COMO ELABORAR PROJETOS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO
Jorge Megid Neto
Faculdade de Educação - UNICAMP
Os Projetos de Pesquisa em Educação visam diretamente o planejamento,
desenvolvimento, avaliação e divulgação de pesquisas de natureza acadêmico-científica no
âmbito educacional em geral.
O aspecto fundamental para a configuração de uma pesquisa científica refere-se à
identificação/concepção de um problema de investigação. Toda pesquisa busca solucionar, ao
menos parcialmente, um problema bem delimitado, ou ainda elucidar suas causas e fatores
intervenientes, caso a solução do problema não esteja ao alcance dos pesquisadores ou da
comunidade envolvida. A pesquisa assim entendida corresponde a um estudo cuidadoso,
sistemático e paciente em um determinado campo do conhecimento (no caso, Educação),
visando a formulação ou estabelecimento de fatos ou princípios a respeito do problema ou
assunto em questão (Charles, 1988, p. 2).
Nesse contexto, não é possível confundir o termo pesquisa (científica) com simples coleta
de dados ou enquete de opiniões, como se costuma associar às ―pesquisas escolares
(bibliográficas)‖ e às ―pesquisas eleitorais‖, por exemplo. Segundo Lüdke & André (1986, p.1),
o ato de pesquisar subentende ―promover o confronto entre os dados, as evidências, as
informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a
respeito dele‖.
Consideramos, então, que toda pesquisa circunscreve um problema central e a ele dá
tratamento ao longo do trabalho. A necessidade de realização da pesquisa deve brotar da
insatisfação do pesquisador frente a um determinado problema, que o questiona, instiga e
desafia. Na tentativa de solucioná-lo, ou ao menos dar-lhe tratamento, o pesquisador lança-se por
completo à investigação. Desse modo, o assunto abordado no estudo e os procedimentos
metodológicos da pesquisa visam ao tratamento de um determinado problema claramente
identificado pelo autor do trabalho.
Severino (1984), ao discutir a questão do problema em trabalhos acadêmicos, salienta
que:
[...] a visão clara do tema do trabalho, do assunto a ser tratado, a partir de
determinada perspectiva, deve completar-se com sua colocação em termos de
problema. O raciocínio – parte essencial de um trabalho – não se desencadeia
quando não se estabelece devidamente um problema. Em outras palavras, o tema
deve ser problematizado. Toda argumentação, todo raciocínio desenvolvido num
trabalho logicamente construído é uma demonstração que visa solucionar
determinado problema (p. 148-9).
Assim, na descrição do problema envolvido pelo trabalho, espera-se encontrar, de forma
explícita, a questão fundamental da investigação. E também a apresentação e discussão dos pólos
de contradição de onde emerge a problemática do estudo. Conforme Severino (1984):
Antes de se partir para a pesquisa propriamente dita, é preciso ter-se uma idéia bem
clara do problema a se resolver. Trata-se de definir bem os vários aspectos da
dificuldade, de mostrar o seu caráter de aparente contradição, esclarecendo
devidamente os limites dentro dos quais se desenvolverão a pesquisa e o raciocínio
demonstrativo (p. 202).
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É preciso ressaltar que "solucionar" ou "resolver" um problema por intermédio de uma
pesquisa científica talvez seja muita pretensão, ou mesmo uma ação impossível, quando este se
trata de um problema educacional. Em primeiro lugar, porque somente a realidade educacional
pode nos fornecer indicadores de que determinado problema está ou não sofrendo processo de
solução. Em segundo, porque as raízes e causas desse problema podem ser tão diversas e
múltiplas que sua solução por vezes não se encontra ao alcance de apenas um trabalho
acadêmico, exigindo quase sempre transformações do próprio sistema educacional ou do sistema
sócio-político-econômico do país.
A solução pode estar circunscrita à atuação de órgãos governamentais, administrações
públicas, leis, regimentos, verbas, formação de profissionais, situação sócio-econômica da
população, aspectos culturais, históricos, políticos, entre outros fatores, inviabilizando a proposta
de se "resolver" determinado problema tão somente através de uma pesquisa acadêmica. Nesse
caso, é esperado que, pelo menos, o trabalho investigue as origens do problema, identifique suas
causas, indique possíveis caminhos para sua superação. Enfim, que a pesquisa dê tratamento ao
problema identificado.
Muitos poderão argumentar que essa forma de conceber pesquisa científica e problema de
pesquisa é marcadamente ―positivista‖, carregando com isso certo menosprezo a essa linha de
trabalho acadêmico e científico. Existe inclusive quem propugne que uma pesquisa acadêmica
não pode ter — em momento algum — o endereçamento ao tratamento de um problema,
devendo se constituir unicamente em uma descrição/apreensão da realidade e análise dos
fenômenos que ali comparecem.
Não compartilhamos de tal argumento. Acreditamos que, por mais que se queira mascarar
ou desmitificar a questão do ―problema de pesquisa‖, existe sempre uma razão, um interesse um
anseio mais forte, enfim, uma questão que impele desde o início o pesquisador a realizar sua
investigação. Ao longo do trabalho essa ―problemática‖ vai se configurando mais
especificamente como um problema de pesquisa, ou vai tomando outros rumos, outros contextos,
trazendo indagações, ou configurando novo(s) problema(s) de pesquisa.
Somos contrários, sim, à visão estreita de que o pesquisador deva seguir rigidamente um
projeto de pesquisa previamente definido, com etapas fixas e imutáveis, sendo a primeira delas a
―concepção do problema de pesquisa‖. Por outro lado, a consciência clara do por que se deseja
realizar o estudo, do objeto de estudo, da problemática relativa a esse objeto, conformada por
uma compreensão — ainda que parcial ou provisória — do contexto e das contradições
referentes à realidade em que o objeto de pesquisa está inserido, nunca poderá ser descartada —
muito menos negada —, sob pena de se realizar um empreendimento etéreo.
Em suma, uma pesquisa científica no campo educacional deve na nossa concepção:
a) produzir conhecimentos sobre determinado assunto ou área;
b) solucionar problemas reais (imediatos ou não) concebidos por um indivíduo ou grupo;
c) compreender o funcionamento da natureza/sociedade, do ambiente educacional escolar ou
não-escolar;
d) intervir nos processos educacionais, visando à melhoria dos mesmos. (É preciso estar alerta
para que significado se atribui a ―melhoria educacional‖ e a serviço de quem se coloca essa
melhoria).
Historicamente, a pesquisa era encarada tão-somente numa perspectiva empíricoindutiva, em que o papel do sujeito (pesquisador) era de mero observador ―neutro‖ da realidade,
sendo impregnado exclusivamente pelas emanações do objeto em estudo. A atividade do
pesquisador resumia-se a extrair, de maneira sensorial e indutiva, o conhecimento que estava
posto no objeto (não-sujeito).
Contrapondo-se a essa prevalência do objeto, entende-se contemporaneamente que o
conhecimento é elaborado pela mente humana a partir de uma relação dialética sujeito-objeto.
Ou seja, o conhecimento resultante da atividade científica (pesquisa) não está previamente
situado no objeto, nem tampouco é formulado pelo sujeito a partir de reflexão exclusivamente
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teórica (racionalismo). O pesquisador, ao se debruçar sobre determinada porção de realidade
para estudo e investigação (objeto), já observa essa realidade de maneira não neutra, em face de
toda sua experiência de vida antecedente e a todo o cabedal de conhecimento que acumula. Ao
mesmo tempo, a realidade observada interfere nessa percepção, modificando o sujeito
incessantemente. Na relação articulada e concomitante sujeito-objeto, o conhecimento se assenta
no entrelaçamento interativo e constitutivo de ambos, sem haver centralidade ou privilégio de
um ou outro.
Estrutura e Etapas de um Projeto
Quais seriam as funções que um Projeto de Pesquisa poderia cumprir? Por que é
importante ou necessário elaborar formalmente um projeto?
Ora, de imediato pode-se argumentar que o Projeto é necessário para obter financiamento
para o trabalho. A formulação de um projeto de qualidade é um dos principais requisitos
solicitados pelas agências. (Outro requisito fundamental é a competência/vivência profissional e
acadêmica do grupo executor do projeto, o ―currículo‖ dos pesquisadores envolvidos).
Mas não é só esta razão que nos faz constituir um Projeto de Pesquisa, mesmo porque
muitas e muitas pesquisas são realizadas sem apoio financeiro de órgãos públicos ou privados.
Vejamos outros motivos.
1. O Projeto organiza as ideias e formas de estruturação do trabalho segundo as percepções,
interesses, anseios e competências dos membros envolvidos.
2. Ele constitui um dos elementos de ligação interna do grupo e de relacionamento do grupo com
a comunidade (divulgação).
3. Ele fornece elementos para nortear a execução e a avaliação do trabalho dentro de critérios
estabelecidos pelo grupo, autonomamente ou não.
4. É, sobretudo, um guia de todo o trabalho, embora não necessariamente as etapas previstas
tenham de ser cumpridas de modo rígido, linear e sequencialmente; ou seja, é um guia de
trabalho individual ou coletivo e não um cabresto para o grupo.
Podemos comparar as funções e a importância do Projeto à seguinte situação: imagine
que você queira andar por determinados locais de uma cidade grande, por exemplo, conhecer as
praças públicas da cidade de São Paulo. Há diversas maneiras de se fazer isto, não é mesmo?
Tais condições hão de depender de situações de contorno. Por exemplo, de quanto tempo você
dispõe? Quanto dinheiro você tem para esse fim? de que recursos dispõe? Conhecer unicamente
as praças do ponto de vista físico é o seu único interesse, ou você deseja conversar com as
pessoas ali presentes, conhecer seus hábitos, histórias de vida etc.? Ou, ainda, você deseja
também aprender a se movimentar autonomamente por São Paulo? Pense um pouco, pondere as
inúmeras possibilidades, decida sobre os caminhos a seguir, estabeleça finalidades, prazos,
material e recursos de apoio etc. Enfim, discuta um plano de ação: eis aí o seu Projeto.
E não espere que tudo transcorra como você planejou. Conforme for implementando o
Projeto, há necessidade frequente de avaliações e replanejamento. É preciso constantemente
refletir sobre cada passo dado, sobre cada resultado obtido. Refletir sobre a prática, replanejar,
retomar o trabalho e assim sucessivamente.
Imagine que você decida se deslocar pela cidade com auxílio de um mapa e de um roteiro
turístico sobre a cidade e suas praças. Ora, eles ajudam muito, mas nunca serão suficientes. Ao
longo do passeio, você deverá superar informações ali não contidas ou não previstas. Enfrentar
situações do tipo: aquela rua está interrompida, e agora, qual desvio devo tomar? Ou então: a
expansão de certa região da cidade foi tão rápida, que o mapa ficou desatualizado naquele setor;
e agora, por onde seguir? Estas dificuldades podem ser superadas com a colaboração das pessoas
que vivem na região ou por sucessivos processos de tentativa-e-erro. Se você cuidar de anotar os
novos passos, os procedimentos usados para superar as dificuldades, o mapa da cidade e o guia
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turístico ficarão mais próximos do real. O ―conhecimento‖ sobre a cidade ficará mais completo,
mais fidedigno. Outras pessoas poderão também se beneficiar dessas mudanças, caso você
registre essa caminhada e os novos ―conhecimentos‖ e divulgue-os amplamente.
Ter ou conceber um problema, refletir sobre ele, formular possíveis soluções,
estabelecer as mais plausíveis; delinear um projeto e implementá-lo; avaliar seus
resultados e divulgar os novos conhecimentos alcançados. Eis a trajetória de uma
pesquisa científica.
Antes de iniciar a elaboração do Projeto, é preciso ter claro o tema ou assunto de estudo e
a problemática geradora da necessidade de realizar o trabalho. Afinal, o que se deseja pesquisar?
Por que se deseja empreender o trabalho? Quais as razões ou motivações que solicitam o
Projeto? Após terem ficado mais ou menos claras estas questões, também é necessário pensar no
como se pretende desenvolver o trabalho? Por fim, quais os possíveis resultados e contribuições
que se espera alcançar? Qual a importância e relevância da pesquisa? Para que realizá-la?
Desse modo, o que, por que, como e para que são quatro questões básicas que norteiam
todo o processo de elaboração, execução, avaliação e divulgação do projeto. Geralmente
podemos associar cada um desses termos aos elementos centrais de um projeto de pesquisa:
– o que se deseja investigar tem correspondência aos objetivos da pesquisa;
– por que se deseja realizar tal investigação corresponde ao problema da pesquisa;
– como se pretende desenvolver a pesquisa e alcançar seus objetivos refere-se aos procedimentos
metodológicos;
– para que realizar a pesquisa tem referência aos resultados esperados e, principalmente, às
contribuições e relevância da pesquisa.
As etapas ou a estrutura do texto do Projeto podem ser variadas. Variam com a área de
pesquisa; com os autores no campo da metodologia científica; com as agências ou instituições
acadêmicas; com as convicções e características peculiares de pesquisadores ou grupos de
pesquisa. Toda via, em linhas gerais sempre contemplam as quatro questões ou quatro etapas
citadas, embora as denominações possam variar.
Por exemplo, Fiorentini & Lorenzato (2007) assumem as seguintes etapas: Tema;
Justificativa; Bibliografia (ou revisão bibliográfica); Problema e objetivos da pesquisa;
Procedimentos metodológicos; Resultados esperados; Cronograma.
Severino (1986), por sua vez, admite o seguinte conjunto: Título; Tema e Problema;
Hipóteses; Quadro Teórico; Procedimentos Metodológicos e Técnicos; Cronograma; Referências
Bibliográficas Básicas.
Agências como a FAPESP sugerem as seguintes partes: Resumo; Introdução e
Justificativa, com síntese da bibliografia fundamental; Objetivos; Plano de Trabalho e
Cronograma; Material e Métodos; Forma de Análise dos Resultados.
Tendo por base os exemplos apresentados, bem como os inúmeros projetos que temos
realizado ou observado, podemos destacar três partes principais de um projeto de pesquisa:
Parte Inicial – onde o autor ou autores apresentam o tema ou assunto escolhido para o estudo, as
justificativas do trabalho, demonstrando sua importância, a necessidade de sua realização, que
pode incluir uma breve revisão bibliográfica apontando a ausência de estudos relacionados com
o tema escolhido e que contemplem possíveis soluções para o problema a ser investigado. Caso o
autor do projeto já tenha uma linha teórica definida para referencial de análise dos dados, nesta
parte pode ser apresentada uma síntese desse referencial.
Parte Intermediária – onde se apresentam o problema e os objetivos da pesquisa de forma
objetiva e sucinta, uma vez que esses aspectos foram abordados na parte anterior. Também são
apresentados os procedimentos metodológicos do trabalho. Estes procedimentos devem ser bem
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detalhados, compreendendo as etapas sequenciais em que se pretende desenvolver o estudo,
mesmo que sejam admitidas como preliminares e suscetíveis a mudanças no desenrolar do
trabalho.
O problema, conforme mencionamos, explicita a questão central de investigação,
desencadeadora do trabalho e norteadora das etapas a serem executadas, dos métodos e técnicas
de pesquisa etc.
Os objetivos podem ser configurados sob a forma de Objetivo Geral e um conjunto de
Objetivos Específicos (que ajudarão a configurar as etapas do trabalho), ou então podem ser
delineados sem se explicitar a diferenciação entre objetivo geral e específico, apontando-se
apenas os Objetivos do Trabalho. Nesse caso, é comum registrar o objetivo mais geral em
primeiro lugar.
Os procedimentos metodológicos contemplam, além da descrição das etapas do trabalho,
os sujeitos que serão envolvidos na pesquisa, o ambiente a ser investigado (escola, sala de aula,
outros espaços), os instrumentos de coleta de dados (questionários, roteiros de entrevistas, diário
de campo, bases de dados bibliográficos etc.), o tipo de pesquisa e métodos/técnicas que se
pretende/imagina utilizar (levantamento bibliográfico, observação, entrevistas, aplicação de
questionários, simulação, contagens etc.). Também podem ser previstos os materiais e recursos
(físicos e humanos) necessários à realização do trabalho, além do orçamento de todo o projeto se
houver necessidade de recursos financeiros.
Não é preciso explicitar as hipóteses de trabalho; elas ficam implícitas na introdução e na
discussão teórica, além de nortear a configuração das etapas do projeto e do modelo de pesquisa.
Se possível, é conveniente indicar como se pretende organizar os dados (tabelas simples, tabelas
de cruzamento de variáveis, listas de palavras ou frases, etc.), e também como se pretende
analisá-los: análise de conteúdo; análise de discurso; análise interpretativa análise estatística;
cruzamentos e comparações entre dados ou fontes (por exemplo, fala do professor, fala do aluno,
registros do pesquisador, outros documentos), seguindo o método da ―triangulação‖ de dados.
Além disso, nesta parte podem-se destacar as categorias de análise a serem utilizadas para
dar tratamento ao problema e para discutir as hipóteses levantadas. Geralmente, a fundamentação
teórica do trabalho ajuda a estabelecer as categorias de análise, as quais precisam estar
articuladas ao problema de pesquisa e às hipóteses (implícitas ou explícitas) de investigação.
Lorenzato & Fiorentini (1999) citam um exemplo bastante ilustrativo a esse respeito:
[...] consideremos a seguinte pergunta de investigação: Quais as contribuições de
um curso de especialização em educação Matemática em termos de mudanças de
idéias e práticas do professor de Matemática?
Há várias formas de tentar responder a essa pergunta. Para verificar a mudança em
termos de idéias, poderiam ser realizadas entrevistas semi-estruturadas em três
momentos diferentes: uma antes de iniciar o curso, outra na metade do curso e uma
terceira após a conclusão do curso. Duas preocupações surgem para o investigador:
Que perguntas deveriam ser formuladas nas entrevistas? De que forma as
entrevistas poderiam ser analisadas? É aqui que podem entrar as categorias de
análise. Podemos traduzir as idéias dos professores por crenças, concepções e
representações acerca: do que é a matemática escolar (categoria 1); de como deve
ser uma aula de matemática (categoria 2); de como os alunos aprendem
Matemática (categoria 3); de como devem ser as atividades (tarefas) matemáticas
em sala de aula (categoria 4); de como deve ser feita a avaliação da aprendizagem
dos alunos (categoria 5); das finalidades do ensino da Matemática (categoria 6);
etc. (p. 26, grifos dos autores).
Na descrição dos procedimentos do projeto, é costume explicitar a metodologia da
pesquisa que se pretende realizar, bem como o tipo de trabalho científico (tipo ou gênero de
pesquisa – ver próximo capítulo) em que se enquadra o projeto.
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Parte Final – considerações finais destacando os resultados e as contribuições esperadas com o
desenvolvimento do trabalho. Aqui se ressalta a relevância e mérito do Projeto, especialmente no
caso de solicitação de financiamento para o mesmo. Afinal, por que se deve investir no projeto?
Qual sua importância para a comunidade escolar, para a comunidade acadêmica e/ou científica?
Por fim, inclui-se o cronograma do trabalho e a bibliografia.
O Cronograma costuma-se apresentar na forma de tabela, enumerando as etapas do
projeto e os respectivos meses de execução, conforme exemplo a seguir. Os prazos e etapas
podem ser alterados no decorrer da execução do projeto, porém as alterações precisam ser bem
justificadas no relatório final.
Exemplo de Cronograma de um Projeto de Pesquisa
Atividade/Mês
Levantamento Bibliográfico
Seleção de Documentos
Aquisição de Documentos
Identificação de Categorias
Classificação de Documentos
Descrição do Material
Elaboração de Artigo
Relatório Final
Set
X
X
X
2011
2012
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun
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X
X
X
Jul Ago
X
X
No caso da Bibliografia, costumava-se subdividi-la em Referências Bibliográficas,
correspondendo aos trabalhos efetivamente citados no texto do projeto, e Bibliografia
propriamente dita, onde eram registrados todos os trabalhos consultados para a elaboração do
projeto, repetindo aqueles já citados nas referências e mencionando os trabalhos porventura
identificados como de interesse para o projeto, porém não consultados no momento. Mais
recentemente, a Associação Brasileira de Normas Técnicas — ABNT — tem sugerido colocar
somente ―Referências‖, aglutinando as referências citadas explicitamente no texto (que podem
ser livros, artigos, textos, e ainda outras fontes ―não-bibliográficas‖, como filmes, vídeos, cdrom, internet etc.) e as indicações bibliográficas consultadas ou complementares. Vários
periódicos científicos também sugerem tal prática.
Relatório Final
O relatório final do Projeto técnico ou de pesquisa pode conter as seguintes partes
principais: Introdução; Desenvolvimento do Trabalho; Considerações Finais (ou Conclusões);
Bibliografia; Anexos (se existirem). Além destas, pode-se incluir a Capa ou páginas de rosto do
relatório, um Sumário (lista de títulos e subtítulos das várias partes do texto e correspondentes
páginas) e um Resumo, onde se assinala o que foi pesquisado, como foi executado o trabalho e
principais resultados obtidos.
Na Introdução, apresenta-se o trabalho, situando o tema e a problemática da pesquisa,
bem como as justificativas e importância do projeto realizado. Relatam-se sucintamente os
objetivos do trabalho, o problema mais específico de investigação e uma breve descrição dos
procedimentos metodológicos. Caso o relatório seja muito extenso, subdividido em partes ou
capítulos, faz-se uma rápida descrição de cada parte ou capítulo.
Em Desenvolvimento do Trabalho, descreve-se minuciosamente etapa por etapa do
projeto, iniciando pela revisão bibliográfica sobre o tema abordado (se existir, o que é bastante
necessário). A seguir, o relato da pesquisa de campo ou da pesquisa teórica apresentando dados,
listas, tabelas, gráficos, documentos e informações obtidas. Prossegue-se com a análise dos
dados e o detalhamento dos resultados alcançados.
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Em Considerações Finais, são retomadas sucintamente as conclusões porventura já
apresentadas (quando da discussão dos resultados), estabelecendo-se uma síntese de todo o
trabalho e sinalizando com a continuidade do trabalho, com novas investigações decorrentes de
questões que ficaram em aberto ou que surgiram no decorrer do trabalho. Caso o relatório seja
muito extenso, essa parte pode ser iniciada por uma sucinta retomada de todo o projeto (tema,
problema e objetivo central, procedimentos metodológicos), de tal forma que, se for lida somente
essa parte do relatório, é possível ter-se uma visão geral e suficiente de todo o trabalho.
REFERÊNCIAS
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Company, 1976. 358 p.
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BOGDAN, Robert C., BIKLEN, Sari K. Qualitative research for education: na introduction to theory
and methods. Boston : Allyn and Bacon, 1982.
CHARLES, C.M. Introduction to educational research. New York : Longman, 1988. 218 p.
FIORENTINI, Dario, LORENZATO, Sérgio Aparecido. Investigação em Educação Matemática:
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LORENZATO, Sérgio, FIORENTINI, Dario. Iniciação à investigação em Educação Matemática.
Campinas-SP : CEMPEM/FE-UNICAMP: COPEMA, 1999. 80 p. (mimeo).
LÜDKE, Menga, ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo :
EPU, 1986. 111 p.
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problemas em teses e dissertações. Campinas : Faculdade de Educação, Universidade Estadual de
Campinas, 1990. 296 p. (Dissertação de mestrado).
SANTOS, Gildenir C., SILVA, Arlete I.P. da. Normas para referências bibliográficas: conceitos básicos
(NBR-6023/ABNT - 1989). Campinas, : UNICAMP/FE, 1995. 35 p.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 13 ed. São Paulo : Cortez : Autores
Associados, 1986. 237 p.
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MEGID Como Elaborar Projetos de Pesquisa