Faculdade de Engenharia Mecânica de Guaratinguetá - FEG Profa. MSc Jucimara Rodrigues de Moraes Prof. Dr. Luiz Roberto Carrocci Prof. Dr. Edgard Paz Perez Grande parte da energia consumida no mundo é obtida do petróleo, carvão e do gás natural, e estas são fontes limitadas e com previsão para esgotamento no futuro. Reciclagem de resíduos representam "matérias primas" de baixo custo e redução do impacto poluidor, com vistas a produção de energia. Segundo o Centro de Saúde Ambiental da Prefeitura Municipal de Curitiba, são mensalmente geradas cerca de 100 toneladas de óleos de fritura (material base para a produção de biodiesel segundo nossa proposta). Reduz a poluição ambiental e pode ser empregado em motores a diesel sem necessidade de grandes modificações mecânicas. Produção de biodiesel através de mistura microemulsionada (fase oleosa, fase aquosa e interfase), para substituição do diesel como fonte energética (combustível). Serão construídos diagramas pseudoternários de fase do sistema microemulsionado, mostrando qual o melhor EHL para a maior absorção de água. → termo aplicado a um combustível substituto do óleo diesel, constituído de ésteres obtidos a partir de óleos vegetais. BIODIESEL VANTAGENS DESVANTAGENS Fonte renovável energia. Viscosidade muito alta. Falta de volatilidade Queima com menor emissão de gases nocivos. ÓLEOS VEGETAIS Nível de emissão de fumaça maior reduz o poder de lubrificação (problema para o sistema de combustível) viscosidade do óleo lubrificante. Queima incompleta dos produtos secundários acarreta diminuição de potência do motor Apresentam menor calor de combustão . O óleo de fritura é um dos principais poluentes dos cursos d’água superficiais. Dados da Sabesp indicam que 1 litro de óleo jogado na pia ou no vaso sanitário pode vir a contaminar aproximadamente 1 milhão de litros de água, dificultando os processos de tratamento. O Brasil é um grande consumidor de óleo diesel devido ao seu modelo de transportes estarem fundamentados nas rodovias e quase ausência total das ferrovias. DIESEL Constituído de hidrocarbonetos com número médio de 14 carbonos . ÓLEOS VEGETAIS Triésteres da glicerina, têm números de carbono com valor médio de 14 a 18, possuem peso molecular cerca de três vezes maior que o diesel Determinações Teor de carbono (%m/m) Diesel 86,66 Etanol Mistura Óleo de Fritura 52 72,35 76,41 Teor de hidrogênio (%m/m) 13,3 13,04 8,15 12,36 Teor de nitrogênio (%m/m) 0,03 < 0,001 < 0,001 < 0,1 Teor de enxofre (%m/m) 0,0435 < 0,001 0,0024 0,03 Poder calorífico superior 44867 28403 38738 39000 41999 25593 36982 36380 (kJ/kg) Poder calorífico inferior (kJ/kg) Este diagrama mostra as regiões de micro e macroemulsão, o que facilita a definição da melhor proporção entre os componentes da mistura biodiesel. MISTURA A fase oleosa foi composta de óleo de fritura com óleo diesel (1:3), a interfase constituída de tensoativos não iônicos mais o etanol anidro como cotensoativo e a fase aquosa somente com água destilada. Consiste em adicionar gradualmente pequenas quantidades de água (menos que 1 % em massa) sobre uma relação fixa óleo/emulgente até percorrer todo o diagrama, marcando os postos onde houve mudança de fase. A visualização dos pontos se faz perceptível pela mudança da dispersão turva para uma translúcida e vice versa, macroscopicamente homogênea. Pode-se observar que o EHL da mistura interfere na absorção de água e, portanto, a região de microemulsionamento varia; A variação do EHL está ligada com a proporção entre os tensoativos, responsáveis pela interfase e isto vai promover o direcionamento do arranjo das micelas, bem como a aceitação de carga; Verifica-se que a entrada de água no sistema (mistura) contribui para o equilíbrio hidro/lipofílico, sendo apolar ela confere carga ao meio e as micelas se rearranjam melhor até determinada quantidade. O diagrama pseudoternário de fase favorece a visualização da região de microemulsionamento. O sistema com EHL = 7,5 é aquele que aceitou mais água, principalmente na região de interesse técnico. Durante a sua preparação foi notado que existe uma grande interferência da umidade relativa do ar. Alguns autores citam que 2 a 5 % de água obtém-se bons resultados com relação à diminuição da geração de poluentes. Independentemente da propposta deste trabalho, estamos realizando a queima de algumas misturas e observamos que (de maneira inicial): emitem menor quantidade de NOx que o diesel puro; Agregam menos CO2; As vazões mássicas de combustível e de ar de combustão na queima das misturas são muito próximas dos correspondentes valores na queima do diesel. [1]ANSEL, H. C.; POPOVICH, N. G.; ALLEN, L. V. Farmacotécnica: Formas Farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. 6° ed., São Paulo: Editorial Premier, p. 398-400, 2000. [2]BARROS NETO. Extração de cobre utilizando microemulsões: Otimização e modelagem. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal: DEQ/PPGEQ, 1996. [3]CAPEK, I.. Degradation of Kinetically-stable O/W emulsions, Advances in Colloid Interfacial Science. Amsterdam, v.107, 2004. [4]ECCLESTON,G.M.. Emulsions and microemulsions. In: SWARBRICK,J.; BOYLAN, J. C. 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Ao INPE Laboratório de Combustão – Cachoeira Paulista – SP. À FEG/ UNESP/Guaratinguetá e á FACCAMP/Campo limpo Paulista pela disponibilidade de laboratórios e equipamentos. MSc Jucimara Rodrigues de Moraes1 – [email protected] Profa. Faculdade de Engenharia Mecânica de Guaratinguetá – UNESP – Departamento de Energia Avenida Dr. Ariberto Pereira da Cunha, 333 – Guaratinguetá – SP - CEP: 12.516-410 Fone: (012)3123-2835