GA Angola Seguros S.A. Análise dos Seguros em Angola Março de 2010 Classe de segurança Escala de avaliação Moeda Avaliação Monitorização da avaliação Válida até Capacidade de pagamento de sinistros Nacional Kwanza A- Positivo 03/2011 Análise racional da avaliação Informação financeira: (US$m Comparação) KZ/US$ (média) KZ/US$ (fecho) Total de activos Total de capital Caixa e equiparados Prémios brutos processados Resultado de subscrições Lucros líquidos depois de impostos Fluxo de caixa operacional 31/12/08 75.16 75.16 20.7 6.4 9.5 31/12/09 78.17 89.40 54.6 8.8 15.3 24.3 52.6 1.9 4.5 0.9 2.4 n.a. n.a. Capit. do mercado Quota do mercado* n.a. 18% * Com base na estimativa para o mercado de seguros "não petrolífero" a 31 de Dezembro de 2009. Princípios Fundamentais: A GA Angola Seguros S.A. (GA Angola) é detida a 49.9% pela companhia holding de investimentos internacionais, a Global Alliance Holdings, e quatro investidores angolanos locais. A companhia iniciou a sua actividade em Angola em meados de 2005, subscrevendo principalmente riscos comerciais. A sua sede está situada em Luanda, com algumas filiais espalhadas por regiões importantes do país. A GA tem plenas capacidades operacionais e conta ainda com o apoio dos conhecimentos técnicos do grupo. Pessoa a Contactar na GCR: Marc Joffe +2711 784-1771 [email protected] Website: www.globalratings.net A avaliação baseia-se nos seguintes factores-chave: A GA Angola tem crescido rapidamente, tendo-se tornado uma das principais seguradoras no mercado angolano, apoiada por elevados níveis de serviço, forte marca comercial, e um alto nível de apoio ao cliente (que inclui algumas das principais companhias angolanas) e aceitação de corretor. No entanto, reconhecem-se os riscos associados a este crescimento, particularmente o impacto negativo na solvência, o que tem consistentemente diminuído desde o seu pico em F07. As medidas de retenção de liquidez são consideradas satisfatórias, embora se espere a sua diminuição a médio prazo em consonância com uma correcção da estratégia de investimento, de modo a incluir propriedade. Não obstante os lucros de subscrição desde F07, os padrões de sinistros evidenciaram uma tendência bastante volátil desde a formação da empresa, havendo um impacto na precisão de previsão (embora esta situação esteja a melhorar). Além disso, os custos relativos à gestão são considerados elevados. Registou-se a concentração da carteira de seguros da GA, caracterizada pela dependência significativa do ramo automóvel e, em menor grau, do seguro de acidentes de trabalho. Solvência e liquidez O total das participações dos accionistas em F09 aumentou 64%, totalizando KZ790m. Porém, após um crescimento comparativamente mais forte dos prémios líquidos (106%), a margem de solvência internacional desceu ao seu nível mais baixo em três anos, atingindo 36%, dos 45% em F08. De igual modo, o quociente da base financeira registou um valor mais baixo, 60%, em F09 (F08: 63%). O programa de resseguros de excedentes de sinistros limita a retenção líquida máxima da seguradora, tanto com base no risco como com base no evento, a US$250.000 (cerca de 3% do capital base do final do ano financeiro, ou FYE09). As disponibilidades líquidas e os depósitos a curto prazo registaram um crescimento significativo de 91%, para KZ1.4bn em F09. Este facto levou a uma grande melhoria nos indicadores-chave de liquidez, com a cobertura de sinistros em numerário aumentando de 20 para 23 meses em F09. A maior parte das disponibilidades líquidas é mantida em dólares americanos, pois as apólices e os sinistros são na maioria apresentadas em dólares. This document is confidential and issued for the information of clients only. It is subject to copyright and may not be reproduced in whole or in part without the written permission of Global Credit Rating Co. (”GCR”). 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O petróleo bruto representa cerca de 83% do PIB, 95% das exportações e 83% das receitas do governo. Os diamantes constituem a maioria das restantes exportações angolanas, com uma produção anual de 6 milhões de carates. Contudo, o preço dos diamantes também registou uma redução substancial na sequência da recessão mundial. Devido à subsequente queda das receitas petrolíferas e outras em 2009, a economia angolana conheceu um acentuado abrandamento económico. O PIB real cresceu uns muito modestos 0.2% em 2009, após diversos anos de crescimento de dois dígitos. No entanto, prevê-se uma recuperação em 2010, à medida que as flutuações do preço do petróleo se atenuam e cresce a actividade económica em sectores não petrolíferos. Apesar do abrandamento económico, a inflação aumentou para 14% em 2009, devido à subida dos preços dos produtos alimentares e dos custos de transporte. Para combater esta situação, a taxa de redesconto estabelecida pelo banco central angolano aumentou para 25% no primeiro trimestre de 2009, de um nível anteriormente estável de 19.6% (desde 2007). Embora considerada elevada, situa-se bem abaixo dos 150% em 2003 e dos 95% em 2005. A moeda nacional (o Kwanza) desvalorizou 19% em 2009, encerrando o ano a KZ89.4/US$ e, desde então, desvalorizou ainda mais para cerca de KZ93/US$ em 31 de Março de 2010. Quadro 1: Indicadores económicos Crescimento real do PIB (%) PIB per capita (US$) Inflação (%) População (milhões) 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 3.3 11.2 20.6 959 1,322 1,988 98.3 43.6 23.0 14.6 15.0 15.4 18.6 2,847 13.3 15.9 20.3 3,629 12.2 16.3 13.2 0.2 5,054 4,862 12.5 14.0 16.8 17.5 Fonte: FMI e Banco Mundial A médio e a longo prazo, as perspectivas económicas de Angola são positivas, apoiadas por sólidos acordos comerciais com Portugal, China e Brasil, assim como pelo investimento permanente estarngeiro. No entanto, os principais desafios a enfrentar continuam a ser a redução da pobreza, um melhor acesso a serviços básicos, e o contínuo desenvolvimento dos sectores não petrolíferos. A respeito deste último factor, recentemente foram feitos alguns progressos, particularmente com a aprovação de uma lei em 2009 que regula a produção dos biocombustíveis. Além disso, em Setembro de 2009, Angola anunciou a intenção de começar a plantar cana-de-açúcar pela primeira vez me mais de 30 anos como parte de um projecto direccionado para os biocombustíveis no valor de de US$220m. Global Credit Rating Co. – Angola Insurance Credit Rating Report Em Novembro de 2009, no seguimento de diligências feitas pelo governo angolano no sentido de aumentar a transparência das receitas petrolíferas, o FMI aprovou um acordo de crédito ascendendo a US$1.4 bil para 27 meses visando ajudar Angola durante a crise económica mundial. As respectivas condições dependem de uma taxa de câmbio disciplinada, da redução do défice fiscal primário não petrolífero e da implementação de medidas adequadas para salvaguardar o sector financeiro. Ambiente concorrencial O mercado de seguros angolano é composto por sete companhias, a maioria das quais penetrou muito recentemente nele, tendo obtido as suas licenças em 2005 e 2006. Uma nova seguradora nacional, a Garantia Seguros, entrou no mercado em 2009. A maior seguradora é a AAA (entidade parcialmente privada e parcialmente estatal, através da companhia petrolífera SONANGOL EP, detida pelo Estado a 100%), cuja actividade se exerce sobretudo no sector petrolífero e outros com ele relacionados (calculada em mais de US$500m), e que detém um monopólio virtual neste mercado extremamente rentável. Estes prémios são, na sua maioria, objecto de resseguro nos agrupamentos petrolíferos mundiais. O mercado de seguros privado não prevê participar nesta actividade, pelo que tem coordenado os seus esforços de marketing no mercado não petrolífero. A Empresa Ncional de Seguros e Resseguros de Angola (ENSA) é a segunda maior seguradora em Angola, centrando as suas intervenções em projectos financiados pelo governo (noutros sectores que não o petrolífero). Com o apoio de uma forte marca comercial, relações de longa data com os clientes e níveis de serviço excelente, a GA tem mantido com sucesso a sua trajectória de forte crescimento no mercado de seguros não petrolífero, adquirindo cerca de 18% da quota de mercado nos cinco anos desde a sua formação, tornando-a a terceira maior seguradora em Angola por receitas decorrentes dos prémios. A mediação de seguros em Angola, em geral não regulamentada, inclui 6 corretores de seguros licenciados. Os custos iniciais de constituição são proibitivos, atendendo a que, para obterem uma licença, os corretores globais de seguros e resseguros precisam de um capital de arranque de US$200.000, os corretores de seguros de US$50.000 e os agentes de US$10.000. Não há companhias de resseguro locais em Angola, apesar do facto de as transacções de resseguro se efectivarem de forma relativamente livre de regulamentação pelas autoridades de supervisão (não há nenhumas cessões obrigatórias aplicadas de forma activa no mercado e nenhuns níveis de retenção mínimos legislados). A partir do dia 1 de Fevereiro de 2010, todos os proprietários de veículos são obrigados a ter seguro de responsabilidade civil automóvel. Este requisito deverá melhorar as perspectivas de crescimento no que diz respeito ao seguro automóvel, visto que apenas cerca de 20% dos condutores existentes estão actualmente segurados. Além disso, cerca de 15.000 novos carros entram no mercado todos os meses. Embora isso seja positivo para a GA a nível das perspectivas de crescimento, fica registada a maior exposição a esta classe de seguros. Diversificação de riscos A maior parte da actividade da GA provém do sector comercial, representando um valor mais elevado, de 93%, dos prémios brutos emitidos em F09 (F08: 90%). Isto decorre do forte crescimento resultante dos clientes multinacionais existentes, assim como da aceitação de diversos outros grandes riscos empresariais. Embora o principal cliente representasse um valor relativamente elevado, 7.5% dos prémios brutos emitidos (F08:10%), aponta-se a relação de longa data da seguradora com esta companhia (incluindo noutros mercados). Os outros clientes de grande dimensão representam menos de 4% dos prémios brutos emitidos. Não obstante o facto de o segmento comercial representar a maior fatia da carteira da seguradora, uma grande porção destas companhias prefere lidar directamente com a GA, e as actividades directas representam aproximadamente metade do total das receitas provenientes de prémios em F09. Contudo, os corretores desempenham um papel importante na obtenção de seguros para a seguradora, especificamente os principais actores no mercado de corretagem (a saber, a Angorisk, a JLT Risk Solutions e a AON Angola). Prevê-se que o aumento de iniciativas de marketing dirigidas ao mercado de seguros para particulares conduza a um componente de seguros individuais no futuro, ao mesmo tempo que isso irá também melhorar a carteira de seguros directos, atenuando desse modo um pouco a dependência dos corretores. Prevê-se que estes objectivos sejam alcançados através das seguintes medidas: Uma expansão das filiais (das 3 actualmente existentes) em diversas regiões importantes em Angola. Parcerias estratégicas com instituições bancárias e o Shoprite, com vista a oferecer produtos financeiros de venda livre. A seguradora celebrou acordos com vários concessionários de automóveis, com o intuito de obter seguros contra terceiros em favor da GA após a venda de automóveis. Os prémios brutos emitidos aumentaram uns expressivos 125%, atingindo KZ4.1bil em F09, 20% dos quais diziam respeito a programas mundiais. Assim, exlcuindo estas disposições, os prémios brutos emitidos aumentaram aproximadamente 80%, totalizando KZ2.3bil. Embora o ramo de seguros de incêncio tenha registado um aumento de 36% dos prémios brutos durante F09, este valor foi inferior ao nível de crescimento conseguido no seguro automóvel, seguro de acidentes de trabalho e seguro de engenharia, que conheceram uma quase duplicação Global Credit Rating Co. – Angola Insurance Credit Rating Report dos prémios brutos emitidos (apoiados pelo forte crescimento sustentado da economia angolana). O crescimento relativamente modesto, juntamente com uma posição mais conservadora no que diz respeito às subscrições, (tendo a retenção descido de 18% para 8%, em parte devido a alguns acordos de fronting de pequena dimensão inteiramente ressegurados) viu a carteira de seguros de incêndio integrar apenas 2% dos prémios líquidos emitidos, dos 7% em F08. As classes de seguro relativas à engenharia e responsabilidade civil estão substancialmente resseguradas, dado o típico elevado valor deste tipo de sinistros. Os seguros automóveis e de acidentes de trabalho continuam a dominar a carteira de seguros brutos, com 34% e 19%, respectivamente. Em termos líquidos, o seguro automóvel constituíu 59% dos prémios (F08: 58%), visto que estes riscos ficam, em larga medida, retidos. Anteriormente, apenas 35% dos seguros de acidentes de trabalho ficavam retidos, já que a GA preferia ressegurar uma grande parte dos prémios através de um acordo em quota-parte (para além de um tratado de excedentes de sinistros contemplando a cobertura de catástrofes). Para F09 e anos subsequentes, dados os padrões de sinistros historicamente baixos e geralmente pouco frequentes no que diz respeito ao seguro de acidentes de trabalho, a GA decidiu aumentar a sua exposição líquida a esta classe de seguros, reduzindo em conformidade o acordo em quota-parte (retendo 68% dos prémios líquidos em F09). Deste modo, os prémios líquidos emitidos referentes ao seguro de acidentes de trabalho aumentou 12 pontos percentuais, para 26%, em F09. A GA introduziu uma divisão de seguros médicos em F09 (que irá ser analisada mais pormenorizadamente a seguir), que estava excessivamente ressegurada e representava apenas 1.7% dos prémios líquidos emitidos. Quadro 2: Receitas provenientes de prémios (%) Seguro Automóvel Incêndio Engenharia Responsabilidade civil Seguro de acidentes de trabalho Seguro médico Diversos Total Prémios brutos emitidos F08 F09 32.0 34.0 20.0 14.1 13.4 13.2 6.9 6.6 20.3 19.1 n.a. 5.4 7.4 7.6 100.0 100.0 Prémios líquidos emitidos F08 F09 58.3 58.7 7.3 2.4 7.2 6.0 4.3 2.3 14.1 25.7 n.a. 1.7 8.8 3.2 100.0 100.0 * Com base nas contas de gestão Relativamente a F09, a GA firmou uma apólice mundial com a Halliburton (através da Lockton, corretora internacional), visando proteger a companhia contra danos materiais. Em Maio de F09, a Halliburton sofreu grandes prejuízos provocados por fogo decorrentes de uma falha eléctrica, traduzindo-se na perda total de um dos seus edifícios dedicados à administração e também armazéns. Os encargos brutos com sinistros totalizaram uns consideráveis US$25m (cerca de KZ2.3bil), comparado com um prémio anual de cerca de US$78.000. No entanto, este risco era objecto de resseguro a 100% facultativamente a nível internacional e, por conseguinte, a GA não era responsável por quaisquer pagamentos de sinistros. Os sinistros de elevado valor explicam a acentuada subida dos outros activos/passivos no mapa do balanço, imputáveis à parte dos resseguradores pagáveis à GA através do acordo de fronting. Excluindo os prejuízos anteriormente mencionados causados por fogo, o maior sinistro bruto ascendeu a KZ41m em F09, comparado com o maior sinistro líquido, no valor de KZ20m (2.5% do capital existentente no fim do ano financeiro ou FYE09). Quadro 3: Desempenho por classe (%) Seguro Automóvel Incêndio Engenharia Responsabilidade civil Seguro de acidentes de trabalho Seguro médico Diversos Total Sinistralidade absorvida F08 F09 56.2 56.0 11.4 81.2 12.1 5.8 3.1 31.0 29.9 25.0 n.a. 16.3 35.8 25.0 40.9 42.9 Margem de subscrição F08 F09 19.2 18.4 (16.9) (105.4) 14.8 8.8 29.0 (24.2) 19.4 37.7 n.a. (142.3) 17.3 16.6 16.3 15.4 * Com base nas contas de gestão Em geral, a carteira dos seguros de incêncios reflectiu uma perda de subscrição de KZ44m, comparada com uma perda anterior de KZ4m. Isto ficou a dever-se, em parte, ao aumento da frequência dos sinistros, com alguns sinistros relativamente elevados a afectarem a conta líquida da seguradora (o maior dos quais totalizou KZ14m líquidos), ao mesmo tempo que os níveis de retenção significativamente mais baixos viram os prémios adquiridos nesta classe serem reduzidos para metade. A carteira dominante de seguros automóveis manteve uma elevada rendibilidade em F09. Além de rigorosas medidas de subscrição, o controle dos sinistros conta com o apoio parcial de normas legais que favorecem as companhias de seguro, em particular a condição que os sinistros automóveis sejam participados no prazo de 8 dias após a sua ocorrência (permitindo, depois disso, a regularização dos sinistros a uma taxa mais baixa). A estratégia de uma retenção mais elevada a respeito do seguro de acidentes de trabalho referida anteriormente contribuíu para que esta classe reflectisse uma maior margem de lucro em F09. A classe dos seguros de engenharia continuou a reflectir um índice de sinistralidade insignificante, apoiando lucros de subscrição contínuos. Devido à conjugação dos sistemas existentes, e de questões relacionadas com a rede hospitalar e com os seus efectivos, a administração decidiu encerrar a divisão de seguros médicos ao fim de apenas um ano. Embora a seguradora seja só responsável por 10% das reclamações (mediante um acordo em quota-parte de 10/90), os elevados custos de arranque iniciais fizeram com que a carteira dos seguros médicos reflectisse uma perda de subscrição de KZ31m em F09. A administração prevê que as reclamações no âmbito deste seguro sejam encerradas até Junho de 2010. De modo geral, o índice de sinistralidade absorvido da seguradora tem seguido uma tendência imprevisível, embora este valor pareça estar a normalizar-se por volta dos 40%. Global Credit Rating Co. – Angola Insurance Credit Rating Report Resseguros O programa de resseguros da GA inclui tratados proporcionais e não proporcionais, assim como a utilização de resseguro facultativo relativamente a riscos específicos. A resseguradora líder em todos os tratados é a Munich Re (27.5%), a quem foi atribuída notação iternacional de investimento, e inclui ainda a Swiss Re, a Africa Re e a SCOR. Tratados proporcionais Quadro 4: Resseguro (US$) seguro de incêndio (20 ramos) Excedentes de seguro de engenharia (16 ramos) Excedentes de seguro de responsabilidade civil (5 ramos)* seguro de incêndio (20 ramos) 1m 20m Limite dos sinistros causados por perigos naturais 70m 1m 16m 55m 1m 4m n.a. Retenção Capacidade líquida do total do ressegurado tratado *Inclui seguro de responsabilidade civil geral, seguro de responsabilidade de inquilinos, seguro de responsabilidade civil, seguro de responsabilidade de produto, seguro de responsabilidade do empregador e responsabilidade civil perante terceiros. Tratados não proporcionais Um programa de excedentes de sinistros de âmbito geral (cobrindo seguros de incêndio, acidentes, responsabilidade civil, automóvel, engenharia, e marítimo – carga e cascos), estruturado em três camadas, cobre prejuízos que variam entre US$250.000 (F08: US$150.000) e US$10m (F08: US$12m). A exposição máxima da GA a qualquer risco ou sinistro individual ascende a KZ22m (F08: KZ11m), ou cerca de 3% do capital no final do ano financeiro, ou FYE09. A GA registou uma recuperação de resseguro de KZ640m em F09 (F08: saída de capital no valor de KZ143m), consequência directa do reembolso dos substanciais sinistros causados por fogo referidos anteriormente. Quadro 5: Compensações de resseguro (KZ’m) Prémio cedido Comissões recebidas Créditos cobrados Transferência líquida F07 357.1 (63.9) (342.8) (49.6) F08 761.1 (140.6) (477.4) 143.1 F09 1,923.6 (216.6) (2,346.6) (639.6) Solvência e reservas Na sequência de um terceiro aumento consecutivo dos lucros, a participação accionista total cresceu 64%, para alcançar um valor recorde de KZ790m durante o período de análise em FYE09. Embora esta situação seja encarada de forma favorável, o nível de acumulação de capital tem ficado aquém do crescimento dos prémios líquidos nos últimos 2 anos (F09: 106%; F08: 77%), conduzindo desse modo a uma margem de solvência internacional mais baixa, de 36%, em F09, comparado com 45% e 64% em F08 e F07, respectivamente. De igual modo, o quocienete da base financeira ficou registado em 60% em F09, valor inferior aos 63% de F08. Os fundos de seguro ascenderam a 24% dos prémios líquidos emitidos em F09 (F08: 18%). O valor total líquido pendente dos devedores excedendo 120 dias totalizou KZ72m em FYE09. Excluindo este valor do capital, a solvência internacional chegou aos 33% em F09. O valor mínimo da participação accionista das seguradoras está fixado actualmente em US$6m, devendo subir para US$10m até Julho de 2010 e para US$13m em 2013. A GA registou um capital social total de US$9.3m em FYE09, que entretanto aumentou para US$10.9m em 28 de Fevereiro de 2010. Apesar deste movimento, a administração confirmou que haverá uma injecção de US$700.000 num futuro próximo, o que levará a solvência (se aplicável retroactivamente a 31 de Dezmebro de 2009) a 39% (comparado com 36%). Gestão de activos A GA emprega uma estratégia de investimento conservadora, estando todos os seus investimentos colocados em activos líquidos de baixo risco em FYE09. No entanto, regista-se o facto de a administração se ter envolvido de forma oportunista numa transacção imobiliária, e dela ter saído, durante F09 (propriedade adquirida por US$390.000 e vendida por US$1m), que resultou num lucro de KZ52m. Assim, estimulados por fortes fluxos de caixa operacionais, a caixa e seus equiparados cresceram 91%, totalizando KZ1.4bil em F09 (US$15.3m). Deste montante, KZ944m estão categorizados como excedendo as necessidades operacionais, sendo utilizados para fins de investimento em contas de depósito à vista (call accounts) vencendo juros. A cobertura dos sinistros em numerário aumentou de 20 meses em F08 para 23 meses em F09. As disponibilidades líquidas em FYE09 estavam expressas sobretudo em moeda forte, particularmente em dólares americanos (84%), mantendo-se a maior parte do restante dinheiro em caixa em Kwanzas. Os investimentos líquidos estão bem distribuídos numa variedade de bancos angolanos, incluindo US$4.4m junto do Banco Milenium Angola, US$3m junto do Finibanco e US$2.4m no Banco Espírito Santo Angola. O retorno do investimento aumentou para 10.8% m F09, dos 4.4% registados em F08, em resultado das mais-valias conseguidas com a venda da propriedade referida acima. Além dos depósitos bancários que vencem juros, o mercado imobiliário angolano é encarado, de modo geral, como uma oportunidade de investimento. A GA continua a avaliar o mercado imobiliário com o intuito de proceder a um considerável investimento nos próximos 18 meses. A seguradora indicou que podia despender inicialmente cerca de metade das suas disponibilidades líquidas, ou à volta de US$7m, em propriedade imobiliária (particularmente terreno com direito à implantação de escritórios, para respectivo desenvolvimento). Embora a liquidez diminuísse substancialmente, foram tomados em consideração os retornos do investimento relativamente fortes gerados com acordos de locação (poe comparação aos depósitos bancários), assim como os riscos operacionais relacionados com o desenvolvimento da propriedade e respectiva locação. Global Credit Rating Co. – Angola Insurance Credit Rating Report Desempenho financeiro O desempenho financeiro da GA durante o período em análise está retratado no verso deste relatório e no breve comentário que que segue. Os prémios brutos emitidos cresceram uns expressivos 125%, ascendendo a KZ4.1bil em F09 (101% em dólares, totalizando US$46m), muito acima dos orçamentados KZ2.6bil (em parte devido aos acordos de fronting já referidos). Isto vem na sequência de um forte crescimento, de 90%, em F08. Incluído nos prémios brutos emitidos encontra-se o montante de KZ613m (F08: KZ330m) relacionado com as taxas de administração, cobradas para além dos prémios (uma convenção deste sector). Também está incluídq nos prémios brutos emitidos a quantia de KZ173m (F08: KZ81m) referente ao imposto de selo e à taxa do ISS, que são encargos adicionais aos prémios e às taxas de administração. Este montante é incorrido pelos clientes, sendo subsequentemente pago às autoridades relevantes (incluído noutras despesas). As cessões de resseguro aumentaram para 47% dos nos prémios brutos emitidos em F09 *F08: 42%), valor superior às projecções iniciais de cerca de 34% (principalmente devido aos programas globais). Por conseguinte, os prémios líquidos emitidos ficaram registados em KZ2.2bil, 106% acima do valor registado em F08. A transferência para fundos de seguro aumentou de forma suficiente para contemplar o crescimento da carteira de seguros. A GA registou prémios adquiridos no valor de KZ1.9bil em F09 (F08: KZ965m), comparado com o valor orçamentqeo de KZ1.7bil. Quadro 6: Demonstração de resultados (KZ’m) Prémios brutos emitidos Resseguro Prémios líquidos emitidos Prémios adquiridos Sinistros líquidos Comissão líquida Despesas de administração Resultado da subscrição Números reais F09 4,115.3 (1,923.6) 2,191.8 1,885.4 (728.4) (35.6) (767.9) 353.5 Orçamento F09 2,643.9 (896.8) 1,774.1 1,687.6 (646.0) (70.9) (513.8) 456.9 % do orçamento 155.7 214.5 123.5 111.7 112.8 50.2 149.5 77.4 Os sinistros brutos, incluindo a provisão para sinistros pendentes, aumentaram três vezes mais, totalizando KZ3.1bil em F09 (F08: KZ907m), impulsionados pelo já referido grande sinistro causado por fogo (no valor de US$25m, ou cerca de KZ2.2bil em termos brutos). Não obstante, a GA beneficiou de forma significativa da protecção por resseguro, totalizando cumulativamente KZ2.4bil (F08: KZ590m), ou 77% dos sinistros brutos (F08: 65%). Assim, o total de sinistros líquidos elevou-se 69% acima do valor de F08, com KZ728m, traduzindo-se numa redução de 6 pontos percentuais no índice de sinistralidade absorvida, para 39%. As despesas da administração subiram 88%, alcançando KZ768m. No entanto, este valor é inferior ao crescimento dos prémios adquiridos, apoiando um quociente inferior de despesas de 41%, comparado com os 42% de F08. Este montante compara-se com o valor orçamentado de KZ514m, consideravelmente inferior, ou 30% dos prémios adquiridos. A principal causa das despesas foram os vencimentos (visto que a companhia se preparou para responder ao forte crescimento de novos seguros) e as bonificações do pessoal que, em conjunto, se elevaram a KZ264m em F09 (F8: KZ172m), ou 34% das despesas totais (F08: 42%). A maior parte das outras rubricas de despesas estão relacionadas com os custos de TI, alugueres de escritórios e diversos benefícios pagos aos expatriados. De modo geral, com o apoio da melhoria já referida no que diz respeito aos sinistros e despesas relativas, a seguradora registou uma subida acentuada do excedente de subscrição, passando de KZ140m em F08 para KZ354m. A margem de subscrição ficou registada nuns saudáveis 19% em F09 (F08: 15%), embora abaixo das expectativas iniciais de cerca de 27% (ou um excedente de KZ457m). Na sequência dos rendimentos de investimento ascendendo a KZ112m (baseado no lucro referido anteriormente alcançado com a venda de um imóvel comprado e vendido em F09), das despesas líquidas de KZ173m (imposto de selo) e da tributação (KZ101m), a GA registou um lucro líquido depois de impostos de KZ191m (F08: KZ68m). Perspectivas futuras Os prémios brutos emitidos estão orçamentados em KZ7.8bil em F10, representando um aumento de 88% relativamente a F09. Este valor inclui a participação da GA num acordo referente a um substancial programa global no valor de US$25m (KZ2.3bil), celebrado em relação a uma das maiores empresas de construção do Brasil. O contrato está inteiramente ressegurado e oferece cobertura em diversos sub-ramos de responsabilidade civil. A administração confirmou que este contrato teve início em Abril de 2010 e que estará em vigor durante três anos, estando orçamentados mais US$30m em prémios brutos emitidos em F11 e F12. Excluindo este montante, estima-se que os prémios brutos emitidos sejam 34% mais elevados em F10, devido ao forte e contínuo crescimento do seguro automóvel (através da recente introdução do seguro contra terceiros), seguro de incêndio, seguro de engenharia e seguro de acidentes de trabalho. De modo geral, prevê-se que a retenção atinja os 39% em F10, valor muito inferior aos 53% registados em F09. No entanto, excluindo o acordo de fronting, a retenção representa 56%. Contra prémios adquiridos ascendendo a KZ2.8bil (mais 51% relativamente a F09), a seguradora espera registar um ligeiro aumento no índice de sinistralidade, subindo dos 39% registados anteriormente para 41%. Prevê-se que as despesas de administração sejam 36% mais elevadas, ascendendo a KZ1bil, devido a uma acentuada subida dos custos de aluguer de escritórios associados à futura mudança da GA para escritórios de maior dimensão em Junho de 2010 (de forma a acomodar o número crescente dos seus efectivos e a expansão das filiais). Relativamente aos prémios adquiridos, as despesas de administração estão orçadas 4 pontos percentuais abaixo do nível (de 41%) registado em F09. Além disso, toma-se em conta os substanciais pagamentos de bonificações que estão Global Credit Rating Co. – Angola Insurance Credit Rating Report excluídos dos orçamentos, fazendo desse modo subir as despesas gerais para um valor bastante superior às expectativas originais. Assim, a imprevisibilidade das despesas de administração poderá levar o resultado final a ficar aquém das expectativas iniciais, se não houver nenhuma surpresa. A solvência internacional está orçamentada em cerca de 40% em F10 (com base num capital de US$13.5m). Quadro 7: Demonstração de resultados (F10) (KZ’m) Prémios brutos emitidos Prémios líquidos emitidos Prémios adquiridos Sinistros pagos Comissão líquida Despesas de administração Resultado da subscrição Rácios (%) Retenção Prejuízo absorvido Comissão Despesa de administração Subscrição Solvência internacional Alo Seguros* 841.2 543.9 369.1 (73.0) (31.4) (126.1) 138.6 7,753.7 3,055.2 2,840.8 (1,163.7) (134.0) (1,041.0) 502.1 64.7 19.8 8.5 34.2 37.6 n.a. 39.4 41.0 4.7 36.6 17.7 39.8 Vida* Orçamento total 10.8 17.8 13.0 6.3 23.4 12.1 27.6 * Período de 2 meses findo em 28 de Fevereiro de 2010; os rácios relevantes são anualizados. Nota: Orçamento convertido recorrendo uma taxa de câmbio de Mt27:US$. Os valores desde o início do ano até à data excluem o acordo de fronting mencionado anteriormente. Os sinistros desde o início do ano até à data ascenderam a uns baixos 20% dos prémios adquiridos. Isso fica a dever-se, em parte, a algums retrocessões dos sinistros (contempladas na íntegra anteriormente) relacionadas com um incêndio ocorrido em Setembro de 2008, na sequência da aceitação, pelo cliente, de uma liquidação inferior à inicialmente apresentada. Além disso, uma grande transferência para a provisão para prémios não vencidos também distorceu os principais indicadores de eficiência. GA Angola Seguros S.A. (Kwanzas em milhões excepto conforme indicado) Exercício findo em 31 de Dezembro 2005* Demonstração dos Resultados Prémios brutos emitidos*** Prémios de resseguro Prémios líquidos emitidos (Aumento) / Diminuição dos fundos de seguro Prémios líquidos adquiridos Sinistros ocorridos Comissão Despesas de administração Lucro / (perda) de subscrição Receitas de investimento Outras receitas / (despesas)*** Tributação Receitas líquidas depois de impostos 36.1 (45.6) (9.4) (7.9) (17.3) (0.9) (0.1) (147.7) (166.0) 0.2 0.0 0.0 (165.8) Mais-valias / (perdas) cambiais não realizadas 2006 716.8 (366.1) 350.6 (78.3) 272.3 (169.2) (17.3) (178.1) (92.3) 1.3 0.0 0.0 (90.9) 2007 959.3 (357.1) 602.2 (18.4) 583.8 (136.6) 0.0 (186.8) 260.4 17.1 0.0 (14.4) 263.2 2008 1,826.1 (761.1) 1,065.0 (100.0) 965.0 (429.9) 13.0 (408.2) 139.8 24.5 (80.8) (15.5) 68.0 2009 4,115.3 (1,923.6) 2,191.8 (306.4) 1,885.4 (728.4) (35.6) (767.9) 353.5 111.7 (173.4) (101.3) 190.5 0.0 0.0 3.3 1.4 (2.4) Balanço Participação de accionistas*** Fundos de seguro Outro passivo Total do capital e do passivo 184.9 7.9 77.3 270.0 94.0 86.2 279.8 460.0 385.8 92.8 543.9 1,022.5 481.4 194.1 883.3 1,558.7 790.2 523.2 3,571.5 4,884.9 Activo imobilizado Caixa e depósitos a curto prazo Outro capital de exploração Total de activos 15.8 153.8 100.4 270.0 37.3 180.5 242.2 460.0 11.0 399.2 612.3 1,022.5 23.6 713.4 821.8 1,558.7 33.6 1,363.5 3,487.8 4,884.9 Principais indicadores Solvência / Liquidez Capitais accionstas / Prémios líquidos emitidos Base financeira Cobertura dos sinistros em numerário Fundos de seguro / Prémios líquidos emitidos Sinistros líquidos pendentes / Prémios líquidos emitidos Média de dias em dívida % % meses % % dias neg neg n.a. n.a. n.a. n.a. 26.8 51.4 12.8 24.6 n.a. 31.9 64.1 79.5 35.1 15.4 n.a. 89.2 45.2 63.4 19.9 18.2 43.3 77.9 36.1 59.9 22.5 23.9 30.8 73.6 Rentabilidade Retorno dos capitais próprios médios Retorno do investimento (média) % % n.a. n.a. (32.6) 0.8 68.2 5.9 7.8 4.4 15.0 10.8 Eficiência / Crescimento Crescimento dos prémios brutos emitidos Prémios objecto de resseguro / Prémios brutos emitidos Índice de sinistralidade adquirida Comissões / Prémios adquiridos Despesas de administração / Prémios adquiridos Resultado de subscrição / Prémios adquiridos Rácio comercial % % % % % % % n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 51.1 62.1 6.3 65.4 (33.9) 133.9 33.8 37.2 23.4 0.0 32.0 44.6 55.4 90.3 41.7 44.5 (1.3) 42.3 14.5 85.5 125.4 46.7 38.6 1.9 40.7 18.8 81.2 Rácio de Exploração Taxa de tributação efectiva Cobertura de dividendos % X n.a. n.a. 0.0 n.a. * Período de 7 meses ** Exclui imobilizações incorpóreas *** Inclui imposto de selo e taxa de ISS relativamente a F08 e 5.2 n.a. 18.6 n.a. 34.7 n.a.