2333 X Salão de Iniciação Científica PUCRS Processo e Desenvolvimento Tipográfico inserido no curso de Design Rafael Weiblen dos Santos, Nathália Rosa Braga, Samantha Rosa da Rosa, Guilherme Gagliardi, Roberta de Castilhos Zanette, Evelise Dambros da luz , Heli Meurer (orientador) Centro Universitário Ritter dos Reis Resumo Introdução A tipografia é resultado de uma evolução lenta e gradual da escrita e ao longo do tempo vem sofrendo um processo de idealização, como defende Robert Bringhurst: “A proposta original da tipografia era simplesmente a de copiar. A tarefa do tipógrafo era imitar a mão do escriba para permitir uma replicação rápida e exata (...). Mas a tarefa do tipógrafo mudou muito pouco: continua sendo a tarefa de conferir ilusão de velocidade e vitalidade sobre-humanas - e de paciência e precisão sobre-humanas – à mão que escreve. A tipografia não passa disso: escrita idealizada.” Essa idealização é parte do exercício constante de adaptação da tipografia a uma de suas principais funções: a de traduzir a linguagem a fim de registrar, transmitir e informar o conhecimento, conforme definição de Bringhurst: “Assim como a oratória, a música, a dança, a caligrafia – como tudo que empresta sua graça à linguagem - , a tipografia é uma arte que pode ser deliberadamente mal utilizada. É um ofício por meio do qual os significados de um texto (ou sua ausência de significado) podem ser clarificados, honrados e compartilhados, ou conscientemente disfarçados.” Para que a tipografia possa cumprir esse papel, é exigido do Designer de Tipos um grande conhecimento da forma, rigor e técnicas especificas desta área de atuação. Ano após ano, o Brasil vem desenvolvendo uma cultura tipográfica, onde cada vez mais designers adentram no mercado, atingindo um grau de excelência comparável a de outros profissionais de outros países, mas infelizmente o caminhos dos tipógrafos nacionais é árduo, pois existem poucas referencias bibliográficas genuinamente Brasileiras. 2334 A popularização ocasionada pela tipografia digital causou uma transformação em toda a estrutura do desenvolvimento tipográfico. Com a substituição das antigas e complexas fundidoras de tipos móveis por “fundidoras digitais” que utilizam softwares com estruturas de trabalho simples, as possibilidades e o interesse pela tipografia são impulsionados. Com essa crescente demanda por conhecimentos específicos de projeto tipográfico, como contribuir de maneira consistente para o exercício da prática de desenho de letras e para o desenvolvimento de uma cultura tipográfica nacional? Este artigo é de natureza investigativa e se relaciona com a linha de pesquisa Design e Educação, uma vez que se caracteriza pela produção e aplicação do conhecimento adquirido para a Graduação e Pós-Graduação em Design e consiste no estudo do processo e das técnicas utilizadas para a criação e o desenho de letras, colocando-as em prática para avaliação e análise. A reunião desse material e o seu detalhamento, bem como suas conclusões, irá constituir um manual sistematizado e objetivo, que fornecerá as informações necessárias para iniciantes no desenvolvimento tipográfico. Metodologia O processo de desenho de letras contém características próprias que influenciam no seu desenvolvimento, e a investigação destas características irá ajudar a constituir material original deste conhecimento específico. Esta pesquisa terá as seguintes etapas principais: 1) Inventário do material bibliográfico sobre o assunto, quando serão utilizados os procedimentos de definição e delimitação do problema; levantamento bibliográfico; revisão da literatura com redação compilatória, triagem dos materiais obtidos, identificação dos exercícios e testes a serem reproduzidos; 2) Entrevistas e comparações baseadas em estudos, métodos e processos já conhecidos; 3) Discussão dos resultados parciais e elaboração de manual prático de construção de conjuntos de caracteres tipográficos; 4) Estudo e organização dos resultados; 5) Confecção de material didático, de consulta, seminários e publicações. Resultados Parciais 2335 A pesquisa se encontra em andamento, com previsão de conclusão em janeiro de 2010, com a publicação de um manual gratuito sobre o processo e desenvolvimento tipográfico. As investigações que vêm sendo feitas revelam uma deficiência em materiais bibliográficos relacionados a metodologias de projeto para a construção de um conjunto de caracteres. A alternativa encontrada para suprir a escassez desse tipo de material se dá buscando no desenho das letras, na caligrafia, assim como em livros de autores consagrados como Adrian Frutiger, e outros mais recentes como Buggy, que descrevem processos, delimitações, definições e geometrias, traçando assim, caminhos para desenhar uma boa tipografia. Referências BRINGHURST, Robert. Elementos do Estilo Tipográfico. São Paulo: Ed. Cosac & Naify. 2005 ROCHA, Cláudio. Projeto Tipográfico : análise e produção de fontes digitais. São Paulo: Rosari, 2002. NIEMEYER,lucy. Tipografia : uma apresentação. Rio de Janeiro : 2AB, 2000. FRUTIGER, Adrian. Sinais e símbolos : desenho, projeto e significado. São Paulo: Martins Fontes, 2001. LUPTON, Ellen, Pensar com tipos. São Paulo: Cosac Naify, 2006. COUTO, José F, Manual de Desenhos de Letras. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint S.A,1961. SOUTIER, Velcy, Letras & Cartazes. Porto Alegre: Mercado Aberto,1991. MARTIN, Judy. Guia completa de caligrafia: técnicas y materiales. Madrid, ES : Blume, 1985. BUGGY. MECOTipo, Método de Ensino de Desenho Coletivo de Caracteres Tipográficos. Pernanbuco. Tipos do acaso. 2007. ROCHA, Cláudio. Tipografia comparada : 108 fontes clássicas analisadas e comentadas. São Paulo : Rosari, 2004. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009