ARTIGO ORIGINAL RISCOS NUTRICIONAIS DE ADOLESCENTES DA REDE DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE CURITIBA-PR. RISKS OF ADOLESCENT NUTRITION EDUCATION NETWORK OF THE MUNICPALITY OF CURITIBA-PR OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA OBESITY IN TEENS Bruna de Paula Maksym1 Edilcéia Domingues do Amaral Ravazzani2 1. 2. Graduanda em Nutrição – Faculdades Integradas do Brasil – Unibrasil E-mail: [email protected] Especialista em Nutrição Clinica pela UFPR e Profª da Unibrasil. RESUMO O presente estudo objetivou comparar o perfil nutricional de adolescentes de uma escola particular e outra estadual do Município de Curitiba-Pr. Para tal os adolescentes foram submetidos á antropometria que consistia em peso e altura, um questionário auto aplicado com um quadro de freqüência alimentar e perguntas sobre atividades diárias, e outro questionário que foi encaminhado aos pais consistindo de perguntas sobre as atividades diárias dos adolescentes e sua alimentação em casa. Para a classificação do estado nutricional foi utilizado os percentis IMC para idade e sexo. Verificou-se discreta igualdade nos percentis de renda, houve prevalência de eutrofia (60,0%), observou-se também que apenas um adolescentes está obeso (1,70%) e onze estão com sobrepeso (18,3%), sendo que o índice de desnutrição foi maior que o de obesidade tendo três adolescentes desnutridos (5%). Com o presente estudo podemos identificar que as escolas podem interferir positivamente nesses parâmetros de sobrepeso e obesidade, desenvolvendo e produzindo atividades que levem esses conhecimentos até os alunos durante o período de aula, para que eles conheçam a importância de se levar uma vida saudável, com uma alimentação balanceada e a promoção de atividades físicas. Descritores: Obesidade; adolescência; antropometria. ABSTRACT This study aimed to compare the nutritional status of adolescents in a private school (School A) and state (School E) of the Municipality of Curitiba-Pr. For such adolescents underwent anthropometry which consisted of weight and height, a selfapplied questionnaire with a food frequency table and questions about daily activities, and a questionnaire was sent to parents consisting of questions about the daily activities of adolescents and their food at home. To evaluate the nutritional status was used BMI percentiles for age and sex. There was mild in percentiles of income equality, and the prevalence of eutrophication was remarkable (60.0%), it is also observed that only one is obese adolescents (1.70%) and 11 are overweight (18.3%), and the rate of malnutrition was greater than that of obesity taking three malnourished adolescents (5%). In this study we could identify which schools can positively affect these parameters of overweight and obesity, developing and producing activities that take this knowledge to the students during the class period, so they know the importance of leading a healthy lifestyle, with a balanced diet and promoting physical activity. Descriptors: Obesity; adolescence, anthropometry. INTRODUÇÃO A adolescência é um período de mudanças anatômicas fisiológicas, psicológicas e sociais que separam a criança do adulto, prolongando-se dos 10 aos 20 anos incompletos conforme critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), ou dos 12 aos 18 anos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (1) . A adolescência é considerada especialmente vulnerável em termos nutricionais por várias razões, sendo um dos momentos mais críticos para o estabelecimento da obesidade, onde causas e conseqüências se integram e se reforçam (2,3). Destaca-se como determinante de hábitos alimentares a renda, atuando sobre aspectos sociais e culturais, a família, os amigos, a escola, o trabalho, enfim toda a relação sócio-econômico-cultural que atinge o indivíduo com suas normas e valores, atuando, basicamente na cristalização do hábito alimentar, interferindo direta ou indiretamente como no caso de horários escolares, introdução de outros alimentos como no caso de merenda escolar que para alguns, perde o sentido de complementação passando a ser a única refeição do dia (4) . Carrazza(4) ainda afirma que o fácil acesso e o incentivo através da propaganda ao consumo de refeições rápidas pode, também modificar o hábito alimentar do adolescente. Segundo a WHO – World Healt Organization - , a obesidade é definida como uma condição de acúmulo anormal ou excessivo de gordura no organismo, levando a um comprometimento da saúde. O grau de excesso de gordura, sua distribuição e associação com conseqüências para a saúde variam, consideravelmente, entre indivíduos obesos. O Consenso Latino Americano de Obesidade descreve a etiopatologia da obesidade como fatores genético, psicossocial, nutricionais, metabólicos e endócrinos, que lhe dão caráter multifatorial culturais, (5,6) . Ainda de acordo com o Consenso Latino Americanos de Obesidade, a obesidade no adolescente pode levar a importantes implicações na sua saúde sendo elas: psicossociais, ortopédicas, dermatológicas, cardiorrespiratórias, riscos futuros, endócrinos metabólicos (6). A inatividade física associada ao aumento no consumo de alimentos energéticos enquanto se assiste televisão ou a influência de comerciais de produtos alimentícios por ela veiculados representa um dos fatores determinantes para o desenvolvimento de peso corporal excessivo durante a adolescência (7). Fisberg, et al. (2000), constatou que os jovens costumam omitir refeições, principalmente o café da manhã, o que pode levar a um menor rendimento escolar, e também chegam a ficar 16 horas seguidas sem se alimentar, o que pode trazer conseqüências tanto no que se refere à saúde quanto à aprendizagem (8) . Um estudo realizado em Ribeirão Preto, identificou, que dentro do contexto de vida dos adolescentes estão presentes diferentes variáveis, e a escola pode exercer um papel importante na promoção de educação nutricional, que deve ser abordada nas diferentes disciplinas e trabalhadas em atividades diversificadas, com o objetivo de desenvolver atitudes e hábitos alimentares saudáveis (9) . A obesidade é considerada nos países desenvolvidos um dos mais importantes problemas de saúde pública, e, segundo a Organização Mundial da Saúde uma epidemia global. Pesquisas nacionais realizadas pelo PAHO demonstram que a prevalência da obesidade está aumentando entre todos os grupos etários: 7% a 12% das crianças até 5 anos e um quinto dos adolescentes são obesos (10,11). A prevalência de sobrepeso e obesidade está crescendo num ritmo alarmante em todo o mundo. Tanto em países desenvolvidos como os em desenvolvimento são afetados. A epidemia de obesidade nas Américas transcende barreiras socioeconômicas, afetando ricos e pobres – gente de todos os grupos de idade (12) . A prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são importantes aspectos para a promoção da saúde e redução de morbimortalidade, não só por ser um fator de risco importante para outras doenças, mas também por interferir na duração e qualidade de vida, e ainda ter implicações diretas na aceitação social dos indivíduos quando excluídos da estética difundida pela sociedade contemporânea (13). A condição nutricional de adolescentes da rede pública e particular de ensino do Município de Curitiba-Pr, até que ponto ser ou não estável economicamente afeta na saúde nutricional dos adolescentes, quais fatores podem contribuir no aumento do índice de obesidade entre os adolescentes: a falta de conhecimento, o cotidiano agitados,a ausência dos pais durante o dia, as novidades tecnológicas como: computadores, televisão, vídeo game? Este estudo teve como objetivo, comparar o perfil nutricional de adolescentes de uma escola particular (Escola A) e estadual (Escola E) do Município de CuritibaPr. METODOLOGIA No presente estudo de caráter transversal quali quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética me Pesquisa das Faculdade Integradas do Brasil - Unibrasil, sob o número 23/2010. Realizou-se um levantamento do perfil nutricional de alunos, de ambos os sexos com idade entre dez e quatorze anos regularmente matriculados em uma determinada escola particular e outra escola pública ambas situadas no Município de Curitiba-Pr. Para a classificação do perfil nutricional, foi atribuído como ponto de corte para determinação de desnutrição valores de IMC < percentil 3, para risco nutricional valores de IMC > percentil 3 e < percentil 15, para eutrofia valores de IMC > percentil 15 e < percentil 85, para sobrepeso valores de IMC > percentil 85 e < percentil 97, e por fim para determinação de obesidade valores de IMC > percentil 97. Como padrão de referência foram adotadas as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram encaminhados aos pais dos alunos um questionário de avaliação nutricional, no qual foi abordado a identificação do aluno, as atividades diárias a alimentação do adolescente em casa, a pratica de atividade física a qual foi considerada também as aulas de Ed. Física e a renda familiar. Esta foi categorizada em 4 opções de respostas: menos de 2, de 2 a 4, de 5 a 10 e mais que 10 salários mínimos. O critério de inclusão do estudo foi o retorno dos questionários, respondidos e assinados integralmente, juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a avaliação antropométrica os alunos foram pesados com o mínimo de roupa possível e descalços, em balança digital com capacidade de 150 kg e precisão de 100g. A estatura foi obtida com fita métrica a qual foi colocada na parede exatamente á um metro do chão, durante esse período os alunos preencheram um questionário que consistia em pergunta sobre suas atividades diárias e uma freqüência alimentar composta por 25 alimentos. Os dados coletados foram tratados e avaliados estatisticamente utilizando o Qui quadrado no Epi Info 3.5.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram distribuídos duzentos e sessenta e quatro questionários, 108 para a escola E e 156 para a escola A, retornaram preenchidos e com o TCLE assinado 36 da escola particular e 24 da escola pública, totalizando 60 alunos na amostra final. A tabela 1 sumariza as características da população. Verifica-se o predomínio de meninas 42 (70,0%), a concentração de alunos com onze anos 21 (35,0%), verifica-se discreta igualdade nas fixas de renda, e a prevalência de eutrofia (60,0%), porém 40% dos adolescentes estão nos limites inadequados de IMC sendo que 20% estão com prevalência para risco nutricional ou desnutrição e 20% estão com sobrepeso ou obesidade. O índice de desnutrição foi maior que o de obesidade tendo 3 adolescentes desnutridos (5%) e apenas 1 obeso (1,7%). Comparando os índices das duas escolas, pudemos perceber que existem mais adolescentes classificados como risco nutricional 5 (13,9%) ou desnutrido 2 (5,6%) e sobrepeso 7 (19,4%), já na escola E foram classificados como desnutrição 1 (4,2%), risco nutricional 4 (16,7%) sobrepeso 4 (16,7) e um único adolescente classificado com obesidade (4,2%). Em um estudo realizado no Município de Capão da Canoa, Suñe et al.(14), encontrou uma prevalência de sobrepeso de 21,3%, e de obesidade 3,5%.Neste mesmo estudo foi comparado os índices de sobrepeso e obesidade em escolas Estaduais, Municipais e Particulares, o qual foi encontrado valores de (17,1%), (25,7%) e (39,2%) respectivamente. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002-2003),revelou que o excesso de peso entre os indivíduos de 12 a 14 anos do sexo masculino foi de 18,4%, e de 16,6% no sexo feminino. (15) A escola particular tem uma faixa maior de renda, 5 a 10 salários mínimos (47,2%) enquanto a prevalência da escola estadual é de 2 a 4 salários mínimos (33,3%). Tabela 1 – Características demográficas e socioculturais de escolares (n=60) da rede pública e privada de ensino. Curitiba, Pr, 2010 Características N % N % N % Total Escola A Escola E Escola A 36 60,0% E 24 40,0% Idade (anos) 10 13 21,7% 5 13,9% 8 33,3% 11 21 35,0% 8 22,2% 13 54,2% 12 13 21,7% 11 30,6% 2 8,3% 13 8 13,3% 7 19,4% 1 4,2% 14 5 8,30% 5 13,9% 0 0% Sexo Feminino 42 70,0% 28 77,8% 14 58,3% Masculino 18 30,0% 8 22,2% 10 41,7% Renda Até 2 SLM 18 30,0% 4 11,1% 14 58,3% 2 a 4 SLM 16 26,7% 8 22,2% 8 33,3% 5 a 10 SLM 19 31,7% 17 47,2% 2 8,3% Mais 10 SLM 7 11,7% 7 19,4% 0 0% Estado Nutricional Desnutrição 3 5,00% 2 5,6% 1 4,2% Risco Nutricional 9 15,0% 5 13,9% 4 16,7% Eutrofia 36 60,0% 22 61,1% 14 58,3% Sobrepeso 11 18,3% 7 19,4% 4 16,7% Obesidade 1 1,70% 0 0% 1 4,2% *SLM- Salário Mínimo *A – Escola Particular *E – Escola Estadual Na Tabela 2, estão descritas as características antropométricas dos alunos comparando o total com a escola A e a escola E, observa-se que as médias de ambas as escolas com o total estão próximas em todos os índices estudados. Vale ressaltar que a média de horas em frente à TV, dos alunos de ambas as escolas é menor do que 4 horas, porém o tempo máximo foi de 8 horas. Um estudo realizado por Suñe et al.(14), constatou uma prevalência de sobrepeso ou obesidade de 31,4% em escolares que permaneciam mais de 4 horas e meia em conduta sedentária. Um outro estudo realizado por Monteiro et al (16) . Constatou que o risco de obesidade foi pelo menos a metade nos que assistiam à televisão por até 4 horas diárias, quando comparados com os que assistiam à televisão por 5 horas ou mais. Observou-se que a média de IMC entre as duas escolas foram próximas, escola A (19,1kg/m²) e escola E (18,2kg/m²). Tabela 2 – Características antropométricas e culturais dos adolescentes, Curitiba – Pr Total Escola A Escola E Mín. Máx. Altura 1,29 1,70 Idade 10 14 IMC 13,84 27,99 Peso 23,8 80,9 1 8 Horas TV Refeição/ 2 dia *Escola A – Particular *Escola E – Estadual 6 Média 1,5 + 0,1012 11,5+ 1,2142 18,7+ 3,1878 43 + 11,5115 3,6 + 1,7560 3,9 + 0,9382 Mín. Máx. 1,32 1,70 10 14 13,89 27,99 26,4 80,9 1 7 2 6 Média 1,54+ 0,0905 11,9+ 1,2532 19,1 + 3,3773 46+ 11,7615 3,5 + 1,8439 3,9 + 0,7741 Mín. Máx. Média 1,29 1,61 10 13 13,84 26,04 23,8 65,1 2 8 2 6 1,4 + 0,8610 10,8 + 0,7614 18,2 + 2,8722 38,4 + 9,6433 3,8 + 1,6330 3,9 + 1,1602 De acordo com Albano & Souza (17), a prevalência de sobrepeso ou obesidade em uma escola pública de São Paulo alcançou valores de 32,5% em meninos e 26,5% em meninas. Já Souza-Leão et al.(18) Encontraram uma prevalência de obesidade de 15,8% em escolares de Salvador, Bahia. Na tabela 3 , estão descritas as freqüências dos dados socioculturais dos alunos de ambas as escolas e do total. Observa-se que a escola A teve um numero maior de adolescentes que referiram história familiar positiva para obesidade 17 (47,2%) e que ficavam sozinhos em casa 10 (27,8%). Já na escola E houve um maior numero de adolescentes que afirmaram praticar atividades físicas 19 (79,2%) este número elevado pode ter se dado pelo não entendimento da questão dos alunos da escola particular já que foi considerado também as atividades praticadas durante a matéria curricular de Educação Física, que em ambas as escolas ocorrem 3 vezes na semana, ou estes alunos que responderam que não praticavam atividades físicas, realmente não às praticam nem durante as aulas. Tabela 3 – Frequencias dos dados socioculturais. Curitiba-Pr. Escola A Escola E Sim Não Sim Não N % N % N % N % Faz Refeições Sozinho? Obesidade na Família Fica Sozinho em Casa? Pratica Atividade Física? Total Sim N % N Não % 13 36,1 23 63,9 11 45,8 13 54,2 24 40 36 60 17 47,2 19 52,8 9 37,5 15 62,5 26 43,3 34 56,7 10 27,8 26 72,2 4 16,7 20 83,3 14 23,3 46 76,7 25 69,4 11 30,6 19 79,2 5 20,8 44 73,3 6 26,7 Na tabela 4 estão descritas as análises estatísticas dos dados, sendo comparado o estado nutricional com outras variáveis relevantes. Após as análises estatísticas não foi possível verificar qualquer associação positiva entre as variáveis estudadas o que pode estar relacionada com o tamanho da amostra. Já Suñé et al.(14) encontrou associação positiva entre a prevalência de sobrepeso e obesidade e o tempo de conduta sedentária, e a prática de atividade física. Um estudo realizado no município de Bombinhas (SC), ao avaliar escolares e adolescentes matriculados na rede estadual do município verificou-se que 85% eram eutróficos, 12% apresentavam sobrepeso e 3% desnutrição (19). Tabela 4 – Análises Estatísticas do Estado Nutricional Dos Alunos. Curitiba-Pr. Estado Nutricional Horas de Tv 0,3521 Ns Faz Refeições Sozinho? 0,7891 Ns Idade 0,6991 Ns Obesidade Na Família 0,1692 Ns Permanece Sozinho 0,7469 Ns Pratica Atividade Fisica? 0,9526 Ns Quantas Refeições 0,4843 Ns Faz/Dia? Renda 0,2967 Ns Sexo 0,7374 Ns No estudo realizado por Suñé et al.(14), pode-se observar que a prevalência de obesidade e sobrepeso nas escolas públicas foi menor que nas escolas particulares. Souza-Leão et al.(17) Também encontrou resultados semelhantes quanto à prevalecia de obesidade e sobrepeso de 30% em escolas particulares e 8% em escolas públicas de Salvador, Bahia. Em um estudo transversal realizado em adolescentes escolares no Rio de Janeiro também não encontrou associação significativa entro o sobrepeso e a atividade física(20). Na tabela 5 estão descritas a freqüência alimentar dos adolescentes, é preocupante o numero de adolescentes da escola estadual que não optaram por nenhuma resposta em alguns alimentos como: embutidos, bolachas, ovos, frutas. Vale Ressaltar que com exceção da opção Arroz (88,9%) todos os outros alimentos contidos na freqüência obtiveram maiores valores diários na escola E em comparação com a escola A, inclusive alimentos de baixo valor nutricional como: os refrigerantes, doces, fast food, salgadinhos, etc. Entretanto, estes mesmos adolescentes que afirmam ingerir alimentos de baixo valor nutricional, são também os que consomem em maior quantidade frutas, legumes, verduras e leite. Tabela 5 – Frequência Alimentar de Escolares. Curitiba – Pr. Diário 2-3x/Sem 1x/Sem Quinzenal ESCOLA A E A E A E A Mensal E A Nunca E A E Não Optou A E % Arroz 88,9 83,3 2,8 4,2 8,3 4,2 0 4,2 0 4,2 0 0 0 0 Feijão 55,6 79,2 16,7 8,3 16,7 8,3 5,6 4,3 5,6 0 0 0 0 0 Macarrão 5,6 41,7 50 16,7 19,4 25 16,7 0 5,6 0 2,8 4,2 0 12,5 Pão 52,8 95,8 5,6 0 27,8 4,2 5,6 0 2,8 0 5,6 0 0 0 Margarina 25 70,8 16,7 8,3 25 8,3 2,8 0 11,1 0 19,4 12,5 0 0 Maionese 11,1 41,7 16,7 8,3 27,8 20,8 16,7 0 5,6 0 22,2 12,5 0 16,7 Fritura 22,2 54,2 13,9 8,3 36,1 29,2 8,3 0 11,1 0 5,6 4,2 2,8 4,2 Carne 61,1 70,8 8,3 8,3 30,6 16,7 0 0 0 0 0 4,2 0 0 Frango 22,2 41,7 38,9 4,2 27,8 41,7 8,3 0 0 0 2,8 0 0 12,5 Peixe 0 20,8 27,8 16,7 8,3 25 22,2 4,2 25 0 16,7 16,7 0 16,7 Pizza 8,3 33,3 44,4 25 13,9 12,5 16,7 4,2 11,1 20,8 2,8 0 2,8 4,2 Fast Food 2,8 25 25 4,2 5,6 16,7 11,1 12,5 25 12,5 25 16,7 5,6 12,5 Bolachas 27,8 62,5 16,7 8,3 36,1 20,8 8,3 0 8,3 4,2 0 0 2,8 4,2 Embutidos 11,1 25 22,2 8,3 25 20,8 11,1 8,3 13,9 0 13,9 8,3 2,8 29,2 Ovos 2,8 29,2 36,1 16,7 11,1 29,2 16,7 4,2 16,7 0 16,7 8,3 0 12,5 Frutas 38,9 62,5 16,7 4,2 30,6 16,7 5,6 0 2,8 0 2,8 4,2 2,8 12,5 Verduras/ 38,9 50 16,7 8,3 13,9 25 5,6 0 2,8 0 22,2 8,3 0 8,3 Leite 63,9 83,3 8,3 0 13,9 12,5 0 0 5,6 0 8,3 4,2 0 0 Bolos 19,4 41,7 27,8 20,8 13,9 29,2 25 4,2 11,1 4,2 0 0 2,8 0 Queijos 19,4 50 16,7 8,3 25 29,2 8,3 0 16,7 0 5,6 4,2 8,3 8,3 Doces 34,3 66,7 22,9 12,5 28,6 12,5 11,4 0 0 0 2,9 0 0 8,3 Refrigerante 38,9 41,7 13,9 20,8 36,1 37,5 8,3 0 2,8 0 0 0 0 0 Suco 44,4 83,3 13,9 8,3 19,4 4,2 5,6 0 2,8 0 11,1 4,2 2,8 0 Salgadinho 11,1 29,2 36,1 16,7 11,1 29,2 16,7 4,1 16,7 12,5 5,6 0 2,8 8,3 Macarrão 13,9 50 30,6 8,3 25 12,5 8,3 4,2 13,9 4,2 8,3 16,7 0 4,2 Vermelha Legumes Artificial Instantâneo *A – Escola Particular *E – Escola Estadual Ou seja os adolescentes da escola estadual apesar de afirmarem ingerir mais alimentos de baixo valor nutricional, ingerem maior quantidade de alimentos saudáveis, em relação aos adolescentes da escola particular que balancearam mais sua alimentação na freqüência entretanto ingerem menos alimentos considerados saudáveis como: frutas, verduras, legumes, leite e peixe. CONCLUSÂO O presente estudo permitiu avaliar o estado nutricional dos adolescentes das referidas escolas, e comparar com os possíveis agravantes dos índices de sobrepeso e obesidade. Podem verificar-se a prevalência de eutrofia (60%) entre os adolescentes de ambas as escolas, entretanto na escola particular há um numero elevado de adolescentes em risco nutricional e/ou desnutrição 7 (19,5%), e na escola estadual um numero elevado de sobrepeso e/ou obesidade 5 (20,9%). Diante do que foi observado no estudo, avaliando a qualidade de vida e da alimentação dos adolescentes, as escolas podem interferir nesses parâmetros de sobrepeso e obesidade, já que estes adolescentes permanecem parte do seu dia na escola, fazem uma ou mais refeições no local comendo muitas vezes alimentos de baixo valor nutricional ou não. Estas escolas podem através da promoção e desenvolvimento de atividades complementares de orientação levar conhecimento aos alunos durante o período de aula, sobre a importância de manter uma vida saudável, com alimentação balanceada e atividades físicas, e assim também tornálos multiplicadores, principalmente, junto a sua família, destes bons hábitos alimentares. REFERÊNCIAS 1. (BR), Ministério da Saúde. Programa de Prevenção da Gravidez Precoce. BrasíliaDF : s.n., 1999. 2. Spear, B. A. Nutrição na adolescência. In: MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 12ª ed., São Paulo: Roca, 2010. 3. Vitolo, Márcia Regina. Nutrição da Gestação ao Envelhecimento. Rio de Janeiro : Rubio, 2008. 4. Carrazza, Francisco R. e Marcondes, Eduardo. Nutrição Clínica em Pediatria. São Paulo : SARVIER, 1991. pp. 154 - 159. 5. (WHO) World Health, Obesity Preventing and Manegeng the Global Epidemic: REport of a WHO Consulation of Obesity. Organization,. 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