Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery
http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377
Curso de Educação Física - N. 10, JAN/JUN 2011
A GINÁSTICA GERAL NAS PERSPECTIVAS CONSTRUTIVISTA E CRÍTICOSUPERADORA: POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
Thatiana Torres1
Cláudia Xavier Correa2
RESUMO
O presente trabalho propõe apresentar as possibilidades de utilização da Ginástica
Geral na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio a partir das
concepções metodológicas da Educação Física: Construtivista e Crítico-Superadora.
Na abordagem construtivista, o aluno constrói o seu conhecimento a partir da sua
interação com o meio, resolvendo problemas do dia a dia. Na abordagem críticosuperadora existem orientações para que a prática docente seja comprometida com
o processo de transformação social. A Ginástica Geral é importante ferramenta
nesse processo educacional, pela multiplicidade das linguagens de expressão,
possibilidades diversas de gestos, criatividade, cooperação e interação social. O
grupo de alunos, em conjunto com o professor, constrói e transforma as
possibilidades gímnicas de acordo com a experiência individual e a coletiva. Na
educação infantil, a utilização de materiais alternativos, a imaginação, os
movimentos simples, são de grande valia para as crianças, já que permitem novas
descobertas na movimentação do próprio corpo e a utilização de vários materiais.
No ensino fundamental, o desafio constante para novas experiências é estimulante
nesta faixa etária, com a utilização de materiais não tradicionais, que se
transformam em brinquedos criativos na Ginástica Geral. No ensino médio, temas
polêmicos que atormentam o cotidiano do jovem adolescente também podem servir
de ponto de partida para as coreografias na Ginástica Geral. Enfim, o contexto
gímnico age de forma educativa e preventiva na vida dos alunos em questão.
PALAVRAS-CHAVE: Ginástica Geral, Educação Física Escolar.
ABSTRACT
This study proposes to present the possibilities of using general gymnastics in
kindergarten, elementary school and high school from methodological conceptions of
Physical Education: Constructivist and Critic-superated In the constructivist
conception the students build their knowledge from their interaction with the
1
Bacharel Educação Física - FMG
2
MS. Educação Física – Professora dos Cursos de Educação Física - FMG
1
environment, solving daily problems. On the approach Critic- superated there are
instructions for teaching practice, it should be engaged to the social transformation
process.
The General Gymnastics is an important tool in the educational process; because of
it has different kinds of expression languages, several possibilities of gestures,
creativity, cooperation and social interaction. The students work with the teacher to
build and transform the
gymnastics according to individual
and
collective
experience. In kindergarten, the use of alternative materials, imagination and simple
movements have great value to children because it enables new discoveries in
body´s moviment and it use different kinds of materials. In the primary
education, the constant challenge for new experiences is exciting in this age group
with the use of non – tradicional toys that become it creative in General
Gymnastics. In high school,controversial issues that plague the daily lives of young
adolescents may also serve as a starting point for the choreography in General
Gymnastics. Finally, the gymnastic context acts as preventive and educational life of
the students under analysis.
KEY-WORDS: General Gymnastics, Physical Education.
APRESENTAÇÃO
A ginástica é uma atividade existente há milhares de anos e vem sendo
utilizada de várias formas e em diferentes manifestações ao longo do tempo. Sua
história se confunde com a própria história do homem.
A prática da ginástica é essencial para o indivíduo, pois contribui para o
desenvolvimento integral do mesmo considerando os aspectos físico, cognitivo,
social e psicológico do ser humano.
Ao longo do século XX, a Educação Física, seus objetivos e propostas foram
se modificando. O modelo militarista e médico higienista dão lugar à educação do
movimento. Darido (2003) afirma “ser essa a única forma capaz de promover a
chamada educação integral, pois a educação física é um meio da educação”.
Sendo assim, entende-se que a ginástica seja uma atividade física
fundamental nas escolas. Percebe-se, entretanto, sua ausência por diversos fatores,
como: falta de conhecimento e vivência deste conteúdo pelos professores, bem
como a esportivização da Educação Física, que restringe suas aulas aos esportes.
Outros fatores que afastam a ginástica do ambiente escolar são os recursos
materiais de alto valor financeiro e o seu teor técnico por vezes elevado. Por essa
razão, sugere-se a Ginástica Geral como uma ferramenta metodológica, vistas suas
possibilidades lúdicas e alternativas de aplicação.
2
Deste modo, objetiva-se neste estudo abordar a riqueza da Ginástica Geral e
sua inserção na escola, partindo das perspectivas construtivistas e crítico
superadora, como recursos metodológicos.
O interesse nessa temática se deu a partir das participações no Grupo
Ginástico Granbery, que desenvolve suas atividades com base na Ginástica Geral.
Nas vivências e ensaios coreográficos, percebe-se que a modalidade contribui para
o desenvolvimento de habilidades motoras, bem como valores e atitudes positivas,
essenciais para a vida em sociedade.
Para a elaboração do artigo foi realizado um estudo do tipo bibliográfico, em
livros, artigos científicos, revistas e consulta a sites de ginástica disponíveis na
internet.
GINÁSTICA GERAL
A Ginástica Geral, segundo a FIG (Federação Internacional de Ginástica)
(2006), é a parte da Ginástica que está orientada para o lazer, da qual pessoas de
todas as idades participam principalmente pelo prazer que sua prática proporciona.
Desenvolve a saúde, a condição física e a interação social, contribuindo
para o bem estar físico e psicológico de seus praticantes. Oferece um vasto campo
de atividades, respeitando as características, interesses e tradições de cada povo,
expressados através da variedade e beleza do movimento corporal.
A partir de Janeiro de 2007, a modalidade Ginástica Geral foi conhecida
como Ginástica para Todos. Abaixo, apresenta-se a citação da presidente da FIG, e
o documento completo encontra-se no anexo.
Margaret Sikkens Ahlquist (2006, p.01) disse: Esta mudança é
uma ação tanto importante como histórica da FIG. Pelo mundo
temos muitos idiomas utilizados entre nossas Federações e a
tradução de termos muitas vezes é difícil. Muitos dos termos já
usados pelas nossas Federações promovem com maior facilidade
o verdadeiro significado desta estimulante modalidade. Agora, a
Ginástica para Todos permitirá à FIG também posicionar o
esporte da Ginástica em seu lugar de direito como uma das
maiores atividades esportivas que proporciona enormes
benefícios para a saúde e fitness aos cidadãos em todos os
cantos do mundo, independente de sua idade, habilidades,
gênero ou cultura. (http: // WWW.fig-gymnastics.com)
3
De acordo com a Confederação Brasileira de Ginástica (2006), a Ginástica
para Todos é uma modalidade bastante abrangente. Está fundamentada nas
atividades ginásticas, ou seja, as ações gímnicas devem estar presentes, porém,
integrando vários tipos de manifestações e elementos da cultura corporal, tais como
danças, expressões folclóricas, jogos, dentre outras, expressos através de
atividades livres e criativas. Tem por objetivo promover o lazer saudável,
proporcionando bem estar aos praticantes, favorecendo a performance coletiva, mas
respeitando as individualidades. Conforme Souza (1997), os princípios que norteiam
a Ginástica Geral privilegiam o estímulo à criatividade, ao bem-estar, à união entre
as pessoas e o prazer pela sua prática. Sua riqueza está exatamente no princípio de
privilegiar todas as formas de trabalho, estilos, tendências, influenciados por uma
variedade de tradições, simbolismos e valores que cada cultura agrega. Não existe
qualquer tipo de limitação para a sua prática, seja quanto às possibilidades de
execução, sexo ou idade, ou ainda quanto à utilização de elementos materiais,
musicais e coreográficos, havendo a preocupação de apresentar, neste contexto,
aspectos da cultura nacional, sempre sem fins competitivos.
A Ginástica Geral pode proporcionar,além do divertimento e satisfação
provocada pela própria atividade, o desenvolvimento da criatividade, da ludicidade e
da participação, a apreensão pelos alunos das inúmeras interpretações da ginástica,
e a busca de novos significados e possibilidades de expressão gímnica (AYOUB,
2003). As atividades são oportunidades privilegiadas, porque são geradas criativa e
espontaneamente, a partir da tomada de contato com o outro, da percepção e
reflexão sobre as pessoas e a realidade na qual estão inseridas. Apresenta-se então
dotada de um caráter de autonomia, liberdade, o que favorece também o convívio
em novos grupos, fazendo com que o indivíduo alargue as fronteiras do seu mundo
e intensifique assim suas comunicações. As vivências no campo da Ginástica Geral
têm a função de sociabilização, além de solidariedade e identificação social. Assim,
podemos considerá-la como elemento privilegiado no contexto educativo.
Ayoub (2003) projeta algumas imagens da Ginástica Geral, no intuito de
visualizar os pilares fundamentais que a sustentam, os quais estão ligados à
concepção de Ginástica Geral da Federação Internacional de Ginástica (FIG), que,
segundo esta autora, vem influenciando as ações na área em diversos países,
inclusive no Brasil:
4
• Não possui finalidade competitiva e está situada num plano diferente das
modalidades gímnicas competitivas, num plano básico, com a abertura para o
divertimento, o prazer, o simples, o diferente, para a participação de todos. Ou seja,
é irrestrita.
• O principal alvo é a pessoa que pratica, visando promover a integração das
pessoas e grupos e o desenvolvimento da ginástica com prazer e criatividade.
Portanto, a ludicidade e a expressão criativa são pontos fundamentais.
• Não possui regras rígidas preestabelecidas, pois estimula a amplitude e a
diversidade, abrindo um leque de possibilidades para a prática da atividade corporal,
sem distinção de idade, gênero, número e condição física ou técnica dos praticantes.
• Os festivais se constituem como sua principal manifestação, o que a vincula ao
artístico, ao espetáculo.
• Difere-se, portanto, das ginásticas competitivas, cujas principais características
são: seletividade, regras rígidas preestabelecidas, tendência à especialização,
comparação formal, caráter classificatório e por pontos, visando, sobretudo, o
vencer.
Segundo Ayoub,
Aprender ginástica geral na escola significa, portanto, estudar,
vivenciar, conhecer, compreender, perceber, confrontar,
interpretar, problematizar, compartilhar, apreender as inúmeras
interpretações da ginástica para, com base nesse aprendizado,
buscar novos significados e criar novas possibilidades de
expressão gímnica. Sob essa ótica, podemos considerar que a
ginástica geral, como conhecimento a ser estudado na
Educação Física escolar, representa a Ginástica. Considerando
ainda, as características fundamentais da Ginástica Geral,
podemos afirmar que a ginástica traz consigo a possibilidade de
realizarmos uma reconstrução da ginástica na Educação Física
escolar numa perspectiva de “confronto” e síntese e, também,
numa perspectiva lúdica, criativa e participativa (2003, p. 87).
Segundo Santos (2001), a Ginástica Geral é uma ferramenta importante
na educação, pela multiplicidade das possibilidades de expressão, universalidade de
gestos e facilidade de incorporação de processos formativos e educacionais. Sendo
sua principal característica a ausência da competição, entendemos que a Ginástica
Geral pode proporcionar, além do divertimento e satisfação provocada pela própria
5
atividade (na medida em que busca o resgate do núcleo primordial da ginástica – o
divertimento), o desenvolvimento da criatividade, ludicidade, participação irrestrita, a
apreensão pelas pessoas das inúmeras interpretações da ginástica, a busca de
novos significados e possibilidades de expressão gímnica (AYOUB, 2003).
O ambiente escolar é um espaço essencial para troca de conhecimento
entre alunos e professores, isso quando bem aproveitado por ambos.
Através da Ginástica Geral podemos aproveitar esses momentos
preciosos das aulas de educação física, quando sua prática poderá trazer, ao
escolar, benefícios diversos devido às suas características.
Deste modo, constatam-se algumas características e benefícios da
Ginástica Geral apontadas por Toledo (2001) e Bertolini (2005). Bertolini (2005, p.
33) pontua esses benefícios em “[...] princípios e valores que desejamos que
apareçam em nossas atividades”. São eles: Valorização Cultural, Diversidade,
Regras Simples, Criatividade e Interação Social.
EDUCAÇÃO FÍSICA NAS CONCEPÇÕES CONSTRUTIVISTA E CRÍTICOSUPERADORA.
As propostas educacionais da Educação Física se modificaram no decorrer
dos anos, e todas essas tendências, de algum modo, influenciam a formação do
profissional e as práticas pedagógicas dos professores de Educação Física. A
inclusão da Educação Física oficialmente na escola ocorreu no Brasil ainda no
século XIX, em 1851, com a reforma de Couto Ferraz, e três anos após a aprovação
desta reforma, a ginástica passou a ser uma disciplina obrigatória no primário. Mais
tarde, com Rui Barbosa, houve uma recomendação para que a ginástica fosse
obrigatória para ambos os sexos e que fosse oferecida para as Escolas Normais. Os
métodos ginásticos procuravam capacitar as pessoas no sentido de contribuir com a
formação do cidadão (DARIDO, 2003).
No modelo militarista, os objetivos da Educação Física na Escola
eram vinculados à formação de uma geração capaz de suportar
o combate, a luta, para atuar na guerra, por isso era importante
selecionar os indivíduos “perfeitos” fisicamente, excluir os
incapacitados, contribuindo para uma maximização da força e do
poderio da população (Coletivo de Autores, 1992).
6
Tanto a concepção higienista quanto a militarista consideravam a Educação
Física como disciplina prática, não necessitando assim de fundamentação teórica
para lhe dar suporte. Por isso, não havia distinção visível entre Educação Física e a
instrução física militar.
Na constituição de 1946, a inspiração é liberal-democrática devido à influência
dos educadores da Escola Nova. Este movimento tinha por base o respeito à
personalidade da criança, visando desenvolvê-la integralmente, cuja ênfase era o
aprender fazendo.
De acordo com o Coletivo de Autores (1992), a influência do esporte no
sistema educacional é tão forte que não é o esporte da escola, mas sim o esporte na
escola. O esporte é neste momento o objetivo e o conteúdo da Educação Física
escolar e estabelece uma nova relação entre o professor, passando de instrutor para
treinador.
Aliada à racionalização científica e às regras do esporte moderno, a Ginástica
se transforma em um esporte de rendimento ao qual poucos teem acesso. Ou seja,
as expressões gímnicas esportivizam-se e a sociedade contemporânea herda a
ginástica como prática elitizada, o que contribui paulatinamente para sua exclusão
da escola.
No que diz respeito à Educação Física escolar, o entendimento é de que a
mesma constitui-se como prática pedagógica, que trata política e pedagogicamente
dos temas da cultura corporal (jogo, dança, esporte, lutas, ginástica), visando
apreender a expressão corporal como linguagem (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Em oposição aos movimentos tecnicistas, surgem novos movimentos da
Educação Física escolar a partir da década de 70, inspirados no novo momento
histórico social pelo qual o país passou.
A área da Educação Física possui várias concepções, todas tendo em comum
a tentativa de romper com o modelo mecanicista, resultado de uma recente etapa da
Educação Física.
São várias as abordagens metodológicas como: a Desenvolvimentista, a
Crítico-Superadora, a Construtivista, a Sistêmica, a Psicomotricidade, a CríticoEmancipatória, a Cultural, os Jogos Cooperativos, a Saúde Renovada e Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs). Neste trabalho serão desenvolvidas as abordagens
construtivistas e crítico-superadora, como se segue abaixo.
7
A abordagem construtivista tem como referencial teórico a tendência
educacional construtivista, sendo o professor João Batista Freire o conhecedor
dessa concepção junto à Educação Física.
“No construtivismo, a intenção é construção do conhecimento a
partir da interação do sujeito com o mundo, numa relação que
extrapola o simples exercício de ensinar e aprender... Conhecer
é sempre uma ação que implica esquemas de assimilação e
acomodação num processo de constante reorganização” (CENP;
1990, p.9).
A proposta construtivista baseia-se principalmente nos trabalhos de Jean
Piaget, tendo a intenção focada na construção do conhecimento como um exercício
de constante reorganização. Neste sentido, o movimento é um instrumento
facilitador da aprendizagem de conteúdos ligados ao aspecto cognitivo, por meio de
atividades lúdicas, brincadeiras populares e jogos.
A vantagem desta abordagem é que ela possibilita uma interação ampla dos
conhecimentos propostos pelo professor e pelos conhecimentos adquiridos pelos
alunos durante as atividades. O aluno constrói o seu conhecimento a partir da sua
interação com o meio, resolvendo problemas do dia a dia.
Segundo Darido (2003), na proposta construtivista, o jogo, enquanto
conteúdo, tem papel privilegiado. É um instrumento pedagógico, um meio de ensino,
pois quando a criança joga ou brinca, ela está aprendendo. Sendo que este
aprender deve ocorrer em um ambiente prazeroso e lúdico.
No ensino da Educação Física, jogar, brincar, construir brinquedos, explorar
todas essas possibilidades lúdicas se tornam fundamentais nas diversas faixas
etárias, especialmente para crianças de primeira infância. A infância é um período
intenso de atividades, de fantasias, de imaginação. Os movimentos corporais
ocupam quase todo o tempo da criança e é através do brincar e do brinquedo que a
criança age sobre a realidade e aperfeiçoa o pensar e o agir.
Segundo Pimentel (2003), cada criança brinca de acordo com a etapa em que
se encontra. E o papel do professor é justamente auxiliar o aluno na passagem de
uma fase para outra. O autor se apoia nos estudos de Piaget acerca dos períodos
do desenvolvimento infantil, fazendo uma relação com as possibilidades de jogos e
as fases em que a criança se encontra:
8
•
Fase sensório-motora (0-2 anos) – jogos de exercício: manipulação de
objetos repetidas vezes.
•
Fase pré-operatória (2 a 6/7 anos ) – jogos simbólicos: representações e
imitações.
•
Fase operatória-concreta (6/7 a 10/12 anos) – jogos com regras:
atividades em grupos, aceitação de regras, cooperação.
•
Fase operatória-formal (a partir dos 12 anos) – jogos com abstrações:
regras complexas, jogos de interpretação.
Vale destacar que, dependendo da interação social e da cultura em que a
criança está inserida, ela avança ou recua no processo de aprendizagem. O
professor deve estar atento para respeitar o tempo da criança e, ao mesmo tempo,
estimulá-la a se desenvolver.
Segundo Freire (1991), o jogo realizado como conteúdo da escola deve ser
aquele que se inclui num projeto, que tem objetivos educacionais, como qualquer
outra atividade. Esse objetivo, na percepção do autor, deveria ser o de criar
atividades que facilitem à criança tomar consciência de seu corpo e de suas ações.
O autor argumenta ainda que a criança, como ninguém, é especialista em
brinquedo, devendo, desse modo, resgatar na escola a cultura de jogos e
brincadeiras, jogos com regras, rodas cantadas, brincadeiras de rua e outras
atividades que compõem o universo cultural dos alunos.
Freire apresenta os saberes da Educação Física, organizados ao longo das
séries do Ensino Fundamental, definidos a partir das teorias do desenvolvimento, da
realidade dos alunos e da cultura lúdica e de exercícios corporais.
No conteúdo ginástico destaca-se a importância de desenvolver a inteligência
corporal, citando os saltos e giros como recursos presentes em atividades gímnicas,
além do manuseio de cordas, arcos, bolas e bastões. Quanto à sistematização da
ginástica, sugere a Ginástica Geral, pois leva os alunos a interagir com temas,
objetos e músicas, construindo coreografias a partir de suas experiências corporais
(Barbosa - Rinaldi et al, 2007).
As propostas de avaliação nesta abordagem caminham vinculadas ao
processo e com ênfase na auto-avaliação. Freire (1991) tece críticas aos modelos
avaliativos mecanicistas, com padronizações rígidas. A avaliação deve levar em
conta a individualidade e a subjetividade. Trás em seu livro, “ Educação de corpo
9
inteiro”, exemplos interessantes de avaliação. Dentre eles destaca-se uma atividade
ginástica de pular corda. Neste exercício a criança pode expressar em vários
momentos, sua afetividade, sua indecisão, sua coordenação espaço-temporal,
resistência, correção de movimentos, entre outros. Ou seja, atento ao processo de
ensino e aprendizagem, o professor identificará os ganhos afetivos, cognitivos e
motores a partir de uma atividade lúdica, sem a necessidade de expor os alunos à
tensão
de
que
serão
avaliados,
ou
à
formalidade
que
uma
avaliação
necessariamente não precisa ter.
A abordagem crítico-superadora tem nos autores Bracht, Castellani, Taffarel e
Soares seus principais defensores. A obra mais marcante desta proposta é a
“Metodologia do Ensino da Educação Física” (1992), dos autores supracitados.
Recebeu influência dos educadores Libâneo e Saviani e utilizou como referência o
discurso da justiça social como ponto de apoio. Segundo Coletivo de Autores, 1992
“a Educação Física é entendida como uma disciplina que trata de um tipo de
conhecimento denominado de cultura corporal, que tem como temas o jogo, a
ginástica, a dança, o esporte, a capoeira, as lutas”. O objetivo desse referencial é
oferecer aos professores de Educação Física orientações para uma prática docente
comprometida com o processo de transformação social.
Com base nos estudos de Libâneo (apud Darido,2003), não basta que os
conteúdos sejam apenas ensinados; ainda que bem ensinados, é preciso que se
liguem de forma indissociável à sua significação humana e social. Os conteúdos de
ensino emergem de conteúdos culturais universais e devem ser reavaliados
permanentemente levando em conta a realidade e a relevância social. O aluno deve
ser levado a confrontar os conhecimentos do senso comum com o conhecimento
científico, para ampliar o seu acervo de conhecimento.
A proposta crítico-superadora pauta-se na tendência educacional progressista
crítica, utiliza o discurso da justiça social como base e é fundamentada no marxismo
e neomarxismo, defendida pelo Coletivo de Autores (1992). Esta pedagogia levanta
questões de poder, interesse, esforço e contestação. Pretende ler os dados da
realidade, interpretá-los e emitir um juízo de valor. Esta pedagogia é também
considerada teleológica, pois busca uma direção, dependendo da perspectiva de
classe de quem reflete (DARIDO, 2003).
10
É uma abordagem de cunho político, porque encaminha propostas de
intervenção em determinada direção, e pedagógica, no sentido que possibilita uma
reflexão sobre a ação dos homens na realidade, explicitando suas determinações.
A abordagem crítico-superadora reconhece a necessidade dos professores
identificarem as características dos alunos para que haja adequação dos conteúdos
(COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Darido (2003) relata que esta abordagem nos tem alertado sobre a
importância da Educação e da Educação Física contribuírem para que as mudanças
sociais possam ocorrer, diminuindo as desigualdades e injustiças sociais. Um
objetivo, aliás, que os educadores devem partilhar. No entanto, observando a prática
pedagógica dos professores de Educação Física que cursam programas de pósgraduação, e que, portanto, conhecem a abordagem, percebemos que faltam
elementos que lhes auxiliem no trabalho com a abordagem crítico-superadora na
prática concreta.
Esta abordagem apresenta uma sistematização do campo de conhecimento
da ginástica para a escola a partir de ciclos de escolarização, envolvendo formas de
saltar, equilibrar, balançar e girar; formas técnicas de ginásticas sistematizadas;
conhecimento artístico das ginásticas institucionalizadas e da ginástica em geral.
Esta proposta não desconsidera a necessidade de domínio dos elementos
técnicos e táticos para a prática esportiva, por exemplo, todavia, não os coloca como
prioritários na aprendizagem dos conteúdos. Os erros, acertos, derrotas, vitórias são
trabalhados, bem como o senso de equipe, a cooperação e as relações sociais.
No que se refere à avaliação, os autores fazem uma dura crítica,
considerando que a mesma estimula uma prática discriminatória e atende às
exigências legais das normas. Acaba por selecionar os melhores alunos para
apresentações e competições. Deveria, na verdade, considerar a classe social e
pautar-se na observação sistemática.
A GINÁSTICA GERAL E SUAS POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR.
Certamente muitas dificuldades são encontradas pelos professores de
Educação Física para a aplicabilidade da ginástica na escola ou demais espaços
11
informais, porque a ginástica, como conteúdo de ensino, praticamente não existe
mais na escola brasileira. Aula de Educação Física na escola tem sido sinônimo de
aula de esporte, mais ainda: sinônimo de jogar bola. Nista-Píccolo (1988) confirma
essa deficiência, afirmando que necessitamos urgentemente buscar saídas para
reverter esse quadro.
A ginástica constitui-se de conhecimentos de importância indiscutível e não
pode ser descartada ou colocada em segundo plano, bem como a dança, os jogos e
brincadeiras, as lutas, em detrimento dos esportes. É preciso ter coragem para
cumprir o papel de educador e levar os alunos a ultrapassarem o conhecimento de
massa que a mídia oferece, saindo da ingenuidade para uma curiosidade, um
aprofundamento na reflexão sobre a cultura corporal.
Outras questões interferem negativamente no desenvolvimento da Ginástica
seja qual for o contexto para sua aplicação. Possíveis falhas na formação
profissional são indícios significativos. Schiavon e Nista-Piccolo (2007) afirmaram
que os professores de Educação Física entendem a ginástica como limitada ao
aspecto competitivo, talvez porque as grades curriculares dos cursos superiores não
privilegiam o lado pedagógico e lúdico da ginástica. Faltam também projetos de
extensão nessas universidades/faculdades, onde os futuros professores passariam
por experiências significativas, bem como dificuldades no trato do ensino da
ginástica. Outro ponto relevante relaciona-se ao conhecimento insuficiente das
modalidades gímnicas específicas (Ginástica Artística, Ginástica Rítmica etc...).
Finalmente apontam, como maior impedimento para a aplicação da ginástica, as
condições materiais inadequadas.
A Ginástica Geral na Educação Infantil compreende crianças entre 0 a 5
anos, sendo que, na 1ª etapa, as crianças são de 0 e 3 anos e, na 2ª etapa, entre 4
e 5 anos. O trabalho é permeado por diferentes áreas do conhecimento, priorizando
o educar, o brincar e o cuidar (BRASIL, 1998).
Propõe-se a utilização dos conceitos da Ginástica Geral na Educação Infantil,
como conteúdo auxiliador na rotina das crianças pequenas e no trabalho na área de
movimento. Os elementos gímnicos, bem como a manipulação de materiais
padronizados e dos alternativos, propostos como conteúdo da Ginástica Geral vão
ao encontro da proposta de movimento da Educação Infantil, já que há um incentivo
12
à valorização da expressividade e da criatividade dos alunos, além do
desenvolvimento do indivíduo como um todo.
Toledo (1999, p.167) defende que a ginástica é um conteúdo essencial para
os alunos, na medida em que, através destes conteúdos, eles podem e devem
vivenciar diferentes possibilidades de movimentos, desde os mais simples até os
mais complexos.
As aulas iniciais devem ser contempladas por elementos diversificados da
ginástica. Deve-se apresentar os elementos básicos das ginásticas num primeiro
momento e, depois, aproximar os alunos do conteúdo da ginástica, visando seu
contato com os materiais da modalidade. Num segundo momento, deve-se vivenciar
a movimentação dos aparelhos. Os alunos brincariam livremente com os materiais,
demonstrando assim o que eles já haviam vivenciado com os mesmos e a
descoberta de novos movimentos. Demonstrariam aquilo que aprenderam, sem o
compromisso do certo ou perfeito, mas pelo prazer de construir e manipular
materiais alternativos e ultrapassar os limites do corpo, realizando cambalhotas,
piruetas e saltos, conteúdos esses tão fascinantes para as crianças pequenas.
Para Gallahue e Ozumun (2005, p.204) “a brincadeira, o brincar é muito
importante para o desenvolvimento da criança no inicio da infância, por isso deve ser
muito bem explorado este tipo de atividade, que use a criatividade e as expressões
que o nosso corpo nos possibilita.”
A criança, nesta fase, ainda não consegue distinguir o ritmo, tempo e
compasso de uma música; desta forma, uma maneira de se trabalhar o ritmo nas
aulas é com o acompanhamento musical. Na rotina das escoas infantis, as músicas
e as rodas cantadas estão presentes diariamente; esses momentos podem
tranquilamente ser utilizados numa apresentação, por exemplo. A coreografia pode
ser um apanhado do que é feito diariamente, utilizando a criatividade das próprias
crianças e materiais disponíveis, conceito esse muito presente na proposta da
Ginástica Geral, incentivando a cultura de cada povo, a utilização de materiais
alternativos e a imaginação. São movimentos simples, mas de grande valia para as
crianças, já que permitem às crianças pequenas novas descobertas da
movimentação do próprio corpo e na combinação de movimentos e vários materiais.
Traçando um cenário simples dos conteúdos e objetivos da Educação Infantil
e da Ginástica Geral, pode-se concluir que se entrelaçam e formam um elo positivo
13
para ajudar o professor nesses aspectos, sem perder o eixo do brincar e/ou do
lúdico, já que estimulam as crianças à manipulação de materiais gímnicos e
alternativos, dentre outros.
O trabalho da Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental é
importante, pois permite aos alunos terem, desde cedo, a oportunidade de
desenvolver habilidades corporais, participando de atividades culturais como: jogos,
esportes, lutas, ginásticas e danças, com intenção de lazer, expressão de
sentimentos, afetos e emoções (BRASIL, 1999).
A Educação Física é um espaço privilegiado para promover relações
interpessoais. Ajuda a integrar o aluno na cultura corporal do movimento, auxiliando
a formar o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, dando o
instrumento para que ele possa usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas
e danças, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de
vida.
Se a ginástica tem sido compreendida como uma Ginástica Geral, orientada
para o lazer, que objetiva, sobretudo, estimular o prazer pela prática da ginástica
com criatividade e liberdade de expressão, pode-se reconhecê-la como um espaço
viável para a vivência do componente lúdico da cultura e, especificamente, da
cultura corporal. Isso que dizer que a Ginástica Geral traz a possibilidade de
redescobrir o prazer, a aptidão e a técnica-arte da linguagem corporal (AYOUB,
2007).
A adaptação de materiais proporciona a criatividade, sendo um desafio
constante para novas experiências. A utilização de materiais não tradicionais se
transforma em um fator propício para que a Ginástica Geral seja trabalhada nas
escolas, porque o material está na escolha do possível, podendo ser buscado até na
natureza.
A ludicidade, a liberdade de expressão e a criatividade são poNtos marcantes
da ginástica geral. Segundo Perez Gallardo (2003)
as atividades lúdicas as encantam, pois o brincar é o estimulo
que a criança recebe, colando espontaneamente em ação os
seus movimentos, e explorando intensamente seu potencial
motriz, realizando novas descobertas de movimentos, e
possibilitando a execução daqueles que outrora não conseguia
executar.
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Para Toledo (2007), o educador deve entender que cada criança é diferente
uma da outra, cada uma tem seu ritmo; cabe ao educador entender estes limites na
hora de avaliar seus alunos, individualmente ou em grupos. Cada aluno realiza as
atividades respeitando os limites do próprio corpo, melhorando gradativamente.
A inclusão da Ginástica Geral nas aulas de Educação Física no Ensino Médio
aparece como uma ótima proposta de atividade física e torna-se um meio de
aprendizagem inclusivo e motivador para os alunos. A escola é um espaço em que
as relações sociais acontecem naturalmente, por isso é importante atentar às várias
situações vivenciadas no cotidiano escolar, reconhecendo o papel do educador de
ultrapassar os limites da sala de aula.
[...] uma forma de atividade que procura resgatar o movimento
humano na sua totalidade, busca desenvolver suas capacidades
físicas e habilidades motoras individualmente, de acordo com as
possibilidades do aluno. Ela preserva a individualidade, mas ao
mesmo tempo exige o trabalho em grupo, favorecendo o
desenvolvimento da criatividade e a socialização. Não tem
regras rígidas quanto à execução, por isso permite que qualquer
indivíduo participe do trabalho [...] Com essa relação o grupo
estabelece disciplina, respeito e colaboração (MARTINS, 2003,
p.35).
Normalmente a prática desta modalidade inicia-se com algumas dificuldades
como: espaço, aparelhos materiais e resistências dos alunos a um aprendizado
diferente. Mas percebe-se que esta modalidade reforça a criatividade dos alunos e,
por não ter caráter competitivo, os alunos não tem receio de participar. Assim, notase que todos os alunos conseguem se divertir e sentir prazer durante as aulas.
Diversas alterações físicas acometem os corpos dos adolescentes. Por vezes
tantas mudanças provocam inquietação, insatisfação, surpresas. Lidar com esse
“novo corpo” não é tarefa das mais fáceis para ambos os sexos.
Meninos e meninas passam por um estirão de crescimento acentuado em
peso e altura e Pos avanços no desenvolvimento muscular e esquelético. As
características sexuais primárias e secundárias se manifestam. Essas rápidas
mudanças afetam o autoconceito e a personalidade. De maneira geral, os
adolescentes apresentam boa saúde. Os possíveis problemas podem resultar de
pobreza, personalidade e estilo de vida arriscado.
Algumas interferências negativas podem surgir a partir desse rápido processo
de crescimento, como a obesidade entre adolescentes, que tem aumentado
15
assustadoramente nos últimos anos. As causas podem ser genéticas ou ambientais
e podem ser controladas com uma dieta balanceada e incremento de exercícios
físicos.
Em decorrência da possibilidade da obesidade, alguns
transtornos
alimentares são comuns nesse momento, como a anorexia (auto-privação de
alimentos), a bulimia (alimentação excessiva e indução ao vômito) e a vigorexia
(distorção da imagem corporal). Esses transtornos são mais comuns em meninas,
com causas ainda desconhecidas. O tratamento pode incluir hospitalização,
psicoterapia e uso de medicamentos antidepressivos.
Outro ponto alarmante entre os jovens é o uso abusivo de drogas, cigarro e
álcool. Por vezes esses recursos são utilizados como respostas a curto prazo para
seus problemas, colocando em risco sua saúde física e psicológica, ficando, seus
problemas, sem a devida solução. O uso de drogas, cigarro e álcool muitas vezes
começa por causa de festinhas, válvula de escape, shows e porque os adolescentes
querem se parecer com os adultos.
Outro ponto crítico também entre os adolescentes são as doenças
sexualmente transmissíveis, ocasionadas principalmente pelo aumento da atividade
sexual. Nas meninas, a gravidez precoce torna-se possível, pois o uso de
contraceptivos e preservativos não é frequente. Os adolescentes se sentem atraídos
por desafiar situações prováveis e não se protegem devidamente.
Os índices de mortalidade e causas de mortes em adolescentes sâo outro
assunto assustador. Acontecem acidentes, homicídios e suicídios.
Como dito
anteriormente, os adolescentes gostam de se aventurar em situações perigosas e
radicais, sem tomar os devidos cuidados. Os suicídios e homicídios ocorrem
normalmente por conta de conflitos familiares, problemas escolares graves, estresse
elevado, pressões psicológicas, e uso de álcool e drogas.
Todo esse breve relato acima apresentado é de extrema relevância aos
profissionais que atuam com jovens, pois, a partir do conhecimento das possíveis
situações que acometem esse público, pode-se criar situações educativas no intuito
de discutir e aprofundar questionamentos, na expectativa de prevenção de tais
possibilidades.
A Ginástica Geral caminha nesta perspectiva e abre espaço coletivo ao
debate verbal, bem como a expressões corporais significativas que podem ser
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expressas em suas montagens coreográficas. Os temas polêmicos que atormentam
o cotidiano do jovem adolescente também podem servir de ponto de partida para as
coreografias na Ginástica Geral. Enfim, o contexto gímnico age de forma educativa e
preventiva na vida dos alunos em questão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve o intuito de mostrar a Ginástica Geral e suas possibilidades
de aplicação na Educação Física Escolar nas perspectivas construtivista e críticosuperadora. Tal atividade proporciona o desenvolvimento do aluno a partir de
diversas práticas corporais com significativo sentido lúdico.
O desenvolvimento desta pesquisa possibilitou conhecer como a ginástica é
tratada em algumas abordagens teóricas da Educação Física. As abordagens
metodológicas, de modo geral, não apresentam uma sistematização da ginástica.
Buscam esclarecer, por vezes, questões de caráter histórico-cultural e didático para
orientar a prática docente, sem preocupações com o conhecimento ao longo das
séries escolares.
Por se tratar de uma modalidade que trabalha a partir do princípio da
criatividade, as possibilidades aplicativas são enormes. Vários materiais podem ser
utilizados na composição das coreografias. As movimentações corporais abrangem
um grande leque de situações organizadas coletivamente. O repertório musical é
livre, participantes de diversas faixas etárias, gêneros e cultura podem praticá-la.
O professor interessado deve buscar o conhecimento sobre o assunto,
transformando assim as aulas de Educação Física em atividades menos
esportivizadas, priorizando para os alunos a vivência da Ginástica Geral como
prática corporal importante para sua vida.
Pode-se dizer que a Ginástica Geral na escola provoca, como consequência,
a colaboração na formação cidadão, a partir de uma atividade prazerosa, de
cooperação e valorizando as relações sociais.
Além disso, a Ginástica Geral é uma forma de trabalho que integra inúmeras
possibilidades e que agrada aos estudantes pela sua característica inclusiva, criativa
e expressiva. Cabe ao profissional entender as práticas possíveis para a formação
integral dos estudantes, para a formação de cidadãos autônomos e mais criativos.
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