CARROS E MOTOS
12 — QUINTA-FEIRA, 17 de março de 2005
CORREIO DO POVO
Fiat lança nova linha bicombustível
Uno Mille, Siena e Palio tiveram modificações estéticas e estão equipados com o motor 1.0 flexível
FOTOS DIVULGAÇÃO / CP
Renato Rossi / enviado especial
Fiat Automóveis apresentou ontem aos principais
veículos de comunicação do Brasil, em Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo, o novo motor Fire
Flex 1.0, que passa a equipar o Uno Mille, o Siena e o Palio. “A escolha da cidade de Ribeirão Preto deve-se ao fato de ser o maior pólo produtor de álcool do Brasil e da
América Latina, gerando uma nova matriz energética,
sustentável, que está adequada a uma nova geração de
carros bicombustível”, afirmou o diretor comercial da Fiat Automóveis, Lélio Ramos. Segundo ele, “ao expandir a
tecnologia flex, a Fiat Automóveis a torna acessível a toda a população, uma vez que o automóvel mais barato do
Brasil, o Mille Fire, tem agora motor bicombustível.”
O executivo enfatiza ainda que a Fiat é a única marca
no mercado que oferece sete modelos (Mille Fire, Palio Fire, Siena Fire, novo Palio, novo Siena, novo Palio Weekend e nova Picape Strada) com motorizações 1.0, 1.3 e
1.8 flex, em 15 diferentes versões. De acordo com Lélio
Ramos, “a nova linha 1.0 flex ganhou equipamentos e
mudanças estéticas, como o novo grafismo da grade
A
Marca expandiu a tecnologia bicombustível para os carros populares
dianteira do Mille ou o novo design dos painéis do Siena
e do Palio. O novo motor possui agora 66hp e a velocidade final do Mille chega aos 156 quilômetros horários utilizando somente o álcool. No Siena, a velocidade final é de
155 quilômetros horários e de 154 quilômetros horários
no Palio. A aceitação do álcool e dos veículos com motor
flex é uma realidade, segundo o diretor comercial da Fiat,
consolidada e em constante expansão. Em 2003, quando
surgiram os primeiros modelos bicombustíveis no mercado, sua participação era de apenas 3,7% em relação ao
total de veículos comercializados e, na Fiat, a proporção
era de 1%. Em 2004, a proporção de carros flex no mercado passou a 24,3% e, na Fiat, a mais de 50%.
Neste ano de 2005, complementa Ramos, a proporção
de veículos flex na linha Fiat deve ser de 80%, para um
mercado que deve absorver mais de 50% de veículos bicombustível. “O mote de nossa campanha publicitária é
o slogan ‘tanto faz’, que sintetiza o sentimento dos brasileiros pela tecnologia flex. É o sentimento de não escravizar-se ao uso de um combustível somente, como ocorria
no passado”, concluiu o executivo da Fiat Automóveis.
Motor confere espírito mais esportivo ao Mille
Os testes do Mille, do Siena e do
Palio com motor 1.0 flex ocorreram
na usina de processamento de cana
de açúcar São Martinho, em Ribeirão Preto (SP). São milhares de hectares que dão a impressão de um
“mar verde” que quase engolia as estradas que circundam a área.
O motor 1.0 Fire desenvolve com
100% de gasolina potência de 65
hps e torque de 9.1 kgfm a 2.500
rpm. Utilizando 100% de álcool, sua
potência é de 66 hps, com torque de
9.2 kgfm a 2500 giros. A engenharia
da Fiat adotou uma taxa de compressão média que serve aos dois
combustíveis, evitando a detonação
e outros inconvenientes de uma taxa de compressão excessivamente
elevada, voltada ao uso de álcool.
No Mille, a taxa é de 11,65:1 e o
ganho, notável, de 11hp, deixou o
carrinho nervoso e ágil no uso rodoviário. Ágil até demais para os pneus
145/80 R 13, cuja banda de rodagem estreita exige cuidados em curvas fechadas em piso molhado. Mais
“exaltado” no comportamento, o Mille continua impressionando pelo espaço interno, mas se ressente da falta de equipamentos de segurança,
como air-bags. Por ser o mais barato
do mercado e ainda eficiente, a falta
pode ser perdoada. No Siena, o mo-
tor 1.0 flex não decepciona. Com o
uso no teste de 100% de álcool, a velocidade final chega a 155km/h,
mas uma velocidade média de
120km/h pode ser mantida sem forçar o motor. Tanto Siena quanto Palio não ficaram tão “alterados” como
o Mille, no entanto, são carros com
estruturas mais rígidas, comportamento mais sadio e previsível em
curvas e mais confiáveis em rodovias. Ambos possuem painéis “econômicos”, sem conta-giros. O interior não reflete pobreza de acabamento ou excessiva economia, nem
no Mille. A Fiat soube evoluir seus
produtos, com discrição e eficiência. Carro ganhou velocidade, mas exige cuidado em curvas fechadas em piso molhado
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