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X Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
Processo e Desenvolvimento Tipográfico inserido no curso de
Design
Rafael Weiblen dos Santos, Nathália Rosa Braga, Samantha Rosa da Rosa, Guilherme Gagliardi,
Roberta de Castilhos Zanette, Evelise Dambros da luz , Heli Meurer (orientador)
Centro Universitário Ritter dos Reis
Resumo
Introdução
A tipografia é resultado de uma evolução lenta e gradual da escrita e ao longo do
tempo vem sofrendo um processo de idealização, como defende Robert Bringhurst: “A
proposta original da tipografia era simplesmente a de copiar. A tarefa do tipógrafo era imitar a
mão do escriba para permitir uma replicação rápida e exata (...). Mas a tarefa do tipógrafo
mudou muito pouco: continua sendo a tarefa de conferir ilusão de velocidade e vitalidade
sobre-humanas - e de paciência e precisão sobre-humanas – à mão que escreve. A tipografia
não passa disso: escrita idealizada.”
Essa idealização é parte do exercício constante de adaptação da tipografia a uma de
suas principais funções: a de traduzir a linguagem a fim de registrar, transmitir e informar o
conhecimento, conforme definição de Bringhurst: “Assim como a oratória, a música, a dança,
a caligrafia – como tudo que empresta sua graça à linguagem - , a tipografia é uma arte que
pode ser deliberadamente mal utilizada. É um ofício por meio do qual os significados de um
texto (ou sua ausência de significado) podem ser clarificados, honrados e compartilhados, ou
conscientemente disfarçados.”
Para que a tipografia possa cumprir esse papel, é exigido do Designer de Tipos um
grande conhecimento da forma, rigor e técnicas especificas desta área de atuação.
Ano após ano, o Brasil vem desenvolvendo uma cultura tipográfica, onde cada vez
mais designers adentram no mercado, atingindo um grau de excelência comparável a de
outros profissionais de outros países, mas infelizmente o caminhos dos tipógrafos nacionais é
árduo, pois existem poucas referencias bibliográficas genuinamente Brasileiras.
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A popularização ocasionada pela tipografia digital causou uma transformação em toda
a estrutura do desenvolvimento tipográfico. Com a substituição das antigas e complexas
fundidoras de tipos móveis por “fundidoras digitais” que utilizam softwares com estruturas de
trabalho simples, as possibilidades e o interesse pela tipografia são impulsionados. Com essa
crescente demanda por conhecimentos específicos de projeto tipográfico, como contribuir de
maneira consistente para o exercício da prática de desenho de letras e para o desenvolvimento
de uma cultura tipográfica nacional?
Este artigo é de natureza investigativa e se relaciona com a linha de pesquisa Design e
Educação, uma vez que se caracteriza pela produção e aplicação do conhecimento adquirido
para a Graduação e Pós-Graduação em Design e consiste no estudo do processo e das técnicas
utilizadas para a criação e o desenho de letras, colocando-as em prática para avaliação e
análise.
A reunião desse material e o seu detalhamento, bem como suas conclusões, irá
constituir um manual sistematizado e objetivo, que fornecerá as informações necessárias para
iniciantes no desenvolvimento tipográfico.
Metodologia
O processo de desenho de letras contém características próprias que influenciam no
seu desenvolvimento, e a investigação destas características irá ajudar a constituir material
original deste conhecimento específico.
Esta pesquisa terá as seguintes etapas principais:
1) Inventário do material bibliográfico sobre o assunto, quando serão utilizados os
procedimentos de definição e delimitação do problema; levantamento bibliográfico; revisão
da literatura com redação compilatória, triagem dos materiais obtidos, identificação dos
exercícios e testes a serem reproduzidos;
2) Entrevistas e comparações baseadas em estudos, métodos e processos já conhecidos;
3) Discussão dos resultados parciais e elaboração de manual prático de construção de
conjuntos de caracteres tipográficos;
4) Estudo e organização dos resultados;
5) Confecção de material didático, de consulta, seminários e publicações.
Resultados Parciais
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A pesquisa se encontra em andamento, com previsão de conclusão em janeiro de 2010,
com a publicação de um manual gratuito sobre o processo e desenvolvimento tipográfico. As
investigações que vêm sendo feitas revelam uma deficiência em materiais bibliográficos
relacionados a metodologias de projeto para a construção de um conjunto de caracteres. A
alternativa encontrada para suprir a escassez desse tipo de material se dá buscando no desenho
das letras, na caligrafia, assim como em livros de autores consagrados como Adrian Frutiger,
e outros mais recentes como Buggy, que descrevem processos, delimitações, definições e
geometrias, traçando assim, caminhos para desenhar uma boa tipografia.
Referências
BRINGHURST, Robert. Elementos do Estilo Tipográfico. São Paulo: Ed. Cosac &
Naify. 2005
ROCHA, Cláudio. Projeto Tipográfico : análise e produção de fontes digitais. São Paulo: Rosari, 2002.
NIEMEYER,lucy. Tipografia : uma apresentação. Rio de Janeiro : 2AB, 2000.
FRUTIGER, Adrian. Sinais e símbolos : desenho, projeto e significado. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
LUPTON, Ellen, Pensar com tipos. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
COUTO, José F, Manual de Desenhos de Letras. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint S.A,1961.
SOUTIER, Velcy, Letras & Cartazes. Porto Alegre: Mercado Aberto,1991.
MARTIN, Judy. Guia completa de caligrafia: técnicas y materiales. Madrid, ES : Blume, 1985.
BUGGY. MECOTipo, Método de Ensino de Desenho Coletivo de Caracteres Tipográficos. Pernanbuco.
Tipos do acaso. 2007.
ROCHA, Cláudio. Tipografia comparada : 108 fontes clássicas analisadas e comentadas. São Paulo :
Rosari, 2004.
X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
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