UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Faculdade de Educação - UAB/UnB/ MEC/SECADI II Curso de Especialização em Educação na Diversidade e Cidadania, com Ênfase em EJA / 2013-2014 GIUSEPPE MOTTA MARENDA LEONARDO DIAS DE MORAIS PROTAGONISMO DOS EDUCANDOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PARA EFETIVIDADE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA. HUMANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES PROFESSORES-ALUNOS-DIREÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE SABERES NA REALIDADE ESCOLAR. BRASÍLIA, DF Abril/2014 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Faculdade de Educação - UAB/UnB/ MEC/SECADI II Curso de Especialização em Educação na Diversidade e Cidadania, com Ênfase em EJA / 2013-2014 PROTAGONISMO DOS EDUCANDOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PARA EFETIVIDADE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA. HUMANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES PROFESSORES-ALUNOS-DIREÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE SABERES NA REALIDADE ESCOLAR. GIUSEPPE MOTTA MARENDA LEONARDO DIAS DE MORAIS PROFESSOR ORIENTADOR: TIAGO R. T. MANGGINI TUTOR ORIENTADOR: CARLA ANDREIA S. DOS SANTOS PROJETO DE INTERVENÇÃO BRASÍLIA, DF Abril/2014 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Faculdade de Educação - UAB/UnB/ MEC/SECAD II Curso de Especialização em Educação na Diversidade e Cidadania, com Ênfase em EJA / 2013-2014 GIUSEPPE MOTTA MARENDA LEONARDO DIAS DE MORAIS PROTAGONISMO DOS EDUCANDOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PARA EFETIVIDADE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA. HUMANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES PROFESSORES-ALUNOS-DIREÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE SABERES NA REALIDADE ESCOLAR. Trabalho de conclusão do II Curso de Especialização em Educação na Diversidadee Cidadania, com Ênfase em EJA /2013-2014, como parte dos requisitos necessáriospara obtenção do grau de Especialista naEducação de Jovens e Adultos. _______________________________________________________________________ Professor Orientador _______________________________________________________________________ Tutor Orientador _______________________________________________________________________ Avaliador Externo BRASÍLIA, DF Abril/2014 Dedico esse trabalho aos alunos da Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores do Centro de Educação Fundamental 02 do Paranoá como inspiradores de uma Escola Humanizada e Democrática para construção de saberes. AGRADECIMENTOS Agradecemos as Professoras Tutoras Lorena Machado, Carla Handri e ao Professor Orientador Tiago Manggini, pela cordialidade e comprometimento na orientação deste Projeto de Intervenção Local. “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão” “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” “A educação autêntica, repitamos, não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo” FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 20ed.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. RESUMO O presente Projeto de Intervenção Local desenvolvido, por estes jovensprofessores Giuseppe e Leonardo, no Centro de Ensino Fundamental 02 do Paranoá é uma pequena ação no sentido de sensibilizar a comunidade estudantil do seu grande papel como condutores dos seus destinos que encontra-se aparentemente em um abismo, onde os educadores encontrase em local superior e intocável, em decorrência de uma concepção e em outras palavras, diga-se opressão por parte da Direção da unidade escolar. Deste modo o PIL deseja o resgate de uma educação humanizada em uma construção coletiva em comunhão comprometida com a realidade vivida pela comunidade e não em opressão por grupos sociais, mesmo que em execução dentro de sistema exploratório que a venalidade é que rege e determina a vida das pessoas.Aguardando o florescer do amanhã necessário no tempo certo e calculado pelas avanços e retrocessos que marcam a caminhada do processo civilizatório da humanidade. Palavra – Chave: Cidadania-comunidade-educação-sensibilização-humanização. Abstract This Local Intervention Project developed by these young teachers and Giuseppe Leonardo, Center for Primary Education 02 Paranoá is a small action to sensitize the student community of his great role as drivers of their destinations lying apparently an abyss , where educators lies on top and untouchable place , due to a design and in other words, by the oppression by the direction of the school unit. Thus the PIL want the rescue of a humane education in building a collective committed to the reality experienced by the community and not in oppression by social groups communion, even if running within exploratory system that venality is that governs and determines the life of people. Waiting for the blossoming of tomorrow need at the right time and calculated by the advances and setbacks that mark the journey of the civilizing process of humanity. Word - Key: Citizenship-community-education-awareness-humanization SUMÁRÍO 1- Dados de identificação do(s) proponente(s)................................................. 10 2- Dados de identificação do Projeto .................................................................10 2.1 Título................................................................................................................10 2.2 Área de Abrangências....................................................................................11 2.3 Instituição........................................................................................................11 2.4 Público ao qual se destina.............................................................................11 2.5 Período de execução......................................................................................11 3- Ambiente institucional.....................................................................................11 4- Justificativa / caracterização do problema / marco teórico.........................12 5- Objetivos ..........................................................................................................16 5.1 Objetivo Geral.................................................................................................16 5.2 Objetivos Específicos....................................................................................17 6- Atividades/responsabilidades ........................................................................17 7- Cronograma .....................................................................................................18 8- Parceiros ..........................................................................................................18 9 – Orçamento.......................................................................................................19 10- Acompanhamento e avaliação.....................................................................19 11- Referências....................................................................................................19 Universidade de Brasília – UnB Universidade Aberta do Brasil – UAB Faculdade de Educação - FE Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação II Curso de Especialização em Educação na Diversidade e Cidadania, com ênfase na Educação de Jovens e Adultos / 2013-2014 PROJETO DE INTERVENÇÃO LOCAL 1- Dados de identificação do(s) proponente(s): Nome(s): Giuseppe Motta Marenda Leonardo Dias de Morais Grupo: 14 Informações para contato: Telefone(s): E-mail: 2- Dados de identificação do Projeto: 2.1 - Título: Protagonismo dos Educandos da Educação de Jovens e Adultos para efetividade da gestão democrática. Humanização das relações professores-alunos-direção para construção de saberes na realidade escolar. 2.2 - Área de abrangência: ( ) Nacional ( ) Regional ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Distrital ( X )Local 2.3 - Instituição: Nome/ Endereço Centro de Ensino Fundamental 02 do Paranoá Quadra 04 - Conjunto “A” - AE - LT 05 - CEP: 71570-401 Instância institucional de decisão: - Governo: ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) DF - Secretaria de Educação: ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) DF - Conselho de Educação: ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) DF - Escola: ( ) Conselho Escolar - Outros: _x____ 2.4 - Público ao qual se destina: Comunidade escolar em geral, com ênfase em alunos trabalhadores da modalidade de educação de Jovens e Adultos. 2.5 - Período de execução: Início Novembro/2013 Término:Novembro/2014 3- Ambiente institucional: A Escola como um todo é um espaço desumanizado sem relações mais próximas entre os próprios docentes, no que tange as relações profissionais, com as coordenações pedagógicas muitas vezes segmentadas, praticamente inexistindo momentos em que todos os professores se reúnem para discutir e debater os problemas e dificuldades enfrentadas pela instituição escolar. A Direção da Escola tem uma postura tíbia com os alunos e professores. Os representantes da direção quase não comparecem no turno da noite, demonstrando que a Educação de Jovens e Adultos não possuí o mesmo grau de atenção do que o ensino regular. A Escola conta no turno noturno com 35 servidores incluídos o Secretário Escolar e Supervisor Administrativo da carreira assistência, não sendo apresentado a quantidade de merendeiras, terceirizados da limpeza e os vigilantes da escola que trabalham também na escola, além de não ter sido indicado o número de servidores do turno diurno, comprovando mais uma vez o caráter segmentado e divisão de classe social que não considera esses profissionais da educação como parte construtora do processo educacional em curso na escola. Os alunos não dispõem de um Grêmio Estudantil para minimamente representá-los. O processo eleitoral ocorrido na escola foi extremamente vazio, sem discussão das propostas para o novo mandato da direção. O Conselho Escolar da escola e o seu papel fiscalizador não foi debatido no processo eleitoral. Verifica-se relações extremamente frias entre alunos e professores. A Orientação Educacional não tem muita articulação com os professores na identificação e encaminhamento de situações que poderiam ser trabalhadas pelo Serviço de Orientação Educacional - SOE no diagnóstico e programação de ações para combater possíveis evasões de alunos. O Projeto Político Pedagógico alguns professores nem sabem de sua existência na Escola, e acreditamos que grande parte do educadores também não tiveram acesso ao documento no ano de 2013. Já no ano de 2014 tivemos a informação que o Projeto Político Pedagógico encontra-se ainda em construção em conjunto com a Coordenação de Gestão de Educação Básica do Paranoá, onde foi cedido um documento que orienta como o que deve ser um Plano Político Pedagógico de uma Escola. Assim, a Educação de Jovens e Adultos deve ser trabalhada de forma que elementos humanizantes, democráticos e espaço de cidadania e as formas de avaliação dos alunos deve ser mudada. Aqueles alunos de mais idade que trabalham têm maior dificuldade principalmente no entendimento dos enunciados, forte fragilidade na língua portuguesa, tendo uma linguagem oral mais acentuada, mas de outro lado se apresentam timidamente e oprimidos, apesar de serem mais interessados e dedicados. Aqueles alunos mais jovens uma parte considerável tem sentimentos de auto afirmação nas relações humanas ao se considerarem com mais conhecimento que outros, demonstram superficialidade e grande deficiência nas relações humanas. Porém por ocasião das aulas de sociologia questionem os educandos do que eles queriam que escola oferecesse com a nova gestão que se candidatara para o próximo triénio, onde foram apresentadas uma série de reivindicações que refletem mudanças e olhares da comunidade, assim, percebe-se que diversos alunos tinham medo de se expressar, com medo de represarias por parte da escola, como por exemplo serem reprovados, caso questionassem algo. Por fim, na semana da realização das eleições, a chapa única; ou seja, a direção aparece nos espaços de aula para informar sobre as eleições na escola, praticamente só informando que eles deveriam votar para homologar o processo eleitoral, pois se não atingisse o percentual mínimo de votantes poderia vir uma pessoa que não trabalhava na escola, desconhecida.E todos os alunos ficaram calados em silêncio não questionando nada ou reivindicando qualquer coisa. 4- Justificativa / caracterização do problema / marco teórico do problema: Um grande desafio que a educação pública brasileira enfrenta hoje é efetivar a gestão democrática. Numa sociedade que historicamente teve o seu direito de participação subtraído por diferentes governos antidemocráticos, a cultura de participação política é ainda muito escassa. Mesmo após algumas décadas do fim do regime ditatorial e início do período democrático, muitas pessoas ainda não sabem ao certo o seu papel dentro de uma sociedade participativa, pois a efetivação da democracia não se dá numa canetada em um papel, mas sim num longo processo de conscientização e sensibilização. Dito isso, torna-se necessário que a escola, enquanto ambiente educacional e também político, seja elemento propulsor de uma nova realidade, veja o que diz Saviani (2003): É preciso, no entanto, ressalvar que a alteração objetiva da prática só pode se dar a partir da nossa condição de agentes sociais ativos, reais. A Educação, portanto, não transforma de modo direto e imediato e sim de modo indireto e mediato, isto é, agindo sobre os sujeitos da prática. Educação de verdade não se faz sem dar voz a comunidade para saber suas necessidades e demandas com tratamento humanizado, não dá para exigir dos alunos que não tiveram uma formação escolar com a qualidade esperada pelos professores que são de outra classe social, e que apesar de virem de universidades públicas, estudaram em sua maioria o ensino básico na escola privada. Demonstrando assim, existe uma diferença de classe social para não aceitação de uma realidade diversa dessa classe que não acredita no sucesso e aprendizado dos alunos, em contradição ao que determina a lei 9394/96 em seu art. 2º e 3º transcritos, logo abaixo ipse litere: Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial Percebe-se ainda que alguns professores que estão lecionando na Educação de Jovens e Adultos no Centro de Ensino Fundamental 02 do Paranoá ao afirmarem coisas como “tem que acabar com essa brincadeira”, não entendem o que significa e não reconhecendo a importância para os educandos, demonstrando que os métodos e praticas pedagógicas não tem a sensibilidade e adequação ao perfil dos estudantes da EJA, contrariando assim a lei nº 9394/96 em seu art. 4º incisos IV, VI e VII que afirma: Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: (...) IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade própria; (...) VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola; Considero de suma importância para uma educação libertária a humanização dos professores e demais servidores das escolas, principalmente a direção da escola que é omissa, apática e desumanizada. Percebe-se que há uma cultura que entende que já faz demais para os alunos. Conforme Paulo Freire no Pedagogia dos Oprimidos (1987) que afirmar: A violência dos opressores que os faz também desumanizados, não instaura uma outra vocação – a do ser menos. Como distorção do ser mais, o ser menos leva os oprimidos, cedo ou tarde, a lutar contra quem os fez menos. E esta luta somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscar recuperar sua humanidade, que é uma forma de criá-la, não se sentem idealisticamente opressores, nem se tornam, de fato, opressores dos opressores, mas restauradores da humanidade em ambos. No entanto em contraposição a esta situação trago a baila a seguinte enunciado - O ser humano é um animal político como dizia Aristóteles, conforme descrito por João Francisco P. Cabral no texto logo abaixo: Portanto, o animal político ou cidadão é o homem livre que goza de direitos naturais por sua competência em comandar, enquanto que aos homens dotados apenas de robustez física e pouco intelecto são aptos para obedecer, e essa analogia se estende a relação entre a soberania da cidade e as comunidades que participam dela com seus fins específicos. A cidade é soberana porque visa o bem comum, soberano. O homem livre é soberano porque é senhor de si. Assim, não podemos fazer da escola um espaço para transmissão de conteúdos descontextualizados da realidade local, da comunidade e vida daquelas pessoas, a escola deve ser um espaço em que os saberes sejam alinhados e determinados pela realidade local e professor deve ter um papel de facilitador, além do professor estar no mesmo patamar sem hierarquia. Pois, o espaço educacional, deve envolver outros elementos lúdicos que torne o aprendizado, algo mais prazeroso e de aplicação prática na realidade dos alunos. Trago ainda uma referência a Sergio Buarque de Holanda (1995) que traz o seguinte diálogo: (...)pergunta a Herbert Smith De que maneira se efetuaria essa revolução? “Espero”, respondeu Smith, “ Que, quando vier, venha placidamente e tenha como remate a amalgamação, não o expurgo, das camadas superiores; camadas que, com todas as suas faltas e os seus defeitos, ainda contam com homens de bem. Lembrai-vos de que os brasileiros estão hoje expiando os erros dos seus pais, tanto quanto os próprios erros. A sociedade foi mal formada nesta terra, desde as suas raízes. Se as classes cultas se acham isoladas do resto da nação, não é por sua culpa, é por sua desventura. Não ouso afirmar que, como classe os operários e tendeiros sejam superiores aos cavaleiros e aos grandes negociantes. A verdade é que são ignorantes, sujos e grosseiros; nada mais evidente para qualquer estrangeiro que os visite. Mas o trabalho dá-lhes boa têmpera, e a pobreza defende-os, de algum modo, contra os maus costumes. Fisicamente, não há dúvida que seriam melhores do que a classe mais elevada, e mentalmente também o seriam se lhes fossem favoráveis as oportunidades. Deste modo, verifica-se nesse dialogo entre Holanda e Smith configura-se ainda hoje permanente diferença de classe entre professores e alunos da Educação de Jovens e Adultos ou do sistema público de ensino. Assim, a EJA a partir de 2005 apresenta-se como um processo de aproximação e oportunidades troca de conhecimentos entre diferentes, basta porém ser identificados currículos e conteúdos adequados para uma intervenção inteligível e de acordo com as necessidades dos educandos e construção de saberes como propõe Edgar Morin em seu livro - Os sete saberes necessários à educação do futuro, trecho logo abaixo Cabe à educação do futuro cuidar para que a idéia de uni- dade da espécie humana não apague a idéia de diversidade e que a da sua diversidade não apague a da unidade. Há uma unidade humana. Há uma diversidade humana. A unidade não está apenas nos traços biológicos da espécie Homo sapiens. A diversidade não está apenas nos traços psicológicos, culturais, sociais do ser humano. Existe também diversidade propriamente biológica no seio da unidade humana; não apenas existe unida- de cerebral, mas mental, psíquica, afetiva, intelectual; além dis- so, as mais diversas culturas e sociedades têm princípios gerado- res ou organizacionais comuns. É a unidade humana que traz em si os princípios de suas múltiplas diversidades. Compreender o humano é compreender sua unidade na diversidade, sua di- versidade na unidade. É preciso conceber a unidade do múltiplo, a multiplicidade do uno. A educação deverá ilustrar este princípio de unidade/diver- sidade em todas as esferas. Consequentemente segundo Moran precisamos nos integrar na diversidade dos seres, com seus olhares sem perder sua essência individualidade, singularidade de ser humano em todos os aspectos existentes. Deste modo, a Educação de Jovens e Adultos ao encontrar os diferentes e assim reciprocamente com os educandos do Ensino Regular do Centro de Ensino Fundamental 02 do Paranoá para induzir e criar esses saberes da educação do futuro para alguns conscientemente e outros inconscientemente. Conclui-se assim que a Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores é um dos caminhos do novo tempo de autoafirmação de populações historicamente oprimidas pela sistema capitalista por meio do Estado que transforma-se em decorrência do dinâmico processo democrático que se desenvolve atualmente no país pela crescente demanda da sociedade por melhoria na educação e outros campos da sociedade. Verifica-se que os atuais aparelhos de estado, leia-se como um deles a escola, que era ou continua ainda sendo um instrumento de manutenção de um status quo,e atualmente estão em processo de mutação do seu fim inicial e tornando-se um outro deve ser, qual seja a construção de sociedade diversa, democrática com garantia dos direitos e garantias fundamentais, estando ai incluso a educação de qualidade, com liberdade de pensamento para construção da identidade da brasilidade como diz Darcy Ribeiro em seu livro O Povo Brasileiro no trecho logo abaixo: Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã com uma nova civilização, mestiça e tropical,orgulhosa de si mesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em sim mais humanidades. Mais generosa, porque aberta à convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da terra. Diante disso, a construção de quem somos dentro da perspectiva do ser humano como grande autor de si mesmo é o legado que a cidadania e participação da comunidade escolar nos desafios da escola que é sua, delineando a primazia do norte que dos educadores e educando inseridos na realidade vivida pela comunidade em processo de empoderamento e protagonismo desse ser em contínua humanização e busca de um novo padrão civilizatório próprio e singular. 5- Objetivos: 5.1- Objetivo Geral: Aumentar a participação da comunidade em uma gestão democrática, e principalmente dos alunos trabalhadores nos processos de decisão do Centro de Ensino Fundamental 02 do Paranoá, para aplicação contextualizada na realidade dos estudantes de forma humanizada com a integração do Ensino Regular com a Educação de Jovens e Adultos. 5.2- Objetivos específicos: 5.2.1 Elaborar consultas junto aos alunos sobre assuntos relacionados ao dia-a-dia escolar, sobre realização de intervalo na escola; 5.2.2 Construir o empoderamento da comunidade escolar para questionar e opinar sobre os destinos da sua escola, no sentido de construir o Grêmio Estudantil da Escola conforme a Lei de Gestão Democrática; 5.2.3 Construir parcerias com outras instituições, como o Instituto Federal de Brasília - IFB para apresentar os cursos ofertados com todas as informações para participar do processo seletivo de ingresso nos cursos, com a Defensoria Pública do Distrito Federal por do projeto “Conhecer Direitos”, com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuário para realização de mostras de livros publicados na área de desenvolvimento sustentável na perspectiva de uma escola que aplique ações para realidade concreta da comunidade; 5.2.4 Abrir a escola para parcerias com outras instituições que possam contribuir para agregar saberes a comunidade escolar, no sentido de sensibilizar os colegas professores no sentido de articular com os demais educandos da escola do ensino regular com os educandos da Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores para percepção de qual o papel da escola para a vidada comunidade; 6- Atividades/responsabilidades: 6.1 Realizar consulta a comunidade escolar no sentido de identificar propostas que possam ser aplicadas pela instituição escolar, em especial para criação do Grêmio Estudantil, conforme a Lei de Gestão Democrática; (Direção Escolar) 6.2 Sensibilizar os profissionais da educação durante as semanas culturais no semestre, para ações de integração e participação de toda a comunidade escolar no processo decisório da instituição 6.4 Articular a participação de professores na construção conjunta de linhas de ação, conforme suas disciplinas, que sejam aplicadas durante os eventos de integração da instituição; (Coordenação Escolar) 6.3 Realizar concursos de redações sobre variados temas como discriminação étnico racial, meio ambiente sustentável, direitos e garantias fundamentais, geração de renda e emprego na comunidade com a sensibilização dos professores de língua portuguesa, sociologia, geografia, história, filosofia e artes. (professores sociologia, história, geografia e português). 6.4 Levantar quantos educandos da EJAT da instituição escolar em questão, tem filhos ou parentes matriculados no ensino regular, para articular uma integração ensino regular/EJAT; 6.5 Integrar o Ensino de Educação de Jovens e Adultos com o Ensino regular por meio de oficinas de teatro (teatro do oprimido) que trabalhem a cidadania no meio escolar; (Disciplina de Sociologia e História) 6.6 Incentivar a participação dos educandos na gestão democrática, por meio de ações que demonstrem praticamente como ocorre um processo democrático de solução de problemas. 7- Cronograma: Novembro/Dezembro 2013 - Participação dos estudantes em atividade democrática prática, por meio de um simulacro de consulta popular a respeito de problemas na realidade escolar. Março/Abril 2014 - Levantamento dos educandos da EJA que possuem filhos, sobrinhos ou parentes próximos matriculados no ensino regular da mesma instituição. Abril/Maio 2014 - Sensibilização dos profissionais da educação, para desenvolvimento de ações para aumentar a participação da comunidade. Junho 2014: Articulação de docentes para criar linhas de ação conjuntas para a integração dos diversos agentes da instituição. Agosto 2014: Integração de estudantes por intermédio das oficinas de teatro do oprimido. Outubro 2014: Evento destinado a demonstração dos parceiros do projeto, através de exposição dos cursos e possibilidades oferecidas pro estes para os estudantes trabalhadores. Novembro/Dezembro 2014: Avaliação final do projeto, através de mecanismos que possam indicar de maneira qualitativa as ações desenvolvidas pela intervenção. 8- Parceiros: Instituto Federal de Brasília, Universidade de Brasília, Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial do DF, Embrapa e Defensoria Pública do Distrito Federal. 9 - Orçamento: Sem custos adicionais, apenas gastos operacionais que podem ser retirados dos Programas Dinheiro Direto na Escola e outros fundos recebidos diretos pela Escola. 10- Acompanhamento e avaliação: Durante e logo após as atividades, por meio de questionário ou entrevista por amostragem, prazo máximo de cinco dias para avaliação. 11- Referências (Normas da ABNT): Freire, Paulo Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a prática educativa/ Paulo Freire. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura) Freire, Paulo Pedagogia do Oprimido, 17ª Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987 Saviani, Dermeval Escola e Democracia: Teorias da Educação, Curvatura da Vara, onze teses sobre educação política/ Dermeval Saviani- 36. Ed. Revista - Campinas, SP: Autores Associados, 2003 (Coleção Polémicas do Nosso Tempo;vol.5) Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Lei de Gestão Democrática - Lei Distrital nº 4751, de 7 de fevereiro de 2012. Holanda, Sergio Buarque de, 1902-1982. Raizes do Brasil/Sergio Buarque de Holanda. -26. ed São Paulo: Companhia das Letras, 1995. MORIN, Edgar - Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3a. ed. - São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001. Lei nº 9394/1996, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases para educação nacional; Ribeiro, Darcy 1922-1997 O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil/Darcy Ribeiro. – São Paulo: Companhia das Letras, 1995. João Francisco P. Cabral Colaborador Brasil Escola Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP