1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ JOSÉ AFONSO CORRÊA DA SILVA AVALIAÇÃO DOS EFEITOS FARMACOLÓGICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE Chenopodium ambrosioides SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL Itajaí 2015 2 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS AREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS JOSÉ AFONSO CORRÊA DA SILVA AVALIAÇÃO DOS EFEITOS FARMACOLÓGICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE Chenopodium ambrosioides SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Orientador: Prof. Drª. Márcia Maria de Souza Co-orientadora: Prof. Drª. Angela Malheiros Itajaí, Março 2015 3 FICHA CATALOGRÁFICA S38a Silva, José Afonso Corrêa da, 1989Avaliação dos efeitos farmacológicos do óleo essencial de chenopodium ambrosioides sobre o sistema nervoso central / José Afonso Corrêa da Silva, 2015. 113f. ; il.; fig. Cópia de computador (Printout(s)). Dissertação (Mestrado) Universidade do Vale do Itajaí, Mestrado em Ciências Farmacêuticas. “Orientadora : Profª . Drª Márcia Maria de Souza” Bibliografia : p. 90-113p. 1. Química farmacêutica. 2. Produtos naturais. 3. Fitoterapia. 4. Estratos vegetais – Uso terapêutico. 5. Preparação de plantas. 6. Chenopodium ambrosioides. I. Título. CDU: 615.32 Josete de Almeida Burg – CRB 14.ª 293 4 Dedico esta dissertação a todos que me apoiaram, principalmente aos meus pais, Jadete Maria C. da Silva e Amarante C. da Silva, à minha esposa, Michele A. C. da Silva e a meu filho, o pequeno Joaquim que, com apoio constante, proporcionaram mais essa vitória. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho, especialmente: À minha orientadora, Drª Márcia Maria de Souza, exemplo de cientista e professora, que me ajudou a superar todas as adversidades e dificuldades, sempre entregando o que qualquer aluno há de querer, como atenção, carinho e responsabilidade. Certamente, o que aprendi fez-me crescer, não apenas como pesquisador mas, principalmente, como pessoa. À professora Drª Angela Malheiros, pela orientação que me foi dada quanto ao procedimento de obtenção do Óleo essencial e pelo respeito e companheirismo que sempre trata todos à sua volta. Aos alunos e colegas, Ana Elisa Gonçalves, Camila Cazarin, Fernando Lanziotti, Ruth Tomasoni Degenhardt e Iandra Holzmann, pela ajuda e dedicação no laboratório. Agradeço à Coordenação e Secretaria do Curso de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da UNIVALI, em especial à Drª Tania M. B. Bresolin, a Juliano e à Helenize, sempre prontos a ajudar. À minha colega, Maristela Girardi, que sempre me apoiou e incentivou, demonstrando o verdadeiro significado da amizade, vejo você como o maior exemplo de profissional e farmacêutico ético e apaixonado pela profissão. 6 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS FARMACOLÓGICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE Chenopodium ambrosioides SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL José Afonso Corrêa da Silva Orientação: Márcia Maria de Souza, Drª. Co-orientação: Angela Malheiros, Drª. Área de concentração: Produtos Naturais e Substâncias Sintéticas Bioativas. Chenopodium ambrosioides L. (Chenopodiaceae), popularmente conhecida como “Erva de Santa Maria” ou “Mastruz”, é uma das plantas utilizadas na medicina popular como agente vermífugo, antirreumático, anti-infeccioso, antitussígeno, analgésico e anti-inflamatório. Também tem sido reportado seu uso em patologias do SNC, sem a devida comprovação científica. No presente estudo, o óleo essencial da C. ambrosioides L. (OECA) foi investigado em diversos modelos farmacológicos “in vivo” sobre o sistema nervoso central (SNC). Foram utilizados camundongos Swiss Webster (25 a 30 g/ n=8-10, machos), em modelos como: modelo de ansiedade, teste do labirinto de cruz elevado (LCE); modelo de depressão, nado forçado (MNF); modelo de convulsão, induzida por pentilenotetrazol (MCP); modelo de sono induzido por barbitúrico (MSB); modelo de avaliação motora, o teste de campo aberto (TCA) e o Rotarod. Considerando que o efeito ansiolítico do OECA (50mg/kg, 100mg/kg, 150mg/kg, v.o.) no LCE, foi semelhante ao resultado obtido pelo tratamento com o diazepam (75mg/kg, i.p.), utilizou-se o mesmo aparato para testar as diversas vias de mecanismo de ação. Observou-se que, com o pré-tratamento com haloperidol (0,2mg/kg, i.p., antagonista dopaminérgico não seletivo), baclofeno (2,0mg/kg, i.p., antagonista de receptores GABAB), bicuculina (1,0mg/kg, i.p., antagonista de receptores GABAA) e flumazenil (3mg/kg, i.p., antagonista benzodiazepínico) ocorreu o bloqueio total do efeito do OECA (50mg/kg, v.o.) e parcial pelo pré-tratamento com pimozide (0,5mg/kg, i.p., antagonista D2), SCH23390 (0,5mg/kg, i.p., antagonista D1), quetanserina (5mg/kg, i.p., antagonista de receptores 5-HT2A/2C) e NAN-190 (0,5mg/kg, i.p., antagonista de receptores 5-HT1A), influenciando apenas o número de entradas nos braços do aparato. O OECA promoveu o aumento do tempo de sono e diminuição da latência para o mesmo no teste de sono induzido por barbitúricos (MSB), comprovando seu efeito hipnótico. Na avaliação do efeito do OECA sobre a depressão pelo modelo de MNF, não foi constatado uma diferença significativa nos grupos testados. Na avaliação do efeito do OECA sobre a convulsão (MCP), observou-se uma potencial proteção (150mg/kg, v.o.) dos camundongos, que corrobora com os resultados já obtidos. O conjunto de resultados demonstram que o óleo testado apresenta ação depressora do SNC, possivelmente através da via GABAérgica de transmissão, com influencia da via dopaminérgica e serotoninérgica, exibindo os efeitos clássicos da classe dos benzodiazepínicos, sugerindo que o óleo extraído de C. ambrosioides tem efeito hipnótico, anticonvulsivo e ansiolítico. Palavras-chave: Chenopodium ambrosioides, SNC, Óleo essencial. 7 EVALUATION OF THE PHARMACOLOGICAL EFFECTS OF THE ESSENTIAL OIL Chenopodium ambrosioides ON THE CENTRAL NERVOUS SYSTEM José Afonso Corrêa da Silva Orientation: Márcia Maria de Souza, Drª. Co-orientation: Angela Malheiros, Drª. Concentration area: Natural Products and Bioactive Synthetic Substances. Chenopodium ambrosioides L. (Chenopodiaceae), popularly known as "Herb of Saint Marie" or "Mastruz", is one of the plants used in traditional medicine as a vermifuge, antirheumatic, antiinfective, antitussive, analgesic and anti-inflammatory agent. Its use has also been reported in diseases of the CNS, though there is no proper scientific evidence of its effectiveness for this purpose. In the present study, the essential oil of C. ambrosioides L. (OECA) was investigated in several pharmacological models "in vivo" on the central nervous system (CNS). Swiss Webster mice were used (25-30 g / n = 8-10 males), in models such as: anxiety model, elevated plus maze test (EPM); model of depression, forced swimming (FSM); model of convulsion induced by pentylenetetrazol (MIP); model of sleep induced by barbituric (MSB); motor assessment model, the open field test (OFT) and the Rotarod test. Considering that the anxiolytic effect of OECA (50 mg/kg, 100 mg/kg, 150 mg/kg, v.o.) in the EPM was similar to the results obtained for treatment with diazepam (75 mg / kg, ip), the same device was used to test several routes of action mechanism. It was observed that pretreatment with haloperidol (0.2 mg/kg, i.p., non-selective dopamine antagonist), baclofen (2.0 mg / kg, i.p., antagonist of GABAB receptors), bicuculline (1.0 mg/kg, i.p., antagonist of GABAA receptors) and flumazenil (3 mg/kg, i.p., benzodiazepine antagonist) led to total blocking of the OECA effect (50mg/kg, v.o.), while pretreatment with pimozide (0.5 mg/kg, i.p., D2 antagonist), SCH23390 (0.5 mg/kg, i.p., D1 antagonist), ketanserin (5 mg/kg, i.p., antagonist of 5-HT2A/2C receptors) and NAN-190 (0.5 mg/kg, i.p., antagonist of 5-HT1A receptors) resulted in partial blocking, influencing only the number of entries to the arms of the plus maze. OECA promoted an increase in sleeping time and a decrease in sleep latency in the sleeping test induced by barbiturates (MSB), proving its hypnotic effect. In the evaluation of the effect of OECA on depression in the FSM model, no significant difference was observed between the tested groups. In the evaluation of the effect of OECA effect on convulsions (MIP), a potential protection of the mice was observed, confirming the results already obtained. Taken together, the results demonstrate that the tested oil presents depressant action on the CNS, possibly through the GABAergic pathway, and influences the dopaminergic and serotoninergic pathways, exhibiting the classic effects of the benzodiazepine class, such as lethargy and sleep, suggesting that the extracted oil of C. ambrosioides, has hypnotic, anticonvulsant and anxiolytic effects. Keywords: Chenopodium ambrosioides, CNS, essential oil. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: (A) Fotografia das partes aéreas da Chenopodium ambrosioides (B) Detalhamento da folha da C. ambrosioides......................................................... 22 Figura 2: Mecanismo de formação de ascaridol e outros monoterpenos no gênero Chenopodium. ..................................................................................................... 24 Figura 3: (A) Óleo essencial de C. ambrosioides; (B) Partes aéreas da Chenopodium ambrosioides..............................................................................................................35 Figura 4: (A) Cromatograma obtido por CG-FID (180ºc) do óleo essencial de Chenopodium ambrosioides (OECA); (B) Estrutura dos compostos majoritários presentes no óleo essencial. ............................................................................... 36 Figura 5: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a deambulação dos animais através do TCA. ........................................................ 39 Figura 6: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre o sistema motor de animais através do Rota rod. .................................................. 40 Figura 7: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a depressão através do MNF. ................................................................................ 41 Figura 8: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre o MSB. ............................................................................................................................ 42 Figura 9: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a convulsão induzida por PTZ. ............................................................................... 43 Figura 10: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a ansiedade através do LCE. ................................................................................. 44 Figura 11: Esquema representativo da investigação do mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA. ....................................................................... 45 Figura 12: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/kg), administrados pela via oral sobre os parâmetros: número de cruzamentos (crossing) (A) e número de levantadas (rearings) (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância anova seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo veículo. *** p < 0,001. ..................................................................... 49 Figura 13: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/kg), administrados pela via oral no teste do rotarod. Tempo de permanência dos animais no aparelho Rotarod (A) e número de quedas dos animais do aparelho (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à 9 análise de variância anova seguido pelo teste de Bonferroni. os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo veículo.. .................. 50 Figura 14: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/kg) e de diazepam (0,75 mg/kg), administrados pela via oral e intraperitoneal, respectivamente, no modelo LCE. Freqüência de entrada nos braços abertos (A), tempo de permanência nos braços abertos (B), freqüência de entradas nos braços fechados (C) e tempo de permanência nos braços fechados (D). cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância anova seguido pelo teste de bonferroni. os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo). *** p < 0,001. .................................................................................................................. 52 Figura 15: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/kg) e do diazepam (1 mg/kg), administrados pela via oral e intraperitoneal, respectivamente no MSB. Tempo de latência para o sono (A) e o tempo total do sono (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância anova seguido pelo teste de bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo). *** p < 0,001. ....................................................................................... 54 Figura 16: Efeito da administração de OECA (50, 100 e 150 mg/kg, v.o.) e da Imipramina (50 mg/kg, i.p.). Tempo de imobilidade (A), tempo de escalada (B), tempo de nado (C). cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância anova seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo). ** p < 0,01; *** p < 0,001. ..................................................................... 56 Figura 17: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/kg, v.o.) e de fenobarbital (50 mg/kg, i.p.), no modelo de convulsão induzida por ptz. a figura indica o tempo de latência para primeira crise convulsiva com PTZ. Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância anova seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo). *** p < 0,001............. 58 Figura 18: Efeito do pré-tratamento dos camundongos com ioimbina (1 mg / kg, ip, um antagonista α2-adrenérgico) e prazosina (1 mg / kg, ip, um antagonista α1adrenérgico) e OECA (50 mg / kg, v.o.), no modelo LCE. frequência de entradas nos braços abertos (A), tempo de permanência nos braços abertos (B). cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os valores são expressos como média ± S.E.M. (n = 8-10). *** p<0.001, em comparação com o grupo controle................................................................................................................ 60 10 Figura 20: Efeito do pré-tratamento dos camundongos com pimozide (0,5 mg / kg, i.p., antagonista de receptores dopamina d2), haloperidol (10µg/kg, i.p., antagonista não seletivo de receptores de dopamina), SCH23390 (0,5 mg / kg, i.p., antagonista de receptores de dopamina d1), metoclopramida (1mg/kg, i.p., antagonista de receptores 5HT3/d1) e OECA (50 mg / kg, v.o.), no modelo LCE. Frequência de entradas nos braços abertos (a), tempo de permanência nos braços abertos (b). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os valores são expressos como média ± s.e.m. (n = 8-10). *** p<0.001, em comparação com o grupo controle. ### p<0.001, comparação do grupo prétratados com antagonistas e o grupo tratado somente com oeca. ...................... 64 Figura 21: Efeito do pré-tratamento dos camundongos com bicuculina (1,0 mg / kg, i.p., antagonista de receptores gabaA), baclofeno (2,0 mg / kg, i.p., antagonista do receptor gabaB) e flumazenil (3mg/kg, i.p., antagonista dos benzodiazepínicos), diazepam (1mg/kg, i.p., agonistas gabaérgico) e OECA (50 mg / kg, v.o.), respectivamente, no modelo LCE. Frequência de entradas nos braços abertos (a), tempo de permanência nos braços abertos (b). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os valores são expressos como média ± s.e.m. (n = 8-10). *** p<0.001, em comparação com o grupo controle. ### p<0.001, comparação do grupo pré-tratados com antagonistas e o grupo tratado somente com OECA. (a) p<0.001, comparação do grupo pré-tratado com diazepam+flumazenil e o grupo tratado somente com diazepam. ...................... 66 Figura 22: Esquema representativo de possíveis sistemas de neurotransmissão afetados nos testes do OECA. ............................................................................ 80 11 LISTA DE ABREVIAÇÕES ADT – Antidepressivo tricíclico ATV – Área tegmental ventral α1-ARs - α1-adrenoreceptores AMPc - Monofosfato de adenosina cíclico BDNF – Fator neurotrófico derivado do cérebro BDZ – Benzodiazepínico CG-EM - Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas CG-FID - Cromatografia gasosa acoplada à detector de ionização de chama Cl- – Cloreto DA – Dopamina DPZ – Diazepam EPM – Erro Padrão médio FEA – Freqüência de entrada do braço aberto FEF – Freqüência de entrada no braço fechado FLU – Flumazenil GABA – Ácido γ-aminobutírico GAD-65 – Glutamato descarboxilase - 65 GMP – Guanosina mono fosfato IMAO – Inibidores da enzima monoamina-oxidase i.p. – Intraperitoneal ISO - International Standard Organization ISRS – Inibidores seletivos da recaptação de serotonina i.v. - Intravenosa LCE – Labirinto em cruz elevado LS – Latência para o sono MAO – Monoamina-oxidase MCP – Modelo de convulsão induzido por pentilenotetrazol MNF – Modelo de natação forçada MSB – Modelo de indução do sono por barbitúrico NaC – Nucleus accumbes NAN-190 – 1-(2-metoxifenil)-4-[2-ftalimido)butil]piperazina- antagonista 5HT1A) NDR – Núcleo dorsal da rafe 12 NMR – Núcleo mediano da rafe NMDA – N-metil-D-aspartato NOR – Noradrenalina OECA – Óleo essencial de Chenopodium ambrosioides OMS – Organização Mundial da Saúde PKC – Proteína quinase C PTZ – Pentilenotetrazol %FEA – Percentagem da freqüência de entrada no braço aberto %TPA – Percentagem do tempo de permanência no braço aberto SCH23390 - (R(+)-7-Chloro-8-hydroxy-3-methyl-1-phenyl-2,3,4,5-tetrahydro-1H-3benzazepine hydrochloride) - antagonista D1 SIB – Sono induzido por barbitúrico SNC – Sistema Nervoso Central TCA – Teste campo aberto TPA – Tempo de permanência no braço aberto TPF– Tempo de permanência no braço fechado TST – Tempo de sono total 5-HT – Serotonina VLPO - Núcleo pré-óptico ventrolateral v.o. – Via oral WHO – World Health Organization 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17 2.1 Objetivo Geral:..................................................................................................... 17 2.2 Objetivos Específicos: ......................................................................................... 17 3 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 18 3.1 Uso de plantas medicinais na promoção da saúde ............................................. 18 3.2 Família Chenopodiaceae e o gênero Chenopodium ........................................... 19 3.3 Estudos sobre Chenopodium ambrosioides ........................................................ 21 3.4 Óleos essenciais e a composição de terpenos.................................................... 24 3.5 Plantas que atuam no Sistema Nervoso Central ................................................. 27 3.5.1 Plantas medicinais com propriedades ansiolíticas ........................................... 27 3.5.2 Plantas medicinais com propriedades hipnóticas ............................................. 29 3.5.3 Plantas medicinais com propriedades antidepressivas .................................... 30 3.5.4 Plantas medicinais com propriedades anticonvulsivantes ................................ 32 4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 35 4.1 Material vegetal ................................................................................................... 35 4.2 Extração do óleo essencial.................................................................................. 35 4.3 Ensaios Farmacológicos:..................................................................................... 37 4.3.1 Animais ............................................................................................................. 37 4.3.2 Drogas e tratamentos ....................................................................................... 37 4.3.3 Grupos experimentais....................................................................................... 38 4.3.4 Ensaios farmacológicos .................................................................................... 38 4.3.4.1 Avaliação do efeito do OECA sobre o sistema motor e depressor através do teste de campo aberto (TCA) e Rota rod .................................................................. 38 4.3.4.2 Avaliação do efeito do OECA sobre a depressão através do modelo da natação forçada (MNF) ............................................................................................. 40 4.3.4.3 Avaliação do efeito do OECA sobre o sono induzido por barbitúrico (MSB) . 41 4.3.4.4 Avaliação do efeito do OECA sobre a convulsão induzida por pentilenotetrazol (MCP) ............................................................................................. 42 4.3.4.5 Avaliação do efeito do OECA sobre a ansiedade dos animais através do modelo de labirinto em cruz elevado (LCE) .............................................................. 43 14 4.3.4.6 Determinação do mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA 45 4.4 Análise estatística................................................................................................ 47 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 48 5.1 Avaliação do efeito do OECA sobre a deambulação dos animais através do TCA e da capacidade motora pelo teste Rota rod. ............................................................ 48 5.2 Avaliação do efeito do OECA sobre a ansiedade dos animais através do modelo LCE. .......................................................................................................................... 51 5.3 Avaliação do efeito do OECA sobre o sono induzido por barbitúricos (MSB). .... 53 5.4 Avaliação do efeito do OECA sobre a depressão através do Modelo de Nado Forçado (MNF). ......................................................................................................... 55 5.5 Avaliação do efeito do OECA sobre a convulsão induzida por PTZ. ................... 57 5.6 Determinação do mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA ...... 59 5.6.1 Influencia do sistema adrenérgico sobre o mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA .................................................................................................. 59 5.6.2 Influencia do sistema serotoninérgico sobre o mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA .............................................................................. 61 5.6.3 Influência do sistema dopaminérgico sobre a propriedade ansiolítica do OECA.. ................................................................................................................... 63 5.6.4 Influencia do sistema GABAérgico sobre o mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA .................................................................................................. 65 6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 67 7 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 81 8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 82 15 1 INTRODUÇÃO Como uma prática enraizada na cultura popular, o uso de plantas medicinais transpassa milhares de anos e, atualmente tem ganhado ênfase como forma alternativa aos tratamentos com medicamentos sintéticos (CALIXTO, 2005; DIASSOUZA et al., 2014). Muitas plantas encontradas na natureza exibem efeitos psicotrópicos e são capazes de atuar no Sistema Nervoso Central (SNC), modificando comportamento, humor, pensamentos e sensações. Portanto, o entendimento de suas funções psicofarmacológicas é importante no que tange à segurança na utilização das mesmas (CARLINI et al., 2006). Chenopodium ambrosioides (Chenopodiaceae) é uma planta herbácea, originária da América do Sul e México, e utilizada por povos indígenas dessas regiões. No Brasil, essa espécie tem ampla distribuição, com ocorrência em quase todo o território nacional, onde recebe vários nomes. Os mais populares são “mastruz” e “erva de santa maria” (SOUZA et al., 2011). Das folhas e flores desta planta pode-se extrair um óleo essencial constituído principalmente de uma mistura de ascaridol, α-terpineno, isoascaridol e p-cimeno (ZHU et al., 2012). Recentemente, o governo brasileiro lançou um programa conhecido como a Relação Nacional de Plantas de Interesse do SUS (RENISUS), que lista 71 plantas utilizadas com ênfase na medicina popular brasileira. O programa tem como objetivo apoiar a fitoterapia como tratamento alternativo de doenças e também incentivar pesquisadores brasileiros para validar as propriedades farmacológicas destas plantas, incluindo a sua eficácia e segurança (BRASIL, 2012). É importante salientar que, C. ambrosioides (L) (Amaranthaceae) pertence a esta lista. A planta triturada é comumente utilizada em processos inflamatórios, aliviando a dor e proporcionando o aumento da cicatrização, sendo empregada no tratamento de feridas, fraturas e contusões, problemas respiratórios como bronquite e tuberculose (LORENZI; MATOS, 2002). Entretanto, é a sua ação anti-helmíntica que a caracteriza como erva medicinal e que faz com que seja um dos remédios mais tradicionais utilizados pelo mundo (MONZOTE et al., 2007). Como citado acima, várias pesquisas já realizadas contemplam o histórico farmacológico da C. ambrosioides, porém o foco na atividade farmacológica no SNC 16 apresenta-se restrita a citações de empregos terapêuticos, sem fundamentação experimental. Apesar disso vários estudos têm como foco elucidar terapeuticamente o emprego de plantas medicinais no SNC (SILVA et al, 2007; ISAAC; LARSON, 2014; SWART et al., 2014). Desde o tratamento de doenças neurodegenerativas, até distúrbios neuropsiquiátricos como ansiedade, depressão e insônia, demonstrando que algumas plantas apresentam os mesmos mecanismos de ação que as drogas padrão utilizadas na terapêutica atual. Nos estudos de ansiedade e insônia, destacase a Pluchea sagittalis, benzodiazepínicos, voltado com para mecanismo o sistema de de ação semelhante transmissão ao dos GABAérgico, apresentando-se como ótimo ansiolítico e, assim como a Valeriana officinalis, detentora de um grande potencial para o tratamento de distúrbios do sono (RODRIGUES, 2011; SARRIS et al., 2011). O Hypericum perforatum, utilizado popularmente para o tratamento de depressão, experimentalmente apresenta atuação na recaptação de serotonina e inibição da enzima MAO-A, mecanismo de ação de diversos antidepressivos (CHANG; WANG, 2010). Desta forma o presente estudo se propõe a avaliar os efeitos do óleo essencial da planta em estudo, nos modelos farmacológicos específicos, a fim de fundamentar experimentalmente a ação da C. ambrosioides no SNC. 17 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral: Estudar possíveis propriedades farmacológicas no SNC do óleo essencial obtido de Chenopodium ambrosioides, em diversos modelos farmacológicos “in vivo”, utilizados no screening de substâncias psicoativas. 2.2 Objetivos Específicos: Avaliar os efeitos do óleo essencial sobre o sistema motor dos animais através dos testes do Open Field e Rotarod; Verificar os efeitos do óleo essencial sobre parâmetros comportamentais de ansiedade dos animais, através do modelo do labirinto em cruz elevado; Determinar os efeitos do óleo essencial em parâmetros comportamentais de depressão dos animais através do modelo do nado forçado; Determinar os efeitos do óleo essencial na convulsão induzida por pentilenotetrazol. Avaliar os efeitos hipnóticos do óleo essencial através do modelo do sono induzido por barbitúricos; Comparar o efeito do óleo essencial com fármacos utilizados na terapêutica de patologias do SNC, utilizados como controles-positivos; Identificar o efeito farmacológico mais significativo e estudar os mecanismos de ação envolvidos nesse efeito. 18 3 3.1 REVISÃO DE LITERATURA Uso de plantas medicinais na promoção da saúde O uso de plantas medicinais advém do conhecimento empírico acumulado de milhares de anos e transmitido pelo uso popular. Entendida como uma das práticas mais antigas e presentes na história da humanidade, essa pratica tem se perpetuado e alcançado os dias atuais, apesar dos avanços tecnológicos e científicos no âmbito dos produtos sintéticos (PETRONILHO et al., 2012). A descoberta e desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos (MAHANNA; LEE, 2010), assim como a utilização de produtos naturais como matéria-prima para diversos medicamentos, produtos da indústria química, alimentícia e cosméticos (MARTINS et al., 1994; GOSSLAU et al., 2011; MISHRA; TIWARI, 2011), é o que fomenta o investimento na descrição e caracterização de um número cada vez mais expressivo de plantas (ANTONIO; TESSER; MORETTI, 2014). Por esses e outros motivos as plantas tornaram-se recursos permanentes de compostos biologicamente ativos, utilizados por cerca de 80% da população mundial, tanto na forma natural de chás, como de fitoterápicos e/ou fitofármacos (HORN; VARGAS, 2008). Esta cultura é utilizada por mais de 2/3 da população do planeta que opta pelo uso de produtos naturais pelo alto custo que os medicamentos sintéticos agregam, evidenciando a importância destes no combate e na prevenção de doenças na população com baixas condições financeiras (FRIAS; COSTA; FRIAS et al., 2011). Acredita-se também que os produtos naturais tenham uma baixa incidência de efeitos adversos e contraindicações (MONTANARI; BOLZANI, 2001), entretanto, isto é questionável, havendo a necessidade de que os mesmos princípios de produção do medicamento sintético sejam empregados nos medicamentos naturais. A cura através de plantas e seus produtos têm resistido às inovações que vem ocorrendo. Com o passar dos tempos, as ervas têm conseguido sustentar sua importância e a confiança das populações atuais. É importante ressaltar que, mesmo diante dos progressos tecnológicos atuais, existem locais em que a fitoterapia representa o único recurso de tratamento (MACIEL; PINTO; VEIGA, 2002), muitas vezes sem cunho científico e experimental (ANTONIO; TESSER; MORETTI, 2014). 19 O Brasil, nos seus três milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados de florestas, representa o país mais biodiverso do planeta, abrigando entre 10 e 20% das espécies e 30% das florestas tropicais do mundo (LEWINSOHN; PRADO, 2012). As práticas naturais de utilização de ervas estão presentes em todo o território, independente das diferenças regionais e culturais, inserindo grande influência na manutenção das condições de saúde das pessoas (RIBEIRO et al, 2014). 3.2 Família Chenopodiaceae e o gênero Chenopodium A família Chenopodiaceae, sinonímia Amaranthaceae apresenta grande diversidade de estrutura foliar, com plantas de anatomia Kranz e não-Kranz, com numerosas variações destes dois arranjos anatômicos. O mesofilo varia de dorsiventral a cêntrico, podendo apresentar parênquima aquífero. Esta grande diversidade está relacionada ao habitat dos membros da família. Muitas espécies da família são características de regiões marítimas e solos salinos (COSTA; TAVARES, 2006). Com relação aos gêneros, a família Amaranthaceae tem 169 gêneros e cerca de 2.360 espécies, sendo os maiores gêneros: Atriplex L. (300 spp.), Gomphrena L. (120 spp.), Salsola L. (120 spp.), Alternanthera Forssk. (100 spp.), Chenopodium L. (120 spp.), Ptilotus R. Br. (100 spp.), Suaeda Forssk (100 spp.), Iresine R. (80 spp.), Amaranthus L. (60 spp.), Corispermum L. (60 spp.) e Celosia L. (50 spp.) (FANK-DECARVALHO; MARCHIORETTO; BÁO, 2010). O gênero Chenopodium L. compreende cerca de 120 espécies, perenes ou anuais. O nome genérico é de origem grega “chen” (ganso) e “podus” (pé), pela semelhança que as folhas têm com os pés de um ganso. O nome específico “ambrosioides” refere-se à semelhança de suas inflorescências com as de Ambrosia sp. A maioria destas plantas são cosmopolitas e estão distribuídas principalmente nas regiões subtropicais e temperadas (KOKANOVA-NEDIALKOVA et al., 2011). Esse gênero é cultivado há séculos como verdura (Chenopodium album, ou simplesmente “fedegoso”) e como fornecedora subsidiária de grãos (C. quinoa e C. album) para o consumo humano e animal, em razão da sua quantidade elevada de proteína e, por fornecer aminoácidos essenciais de forma equilibrada. As folhas são alternas, as flores são pequenas e andróginas ou ainda unissexuadas. As sementes livres ou aderentes e frutos envoltos totalmente, ou em parte, pelo cálice. 20 O gênero é abundante nos trópicos e regiões adjacentes especialmente na América Tropical e África, onde pode ser encontrada uma grande variedade de espécies com propriedades medicinais (GRASSI et al., 2013). Investigações fitoquímicas sobre as espécies do gênero Chenopodium revelaram grande variedade de compostos orgânicos sendo eles: terpenos, esteroides, saponinas triterpênicas, flavonoides e alcaloides (KOKANOVA- NEDIALKOVA; NEDIALKOV; NIKOLOV, 2009). Recentemente foi publicado um estudo fitoquímico da planta conduzido por Song e colaboradores (2014) os quais evidenciaram onze compostos e as suas estruturas, pela primeira vez, isolados a partir da planta C. ambrosioides: campferol-3,7-di-O-alfa-L-ramnopiranosídeo, patuletin, quercetina-7-O-alfa-L-ramnopiranosídeo, granofer cetona, 4-hidroxi-4metil-2-ciclo-hexen-1-ona, siringaresinol, benzil-beta-D-glucopiranósido, dendranthemoside B, N-trans-feruloil tiramina, N-trans-feruloil 4'-O-metildopamina e 4-hidroxi-N-[2 (4-hidroxifenil) etil] benzamida. Algumas espécies deste gênero possuem várias aplicações tradicionais, que têm sido testadas frente a diferentes atividades farmacológicas (YADAV et al., 2007). Dentre essas espécies podemos ressaltar: Chenopodium foliosum, é usada na forma de decocção para tratamento de câncer através de sua capacidade citotóxica e suas partes aéreas foram testadas como estimulante do sistema imune, através da ativação da interleucina-2 (KOKANOVA-NEDIALKOVA et al., 2011; NEDIALKOV et al, 2012); Chenopodium quinoa, atualmente muito estudada, possui a semente dotada de alto teor de proteínas e carboidratos apresentando valor nutricional com qualidade superior a de muitos cereais, como o milho, aveia, trigo e arroz (KULJANABHAGAVAD et al., 2008). As sementes têm sido usadas para a prevenção de enfermidades crônicas como a osteoporose, atividade cicatrizante, antimicrobiana e agem como imunomoduladoras. (MUJICA; JACOBSEN, 2006; KULJANABHAGAVAD et al., 2008). As propriedades farmacológicas como antioxidante (TANG et al., 2015), antineoplásica (GAWLIK-DZIKI et al., 2013), hipoglicemiante (GRAF et al., 2014), antinflamatória (YAO et al., 2014) e gastroprotetora (ZEVALLOS et al., 2014), dentre outras, tem sido comprovadas. 21 Chenopodium album, é uma erva daninha anual, o pó seco da planta foi diluído e testado frente a diversos microrganismos apresentando atividade antibacteriana (SINGH; DWEVEDI; DHAKRE, 2011), anti-helmíntica, laxativa, antinociceptiva e antioxidante (YADAV et al., 2007). O extrato etanólico da planta foi testado em leveduras e demonstrou conferir proteção a determinadas formas de DNA, frente e ao contato com peróxido de hidrogênio, um agente altamente nocivo para as mesmas (KORCAN et al. 2013). Chenopodium murale, conhecida pela alta concentração de ascaridol no extrato de sua folha fresca e pela sua ação antioxidante e antibacteriana frente a microrganismos como o Staphylococcus aureus (ABDEL-AZIZ et al., 2014). Chenopodium formosanum, caracterizada por ser utilizada para a produção de bioetanol, através de processos de hidrolise enzimática, sacarização e fermentação (YANG et al., 2014), também já foi confirmado seu efeito antioxidante (TSAI et al., 2010). 3.3 Estudos sobre Chenopodium ambrosioides C. ambrosioides L., (Figura 1) apresenta sinônimos como C. abovatum Moq., C. ambrosioides var. typicum Speg., Ambrina spathulata Moq., Blitum ambrosioides (L). Ela é conhecida popularmente como “Erva de Santa Maria”, “Mastruço”, “Ambrosina”, “Mastruz”, “Erva-de-Bicho”, “Mestruz” ou “Erva-do- Formigueiro”, sendo muito empregada na medicina caseira na região centro oeste, sul e sudeste do Brasil (BLANCKAERT et al., 2007). É uma planta originária da América Central e do Sul, ocorre em todos os países tropicais e temperados de forma silvestre ou cultivados sendo também considerada com planta invasora (LORENZI; MATOS, 2002). É reconhecida pela Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), como uma das 71 espécies ou gêneros, tradicionalmente utilizados no Brasil, sendo possivelmente utilizado como planta medicinal em diversas regiões brasileiras (VERISSIMO et al., 2011). Lorenzi e Matos (2002) descreveram-na botanicamente como planta perene ou anual, muito ramificada, podendo atingir até 1 m de altura. Possui folhas simples, 22 alternadas, pecioladas, de tamanho diferente, sendo menores e mais finas nas extremidades superiores. As flores são pequenas, verdes, dispostas em espigas axilares densas. Os frutos são muito pequenos e do tipo aquênio, esféricos, pretos, ricos em óleo e muito numerosos, geralmente confundidos com sementes. Toda a planta tem um odor forte e característico o qual é decorrente de alta concentração de óleos essenciais (LORENZI; MATOS, 2002), com maior teor nas sementes, que apresentam um alto grau de dormência e um baixo poder germinativo (MARTINS; SILVA; ALMASSY JÚNIOR, 2010). A população brasileira utiliza C.ambrosioides na forma de chás, infusões ou xaropes, no tratamento de afecções pulmonares e distúrbios intestinais (CHEVALLIER, 1996), hemorroidas (MASUCCI, 1992), infecções fúngicas e helmínticas (KAMEL; EL-EMAM; MAHMOUD, 2011; MONZOTE et al., 2014), úlceras (ZHU et al., 2012), contusões, equimoses (LORENZI; MATOS, 2002), gastroproteção (ZHU et al., 2012), hipotensão (ASSAIDI et al., 2014) e na resposta imunológica (SHARMA; BALA; KUMAR, 2012). Entretanto, apesar da larga utilização, alguns relatos de toxicidade têm sido encontrados, podendo causar convulsão, vômito, dor de cabeça, vertigem (PEREIRA et al., 2010) e hepatotoxicidade (DERRAJI et al., 2014), quando utilizada por tempo mais prolongado. Figura 1: (A) Partes aéreas da C. ambrosioides (GRASSI et al., 2013). (B) Detalhamento da folha da C. ambrosioides (CARVALHO, 2013). 23 A composição química do óleo essencial de C. ambrosioides difere de acordo com o cultivo e preparação do material, sempre variando nas concentrações dos mesmos componentes. Cavalli e colaboradores (2004) identificaram no óleo de C. ambrosioides: ascaridol (41.8%), isoascaridol (18.1%), p-cimeno, α-terpineno e limoneno. Jardim e colaboradores (2008), através de análises de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM), identificaram treze compostos, sendo os quatro mais importantes: (Z)-ascaridol (61,4%), (E)-ascaridol (18,6%), carvacrol (3,9%) e ρ-cimeno (2%). Degenhardt e colaboradores (2013) estudaram o efeito citotóxico do extrato etanólico e óleo essencial de C. ambrosioides em células tumorais, mesmo óleo testado no presente estudo, demonstrando um potencial antitumoral em linhagens de células K562 e RAJI. Grassi e colaboradores (2013) estudaram o efeito antiinflamatório, cicatrizante e antinoceptivo do extrato bruto C. ambrosioides e isolaram dois monoterpenos: ascaridol (0,089%, em relação à planta seca); e 1,2,3,4-tetrahidroxi-p-mentano (0,045%, em relação a planta seca). A síntese enzimática do dieno α-terpineno, resulta na biossíntese do zascaridol. Este é encontrado em maior concentração na espécie C. ambrosioides, sugerindo esta via como a principal para obtenção do ascaridol. O componente pcimeno origina-se da reação do γ-terpineno, este, pouco encontrado na espécie (DEMBITSKY; SHKROB; HANUS, 2008). A biossíntese das formas do ascaridol presentes no gênero Chenopodium, encontra-se descrito na Figura 2. Vários autores verificaram que os ascaridois são os principais compostos responsáveis por propriedades antiparasitárias da planta (tanto do óleo quanto do extrato) destacando-se seu efeito contra a leishmaniose (DE QUEIROZ et al., 2014; SONG et al., 2014). Em altas doses o ascaridol pode causar diversos efeitos adversos, os quais são relacionados ao abuso no uso medicinal da planta C. ambrosioides (RUFFA et al., 2002). 24 Figura 2: Mecanismo de formação de Ascaridol e outros monoterpenos no gênero Chenopodium (DEMBITSKY, SHKROB, HANUS, 2008). 3.4 Óleos essenciais e a composição de terpenos A International Standard Organization (ISO) define óleos essenciais como produtos obtidos de partes de plantas através de destilação por arraste a vapor ou pela expressão dos pericarpos de frutos cítricos. A mesma define que os óleos essenciais são matéria-prima para produtos de higiene, para a indústria de alimentos, indústria química, farmacêutica, para perfumaria e cosméticos, que hoje ocupam 15 % do mercado desta área, no Brasil (AHBIPEC, 2012). Essas substâncias orgânicas, que hoje representam números expressivos para a indústria de produtos naturais, são consideradas a “alma” da planta e são os principais componentes bioquímicos responsáveis pela ação terapêutica das plantas medicinais, principalmente aquelas que são aromáticas. As suas propriedades físicoquímicas, como por exemplo, a aparência oleosa à temperatura ambiente é o que dá a designação de óleo, uma mistura complexa de substâncias, lipofílicas e 25 geralmente odoríferas, porém com a principal característica de alta volatilidade, diferente de óleos fixos oriundos de sementes (SIMÕES et al., 2003). A importância da maioria dos metabólitos secundários vegetais (componentes de óleos essenciais) era desconhecida por muitos anos e foram considerados produtos sem função, meramente resultantes do metabolismo comum da planta, já que os metabolitos primários (lipídios, proteídeos e glicídios), detinham a definição de serem essenciais para a vida e para a manutenção das funções vitais das espécies vegetais. Porém, químicos orgânicos passaram a ter interesse nas vias da biossíntese, à custa de energia, as quais originavam micro moléculas de estruturas complexas, biologicamente ativas e de baixo peso molecular, conhecidas como metabólitos secundários e, que eram encontradas em concentrações relativamente baixas em determinadas plantas. Primeiramente, para essas moléculas foram desenvolvidos ensaios com o propósito de produzir venenos, aromatizantes e materiais industriais (TAIZ; ZEIGER, 2004) e posteriormente, no século XX, esses compostos passaram a ser utilizados com matéria-prima de medicamentos e cosméticos (VANISREE; HSIN-SHENG, 2007). Várias espécies de plantas são utilizadas para extração de óleos essenciais, os quais se encontram concentrados em certos órgãos vegetais, tais como nas flores, folhas ou ainda nas cascas dos caules, madeira, raízes, rizomas, frutos ou sementes, variando segundo a localização (SIMÕES et al., 2003). Por exemplo: Citrus sinensis L., Mentha arvensis L., Eucalyptus globulus L., Citrus limon L., Syzygium aromaticum L., são comercializadas mundialmente pelos aromas de laranja, menta, eucalipto, limão e cravo-da-índia, respectivamente, graças à característica volátil das mesmas (BIZZO et al., 2009). O conhecimento terapêutico vem de encontro e novas caracterizações e técnicas utilizadas atualmente, que possibilitam a determinação especializada de um maior número de substâncias. Os óleos essenciais são constituídos principalmente de hidrocarbonetos como os monoterpenos, sesquiterpenos, fenilpropanóides, e compostos oxigenados como os ésteres, álcoois, aldeídos, cetonas, lactonas, fenóis entre outras substâncias de baixo peso molecular, tendo os terpenos como maioria. As diversas substâncias desta classe são, em geral, insolúveis em água e sintetizadas a partir do Acetil-CoA ou de intermediários glicolíticos (SOUZA et.al., 2010). Estudos demonstram a possibilidade da utilização dos constituintes dos óleos essenciais como analgésicos, pela composição rica em terpenos como o isopreno e 26 o linalool (SOUZA, 2011), espasmolíticos (PULTRINI; GALINDO; COSTA, 2006), anticonvulsivante (ALMEIDA; MOTTA; LEITE, 2003), antidepressivo (COSTA et al. 2011) e ansiolítico (LIS-BALCHIN; HART, 1999). O efeito analgésico é encontrado adjuvante aos efeitos antioxidantes e antiinflamatórios em determinado óleos essenciais (QUEIROZ et al., 2014), assim como, de maneira selecionada, o efeito ansiolítico encontra-se relacionado à presença de determinados monoterpenos (MOREIRA et al., 2014) em ensaios com o óleo testado por via oral ou por inalação (CHIOCA et al., 2013). A capacidade hipoglicemiante e antidiabética de determinados óleos essenciais, pela regulação de receptores de lipoproteínas vem sendo estudada (JOO et al., 2013). A versatilidade que determinadas espécies vegetais apresentam, permitindo a análise de seus componentes por administração do óleo essencial, extrato e infusão, avança na elucidação dos efeitos adversos e tóxicos dos preparados. Em ensaios controlados foi demonstrado que os óleos essenciais, apesar de demonstrarem eficiência na regulação da glicemia, pelos princípios ativos hipoglicemiantes, não apresentam efeitos tóxicos, como no extrato e infusão da mesma planta (ANAYA-EUGENIO et al., 2014). O tratamento empírico de doenças infeciosas e inflamatórias, margeava apenas o uso popular. Hoje, no entanto, encontramos comprovações científicas referentes aos efeitos farmacológicos dos óleos essenciais para diversos fins, os quais podem ser constatados pela inibição in vitro de fungos como Trichosporon mucoides, Malassezia furfur, Candida albicans, Candida tropicalis e bactérias como Staphylococcus aureus, Streptococcus sobrinus, Streptococcus mutans e Escherichia coli (CHEN et al., 2014). Assim como infecções com Trypanosoma evansi (BALDISSERA et al., 2014) e Haemonchus contortus (KATIKI et al. 2012). Com a estimativa de que o Brasil possua mais de 50.000 espécies de plantas superiores, produtoras de madeiras, celulose, fibras, alimentos e óleos essenciais, percebe-se a possibilidade de novas descobertas dentro da gama de substâncias aromatizantes já documentadas e de tantas outras que ainda não foram elucidadas e/ou avaliadas cientificamente. 27 3.5 Plantas que atuam no Sistema Nervoso Central Várias são as desordens que acometem o SNC, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 450 milhões de pessoas são acometidas por alguma dessas desordens, dentre elas as neuropsiquiátricas e as neurodegenerativas. Fazem parte das primeiras a ansiedade, a depressão, a esquizofrenia, a epilepsia, os distúrbios de sono dentre outras (ISAAC; LARSON, 2014). No segundo grupo encontramos principalmente a Doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson, dentre outras (SILVA et al, 2007; SWART et al., 2014). A hipótese de que as plantas poderiam ter efeitos sobre o SNC tem origem histórica e remontam das observações do uso das mesmas em rituais religiosos, durante os quais a percepção e o comportamento das pessoas poderiam sofrer alterações com o uso de determinadas espécies (DOS SANTOS, 2013). No Brasil, especificamente, as comunidades indígenas usam diversas plantas nesse sentido (NEVADO et al., 2010). O habito do uso de plantas medicinais com propriedades psicoativas também é um dos legados deixados por nossos colonizadores europeus e cada vez mais se tem investigado a composição química de algumas delas, a fim de elucidar o efeito no SNC (MARQUES et al., 2013). Algumas espécies de plantas da família Solanaceae, por exemplo, são fontes de alcaloides tropânicos, com importantes ações farmacológicas. Na Europa da Idade Média e do Renascimento, os cultos praticados por feiticeiras e mágicos estavam intimamente ligados ao consumo de beladona (Atropa belladona), meimendro (Hyosciamus niger) e mandrágora (Mandragora officinarum) (HOSTETTMANN; QUEIROZ; VIEIRA et al., 2013). 3.5.1 Plantas medicinais com propriedades ansiolíticas De acordo com o manual diagnóstico e estatístico de doenças mentais (DSMV) a ansiedade é um estado emocional, com componentes psicológicos e fisiológicos, naturalmente encontrado na existência humana, geralmente é uma reação normal a uma situação de desconforto e estresse (MACKENZIE et al., 2011). Fisiologicamente, está relacionada à antecipação de um evento esperado, ou às vezes, inesperado. Confunde-se eventualmente a ansiedade com o medo, que se manifesta quando existe a presença de um perigo real, na falta do mesmo sente-se 28 ansiedade, que é a antecipação do medo de estar exposto a este perigo (HAN et al.,2007). A ansiedade pode passar de uma ocorrência normal para um quadro patológico quando é desproporcional a circunstância que a causa, ou quando não existe um motivo aparente para a sua instalação (HAN et al., 2007). Farb e Ratner (2014) reportam que os mesmos circuitos neurológicos envolvidos na ansiedade patológica estão relacionados a outras patologias do SNC e é provável que acometam o paciente concomitantemente (FARB; RATNER, 2014). Os benzodiazepínicos (BDZ) continuam sendo os medicamentos mais prescritos para o tratamento da ansiedade patológica (SIRDIFIELD et al., 2013). São considerados fármacos seguros quando comparados aos barbitúricos, os fármacos de escolha até a década de 60. Seu mecanismo de ação se dá através da mudança alostérica no receptor GABAA promovendo um aumento da afinidade do neurotransmissor ácido γ-aminobutírico (GABA), pelo seu sítio ativo no receptor (UZUN et al., 2010). Nos últimos 45 anos os BDZs foram os fármacos psicoativos mais estudados, sendo um dos motivos para esses estudos as reações adversas como sedação, dependência, amnesia anterógrada e tolerância em alguns casos (CUNNINGHAM; HANLEY; MORGAN, 2010; HOOD et al., 2014). Estudos recentes apontam para o efeito positivo da utilização de inibidores seletivos de recaptação de serotonina para o tratamento de tais desordens, e que, o aumento nos níveis de serotonina pode modular o sinal neuroquímico que desloca o sistema nervoso para estados de ansiedade (TSAPAKIS et al., 2012; FITZGERALD; BRONSTEIN, 2013). É considerável o número de evidências de que a fisiopatologia da ansiedade está relacionada a neurotransmissores como serotonina (5-HT), norepinefrina (NOR) e dopamina (DA) (LEGOABE et al., 2011). As desordens de ansiedade são a classe mais prevalente das doenças psiquiátricas no mundo (KESSLER et al., 2010). Estimativas feitas pela OMS indicam que 0,1 a 16,9% das pessoas no mundo sofrem com algum tipo de distúrbio de ansiedade e/ou depressão (ADAMS; GMÜNDER; HAMBURGUER, 2007). A alta incidência desta patologia e o alto nível de possíveis reações adversas sugerem cada vez mais investigações de compostos naturais para o tratamento e controle dos sistemas envolvidos. Bowdichia virgilioides K., mais comumente utilizada na medicina popular como antiinflamatório, atua como ansiolítico, pela presença de triterpenos, alcalóides 29 e flavonoides em sua composição, sem comprometer a capacidade motora de camundongos testados no labirinto em cruz elevada (LCE) e posteriormente no teste de campo aberto (VIEIRA et al., 2013). Possivelmente pela composição química da planta, ocorra modulação serotoninérgica e alteração da transmissão GABAérgica no sistema nervoso (GIRISH et al., 2013), assim como na Gastrodia elata (JUNG et al., 2006), na Pluchea sagittalis (RODRIGUES, 2011) e na Cecropia glazioui (ROCHA; LAPA; LIMA, 2002), plantas de composição semelhante. Os monoterpenos da Myrtus communis L., são os fitoconstituintes que conferem o efeito ansiolítico da mesma, destacado através de modelos animais LCE e caixa claro-escuro (MOREIRA et al., 2014). Outros constituintes como linalol, quercetina e ácido cafeico, promissores agentes com potencial ansiolítico (KUMAR et al., 2011), foram isolados da Angelica archangelica L., com o efeito comprovado através de modelos animais (KUMAR et al., 2013). Sinnathambi e colaboradores (2013) comprovaram o envolvimento do sistema dopaminérgico no estado de ansiedade, através de testes comportamentais utilizando o extrato etanólico de Alstonia scholaris L., a qual demonstrou alta eficácia ansiolítica e capacidade de aumentar os níveis de dopamina no cérebro. Os quadros de ansiedade podem ser revertidos pelo uso de Curcuma longa, que atua promovendo aumento das concentrações de serotonina nos sistemas neuronais de estruturas límbicas (BENAMMI et al., 2014). 3.5.2 Plantas medicinais com propriedades hipnóticas Sofrer de insônia, um dos distúrbios do sono, tornou-se uma queixa comum da população mundial e mais particularmente, na brasileira. Cerca de 10-15% das pessoas adultas sofrem de insônia crônica e adicionalmente de 25-35%, sofrem de uma insônia transitória (SOMMER et al., 2014). A incidência é tanta que essa patologia, já considerada a doença da população ocidental, geralmente está ligada a condições externas e internas como estresse, depressão e processos dolorosos intensos (ASPLUND, 2012; ROTH; ROEHRS, 2013). Várias são as hipóteses que circundam o estado fisiopatológico do individuo com quadros de insônia. Um dos mais aceitos é a “hipervigilância” oriunda da exacerbação do sistema neuroendócrino, ligada a anormalidades do ritmo circadiano (envolvendo genes regulatórios), a secreção de melatonina (LAUDON; FRYDMAN- 30 MAROM, 2014) e receptores de adenosina (CARÚS-CADAVIECO; DE ANDRÉS, 2012) assim como irregularidades na transmissão GABAérgica, alta concentração de cortisol e na secreção de neurotransmissores excitatórios com glutamato e aspartato (ROTH; ROEHRS; PIES, 2007; PORKKA-HEISKANEN; ZITTING; WIGREN, 2013) por esse motivo, os tratamentos farmacológicos convencionais para insônia incluem benzodiazepínicos, agonistas dos receptores GABAA, antidepressivos, como os antagonistas dos receptores 5-HT2 e anti-histamínicos (BORJA; DANIEL, 2006). A insônia e a ansiedade estão diretamente ligadas à modulação da via do GABA, não obstante quadros de ansiedade podem desencadear insônia por estresse, e o tratamento é de forma concomitante, para as duas patologias, já que compartilham vias comuns de regulação neurológica. Devido a isso, várias são as plantas que apresentam esse efeito dúbio sobre o SNC, como Zizyphus jujuba e Valeriana officinalis, utilizadas na cultura popular como soníferos, mas também usados para o tratamento de ansiedade, assim como Scutellaria lateriflora, Withania somnifera, Passiflora spp., Piper methysticum, Matricaria recutita, Eschscholzia californica (SARRIS et al., 2011). Em um estudo desenvolvido por Cho e colaboradores (2010), foram testadas 15 plantas asiáticas, destacando-se Glycyrrhiza uralensis e Albizzia julibrissin, comumente utilizadas no tratamento popular de insônia, cujo mecanismo parece ocorrer através da ativação do receptor GABAA, e a ligação com os receptores 5HT2c. Os extratos aquosos demonstraram perda do efeito ansiolítico com a dose de 10mg/ml de Flumazenil. O sono induzido por barbitúrico é um teste muito utilizado para a avaliação comportamental da insônia, através do cálculo da latência do sono (LS) e também do tempo total de sono, estes, alterados com a utilização de diversas plantas, com o óleo essencial de Dennettia tripetala (OYEMITAN et al., 2013), Eucommia ulmoides (LI et al. 2014), Matricaria chamomilla (SHINOMIYA et al., 2005), Actinidia deliciosa e Actinidia chinensis (YANG et al., 2013), Valeriana officinalis , Valeriana prionophila, dentre outras (DEY; DEY, 2013) 3.5.3 Plantas medicinais com propriedades antidepressivas As desordens depressivas atingem, cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo e, estima-se que até o ano de 2020, a depressão se tornará a 31 segunda doença com maior aumento na morbidade, após as doenças cardiovasculares (WHO, 2012). A fisiopatologia da doença é complexa, e parece ser desencadeada por um número expressivo fatores biológicos. Nos últimos anos a principal premissa sobre a doença foi a de uma disfunção na expressão de monoaminas e seus receptores, ou de segundos mensageiros oriundos da cascata bioquímica derivada da ativação dos receptores (SARRIS et al., 2011). Porém, hoje já se é conhecido que anormalidades neuroendócrinas como o excesso de cortisol, a disfunção dos opióides endógenos e as mudanças na transmissão Glutamatérgica e GABAérgica, podem ser acrescentadas como causas da depressão (MILLER; HEN, 2014; SINGH; GOTILIB, 2014). O aumento do nível de serotonina, pela diminuição de sua recaptação, leva a melhorias no estado depressivo do paciente, assim como a diminuição dos níveis e da atividade da enzima monoamina oxidase (MAO-A), a qual diminui a quantidade de monoaminas, melhora o estado do paciente deprimido. A fitoterapia também é feita na terapêutica da depressão. Várias plantas utilizadas na medicina popular têm a capacidade de melhorar sensivelmente os quadros depressivos leves como, por exemplo, Hypericum perforatum (CHANG; WANG, 2010) e outras espécies de Hypericum (CCANA-CCAPATINTA et al., 2014), Rhodiola rosea (MATTIOLI; FUNARI; PERFUMI, 2009) e Crocus sativusinibir (HOSSEINZADEH; NORAEI, 2009). Os estudos atuais sugerem que tais plantas, quando atuam inibem a recaptação de monoaminas, aumentam a ligação aos receptores de serotonina e inibem a ação da MAO-A (SAABY; RASMUSSEN; JÄGER, 2009). Jäger e colaboradores (2013) demonstraram a ação antidepressiva de diversas plantas, através da análise de afinidade com o transportador de serotonina e a capacidade de inibição da MAO-A. Borago officinalis, uma planta rica em alcalóides pirrolizidínicos e ácidos graxos insaturados, foi uma das plantas com efetividade. Nesse mesmo estudo, no ensaio de inibição da enzima MAO-A, os extratos mais ativos foram obtidos de sementes de Trigonella foenum-graecum e folhas de Apium graveolens e das partes aéreas de Calluna vulgaris. A Cecropia glaziovii, popularmente conhecida como Embaúba e encontrada facilmente na costa de sudeste brasileira, contém como fitoconstituintes catequinas, procianidinas e flavonoides, compostos estes possivelmente responsáveis pelo 32 efeito antidepressivo da planta (TANAE et al., 2007). Kielmeyera coriacea, popularmente conhecida como “pau-santo”, é empregada na medicina popular brasileira como um remédio antidepressivo. Sua ação se deve possivelmente em função das xantonas as quais constituem os compostos majoritários (ZAGOTO et al., 2006). Pela diversidade de mecanismos que envolvem o tratamento da depressão, encontramos plantas como: Canavalia brasiliensis, que tem seu mecanismo direcionado para os receptores Glutamatérgicos-NMDA, redução de Óxido Nítrico (NO) e a síntese de GMP-cíclico (RIEGER et al., 2014); Nelumbo nucifera, que em sua composição possui substâncias que assemelham-se aos antidepressivos típicos antagonizando receptores serotoninérgicos 5-HT1A (SUGIMOTO et al., 2010); e Apocynum venetum, que através de seus flavonoides tem seu efeito antidepressivo anulado com a administração de antagonistas como sulpirida e SCH23390 (antagonistas D1 e D2, respectivamente), demonstrando um mecanismo de ação ligado a via dopaminérgica de transmissão (ZHENG et al., 2013). 3.5.4 Plantas medicinais com propriedades anticonvulsivantes A Epilepsia é a condição neurológica mais comum no mundo, mais de cinquenta milhões de pessoas sofrem dessa doença e oitenta por cento dos pacientes estão vivendo nos países desenvolvidos, onde, 3/4 dos pacientes não estão recebendo tratamento adequado (WHO, 2012). Essa patologia neuropsiquiátrica é caracterizada por uma predisposição persistente a gerar crises epilépticas e desequilíbrio no centro de atividade elétrica do cérebro, comumente correlacionada com a perda de consciência ou memória (DETYNIECKI; BLUMENFELD, 2014). A falta de tratamento de quadros de epilepsia pode levar o indivíduo uma diminuição progressiva da função cognitiva, danos cerebrais e outros défices neurológicos. O tratamento mais eficaz para quadros de epilepsia são obtidos com fármacos antiepilépticos, porém, quase todas as drogas usadas atualmente têm significativos défices de segurança (PERUCCA; MULA, 2012). Diante disso, muitos neurocientistas não medem esforços para descoberta de novos tratamentos, viáveis e seguros para o paciente. 33 A base da fisiopatologia da doença está relacionada com a atividade elétrica descontrolada no SNC, que pode ocorrer pela redução da via de neurotransmissão inibitória (através do neurotransmissor GABA, principalmente), aumento da via de transmissão excitatória (através do neurotransmissor Glutamato, principalmente, ou alterações iônicas de condutância através das membranas neuronais (OBNISKA et al., 2010). Além das vias clássicas de inibição e excitação neuronal, o sistema serotoninérgico também modula uma variedade de tipos de epilepsia, através dos receptores 5-HT1A, 5-HT2C, 5-HT7, mais relacionados com o aumento do limiar convulsivo e com a inibição de descargas elétricas no hipocampo (MARLET et al., 2004; OBNISKA et al., 2006). Diante disso, vários compostos são estudados para essa função de modulação (SAPA et al., 2014). Várias plantas já foram documentadas com propriedades anticonvulsivantes. Essas espécies podem servir como fontes de medicamentos eficazes, mais acessíveis e baratos, melhorando o estado atual do tratamento dessa patologia (KUMAR; BHAT; KUMAR, 2012). Acorus calamus, além de ter seu óleo essencial bastante empregado no tratamento de infecções fúngicas e bacterianas, tem ação anticonvulsivante aumentando a latência de camundongos para a convulsão, após a administração de um agente convulsivo, o pentilenotetrazol (PTZ) (JAYARAMAN; ANITHA; JOSHI, 2010). O mesmo método foi utilizado para avaliar ação anticonvulsiva de Ziziyphus nummularia (GOYAL; SASMAL, 2013). Gladiolus dalenii, uma planta medicinal comumente utilizada na África, nos modelos de convulsão induzida eletricamente (“eletrochoque”) e convulsão induzida PTZ, protegeu 100% e 83,3% dos camundongos, respectivamente testados (NGOUPAYE et al., 2013). Bacopa monnieri, possui efeito muito semelhante à fenitoína, droga antiepilética padrão, induziu melhora significativa em todas as fases da convulsão (GIRAMKAR et al., 2013). Paederia scandens, através do ácido paredeosídico, teve efeito anticonvulsivo comprovado, resultando no aumento da concentração do ácido gamaaminobutírico (GABA), no cérebro dos animais testados e diminuição do ácido glutâmico (Glutamato), o qual foi evidenciado através da técnica de Western Blot (YANG et al., 2013). A ação anticonvulsiva mediada pelo GABA, é mecanismo de ação de outras plantas como a Sutherlandia frutescens (OJEWOLE, 2008) e Morus alba (GUPTA et 34 al., 2014), demonstrando que o aumento nos níveis desse neurotransmissor, pode, de maneira eficaz proteger o cérebro de crises convulsivas assim como através do bloqueio direto de canais de cálcio (GILANI et al., 2000). O canabidiol, um fitocanabinóide extraido da Cannabis, demonstra efeito protetor nos testes de eletro-choque e na administração do PTZ, mediado pelos canais de potássio (SHIRAZI-ZAND et al., 2013). Coletivamente vários estudos comprovam uma modulação terapêutica eficaz da epilepsia, através do sistema endocanabinóide (HOFMANN; FRAZIER, 2013). 35 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Material vegetal C. ambrosioides foi coletada no município de Cáceres, estado de Mato Grosso, Brasil, em março de 2010. A espécie foi identificada pelo botânico M. SC. Oscar Benigno Iza e uma exsicata de nº HBR 52802 encontra-se depositada no Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, SC. 4.2 Extração do óleo essencial A extração e identificação do óleo essencial foram realizadas pela aluna Ruth T. Degenhardt em seu trabalho de conclusão de curso sob a orientação da Prof. Angela Malheiros conforme descrito abaixo. Para a obtenção do óleo essencial foi utilizado o método por arraste de vapor de água pelo método de hidro destilação com aparato de Clevenger. O óleo essencial obtido foi denominado OECA com rendimento de 1,15% (Figura 3). Figura 3: (A) Óleo essencial de C. ambrosioides; (B) Partes aéreas da C. ambrosioides (GRASSI et al., 2013). O óleo essencial obtido das folhas secas de C. ambrosioides foi analisado por cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (CG-FID) e por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM Shimadzu, QP2010 S). A análise realizada por CG-FID, com coluna capilar Rtx-1 (30 m x 0,25 mm x 0,10 µm), teve o gás Helio como carreador (0,8 mL/min); temperatura do injetor: 180 ºC e interface: 250 ºC, Split: 1:50, no programa de temperatura: 80 °C 36 (80 ºC até 200 ºC em 20 ºC/min; 200 ºC até 300 ºC em 15 ºC/min; 300 ºC até 310 ºC em 12 ºC/min); FID (310 ºC) H2: 40 mL/min. O óleo essencial foi também analisado por CG/EM, com temperatura do injetor de 250ºC; programa de temperatura de 80 ºC até 200 ºC em 20 ºC/min; 200 ºC até 300 ºC em 15 ºC/min; tendo as demais condições iguais às do CG-FID. A identificação da composição química do óleo essencial e das frações foi realizada pela comparação dos espectros de massas obtidos com os dados da biblioteca disponível no aparelho (versão NIST 8.0). O óleo essencial apresentou dois compostos majoritários, com tempos de retenção de 3,614 e 5,064 minutos. Os compostos foram identificados como: 1isopropil-4-metil-benzeno (p-Cimeno) dioxabiciclo[2.2.2]oct-5-eno (ascaridol) (42,32%) (49,77%) e 1-isopropil-4-metil-2,3- (Figura 4), respectivamente (Degenhardt, 2014). Figura 4: (A) Cromatograma obtido por CG-FID (180ºC) do óleo essencial de Chenopodium ambrosioides (OECA); (B) Estrutura dos compostos majoritários presentes no óleo essencial (DEGENHARDT, 2013). (A) uV (x1,000,000) 3.0 Chromatogram 5,064 3,614 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 (B) O O Ascaridol p-Cimeno 8.0 9.0 min 37 4.3 Ensaios Farmacológicos: 4.3.1 Animais: Para os experimentos foram utilizados camundongos Swiss machos (25 a 30g), oriundos do Biotério Central da Univali. Os animais foram mantidos no biotério setorial em caixas com maravalha, com no máximo 20 animais/caixa com ciclo claro/escuro de 12 horas, aclimatados a temperatura de 22 +/- 2 ºC e tratados com água e ração ad libitum, exceto durante os experimentos. As caixas foram trocadas em dias alternados pelo técnico responsável conforme rotina interna do biotério. Os animais permaneceram no biotério por no máximo 3 dias. Durante os experimentos, os mesmos foram conduzidos para a sala experimental e permaneceram em ambientação por um período mínimo de uma hora. Após os experimentos os animais foram eutanaziados pela equipe responsável, com CO2 (conforme prática local da instituição) e as carcaças foram descartadas em sacos de lixo hospitalar, para futuro processo de incineração, também conforme pratica local. Os protocolos foram submetidos ao comitê de Ética para uso de animais (CEUA) na UNIVALI sendo aprovado com parecer número 014/13. 4.3.2 Drogas e tratamentos: Nos ensaios farmacológicos foram utilizadas as seguintes drogas e reagentes: A imipramina, pentilenotetrazol, pentobarbital, prazosina, ioimbina, haloperidol, SCH2390 (R(+)-7-Cloro-8-hidroxi-3-metil-1-phenil-2,3,4,5-tetrahidro-1H3-benzazepino hidrocloreto), pindolol, metoclopramida, NAN-190 (1-(2-Metoxifenil)-4[4-(2-ftalimido) butil] piperazine hidrobrometo), quetanserina, pimozide e bicuculina, baclofeno, foram obtidos de Sigma Chem. Co. (St. Louis , EUA); e, Flumazenil, diazepam e ondansetrona de Cristália Prod. Química Farm. Ltda , São Paulo, Brasil. As doses utilizadas foram baseadas em artigos científicos do grupo de pesquisa (TOLARDO et al., 2010). O óleo essencial de C. ambrosioides, foi dissolvido em DMSO e administradas v.o. pelo método de gavagem, 60 minutos antes dos testes. As outras drogas foram dissolvidas em solução salina isotônica (NaCl a 0,9%), imediatamente antes da aplicação, exceto o flumazenil que foi dissolvido em solução de 10% de 38 Twen 80. As drogas foram aplicadas por via intraperitoneal (i.p.), 30 minutos antes dos testes. O veiculo utilizado como controle negativo é o mesmo meio no qual foi dissolvido o óleo essencial. 4.3.3 Grupos experimentais: Para os experimentos comportamentais os animais foram divididos em 5 grupos 3 deles tiveram o tratamento com o óleo essencial da planta nas doses de 50mg/kg, 100mg/kg e 150mg/Kg (ARAÚJO et al., 2005; TOLARDO et al., 2010). Para a análise do mecanismo de ação os animais foram divididos de acordo com o número de antagonistas utilizados. O N por grupo experimental foi de 10 animais. Todas as administrações dos tratamentos e/ou controles negativos foram feitas uma única vez por via oral (v.o.), os antagonistas e controles positivos foram administrados por via intraperitoneal (i.p.), de uma única vez. Os tratamentos foram solubilizados e um volume de 0.10mL/peso corporal para serem administrados nos animais. 4.3.4 Ensaios farmacológicos 4.3.4.1 Avaliação do efeito do OECA sobre o sistema motor e depressor através do teste de campo aberto (TCA) e Rota rod: O aparato utilizado para os experimentos com camundongos foi confeccionado em madeira (30 x 30 x 15 cm) com a frente de vidro para melhor visualizar os animais. O interior do aparato foi subdividido em 9 quadrantes. Neste modelo, dois grupos foram testados como controle: positivo (haloperidol 2,5 mg/kg), e negativo (veículo). O OECA (50, 100 e 150 mg/Kg) bem como o controle negativo foram administrados por via oral, 60 minutos antes do experimento. Os testes avaliaram os efeitos inespecíficos sobre o SNC, sobretudo sobre o sistema motor dos animais. Foram observados os seguintes parâmetros: número de cruzamentos dos quadrantes (crossing) e número de atividades exploratórias caracterizadas por tentativas de levantar o corpo, apoiando-se sobre as patas traseiras (rearings) conforme descrito por OLIVEIRA et al. (2006). O tempo de observação foi de 6 minutos (Figura 5). 39 O aparato utilizado para o teste do Rotarod consiste em uma barra de 2,5cm de diâmetro, subdividida em quatro compartimentos por discos de 25cm de diâmetro. A barra gira a uma velocidade constante de 12 rotações por minuto (rpm). Os animais foram colocados no aparato e treinados com intervalos de 60 segundos, durante três tentativas, os que não conseguiram se manter na barra por esse tempo foram descartados. Após 24 horas os animais foram divididos em grupos e tratados com OECA (50, 100, 150 mg/kg) e controle negativo (veículo) (Figura 6), após foram levados ao aparato e foi observado o tempo de permanência na barra (em segundos) e o número de quedas dos animais (TOLARDO et al., 2008). Figura 5: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a deambulação dos animais através do TCA. 40 Figura 6: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre o sistema motor de animais através do Rotarod. 4.3.4.2 Avaliação do efeito do OECA sobre a depressão através do modelo da natação forçada (MNF): Para a investigação do efeito antidepressivo utilizou-se o MNF. Os experimentos foram realizados conforme descrito por Rodrigues et al. (2002). Dois grupos de animais foram testados como controle: o positivo (imipramina 50 mg/kg, i.p.), e o negativo (veículo, v.o.). O OECA foi administrado oralmente, 60 minutos antes dos testes. Após esse tempo, os animais foram colocados individualmente num tanque de vidro (25 cm de altura e 10 cm de diâmetro), cheio com água a uma temperatura de 24 a 25°C. Durante 6 minutos (Figura 7). Foi cronometrado o tempo de imobilidade dos animais, o qual foi usado como parâmetro comportamental de anedonia, comportamento este, que indica o estado de desesperança do animal após perceber que a fuga do recipiente não será possível, o tempo de nado 41 (mobilidade) e de escalada (tentativa de escape) também foram parâmetros avaliados no teste (SÁNCHEZ-MATEO et al., 2005). Figura 7: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a depressão através do MNF. 4.3.4.3 Avaliação do efeito do OECA sobre o sono induzido por barbitúrico (MSB): Para investigação de um possível efeito hipnótico do OECA, foi utilizado o MSB conforme descrito por Devi et al. (2003) com pequenas modificações. Como controle positivo foi utilizado o diazepam (1mg/Kg, i.p.) e negativo, o veículo (v.o.). Os animais receberam os tratamentos com o OECA nas concentrações de 50, 100 e 150 mg/Kg (v.o). Após 60 minutos, foi administrado pentobarbital (50 mg/Kg, i.p.). Imediatamente os animais foram colocados individualmente sob funis de vidro (Figura 8). A latência para o sono e o tempo total de sono foi cronometrado e representado respectivamente pela perda e recuperação do reflexo postural (DEVI et al., 2003; QUINTANS-JÚNIOR; ALMEIDA; ANTONIOLLI, 2005). 42 Figura 8: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre o MSB. 4.3.4.4 Avaliação do efeito do OECA sobre a convulsão induzida por pentilenotetrazol (MCP): O efeito anticonvulsivante do OECA foi avaliado através do antagonismo das convulsões induzidas por pentilenotetrazol (PTZ), conforme descrito por Kasture; Kasture; Chopde (2002). Os animais receberam os tratamentos com o OECA nas concentrações de 50, 100 e 150mg/Kg (v.o.), bem como, com os controles: positivo (fenobarbital 0,5mg/Kg, i.p.) e negativo (veículo, v.o.). Transcorridos 60 minutos após os tratamentos com OECA e controle negativo e 30 minutos após o tratamento com o controle positivo, os animais receberam PTZ (100mg/Kg, v.o.). Imediatamente após a aplicação do PTZ, os animais foram colocados sob funis de vidro e observados num período de 60 minutos subsequentes (Figura 9), para verificação do tempo de latência para primeira crise convulsiva (KASTURE; KASTURE; CHOPDE, 2002). 43 Figura 9: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a convulsão induzida por PTZ. 4.3.4.5 Avaliação do efeito do OECA sobre a ansiedade dos animais através do modelo de labirinto em cruz elevado (LCE): Para a avaliação do efeito ansiolítico do OECA, o modelo de ansiedade utilizado foi o LCE, e os procedimentos foram feitos conforme descrito por Pellow et al. (1985), com pequenas modificações. O aparato utilizado é constituído de madeira, em forma de cruz grega, com dois braços abertos (30 x 5 x 2,5 cm), e dois fechados (30 x 5 x 15 cm), os braços são conectados por uma área central aberta (5 x 5 cm). O aparato será elevado a uma altura de 50 cm sobre o chão (EMAMGHOREISHI; KHASAKI; AAZAM, 2005). Dois grupos foram testados como controle: positivo (diazepam 0,75 mg/kg, i.p.) e o controle negativo (veículo, v.o.). O OECA, foi administrado por via oral, em três concentrações diferentes 50, 100 e 150 mg/Kg. Decorridos 60 minutos após a administração do OECA, os animais foram colocados individualmente no centro do aparato com a cabeça voltada ao braço 44 fechado e observados durante 5 minutos (Figura 10). Durante esse tempo, foi observado e registrado a frequência de entrada e o tempo de permanência nos braços abertos (FEA e TPA, respectivamente), e nos fechados (FEF e TPF, respectivamente). As entradas nos braços do aparato foram definidas quando o animal esteve com todas as quatro patas no braço visitado. Para análise estatística, as percentagens das frequências de entradas nos braços abertos (%FEA) e tempo permanência nesses braços (%TPA) foram calculados de acordo com as fórmulas: %FEA = FEA / FEA + FEF X 100 e %TPA = TPA / TPA + TPF X 100, para a análise estatística nos braços fechados foram seguidas da mesma maneira (SOUZA et al., 1998). Figura 10: Esquema representativo da investigação do efeito do OECA sobre a ansiedade através do LCE. 45 4.3.4.6 Determinação do mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA Para avaliação do envolvimento de sistemas serotonérgico, adrenérgico e dopaminérgico no mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA, o protocolo experimental foi delineado conforme mostrado na Figura 11, modificando somente o antagonista específico conforme o sistema a ser estudado. Figura 11: Esquema representativo da investigação do mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA. a) Avaliação do sistema GABAérgico sobre o efeito ansiolítico do OECA: Para a avaliação do possível envolvimento do receptor dos benzodiazepínicos no mecanismo de ação e propriedade ansiolítica do OECA, os animais foram prétratados com Flumazenil (3 mg/Kg, i.p., antagonista GABAA/benzodiazepínico específico) e após 15 minutos foram administrados em grupos diferentes: o 46 Diazepam (0,75mg/kg, i.p., Benzodiazepínico padrão), o Veículo e o OECA (50mg, v.o.). Decorrido mais 30 (dos tratamentos i.p.) e 60 (dos tratamentos v.o) os animais foram submetidos ao LCE. Para avaliar o possível envolvimento dos receptores GABAA e GABAB os animais foram pré-tratados com Baclofeno (2 mg/kg, i.p., antagonistas seletivo dos receptores GABAB) e Bicuculina (1mg/kg, i.p., antagonista seletivo de receptores GABAA), após 15 minutos, foi administrado o OECA (50mg/kg, v.o.) e veículo. Foram aguardados 60 minutos para a observação no LCE. Avaliou-se o tempo de permanência nos braços abertos e a frequência de entrada nos braços abertos. b) Avaliação do sistema Serotoninérgico sobre o efeito ansiolítico do OECA: Para investigar o possível envolvimento de receptores serotonérgicos, no efeito antidepressivo do OECA os animais foram pré-tratados com NAN-190 (0,3 mg/kg, i.p., antagonista dos receptores 5-HT1A), Quetanserina (5 mg/kg, i.p., antagonista seletivo dos receptores 5-HT2A/2C), Ondansetrona (0,3 mg, i.p., antagonista seletivo dos receptores 5-HT3), e Pindolol (10mg/kg, i.p., antagonista seletivo dos receptores 5-HT1A/1B), após 15 minutos, foi administrado o OECA (50mg/kg, v.o.), e aguardado 60 minutos para a observação dos efeitos no Labirinto em Cruz Elevada. Neste modelo, foram analisados o tempo de permanência nos braços abertos e a frequência de entrada nos braços abertos do aparato, respectivamente (Figura 11). c) Avaliação do sistema Dopaminérgico sobre o efeito ansiolítico do OECA: Para a avaliação do possível envolvimento do sistema dopaminérgico, os animais foram pré-tratados com Haloperidol (10µg/kg, i.p., antagonista dopaminérgico não seletivo), Pimozide (0,5 mg/kg, i.p., antagonista seletivo de receptores D2), SCH23390 (0,5mg/kg, i.p., antagonista seletivo de receptores D1) e Metoclopramida (1mg/kg, i.p., antagonista seletivo de receptores 5-HT3/D1). Após 15 minutos, foi administrado o OECA (50mg/kg, v.o.), e aguardado 60 minutos para a observação dos efeitos no Labirinto em Cruz Elevada. Foram analisados o tempo de 47 permanência nos braços abertos e a frequência de entrada nos braços abertos do aparato (Figura 11). d) Avaliação do sistema Adrenérgico sobre o efeito ansiolítico do OECA Para a avaliação do possível envolvimento do sistema adrenérgico, os animais foram pré-tratados com Prasozina (1mg/Kg, i.p., antagonista seletivo de receptores α1) e Ioimbina (1mg/kg, i.p., antagonista seletivo de receptores α2). Após 15 minutos, foi administrado o OECA (50mg/kg, v.o.), e aguardado 60 minutos para a observação dos efeitos no Labirinto em Cruz Elevado. Foram analisados o tempo de permanência nos braços abertos e a frequência de entrada nos braços abertos do aparato (Figura 11). 4.4 Análise estatística Os dados obtidos foram apresentados com médias seguidas pelos respectivos erros padrões médio (EMP), e os dados foram submetidos às análises de variância (ANOVA), quando necessários, foram seguidos de teste de múltipla comparação a partir dos modelos pos hoc de Bonferroni, utilizando o software GraphPad INSTAT®. Os resultados foram apresentados como medianas seguidas dos intervalos interquadil. Foram considerados estatisticamente significantes os valores de p menor do que 0,05 (p < 0,05) (MANSOURI et al., 2014). 48 5 RESULTADOS 5.1 Avaliação do efeito do OECA sobre a deambulação dos animais através do TCA e da capacidade motora pelo teste Rota rod. A Figura 12 ( A/B) mostra o efeito do tratamento dos animais com OECA (50mg, 100mg, 150mg), administrados por via oral no teste de campo aberto (TCA). Observa-se que o OECA não promoveu alteração dos parâmetros do teste, não havendo diferença significativa entre o número de cruzamentos (crossing) e levantadas (rearings), quando comparadas as doses do OECA com o controle negativo [F(4,42) = 361,3, p>0,05]; [F(4,35) = 484,7, p>0,05], respectivamente. Como esperado o haloperidol (2,5mg/kg, i.p.), diminuiu significativamente os dois parâmetros observados, demonstrando seu efeito letárgico no sistema motor dos animais. A Figura 13 (A), representa o tempo de permanência dos animais no teste do Rota rod (12rpm), o qual não apresentou alteração com a administração do OECA em todas as doses utilizadas quando comparadas com o controle (F(3,34) = 0,6443, p>0,05). Da mesma forma, o número de quedas não foi alterado no teste, quando comparado às doses administradas de OECA e o controle negativo, não se observou diferença significativa (F(3,36) = 1,311, p>0,05) (Figura 13B). 49 Número de Cruzamentos "Crossing" Figura 12: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/Kg), administrados pela via oral sobre os parâmetros: número de cruzamentos (crossing) (A) e número de rearings (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo veículo. *** p < 0,001. 150 Veículo OECA Haloperidol A 100 *** 50 0 Controle 50 100 150 2,5 Tratamento (mg/kg) Número de Levantadas "Rearing" 100 B 80 60 40 *** 20 0 Controle 50 100 150 2,5 Tratamento (mg/kg) 50 Tempo de permanência (s) Figura 13: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/Kg), administrados pela via oral no teste do Rotarod. Tempo de permanência dos animais no aparelho Rotarod (A) e número de quedas dos animais do aparelho (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. 60 Controle OECA A 40 20 0 Controle 50 100 150 Tratamento (mg/kg) Número de quedas 4 B 3 2 1 0 Controle 50 100 150 Tratamento (mg/kg) 51 5.2 Avaliação do efeito do OECA sobre a ansiedade dos animais através do modelo LCE. Os resultados da Figura 14 (A) demonstram que o tratamento dos animais com OECA nas concentrações de 50mg, 100mg e 150mg (F(4,40) = 27,69, p<0,001), promoveu um maior número de entradas nos braços abertos, quando comparados com o grupo controle (veículo), assim como uma diminuição das entradas nos braços fechados, em todas as doses testadas (F(4,39) = 27,24, p<0,001) (figura 14C). Também se observou que o tempo de permanência nos braços abertos é significativamente maior quando administrado o OECA. Essa diferença é constatada nas doses de 50mg, 100mg e 150mg (F(4,46) = 51,73, p<0,001) (Figura 14B). Em contrapartida ao tempo nos braços abertos que aumentou com a administração do OECA, ocorreu à diminuição do tempo nos braços fechados, em todas as doses utilizadas (F(4,36) = 58,76, p<0,001) (Figura 14D). Também foi observado nesse experimento o efeito ansiolítico clássico do diazepam. O medicamento promoveu aumento do tempo de permanência (F(4,46) = 51,73, p<0,001) e frequência de entradas (F(4,40) = 26,69, p<0,001), nos braços abertos (Figuras 14A e 14B), uma diminuição dos mesmos parâmetros de tempo e frequência nos braços fechados do aparato (Figuras 14C e 14D) [F(4,36) = 58,76, p<0,001]; [F(4,39) = 27,24, p<0,001], respectivamente. 52 Frequencia de entrada nos braços abertos (%) Figura 14: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/Kg) e de diazepam (0,75 mg/Kg), administrados pela via oral e intraperitoneal, respectivamente, no modelo LCE. Freqüência de entrada nos braços abertos (A), tempo de permanência nos braços abertos (B), freqüência de entradas nos braços fechados (C) e tempo de permanência nos braços fechados (D). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo). *** p < 0,001. 80 Controle OECA Diazepam A 60 *** *** *** 100 150 *** 40 20 0 Controle 50 0,75 Tempo de permanência nos braços abertos (%) Tratamento (mg/kg) 80 B *** 60 *** *** *** 150 0,75 40 20 0 Controle 50 100 Frequencia de entrada nos braços fechados (%) Tratamento (mg/kg) 80 C 60 *** *** *** *** 40 20 0 Controle 50 100 150 0,75 Tempo de permanência nos braços fechados (%) Tratamento (mg/kg) 80 D 60 *** *** 40 *** *** 150 0,75 20 0 Controle 50 100 Tratamento (mg/kg) 53 5.3 Avaliação do efeito do OECA sobre o sono induzido por barbitúricos (MSB). Os resultados representados na Figura 15 demonstram que o tratamento dos animais com OECA, em todas as doses testadas, promoveu significativamente redução do tempo de latência para o sono (Figura 15A) [F(4,35) = 228,7, p<0,001], quando comparado com o grupo controle negativo (veículo). No mesmo experimento verificou-se que o tempo total de sono (Figura 15B) [F(4,35) = 63,66, p<0,001], quando comparadas com o grupo controle negativo (veículo). Foi observado também que, conforme esperado, o tratamento dos animais com diazepam (1 mg/kg, i.p.) promoveu, um aumento significativo no tempo total de sono (F(4,35) = 63,66, p<0,001) e diminuição da latência para o sono (F(4,35) = 228,7, p<0,001), quando comparado com o controle negativo (veículo), produzindo seu característico efeito hipnótico. 54 Latência para o sono (s) Figura 15: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/Kg) e de diazepam (1 mg/Kg), administrados pela via oral e intraperitoneal, respectivamente no MSB. Tempo de latência para o sono (A) e o tempo total do sono (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo). *** p < 0,001. 1500 Veículo OECA Diazepam A *** 1000 500 0 *** Controle 50 100 *** *** 150 1 Tratamento (mg/kg) Tempo de sono (s) 4000 B *** *** *** 100 150 1 *** 3000 2000 1000 0 Controle 50 Tratamento (mg/kg) 55 5.4 Avaliação do efeito do OECA sobre a depressão através do Modelo de Nado Forçado (MNF). No MNF, apresentado na Figura 16A, está demonstrado que o OECA não promoveu mudanças significativas no padrão comportamental dos animais em nenhum dos parâmetros comportamentais observados no teste (imobilidade, escalada, mobilidade), em nenhuma das doses utilizadas, quando comparadas com o veículo. Em dois dos parâmetros observados (Figura 16A e 16B), a imipramina (50mg/kg, i.p.), administrada como droga antidepressiva de escolha, exibiu efeito antidepressivo, promovendo um aumento significativo no tempo de escalada (F(4,38) = 34,76, p<0,001) e diminuição do tempo de imobilidade (F(4,36) = 93,06, p<0,001), quando comparada com o controle (veículo). 56 Figura 16: Efeito da administração de OECA (50, 100 e 150 mg/Kg, v.o.) e da imipramina (50 mg/Kg, i.p.). Tempo de Imobilidade (A), Tempo de escalada (B), Tempo de nado (C). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo).*** p < 0,001. Veículo OECA Imipramina Imobilidade (s) 200 A 150 100 50 0 *** Controle 50 100 150 50 Tratamento (mg/kg) 250 B Escalada (s) 200 *** 150 100 50 0 Controle 50 100 150 50 Tratamento (mg/kg) Mobilidade (s) 200 C 150 100 50 0 Controle 50 100 150 50 Tratamento (mg/kg) 57 5.5 Avaliação do efeito do OECA sobre a convulsão induzida por PTZ. Na Figura 17 está representa os resultados obtidos com animais avaliados no modelo de antagonismo da convulsão induzida por PTZ, e tratados com OECA. Neste modelo os animais que receberam tratamento com OECA, na dose de 150mg/kg tiveram aumento significativo da latência para a primeira crise convulsiva (F(4,40) = 1280, p<0,001), quando comparado com os animais tratados com o veículo. Porém, o tratamento não protegeu os animais contra a letalidade induzida pelo PTZ, uma vez que os animais não sobreviveram às crises tônicas induzidas pelo PTZ (resultados não mostrados). O fenobarbital, utilizado como controle positivo apresentou seu efeito anticonvulsivante (F(4,40) = 1280, p<0,001), aumentando significativamente a latência para a convulsão, quando comparado com o veículo. 58 Latência para convulsão (s) Figura 17: Efeito da administração aguda do OECA (50, 100 e 150 mg/Kg, v.o.) e de fenobarbital (50 mg/Kg, i.p.), no modelo de convulsão induzida por PTZ. A figura indica o tempo de latência para primeira crise convulsiva com PTZ. Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os asteriscos indicam diferenças significantes comparadas com o grupo controle (veículo). *** p < 0,001. Veículo OECA Fenobarbital 1500 *** 1000 500 *** 0 Controle 50 100 150 500 Tratamento (mg/kg) 59 5.6 Determinação do mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA: 5.6.1 Influencia do sistema adrenérgico sobre o mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA A Figura 18, mostra que o pré-tratamento dos camundongos com os antagonistas, α1-adrenérgico, prazosina (1 mg/kg, i.p) ou α2-adrenérgico, ioimbina (1 mg/kg, i.p.), quando comparados ao grupo tratado apenas com o OECA:, não foram capazes de reverter o efeito ansiolítico do OECA: (50 mg / kg) no teste do labirinto de cruz elevada) considerando os parâmetros de: Tempo de permanência nos braços abertos [F(5,45) = 40,64, p>0.05], Figura 18(B) e, Frequência de entrada nos braços abertos [F(5,48) = 69,55, p>0,05], Figura 18(A). Os animais tratados apenas com o OECA (50mg/kg, v.o.), apresentaram diferença significativa em comparação com o controle (veículo), demonstrando o efeito ansiolítico do óleo. 60 Frequencia de entradas nos braços abertos (%) Figura 18: Efeito do pré-tratamento dos camundongos com Ioimbina (1 mg / kg, ip, um antagonista α2-adrenérgico) e Prazosina (1 mg / kg, ip, um antagonista α1-adrenérgico) e Óleo essencial de C. ambrosioides (50 mg / kg, v.o.), respectivamente, no modelo LCE. Frequência de entradas nos braços abertos (A), tempo de permanência nos braços abertos (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os valores são expressos como média ± S.E.M. (n = 8-10). *** p<0.001, em comparação com o grupo controle. 80 A 60 Ioimbina Prasozina Veículo OECA 50mg *** 40 20 0 Tempo de permanência nos braços abertos (%) OECA 50mg/Kg 80 60 B *** 40 20 0 OECA 50mg/Kg 61 5.6.2 Influencia do sistema serotoninérgico sobre o mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA Os resultados apresentados na Figura 19 mostram que o pré-tratamento dos animais com os antagonistas de serotonina 5HT1A, o NAN-190 (0,5mg/Kg, i.p.) e antagonista 5-HT2A, a Quetanserina (5mg/kg, i.p.), foram capazes de reverter o efeito ansiolítico do OEA representado pela diminuição do número de entradas nos braços abertos [F(8,401) = 9,78 p<0,001], porém não apresentaram efeito no tempo desprendido pelos animais nesses respectivos compartimentos do LEC [F(9,73) = 10,73 p>0,05]; Além disso, a Figura 19 mostra que o pré-tratamento dos camundongos com antagonista de receptores 5-HT3, ondansetrona (0,3mg/kg, i.p.) e o antagonista dos receptores 5-HT1A/1B, pindolol (10mg/kg, i.p.), não foram capazes de reverter o efeito ansiolítico do OECA (50mg/kg, v.o.) no labirinto de cruz elevada. Os animais tratados apenas com o OECA (50mg/kg, v.o.), apresentaram diferença significativa em comparação com o controle (veículo), demonstrando o efeito ansiolítico do óleo. 62 Frequencia de entradas nos braços abertos (%) Figura 19: Efeito do pré-tratamento dos camundongos com NAN-190 (0,5 mg, i.p., antagonista de receptores 5-HT1A), Ondansetrona (0,3 mg, i.p., antagonista de receptores 5-HT3), Quetanserina (5mg/kg, i.p., antagonista de receptores 5-HT2A/2C), Pindolol (10 mg / kg, i.p., antagonista de receptores 5-HT1A/1B) e OECA (50 mg / kg, v.o.), no modelo LCE. Frequência de entradas nos braços abertos (A), tempo de permanência nos braços abertos (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os valores são expressos como média ± S.E.M. (n = 8-10). *** p<0.001, em comparação com o grupo controle. ### p<0.001, comparação do grupo pré-tratados com antagonistas e o grupo tratado somente com OECA. 80 A Ondansetrona Quetanserina Pindolol Veículo OECA 50mg NAN-190 *** 60 ### ### 40 20 0 Tempo de permanência nos braços abertos (%) OECA 50mg/Kg 80 60 B *** 40 20 0 OECA 50mg/Kg 63 5.6.3 Influência do sistema dopaminérgico sobre a propriedade ansiolítica do OECA. Todos os antagonistas dopaminérgicos específicos utilizados neste experimento com o intuito de investigar a influencia do sistema sobre a propriedade ansiolítica do OECA, reverteram seu efeito ansiolítico. A Figura 20 nos mostra que o pré-tratamento dos animais com: SCH23390, antagonista dos receptores D1; Pimozide, antagonista dos receptores D2; e Haloperidol, antagonista não seletivo dos receptores de dopamina diminuíram a frequência de entradas nos braços abertos (F (9,75) = 19,59, p<0.001)(Figura 20A), porém apenas o pré-tratamento com Haloperidol interferiu no tempo de permanência dos animais nos braços abertos (F (9,72) = 11,72, p<0.001) quando comparado com o OECA administrado isoladamente. e D). O pré-tratamento dos animais com Metoclopramida, antagonista 5-HT3/D1, não promoveu alterações significativas em nenhum dos parâmetros avaliados. 64 Frequencia de entradas nos braços abertos (%) Figura 20: Efeito do pré-tratamento dos camundongos com Pimozide (0,5 mg / kg, i.p., antagonista de receptores dopamina D2), Haloperidol (10µg/kg, i.p., antagonista não seletivo de receptores de dopamina), SCH 23390 (0,5 mg / kg, i.p., antagonista de receptores de dopamina D1), Metoclopramida (1mg/kg, i.p., antagonista de receptores 5HT3/D1) e OECA (50 mg / kg, v.o.), respectivamente, no modelo LCE. Frequência de entradas nos braços abertos (A), tempo de permanência nos braços abertos (B),. Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os valores são expressos como média ± S.E.M. (n = 8-10). *** p<0.001, em comparação com o grupo controle. ### p<0.001, comparação do grupo pré-tratados com antagonistas e o grupo tratado somente com OECA. 80 A Pimozide Haloperidol Metoclopramida Veículo OECA 50mg SCH23390 *** 60 ### ### ### 40 20 0 Tempo de permanência nos braços abertos (%) OECA 50mg/Kg 80 60 40 B *** ### 20 0 OECA 50mg/Kg 65 5.6.4 Influencia do sistema GABAérgico sobre o mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA O efeito ansiolítico do óleo essencial de C. ambrosioides parece envolver diretamente o sistema GABAérgico. Os resultados apresentados na Figura 21 demonstraram que o tratamento prévio dos animais com Flumazenil (3mg/kg, i.p.) reverteu o efeito do Diazepam (1mg/kg, i.p.), droga ansiolítica padrão, assim como ocorreu com a administração de Bicuculina (1mg/kg, i.p.) e Baclofeno (2mg/kg, i.p.), que reverteram o efeito do OECA, nos parâmetros de tempo de permanência nos braços abertos do aparato (F(9,75) = 26,59, p<0.001) e frequência de entradas nos braços abertos (F(9,79) = 19,35, p<0.001). Os resultados comprovaram o efeito antagonista do flumazenil, frente à administração concomitante de diazepam, demonstrando a característica ansiogênica da droga. 66 Frequencia de entradas nos braços abertos (%) Figura 21: Efeito do pré-tratamento dos camundongos com Bicuculina (1,0 mg / kg, i.p., antagonista de receptores GABAA), Baclofeno (2,0 mg / kg, i.p., antagonista do receptor GABAB) e Flumazenil (3mg/kg, i.p., antagonista dos benzodiazepínicos), Diazepam (1mg/kg, i.p., agonistas GABAérgico) e ÓECA (50 mg / kg, v.o.), respectivamente, no modelo LCE. Frequência de entradas nos braços abertos (A), tempo de permanência nos braços abertos (B). Cada coluna representa a média de 8 a 10 animais e as barras verticais indicam os erros padrões da média (E.P.M.). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. Os valores são expressos como média ± S.E.M. (n = 8-10). *** p<0.001, em comparação com o grupo controle. ### p<0.001, comparação do grupo pré-tratados com antagonistas e o grupo tratado somente com OECA. (a) p<0.001, comparação do grupo pré-tratados com diazepam+flumazenil e o grupo tratado somente com diazepam. 80 A *** 60 Baclofeno Dizepam Diazepam+Flumazenil Veículo OECA 50mg Bicuculina Flumazenil a *** ### ### ### 40 20 0 OECA 50mg/Kg Tempo de permanência nos braços abertos (%) 80 60 40 B *** *** a ### ### ### 20 0 OECA 50mg/Kg 67 6 DISCUSSÃO Os óleos essenciais compreendem uma mistura de substâncias voláteis extraída de plantas. Podem se revelar como matérias-primas de importância para as indústrias cosmética, farmacêutica e alimentícia, sendo geralmente os componentes de ação terapêutica de plantas medicinais aromáticas (EL HADI et al., 2013) Desde muitos séculos, os óleos essenciais são explorados, embora ainda hoje não se tenha completamente documentado o início exato. Acredita-se que os primeiros usos para estes, tenha sido através de bálsamos, ervas aromáticas e resinas que eram usadas para embalsamar cadáveres em cerimônias religiosas há milhares de anos atrás. Há relatos do uso de óleos essências em 2.700 a.C pelos chineses, no mais antigo livro de ervas do mundo, Shen Nung. Algumas das plantas citadas eram o cravo (Syzygium aromaticum) e a papoula (Papaver somniferum). Outro uso documentado de óleos essencias é datado em 2.000 a.C. em livros escritos em sânscrito, pelos hindus. A partir dos séculos XVI e XVII, a comercialização destes óleos se popularizou pelo mundo, devido ao nível de tecnologia e também conhecimento de suas propriedades jamais explorado e divulgado no mundo (VIGAN, 2010). Os óleos essenciais exibem muitas propriedades farmacológicas já reportadas na literatura, dentre elas destaca-se atividade antimicrobiana (BILIA et al., 2004, SEOW et al., 2014), anti-inflamatória (SILVEIRA et al., 2014), analgésica (SOUSA, 2011), antioxidante (AMORATI et al., 2013) entre outras (LEE et al., 2012), mas, reside na aromaterapia a maior aplicabilidade dos óleos essenciais. Estudos de algumas patologias do SNC apontam seus efeitos na terapêutica, por exemplo, na ansiedade (KASPER, 2013), depressão (YIM et al., 2009), insônia e demência (PERRY et al., 2003). No presente estudo avaliou-se, num primeiro momento, os efeitos centrais do óleo essencial de C. ambrosioides administrados em animais os quais foram submetidos a modelos específicos, utilizados para o screening de substancias psicoativas. Posteriormente, optou-se por aprofundar o estudo de uma das propriedades farmacológicas detectadas. O teste do campo aberto (TCA) pode ser utilizado para vários fins farmacológicos, dependendo do protocolo adotado. Esse teste utiliza a aversão do 68 animal a ambientes claros e abertos, como mecanismo para determinar o grau de ansiedade do mesmo. O conflito causado pela situação faz com que os animais fisiologicamente entrem num estado de ansiedade, aumentando a exploração do local (rearings) e o numero de cruzamentos (crossings). Drogas com efeito ansiolítico tendem a diminuir ambos os parâmetros, apesar de ser considerado por alguns autores como um teste pouco sensível para ansiedade, e sim para detectar uma atividade depressiva inespecífica no SNC (BLANCO et al., 2009). Por outro lado, o teste revela também as drogas que afetam o sistema motor do animal (SAUDOU et al., 1994), pois a deambulação e o número de levantadas “rearings” estão relacionados a uma coordenação motora eficaz (ALMEIDA; OLIVEIRA, 2006). O teste possibilita excluir o viés da capacidade motora, pois se a droga utilizada afeta o movimento, pode interferir e mascarar resultados em outros aparatos (GOMES et al., 2010). Os resultados obtidos no presente estudo sugerem que o óleo essencial não exibiu um efeito importante sobre o sistema motor do animal, nas doses utilizadas, quando comparado com o controle (veículo). Esses resultados corroboram com os obtidos por Grassi e colaboradores (2013), que utilizaram as mesmas doses do extrato das folhas de C. ambrosioides, não observando efeitos motores. No teste realizado pelos pesquisadores o Diazepam (2mg/Kg, i.p.), benzodiazepínico empregado como controle positivo, promoveu a diminuição da motricidade, efeito relacionado à sedação e relaxamento muscular que causa no organismo (GOMES et al., 2010; MOREIRA et al., 2014). Os experimentos também demonstraram a diminuição nos dois parâmetros observados no campo aberto (crossings e rearings), com a administração de haloperidol (2,5mg/kg, i.p.). Tal resultado é de fato esperado, já que o haloperidol exibe como efeito adverso uma disfunção motora, relacionado com o antagonismo de receptores dopaminérgicos D2 em regiões cerebrais chamadas de nucleus accumbens e sistema nigroestriatal. O medicamento age como antagonista inespecífico dos receptores dopaminérgicos causando efeito neuroléptico, utilizado na terapêutica de algumas psicoses (CONCEIÇÃO; FRUSSA-FILHO, 1996). Em animais o medicamento promove estados catalépticos (DANTAS et al., 2014; SHIMIZU et al., 2014), efeito semelhante ao de outras drogas utilizadas para tratamento de esquizofrenia (DE SANTIS et al., 2014). 69 Os resultados acima mencionados completam os encontrados no teste Rota rod. Trata-se de um clássico modelo animal utilizado para avaliar bloqueio neuromuscular periférico e perda da coordenação motora dos animais (DUNHAM, MIYA, 1957), efeito promovido por agentes como os benzodiazepínicos e os anestésicos (PULTRINI et al, 2006). Quando o desempenho dos animais tratados com uma determinada substância é investigado usando a barra rotativa do Rota rod, o resultado mostra-se semelhante ao do grupo controle, sugere-se que a coordenação motora não foi prejudicada (BLANCO et al., 2009). Em nossos estudos, o tempo de permanência no aparato não foi diminuído com a administração de nenhuma das três doses do OECA (50mg, 100mg, 150mg), como o encontrado com o controle positivo, um BDZ, os quais têm dentre seus efeitos colaterais estados de ataxia e sedação (CHARNEY et al., 2001). O teste do labirinto em cruz elevado (LCE) é utilizado para avaliar a eficácia sobre o perfil neurocomportamental de animais, tratados com agentes ansiogênicos e/ou ansiolíticos. Este modelo animal para ansiedade é um dos mais utilizados e populares atualmente em uso. Sua utilização não requer altos custos e o teste é realizado de forma rápida, onde o pesquisador não precisa de um treinamento prolongado para desenvolvê-lo (ALMEIDA et al., 2012). O modelo foi validado para utilização em camundongos e ratos (PELLOW et al, 1985; LISTER, 1987). O modelo representa uma tarefa aversiva dos roedores. Quando os animais permanecem nos braços abertos, manifestam o paradigma etológico de apresentar comportamentos espontâneos, é baseado no conflito natural entre a necessidade de explorar um novo ambiente e a tendência a evitar um potencial perigo na área, permanecendo mais nos braços fechados do aparato (KUMAR et al., 2013). Além disso, os animais exibem aversão nos braços abertos pela falta de tigmotaxia. Roedores se orientam espacialmente pelas vibrissas, e nos braços abertos eles não possuem as colunas laterais para se orientarem (LISTER, 1987). Os índices de ansiedade neste teste como o percentual de entradas nos braços abertos e tempo gasto nesses braços são sensíveis a agentes que geralmente podem atuar através do complexo receptor de GABAA, justificando o uso de diazepam como um controle positivo no estudo (DONALDSON; HEN, 2014; CAMPOS et al., 2013). Porém, assim como na depressão, na ansiedade ocorre o envolvimento do sistema monoaminérgico e serotonérgico, diretamente relacionados com os sintomas neurovegetativos desta patologia (SHIN; LIBERZON, 2010) e 70 presentes em estruturas cerebrais ligadas a ansiedade como os núcleos da rafe e locus coeruleus. Os sistemas GABAérgico e Glutamatérgico, responsáveis pelo controle de estados de ansiedade, estão presentes em quantidades consideráveis em regiões ligadas ao sistema emocional do sistema límbico (BERTOGLIO; GUIMARÃES; ZANGROSSI JR, 2006). Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que o óleo essencial de C. ambrosioides teve perfil farmacológico semelhante ao diazepam, como um agente ansiolítico, diminuindo o tempo de permanência nos braços fechados do aparato e aumentando o tempo desprendido nos braços abertos, característica de compostos com capacidade de diminuir o comportamento aversivo natural do animal, como encontrado em diversos trabalhos onde o principal constituinte do óleo essencial era um terpeno atuante sobre o SNC (GUIMARÃES et al., 2010; SOUSA, 2011; MACHADO et al., 2013; MOREIRA, et al., 2014) e que apresenta efeito ansiolítico no LCE, semelhante ao efeito clássico do diazepam (ALMEIDA et al., 2012; KUMAR; BHAT; KUMAR, 2012; COSTA et al., 2014). Assim como no controle da ansiedade, o sistema GABAérgico é a principal via de controle do circuito do sono, composto de uma série de núcleos chave no tronco cerebral e no hipotálamo, porém esse processo recebe a entrada de diversos sistemas sensoriais somáticos e viscerais, dentre outros. Alguns centros, dentro dessa rede de controle, incluem o locus coeruleus (dominada pelo neurotransmissor norepinefrina), dorsal e núcleos da rafe (dominada pelo neurotransmissor dopamina) e núcleos túbero mamilar (dominada pelo neurotransmissor histamina), estes, projetam-se pelo hipotálamo e prosencéfalo basal, ao córtex, demonstrando que não só o GABA é responsável pelo controle do sono (ESPANA et al., 2004). No caso de acontecer uma inibição destes centros de excitação ocorre o sono. Tal inibição é gerada principalmente pelos núcleos hipotalâmicos, dominados pelo GABA (BIANCHIN et al., 2004). Fujimori e Cobb (1995), propõem que o aumento da hipnose barbitúrica é um bom indicador de atividade depressora do SNC, como exemplo, o pentobarbital que quando administrado com outro agente com propriedades depressoras promovem diminuição da latência do sono e também aumento do tempo total do sono dos animais durante o experimento, sendo um ótimo método para caracterizar a propriedade hipnótica de alguns compostos (MA et al. 2009; FANG et al., 2010). 71 Vários estudos têm relatado que o prolongamento da hipnose barbitúrica pode estar relacionado com a inibição metabólica do barbitúrico pela substânciateste ou, por uma ação central nos mecanismos de neurotransmissores envolvidos com a regulação do sono (KAUL; KULKAMI, 1978). Os presentes resultados demonstraram que o óleo de C. ambrosioides, aumentou o tempo de sono dos animais em todas as doses testadas e da mesma forma diminuiu a latência para o mesmo, assemelhando-se na dose de 150mg/kg, ao efeito previsto da administração do diazepam, benzodiazepínico padrão. Estes resultados comprovam a eficácia sedativa do óleo, em concordância aos testes já utilizados de ansiedade. Compostos terpênicos menores como o linalol (COELHO et al., 2011) e o mirceno (VALE et al., 2002), os quais estão presentes nos óleos essenciais, já foram comprovadamente categorizados como sedativos. Outra propriedade farmacológica avaliada nesse estudo foi a propriedade antidepressiva. A utilização de óleos essenciais na terapêutica da depressão como terapia alternativa tem sido uma constante nos últimos anos. (PERRY; PERRY, 2006; YI et al., 2013; FIßLER; QUANTE, 2014) e os efeitos antidepressivos dos mesmos têm sido validados em vários modelos farmacológicos de depressão, como por exemplo, o modelo do nado forçado (MEHTA et al., 2013; MACHADO et al., 2013) O teste de nado forçado (MNF) é o teste farmacológico mais amplamente utilizado em roedores, na pesquisa para avaliar compostos com potencial antidepressivo (SILVA et al., 2006). Quando os animais são expostos ao MNF geralmente exibem uma postura imóvel que é considerada reflexo de um estado de “desespero comportamental”, no pressuposto de que o animais perderam a esperança de escapar (PORSOLT et al., 1977). Portanto, a exposição ao estresse de nadar produz uma mudança de comportamento que é tido como um fenótipo comportamental semelhante ao da depressão (VALVASSORI et al., 2013; CRYAN et al, 2002). Está bem estabelecido que o tratamento subagudo com a maioria das classes de antidepressivos, incluindo inibidores seletivos da serotonina (SSRIs), inibidores seletivos de recaptação de noradrenalina (IRSN), antidepressivos tricíclicos (ADT) e os inibidores da monoamina oxidase (IMAO), reduzem o tempo de imobilidade no MNF (GUAN et al., 2014). O sistema monoaminérgico é um dos alvos mais importantes para o tratamento da depressão, onde a deficiência das aminas biogênicas, particularmente 72 serotonina (5-HT), noradrenalina (NOR) e dopamina (DO) é um dos fatores responsáveis pelo surgimento dessa doença (MILLAN, 2004). Nos quadros de depressão ocorre uma diminuição na quantidade de neurotransmissores liberados, mas a bomba de recaptação e a enzima continuam trabalhando normalmente (ELHWUEGI, 2004). Vários estudos demonstram que o aumento da mobilidade no teste de nado forçado (MNF), pelo emprego de compostos orgânicos, pode ser resultado de mecanismos de ação diferentes, relacionada à ativação de receptores de serotonina, como 5-HT1A (SUGIMOTO et al., 2010), glutamatérgicos, como o NMDA (RIEGER et al., 2014) e dopaminérgicos (ZHENG et al., 2013), diversificando e dificultando a construção de uma linha de atuação única entre as drogas e compostos testados. Atualmente, a depressão e o emprego de substâncias antidepressivas, têm se relacionado ao fenômeno de neurogênese (SCORZA et al., 2005), paralelo às alterações morfológicas existentes na formação hipocampal (SHELINE, 2000), associada a neurotoxicidade mediada pela liberação excessiva de glicocorticóides, em momentos de estresse. A relação entre a diminuição da neurogênese, causada pelo estresse (aumento de glicocorticóides) e o surgimento de quadros depressivos, foi estudada pela primeira vez por Jacob e colaboradores (2000), tendo em vista que em estudos anteriores, já se havia previsto que em casos de adrenolectomia, onde é suprimido os esteróides adrenais, ocorria o aumento da neurogênese no giro dentado de ratos adultos (CAMERON; GOULD, 1994). Em seguida, novos estudos demonstraram que não apenas os corticosteróides poderiam interferir na neurogênese e com isso na depressão e sim, outros mediadores da inflamação (SONG; WANG, 2011; WU et al., 2013), como as citocinas e interleucinas, reforçando o papel da modulação que a imunidade desempenha nos processos de neuroplasticidade (YIRMIYA; GOSHEN, 2011). A persistência do estado fisiopatológico da depressão e a exposição a situações de estresse contínuo podem diminuir gradualmente o volume do hipocampo, e alterar a síntese de fatores de crescimento neuronal, principalmente o BDNF (do inglês, brain-derived neurothophic fator), este, atividade relacionado à gênese da depressão (MANJI; DREVETS; CHARMEY, 2001). A redução dos níveis de BDNF em pacientes deprimidos está relacionada com a gravidade da depressão ao passo de drogas que atuam ativando o BDNF, 73 aumentam as formações dendríticas e a neurogênese, diminuindo a vulnerabilidade celular (PERITO; FORTUNATO, 2012). Óleos essências de Perilla frutescens, mostraram ter um mecanismo de ação ligado à expressão de proteínas hipocampais e ao aumento dos níveis de BDNF, equiparado ao efeito da administração de Fluoxetina (antidepressivo padrão) (YI, et al., 2013). Derivados da Allium macrostemon, apresentam da mesma forma capacidade de aumenta os níveis de BDNF, diminuídos após testes como o nado forçado e a suspensão pela cauda, ambas as situações que expõem o camundongo a um alto nível de estresse (LEE et al., 2010). Como demonstrado no teste de MNF, o tratamento dos animais com OECA, não alterou os parâmetros comportamentais, no teste do nado forçado quando comparado o tempo de imobilidade encontrado na administração do controle e o tempo nas aplicação das doses do OECA, não observamos diferenças significativas, sugerindo que o mesmo não exibe perfil antidepressivo neste modelo . Em busca de completar o screening farmacológico, observou-se a convulsão induzida quimicamente no modelo do PTZ, largamente utilizado para avaliar possíveis efeitos anticonvulsivantes de substâncias estudadas (BHOSLE, 2013). Trabalhos têm demonstrado que a ação convulsivante do PTZ se dá pela inibição dos canais de cloreto do receptor GABAA (GIRAMKAR et al., 2013; HOSSEINZADEH et al., 2013; GOYAL; SASMAL, 2014; NGOUPAYE et al., 2014) e consequentemente, a ação do neurotransmissor GABA. As convulsões contínuas são o estado fisiopatológico que caracteriza a epilepsia, que pode ser controlada com a utilização de inibidores de canais de cálcio ou moduladores da resposta do GABAérgica e Glutamatérgica, neurotransmissores inibitório e excitatório do SNC, respectivamente (GIRAMKAR et al., 2013; HOSSEINZADEH et al., 2013). É reportado na literatura que mais de 70% dos pacientes tem suas crises convulsivas controladas com a utilização de drogas que modulam os canais iônicos ou atuam na transmissão desses dois neurotransmissores (NASSIRI-ASL; ZAMANSOLTANI; TORABINEJAD, 2009). No presente estudo foi demonstrado que o OECA não promoveu de maneira dose dependente, inibição das crises convulsivas induzidas pelo PTZ, sobretudo na dose de 150mg/kg. Esses resultados corroboram com a hipótese da participação da via GABAérgica, uma vez que se mostrou ansiolítico e hipnótico, não só diminuindo a latência de sono dos animais como também aumentando tempo total de sono, 74 característica de plantas com perfil farmacológico benzodiazepínico (YANG et al., 2013; CHINDO et al., 2014; GOYAL; SASMAL, 2014; GUPTA et al., 2014; NGOUPAYE et al., 2014) que pelas características apresentam ação anticonvulsivante. Além disso, trabalhos realizados anteriormente demonstraram que a classe de constituintes como os terpenos, são a parte responsável pelo efeito sedativo, ansiolítico, anticonvulsivante e analgésico de diversas plantas da medicina natural (WIJEWEERA et al., 2006) ainda, sendo promissoras fontes de anticonvulsivantes de amplo espectro de atividade, através de modificações na estrutura química. O segundo foco do estudo foi o de escolher uma das propriedades farmacológicas detectadas no screening farmacológico do OECA e, aprofundar os estudos avaliando o mecanismo de ação da propriedade farmacológica escolhida. Neste contexto, optou-se pela avaliação do mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA, avaliando a influencia de vários sistemas de neurotransmissão, utilizando como modelo farmacológico o LCE. O hipocampo é a principal região de ação do sistema adrenérgico no SNC, recebendo inervação noradrenérgica no locus coeruleus e podendo estar presente em terminais nervosos não-noradrenérgicos, nas células gliais e nos núcleos da rafe modulando a transmissão serotoninérgica, por exemplo. Os α1-adrenoreceptores (α1ARs) são principalmente pós-sinápticos, enquanto os α2-adrenoreceptores (α2-ARs) estão localizados tanto pré-sináptica quanto pós-sinapticamente (STUCHLIK; PETRASEK; VALES, 2009). Os α1-ARs são geralmente acoplados a proteínas Gq, que ativa a fosfolipase C e o fosfotidil inositol intracelular, sinalizando a ativação da proteína quinase C (PKC), e a liberação de cálcio intracelular através do inositol 1,4,5-trifosfato. Os α2-ARs estão acoplados a proteínas Gi, o que pode reduzir intracelularmente o monofosfato de adenosina cíclico (AMPcíclico) inibindo algumas isoformas da adenilil ciclase (RAMOS; ARNSTEN, 2007). A ativação dos α1-ARs no hipocampo pode atenuar a neurotransmissão Glutamatérgica ou pode potenciar os efeitos celulares dos receptores NMDA, além disso, despolariza uma subpopulação de interneurônios GABAérgico (HILLMAN; DOZE; PORTER, 2007). O motivo de utilizar na pesquisa do mecanismo de ação ansiolítica do OECA, o α2-antagonista, Ioimbina, fundamenta-se na ação que a mesma promove diminuindo a queima e liberação de serotonina nas áreas terminais do controle da 75 ansiedade, tendo em vista que esses receptores modulam não só o sistema serotoninérgico, mas também o noradrenérgico e dopaminérgico (WEIKOP et al., 2004), podendo interferir nos resultados de ensaio de ansiedade, como no labirinto em cruz elevada (BRAUN et al., 2011). A implicância dos α2-antagonista na ansiedade foi comprovada, mas com certa confusão ainda, sobre qual o real papel dos agonistas e antagonistas da via (MILLAN, 2003). Estudos de microdiálise in vivo do cérebro sugerem que os α1- adrenoreceptores estão envolvidos no controle dos níveis de serotonina extracelular (DO-MONTE; ALLENSWORTH; CAROBREZ, 2010; TAKAMURA et al., 2012) e a administração de prazosina, uma antagonista seletivo α1-adrenérgico diminui os níveis de serotonina extracelular no hipocampo, córtex pré-frontal e o núcleo da rafe (PUDOVKINA et al, 2003). Como demonstram os resultados obtidos a utilização de antagonistas de αadrenoceptores não alterou o efeito do óleo de C. ambrosioides, evidenciando que não há envolvimento da via adrenérgica no mecanismo de ação ansiolítica do óleo. A dose de 50mg/kg, continuou significativamente efetiva no aparato, quando comparada com o controle (veículo), o que não se alterou quando administrada concomitantemente aos antagonistas prazosina e ioimbina, responsáveis por antagonizar o sistema α-adrenérgico, como encontrado em outros estudos (BOURIN et al., 2005). Evidências apoiam o envolvimento da serotonina (5-hidroxitriptamina, 5-HT) na fisiopatologia e na origem dos transtornos de ansiedade (FAJEMIROYE et al, 2012; BRÜNING et al., 2009) e muitos fármacos ansiolíticos que são utilizados atualmente tem seu mecanismo de ação relacionado com a recaptação de 5-HT e/ou diretamente ligado aos receptores 5-HT (BARNES; SHARP, 1999; KODISH; ROCKHILL; VARLEY, 2011), porém ainda há muitas controvérsias em relação a especificidade do papel da 5-HT na fisiopatologia da ansiedade (KODISH; ROCKHILL; VARLEY, 2011). O núcleo dorsal da rafe (NDR) e os núcleos medianos da rafe (NMR) fornecem quase toda a inervação da 5-HT para a prosencéfalo e núcleo pré-frontal (ANDRADE, 2011; BIAGIONI et al., 2013), suas projeções são organizadas de tal maneira que algumas áreas do prosencéfalo recebem projeções mistas da NDR e NMR, enquanto outras regiões recebem feixes seletivos de NDR ou NMR (ADELL et al., 1997). 76 Graeff e Deakin propuseram que o sistema serotoninérgico, proveniente do núcleo dorsal da rafe (NDR), está envolvido no comportamento de ansiedade e na inibição do pânico. Além disso, tem sido mostrado que as vias de transmissão da 5HT que partem do NMR desempenham um papel importante no processamento da ansiedade, com implicações em patologias como o transtorno de ansiedade generalizada, stress e depressão (GRAEFF et al., 1996; PAUL et al., 2014). Os receptores de serotonina 5-HT1A, são expressos tanto em neurônios présinápticos da rafe, quanto em neurônios pós-sinápticos nas regiões límbicas, envolvidos na ansiedade (BARNES; SHARP, 1999). Estão relacionados com a região dos núcleos basolaterias da amigdala, local responsável pelos comportamentos defensivos, de medo e ansiedade, sendo que a ativação desses receptores modula essa transmissão nervosa, diminuindo estados como o de pânico e agitação (ZANGROSSI JR; GRAEFF, 1994; GONZALEZ; ANDREWS; FILE, 1996; STRAUSS; VICENTE; ZANGROSSI JR, 2013). Outros receptores de serotonina estão relacionados com a ansiedade, visto que ao avaliar o comportamento de camundongos “knock out” para receptores 5HT2A, observa-se comportamentos ansiosos (WEISSTAUB et al., 2006), assim como a utilização de Quetanserina como antagonista do receptor demonstra capacidade de antagonizar o efeito ansiogênico de drogas injetadas no septo lateral de camundongos (DE PAULA et al., 2012). Hoje está bem definido o papel dos receptores de serotonina 5-HT1A e 5-HT2A, nas regiões dos núcleos da rafe e córtex pré-frontal, assim como o papel dos receptores 5-HT3, únicos receptores de serotonina ligados aos canais de cátions (RAJKUMAR; MAHESH, 2010), na aprendizagem orientada por recompensa (FRICK et al., 2014), nos circuitos do controle do medo (HÖFELMANN et al., 2013) e no controle da ansiedade (GUPTA et al., 2014). No presente estudo os resultados demonstram que a inibição dos receptores 5-HT3, através da administração do antagonista ondansetrona, não foi capaz de diminuir o efeito ansiolítico do óleo de C. ambrosioides, não afetando nem o tempo desprendido nos braços abertos, do labirinto em cruz elevada, nem a frequência de entrada nos mesmos. Assim como ocorreu na administração do antagonista nãoseletivo 5-HT1A/1B, pindolol, demonstrando que na presença de ambos os antagonistas o OECA é capaz de ter seu efeito ansiolítico de costume. 77 A fim de elucidar de maneira mais seletiva, utilizou-se o antagonista seletivo de receptores 5-HT1A, NAN-190, muito empregado em ensaios de ansiedade em camundongos (HERCULANO; MAXIMINO, 2014; TÕNTSON et al., 2014), o mesmo, não alterou o tempo de permanência nos braços abertos do aparelho, porém diminuiu a frequência de entradas nos mesmos, antagonizando parcialmente o efeito do óleo. O mesmo resultado foi encontrado na utilização do antagonista não-seletivo 5-HT2A/2C, quetanserina, o qual alterou o efeito do óleo no número de entradas nos braços, porém não no tempo desprendido pelo camundongo. Os resultados encontrados apresentam uma inibição parcial do efeito do OECA quando antagonizada a transmissão serotoninérgica pelos receptores 5-HT1A e 5-HT2A/2C. Outra via pesquisada foi à via de transmissão dopaminérgica. O sistema dopaminérgico tem um papel importante nos mecanismos que influenciam os comportamentos de ansiedade, tanto em seres humanos quanto em animais (AHMADI et al, 2011; ZARRINDAST et al., 2011), modulando a atividade neuronal envolvida na excitabilidade do cérebro, na percepção do medo e no controle motor (PEZZE; FELDON, 2004). A dopamina exerce os seus efeitos através de duas subfamílias de receptores conhecidos como “D1-like” (D1 e D5) e receptores “D2like” (D2, D3 e D4). Os comportamentos de ansiedade são regulados por várias regiões do cérebro e vias neuronais, dentre as vias ligadas à dopamina, encontramos as saídas dopaminérgicas da área tegmental ventral (ATV) para o nucleus accumbens (Nac) (AHMADI et al, 2011; PEZZE; FELDON, 2004). Demonstrando uma interação estreita no processo de regulação da ansiedade (SINNATHAMBI et al., 2013; ZARRINDAST et al., 2011). O nucleus accumbens (Nac) em particular, é um núcleo profundo que modula algumas funções cognitivas e não-cognitivas, tais como os comportamentos de ansiedade (AHMADI et al, 2011; LOPES et al, 2012), a emoção (DAVIDSON; IRWIN, 1999), comportamentos defensivos (DA CUNHA et al., 2008), a locomoção (MARTINEZ et al, 2002), a depressão (CHAKI; YOSHIKAWA; OKUYAMA, 2006) e as respostas de recompensa (MARTINEZ et al, 2002). Estudos demonstram o efeito ansiolítico da administração do antagonista de receptores de D1, SCH23390, na região do nucleus accumbens (AHMADI, et al., 2013) e amígdala basolateral (ZARRINDAST, et al., 2011). O antagonismo da ansiedade através da modulação do sistema dopaminérgico é acompanhado em 78 algumas plantas por comprometimento motor (SINNATHAMBI et al., 2013) e é antagonizado pela utilização de haloperidol. O antagonista seletivo D2, pimozide foi capaz de antagonizar o efeito ansiolítico (RANGEL-BARAJAS et al., 2014). Como demonstram os resultados o haloperidol (antagonista de dopamina, não seletivo), foi a única droga capaz de reverter o efeito do óleo essencial de C. ambrosioides no tempo e na frequência de entradas nos braços abertos do aparato. Pimozide e SCH23390 (antagonista D2 seletivo, antagonista D1 seletivo, respectivamente), interferiram na frequência de entradas, porém não alteraram o tempo de permanência nos braços do aparato. A utilização da metoclopramida, antagonista 5-HT3/D1, não interferiu no efeito do óleo essencial de C. ambrosioides em nenhum dos parâmetros avaliados. Os resultados encontrados apresentam uma inibição parcial do efeito do OECA quando antagonizada a transmissão dopaminérgica pelos receptores de dopamina. A última via pesquisada do estudo foi a via de transmissão GABAérgica. O ácido γ-aminobutírico (GABA) é o principal neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central (SNC) e está amplamente distribuído em todas as regiões cerebrais. Há dois subtipos de receptores GABA bem documentados, GABAA e GABAB. (KURIYAMA, et al., 1993). O GABAA é acoplado a um canal iônico de cloreto, modulado alostericamente por outros receptores, que fazem parte de um mesmo complexo macromolecular. Este complexo receptor media várias atividades do SNC e é o alvo de ação de vários fármacos, tais como: anticonvulsivantes, ansiolíticos, hipnótico/sedativos e relaxantes musculares. O antagonismo do mesmo é alcançado pela administração da bicuculina e a sua ativação induz um potencial pós-sináptico inibitório rápido, principal efeito dos fármacos da classe dos benzodiazepínicos possui atividade ansiolítica e hipnótico/sedativa, além dos anticonvulsivantes e relaxantes musculares (STAHL et al. 2013). O GABAB é insensível ao antagonismo da bicuculina e sensível ao baclofeno (ZARRINDAST et al., 2001), foi revelado, que sua estrutura é da classe dos receptores metabotrópicos ligado a proteína GTP, sua ativação induz um potencial pós-sináptico inibitório lento. Ambos os receptores têm função inibitória na região central do sistema nervoso (KURIYAMA et al., 1993). Estudos demonstram que a utilização da baclofeno e bicuculina como antagonistas dos receptores GABAB e GABAA, respectivamente, apresentam efeito em diferentes regiões do organismo, como no trato colón retal, aumentando o 79 peristaltismo (AUTERI et al., 2014), em aplicações no septo lateral (MITRA; LENGLOS; TIMOFEEVA, 2014), intrahipocampais (LIU et al., 2014) e diretamente na região do nucleus accumbens (LOPES et al., 2012). Várias plantas e substâncias são testadas, quando apresentam característica ansiolítica, através da administração concomitante de Flumazenil, antagonista de receptores dos benzodiazepínicos (FAJEMIROYE et al., 2012; ISHOLA et al., 2012). A tendência de apresentar um mecanismo de ação ansiolítico relacionado com o sistema GABAérgico, vem se confirmado a cada teste comportamental do OECA. Visto que plantas com mecanismo semelhante aos benzodiazepínicos, ou seja, baseado no sistema GABAérgico, demonstram efeito letárgico e hipnótico nos camundongos, antagonizados pela aplicação de Flumazenil. Não excluindo a participação do sistema serotoninérgico e dopaminérgico no mecanismo de inibição do SNC. Os resultados encontrados no estudo da via GABAérgica, demonstram que o Flumazenil foi capaz de reverter o efeito ansiolítico do diazepam, droga padrão, diminuindo a frequência de entradas e tempo nos braços abertos, resultado esperado e amplamente discutido na literatura (FAJEMIROYE et al., 2012; ISHOLA, et al., 2012). Da mesma forma o Flumazenil reverteu o efeito do óleo de C. ambrosioides, resultado previsto como em testes de outras plantas ansiolíticas (REX et al., 2002; KIM et al., 2004; GRUNDMANN et al., 2007). Consequentemente, nas administrações dos antagonistas GABAA, bicuculina e GABAB, baclofeno, houve bloqueio da ação do OECA, demonstrando uma alta afinidade do óleo com o mecanismo GABAérgico de transmissão neuronal. Sumarizando, através dos testes realizados foi possível delimitar o efeito do óleo essencial de C. ambrosioides (OECA) no SNC, elucidando pelo menos em parte, o mecanismo de ação da propriedade ansiolítica e estabelecer certa semelhança ao efeito ansiolítico clássico dos benzodiazepínicos. Foi representado no esquema na Figura 22 um resumo dos resultados encontrados e as possíveis vias de neurotransmissores ligadas ao mecanismo de ação do óleo essencial de C. ambrosioides. O esquema demonstra que OECA tem efeito hipnótico, ansiolítico, e anticonvulsivante (mas não antidepressivo e depressor motor), tendo o sistema GABAergico ligado ao seu mecanismo de ação. Finalizando a discussão dos resultados obtidos sobre a possível aplicabilidade do uso dessa planta como remédio para tratamento da ansiedade, não 80 poderíamos deixar de comentar sobre sua segurança. A possibilidade de emprego terapêutico em doenças do SNC limita-se, visto que o ascaridol (principal componente do óleo), em altas concentrações ou na utilização por um longo período, pode induzir toxidade com sintomas de convulsão, vômito, dor de cabeça, vertigem (PEREIRA et al., 2010) e hepatotoxicidade (DERRAJI et al., 2014). Dessa forma, estudos toxicológicos com o OECA devem ser conduzidos. Entretanto, outro componente majoritário do óleo, o p-cimeno apresenta relatos de baixa toxicidade na literatura (KOBA et al., 2010), abrindo a possibilidade de isolamento e testes posteriores, a fim de identificar os efeitos de cada componente no SNC. Figura 22: Esquema representativo de possíveis sistemas de neurotransmissão afetados nos testes do OECA. Planta Chenopodium ambrosioides L. OECA Sistema motor Ansiedade Sistema Monoaminérgico GABAA Hipnose Depressão Sistema Gabaérgico GABAB BDZ-R --- Parcialmente ligada à ação do óleo de C. ambrosioides - Diretamente lidada à ação do óleo de C. ambrosioides Convulsão 81 7 CONCLUSÕES Os resultados obtidos durante o desenvolvimento no presente estudo confirmam os efeitos centrais C. ambrosioides através de estudo pré-clinicos e validam em parte o uso do OECA em distúrbios do SNC, sobretudo os distúrbios do sono e a ansiedade. Os experimentos demonstraram que o óleo essencial de C. ambrosioides tem propriedade ansiolítica e hipnótica, assim como um potencial neuroprotetor contra crises convulsivas. O mecanismo de ação da propriedade ansiolítica do OECA, parece envolver o sistema GABAérgico e ser parcialmente mediado pelo sistema monoaminérgico. No entanto, estudos adicionais de toxicologia são necessários para a avalição da segurança do uso do OECA para fins terapêuticos. 82 8 REFERÊNCIAS ABDEL-AZIZ, M.S.; SHAHEEN, M.S.; EL-NEKEETY, A.A.; ABDEL-WAHHAB, M.A. Antioxidant and antibacterial activity of silver nanoparticles biosynthesized using Chenopodium murale leaf extract. Journal of Saudi Chemical Society. V. 18, p. 356-63, 2014. ADAMS, M.; GMÜNDER, F.; HAMBURGER, M. Plants traditionally used in age related brain disorders - A survey of ethnobotanical literature. Journal of Ethnopharmacology. v. 113, p. 363-81, 2007. ADELL, A.; CASANOVAS, J.M.; ARTIGAS, F. Comparative study in the rat of actions of different types of stress in the release of 5-HT in the rafe nuclei and forebrain areas. Neuropharmacology. v. 36, p. 735–41, 1997. AHBIPEC (The Brazilian's Toiletries, Fragrance and Cosmetics Association). Disponível em: http:// 421 www.abihpec.org.br/wpcontent/uploads/2012/12/ABIHPEC _2012_internet.pdf 422. Acesso em: Abr, 2014. 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