] Dez-08
Jun-08
Dez-07
Jun-07
Dez-06
Média 5 anos
1,93
3,05
2,28
1,79
0,87
[2] 48,97
367
536
482
427
149
[2] 57,02
Lucro antes Provisão/ Média do total de ativos
3,14
4,97
3,19
0,93
3,47
3,14
ROAA
2,03
2,54
2,33
0,77
2,64
2,06
Margem financeira líquida
7,90
9,38
8,30
6,74
7,57
7,98
Desp. Oper/Rec Op Brutas
39,46
29,45
41,37
46,52
54,55
42,27
Ativos Totais (US$B)
Patrimônio Líquido (US$M)
Empréstimos não pagos (NPL)/ Empréstimos & Leasings Brutos
Índice BIS
0,89
0,53
0,28
0,62
1,00
0,66
19,79
17,60
21,96
32,11
22,92
22,88
[1] Em 31 de dezembro. [2] Taxa de crescimento anual composta
Resumo dos Fundamentos de Rating
............................................................................................................................................................................................
A Moody’s atribuiu um rating D+ (D mais) de força financeira de
banco (BFSR) para o Banco Sofisa S.A., traduzindo-se em um
perfil de risco de crédito individual (BCA) de Ba1.
O rating deriva do longo histórico do banco na concessão
de empréstimos ao segmento de “middle-market” e da rígida
disciplina de risco seguida pela instituição. O Sofisa possui um
modelo de negócios eficiente, estruturado sob ágeis processos de crédito e uma boa infra-estrutura de monitoramento de
risco. Historicamente, o banco tem apresentado superiores
níveis de qualidade de ativos.
Além disso, uma cultura estabelecida de governança corporativa traz transparência e credibilidade para as operações do
banco, principalmente quando comparado aos pares no mercado. Bons fundamentos financeiros, assim como a capacidade comprovada de gerar receitas recorrentes, também estão
refletidas no rating.
Ao mesmo tempo, o BFSR está limitado pela incerteza sobre
a capacidade do banco de fortalecer sua franquia devido à intensa competição, e em tempos de restritivas condições de
captação. Os riscos da transição do Sofisa para um modelo
de negócios mais diversificado também estão incorporados ao
rating, assim como a capacidade do banco de manter bons
índices de qualidade de ativos e rentabilidade nos níveis esperados, enquanto diminui a velocidade de crescimento.
Na opinião da Moody’s, o Sofisa não seria elegível a obter apoio
sistêmico, considerando a modesta participação no total de
depósito de varejo do sistema financeiro, sem mencionar que
o Brasil é considerado pela Moody’s como sendo um país de
baixo suporte. Assim, o rating em escala global em moeda local permanece Ba1, diretamente derivado o perfil de risco de
crédito individual do Sofisa (BCA Ba1), e não incorpora nenhuma elevação provocada por apoio externo.
Pontos Fortes de Crédito
• Marca reconhecida no mercado de crédito para o segmento
de “middle-market”;
• Superior qualidade da carteira apoiada por uma base de
clientes diversificada, operações de curto prazo e com garantias, em grande parte compostas de ativos auto-liquidáveis e
veículos;
• Adequados controles internos e gestão de risco, que suportam os indicadores de qualidade de ativos;
• Práticas de governança corporativa bem estabelecidas desde 1993 e uma administração experiente, com menor influência de executivos ligados à família controladora, do que seus
pares;
• Política de alavancagem conservadora (carteira de crédito representava 3,2 vezes o PL em 2008), quando comparado aos
concorrentes (geralmente cinco vezes);
• Modelo de negócios participativo e ágil.
Desafios de Crédito
• Diversificar suas linhas de negócios enquanto mantém um
nível de alavancagem conservador e sólida estrutura na qualidade de ativos;
• Carteira de crédito ao consumidor ainda não testada em
tempos de desaceleração econômica e inadimplência ocultada
pelo rápido crescimento dos anos anteriores;
• Sustentar uma estrutura diversificada de fontes de captação,
em linha com planos de crescimento da carteira;
21
• Cenário de captação ainda difícil poderia resultar na deterioração da rentabilidade e pressão sobre no gerenciamento da
liquidez.
Perspectiva para o Rating
Todos os ratings possuem perspectiva estável.
O que poderia elevar o Rating
Os fatores positivos derivam de um crescimento contínuo da
franquia e rentabilidade do banco, bem como uma estrutura de
captação equilibrada e sustentável com dependência reduzida
de investidores institucionais. A implementação bem sucedida
de sua plataforma de crédito ao consumidor, sem nenhuma
deterioração, pode exercer pressão positiva sobre o rating de
força financeira e sobre os ratings de depósito no médio e longo prazo. Além disso, a elevação do rating poderia derivar da
melhora na eficiência, qualidade sustentável de ativos e dos índices de rentabilidade refletindo resultados recorrentes de uma
operação mais pulverizada e de melhores margens.
O que poderia rebaixar o Rating
Os ratings poderiam ser rebaixados pela incapacidade do banco de enfrentar a potencial ameaça do aumento da concorrência, principalmente relacionada à sua nova plataforma de
varejo, e se isso levar a uma significativa piora na posição de
mercado e nos fundamentos financeiros. Um perfil de risco
mais alto poderia ser o resultado. O rápido crescimento das
operações de crédito também pode pressionar os ratings se
derivar de qualquer flexibilização de procedimentos severos de
crédito, afetando os indicadores de qualidade de ativos, e, em
último caso, o capital. Uma redução significativa da liquidez ou
uma relevante deterioração da qualidade de ativos seriam os
principais determinantes negativos do rating. O BFSR também
poderia ser prejudicado pela erosão dos indicadores de rentabilidade do banco pressionando a sustentabilidade do patrimônio líquido. Se as fontes de financiamento continuarem sem
diversificação e se a administração continuar confiando em alternativas caras e voláteis, os ratings também poderão sofrer.
Resultados e Acontecimentos Recentes
No primeiro trimestre de 2009, o Banco Sofisa reportou um
lucro líquido de R$10,6 milhões, uma redução de 64,9% em
comparação com o mesmo período em 2008, com queda de
30,4% no trimestre. O fraco desempenho no período foi marcado pelo cenário de captação muito difícil e a necessidade
do banco de utilizar cessões de crédito como alternativa, uma
opção muito cara em tempos de elevada aversão ao risco. As
vendas de crédito foram utilizadas para amenizar as pressões
de liquidez e representaram 22,2% da captação total no trimestre. Adicionalmente, o lucro líquido foi impactado por R$40
milhões referente a despesas de provisiões o que indica que o
forte crescimento da carteira nos anos anteriores deve maturar
em um cenário econômico mais difícil. No primeiro trimestre de
2009, o Sofisa registrou retorno sobre ativos médios (ROAA)
de 0,9% e retorno sobre patrimônio líquido médio (ROAE) de
5,9%, com a margem financeira líquida (NIM) caindo para 6,9%,
impacto dos elevados custos de captação.
Por outro lado, a estrutura de captação do banco permanece
diversificada, com uma pequena melhora trazida pelo empréstimo de US$32,5 milhões com prazo de 6 anos recebido do
FMO (Banco Holandês de Desenvolvimento) em fevereiro de
2009.
A carteira de crédito diminuiu 3% no trimestre, mantendo uma
alavancagem baixa de 3,2 vezes o PL. Após o rápido crescimento da plataforma de crédito de varejo e a redução da originação desde setembro de 2008, o mix da carteira do banco
em março de 2009 foi composto 42% por crédito à pessoa
física (36% em junho/08), principalmente veículos, e cerca de
58% por créditos comerciais de curto prazo para médias e pequenas empresas, predominantemente cobertos por garantias
reais (64% em junho/08). O risco de crédito é mitigado pelas
rígidas diretrizes do Sofisa baseadas em limite concentração
de risco, rígido requerimento de colateralização das operações
(98%), e atenção à pulverização que sustenta superiores níveis
de qualidade de ativo – índice de inadimplência em 0,9% em
março de 2009, bem abaixo da média do setor e dos seus
pares para o período (4,8% e 3,8%, respectivamente).
Contínuos esforços para ajustar o tamanho do banco às novas
dinâmicas econômicas e ao apetite do risco fizeram com que
o Banco Sofisa reduzisse as despesas pessoais em 21,5%.
O banco mantém elevado índice de capital (BIS em 20,8% no
primeiro semestre de 2009).
Recentemente, os depósitos a prazo começaram a voltar, gradualmente melhorando custos e prazos, principalmente desde
a criação do depósito a prazo com garantia especial do FGC
(Fundo Garantidor de Crédito) em abril de 2009.
Considerações Detalhadas do Rating
............................................................................................................................................................................................
A seguir, apresentamos considerações detalhadas para os
ratings atribuídos para o Banco Sofisa.
Rating de Força Financeira de Banco (BFSR)
A Moody’s atribuiu um BFSR D+ (D mais) para o Banco Sofisa,
refletindo seu longo histórico e experiência no segmento de
crédito para o segmento de middle-market com apoio de garantias. Porém, o BFSR é limitado pelo tamanho relativamente
pequeno do banco, com uma franquia ainda em desenvolvimento que dificulta as operações do banco em meio à crescente concorrência. O rating de BFSR implícito pelo Scorecard
da Moody’s é C+ (C mais), ou dois níveis acima do BFSR atribuído.
22
Nos últimos 2 anos, a estratégia de negócios do Sofisa explorou outros segmentos atrativos de crédito – para pessoas
físicas – procurando por pulverização de risco, assim como fluxo de resultados diversificado e recorrente. Porém, a Moody’s
está ciente dos riscos relacionados à este processo de execução, principalmente em tempos de forte concorrência e difícil
ambiente de captação, resultado da deterioração de liquidez
internacional e incertezas gerais sobre a economia mundial.
O resultado de BFSR do Scorecard da Moody’s foi positivamente afetado pela sólida estrutura de governança corporativa do banco, assim como pelos bons valores financeiros que
vêm sendo apresentados nos últimos anos. Os indicadores de
qualidade de ativos, historicamente em níveis baixos, serão
monitorados, devido à esperada expansão do crédito. A falta
de diversificação de captação, apesar da crescente base de
depósitos, ainda é um fator limitante de crédito para suportar
o crescimento.
Fatores Qualitativos de Rating (peso 70%)
Fator: Valor de franquia
• Tendência: Neutra
O valor de franquia do Sofisa fica em D+ com base em sua modesta participação no total de depósitos do sistema financeiro nacional, e em sua limitada cobertura geográfica. Com um
foco tradicional no nicho de empréstimo às pequenas e médias
empresas (PME), desenvolvido no decorrer de 17 anos de atividades, desde o começo de 2007, o Sofisa introduziu produtos
de crédito ao consumidor, aproveitando a sua experiência bem
sucedida no segmento de financiamento a veículos, que foi
vendida em 2001 para o Banco BBA Creditanstalt (atualmente
Banco Itau BBA). Embora mantenha uma forte capacidade de
originação em seu principal nicho a composição da carteira ao
final do ano já refletiu a nova plataforma de negócios.
A limitada extensão através de filiais vem sendo resolvida por
meio da aquisição de rede de bancos correspondentes em
região de potencial de crescimento. Vemos um fator positivo
de crédito nessa estratégia de diversificação iniciada em 2007,
que pode aumentar o fluxo de receitas recorrentes. Porém,
há desafios relacionados à capacidade, ainda não testada, de
sustentar esses novos negócios em tempos sobre as atuais
condições de liquidez e padrões competitivos ainda altos, principalmente em relação ao crédito de varejo.
A nota C obtida em estabilidade de resultados considera o perfil comprovadamente estável das receitas de crédito comercial,
tradicional linha de negócios do banco, mesmo em momentos de stress econômico no Brasil. O rápido crescimento da
plataforma de pessoa física beneficiou as margens no geral, e
melhora a estabilidade de resultados. No primeiro trimestre de
2009, o segmento de pequenas e médias empresas do Sofisa foi responsável por 58% da carteira total. Os resultados de
PME do Sofisa são suportados pela natureza de curto prazo
das operações e o apoio de garantias estruturadas sobre recebíveis auto-liquidáveis, rigidamente selecionados, com um alto
índice de liquidez, atualmente preservados.
Fator: Posicionamento de risco
• Tendência: Neutra
A pontuação de posicionamento de risco do Sofisa se beneficiou pela estrutura madura de governança corporativa: Desde
1993, os membros independentes representam pelo menos
60% do Conselho de Administração do banco. O banco foi pioneiro em alguns procedimentos de governança entre os bancos
de médio porte, estabelecendo altos níveis de transparência e
credibilidade às atividades diárias do banco. Como prova de
seu compromisso com as melhores práticas de governança,
recentemente o Sofisa estabeleceu um conselho fiscal e pretende fazer com que suas ações migrem para uma abordagem
superior de governança corporativa na Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa). Não obstante, a nota geral de governança
continua sinalizando a estrutura de controle permanecendo em
grande parte com a família Burmanian, e menos de 30% das
ações totais distribuídas no mercado.
O Sofisa tradicionalmente opera com uma abordagem disciplinada de risco, com políticas conservadoras de crédito estruturadas sob uma plataforma informatizada baseada em rede e totalmente integrada, o que permite o monitoramento on-line das
exposições de crédito e a rígida administração das garantias.
Essas vantagens têm sido essenciais para sustentar os níveis
superiores de qualidade de ativos do banco. Em comparação
com outros bancos no mesmo segmento, o Sofisa possui um
indicador de liquidez nos recebíveis que lastreiam sua carteira
de crédito que se mostram sustentáveis através dos ciclos.
O Sofisa pode não ter uma infra-estrutura sofisticada o suficiente para monitorar a exposição ao risco de mercado, mas
restringe suas operações de tesouraria à administração da liquidez do banco, e a Administração demonstra uma boa percepção dos riscos de mercado, com bom nível de abertura
nas demonstrações financeiras semestrais. Assim, a gestão de
risco está em linha com o perfil de risco do banco, caracterizado por um baixo apetite de risco de mercado, e sua pontuação é B. Além disso, nenhuma questão importante acerca
dos controles foi encontrada nos últimos cinco anos que esteja
diretamente relacionada ao Banco Sofisa.
A pontuação C para transparência nas comunicações financeiras reflete o bom nível de divulgação de informações, inclusive
o teste de stress das posições de tesouraria, as informações
de VaR, a abertura completa de exposição de crédito, e abertura dos ativos ponderados por risco, com poucas informações
ausentes. O nível de divulgação fornecido é superior ao encontrado em outros bancos de médio porte no Brasil.
A política rígida de crédito seguida pela Administração limita a
exposição máxima por grupo econômico em 3% do patrimônio líquido do banco, com limite máximo de aproximadamente
US$15 milhões por cliente. A estratégia relativa à realocação
de ativos de crédito somada ao crescimento significativo do
crédito à pessoa física diminuiu o risco relacionado à concentração de crédito por cliente, beneficiando a pontuação geral
para o posicionamento de risco. O Sofisa continua focando em
23
uma carteira comercial seletiva com limitada exposição por setor econômico.
Fator: Ambiente Regulatório
A Moody’s comentará sobre o ambiente regulatório brasileiro
em um relatório à parte.
Fator: Ambiente Operacional
• Tendência: Neutro
A Moody’s classifica o ambiente operacional brasileiro como D.
O D deriva de uma pontuação E para estabilidade econômica
(medida como volatilidade do PIB nominal sobre o período de
20 anos) e um rating D para integridade e corrupção, baseado
em dados do Banco Mundial, que classifica aproximadamente
200 países em todo o mundo.
A pontuação C para o sistema legal indica o prazo médio necessário para executar garantias no Brasil, na ausência de referências confiáveis para execução judicial de hipoteca.
Fatores Quantitativos de Rating (peso 30%)
de depósitos de atacado. Os esforços continuam em direção
à diversificação de fontes de captação, que tiveram início em
2008 quando o Sofisa obteve um empréstimo sindicalizado de
US$185 milhões patrocinado pelo IFC (Banco Mundial) com
prazo entre 5 e 7 anos, e emitiu um Eurobond de US$125 milhões em julho de 2008. A participação da captação externa
nas obrigações do Sofisa representa aproximadamente 35% do
total, favorecendo o perfil de liquidez e apoiando o crescimento da carteira de pessoa física, principalmente de operações
com perfil de longo prazo. Em fevereiro de 2009, o Sofisa ainda
recebeu um empréstimo com prazo de 6 anos de US$32,5
milhões do FMO (Banco Holandês de Desenvolvimento).
A capacidade do banco de manter tal diversificação de captação e reduzir a vulnerabilidade às mudanças na dinâmica de
custo, é de extrema importância para a operação. O total de
depósitos reduziu 46,6% de setembro a dezembro de 2008,
administrado através das vendas de ativos de crédito. Com
isso, o banco foi capaz de manter a liquidez de caixa. Em março de 2009, o caixa livre era de R$721,1 milhões, cobrindo 56%
dos depósitos totais (38% no primeiro trimestre de 2008).
Fator: Adequação de Capital
•Tendência: Neutra
Média das métricas financeiras entre 2006 e 2008
Fator: Rentabilidade
•Tendência: Piora
Como esperado, a elevação dos custos de captação e a desaceleração das dinâmicas de crédito, em reposta à elevada
volatilidade do mercado e contração da atividade econômica,
reduziram os índices de rentabilidade do Sofisa no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009.As margens
dos últimos anos foram mais altas beneficiando-se da volta do
Sofisa ao crédito ao consumidor no final de 2006, especialmente com uma saudável plataforma de financiamento de veículos.
Nos últimos dois trimestres, a redução da originação e a necessidade de cessão de crédito como alternativa para preservar a
liquidez, comprometeu os resultados e a margem líquida. Os
resultados do primeiro trimestre de 2009 sofreram impacto do
aumento de custo de crédito, reflexo do rápido crescimento
ocorrido nos anos de 2006/2007, que maturaram sob condições de mercado menos favoráveis. Isso significa que, embora
o nível de inadimplência do banco esteja sob padrões históricos e a piora da carteira seja administrável, o banco decidiu reforçar conservadoramente as provisões para enfrentar tempos
de incerteza, o que aumentou o custo de crédito e limitou os
resultados.
Fator: Liquidez
•Tendência: Neutra
Os altos níveis de caixa sustentam a nota B no fator de liquidez, a qual, inversamente, indica uma estrutura concentrada
Os duradouros e altos níveis de capital do Sofisa, uma evidência de sua estratégia de alavancagem prudentemente baixa,
tem sido gradualmente reduzidos em busca de rentabilidade
e sensata alocação de capital. Até 2008, o consumo de capital respondeu prontamente ao rápido aumento de sua carteira, que deveria ser mais profundo em tempos de alternativas
escassas de captação para atender as condições de ativos
com prazos maiores. Ainda faz parte da cultura do Sofisa permanecer atento e com alavancagem inferior a de seus pares,
mantendo o índice de alavancagem da carteira comercial (s/
patrimônio líquido) por volta de 3 vezes, e crédito à pessoa física representado não mais do que 2 vezes o patrimônio líquido.
Ainda há espaço para crescimento no atual nível de capital. No
entanto, o resultado modesto do primeiro trimestre de 2009 foi
outro indicador de que a elevação do custo de crédito poderá
ser um limitador para a geração de capital em 2009.
Fator: Eficiência
•Tendência: Neutra
Melhoras evidentes no índice de eficiência desde 2007, impulsionadas por ganhos de escala originados pela estrutura de
TI, que foi desenvolvida internamente, reduzindo portanto custos de expansão. Esforços direcionados ao controle de custos
continuam sendo relevantes à sustentabilidade do banco. É
de grande importância o fato de, nos últimos dois trimestres,
o Sofisa ter se movido rapidamente para ajustar seu formato
às novas perspectivas de redução no crescimento, diminuindo as despesas administrativas em 14,6% desde setembro de
2008.
24
Fator: Qualidade de Ativos
•Tendência: Piora
Um grande crescimento da carteira de pessoa física e mudança gradual no mix coloca uma pressão relativa sobre os bons
indicadores de qualidade do banco, visto que a carteira contrai
e amadurece em um cenário econômico menos favorável. Porém, o crédito com atraso superior a 90 dias foi responsável
por 0,9 % da carteira total com provisões cobrindo 2,6% dos
empréstimos totais, de 0,5% e 2%, respectivamente, em março de 2008.
A carteira de crédito à PME tem tradicionalmente tido desempenho exemplar, garantido por uma disciplina seletiva de risco
que prioriza a granularidade e a colaterização dos créditos.
Porém, à medida que a carteira cresce, é necessário provisionamento adicional (que aumentou 14,9% no trimestre), embora
a carteira tenha sido feita em termos mais rígidos do que a
maioria de seus pares. A carteira de crédito de varejo do Sofisa é constituída em sua maioria por financiamento e leasings
de veículos com um indicador médio de ‘Loan-to-value’ em
33,3%.
A originação diminuiu nos dois primeiros trimestres, mas visto
que a aversão ao risco aumentou desde o quarto trimestre de
2008, a nova carteira possui spreads e prazos melhores. No
entando, o Sofisa tem sólidos colchões de capital contra problemas de qualidade de ativos – inadimplência % (patrimônio
líquido+reservas – o que garante uma nota A. A Moody’s prevê
ainda deterioração nas carteiras de crédito e tem preocupação
especialmente com a carteira de financiamento de veículos,
devido à direta correlação com o nível de emprego e renda,
atualmente em queda, e à sua importância da operação no
resutlado do banco.
Rating Global de Depósito em Moeda Local
(Análise de Joint-Default)
A Moody’s atribui um rating global Ba1 de depósito em moeda
local para o Sofisa. O rating deriva do perfil de risco de crédito
individual (BCA) Ba1 do banco. A Moody’s prevê que não existe
probabilidade de suporte sistêmico para o Sofisa em caso de
problemas, porque o banco possui uma participação muito limitada no total de depósitos do sistema. Os ratings em moeda
local, portanto, são um mapeamento direto do rating D+ de
força financeira de banco do Sofisa.
Considerações acerca de “Notching”
Os ratings para as obrigações subordinadas do Sofisa devem
ser deduzidos do rating Ba1 de depósito de suporte integral de
depósito, porque a Moody’s acredita que não há mecanismos
legais de imposição de perdas aos credores secundários em
um cenário de liquidação.
Rating em Escala Nacional
A Moody’s atribuiu ratings Aa2.br/BR-1 de depósito em escala
nacional para o Sofisa como resultado da sólida e tradicional
operação no segmento de middle market, estruturada sob uma
abordagem conservadora de alavancagem e a boa qualidade
de crédito do banco.
Rating de Depósito em Moeda Estrangeira
A Moody’s atribui um rating Ba2 de depósito em moeda estrangeira para o Banco Sofisa. O rating está limitado
pelo teto de depósito em moeda estrangeira de país para o
Brasil.
Sobre os Ratings Bancários da Moody’s
............................................................................................................................................................................................
Rating de força financeira de banco
Os ratings de força financeira de bancos (BFSRs) da Moody’s
representam sua opinião sobre a segurança e robustez intrínsecas de um banco, e, assim, exclui certos riscos de crédito
externos e elementos de suporte de crédito que são tratados
pelos Ratings de Depósito Bancário da Moody’s. Os ratings
de força financeira de bancos não levam em consideração a
probabilidade de que o banco receberá esse suporte externo,
nem cobrem riscos que surjam de ações soberanas que possam interferir com a habilidade de um banco de honrar suas
obrigações em moeda doméstica ou estrangeira. Os fatores
considerados na atribuição dos ratings de força financeira de
bancos incluem elementos específicos de banco, como fundamentos financeiros, valor de franquia e diversificação de
negócios e ativos. Embora os ratings de força financeira de
bancos excluam os fatores externos especificados acima, eles
levam em consideração outros fatores de risco no ambiente
operacional do banco, inclusive a força e desempenho futuro
da economia, assim como a estrutura e relativa fragilidade do
sistema financeiro, e a qualidade da regulamentação e supervisão bancárias.
Rating de Depósito Global em Moeda Local
Um rating de depósito, como uma opinião de risco de crédito relativo, incorpora o Rating de Força Financeira de Bancos,
assim como a opinião da Moody’s sobre qualquer suporte externo. Especificamente, os Ratings de Depósito Bancário da
Moody’s são opiniões sobre a capacidade de um banco em
pagar pontualmente suas obrigações de depósito. Assim, seu
objetivo é incorporar esses aspectos de risco de crédito relevantes ao desempenho esperado de pagamento dos bancos
classificados em relação às obrigações de depósito, e inclui:
força financeira intrínseca, risco soberano de transferência (no
caso de ratings de depósito em moeda estrangeira) e elementos de suporte externo implícitos e explícitos. Os Ratings de
Depósito Bancário da Moody’s não levam em consideração o
25
benefício de planos de seguro de depósito que fazem pagamentos aos depositantes, mas reconhecem o suporte potencial de planos que possam fornecer assistência diretamente
aos bancos.
Segundo a metodologia de análise de default conjunto (JDA)
da Moody’s, o rating de depósito global em moeda local (GLC)
de um banco é determinado pela incorporação de elementos
externos de suporte à Avaliação de Risco Básico do banco. Ao
calcular o rating global de depósito em moeda local para um
banco, a metodologia JDA também inclui o rating do provedor do suporte, na forma do teto de depósito em moeda local
para um país, a avaliação da Moody’s acerca da probabilidade
de um suporte de governo para o banco, caso ocorra alguma
situação de stress e o grau de dependência entre o rating do
emissor e o teto de depósito em moeda local.
Rating em Escala Nacional
Os ratings na escala nacional são direcionados principalmente
para o uso por investidores domésticos e não são comparáveis aos ratings da Moody’s que são aplicados globalmente;
ao contrário, eles tratam do risco de crédito relativo dentro de
um determinado país. Um rating Aaa na Escala Nacional da
Moody’s indica um emissor ou emissão com a maior idoneidade creditícia e a menor probabilidade de perdas de crédito em
comparação com outros emissores domésticos. Os ratings na
escala nacional, portanto, classificam os emissores domésticos
em relação uns aos outros e não em relação a riscos absolutos
de default. Os ratings nacionais isolam riscos sistêmicos; não
tratam da expectativa de perda associada a eventos sistêmicos
que podem afetar todos os emissores, mesmo aqueles que
recebem os ratings mais altos dentro da Escala Nacional.
Rating de Depósito em Moeda Estrangeira
Os ratings da Moody’s para obrigações bancárias em moeda
estrangeira são derivados do rating em moeda local do banco
para a mesma classe de obrigação. A implementação da JDA
para bancos pode levar a ratings em moeda local altos para
certos bancos, o que também pode produzir altos ratings em
moeda estrangeira. Contudo, deve-se lembrar que os ratings
de depósito em moeda estrangeira estão sempre limitados
pelo teto do país para depósitos bancários em moeda estrangeira. Isso pode resultar na atribuição de um rating diferente,
e geralmente inferior, para os depósitos em moeda estrangeira
em relação ao rating do banco para suas obrigações em moeda local.
Rating de Dívida em Moeda Estrangeira
Os ratings de dívida em moeda estrangeira derivam do rating
de dívida em moeda local do banco. De forma similar ao que
ocorre com os ratings de depósito em moeda estrangeira, as
obrigações de dívida em moeda estrangeira também podem
ser determinadas pelo teto país para notas e títulos de dívida
em moeda estrangeira; mas em alguns casos os ratings para
obrigações de dívida em moeda estrangeira podem romper o
teto em moeda estrangeira. Um determinado mix de fatores
de rating é levado em consideração para avaliar se um rating
de títulos de dívida em moeda estrangeira rompe o teto país.
Entre eles, temos o rating em escala global — moeda local
do emissor, seu rating do título da dívida pública em moeda
estrangeira, o teto país para títulos e se a dívida é elegível para
romper esse teto.
Sobre o Scorecard de Rating de Força Financeira de Banco da Moody’s
O modelo de rating de força financeira de banco da Moody’s
(veja scorecard abaixo) é uma informação estratégica na avaliação da força financeira de um banco, usado como uma
ferramenta chave pelos analistas da Moody’s para garantir a
coerência da abordagem entre diversos bancos e regiões. O
resultado do modelo e as pontuações individuais são discutidos em comitês de rating e podem ser ajustados para baixo ou
para cima, de forma a refletir condições específicas para cada
entidade classificada.
26
Fatores de Rating
............................................................................................................................................................................................
Banco Sofisa S.A.
Fatores de Rating [1]
A
B
C
D
E
Fatores Qualitativos (70%)
Pontuação Total
Tendência
C-
Fator: Valor de Franquia
Participação de Mercado e Sustentabilidade
D+
Neutro
C-
Neutro
D
Neutro
X
Diversificação Geográfica
X
Estabilidade de Resultados
X
Diversificação de Resultados [2]
Fator: Posicionamento de Risco
Governança Corporativa [2]
X
- Composição Acionária e Complexidade Organizacional
X
- Risco de Homem Chave
- Riscos de Insider e Partes Relacionadas
Controles e Gestão de Risco
X
- Gestão de Risco
X
- Controles
X
Transparência nas Comunicações Financeiras
X
- Comparabilidade Global
- Freqüência e Pontualidade
X
X
- Qualidade das Informações Financeiras
X
Concentração de Risco de Crédito
X
- Concentração de Tomador
- Concentração Setorial
X
X
Gestão de Liquidez
X
Apetite de Risco de Mercado
X
Fator: Ambiente Operacional
Estabilidade Econômica
X
Integridade e Corrupção
X
Sistema Legal
X
Fatores Financeiros (30%)
B+
Fator: Rentabilidade
LAIRPDD / AMPR
4,59%
Lucro líquido / AMPR
3,28%
Fator: Liquidez
(Empréstimos e obrigações - Ativos líquidos) / Ativo total
A
Piora
B
Neutro
A
Neutro
B
Neutro
A
Piora
-20,99%
Gestão de Liquidez
X
Fator: Adequação de Capital
Basiléia Nível 1 (%)
20,66%
Patrimônio Comum Tangível / AMPR
19,36%
Fator: Eficiência
Índice Custo/Receita
45,13%
Fator: Qualidade de Ativos
Empréstimos vencidos / Total de Empréstimos
0,72%
Empréstimos vencidos % (Patrimônio + Provisões
para perdas)
2,08%
Menor Pontuação Combinada (9%)
B
Substituição da Insolvência Econômica
Neutro
Total Agregado
C+
BFSR Atribuído
D+
[1] - Onde há hífens para um determinado fator (ou subfator), a pontuação baseada em informações não disponíveis ao público.
[2] - Uma pontuação em branco sob a Diversificação de Resultados ou Governança Corporativa indica que o risco neutro.
Contato
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55.11.3043.7300
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1.212.553.1653
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31
Rating Nacional
Bradesco
AAA
Alfa
AA+
Safra
AA
Sofisa
AA-
Brascan
AA-
Daycoval
AA-
BMG
A+
BicBanco
A+
Banrisul
A+
Panamericano
A
Bonsucesso
A-
Cruzeiro do Sul
A-
Banco Luso Brasileiro
BBB
Mercantil do Brasil
BBB
* Manutenção do Rating em Outubro 2009
32
Fundamentos do Rating
............................................................................................................................................................................................
O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião no dia 08 de outubro de2009, afirmou o rating de longo
prazo AA- e a classificação A-1 para as obrigações de curto
prazo (inferiores a 360 dias) emitidas pelo Banco Sofisa S.A.. A
perspectiva permanece estável.
O banco tem sua origem na Sofisa S/A Crédito, Financiamento
e Investimentos, fundada em 1961, com atuação até 1990 no
segmento de financiamento para pessoas físicas. Neste ano
passa a denominar-se Banco Sofisa S/A, ingressando no segmento de pessoas jurídicas. Em 2001, decide desativar algumas linhas de negócios, deixando as atividades de crédito direto ao consumidor e de arrendamento mercantil de fazer parte
das atividades do banco. Seu foco de atuação passou a ser o
crédito comercial às pequenas e médias empresas, tendo nas
linhas de capital de giro, conta garantida e títulos descontados,
as principais modalidades de crédito concedidas. No início de
2007, retomou as atividades no segmento de pessoas físicas
com as modalidades de crédito consignado, crédito pessoal e
CDC - Veículos. Em maio de 2007,o banco realizou distribuição
pública inicial de ações primárias e secundárias na Bolsa de Valores de São Paulo. A família Burmaian – fundadora do banco e
com origem empresarial no ramo de varejo de calçados e forte
presença no segmento, com a conhecida rede World Tennis –
detinha em 31/07/2009, 100% das ações ordinárias e 59,6%
das preferenciais. O Sofisa encerrou o primeiro semestre de
2009 com R$ 4.473 milhões de Ativo Total e Patrimônio Líquido
de R$ 851 milhões e Carteira de Crédito de R$ 2.753 milhões.
A classificação de risco de instituições financeiras realizada pela
Austin Rating avalia o risco de crédito de curto e longo prazo
da instituição. As notas atribuídas pela Austin Rating obedecem
a uma escala de classificação nacional e servem como parâmetro de comparação entre as instituições bancárias atuando
no Brasil, e, eventualmente, com atividades no exterior. As escalas da Austin não levam em conta, e, tampouco se limitam,
ao rating
soberano do país, este empregado como teto para ratings
internacionais. O processo analítico da Austin Rating leva em
conta, além dos fatores políticos, macroeconômicos, setoriais
e regulatórios aplicados às instituições financeiras, os aspectos
quantitativos (análise das demonstrações financeiras e indicadores de desempenho, Capitalização, Ativos, Captação, Resultado e Liquidez) e aspectos qualitativos (Controle Acionário,
Suporte, Grupo Econômico, Administração, Estrutura Operacional e Estratégia de Médio e Longo Prazo) intrínsecos a instituição financeira em análise.
A Austin Rating tomou como base para a análise, as demonstrações financeiras auditadas divulgadas na imprensa, do press
release trimestral disponibilizado no site do banco e de informações gerenciais complementares detalhadas em due diligence, realizada com os principais executivos da instituição.
O disclosure para a Austin Rating foi considerado ótimo com
a presença de informações necessárias para uma adequada
avaliação da estratégia, das políticas das áreas de negócios,
da qualidade da carteira de crédito e da estrutura de captação.
As demonstrações financeiras consolidadas para os exercícios
findos em 30 de junho de 2009 e 2008, auditadas pela Terco Grant Thornton Auditores Independentes e publicadas sem
ressalvas.
A classificação de risco levou em conta a solidez financeira intrínseca da instituição manifestada nos elevados níveis de capitalização reportados, na gestão e preservação dos indicadores
de liquidez e nos níveis de inadimplência tradicionalmente registrados. Considera em paralelo, as boas práticas de governança
corporativa, o compromisso dos acionistas com a continuidades e solidez da instituição e adequação aos requerimentos de
gestão e mensuração de risco requeridos pelo Banco Central
do Brasil. O rating considera ao contrário, o impacto em seu
desempenho pelo aumento nas provisões para créditos de liquidação duvidosa, a dependência de seu resultado da atividade de crédito, notadamente no segmento do Middle Market,
sensível a reversões desfavoráveis na conjuntura econômica,
alternativamente, sujeito a uma maior concorrência e queda
nos spreads nos próximos semestres.
Qualidade de Ativos
A solidez financeira da instituição encontra-se respaldada pelo
processo de crédito adotado no dia a dia de suas atividades.
A política e as rotinas envolvidas na gestão do crédito se encontram em constante aperfeiçoamento, incorporando novos
procedimentos e controles capazes de minimizar os riscos
envolvidos nas operações com empresas do middle market e
com pessoas físicas. Entendemos como adequadas as rotinas
da área, desde a abertura da proposta comercial, passando
pela análise, aprovação, formalização, cobrança e execução de
garantias.
O banco exibe sofisticado sistema informático de acompanhamento da exposição de crédito dos clientes, conciliando agilidade na transmissão das informações e nos mecanismos de
cobrança com a qualidade e nível de liquidez das garantias exigidas, predominantemente duplicatas caucionadas e alienação
fiduciária de veículos. Para as modalidades de financiamento
para pessoas físicas, o banco tem se utilizado da mesma plataforma web utilizada para as atividades de crédito para pessoas
jurídicas, além de contar com a experiência de profissionais nas
áreas comercial e de suporte que outrora atuaram no Sofisa,
quando o banco financiava no passado a compra de veículos.
A instituição é tradicional compradora de carteiras de crédito
consignado produzidas por outras instituições, tem familiaridade com a qualidade destes financiamentos, o que lhe tem
garantido uma operação sustentada junto aos códigos onde
concede diretamente os financiamentos. Como resultado da
política e das rotinas envolvidas na gestão do crédito, bem
como do monitoramento da qualidade e liquidez das garantias,
a instituição tem reportado níveis reduzidos de inadimplência,
inferiores à mediana estatística dos bancos que atuam em seu
segmento de atuação calculados pela Austin a cada semestre.
33
No primeiro semestre de 2009, os indicadores de inadimplência do Sofisa apresentaram ligeira piora com relação a dezembro de 2008, mas à semelhança de semestres anteriores, permaneceu abaixo da mediana estatística calculada pela Austin
Rating para seu segmento de atuação. O nível de inadimplência
(vencidos > 60 dias/total da carteira) alcançou 1,5% em junho
de 2009 e 0,9% em dezembro de 2008, contra uma mediana
estatística de 2,0% e 1,9%. Embora o volume de atrasos tenha
declinado de R$ 102,1 milhões no final de 2008 para R$ 88,9
milhões em jun/09, a ligeira retração no saldo da carteira no período de seis meses e o aumento no volume de créditos classificados entre as faixas D a H no período de comparação, de
2,82% no final do ano passado para 5,3% em junho passado.
No final do primeiro semestre deste ano, as provisões constituídas cresceram em sintonia com o maior volume de créditos
vincendos e vencidos classificados nas faixas de atraso mais
baixas. O volume constituído montou R$ 87,2 milhões ante R$
56,4 milhões em dezembro de 2008, passando a cobrir 98,1%
dos créditos vencidos ante apenas 55% em dez./08. O indicador de provisionamento (provisões com relação ao total da carteira) ficou mais próximo da mediana de seu segmento de atuação (Sofisa: 3,2%; mediana: 3,0%) em junho de 2009. Cabe
mencionar que, segundo press release do segundo trimestre
de 2009 divulgado pela administração do banco, o incremento
das provisões se deu notadamente na carteira de CDC Veículos não originada pelo Sofisa, mas adquirida de outra instituição
financeira através de acordo operacional assinado entre as partes. Apesar de ter ocasionado uma provisão elevada (R$ 23,7
milhões) respondendo por 17,2% do total desta carteira especificamente, por força de uma cláusula de proteção de crédito
gerou ativos ao banco no valor de R$ 16,6 milhões.
O banco não tem apresentado, ao longo dos últimos anos,
créditos renegociados e tem tratado clientes inadimplentes
no âmbito da carteira comercial, com o reforço de garantias e
aumento de spreads. No encerramento do primeiro semestre,
cerca de 99,5% de suas operações era coberta com garantias
e, apenas 0,5%, em notas promissórias, corforme apresentado
em press release do segundo trimestre de 2009.
No caso do financiamento de veículos, em que se observou
maior inadimplência na carteira do banco no semestre a originação feita pelo próprio Sofisa, tem o bem como garantia,
a entrada média tem permanecido em torno de 33% a 32%
do valor financiado (36,1% em dez./08) e a produção tem sido
retomada gradualmente na medida em que o mercado e as
condições de pontualidade, medidas mês a mês pelas parcelas vencidas e não pagas, vem se alinhando aos indicadores de
mercado. A carteira de consignado por outra parte apresenta
baixo risco de crédito e tem a garantia da retenção da parcela
da dívida pelo convênio com o órgão público.
A composição da carteira do banco manteve seu adequado nível de pulverização setorial com a presença de um conjunto de
134.396 clientes pessoa física tomadores de financiamentos e
crédito consignado, além daqueles que compõem as carteiras adquiridas de outras instituições financeiras e cujos tickets
médios são bem mais baixos que os créditos concedidos para
pessoas jurídicas. A carteira de empresas, em torno de 1803
clientes em junho de 2009, possui exposição máxima por grupo econômico de R$ 30 milhões ou 3,5% do PL no final de
junho passado. O maior risco individual do banco montava R$
28,7 milhões, em linha com o limite máximo de R$ 30 milhões
por cliente, respondendo por 1,04% do total da carteira.
Capitalização
O Comitê levou em conta como elemento relevante para a
afirmação do rating AA – ao Sofisa a regra prudencial de alavancagem das operações de crédito, há vários anos definida
pelo Conselho de Administração do banco, que o impede de
imprimir um crescimento mais acelerado de suas operações
ativas via a captação de recursos de terceiros. Ao longo do
extenso período de acompanhamento do Sofisa realizado
pela Austin, atesta-se a aderência da administração a esta regra de alavancagem. A base patrimonial do banco é elevada
proporcionalmente aos seus ativos remunerados, o que tem
se manifestado em indicadores de adequação de capital (índice de Basileia) com boa folga ante o mínimo de 11% exigido
pelo Banco Central do Brasil. O conservadorismo na gestão
do crédito, da tesouraria e da liquidez, visando a manutenção
da solvência do banco, não tem exigido assistência financeira
externa do controlador. Com a abertura de capital e mantido o
controle acionário nas mãos da família e a do quadro diretivo
há vários anos na condução da instituição, fica preservado o
compromisso profissional com a boa continuidade das atividades do banco, o suporte dos acionistas e a base patrimonial
elevada, co a retenção de parcela destacada dos lucros apurados a cada exercício.
Desde o primeiro semestre de 2008, o Conselho de Administração redefiniu o grau de alavancagem das operações de crédito do Sofisa de uma razão de 3x o PL para 5x, sendo 3x no
crédito empresarial e 2x no varejo. O banco adotou postura
preventiva ante o agravamento da qualidade de crédito do sistema bancário brasileiro, retraindo suas atividades de crédito
no semestre. Em junho de 2009, esta razão alcançou 3,2x e o
indicador de Basileia atingiu 20,7%.
Liquidez
A sustentabilidade de longo prazo das operações ativas do
Sofisa tem se apoiado em uma permanente diversificação das
fontes de financiamento com vistas à redução do custo médio
de funding, em ajustar descasamentos de prazos e não incorrer na dependência de determinada modalidade de captação
específica, segmento econômico aplicador, pessoa física ou
jurídica individualmente. O banco conta com a captação doméstica de CDBs e CDIs e presença no mercado internacional,
através de acordo com o International Finance Corporation, de
emissões de Eurobônus dentro de um Programa de US$ 1 bilhão e, empréstimo junto ao banco de desenvolvimento a Holanda – FMO. Da mesma forma, inusitadamente, realizou por
primeira vez no final do ano passado cessões de crédito com
instituições financeiras de parte das carteiras de varejo e, a partir de abril deste ano, realizou emissões de depósitos com Ga-
34
rantia Especial do Fundo Garantidor de Crédito (DPGE). Fruto
da elevada pontualidade dos clientes de varejo e de empresas,
da qualidade das garantias obtidas nas operações de crédito,
o elevado giro da carteira de crédito comercial, a capacidade
de realizar cessões das carteiras de varejo, os ativos de crédito e de tesouraria do Sofisa detém grau de pontualidade e
monetização suficientes, para honrar as obrigações do banco.
Respaldando a qualidade de crédito dos ativos, a Tesouraria
monitora diariamente e tempestivamente os gaps de ativos e
passivos além de contar com plano de contingência aprovado
pela Alta Administração enquadrando a gestão de liquidez a diferentes cenários e agravamento das condições de mercado.
Tais aspectos conferem elevada previsibilidade de longo prazo
na liquidez da instituição. Acresce-se a este aspecto o grau
de alavancagem da carteira de crédito, definido pelo Conselho de Administração, que, estruturalmente, limita a captação
de terceiros da instituição. O caixa livre do banco é controlado
permanentemente com a manutenção de recursos de alta liquidez, e possui métricas de acompanhamento relacionadas com
o tamanho do PL e o total de depósitos de curto prazo.
Ante um cenário de pior qualidade creditícia para o primeiro
semestre, o Sofisa reduziu a originação no segmento de Middle
Market no primeiro semestre, e retomou com mais vigor a produção de crédito consignado e de financiamento de veículos
no segundo trimestre, na medida em que as condições de mercado se apresentavam mais favoráveis e, estruturas de funding
doméstico, tornaram viáveis operações de crédito mais longas.
Em linha, o banco captou R$ 205,1 milhões de depósitos via a
modalidade garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC),
tendo prazo médio ponderado de 742 dias.
Decorrido o primeiro semestre de 2009, o mapa de prazos do
Sofisa registrava no final de junho passado, uma cobertura de
1,77x o valor dos ativos de vencimento de 1 a 30 dias sobre
passivos vencendo no mesmo prazo, de 1,48x para a faixa de
31 a 180 dias, de 1,02x para a faixa de 181 a 360 dias e, de
0,97x acima de 360 dias. Tais níveis de cobertura sintonizam
com os reportados em dez./08. O caixa livre em junho de 2009
passou a representar 96% o PL e 53,1% dos depósitos totais
na data ante 90,8x o PL e 55% dos depósitos totais em dezembro de 2008.
A estrutura de funding do Sofisa encontrava-se em junho de
2009 menos dependente da modalidade dos depósitos a prazo dada a menor necessidade de captar recursos com uma
menor originação de operações de crédito comerciais.
Apesar disso, sua carteira exibia moderada concentração em
torno dos maiores aplicadores, considerando tratar-se de instituição financeira sem a presença de rede de agências e número expressivo de clientes. Em junho de 2009 possuía 485 aplicadores de depósito a prazo ante um número em dezembro
de 2008 de 515 e 677 em junho de 2008. O maior depositante a prazo individual respondia por 4,8% da posição captada
em depósitos a prazo em junho de 2009 e os 20 maiores por
31,8%, nível este compatível com uma instituição com a ausência de uma rede pulverizada de captação de depósitos.
Risco de Mercado
No que toca ao risco de mercado são remotas as perdas associadas às operações realizadas pela Tesouraria, sendo alocado
o capital de giro próprio da instituição e o excedente não destinado em operações de crédito, em uma gama diversificada de
instrumentos financeiros. A Tesouraria do Sofisa opera de maneira conservadora fazendo uso de operações com derivativos
com a finalidade de proteção de seus ativos e passivos ante a
variação não desejada dos preços dos ativos financeiros, bem
como para neutralizar os descasamentos oriundos nas suas
operações. O histórico recente de insucesso em operações
proprietárias de tesouraria e marcações a mercado negativas é
reduzido no banco.
Em junho de 2009, o banco possuía uma posição pré em aberto em seus livros, associado, essencialmente, à carteira de
arrendamento mercantil, empréstimos e financiamentos, produzida pelo banco e naquela adquirida de terceiros, bem como
em determinados títulos e valores mobiliários. O banco possui
captação de CDB/CDI remunerada a taxas prefixadas embora
predomine a remuneração pós-fixada. Como forma de mitigar
parcialmente esta exposição, o banco fez uso de instrumentos
derivativos (swaps). A posição líquida pré, em junho de 2009,
montava R$ 991,3 milhões e correspondia a um VaR de um dia
de apenas R$ 5,9 milhões. No mesmo período, a posição cambial líquida era muito reduzida (R$ 15 milhões) praticamente
neutralizada integralmente com o emprego de derivativos.
Risco Operacional
Em conformidade com a Resolução 2554 do Bacen, as atividades de compliance dentro do banco contam com a presença
de um Comitê e um gerente voltado especificamente para a
execução destas rotinas. O banco conta com uma adequada
estrutura e cultura de compliance disseminada ao longo das divisões da instituição, com a presença de Gerência de Controles
Internos e Auditoria reportando-se aos Comitês de Compliance
e Auditoria. Em linha com o estabelecido na Resolução 3380
do CMN, o Sofisa possui uma gerência específica para Riscos
Operacionais, ligada à área de Controles Internos e subordinada à Presidência do banco, semelhante ao fluxo operacional
adotado para a gestão do risco de mercado.
O risco operacional encontra-se devidamente monitorado e em
conformidade com a legislação em vigor, mais notadamente o
calendário de adaptação das instituições financeiras brasileiras
ao Novo Acordo de adequação de capital (Basiléia II). A parcela de capital para esta classe de risco respondeu por 3,38%
do Patrimônio de Referência Exigido em junho de 2009, o que
reflete a baixa incidência desta classe de risco, seu impacto
reduzido no PRE da instituição, os adequados controles dentro
da instituição, liberando capital para a preservação de um grau
de alavancagem condizente com o perfil de risco almejado pela
instituição.
35
Desempenho
O desempenho econômico do Sofisa tem sido marcado pela
baixa alavancagem, ótimos indicadores de inadimplência e
comprovada gestão de custos, esta evidenciada em indicadores de eficiência melhores que a mediana de seu segmento
de atuação. Com a abertura de capital realizada no primeiro
semestre de 2007 e um maior volume de recursos disponíveis
para financiar as operações ativas, a administração do banco expandiu em um primeiro momento os volumes de crédito
concedidos, aumentou sua base de clientes e de depositantes.
Seus indicadores de rentabilidade, entretanto, por conta de sua
baixa alavancagem e por não fazer uso com recorrência de
cessões de crédito - prática que antecipa os ganhos diferidos
das instituições – tem ficado abaixo de seus pares o que tem
limitando o crescimento orgânico de sua base patrimonial e
expansão de sua base de ativos.
Em junho de 2009, a rentabilidade anualizada sobre o PL final
do banco foi de apenas 3%, bem abaixo da mediana estatística
de seu segmento de 14,7%. Seu indicador de eficiência ficou
em 33,8%, melhor que os 40,1% registrados em dezembro de
2008 O banco havia efetuado desde o final do ano passado,
os necessários ajustes em sua estrutura operacional acomodando-a a uma realidade com menor atividade de crédito. O
resultado líquido do banco no semestre, sentiu os efeitos da
menor atividade de crédito, caindo 77,3% na comparação com
junho de 2008 , totalizando R$ 12,6 milhões. A queda no resultado refletiu por outra parte, o aumento de 123,7% nas despesas com provisões para crédito de liquidação duvidosa e, os
custos com cessões de crédito realizadas no quarto trimestre
à reduzidas taxas de juros mais elevadas e que ocasionaram
menor resultado econômico no total das receitas com operações de crédito.
O Sofisa encerrou o semestre com uma queda em seis meses
de 0,82% em seu total de ativos, montando R$ 4.473 milhões
em junho de 2009. A carteira de crédito encerrou o semestre
com queda de 0,3% na comparação com dez./08, totalizando
R$ 2.753 milhões. O saldo da captação de depósitos – incluindo Letras de Crédito do Agronegócio – subiu 17% na comparação com dezembro de 2008, mas encontra-se aquém do
total de R$ 2.018 milhões captado em setembro daquele ano.
O banco encerrou junho passado com Patrimônio Líquido de
R$ 851 milhões, ante R$ 858,6 milhões no final do ano 2008, e
foi impactado pela aquisição em ações em tesouraria no valor
de R$ 24,2 milhões.
Gestão/Estratégia/Governança Corporativa
A instituição manteve ao longo dos seus mais de 48 anos o
foco no middle market, com incursões no segmento de varejo
com operações de veículos e na originação própria de crédito
consignado em um passado mais recente. A abertura de capital e uma maior base patrimonial, melhorou o posicionamento
estratégico do Sofisa, abrindo-lhe espaço para expandir, ao
longo dos próximos anos, sua carteira de crédito, não mais
concentrada no segmento de pessoas jurídicas, atuar em faixas de mercado e com clientes com spreads mais reduzidos
e/ou em modalidades apresentando potencial de crescimento
e baixo risco de crédito. O banco priorizará a manutenção de
um nível confortável de liquidez e o adequado casamento de
prazos de ativos e passivos em detrimento da expansão das
atividades de crédito.
O banco há vários anos é dirigido por um Conselho de Administração mesmo antes da abertura de capital, e foram preservados os princípios de conservadorismo e profissionalismo
que nortearam sua trajetória até o presente. O IPO aprofundou
o emprego de boas práticas de Governança Corporativa, fortalece os seus controles e processos internos da instituição,
protegendo, dentre outros, os aplicadores do banco.
Avaliamos a estratégia adotada no primeiro semestre como
adequada para o momento porque passava o setor bancário
naquele momento com uma nítida deterioração da qualidade
de crédito das empresas e pessoas físicas.
Entretanto consideramos que as melhores condições observadas na conjuntura desde meados do segundo semestre deste
ano com a manutenção de um patamar de atividade do banco
à semelhança do primeiro semestre, notadamente na carteira
comercial, colocam a instituição em situação de desigualdade
antes seus pares, com efeitos em sua posição de mercado se
mantida por um prazo mais dilatado de tempo, adentrando-se
pelo ano 2010.
Variáveis Exógenas
O banco sofre a ameaça de uma queda dos spreads a partir
do ano 2010, mantida a trajetória de crescimento econômico
doméstico e o aumento dos volumes de crédito concedidos,
seja pelos bancos públicos, seja pelos estrangeiros e privados
nacionais de porte maior e ou similar. Adicionalmente, no caso
do consignado, a redução do teto de juros cobrados nos financiamentos a aposentados e pensionistas do INSS e o aumento
das comissões cobradas pelos correspondentes bancários,
podem reduzir as margens desta operação que, em junho de
2009, respondiam por 50% do volume originado pelo banco
nesta modalidade.
A qualidade de sua carteira de crédito foi afetada pelo aumento
dos níveis de inadimplência na carteira de financiamento de
veículos. Considerando o comprometimento de renda dos devedores com outras obrigações financeiras ( ex: financiamentos habitacionais) podem provocar uma maior impontualidade
e dificuldade de pagamento dos devedores e requerer mais
provisões às constituídas no primeiro semestre deste ano.
Colabora para a expansão das atividades do banco, o amplo
espaço que o crédito possui para crescer na economia brasileira, a baixa bancarização da sociedade, os projetos de investimento a ser realizados nos próximos anos e, o impacto destes
fatores na contratação de novos empréstimos pelas pequenas
e médias empresas - nicho do banco.
Do ponto de vista regulatório, as mudanças na ponderação de
risco para cessões de crédito com coobrigação que entrarão
36
em vigor em 2010, requerendo uma base patrimonial compatível com a absorção no balanço dos bancos, de operações de
crédito consignado e de financiamento de veículos, bancadas
ou cedidas com coobrigação. No caso tal aspecto não teria
impactos substantivos na sua capitalização, dada a ausência
da prática de cessões de crédito em sua atividade operacional.
Com foco no Middle Market - respondendo por cerca de 60%
do total de carteira do banco - e a habilidade comprovada do
banco originar créditos neste segmento, a produção mensal
tem sido integralmente bancada em seu balanço.
tenha à sua disposição o limite de R$ 2,6 bilhões de utilização.
O Banco utiliza essa operação visando alongar os prazos de
sua captação e manter o casamento de ativos e passivos (prazo médio de 742 dias em junho de 2009).
A conjuntura projetada pela Austin Rating para o ano 2010 não
projeta uma elevação acentuada das taxas de juros e a desvalorização do Real frente à moeda americana, levando a reduzido impacto nas posições de Tesouraria em aberto no banco e,
em sua solidez financeira e resultado econômico.
Da mesma forma, o banco tem pouca dependência da captação via a modalidade com Garantias Especiais (DPGE) representando 13% dos depósitos totais em junho de 2009, embora
Perpectiva
............................................................................................................................................................................................
A perspectiva do rating permanece estável. A Austin monitorará
os níveis de provisionamento realizados pela instituição à luz do
aumento observado no primeiro semestre de 2009, bem como
a qualidade dos novos créditos originados guardando como
referência, melhores/piores indicadores de pontualidade das
empresas e dos consumidores.
A perspectiva do rating encontra-se vinculada à manutenção
de adequados indicadores de liquidez e de gestão de ativos e
passivos.
Merece ser avaliado o desempenho econômico da instituição,
a retomada de suas atividades de crédito, capazes de lhe proporcionar melhores indicadores de lucratividade e rentabilidade
ante os níveis observados mo primeiro semestre de 2009. Uma
vez materializados, restabelecendo um fluxo sustentável de
receitas de crédito e preservados os indicadores de eficiência
e liquidez reportados, poder-se-ia sinalizar uma mudança de
perspectiva de maneira positiva. Ao contrário, a retração do
negócio, sensibilizando seu porte ante os demais bancos atuando em seus segmentos de atuação, sua penetração geral no
sistema bancário e sua capacidade de fazer frente à tendência
de queda mais acentuada dos spreads, poderia colocar a perspectiva do rating no sentido negativo.
Extrato de Demonstrações Financeiras
............................................................................................................................................................................................
(Base: Demonstrações Financeiras consolidadas referentes a
31 de dezembro de 2008 e 2007, auditadas pela Therco Grant
Thornton Auditores Independentes e publicadas sem ressalvas).
R$ mil
Extrato de Passivo
Depósitos
Captações no mercado aberto
Empréstimos e repasses
Obrigações de T.V.M. no exterior
Patrimônio Líquido
Passivo Total
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
1.234.966
2.525.108
1.313.738
1.484.336
137.130
21.846
17.368
35.195
10.817
161.281
1.029.012
894.720
65.356
0
0
0
318.573
854.231
858.563
851.044
1.859.192
4.035.625
4.510.095
4.473.044
R$ mil
Extrato do Ativo
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
Aplicações Interfinanceiras de Liquidez
288.524
297.753
357.718
555.145
T.V.M. + Derivativos
554.854
793.721
840.726
678.467
Operações de crédito
914.738
2.616.232
2.760.975
2.752.736
Permanente
Ativo Total
57.410
63.768
73.723
69.448
1.859.192
4.035.625
4.510.095
4.473.044
37
R$ mil
Extrato do Demonstrativo de Resultados
Dez/06
Dez/07
Jun/08
Jun/09
Receitas da intermediação financeira
520.503
1.222.684
482.537
474.753
Despesas da intermediação financeira
280.686
909.151
307.060
292.608
13.790
37.594
25.372
56.753
239.817
313.533
175.477
182.145
Provisões para créditos de liquidação duvidosa
Resultado bruto da intermediação financeira
Receitas de prestação de serviços
7.201
28.633
8.863
16.800
Despesas de pessoal
52.476
81.229
34.046
36.530
Outras despesas administrativas
48.163
55.929
21.575
30.731
-49.434
-87.007
-38.870
-114.227
83.125
117.539
79.666
1.283
-71
3.079
1.565
-1.864
75.634
92.201
55.782
12.646
Outras receitas/despesas operacionais
Resultado Operacional
Resultado não Operacional
Lucro Líquido
INDICADORES DE DESEMPENHO
ADEQUAÇÃO DO CAPITAL (%)
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
Capitalização
20,7
26,9
23,5
23,5
Concentração em Crédito
50,8
65,9
62,2
62,5
2,9
3,1
3,2
3,2
22,9
22,0
19,8
20,7
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
15,0
8,0
33,9
18,0
Liquidez Corrente
124,1
95,3
147,9
146,8
Liquidez Imediata
63,4
32,6
69,4
78,9
QUALIDADE DO ATIVO (%)
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
Inadimplência (> 60 dias)
1,0
0,3
0,9
1,5
Provisionamento
2,2
1,2
2,0
3,2
Comprometimento do PL (> 60 dias)
2,7
0,8
2,7
4,4
Alavancagem em Crédito (x)
Índice da Basiléia
LIQUIDEZ (%)
Encaixe
CUSTO (%)
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
Intermediação
10,8
8,8
24,9
16,2
Eficiência
53,7
40,7
40,1
33,8
Custo Total
15,3
12,2
29,0
20,4
RENTABILIDADE (%)
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
Margem Bruta
40,1
45,5
25,1
37,1
Rentabilidade sobre PL final
14,2
8,9
10,7
3,0
2,4
1,9
2,0
0,6
Retorno sobre Ativo
Carteira de Crédito
............................................................................................................................................................................................
R$ milhões
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
Total de Crédito
914.738
4.986.629
2.760.975
2.752.736
Risco nível AA
120.020
283.513
274.816
247.153
Risco nível A
247.374
1.302.609
1.744.487
1.330.139
Risco nível B
476.806
855.207
491.102
769.727
Risco nível C
58.123
154.135
172.899
261.015
Risco nível D
138
4.990
27.889
47.371
Risco nível E
10
6.052
12.634
36.050
38
R$ milhões
Dez/06
Dez/07
Dez/08
Jun/09
12
1.919
8.782
15.946
Risco nível G
5
1.132
5.843
12.903
Risco nível H
12.250
6.675
22.523
32.432
Total de Créditos em Atraso
20.044
43.648
102.108
88.859
Provisão Constituída
20.026
30.430
56.403
87.166
0
0
0
0
20.026
30.430
56.403
87.166
0,99
0,70
0,55
0,98
1 a 30 dias
31 a 180 dias
181 a 360 dias
Acima de 360 dias
8.927
-
-
-
Aplicações interfinanceiras de liquidez
518.241
20.596
16.308
-
Títulos e valores mobiliários
120.153
126.781
31.902
399.631
Risco nível F
Provisão Adicional
Provisão Total
Cobertura: Provisão Total/ Créditos em Atraso
R$ mil
LIQUIDEZ – Balanço Patrimonial por Prazos 06/09
Disponibilidades
Operações de crédito e arrendamento mercantil
289.540
797.186
361.979
1.197.627
1.122.211
1.019.487
459.761
1.802.137
202.256
524.658
306.81
450.612
Captação no mercado aberto
35.195
-
-
-
Aceites e emissão de títulos
54.184
-
-
-
Obrigações por empréstimos
42.129
21.869
7.365
213.774
TOTAL DO ATIVO
Depósitos
Obrigações por repasses
110.782
8.205
14.313
476.283
TOTAL DO PASSIVO
634.104
688.703
448.821
1.849.850
39
Classificação da Austin Rating - Solidez Financeira
............................................................................................................................................................................................
AAA
O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional.
Normalmente trata-se de grandes instituições, dotadas de
negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual
e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem,
contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do
banco. O risco é quase nulo.
AA
O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente.
São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa
situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e
setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.
A
O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação
financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial
pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento
do banco. O risco é muito baixo.
BBB
O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada.
Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação
mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta
algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do
banco. O risco é baixo.
B
O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setoriais,
que pode afetar as condições intrínsecas de funcionamento do
banco. O risco é médio.
CCC
O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual
assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande
às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar
as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco
é alto.
CC
O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual
assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito
grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é muito alto.
C
O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão limitadas por
um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável
valor; condições financeiras deficientes; e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.
BB
O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas vulneráveis às
condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar
as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco
é médio.
Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating.
Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável
ou inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do
emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde
é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.
As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas
neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em
recomendação de investimento para todos os efeitos. Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse:
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transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Austin Rating Serviços Financeiros Ltda.
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(11) 2176-3992
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Jd. Madalena 13091-611
(19) 3707-4420
Av. Dr. João Guilhermino, 429 - Sl. 136
Centro - 12210-131
(12) 3923-7410
Av. Pres. Vargas, 2001 Cj.187
Alto da Boa Vista 14020-260
(16) 2132-7900
Av. Rio Branco, 134A
Centro 20040-002
(21) 3970-8500
Av. do Contorno, 6165
Savassi 30110-039
(31) 3228-4700
Curitiba PR
R. Benjamin Lins, 935
Batel 80420-100
(41) 3310-8300
Av. Carlos Gomes, 141 Cj.308
Auxiliadora 90480-003
(51) 2103-3900
Rua 09, 558 F-04 Lote 45 4ºandar
74110-100
(62) 4005-0500
R. das Alfazemas, 761 Cj.802/803
41820-710
(71) 3176-6300
Av. Santos Dumont, 2626 Loja 15
Aldeota 60150-161
(85) 3535-5300
R. Antonio Lumack do Monte, 128 Cj. 801
Boa Viagem 51020-350
(81) 3087-3600
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