BÍBLIA DO SÉCULO XXI
VOLUME 8
AGRICULTURA
2
INTRODUÇÃO
A Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para
cultivar plantas com objetivos desde a contemplação estética até
a produção como a de alimentos, de fibras e de matérias primas
para as roupas, as construções, os medicamentos, as
ferramentas e as bioenergias. Um exemplo é a agricultura
hidropônica, aquela que cultiva na água com ausência de solo.
História da agricultura.
Origem na pré-história.
O início das atividades agrícolas separa o período
neolítico do imediatamente anterior, o período da idade da
pedra lascada.
Como são anteriores à história escrita, os primórdios da
agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido
independentemente em diferentes lugares do mundo,
provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas
civilizações.
Entre dez e doze mil anos atrás, durante a pré-história, no
período do neolítico ou período da pedra polida, alguns
indivíduos de povos caçadores-coletores notaram que alguns
grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação
poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir
novas plantas iguais às que os originaram. Os primeiros sistemas
de cultivo e de criação apareceram em algumas regiões pouco
numerosas e relativamente pouco extensas do planeta. Essas
primeiras formas de agricultura eram certamente praticadas
perto de moradias e aluviões das vazantes dos rios, ou seja,
terras já fertilizadas que não exigiam, portanto, desmatamento.
Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento
dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito
próximas uma das outras. Isso porque elas podiam produzir
frutos, que eram facilmente colhidos quando maduros, o que
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permitia uma maior produtividade das plantas cultivadas em
relação ao seu habitat natural.
Logo, as freqüentes e perigosas buscas à procura de
alimentos eram evitadas. Com o tempo, foram selecionados
entre os grãos selvagens aqueles que possuíam as características
que mais interessavam aos primeiros agricultores, tais como
tamanho, produtividade, sabor e outras.
Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas
domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada.
Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas
estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigres e
Eufrates (Mesopotâmia), atualmente conhecida como Iraque) e
rios Amarelo e Azul (China).
Idade antiga.
Há 5.000 anos, quando a agricultura neolítica atingia
apenas o Atlântico, o mar do Norte, o Báltico, a Sibéria, o vale do
Ganges e a grande floresta equatorial africana, as regiões mais
próximas desse centro, na Ásia ocidental, na Europa oriental e
na África setentrional, já estavam há muito tempo cultivadas e
percorridas pelos rebanhos.
O rio Nilo transbordava a cada ano entre julho e outubro.
Os cultivos de vazante eram feitos após o recuo das águas,
quando os solos estavam embebidos e enriquecidos pelos
depósitos de aluviões, e a colheita acontecia na primavera.
Há registros de cultivos em pelo menos três regiões
diferentes do mundo em épocas distintas: Mesopotâmia
(possivelmente pela cultura Natufiana), América Central (pelas
culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e
da Índia.
Mudanças no clima ou desenvolvimentos da tecnologia
humana podem ter sido as razões iniciais que levaram à
descoberta da agricultura.
Importância da agricultura.
A agricultura permite a existência de aglomerados
humanos com muito maior densidade populacional que os que
4
podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição
gradual na qual a economia de caça e coleta coexistiu com a
economia agrícola: algumas culturas eram deliberadamente
plantadas e outros alimentos eram obtidos da natureza.
A importância da prática da agricultura na história do
homem é tanto elogiada como criticada: enquanto alguns
consideram que foi o passo decisivo para o desenvolvimento
humano, críticos afirmam que foi o maior erro na história da
raça humana.
Por um lado, o grupo que se fixou na terra tinha mais
tempo dedicado a atividades com objetivos diferentes de
produzir alimentos, que resultaram em novas tecnologias e a
acumulação de bens de capital, daí o aculturamento e o
aparente melhoramento do padrão de vida. Por outro, os grupos
que continuaram utilizando-se de alimentos nativos de sua
região, mantiveram um equilíbrio ecológico com o ambiente, ao
contrário da nova sociedade agrícola que se formou,
desmatando a vegetação nativa para implantar a monocultura,
na procura de maior quantidade com menor variedade,
posteriormente passando a utilizar pesticidas e outros
elementos químicos, causando um grande impacto no solo, na
água, na fauna e na flora da região.
Além de alimentos para uso dos seres humanos e de seus
animais de estimação, a agricultura produz mercadorias tão
diferentes como flores e plantas ornamentais, fertilizantes
orgânicos, produtos químicos industriais (látex e etanol), fibras
(algodão, linho e cânhamo), combustíveis (madeira para lenha,
etanol, metanol, biodiesel).
A eletricidade pode ser gerada de gás metano a partir de
resíduos vegetais processados em biodigestor ou da queima de
madeira especialmente produzida para produção de biomassa
(através do cultivo de árvores que crescem rapidamente, como
por exemplo, algumas espécies de eucaliptos).
Do ponto de vista técnico e científico, a evolução da
agricultura é dividido em três etapas principais: antiga, moderna
5
e contemporânea.
Política agrícola.
Ela foca as metas e os métodos de produção da
agricultura. A este nível, estas metas incluem, entre outros
assuntos: higiene alimentar (busca de uma produção de
alimentos livres de contaminações de qualquer natureza),
segurança alimentar (visa à quantidade de alimento produzida
de acordo com as necessidades da população) e qualidade
alimentar (produção de alimentos dentro de padrões mínimos
necessários à nutrição).
Economia agrícola e ecologia.
A agricultura nos dias atuais pode ser vista por várias
óticas.
Pela ótica conservadora, a agricultura obedece aos
conceitos cartesiano, simplista e reducionista. Estes conceitos
são necessários para entender o funcionamento de cada fase do
mecanismo cíclico agrícola, que vai desde o preparo do terreno
até a comercialização dos produtos propriamente ditos, e destes
retornando em forma de investimento monetário para a
expansão ou manutenção dos meios de produção.
Já pela ótica sistêmica, a agricultura é vista como um
processo que sofre e exerce pressões sobre os seus integrantes.
Existe a preocupação com o fluxo de energia, de onde vem e
para onde vai. São considerados aspectos muitas vezes de difícil
mensuração, tais como: o valor da fertilidade do solo, o tempo
de produção, os aspectos culturais que envolvem os atores
inseridos dentro do sistema de produção, entre outros.
Neste contexto surge o conceito de agorecossistema. O
patenteamento de sementes (e os conflitos em relação ao
patrimônio genético), a poluição das águas superficiais com
resíduos de fertilizantes e pesticidas (herbicidas, inseticidas e
fungicidas), a alteração genética de plantas e animais, a
destruição de habitats (com a conseqüente extinção de espécies
animais, vegetais e de microrganismos), têm criado um
movimento ecológico que prega a necessidade de métodos
6
alternativos de produção (como a agricultura orgânica e a
permacultura).
Sistemas agrícolas.
Existem dois tipos, o intensivo e o extensivo.
A agricultura comercial visa à produção de renda
financeira através da produção de plantas e animais que são
demandados no mercado. Utiliza o sistema intensivo, com a
utilização de máquinas e fertilizantes, tem uma tecnologia de
ponta, acarretando em altos índices de produtividade.
A agricultura de subsistência é aquela que produz
alimento suficiente para as necessidades do proprietário da
terra, e sua família. Utiliza o sistema extensivo, com técnicas
como queimada, utiliza a mão-de-obra, acarretando em um
baixo índice de produtividade.
Métodos usados na agricultura: Adubação; Agricultura
extensiva; Agricultura integrada; Agricultura natural; Agricultura
orgânica; Agricultura itinerante; Aração; Capina; Cercas; Póscolheita; Conservação de solo; Irrigação; Plantio Direto; Roças ou
"Queimadas"; Rotação de culturas; Seleção genética; Pesticidas;
Hidroponia.
Plantas domésticas.
A seleção genética das plantas foi feita inicialmente com
o objetivo de aumentar sua produtividade e melhorar seu sabor
e valor nutricional. Mais recentemente, técnicas modernas como
a engenharia genética têm sido usadas para modificar os
aspectos constitucionais das plantas naturais. As culturas
principais são trigo, milho, arroz, soja, sorgo e o milheto.
Problemas ambientais: Efeitos nocivos de herbicidas,
fungicidas, pesticidas e outros biocidas para o ambiente;
Conversão de ecossistemas naturais em terra arável; Degradação
da biodiversidade; Erosão; Ervas daninhas; Lixiviação de
nitrogênio para rios e lagos.
Pois bem, este volume - “Agricultura Natural” compreende oito itens: Base; Solo; Fertilização; Plantação;
Proteção; Produção; Vantagens; Dieta.
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Neste volume se prioriza a produção de alimentos no
sentido do lavrador e do consumidor de comida que almeja o
reino do Céu na Terra, e não da visão mercantilista do agronegócio atual que aumenta a produção de grãos e dos
confinamentos de gado de corte fazendo crescer
assustadoramente a pobreza humana, a desigualdade social e a
fome. Basta ver que se em 1950, no Brasil, não havia uma
pessoa faminta, e no mundo, 25 milhões de pessoas com
alimentação abaixo de 1.800 calorias por dia; em 2008, no Brasil,
se tinha cerca de 20 milhões de famintos, no mundo, 1 bilhão.
Hoje, em 2008, já se diz que a produção em massa de
biocombustíveis configura crime contra a humanidade por
aumentar a fome no mundo. Isso sem falar na exploração
econômica, basta o exemplo de para produzir um quilo de carne
necessita de 15 mil litros de água e 6 k de cereais, se estes
custassem apenas dois reais por suas unidades, certos países
dominadores teriam que pagar, no mínimo, 41 mil reais por um
quilo de carne aos países dominados. Isso sem se pronunciar a
respeito da poluição ambiental causada pela pastagem,
queimada de florestas, etc. Isso sem tocar no sofrimento dos
animais.
A ciência que estuda as características das plantas e dos
solos para melhorar as técnicas agrícolas é a Agronomia, palavra
formada pelo prefixo grego “agro” (terra cultivada ou cultivável)
e pelo radical grego “nomia” (lei, regra, modelo a seguir, região
delimitada). Definida deste modo a agricultura hidropônica
citada acima não seria uma área de estudo da agronomia, porém
as demais agriculturas seriam, como a extensiva, intensiva,
itinerante, sustentável, orgânica e natural.
A Agricultura Natural, também designada neste século
por Agricultura da Grande Natureza, e chamada em suas origens
de Agricultura Sem Adubo, é uma agricultura filosófica
espiritualista que trouxe uma revolução no cultivo da terra. Essa
pode ser atestada quando Meishu-Sama ensina que
“Atualmente, seguindo a ordem Divina, estou apenas apontando
8
o problema da doença e os erros da agricultura, questões
fundamentais para a construção do Paraíso Terrestre.” Em linhas
gerais, Agricultura Natural mantém um elo coerente desde o
produtor (plantas = vegetais) até o consumidor (homens e
animais), no tocante à manutenção da saúde e preservação do
meio ambiente.
“Deus, criador do homem,
Não deixou de criar alimentos
Para o sustento do homem.
Este é o momento de salvar os agricultores,
Desde tempos remotos valorizados,
Como grande tesouro da lavoura.
Tolice deste mundo
Sujar com adubos tóxicos
O solo, criador do tesouro que é a vida.”
“A tolice de semear sofrimentos
Sujando o solo,
Maculando o espírito e o corpo.
Paraíso Agrícola!
Este surgirá com o desaparecimento, da Terra,
Da crendice nos terríveis adubos tóxicos.
É impossível medir,
Através da limitação da Ciência,
O grande princípio que rege a Natureza.”
“Fazer viver os sofridos homens
De vida lastimável e efêmera
É a benção de Deus.
Bênçãos do sol, lua e terra.
Em breve, o mundo as enaltecerá ainda mais
Como as três Graças Divinas.
Sublime Vontade Divina!
Profusão de frutos
Ao purificar o solo e plantar sementes
puras.”
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O fato da agricultura preconizada por Meishu-Sama ser
chamada, em seu início, de Agricultura Sem Adubo talvez se
deva a sua visão de que “Solo é adubo. Adubo não é nada mais
do que o próprio solo.” Visão de que não concebia a idéia fixa na
cabeça de que “só o solo não é suficiente, tem que se colocar
algo nele.”, que seria o mesmo pensamento que se tem com o
organismo e sua alimentação, onde se come verduras, cereais,
etc., mas, se acha que se deve complementar com vitaminas,
que sem isto o corpo se enfraquece.
Eis mais apreciações a respeito.
“Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a
agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais
satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante
arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De
fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os
fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra,
impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais
adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.”
“Por isso, ainda hoje, iludidos pela idéia de que a má
colheita provém exclusivamente da falta de adubos, os
agricultores empregam todo tipo de resíduos animais ou
vegetais e também substâncias químicas, tornando o solo a tal
ponto enfraquecido que, atualmente, em várias partes do
mundo, não há terras férteis.”
“Até hoje, contudo, o ser humano não havia tido
conhecimento da essência do solo ou, talvez, ninguém tivesse
sido capaz de ensinar-lhe esta verdade. Então, por ignorá-la, os
agricultores começaram a usar adubos. Com o correr do tempo,
passaram a acreditar na necessidade de empregá-los
constantemente durante o plantio, chegando tal dependência a
tornar-se uma espécie de superstição. Por isso, no começo das
minhas pregações, quando eu falava sobre a agricultura sem
adubos, ninguém me ouvia. Pelo contrário, até riam de mim.”
10
ÍNDICE
1. BASE
017
1.1. Respeita a Natureza, como lei
1.2. Emprega a reflexão, como técnica
1.3. Adota o solo da mesma forma que um ser vivo,
como princípio
1.4. Foca os lavradores e consumidores, como principais
017
019
2. SOLO
027
2.1. Camada superior da crosta terrestre que possui
espírito com razão, sentimento e vontade, sem
liberdade e locomoção
2.2. Necessita ser reverenciado com amor e mantido
saudável
2.3. Exige ser misturado com matéria orgânica
3. FERTILIZAÇÃO
3.1. Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos
elementos Solo, Água e Fogo
3.2. Processo produtivo que revoluciona o cultivo
agrícola
3.3. Revela o poder da terra por ser adubada à base de
nitrogênio
3.4. Acrescenta inicialmente terra isenta de adubo
3.5. Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza
3.6. Quando artificial, seu uso tem efeitos maléficos
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024
028
029
031
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053
054
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11
4. PLANTAÇÃO
065
4.1. Plantio reconhecedor de que os vegetais têm alma
4.2. Que a força básica responsável pelo crescimento das
plantas é o elemento terra
4.3. Que não só a terra, mas também as sementes
devem estar desintoxicadas
4.4. Que a energia da terra se fortalece misturando nela
compostos naturais
4.5. Que a cultura repetitiva é benéfica e a lavragem fora
do solo é prejudicial
4.6. Que a horta caseira sem estrume deve ser
incentivada
066
5. PROTEÇÃO
081
5.1. Amparo procedente do Soonen e Kototama
positivos
5.2. Apoio proveniente da própria Natureza como a
seleção natural
5.3. Cuidado oriundo do Johrei ministrado na terra,
sementes e plantas
5.4. Defesa em manter aquecimento e umidade
adequados
068
070
072
076
078
081
084
087
088
6. PRODUÇÃO
091
6.1. Iniciada com excelente progresso
6.2. Alicerçada na construção do Paraíso Terrestre
6.3. Adequada aos moradores da região cultivada
6.4. Ligada ao espírito da terra e a influência das árvores
e sombras das montanhas
6.5. Determinada pelas variações climáticas e potencial
hidráulico
092
093
097
097
098
12
6.6. Abençoada em seus produtos
6.7. Lembrada que os agroquímicos e agrotóxicos
turvam o sangue
6.8. Relembrada que eles acarretam aumento e
variedade de pragas e insetos
099
7. VANTAGENS
105
7.1. O prejuízo causado pelas pragas e insetos nocivos
diminuirá muito
7.2. A safra aumentará enormemente
7.3. Os gastos com adubos serão dispensados
7.4. Os trabalhos diminuirão pela metade
7.5. Os produtos aumentarão de peso especifico, não
diminuirão de volume ao serem cozidos
7.6. Terão um delicioso sabor e aroma
7.7. Problemas que preocupam como o das larvas e
parasitas intestinais desaparecerão
7.8. Colabora para a existência de paz
7.9. Comentários gerais
100
103
105
106
108
108
109
110
110
113
114
8. DIETA
117
8.1. Introdução à dietética humana
● Definição.
● Modalidades
● Exemplares
Dieta da Medicina Tradicional Chinesa
Dieta Ortomolecular
Dieta Naturopatia
Dieta Vegetariana
● Organismo ou ser vivo
● Alimento e nutriente
● Materialista e espiritualista
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120
121
123
123
126
127
127
130
131
132
13
8.2. Originada de uma medicina moderna espiritualista
8.3. Fundamentada essencialmente no organismo
● A dietética (alimentação, nutrição) atual é uma teoria
demasiada distante da realidade
● O organismo, com sua capacidade de se adaptar ao
meio ambiente, produz todos os nutrientes
indispensáveis a partir de quaisquer alimentos, e na
quantidade exata que for preciso
● Evitar a ingestão de leite de vaca para não atrofiar a
produção de leite materno; manter livre de tomar
sangue para não ficar anêmico; observar que o exercitarse fisicamente é coadjuvante em relação à saúde das
vísceras
● O sistema do ser humano importante em termos de
alimentação é o aparelho digestivo
● Deste modo, a nutrição moderna tem um erro básico
ao não assumir como verdade que o organismo é que é
a sua parte espiritual e o alimento a sua parte material
8.4. Alicerçada secundariamente no espírito do alimento
● A nutrição atual é uma comédia, algo que não pode
ser levado a sério
● O espírito (a matéria) do homem (organismo) se nutre
do espírito (da matéria) do alimento
● O Criador preparou alimentos especiais para serem
ingeridos pelo homem a fim de manter-lhe a vida
● Encaminhamento para a destoxificação
8.5. Embasada por baixo valor de nutriente, diversidade
e requinte
● A alimentação atual é um processo de ingestão que
não percebe os nutrientes como a forte energia
espiritual que existe nos alimentos destacadamente nos
de pequena importância alimentar, variabilidade e
refinamento
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134
134
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143
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152
152
14
● A pobreza em elementos protéicos faz bem a saúde
em geral, a resistência física ao trabalho da lavoura
realizado pelos agricultores e ao frio de determinadas
épocas do ano, e é uma boa nova até mesmo para a
economia
● As carnes fazem contrair doenças como o câncer e
encurta a vida
8.6. Direcionada para o vegetarianismo com relação à
missão
● Aumenta a longevidade
● Beneficia as pessoas com problemas pulmonares e
pleurite
● Encaminha ao paraíso terrestre
8.7. Flexibilizada com inclusão de carne referente à
função
● Para quem vive em combate
● Na semana apenas duas refeições com carne vermelha
● Mais com peixe
* PARADIGMA SOBRE AGRICULTURA
● Mudança na Agricultura
● Inovação na Dieta
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158
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161
161
162
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165
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169
171
173
183
15
16
1. BASE
1.1. Respeita a Natureza, como lei.
Se todos os seres vivos possuem algumas características
em comum, por exemplo, terem profissionais responsáveis com
suas técnicas, possuírem uma embriologia (desenvolvimento da
semente ou do ovo até constituir um espécime completo), um
ciclo vital (nasce, cresce, gera, envelhece e morre), organização
celular, aumento, metabolismo, movimento, reprodução,
evolução e composição química das células com substâncias
orgânicas e inorgânicas; por outro lado, cada reino apresenta
suas dessemelhanças com os demais, aqui se destaca o dos
vegetais em relação ao dos animais e hominais.
Uma diferença que pode ser vista imediatamente é a
expressa no movimento. Pois, enquanto o vegetal segue uma
direção dada sob a influencia de uma excitação exterior como a
luz e a gravidade (tropismo) ou não se orienta, fazendo apenas
simetria, como de abertura e fechamento de folhas e flores
(nastismos); o animal e o homem se locomovem.
Outra discrepância que também logo pode ser
presenciada é a no metabolismo. De fato, o vegetal produz seu
próprio alimento, ou seja, ele é capaz de sintetizar substâncias
orgânicas (como carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos
nucleícos) diretamente de substâncias inorgânicas (como água e
sais minerais) por fotossíntese (processo através do qual as
plantas transformam energia luminosa (luz) em energia química
processando o gás carbônico (CO2) retirado da atmosfera, a água
(H2O) e sais minerais da terra retirada do solo pela raiz e subindo
como seiva pelos vasos, produzindo minerais em substâncias
orgânicas (glicose) e oxigênio gasoso (O2), permitindo o
crescimento das plantas, seu florescimento e a produção de
frutos); já os seres animais e humanos são incapazes, por isso se
17
alimentam por ingestão de outros seres.
Uma outra desigualdade que pode ser examinada na
embriologia, que sem muito rigor é assim descrita: o embrião do
reino vegetal formado da semente se desenvolve com a
aquisição da alimentação do solo; os embriões dos reinos
animais e humanos formados do ovo se desenvolvem com a
aquisição da alimentação do útero. Ignorando as diferenças às
vezes se vê escrito: “A semente que foi plantada no útero da
mulher” (Profeta Ezequiel 47) e “Se o útero é receptivo, o
embrião finca suas raízes em solo fértil” (Centro Brasileiro de
Biossintese).
Mais uma divergência é encontrada no ciclo vital, na
organização celular. Com efeito, enquanto, a fisiologia da
germinação até o envelhecimento de uma planta ou de um
animal tem em comum a exigência de seus nutrientes se
alterando; o vegetal continua necessitando do solo e o bicho vai
dispensando o útero.
Assim, concentrando toda atenção ao solo, certamente,
as plantas das culturas se beneficiarão; todavia, para que isso se
dê é preciso entender que o trato do solo não é essencialmente
químico-mecânico, mas biológico-físico, com sua matéria
orgânica e microorganismos.
O processo atualmente designado por reciclagem natural,
isto é, “solo → vegetal → homem/animal → solo” é aquele
descrito em termos da existência de produtores e consumidores
acima e abaixo do solo, ou seja: os produtores acima (abaixo)
são os vegetais (microorganismos decompositores) e os
consumidores acima (abaixo) são os homens e os animais (seres
vivos que vivem dentro da terra), onde todos voltam ao solo,
inclusive os vegetais e microorganismos decompositores que no
primeiro momento são “consumidores” do solo.
Meishu-Sama corrobora este processo em seu poema:
“Quando apanho uma folha seca caída no chão,
Sinto nela a indiscutível Lei do Ciclo da Vida.”
A Agricultura Natural tem como princípio que sua prática
18
agrícola deve respeitar a Natureza, adotando a sua lei como
regra básica e cumpri-la à risca. A reciclagem natural,
mencionada acima, é pertinente à Lei da Natureza.
1.2. Emprega a reflexão, como técnica.
Em vez de se continuar com as dessemelhanças do item
anterior, se pode dizer que o solo e às plantas são semelhantes a
um bebê que não se comunica por palavras.
Meishu-Sama diz que “O método agrícola que não utiliza
a observação, é desprovido de amor.”
Daí, a técnica da Agricultura Natural é observar com o
pensamento, e não com os sentidos, que o que existe de mais
importante para o plantio ou a criação é o solo. Por exemplo,
constatar que o solo tratado pela Agricultura Convencional
quando faz calor ele está mais quente, quando faz frio ele está
mais frio, ou seja, é um solo desequilibrado, desarmonizado,
desbalanceado, desprovido de terra viva. Já o solo tratado pela
Agricultura da Grande Natureza quando faz calor ele está mais
frio, quando faz frio ele está mais quente, ou seja, é um solo
equilibrado, harmonizado, balanceado, com terra fértil.
A Agricultura da Grande Natureza à medida que a Era do
Dia se aproxima, começa a ser valorizada mais intensamente por
causa da intensificação de Kasso (essência do fogo) no Mundo
Espiritual. Daí resulta uma purificação mais forte que coloca em
evidência os vários erros e máculas da humanidade, inclusive os
referentes ao mau uso do solo. Por outro lado, todas as coisas
que estejam em conformidade com as Leis da Natureza
começam a prosperar. Assim é natural que produtos cultivados
sob a ação de Dosso, Kasso e Suisso se desenvolvam e atinjam
grande sucesso.
Também é notório que, embora não seja tão evidente na
matéria, o fogo espiritual gera um efeito maior que o calor físico,
por ser transmitido ao Mundo Material por meio de elos
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espirituais. Vide a temperatura das fazendas e campos
pertencentes aos Mamehito apresentarem cerca de dois graus a
mais em relação as outras, exatamente por que recebem as
vibrações dos donos. Inclusive, por isso, se obtêm melhores
colheitas.
É importante notar ainda que os chamados danos
causados pelo frio resulta não apenas de baixas temperaturas,
mas também da falta de Luz espiritual. Tem-se observado que,
mesmo em regiões frias, as fazendas dos membros são
protegidas contra grandes violências, exatamente por que a
vibração aí é mais alta.
Transportando esse fato para a vida humana se pode
notar a existência de pessoas um tanto frias, enquanto outras
mais calorosas. Na verdade, são os seus corpos que estão
impregnados de maior ou menor quantidade de Kasso. Por isso,
o sentimento de amor que expressam varia de intensidade.
Então, pode-se concluir acertadamente que, se
determinadas regiões sofrem danos na época do frio, é por que
a maioria das pessoas aí residentes é egocêntrica.
À vista disso, dá para saber inclusive que o calor
espiritual, irradiado pelo amor humano, exerce uma influência
marcante sobre todos os seres existentes no universo.
Meishu-Sama compara relatórios:
“Os relatórios deste ano (1954) sobre agricultura revelam
acentuada melhora de produção, quando comparados com os
do ano anterior.
Esses resultados mais satisfatórios são, na verdade,
conseqüência da mudança que está ocorrendo no Mundo
Espiritual. Em virtude do aumento de kasso (espírito do fogo), o
calor, a cada dia, se torna mais forte.
Ontem (14 de janeiro de 1954) fui ao jardim das
ameixeiras (ume). Já se encontravam em plena florada o que,
em outras épocas, normalmente acontecia no final de janeiro.
Entretanto, devido à intensificação de kasso, o clima se tornou
mais quente, vindo a favorecer o desenvolvimento das plantas e
20
beneficiar consideravelmente as colheitas.
Muitas vezes, no entanto, o bom resultado da produção
agrícola fica prejudicado pelo emprego de adubos. Se, ao
contrário, não forem adicionados fertilizantes orgânicos ou
químicos de espécie alguma, as nuvens do Mundo Espiritual das
lavouras diminuem, fazendo aparecer rapidamente os efeitos do
bem e do mal. Ao mesmo tempo, surge muito clara a distinção
entre um e outro. Quer dizer, o agricultor que estiver agindo
errado, usando agrotóxicos, encontra dificuldade na obtenção
de resultados satisfatórios. Por sua vez, aquele que segue os
ditames da Grande Natureza, mantendo a terra pura, consegue
ótimas colheitas.
O principal, então, a partir deste ano (1954) é mostrar
com bastante clareza a excelência do cultivo sem fertilizantes
paralelamente ao progressivo insucesso das plantações
adubadas. Essa realidade, a cada ano, deverá ficar mais
evidente, chegando a um ponto de não haver meios de negá-la.
O mesmo processo vai ocorrer também em relação às
doenças. Assim quando, num futuro próximo, o auge do
problema for atingido, acontecerá algo semelhante ao percebido
agora na agricultura: o resultado da medicina será oposto ao
esperado, da mesma forma como uma terra adubada nada de
bom produz. Quando chegar esse tempo, a humanidade toda
conseguirá entender a minha colocação.
Os primeiros esclarecimentos, contudo, precisam estar
relacionados à agricultura; mais tarde, virão os entendimentos
sobre a verdadeira medicina.”
1.3. Adota camada superior da crosta terrestre que nem ser
vivo, como princípio.
Meishu-Sama diz ainda que: “A Agricultura Natural
proposta por mim tem como base o princípio citado. O
empobrecimento e as dificuldades dos agricultores serão
solucionados satisfatoriamente com a adoção desse método.
21
Deus deseja corrigir a penosa situação em que eles se
encontram, e por isso está se dignando, com Sua benevolência e
compaixão, a revelar e fazer propagar o princípio da Agricultura
Natural, através de mim, para todo o mundo. Urge, portanto,
que os agricultores despertem o mais rápido possível e adotem
esse novo método agrícola. Só assim eles serão verdadeiramente
salvos.”
Para tal, ele explica resumidamente que se deve “Fazer o
solo, que é um ser vivo, emanar toda a sua força e capacidade.”
Os solos tratados segunda a Agricultura Convencional e
Orgânica, segundo Meishu-Sama, são solos mortos ou doentes,
já os pela Agricultura Sem Adubos são solos vivos ou férteis. Essa
diferença ocorre por se cuidar o solo como ser vivo ou não.
Daí, o objetivo da Agricultura Natural é vivificar o solo, de
forma que este manifeste todo o seu vigor, propiciando
alimentos saudáveis que incrementem a saúde do homem.
“Na agricultura pura, não é necessário ter líderes ou
técnicos. Se estudares e digerires cuidadosamente o meu
ensinamento saberás o princípio básico. As pessoas que não têm
suficiente compreensão estão freqüentemente preocupadas
com as técnicas ou com a aplicação do seu princípio. Como já foi
dito, o princípio básico é purificar o solo de suas impurezas e
deixar florescer a sua verdadeira energia inerente.
O que é necessário é estudar a condição do solo e o
clima, aplicando o princípio de acordo. Você deve observar a
Natureza e descobrir a melhor maneira, adaptando-a as
condições do solo e do clima.”
“Acho, portanto, e com muita razão, que a ciência
deveria realizar pesquisas mais atentas sobre a função específica
do solo.”
“As pessoas em geral não sabem que, além dos animais,
as plantas também possuem sentimentos, são capazes de
raciocinar e ter idéias artísticas. A única diferença está no fato de
elas não se expressarem como os animais. Têm sua liberdade
limitada por não poderem movimentar-se de um lado para o
22
outro. Dá, entretanto, para saber quais são as suas vontades. Por
exemplo, quando eu faço um arranjo floral às vezes, o resultado
não me satisfaz; mas, como sempre tenho muitas tarefas a
cumprir, deixo-o assim mesmo. Um tempo depois, exatamente o
ponto do qual eu não havia gostado aparece corrigido de
maneira adequada. As plantas possuem, na verdade, um
comportamento muito habilidoso e sutil.
Ontem mesmo (14 de janeiro de 1954), coloquei dois
narcisos num vaso e notei que o conjunto não se harmonizava.
Como tinha outros afazeres, deixei-os como estavam e acabei
me esquecendo deles. No dia seguinte, quando os olhei, já se
achavam convenientemente arrumados.
Também acontece com muita freqüência de, em razão de
certas condições locais, eu mandar o jardineiro plantar algumas
árvores ao contrário, isto é, com a frente voltada para trás, ou
de lado. Às vezes, o ambiente me obriga a fazer isso. Com o
passar do tempo, entretanto, elas se ajeitam e a parte que
estava atrás se vira para frente. Demonstram, dessa forma,
terem elas vida e vontade próprias.
De suma importância é, portanto, tratar bem as plantas,
amando-as e respeitando-as. Essa atitude humana as deixa
contentes e faz surgir nelas o desejo de se tornarem cada vez
mais belas. Dessa forma, procuram demonstrar a nobreza de
sentimento que, de fato, possuem.
A mesma realidade relativa ao desenvolvimento das
plantas, está presente também no processo de fecundação da
terra. Se for tratada com respeito e carinho, fica contente e
trabalha bastante. Com relação ao ser humano, o
comportamento
é
idêntico.
Sendo
constantemente
menosprezado e judiado, torna-se infeliz e não será capaz de
produzir nada de proveitoso.
Pode-se, então, concluir sem dúvida alguma que tanto a
terra, quanto as plantas e o ser humano, possuem um ponto em
comum, quase impalpável, muito delicado e sutil, que constitui a
grande diferença nas reações comportamentais e nos resultados
23
das ações de cada um deles em particular.
Como dedução lógica, a partir dessa característica
própria de cada ser, qual seja, aquele ponto meio misterioso de
perspicácia, é certo que, jogando excrementos de toda espécie
sobre a terra, ou adicionando-lhe a violenta toxina do sulfato de
amônia, ela vai ficar irritada e sem vontade de colaborar com os
agricultores. Em conseqüência, os resultados das colheitas serão
desastrosos. Nesse aspecto, as plantas agem semelhantemente
aos demais trabalhadores, fazendo greve como uma maneira de
se revoltar contra os adubos que lhes causam tanto mal.”
1.4. Foca os lavradores e consumidores, como
principais.
Este é um poema do mestre Meishu-Sama em 1937:
“Pés de arroz frutificam fartamente nas espigas curvadas
Acumulando o suor de muitos dias dos agricultores.”
Num poema de 1942:
“Tóquio transformou-se numa esplêndida metrópole
Mas os problemas das vilas agrícolas
Caíram no esquecimento.”
Vou salvar agora os agricultores,
Homens valorosos, outrora dignificados.
O poder de Deus
Usando, vou purificar o planeta
Envenenado pelas toxinas e adubos.”
Outro sobre a alegria dos Agricultores.
“Não poderia,
jamais, ter Deus deixado sem alimentos
o ser humano, fruto do seu infinito amor.
Agradecidos,
Os agricultores derramam lágrimas.
Fartura nas colheitas sem adubos nem pragas!
É vontade de Deus:
24
Sementes puras num solo purificado.
Imensa gratidão por abundantes colheitas.”
25
26
2. SOLO
Trata-se da camada mais superficial da crosta terrestre. Ele
é muito importante, pois, se estiver doente implica em planta
doente que, por sua vez, acarreta em homem doente. É também
por demais valioso porque toda a vida do globo terrestre
depende dele: os alimentos; as plantas; o oxigênio produzido por
elas e o plâncton do mar (este, por sua vez, vive da matéria
orgânica proveniente dos continentes); os peixes e toda cadeia
alimentar aquática, que vai desde os camarões, passando pelos
pingüins, até os ursos polares e aves marinhas; a água nos
aqüíferos, níveis freáticos, poços e rios que necessitam da
infiltração da chuva no chão, permeabilizado por vida também;
os micróbios, que agregam o terreno durante a decomposição
da matéria orgânica vegetal, e também decompõem todos os
animais e homens mortos, para que o planeta Terra esteja
sempre pronto a receber nova vida e não seja manter de
cadáveres.
Em torno da sua fração sólida, ele é uma mistura de
substâncias inorgânicas (em torno de 95%, como nitrogênio,
fósforo, potássio, oxigênio, sílica, alumínio, ferro, cálcio, sódio e
magnésio) e substâncias orgânicas (cerca de 5%, como húmus,
gorduras, resinas e ceras, sacarídeos, nitrogênios orgânicos e
compostos de fósforos), que servem para sustentar a vida,
principalmente a vegetal. Mas, uma mistura que é o produto
final das ações dos processos físicos (desde temperatura, vento,
gelo e chuva, passando pelo calor, ar e água, até a areia, silte e
argila), químicos (relativos às substancias químicas mencionadas
acima) e biológicos (referentes às bactérias, fungos e animais
como minhocas), que degradam as rochas e seres vivos
produzindo minérios e biomassa de plantas em várias fases de
apodrecimento. Existem três camadas principais: a da rica em
húmus, a dos sais minerais (como calcário, argila e areia) e o das
27
rochas parcialmente decompostas ou não. Por isso, esta
superfície da Terra podem ser classificadas em humíferos,
calcários, argilosos, siltosos e arenosos.
Antes de iniciar os itens se realça que matérias orgânicas
são restos vegetais e animais naturalmente recicláveis e capazes
de voltar a base da cadeia alimentar que sustenta a vida no
planeta. Transformada por bactérias e fungos (pequenos seres
invisíveis, a olho nu que promovem a reciclagem de nutrientes
no solo) em composteiras ou biodigestores, ela sofre, em ritmo
mais acelerado, o mesmo processo de decomposição pelo qual
passa na Natureza, transformando-se, no estágio final da
decomposição, em húmus (material orgânico inerte, finamente
dividido, resultante da decomposição microbiana de plantas e
substâncias animais, composto aproximadamente de 70% de
carbono, 6% de nitrogênio, e menores quantidades de fósforo e
enxofre; a decomposição da matéria orgânica viva do solo torna
essas substâncias próprias para serem utilizadas pelas plantas) e
nutrindo vegetais e animais exatamente iguais àqueles que lhe
deram origem.
Adverte-se que muitas vezes se emprega solo e terra como
palavras sinônimas.
2.1. Possui espírito com razão, sentimento e vontade,
sem liberdade e locomoção.
O solo não é simplesmente, como foi mencionado acima,
algo formado pelos fragmentos provenientes de materiais
inorgânicos, como pedras e rochas, misturados a outros
materiais orgânicos, pois, seguindo esse tipo de pensamento,
não haveria vida no solo, o que contraria o princípio da
Agricultura Natural de que o solo é um ser vivo (expresso em
1.3.):
Meishu-Sama diz que:
“O solo é composto, como todas as demais obras divinas,
28
de dois elementos: um físico, que é a parte visível; outro
espiritual ou o lado invisível.
Embora ainda não explorado pela ciência materialista, o
lado espiritual consiste no verdadeiro nutriente e fator de
crescimento das plantas. É nele que reside o poder da natureza o
qual se fortalece à medida que o solo vai sendo utilizado. Ocorre
algo semelhante ao que acontece com o ser humano: torna-se
mais forte e saudável, quanto mais exercita o corpo. Por isso
também que terras abandonadas perdem a energia e
enfraquecem.”
“Sem dúvida as pessoas ficarão boquiabertas, mas existe
outro fator importante. O homem, até agora, pensava que a
vontade-pensamento, assim como a razão e o sentimento,
limitava-se aos seres animados. Entretanto, eles existem
também nos corpos inorgânicos. Obviamente, como o solo e as
plantações estão nesse caso, respeitando-se e amando-se o solo
sua capacidade natural se manifestará ao máximo. Para tanto o
mais importante é não sujá-lo, mas torná-lo ainda mais puro.
Com isso ele ficará alegre e, logicamente, se tornará mais ativo.
A única diferença é que a vontade-pensamento, nos seres
animados, é mais livre e móvel, ao passo que, o solo e as plantas
não têm liberdade nem locomoção. Assim, se pedirmos uma
farta colheita com sentimento de gratidão, nosso sentimento se
transmitirá ao solo, que não deixará de corresponder-nos. Por
desconhecimento desse princípio, a Ciência comete uma grande
falha, considerando que tudo aquilo que é invisível e impalpável
não existe.”
2.2. Necessita ser reverenciado com amor e mantido
saudável.
Quando se observa o solo, o mais importante é, antes de
tudo, prestar atenção se ele é saudável ou não. Por exemplo:
sentir se ele possui bom cheiro; se possui muitos tipos de seres
29
vivendo no seu interior, como minhocas, leveduras e
protozoários; e assim por diante.
Meishu-Sama ensina:
“O fundamental é manter o solo tão puro quanto
possível. Por motivo nenhum, usar fertilizantes e inseticidas de
qualquer espécie. Só assim a terra poderá manifestar a sua
verdadeira força produtiva, representada por elementos
nutritivos de origem divina, que lhe são inerentes. Neste
aspecto, a característica essencial do solo é profundamente
misteriosa e obscura, razão pela qual, até hoje, a ciência
materialista não conseguiu atingi-la.
Espera-se que esse conceito fique bem claro em todas as
mentes, pois não se trata de mera teoria. Pela prática, qualquer
pessoa ficará maravilhada com os resultados obtidos. Por essa
razão, a terra deve ser constantemente reverenciada e amada.
Não se pode, de forma alguma, acrescentar-lhe substâncias
venenosas que lhe tirem a força vital.”
Ele compôs esses poemas:
Que ignorância!
O adubo tira a pureza do solo,
Inestimável tesouro da vida humana.
Enraizado
Está, no coração dos agricultores,
Como uma superstição, o vício do adubo.
Quanta tolice!
Coração, corpo e terra maculados!
Sofrimentos incalculáveis semeados.
“O mesmo se pode dizer do apego crônico e neurótico
aos adubos e agrotóxicos. No ano seguinte ao emprego do
método artificial, a produção é boa e as pessoas acreditam
que seja o método ideal. Elas não percebem que, assim
fazendo, a situação vai se tornando crônica.
30
Os adubos, agrotóxicos e medicamentos produzem,
no fundo, o mesmo efeito. A lógica que os rege é a mesma.
Por isso, podemos dizer que tanto a terra como as pessoas
estão cronicamente anestesiadas.”
2.3. Exige ser misturado com matéria orgânica.
A Matéria orgânica (porções não-minerais sólidas do solo
originadas dos resíduos dos animais e das plantas) corresponde
a compostos de carbono, oxigênio, hidrogênio, podendo ter
ainda outros (ex: nitrogênio, ferro...). Um exemplo de matéria
orgânica é a glicose (C6H12O6). Basta que falte um dos três
elementos referidos para já não ser matéria orgânica, é matéria
mineral, um exemplo é a água (H2O).
Matéria orgânica do solo são todos os elementos do solo
que contêm compostos de carbono - os não vivos (97%, como
restos de plantas em diferentes estágios de decomposição e
húmus) e os vivos (3%, como raízes de plantas, minhocas,
formigas, cupins, ácaros, bactérias e fungos).
Quando se mostra a dessemelhança entre os reinos,
como entre os profissionais responsáveis com suas técnicas, se
pode notar que: o ginecologista e obstetra são ocupados com a
embriologia humana, abarcados nos protocolos maternos
constituídos de exames laboratoriais e de imagens, consultas
médicas mensais e os partos naturais e as cesarianas (no caso
dos animais se tem o veterinário com seus métodos); o
agrônomo e o lavrador são comprometidos com a embriologia
vegetal, envolvidos no plantio e seleção de sementes, preparo e
proteção da terra com matéria orgânica.
Meishu-Sama sublinha que: “Ultimamente tenho
percebido que eu falo, com simplicidade, sobre assuntos
relevantes; quem os ouve não dá, contudo, muita importância;
entretanto, quando malogram nas suas decisões, lembram, de
imediato, das minhas palavras.”
31
“Retomando o assunto específico da Agricultura da
Grande Natureza, quero dizer-lhes que poucos, na verdade,
seguem as minhas orientações exatamente como as transmito.
Muitos as modificam conforme as circunstâncias do local ou
opiniões pessoais. De fato, um número pequeno de agricultores
consegue acreditar no que lhes falo, pois existe uma diferença
marcante entre a agricultura convencional e aquela que eu
ensino.
Se, ao contrário, todos os que lidam com a terra
seguissem corretamente a minha orientação, obteriam o mesmo
sucesso que os agricultores da Ilha de Sado. Estes não usam
espécie alguma de adubo; apenas misturam a palha de arroz ao
solo e têm obtido resultados maravilhosos.”
“A partir deste ano - (1952) - todos os agricultores (...)
chegaram à conclusão de que, servindo-se simplesmente dos
elementos essenciais da Grande Natureza, solo, sol e água,
obterão melhores resultados. Nada mais correto. A própria
terra, pela sua composição, já é um excelente adubo. A única
exceção seria a possibilidade de se misturar a palha de arroz,
não como adubo orgânico, mas somente com a finalidade de
manter as raízes aquecidas nas regiões cobertas de neve durante
quatro ou cinco meses por ano, em conseqüência de invernos
rigorosos.”
“Palha de arroz ou folhas secas podem, às vezes, ser
adicionadas à terra se esta estiver muito dura; também são
permitidas no caso de sol muito forte que resseca o solo.
Quero, contudo, deixar bem claro que esse processo não
constitui adubo, mas apenas um recurso protetor do solo contra
as intempéries regionais.
Embora a maioria pense que folhas ou capim secos sejam
adubos, não é esse o princípio. Na Agricultura da Grande
Natureza, o elemento vital está concentrado na terra. Ela própria
se renova, se recompõe, manifestando sempre incomparável
força reprodutiva.”
“Quero, contudo, ressaltar que somente foi péssima a
32
colheita de uma das lavouras de Sado onde ainda se continuou
com emprego de adubo orgânico.”
“Vejamos, agora, de que maneira a Natureza colabora
com a Agricultura Natural. Quando se trata do cultivo de arroz
em terreno alagado, procede-se ao corte da palha em pedaços
bem pequenos, os quais serão misturados ao solo, para aquecêlo. No caso do cultivo em terra firme, misturar-se-ão folhas e
capins secos, apodrecidos até que suas nervuras fiquem macias.
A razão disso é que, quando o solo está endurecido, o
desenvolvimento das raízes fica dificultado, porque as pontas
encontram resistência. Atualmente, dizem ser bom que o ar vá
até as raízes, mas não é verdade, pois não há nenhuma razão
para isso. Apenas, se ele chega até elas, é porque o solo não está
endurecido. No caso de produtos cujas raízes não se
aprofundam muito no solo, o ideal seria misturar, a este,
compostos de folhas e capins; para os produtos de raízes
profundas, deve-se preparar um leito composto de folhas de
árvores a mais ou menos 35 cm de profundidade. Isso servirá
para aquecer a terra. Variando a profundidade das raízes, o leito
será formado na proporção adequada.
Geralmente as pessoas pensam que nos compostos
naturais existem elementos fertilizantes, mas isso não
corresponde à realidade. O papel desempenhado por eles é o de
aquecer o solo, não o deixando endurecer. No caso de
ressecamento do solo junto às raízes devem-se colocar os
compostos naturais numa espessura apropriada, pois isso
conserva a umidade do solo. São esses os três benefícios dos
compostos naturais.”
Enfim, matéria orgânica não é adubo, mas sim cobertura
para não deixar a chuva e o Sol cair e bater diretamente no solo,
para deixá-lo aquecido, amolecido e úmido com condições para
que os microrganismos da terra formem os grumos e poros de
entrada de ar e água, e deste modo os proteja contra as
intempéries, evitando ressecamentos, erosões, compactações e
enchentes.
33
34
3. FERTILIZAÇÃO
Antes de tudo, registra-se que adubo e fertilizante são
sinônimos.
Fazendo-se uma análise química do solo e de algum
produto agrícola nele produzido, descobre-se que o produto
necessita deste ou daquele tipo de nutriente; mas como esses
nutrientes não são encontrados no solo analisado, este é
considerado incapacitado e, por conseguinte, conclui-se que ele
não é fértil. Por se acreditar nisso é que nasceu a técnica de
adubar o solo, achando que bastava jogar adubo na terra para
ela voltar a ser fértil. Esta é a “superstição dos adubos”
anunciada por Meishu-Sama. Segundo essa superstição, o solo
não passa de um material que simplesmente “abastece” as
plantas com adubo. Portanto, a partir desta idéia, foi criada a
hidroponia, uma técnica que utiliza o fertilizante líquido como
adubo para culturas produzidas somente com água.
A preparação do solo é o conjunto de procedimentos
destinado a dar melhores condições físicas, químicas e biológicas
no solo, de acordo com cada plantio. Entre os procedimentos se
tem, além da matéria orgânica, a aração, a gradeação,
terraceamento, microbacias, calagem (corretivo de acidez do
qual a terra está precisando), adubação (quantidade de adubos
que visa suprir as deficiências em substâncias vitais à
sobrevivência dos vegetais), rotação de cultura, irrigação, faixas
quebra-vento, anatomia da seca, plantas invasoras, pragas e
doenças.
Inicialmente sobre a calagem.
O hidrogênio é o que potencializa os minerais e outros
elementos químicos, ou seja, os torna aproveitáveis pelas
plantas por meio de suas raízes. Potencial hidrogeniônico da
terra (pH) é o índice que determina a quantidade de hidrogênio
livre no solo. Ele varia de zero a 14, indicando se o solo é ácido,
35
neutro ou alcalino. Quanto menos (mais) o pH for abaixo (acima)
de 7 mais o solo é acido (alcalino). Normalmente, não é menor
do que 4 e nem maior do que 8. O número considerado ideal
para a maioria das culturas fica entre 5,5 e 6,5. Porém, o chá é
uma cultura que prefere um solo ácido, com pH entre 4,0 e 5,0.
Os solos ácidos são corrigidos com carbonato de cálcio,
enquanto os alcalinos com alumínio, sulfato de ferro e enxofre.
O que se entende por calagem é espalhar calcário no solo, para
corrigir-lhe a acidez.
Em segundo lugar, sobre a adubação.
Ela pode ser biológica ou química, eventualmente até
misturada por ambas.
A fertilidade biológica da terra é indicada pela presença
de milhares de seres vivos, que compõe as cinco categorias:
animal (como minhocas), planta (vegetais superiores), monera
(bactérias), fungi (fungos) e protista (algas), transformando a
matéria orgânica bruta (restos de cultura, esterco e roçados de
plantas como a das famílias das leguminosas) em matéria
orgânica assimilável (húmus) pelas raízes por meio de seus
dejetos, bem como atuam como verdadeiros arados na terra.
Entre estas adubações orgânicas se tem a adubação verde.
A fertilidade química é a adubação feita à base de
minerais, macronutrientes (são seis nutrientes de que as plantas
precisam em maiores quantidades, a saber: nitrogênio, fósforo,
potássio, magnésio, enxofre e cálcio) ou micronutrientes (em
menor quantidade: boro, cobre, zinco, molibdênio, cloro e
ferro). Um dos mais conhecidos agroquímicos é o NPK, que é um
composto químico formado por nitrogênio, fósforo e potássio.
Uma forma corriqueira de determinar a fertilidade do
solo tem sido a de estabelecer a relação Carbono/Nitrogênio no
solo que indica a disponibilidade de nitratos disponíveis para as
culturas e o estado de decomposição de matéria orgânica na
terra. Pois, as bactérias, ao decomporem esta matéria, se
nutrem de nitratos; e quando a relação é maior do que 12, elas
fazem muito uso de nitrato disponível no solo, empobrecendo-o.
36
Uma maneira corrente de se ter produtividade de
produto agrícola é passar por elementos fundamentais como:
pelo fogo, a energia liberadas pelo Sol em formas de calor e luz
(fotossíntese); pelo ar, a respiração, ou melhor, os gases (como
oxigênio e carbônico); pelo solo, os gases (como o nitrogênio
que é um nutriente essencial ao crescimento das plantas), o
líquido (água), os sólidos microorganismos (decompositores), as
matérias minerais (sais) e as matérias orgânicas (restos das
culturas).
No início da compostagem ela era um processo natural de
decomposição de animais e plantas, ou de seus subprodutos,
liberando diversos nutrientes. Depois, nas áreas rurais, ela
passou a ser a junção de estrumes e de palhadas (restos de
cultura deixados sobre o chão para proteger a terra da ação
direta do Sol e da água). Mais tarde, com a expansão das áreas
urbanas, são resíduos orgânicos de lixo processados por
transformações extremamente complexas de natureza
bioquímica promovido por milhões de microorganismos do solo,
ou ainda são materiais orgânicos processados por técnicas
aplicadas para controlar sua decomposição, por meio de
bactérias e fungos, com a finalidade de obter, no menor tempo
possível, um material estável que seja rico em húmus.
Basicamente existem dois tipos de compostagem: um que
se dá com a presença de oxigênio do ar ou na ausência. As
substancias resultantes da decomposição por via aeróbia são
produtos finais oxigenados (nitratos, sulfatos etc.), havendo uma
grande liberação de energia sob a forma de calor durante o
processo. Por via anaeróbia são o metano, amônia e produtos
finais parcialmente reduzidos (aldeídos, álcoois etc.), ocorrendo
uma liberação de energia. Observação: o oxigênio mata os
microrganismos anaeróbicos, que produzem o gás metano – 21
vezes mais poluentes do que o gás carbônico desprendido pelos
microrganismos aeróbicos.
Principais fatores que governam o processo de
compostagem
são:
aeração,
umidade,
temperatura,
37
microorganismo, relação Carbono/Nitrogênio, preparo prévio da
matéria-prima, dimensões e formas das pilhas.
Com a expansão das áreas urbanas os fertilizantes
minerais substituíram os resíduos orgânicos como fonte de
nutrientes para as culturas. O processo natural de formação de
compostos e húmus, produzido espontaneamente pelos
organismos decompositores, dá lugar a um processo artificial de
formação de fertilizantes químicos produzido em fábricas por
meio de adições químicas que visam suprir as deficiências em
substancias vitais a sobrevivência dos vegetais.
No entanto, o agrônomo e o agricultor não podem
esquecer que se deve adubar o solo e não a planta, pois assim
como quem produz o leite é a vaca, por analogia, quem produz a
colheita é o solo. Por outro lado, também não devem olvidar de
quem faz o solo produzir não são os bois, mas os
microorganismos que vivem nele, daí as palhadas não devem
apenas alimentar os bois, mas também as bactérias, vírus e
fungos. Estas microvidas ajudam as sementes fortes a nascer, as
sementes fracas elas fazem apodrecer, bem como as plantas
fortes elas ajudam a produzir, e as plantas fracas elas aniquilam.
Outro senão, é que o mundo não sobreviverá graças a
indústrias poderosas, mas por causa dos agricultores briosos.
Não é o dinheiro que forma o homem, mas sim o alimento
produzido pela terra. E terra não é uma máquina de produção.
Sem respeito e amor à natureza, não se pode esperar fartura,
mas sim a degradação.
3.1. Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos
elementos Solo, Água e Fogo.
Antes de se abordar este item, se registra algumas
considerações gerais sobre o sistema solar, o Sol e a Terra.
Inicialmente, sobre o sistema solar. Há cerca de cinco
bilhões de anos atrás, uma nuvem de gás e poeira separou-se de
38
uma nuvem maior na Via Láctea. A atração gravitacional no
centro da nuvem arrastou a matéria para o interior e fez a
nuvem se contrair em torno de um núcleo mais denso e a
matéria externa começou a girar em torno do núcleo. A matéria
do centro formou o proto-sol, o que iria gerar o sol, aquecendose cada vez mais, enquanto os anéis externos esfriavam. O
sistema tomou forma de disco e então a matéria externa
começou a se unir, até formar os planetesimais, pequenos
corpos que se assemelham a planetas, haviam trilhões de
planetesimais em volta do proto-sol. Esses planetesimais se
chocavam e os maiores absorviam os menores. Finalmente, os
maiores planetesimais puderam reunir matéria bastante para se
transformarem nos planetas, e o proto-sol ajuntava cada vez
mais matéria em seu interior e aumentava a sua temperatura.
Finalmente, o proto-sol se inflamou e começou a brilhar. Alguns
pequenos corpos, restos da formação se fixaram em órbitas em
torno dos planetas e formaram os satélites, outros cinturões de
asteroides, e ainda mais afastado restos de gelo sujo formaram a
nuvem de Oort, de onde derivam os cometas.
O Sol é a estrela a qual a Terra e os outros nove planetas
orbitam, além de mais alguns corpos como asteróides, cometas
e etc. É uma estrela tipo G2, com 1.390.000 km de diâmetro. O
Sol detém quase toda a massa total do Sistema Solar (99,8%).
Hoje sua composição é 75% hidrogênio e 25% hélio, mas esse
valor muda conforme o mesmo converte hidrogênio em hélio
em seu núcleo. A temperatura do núcleo do Sol é de 15 milhões
de graus Kelvin e a pressão é de 250 bilhões de atmosferas
terrestres. O processo de produção de energia do Sol é chamado
de fusão nuclear, aonde, a cada segundo, cerca de 700.000.000
de toneladas de hidrogênio são convertidas em
aproximadamente 695.000.000 toneladas de hélio e 5.000.000
toneladas de energia que é liberada na forma de Raios Gama.
Até chegar a superfície do Sol, essa energia sofre inúmeras
rearbsorções nas quais é reirradiada a temperaturas cada vez
menores, tanto que quando chega á superfície é basicamente luz
39
visível. A superfície do Sol tem uma temperatura de 5800 K,
sendo que a zona mais fria, as "Manchas Solares", têm
aproximadamente 3.800 K. O Vento Solar é proveniente de
radiações de partículas carregadas de baixa densidade emitidas
pelo Sol (principalmente elétrons e prótons), este Vento Solar se
propaga pelo Sistema Solar a aproximadamente 450 km/s.
O que há dentro da Terra? E lá bem no centro dela? Como
descobrir isto se perfurações feitas pelo homem, com sondas, só
chegaram a treze quilômetros de profundidade, quando a
distância até o seu centro é de aproximadamente seis mil
quilômetros, ou seja, 2%?
Foi observando os vulcões e os terremotos, que o homem
ficou sabendo o que havia no interior da Terra. Por enquanto,
não se conseguiu efetivamente chegar ao seu centro. A dureza
de certas rochas sob pressão e as altas temperaturas são as
maiores dificuldades encontradas.
Então, para se saber o que há no interior da Terra, foram
analisadas as amostras retiradas de perfurações e a própria lava
dos vulcões. Mas, isso não foi suficiente. Os cientistas tiveram,
então, que fazer estudos mais complexos. Passaram a estudar as
vibrações produzidas pelos terremotos ou provocadas por
explosivos ou, ainda, simulações feitas em laboratórios.
A viagem ao centro da Terra nos revela primeiramente
uma casca que a envolve, a crosta terrestre ou litosfera. Esta
primeira camada tem em média quarenta quilômetros de
espessura (cinco vezes a montanha mais alta, que é o Monte
Everest), e é formada por várias placas, de onde surgem os
continentes. A segunda camada chamada manto ou pirosfera
(piro = fogo), que está mais para dentro, é formada por rochas
derretidas que formam o magma. Esta massa pastosa e em
altíssima temperatura, quando expelida pelos vulcões, chama-se
lava. O núcleo ou barisfera (bari = pressão) é a camada mais
interna. É formada por ferro em três formas. A primeira de ferro
derretido (núcleo externo), a segunda por ferro em forma de
40
vários cristais pequenos (zona de transição) e, bem no centro,
em forma de um enorme cristal de ferro, (o núcleo interno).
Mais especificamente, a Terra é dividida em várias
camadas, a saber: De 0 a 40 km de profundidade - Crosta; 100400 km - Manto Superior; 400-650; Região de Transição; 6502700 - Manto Inferior; 2700-2890 - Camada D; 2890-5150 Núcleo Externo; 5150-6378 - Núcleo Interno. Esse último é
composto de níquel e Ferro, e suas temperaturas podem chegar
a 7500 K. A crosta da Terra está dividida em várias placas sólidas
separadas, que flutuam sobre o manto, e são conhecidas como
placas tectônicas. As Placas Tectonicas são: Placa norteamericana - América do Norte, oeste do Atlântico Norte e
Groenlândia; Placa sul-americana - América do Sul e oeste do
Atlântico Sul; Placa antártica - Antártica e "Oceano Sul"; Placa
eurasiana - leste do Atlântico Norte, Europa e Ásia, exceto a
Índia; Placa africana- África, leste do Atlântico Sul e oeste do
Oceano Índico; Placa indo-australiana - Índia, Austrália, Nova
Zelândia e maior parte do Oceano Índico; Placa Nazca - leste do
Oceano Pacífico adjacente à América do Sul; Placa do pacífico maior parte do Oceano pacífico e costa sul da Califórnia. A
maioria dos terremotos e vulcões é causado por isso. A Terra é o
mais denso planeta do Sistema Solar, e também um dos mais
jovens. 71% da Terra é coberto por água. A interação do vento
solar, do campo magnético e das camadas superiores da Terra
causa o fenômeno conhecido como aurora boreal. A Terra possui
também uma atmosfera bem diversificada, formada por 77%
nitrogênio, 21% oxigênio, e 2% outros elementos.
O Messias desvendou o Poder da Natureza como a
incógnita surgida da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos
elementos Fogo, Água e Solo. Eis sua explicação:
“Mas o que é o Poder da Natureza? É a incógnita surgida
da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos elementos fogo,
água e solo. O centro da Terra, como todos sabem, é uma massa
de fogo, a qual é a fonte geradora do calor do solo. A essência
desse calor, infiltrando-se pela crosta terrestre, preenche o
41
espaço até a estratosfera. Nessa essência também existem duas
partes: a espiritual e a material. A parte material é conhecida
pela Ciência com o nome de nitrogênio, mas a parte espiritual
ainda não foi descoberta por ela. Paralelamente, a essência
emanada do Sol é o elemento fogo, que também possui uma
parte espiritual e uma parte material; esta última é a luz e o
calor, mas aquela também ainda não foi detectada pela Ciência.
A essência emanada da Lua é o elemento água, e a sua parte
material é constituída por todas as formas em que a água se
apresenta; quanto à parte espiritual, também ainda não foi
descoberta. O produto da união desses três elementos
espirituais ainda não detectados constitui a incógnita X através
da qual todas as coisas existentes no Universo nascem e
crescem. Essa incógnita X é semelhante ao nada, mas é a origem
da força vital de todas as coisas. Consequentemente, o
desenvolvimento dos produtos agrícolas também se deve a esse
poder. Por isso, podemos dizer que ele é o fertilizante infinito.
Reconhecendo-se essa verdade amando-se e respeitando-se o
solo, a capacidade deste se fortalece espantosamente. A
Agricultura Natural é, pois, o verdadeiro método agrícola. Não
existe outro. Através de sua prática o problema da agricultura
será solucionado pelas raízes.”
“Conforme já disse muitas vezes, o solo é, por si mesmo,
formado pela aglomeração de elementos os quais constituem o
próprio adubo. Então, quando se acrescenta a ele algum outro
organismo estranho, a sua capacidade vital fica diminuída,
porque esse acréscimo significa um obstáculo ao
desenvolvimento natural das plantas.
Por outro lado, o poder da Grande Natureza é produzido
pela fusão do espírito do fogo com o da água e o da terra. Na
verdade, essa força (a que denominei “X”) é o verdadeiro e
poderoso adubo.
Como já falei, em outras ocasiões, sobre o espírito do
fogo da água, quero agora esclarecer sobre a energia da terra.
Bem no centro do globo terrestre, existe uma bola de fogo que
42
dá origem ao calor do solo e da qual provém toda a força do
espírito da terra.
O calor, emanado por esse núcleo ígneo atinge a
estratosfera e a preenche integralmente. Depois de certo nível
de acúmulo, forma-se a chuva, que cai sobre a terra, fazendo
penetrar no solo vários elementos naturais que vão nutri-lo.
Para que esse fenômeno ocorra naturalmente, faz-se necessário
não existirem, na superfície da Terra, obstáculos, tais como
adubos, ou quaisquer tipos de agrotóxico.
Em outras palavras, ocorre o seguinte: o espírito da terra,
originário do centro do Globo Terrestre, se encaminha para a
estratosfera, onde encontra o espírito do fogo, que vem do Sol;
ambos se unem à energia da água, que se origina da Lua,
formando os três, aquela poderosa força “X” da qual já falei. A
fusão desses três elementos é que constitui, de fato, o
verdadeiro adubo que faz crescer as plantas e promove o
desenvolvimento de todos os demais seres vivos.
Pode-se dizer, por isso, que o solo foi criado por Deus
para que produzisse toda espécie de cereais e verduras
indispensáveis ao sustento da humanidade inteira. Portanto, a
terra contém, em quantidade mais do que suficiente, todos os
elementos nutritivos essenciais ao crescimento da planta. Em
resumo, o próprio solo aglomera, em si mesmo, as porções de
fertilizantes necessárias ao desenvolvimento de qualquer tipo de
ser vivo.
Para comprovar essa minha afirmação, basta que se
observe a semente, jogada na terra, crescendo, tornando-se
tronco, folha, flor, fruto, chegando até à época própria para
colheita. Nesse sentido, então, o solo, gerador dessas
maravilhas, nada mais é do que uma extraordinária tecnologia
de produção de alimentos. Deve, por isso, ser tratado com o
maior carinho e considerado como o grande poder da natureza.”
“Como já disse, o solo puro está repleto de fertilizantes
naturais, resultantes da energia espiritual proveniente de uma
bola de fogo que se encontra no centro da Terra. Desse ponto,
43
ultrapassando a crosta terrestre, irradia um calor especial, nãofísico, porém extremamente poderoso, semelhante à Luz do
Johrei.”
A Agricultura Natural é, pois, o verdadeiro método
agrícola. Não existe outro. Através de sua prática o problema da
agricultura será solucionado pelas raízes. Nada poderia existir no
Universo sem os benefícios da Grande Natureza, ou seja, nada
nasceria nem se desenvolveria sem os três elementos básicos: o
fogo, a água e a terra. Em termos científicos, esses elementos
correspondem, respectivamente, ao oxigênio (sem este não há
fogo), ao hidrogênio (primeira molécula constituída) e ao
nitrogênio (78% na atmosfera, elemento vital para a vida por
causa dos aminoácidos, proteínas, DNA e RNA; os animais e as
plantas absorvem nitrogênio sob as formas de amônia ou de
nitrato, nos quais são convertidos por bactérias da seguinte
maneira: as bactérias transformam a amônia em nitritos e em
seguida em nitratos, que as plantas usam para os compostos
como as proteínas, DNA e RNA. Quando os animais e plantas
morrem, certas bactérias e fungos, também chamados de
decompositores, convertem seus compostos de nitrogênio em
gás nitrogênio, reiniciando o ciclo do nitrogênio). Todos os
produtos agrícolas existentes são gerados por eles e com isso
podem ser produzidas todas as espécies de cereais e verduras
que constituem a alimentação do homem. Seguindo a lógica,
tudo é perfeitamente compreensível. Não seria absurdo se
criassem o homem e não providenciassem os alimentos que lhe
possibilitariam a vida? Logo, se determinado país não consegue
produzir os alimentos necessários à sua população é porque, em
algum ponto, ele não está de acordo com as Leis da Natureza.
Enquanto não se atentar para isso não se poderá sequer
imaginar uma solução para o problema da escassez de
alimentos.
Até numa simples folha de árvore existem os elementos
Fogo, Água e Solo. De fato, tomando-se um punhado de folhas.
Elas eram algo que estava vivo, e ficaram completamente secas.
44
O fato de terem ficado secas significa que Água acabou. Sob o
ponto de vista científico, afirma-se que os vegetais são
constituídos de 98% de água e o restante de substancias
originarias do solo e da energia solar. E ficaram apenas o Fogo e
o Solo. Então se ateando fogo nas folhas, queimando-as por
completo, significa que “acabou o Fogo”. Depois da queima
sobrou a cinza, algo que retorna à terra, isto é, voltou a ser o
elemento Solo. Com isso, se comprova que através dos fatos os
seres vivos são constituídos de “Fogo, Água e Solo.”
3.2. Processo produtivo que revoluciona o cultivo
agrícola.
“Visto que a Agricultura Natural, antes de tudo, dispensa
os adubos, até agora considerados como a vida dos produtos
agrícolas, todos os tipos de censura lhe foram feitos pelos
próprios familiares dos agricultores e por pessoas de suas
aldeias, terminando por torná-la alvo de gozação e risos. Mas os
praticantes do método suportaram tudo isso em silêncio e
persistiram. Ao ver esses relatos, lágrimas de emoção me sobem
aos olhos; sinto, também, um aperto no coração quando penso
que não fosse pela sua fé, eles nada teriam conseguido.
Entretanto partindo de pessoas que descendem de longas
gerações totalmente dominadas pela superstição dos adubos,
essa descrença de muitos é natural. Tudo isso me faz lembrar
certos descobridores e inventores que a História registrou, cujas
obras ainda hoje prestam serviços à humanidade, e que, mesmo
sofrendo por mal-entendidos e opressões, continuaram lutando
para ser reconhecidos os frutos de sua inteligência e trabalho.
Esse difícil procedimento não poderia deixar de nos comover.”
No entanto, parte dos discípulos de Meishu-Sama
pensava: "Ele é realmente entendido sobre a cura de doenças,
mas sobre a Agricultura, não é tão profundo conhecedor do
assunto."
45
O próprio Mestre da Messiânica relata: “No começo, por
melhor que eu explicasse o processo da Agricultura Natural, as
pessoas não me davam ouvidos e acabavam em gargalhadas.
Pouco a pouco, porém, minhas explicações foram sendo aceitas
e, ultimamente, de ano para ano, aumenta o contingente de
praticantes do novo método, mesmo porque as colheitas, em
toda parte, vêm dando prodigiosos resultados. Ainda que a
maioria pertença à esfera dos fiéis de nossa Igreja, em várias
regiões já está aparecendo, fora dessa esfera, um número
considerável de simpatizantes e praticantes da Agricultura
Natural, número este que tende a aumentar rapidamente. Já se
pode imaginar que não está longe o dia em que a veremos
praticada em todo o território japonês.”
Mais tarde: “Finalmente é bom ressaltar que, em
diversos lugares do globo terrestre, muitos produtores, embora
nunca tenham ouvido as minhas palavras, já estão começando a
praticar a Agricultura da Grande Natureza.”
Mas, o que é importante registrar é que o valor do adubo
é momentâneo. Pois, se a agricultura praticada até hoje
conseguiu bons resultados com o uso de adubos, porém estes
corroem a terra, e esta se torna cada vez mais pobre. Sem
perceber isso, as pessoas mostram-se deslumbradas com os
resultados momentâneos. Por fim, tanto a terra como o homem
ficam intoxicados.
No caso do Japão que usa excremento humano como
adubo, afasta o turista, dado o perigo da transmissão de vermes.
Por exemplo: os americanos não comem verduras produzidas
naquele país.
A Agricultura Natural por ser um movimento para
destruir a superstição dos adubos, utiliza apenas compostos
naturais, ou seja, matéria orgânica vegetal.
“Quanto mais adubos forem usados, maiores serão as
dificuldades na produção de alimentos. Portanto, da mesma
forma que os remédios encurtam a vida humana, os adubos
interferem na vitalidade da terra, impedindo-a de exercer
46
normalmente a sua função reprodutiva. Dessa forma, a
humanidade fica duplamente prejudicada.”
“Falando abertamente, a divulgação do nosso método de
agricultura poderá ser definida como "movimento para destruir
a superstição dos adubos.”
Não usando absolutamente nada daquilo a que se dá o
nome de adubo, seja de origem animal ou químico, pois é um
cultivo que utiliza apenas compostos naturais, o método é,
realmente, o que seu nome diz: Agricultura Natural. As folhas e
capins secos formam-se naturalmente, ao passo que os adubos
químicos e mesmo o estrume de cavalo ou galinha, assim como
os resíduos de peixe, carvão de madeira, etc., não caem do céu
nem brotam da terra: são transportados pelo homem. Portanto
não é preciso dizer que são antinaturais.”
“Para explicar o que é a Agricultura Natural, vou partir do
seu princípio básico. Em primeiro lugar, o que vem a ser o solo?
Sem dúvida, é uma obra do Criador e serve para a cultura de
cereais e verduras, importantíssimos para a manutenção da vida
humana. Por conseguinte, sua natureza é misteriosa, impossível
de ser decifrada pela ciência da matéria.
A agricultura atual, sem saber, acabou tomando o
caminho errado e, como conseqüência, menosprezou a força do
solo, chegando à errônea conclusão de que, para se obterem
melhores resultados, deveria haver interferência humana. Com
base nesse raciocínio, passou a utilizar estercos, adubos
químicos, etc. Dessa maneira, a natureza do solo foi pouco a
pouco se degradando, sofrendo transformações, e a sua força
original acabou diminuindo. Contudo, o homem não percebe
isso e acredita que a causa das más colheitas é a falta de adubos.
Assim, utiliza-os em maior quantidade, o que reduz ainda mais a
força do solo. Atualmente o solo japonês está tão pobre, que
todos os agricultores lamentam o fato.”
47
3.3. Revela o poder da terra por ser adubada à base
de nitrogênio.
“A base do problema é a falta de conhecimento em
relação ao solo. A agricultura até agora, tem negligenciado esse
fator, que é o principal, dando maior importância ao adubo, algo
acessório. Pensem bem. Sem a terra, o que podem fazer as
plantas, sejam elas quais forem? Um bom exemplo é o daquele
soldado americano que, após a guerra, praticou o cultivo na
água, despertando grande interesse. Creio que ainda devem
estar lembrados disso. No início, os resultados foram excelentes,
mas ultimamente, pelo que tenho ouvido falar, eles foram
decaindo, e o método acabou sendo abandonado.”
“O princípio básico da Agricultura Natural consiste em
fazer manifestar a força do solo. Até agora o homem
desconhecia a verdadeira natureza do solo, ou melhor, não lhe
era dado conhecê-la. Tal desconhecimento levou-o a adotar o
uso de adubos e acabou por colocá-lo numa situação de total
dependência em relação a eles, tornando essa prática uma
espécie de superstição.”
“Para que todos entendam realmente o princípio da
Agricultura Natural, proponho-me explicá-lo através da ciência
do espírito - da qual tomei conhecimento por meio da Revelação
Divina - pois é impossível fazê-lo através do pensamento que
norteia a ciência da matéria. No início, talvez seja muito difícil
compreender esse princípio; todavia, à medida que o lerem
várias vezes e o saborearem bem, fatalmente a dificuldade irá
diminuindo. Caso isso não aconteça, é porque a pessoa está
muito presa às superstições da Ciência.
É inegável o valor da Ciência em relação a muitos
aspectos; entretanto no que se refere à agricultura, ela não tem
nenhuma força, ou melhor, está muito equivocada, pois
considera bom o método criado pelo homem negligenciando o
Poder da Natureza. Isso acontece porque ainda se desconhece a
48
natureza do solo e dos adubos. Há longos anos, o governo, os
grandes agricultores e os cientistas vêm desenvolvendo um
grande esforço conjunto, mas não se vê nenhum progresso ou
melhoria. Diante de uma fraca produção como a do ano
passado, podemos dizer que a Ciência não consegue fazer nada,
sendo vencida pela Natureza sem oferecer nenhuma resistência.
Não há mais nenhum método a ser empregado. A agricultura
japonesa está realmente num beco-sem-saída. Mas devemos
alegrar-nos, pois Deus ensinou-me o meio de sair dele - a
Agricultura Natural. Afirmo que, além dessa, não existe outra
maneira de salvar o Japão (...)
Até hoje os agricultores fizeram pouco caso do solo,
chegando a acreditar que os adubos eram os alimentos das
plantações. Com essa atitude, cometeram um espantoso
engano. O resultado é que o solo se tornou ácido, perdendo seu
vigor original. Isso está muito bem comprovado pela grande
diminuição da safra no ano passado. Não percebendo seu erro,
os agricultores gastam inutilmente elevadas somas em adubos
despendendo árduo esforço. É uma grande tolice, pois se está
produzindo a própria causa dos danos.
Empregarei agora o bisturi da ciência espiritual para
explicar a natureza do solo. Antes, porém, é preciso conhecer
seu significado original.
Deus, Criador do Universo, assim que criou o homem
criou o solo, a fim de que este produzisse os alimentos para
nutri-lo. Basta semear a terra que a semente germinará, e o
caule, as folhas, as flores e os frutos se desenvolverão,
proporcionando-nos fartas colheitas no outono. Assim, o solo,
que produz alimentos, é um maravilhoso técnico ao qual
deveríamos dar grande preferência. Obviamente, como se trata
do Poder da Natureza, a Ciência deveria pesquisá-lo. Entretanto,
ela cometeu um grande erro: confiou mais no poder humano.”
Concluindo, Meishu-Sama reafirma que basicamente
para se realizar Agricultura da Grande Natureza basta fortalecer
o espírito da terra.
49
“Inicialmente, vou explicar de onde provém a capacidade
do solo. O solo é constituído da força da trindade dos Espíritos: o
do Fogo, o da Água e o da Terra. Naturalmente, a principal força
para o crescimento das plantas é a do Espírito da Terra.
Dependendo da força do solo, ter-se-ão bons ou maus
resultados na agricultura. Por conseguinte, quando se quer
cultivar, a condição principal é elevar a qualidade do solo,
porque quanto melhor o solo, melhor também será seu
resultado. Sendo assim, o que se deve fazer para melhorar a
qualidade do solo? Fortalecer a sua força vital.
Antes de tudo, temos de tornar o solo puro e limpo:
quanto mais purificado é o solo, mais forte se torna o seu poder
de germinar as plantas. Um dos maiores erros da agricultura
atual é que ela, ao contrário, polui o solo o máximo possível.
Desde os tempos remotos, os agricultores acreditam que para o
cultivo é necessário o uso de adubo. Na verdade, quanto mais
fertilizante se coloca, mais se prejudica o solo.
Indubitavelmente, durante um curto período, obtêm-se
melhores resultados, mas, pouco a pouco, o solo se vicia com o
fertilizante e com ele já não se conseguem os mesmos efeitos.
Conseqüentemente, quanto mais se adubar, pior será a colheita.
Se vocês praticarem agricultura pura num local que foi
antes cultivado com adubo, durante dois ou três anos não terão
bons resultados, porque a terra ainda estará contaminada pelas
toxinas do adubo. É tal como no caso do bêbado que, quando se
abstém de beber, repentinamente, fica algum tempo aturdido,
ou então do fumante que, ao deixar de fumar, perde o ânimo. A
pessoa viciada em drogas não consegue parar pelo mesmo
motivo. Se vocês esperarem dois ou três anos até que o solo se
purifique das toxinas do adubo, a terra voltará a manifestar a
sua maravilhosa força.
Discorri sobre a parte teórica da agricultura pura e,
através disso, vocês puderam perceber o quanto a agricultura
atual está errada. Basicamente, para se fazer agricultura pura
não é necessária ter fé, pois só o fato de se deixar o adubo de
50
lado já propicia benefícios marcantes. E, se a terra for purificada
pelo Johrei, o resultado será ainda melhor.”
“Como muitas vezes já falei, o emprego de adubos pode
ser comparado ao vício das drogas. Quando alguém começa a
usar algum tipo de substância química, de início, sente um bemestar muito grande; fica com a mente tão clara, que não
consegue esquecer aquele sabor indefinível. Assim, pouco a
pouco, vai caindo num abismo do qual não consegue mais sair.
Ao encontrar-se num estágio de forte dependência, caso
lhe falte a droga, a pessoa fica desesperada, uma vez que
sofrimentos insuperáveis começam a surgir. Já não consegue
mais suportar-se a si mesma, nem fazer nada para superar-se.
Então, mesmo sabendo que está dominada por algo muito
prejudicial, não tem forças para sair do abismo em que se
encontra. Daí o motivo de, muitas vezes, o viciado tornar-se um
ladrão ou até assassino para conseguir manter o vício que o
escraviza. São ocorrências terríveis, comumente mostradas nos
jornais.
Aplicando-se essa comparação às plantas, dá para
entender claramente o que acontece na agricultura. Nos dias de
hoje, o solo, especialmente o japonês, está completamente
viciado em fertilizantes e inseticidas. É uma situação bastante
grave, mas os agricultores, semelhantes a dependentes
químicos, estão cegos, pois, há muito tempo, acreditam no uso
de adubos como algo indispensável à planta. Por isso, não
conseguem despertar e entender que nutrientes artificiais
danificam as plantações da mesma forma que as drogas estão
destruindo os seres humanos.”
Às manchas solares, que desde a Antigüidade têm servido
de assunto para muitos debates. A verdade é que essas manchas
representam a respiração do Sol. Dizem que elas aumentam de
número de onze em onze anos, mas isso acontece porque a
expiração chegou ao ponto culminante. Com relação ao luar,
considera-se que ele é o reflexo da luz do Sol, mas convém saber
que o Sol arde graças ao elemento água, proveniente da Lua.
51
Esta possui um ciclo de vinte e oito dias, e isso também constitui
o seu movimento de respiração.
“Mancha Solar
Sabei, todos vós!
A mancha preta do Sol é, na verdade,
A inexprimível alma de Deus Supremo.
A atividade
Solar, manifestada num sinal puro,
É o chom, o esplendoroso centro Divino.
Quero ensinar
Aos homens tão inebriante verdade:
Está no Sol a alma do Grande Universo.”
Todos sabem que os seres vivos respiram. Na verdade, a
respiração é uma propriedade de todos os seres até mesmo dos
vegetais e dos minerais. O globo terrestre respira uma vez por
ano. A expiração inicia-se na primavera e chega ao ponto
culminante no verão. O ar que ele expira é quente, como no
caso da respiração do homem, e isso se deve à dispersão do seu
próprio calor. Na primavera essa dispersão é mais intensa, e
tudo começa a crescer; as folhas começam a brotar e até o
homem se sente mais leve. Com a chegada do verão, as folhas
tornam-se mais vigorosas e, atingido o clímax da expiração, o
globo terrestre recomeça a inspirar; daí as folhas principiarem a
cair. Tudo toma, então, um sentido decrescente, e o próprio
homem fica mais austero. O outro ponto culminante é o inverno.
Essa é a imagem da Natureza.
O ar expirado pelo globo terrestre é a energia espiritual da
terra, que a ciência denomina nitrogênio; graças a ele as plantas
se desenvolvem. O nitrogênio sobe às camadas mais altas da
atmosfera junto com a corrente de ar ascendente e lá se
acumula, retornando ao solo com as chuvas. Esse é o adubo da
Natureza, à base de nitrogênio. Por essa razão, é um erro retirar
o nitrogênio do ar e utilizá-lo como adubo. É certo que com a
aplicação de adubo químico à base de nitrogênio consegue-se o
aumento da produção, mas seu uso prolongado acarreta
52
intoxicação e envelhecimento do solo, pois a força deste
diminui. Como é do conhecimento geral, o adubo à base de
nitrogênio foi elaborado pela primeira vez na Alemanha, durante
a Guerra Mundial. No caso de ser necessário aumentar a
produção de alimentos devido à guerra, ele satisfaz o objetivo.
Entretanto, com o fim da guerra e o conseqüente retorno à
normalidade, seu uso deve ser suspenso.
3.4. Acrescenta inicialmente terra isenta de adubo.
A diferença entre a agricultura tradicional e a Agricultura
Natural, é que esta considera o solo como uma matéria
profundamente misteriosa criada para o desenvolvimento de
alimentos vegetais. Por conseguinte, ativar ao máximo a força do
solo significa alcançar o objetivo original com que ele foi criado.
Desconhecendo este princípio, os antigos passaram não se sabe
quando e baseados numa interpretação errônea, a usar adubos,
prática cujo resultado é a diminuição da produtividade e a morte
do solo. Na tentativa de cobrir esse enfraquecimento, utilizamse adubos em quantidade cada vez maior, o que leva à
intoxicação das plantas. Uma boa prova disso, é que há uma
melhora temporária quando se lhe acrescentam terras virgens
de outros lugares, em virtude da queda da produção. Os
agricultores interpretam que esta caiu porque os cultivos
efetuados por longos anos esgotaram os nutrientes da terra.
Acham, portanto, que as terras virgens conseguirão suprir os
nutrientes. Isso é um grave erro, pois na verdade o solo perdeu
sua força devido à utilização de adubos. Com o acréscimo de
terra isenta de tóxicos, ele em parte se recupera.
No início do cultivo natural, é bom acrescentar ao solo,
terra isenta de adubos. Tal razão se deve ao fato da quantidade
de tóxicos existentes no solo e nas sementes em conseqüência
do cultivo tradicional. Assim, em alguns arrozais, a partir do
primeiro ano haverá um aumento de 10%, na produção; em
53
outros, no primeiro e no segundo ano haverá uma redução de 10
a 20%; finalmente, a partir do terceiro ano, haverá um aumento
de 10 a 20%, e daí em diante os resultados gradativamente
alcançarão os índices esperados. Contudo enquanto os
resultados se apresentarem demasiado ruins, é porque, ainda
restam tóxicos de adubos artificiais em grande quantidade: para
amenizar a ação destes últimos, por isso é bom acrescentar ao
solo, provisoriamente, terra isenta de adubos.
3.5. Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza.
O Mestre da Messiânica assinalou:
“Em tudo, a ordem é importante. Assim, devemos tomar
como exemplo a Grande Natureza. Por mais que se queira, a
cerejeira nunca floresce antes das ameixeiras, existindo aqui,
naturalmente, a ordem da Grande Natureza. Portanto, a base da
fé está em seguir a ordem da Grande Natureza. E isso é igual
tanto para a Agricultura Natural como para o Johrei. Assim, não
há nenhum erro em segui-la.
Na época em que eu curava os doentes e me
perguntavam: “Com quem o senhor aprendeu?” eu respondia:
“Com a Grande Natureza”.
(...) O meu mestre, em primeiro lugar, é a Grande
Natureza e, em segundo, os enfermos. Aprendi diversas coisas
na prática da cura de doenças.
O preconizador da Agricultura Natural escreveu em 1952:
“Todas as verdades que tenho exposto sobre a
Agricultura da Grande Natureza não correspondem à minha
opinião. São palavras de Deus Criador com o objetivo de livrar as
plantas das influências perniciosas dos agrotóxicos.
Há muito tempo, foi-me revelado por Deus que as
espigas do arroz possuíam, no início do surgimento, apenas de
cinco a seis grãos. Contudo, de acordo com o crescimento da
população, foi também aumentando a capacidade produtiva
54
dessa planta e, hoje, cada espiga contém, em média, de cento e
vinte a cento e trinta grãos. Há, mais ou menos mil anos, essa
média oscilava entre cinqüenta e sessenta grãos; a metade,
portanto, dos números atuais. É preciso ainda, devido ao
crescimento cada vez maior da população, aumentar mais,
devendo chegar a duzentos ou trezentos grãos. Caso contrário,
algum procedimento dos agricultores deve estar errado.
Outro aspecto a ser considerado é que a mudança que
está ocorrendo no Mundo Espiritual vai determinando
resultados melhores e mais positivos para a agricultura. Quer
dizer, com o aumento do espírito do fogo (Kasso = energia de
origem espiritual semelhante à do Sol no Mundo Material) as
purificações se aceleram e fica bem evidente a influência
negativa do uso de adubos.
É, pois, por essa razão que o método da Agricultura da
Grande Natureza, como sempre afirmo, está de acordo com a Lei
de Deus. Quando não se faz nada errado, deixando que a Grande
Natureza trabalhe livremente, sem os obstáculos dos
fertilizantes, os resultados são excelentes, devido à ação
benéfica de Kasso.
Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a
agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais
satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante
arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De
fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os
fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra,
impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais
adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.”
Sobre o Mistério da Grande Natureza ele compôs:
Como poderá
Um conhecimento criado pelo homem
Explicar o misterioso solo, obra de Deus?
Grande tolice
Buscar o profundo mistério da terra,
Através de uma ciência tão superficial!
55
O homem tentou,
Orgulhosamente, dominar o solo.
Acabou conquistado pela Grande Natureza.
“São considerados adversos quaisquer componentes
artificiais como estercos, restos de peixes, cinzas, pois não são
oriundos do Céu nem se originam da Terra. Constituem apenas
resíduos de produtos depositados pelo homem, não fazendo,
por isso, parte, do verdadeiro solo criado por Deus.
Naturalmente que folhas e capins secos pertencem à
natureza. Estes não devem, portanto, ser retirados. Do mesmo
modo, são também elementos básicos, a água, o fogo, o ar que,
juntamente com a terra, fazem nascer e crescer todos os seres
vivos; ao mesmo tempo, transformam as demais substâncias, em
produtos indispensáveis à sobrevivência. Nesse sentido, são
inúmeros os benefícios que a humanidade recebe
constantemente da Grande Natureza. De fato, ela foi pensada
dentro do Plano de Deus para desempenhar esta função: ser a
fonte de sustento da vida humana, sem que nada lhe falta
especialmente em cereais e verduras.”
Embora, por demais mencionado, torna-se a fazê-lo, por
ser algo fundamental para quem lida com a terra.
“O mundo invisível está envolto por uma camada de
energia impregnada de intenso poder propulsor da vida de todos
os seres.
De acordo com a revelação que recebi de Deus, essa
fonte vital resulta da fusão de Dosso (essência da terra), Kasso
(essência do fogo) e Suisso (essência da água).
Assim, então, quando essas três partículas essenciais se
unem, formam uma unidade perfeita e harmoniosa cuja força
constitui a poderosa energia criativa da Grande Natureza.
Portanto, tendo como base a revelação divina, entendese por Dosso a partícula fundamental que dá origem à terra. É
representada imaterialmente por uma bola de fogo que se
encontra no interior do globo terrestre e emite um calor
específico que se difunde e preenche o espaço entre o planeta e
56
a atmosfera. É, na verdade, um fenômeno natural que apresenta
um aspecto físico, cientificamente chamado de nitrogênio, e
outro espiritual, ainda não explorado pela ciência.
Por sua vez, Kasso corresponde à partícula original de
onde surge o fogo. É uma energia identificada fisicamente pela
sensação de luz e calor emitida pelos raios solares. A parte
espiritual ainda permanece desconhecida pela ciência.
Finalmente Suisso pode ser interpretada como a partícula
essencial que dá origem à água. Na parte física, manifesta-se
pela luz da Lua e o orvalho da noite. O lado espiritual ainda não
foi investigado.
Há, pois, três elementos de ordem espiritual que se
fundem num todo e constituem o grande poder criativo, que
embora não sendo percebível pelos cinco sentidos do homem, é
uma fonte inexaurível de fertilidade de onde se origina tudo o
que existe no universo. Por isso, também a agricultura se
fundamenta nele.
Portanto, ao compreender o poder da Grande Natureza,
os agricultores aceitarão o princípio de que somente terra, sol e
água são necessários para as plantas. Então, agindo de acordo
com a lógica divina, não mais contaminarão o solo pelo
contrário, vão lançar semente em locais ensolarados, acrescidos
de água abundante. Como resultado, eles obterão colheitas
surpreendentes.
Essa é a única forma verdadeiramente correta de lidar
com a terra. Sabendo utilizá-la, ter-se-á encontrado a solução
definitiva para todos os problemas referentes à agricultura.”
O Fundador da Messiânica explicita que se estabelecendo
analogia com o homem, está comprovado que as pessoas que
comem apenas alimentos frescos e sem tóxicos são sadias. O
mesmo acontece com as plantas, e isso não se limita ao trigo ou
arroz. Segundo os agricultores, as plantas de baixa estatura e
folhas pequenas são as que oferecem as melhores safras, as que
dão mais frutos. É justamente o que ocorre na Agricultura
Natural; pode-se ver, portanto, como ela é ideal. Além do mais,
57
seus produtos apresentam excelente qualidade e sabor,
reconhecidos por todos aqueles que já a experimentaram. A
razão disso é que, quando se utilizam adubos, os nutrientes são
absorvidos na maior parte pelas folhas, o que as faz crescer
demasiadamente afetando a frutificação. Acrescente-se que a
quantidade de arroz obtida através da Agricultura Natural é bem
maior; já se conseguiram até cento e cinqüenta brotos com uma
só semente, resultado em cerca de quinze mil grãos - recorde
admirável. Outra característica do arroz produzido por esse
método é que a sua palha se apresenta bastante forte e fácil de
ser trabalhada.
Por exemplo, o cultivo de bicho-de-seda com folhas de
amoreira tratada sem adubos, o animal não adoece, seus fios
são de muito boa qualidade, resistentes, brilhantes, e a
produção aumenta. Tal prática ocasiona uma grande evolução
no mundo da sericultura e traz incalculáveis benefícios à
economia do país.
O mesmo no cultivo do fumo. Com relação ao charuto,
sabe-se que o melhor é o produzido em Manila e Havana. Não
apresenta folhas bichadas e tem excelente aroma; um
especialista no assunto diz que na sua produção não se utilizam
adubos. A inexistência de insetos em folhas do mato, e o
excelente aroma que algumas delas possuem são decorrentes da
ausência de adubos.
Meishu-Sama fez um poema a respeito.
“Ato magnífico!
Deus vai purificar as terras do mundo,
Totalmente contaminadas pelos venenos.
Chegou o tempo.
Vou salvar agora os agricultores,
Homens valorosos, outrora dignificados.
O poder de Deus
Usando, vou purificar o planeta.
Envenenado pelas toxinas e adubos.”
58
3.6. Quando artificial, seu uso tem efeitos maléficos.
Fertilização artificial envolve quatro p’s problemáticos em
relação à: praga, planta, preço e patológico (no sentido de
prejudicial à saúde do consumidor e do produtor).
Praga.
Na atualidade, os agricultores sofrem em demasia com a
praga de insetos nocivos. Entretanto, ninguém tem se
preocupado em desvendar a causa do surgimento desses insetos
já que os agrônomos, por não conseguirem descobrir o motivo
do seu aparecimento, somente procuram, sem alternativa,
exterminá-los. Na verdade, os insetos nocivos surgem
justamente devido ao uso de adubos. Os agricultores dizem que,
recentemente, aumentaram as espécies e variedades de insetos
nocivos. Isto se deve ao crescimento do número de tipos de
fertilizantes. Mesmo que se consiga eliminar os insetos danosos
utilizando-se inseticidas, as drogas que os compõem se infiltram
no solo, e transformam-se em insentíferos, isto é, que produzem
insetos. Portanto, desenvolvendo novas espécies de insetos
nocivos.
“Os fertilizantes artificiais são a causa do surgimento de
praga de insetos.
Deixe-me explicar isto. De acordo com a Lei da Natureza,
sempre que se acumularem substâncias impuras ou duvidosas,
uma atividade purificadora automaticamente ocorre como um
método corretivo. Quando fertilizantes artificiais, quer sejam
químicos ou não, são aplicados e absorvidos por uma plantação,
esta se torna tóxica. Insetos nocivos aparecem
espontaneamente nessas impurezas. Esses insetos nocivos
aumentam em número e espécies, concomitante ao aumento
dos tipos de fertilizantes empregados. Os elementos tóxicos se
tornam alimentos para esses insetos e eles se desenvolvem
neste meio.”
59
“Os meteorologistas estão impressionados com a
elevação da temperatura, que aumenta a cada ano.
Foi por isso que este ano também aumentaram as
pragas na agricultura. Recentemente, aumentou a quantidade
de bichos que se alimentam das raízes das plantas, e esses
bichos aparecem porque surgiram novos adubos e
agrotóxicos.
Segundo a diretriz da Natureza, são os adubos que dão
origem aos bichos. E a agricultura atual, feita à base de
adubos, é que está originando as pragas e os bichos; da
mesma maneira como ocorre com os remédios.”
“Os micróbios e bactérias tornaram-se mais resistentes
e mais fortes. São diferentes dos micróbios anteriormente
existentes, o que significa que aumentaram as espécies de
micróbios. E, quanto mais aumentarem as espécies de
fertilizantes, mais espécies de bichos e insetos surgirão.
Mas de que modo os remédios e adubos geram o
aumento dos micróbios?
Nisto há um profundo significado relativo ao Poder
Legislador. Tanto os adubos como os medicamentos
constituem uma espécie de imundície, são coisas sujas. E onde
quer que se acumulem sujidades, tem de ocorrer,
inevitavelmente, uma atividade purificadora.
A limpeza se processa por uma Lei Natural. Quando
ocorre a limpeza, não é o homem quem a produz; os bichos e
micróbios surgem naturalmente.
De acordo com a Lei da Origem da Matéria, onde quer
que se acumulem sujidades, surgirá ia atividade natural de
limpeza.
Quando se acumulam nuvens no Mundo Espiritual, há
uma Lei que faz com que estas se reflitam no Mundo Físico.
Assim foi feito por Deus.
60
Onde quer que haja imundícies e sujidades, surgirá algo
para comer a sujeira e fazê-la desaparecer. Para extinguir
estas sujeiras é que surgem os bichos e os micróbios.
Mas por que aparecem bichos na imundície?
Porque os bichos obedecem cegamente à função para
a qual foram criados.
Os adubos se deterioram e os medicamentos também,
transformando-se em sujidades no interior do corpo humano.
O ser humano fica sujo porque se aproveitou erroneamente
das coisas.
Quando tomamos qualquer tipo de remédio, mesmo à
base de ervas, ou quando praticamos maus atos, os espíritos
ficam obnubilados e estas nuvens se refletem no corpo físico
sob a forma de imundícies. Surgem então os micróbios, pois
eles são a conseqüência lógica tanto dos remédios quanto dos
adubos. São estes que dão origem aos micróbios, vermes e
bichos.
Com o aumento de Kassô, Energia Espiritual do Fogo no
Mundo Espiritual, a ação purificadora se intensifica, fazendo
proliferar os bichos, que são "lixeiros".
Para tentar matar esses bichos, empregam-se adubos e
agrotóxicos. Mas tudo isto torna a sujar a terra, e a planta
acaba sugando esses venenos. E quando o veneno do adubo e
do agrotóxico envelhece, deteriora-se e se transforma numa
espécie de pus, convertendo-se, portanto, numa imundície.
Surgem então os bichos que comem e limpam todas
essas impurezas. Para matá-los, empregam-se agrotóxicos
ainda mais fortes, o que faz com que surjam ainda mais
bichos. É a ordem natural, favorecendo o surgimento dos
insetos.
Entendendo bem essas coisas é que podemos
compreender o quanto os seres humanos de hoje são
ignorantes e tolos, pois fazem tantos sacrifícios para criar um
mal que acabará por prejudicar a si próprios.”
Planta.
61
As plantas que se alimentam da terra enganosamente
fertilizada com adubo, crescem de modo artificial e atingem
maior altura; porém, são fracas e doentias. O vento e a água as
quebram; as flores caem com facilidade; aliás, diminui-se a sua
capacidade de gerar frutos. Os cereais têm a casca grossa e baixo
teor de nutrientes, uma vez que ficam comumente encobertos
pelas folhas que alcançam tamanho excessivo.
“Quanto mais se usar substâncias não naturais no solo,
mais nublado se torna o seu mundo espiritual e menor se torna
o seu poder produtivo.
A cada ano que passa, quantidades cada vez maiores de
fertilizantes artificiais se tornam necessários, o que provoca o
aparecimento de mais insetos nocivos, que necessitam do uso
de inseticidas cada vez mais mortais. Todos esses elementos
aumentam continuamente o seu efeito destrutivo nos fatores
naturais do solo e na sua fertilidade.”
“Substâncias não naturais, quer sejam orgânicas ou
químicas, que forem absorvidas pelas plantas, as enfraquecem e
fazem com que percam o seu poder de resistência contra
tempestades e inundações.
As suas flores também caem facilmente, impedindo uma
frutificação suficiente. Em plantações tais como cereais, ervilhas
ou feijões, as suas folhas crescem demasiadamente e impedem
que os grãos ou feijões recebam suficiente luz solar, o que faz
com que as cascas fiquem grossas e a parte comestível fique fina
e pequena.”
Preço.
Os preços dos fertilizantes sobem constantemente.
Muitos agricultores pagam uma soma tão elevada por eles que,
muitas vezes, não vêem, sequer, o seu trabalho recompensado.
Patológico.
Em qualquer fertilizante químico, há substâncias tóxicas.
Assim, a planta, quando absorve o fertilizante fica impregnada
dessas substâncias, ainda que em microscópicas quantidades. O
ser humano, ao consumi-la, também absorve os tóxicos que são
62
prejudiciais à sua saúde. É necessário, também, muito sacrifício e
mão-de-obra para colocarem fertilizantes e pulverizar
inseticidas.
“Por último, mas nem por isso menos importante, temos
o efeito pernicioso sobre a saúde provocado pelas substâncias
venenosas nos alimentos.
Sulfato de amônia, amônia orgânica em adubo animal e
todos os fertilizantes químicos são venenos. Quando o homem
ingere alimentos que absorveram estes venenos, mesmo que
seja uma pequena quantia por vez, as substâncias tóxicas
entram no sangue e se acumulam no sistema ao longo do
tempo, abaixando as vibrações espirituais e formando nuvens no
corpo espiritual minando, lenta mas seguramente, a sua saúde.”
63
64
4. PLANTAÇÃO
Os seres vivos morrem se não tiverem Sol, ar, água e
alimento. As plantas, em particular, para crescerem necessitam
de energia proveniente da fotossíntese, água e minerais.
Mas, o que é fotossíntese? Basta lembrar que as plantas
captam em suas folhas a energia luminosa e, com a ajuda do gás
carbônico, que recebem do ar, e da água, que recebem pela raiz
com a contribuição de catalisadores, os minerais conseguem a
transformação de energia livre em energia química. A captação
de energia e sua transformação para a matéria é que se chama
de fotossíntese, ou seja, por transformar luz em matéria. Em
outras palavras, fotossíntese é a síntese de materiais orgânicos a
partir de água e gás carbônico, quando a fonte de energia é a
luz, cuja utilização é medida pela clorofila.
Numa plantação se leva em conta, entre outras coisas, os
usos e propriedades, características, variedades, clima, solo,
microorganismos, húmus, cobertura, época do plantio,
semeação, regas, desbastes e capinas, pragas e doenças,
colheita, produção, produtividade, armazenamento, rotação e
consorciação. Ela, com seu solo e microorganismo, sentem e
reagem aos sentimentos do ser humano.
Microorganismos são o mesmo que micróbios, seres vivos
microscópios como vírus, bactérias, protozoários e fungos, que
no solo causam a putrefação e a fermentação de materiais
orgânicos, transformando-as em elementos assimiláveis pelas
plantas. O húmus é o elemento resultante da lenta
decomposição dos restos animais e vegetais, que ajudam na
constituição física e química do solo, a tornar os nutrientes
disponíveis para as plantas, retenção da água.
65
4.1. Plantio reconhecedor de que os vegetais têm
alma.
“Estou sempre arrumando as plantas do jardim, cortando
galhos, corrigindo a forma das árvores. De vez em quando, erro
ao aparar demasiadamente um galho, fato que me desgosta.
Outras vezes, preciso transplantar algumas árvores e também,
nesses casos, nem sempre o trabalho sai do meu agrado devido
às circunstâncias locais. Dependendo do ambiente, em certas
ocasiões, sou obrigado a colocar a parte de trás para frente ou
de lado.
O interessante, porém, é que, com o passar do tempo, a
própria árvore corrige o erro e se adapta perfeitamente ao local
onde foi replantada. Realmente é um processo misterioso pelo
qual se pode perceber que a planta exerce uma atividade
semelhante a do ser humano, que também procura adaptar-se
às necessidades locais para não destoar do conjunto. Tal fato
leva-me à dedução de que, na verdade, as plantas têm alma.
Confirmando essas minhas observações, ouvi, certa vez, o
relato de um jardineiro idoso segundo o qual, ele ameaçava
cortar as árvores que não florescessem ou continuassem
opondo-se à floração. Então, afirmava ele, era certo que, no ano
seguinte, todas elas enchiam-se de flores. Eu, contudo, nunca
realizei tal experiência, mas acredito ser verdadeira tão
interessante história.
Também, há algum tempo, num livro de escritor
ocidental, li uma passagem em que ele diz ter acelerado o
desenvolvimento de árvores por tratá-las com amor e carinho.
Com essa atitude, conseguiu, em sete ou oito anos, que algumas
atingissem a altura ideal, o que, em outras circunstâncias, só
seria possível após quinze anos.
Um processo semelhante ocorre na feitura de ikebanas.
Por exemplo, todas as flores dos aposentos da minha residência
são arrumadas por mim com muito carinho. Às vezes, os arranjos
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não ficam exatamente como eu queria. Deixo-os, contudo, assim
mesmo e, no dia seguinte, já se encontram numa forma
harmoniosa, bem diferente da anterior. Eles próprios se
acomodam ao ambiente como qualquer outro ser vivo.
Por outro lado, eu não forço as flores a nada; coloco-as
no vaso da maneira mais natural possível. Deixo-as acomodar-se
livremente e, por isso, sempre aparentam ter mais vida,
prolongando o seu tempo de duração.
Então, pode-se concluir que mexer muito na flor não é
bom. Ela morre logo. Ao fazer uma ikebana, portanto, é
necessário, primeiro, imaginar como se deseja que ela fique,
onde vai ser cortado o galho ou a flor. Após, agir rapidamente, e
colocá-las, de imediato, no vaso. Dessa forma, o resultado será
excelente.
Uma atitude semelhante a que se tem com a flor, deve-se
também devotar ao ser humano. Muitos pais, por exemplo, ao
criar os filhos, se preocupam exageradamente, tratando-os com
excesso de cuidado. Na verdade, é preciso deixá-los atuarem por
si mesmos, tomando suas próprias decisões para se tornarem
livres, decididos, independentes. Oferecer-lhes, portanto,
somente as bases firmes, sem perturbá-los demais para que não
enfraqueçam. Considerá-los como se fossem pequenas ikebanas,
as quais quanto menos mexidas, mais resistentes se tomam.
Eis por que minhas ikebanas seguem a lógica do respeito
à individualidade da planta; duram, por isso, o dobro das feitas
pelos demais, e sempre causam admiração a todos que as
observam.
Outro aspecto surpreendente nas minhas ikebanas é o
fato de eu usar bambu e ácer (= aceráceas) elementos que
ninguém gosta de utilizar, pois, segundo afirmam, a durabilidade
é mínima. Eu, contudo, sempre coloco, nos arranjos, essas duas
plantas e elas normalmente permanecem vivas de três a cinco
dias. Dependendo do bambu, pode resistir mais de uma semana
e o ácer, até duas.
Também não faço tratamento especial na flor ou nos
67
galhos após tê-las cortado. De um modo geral, os professores de
ikebana ensinam vários meios para proteger os ramos depois do
corte; mesmo assim, duram pouco. Nada disso, portanto, tem
relevância. O que importa é tratar as plantas com carinho,
respeitar-lhes a individualidade, não esquecendo que elas têm
vontade própria.
Ao lidar com a planta de acordo com a lógica do ser
humano, cada um estará vivendo o espírito da agricultura da
Nova Era. Da mesma forma como se deve deixar que cada
pessoa vá ao encontro dos seus ideais, também as plantas
precisam ser respeitadas para que se desenvolvam por completo
e cumpram a sua função. É preciso deixar a natureza reagir
livremente num comportamento semelhante ao do homem que
deve comer alimentos de qualidade, em pequenas porções, para
que, sem interferências externas, o organismo possa produzir,
ele mesmo, a verdadeira energia que o manterá vivo.”
4.2. Que a força básica responsável pelo crescimento
das plantas é o elemento terra.
Plantas fortes não são as plantas viçosas por causa de um
excesso de nitrogênio; assim como um bebê engordado com
maisena não é sinal de fortaleza.
“É por isso que eu afirmo: toda vez que meditarmos
sobre a lógica divina, iremos entender claramente que nunca
poderia ter sido possível a Deus criar o ser humano sem lhe ter
proporcionado alimentos e todas as demais condições de
sobrevivência.
Então podemos concluir sem sombra de dúvidas que, se
um país não consegue produzir alimentos suficientes para a sua
população, é por que não está agindo de acordo com a Lei da
Grande Natureza, criada por Deus. Portanto a solução para o
problema da fome no mundo tem seu ponto focal no respeito
que o ser humano devotar à lógica divina, ao lidar com a terra.
68
Até hoje, o que se vê, porém, é a negação da Lei de Deus
pela crença de que o único meio de se conseguir uma produção
satisfatória seria o uso do adubo. Cultuando somente os
artifícios, é natural que a humanidade sofra por não ter
alimentos suficientes. Na verdade, a escassez de produtos nada
mais é que uma resposta a quem continua cego aos princípios de
coerência da Grande Natureza.
De outra parte, essa mesma escassez vem reforçar a
teoria elaborada pela ciência materialista sobre a necessidade
de serem usados fertilizantes que, por sua vez, geram, nos dias
de hoje, a grande falta de alimentos, sentida no mundo todo.
Pode-se, portanto, dizer que a técnica de cultivo atual,
baseada no uso de adubos, não propiciou o progresso da
agricultura, mas a está prejudicando cada vez mais. Muito
poucos ainda conseguem entender que a verdadeira força
determinante do desenvolvimento das plantas está alicerçada
em três elementos básicos: fogo, água e terra, cuja ação
interligada permite o surgimento de um ambiente propício ao
plantio, bem como a certeza de colheitas abundantes.
Embora seja natural que momentaneamente o emprego
de adubos traga resultados alentadores, com o tempo, começa a
ocorrer uma ação contrária: as plantas vão enfraquecendo,
porque perdem a sua capacidade original de obter do solo os
nutrientes de que necessitam, ficando cada vez mais
dependentes dos fertilizantes. Como conseqüência, a sua força
produtiva fica debilitada determinando, em última instância, a
escassez de produtos alimentícios, um problema que está, no
momento, afetando grande parte da humanidade.”
“Qual é a propriedade do solo? Ele é constituído pela
união de três elementos - terra, água e fogo - os quais formam
uma força trinitária. Evidentemente, a força básica responsável
pelo crescimento das plantas é o elemento terra: o elemento
água e o elemento fogo são forças auxiliares. A qualidade do
solo é um fator importantíssimo, pois representa a força
primordial para o bom ou mau resultado da colheita. Portanto a
69
condição principal para obtermos boas colheitas é a melhoria da
qualidade do solo. Quanto melhor for o elemento terra,
melhores serão os resultados.”
4.3. Que não só a terra, mas também as sementes
devem estar desintoxicadas.
“Examinando os relatórios provindos de várias regiões
sobre os resultados da Agricultura Natural no ano passado,
constatei que alguns agricultores, infelizmente, por ser, ainda
muito cedo, não puderam efetuar colheitas. Entretanto, como
tenho dados suficientes, passo a relatar minhas impressões.
Com base nisso, eu estava certo de que a Agricultura
Natural encontraria, por algum tempo, oposição e dificuldades,
mas também acreditava que ela não tardaria a mostrar
resultados surpreendentes, bastando ter paciência durante certo
período. Como eu esperava, posso notar, através dos relatórios
chegados às minhas mãos, que finalmente o cultivo sem adubos
está despertando interesse em vários setores. No início, as
circunstâncias eram muito desfavoráveis e, como os próprios
agricultores não tinham muita confiança no novo método, foram
poucos os que abertamente começaram a praticá-lo: a grande
maioria começou a experimentá-lo naquele estado de ''confiar,
desconfiando". Além do mais, como a terra e as sementes ainda
estavam muito impregnadas de tóxicos, no primeiro ano as
plantas apresentavam folhas amarelas e talos muito finos de
modo que os plantadores chegavam a achar que elas secariam.
Segundo suas próprias informações, isso os deixava tão
inseguros e impacientes, que só lhes restava orar a Deus por um
milagre; entretanto, diante dos bons resultados na época das
colheitas, eles ficariam mais tranqüilos, embora só viessem a
receber a coroa da vitória depois de ultrapassada essa fase
difícil.”
70
“Há um aspecto que deve ser observado: quando se
introduz a Agricultura Natural num local já tratado com adubos
não se obtêm bons resultados durante um ou dois anos, porque
a terra está intoxicada. É como um beberrão que deixa de beber
abruptamente e por algum tempo fica meio atordoado. O
mesmo problema acontece com os fumantes inveterados
quando de repente, suspendem o fumo, ou quando os viciados
em morfina ou cocaína ficam sem estes entorpecentes. Deve-se,
portanto, ter paciência por dois ou três anos; nesse espaço de
tempo e com a diminuição gradativa das toxinas de adubos no
solo e nas sementes, o solo começará a manifestar sua força.”
A cada ano, a ação desses três fenômenos aumenta
gradativamente. A maioria dos países sofre as conseqüências
desastrosas dessas intempéries e tem, por isso, feito um grande
esforço para evitar os prejuízos decorrentes de tais situações.
Para tanto, são canalizados rios a fim de que não ocorram
enchentes; constroem-se barreiras de concreto para bloquear o
efeito dos tufões, além de outros recursos empregados com a
mesma finalidade. Tudo isso se torna necessário porque as
plantas estão ficando cada vez menos resistentes aos fenômenos
naturais, devido ao constante emprego de fertilizantes e
inseticidas. Por essa razão, faz-se necessário agir com certa
urgência para que os agricultores despertem e sintam quão
necessário é voltar à prática da Agricultura da Grande Natureza.
Através de um plantio puro, ou seja, sem o emprego de
agrotóxicos, as raízes das plantas adquirem enorme vitalidade,
tornando-se muito fortes e capazes de se aprofundar no interior
do solo. Com isso obtêm maior resistência para enfrentar as
chuvas e os ventos. Até mesmo as flores caem em menor
quantidade e também diminui consideravelmente a perda de
espigas e frutos. É comum se observar que os arrozais cultivados
segundo os princípios da Agricultura da Grande Natureza,
quando inundados, não apodrecem mesmo após o escoamento
das águas.
Por outro lado, em situações idênticas, os agricultores
71
que seguem o método tradicional sofrem enormes prejuízos,
fato que chama a atenção das pessoas em geral. Ao ocorrer um
fenômeno semelhante a esse, basta examinar a ponta da raiz do
arroz cultivado naturalmente para se verificar que apresenta
ramificações finas e bem compridas que permitem à planta
permanecer fortemente arraigada ao solo. Essa constatação
torna-se ainda mais evidente quando se comparam as raízes de
um arrozal adubado com as de outro que foi tratado sem
agrotóxicos.
Em síntese, as plantas originárias da Agricultura da
Grande Natureza apresentam uma raiz central bem longa, que
penetra fundo na terra em busca de água, como se fosse um
cano de poço artesiano. Ao redor dessa base central, surgem
inúmeras ramificações mais finas e menos profundas. Em casos
de seca [quente e desidratado, ou seja, fogo], essa planta terá
maior chance de sobrevivência, pois, com uma raiz longa, poderá
conseguir água nas camadas bem interiores da terra.
De um modo geral, o que ocorre com as plantas
assemelha-se à vida do ser humano. Este, quando se alimenta de
produtos sem toxinas, torna-se uma pessoa saudável. As plantas
também; se forem cultivadas sem agrotóxicos, crescem cheias
de vitalidade, fortes, resistentes. Embora as folhas não se
desenvolvam muito, os frutos são saborosos e nutritivos. Ao
contrário, as culturas adubadas crescem demasiadamente e
apresentam folhagens muito grandes, enquanto os frutos são
pouco numerosos e sem sabor.
Percebam, pois, especialmente os agricultores, a
extraordinária fertilidade de um solo sem contaminação.
4.4. Que a energia da terra se fortalece misturando
nela compostos naturais.
“Às vezes, pode-se usar compostos naturais, mas não
como fertilizantes. É crença geral que compostos naturais agem
72
como fertilizantes. Isto não é verdade. Como foi dito antes, a
verdadeira energia produtiva está contida no próprio solo puro.
Quando o solo for completamente desenvolvido através da
agricultura pura, se torna tão macio e produtivo que o uso de
compostos naturais se torna desnecessário. Para dizer a
verdade, até mesmo compostos naturais reduzem a energia
produtiva do solo, de modo que é melhor não usá-los, se isto for
possível.
Os únicos motivos pelos quais são usados às vezes
compostos naturais, consistindo de grama e folhas naturais, são
os seguintes:
1. Quando o solo for argiloso e duro, ajudam a amolecêlo, de modo que as raízes podem crescer mais. (Geralmente se
pensa que o motivo para manter a terra mole é deixar que as
raízes se alimentem do ar. No nosso ponto de vista, o ar não é
tão importante para as raízes).
2. Num clima frio, os compostos são usados para aquecer
a terra.
3. Quando forem colocados para cobrir a terra em volta
das plantas, ajudam o solo a reter a sua umidade, o que é
especialmente importante num clima quente e seco.
Nos casos (1) e (2) acima, os compostos devem consistir
de gramíneas e folhas semi-decompostas.”
“Para que todos possam entender como se realiza o
cultivo sem o uso de fertilizantes, vou, primeiramente, expor a
parte principal da minha teoria no que concerne ao conceito de
solo. Devo, em primeiro lugar, reiterar que é um elemento da
criação divina destinado à germinação e desenvolvimento das
plantas, tendo em vista a manutenção da vida do ser humano na
face da Terra.
O solo, como obra de Deus, tem uma origem misteriosa e
sutil, cuja essência e poder até hoje a ciência materialista não
conseguiu atingir.
Ignorando essa verdade, os métodos tradicionais de
plantio sempre andaram por caminhos errados. Daí
73
preconizarem que o perfeito crescimento das plantas necessita
do uso de fertilizantes orgânicos ou químicos.
Com tão equivocado conceito, os agricultores foram, na
verdade, abafando a energia natural do solo e, pouco a pouco,
enfraquecendo o seu imenso poder generativo natural.
Por isso, ainda hoje, iludidos pela idéia de que a má
colheita provém exclusivamente da falta de adubos, os
agricultores empregam todo tipo de resíduos animais ou
vegetais e também substâncias químicas, tornando o solo a tal
ponto enfraquecido que, atualmente, em várias partes do
mundo, não há terras férteis.”
A partir daí, Meishu-Sama se pronunciou do que se deve
conhecer e fazer.
“O que se deve conhecer em primeiro lugar, é a
capacidade específica do solo. Antes de qualquer coisa, ele foi
criado por Deus, Criador do Universo, a fim de produzir alimento
suficiente para prover o homem e os animais. Por essa razão, a
terra já está em si mesma abundantemente adubada - podemos
até dizer que toda ela é uma massa de adubos. Desconhecendo
isso até hoje, os homens se enganaram ao pensar que os
alimentos das plantas são os adubos. Baseados nessa crença
vieram aplicando adubos artificiais e, consequentemente, foram
enfraquecendo, de forma desastrosa, a energia original do solo.
Não é um equívoco espantoso?
Para que a produção agrícola aumente, deve-se
fortalecer ao máximo a própria energia do solo. E como se
poderá fazer isso? Não lhe misturando nada a não ser os
compostos naturais, fazendo-o permanecer puro e preservandoo o mais que se puder. Assim se obterão ótimos resultados, mas,
com a mentalidade que tem vigorado até agora, jamais se
conseguirá acreditar nisso.
Com base nas razões citadas vemos que o princípio
fundamental da Agricultura Natural é o absoluto respeito à
Natureza, que é uma grande mestra. Quando observamos o
desenvolvimento e o crescimento de tudo que existe,
74
compreendemos que não há nada que não dependa da força da
Grande Natureza, isto é, do Sol, da Lua e da Terra, ou, em outras
palavras, do fogo, da água e da terra. Sem dúvida isso ocorre
também com as plantações, pois, se a terra for mantida pura e
elas forem expostas ao sol e abundantemente abastecidas de
água, produzir-se-á mais do que o necessário para o sustento do
ser humano. Dirijam seu olhar para a superfície do solo das
matas e atentem para a abundância de capins secos e folhas
caídas, cuja provisão é renovada em cada outono. Eles
representam o trabalho da Natureza para enriquecer o solo, e
ela nos ensina que devemos utilizá-los. Os agricultores acreditam
haver elementos fertilizantes nesses capins secos e folhas caídas,
que eles consideram adubos naturais, mas isso não é verdade. A
eficácia do "adubo natural" consiste em aquecer a terra e não
deixar que ela resseque e endureça; em síntese fazer que a terra
absorva água e calor e não fique dura.”
“Explicarei agora o princípio e a utilização dos compostos
naturais.
A Agricultura Natural utiliza compostos naturais de dois
tipos: o de capim e o de folhas de árvores. O primeiro é próprio
para ser misturado à terra, e o segundo é indicado para fazer um
leito abaixo do solo.
Por outro lado, os compostos naturais têm por finalidade
impedir o endurecimento do solo e também aquecê-lo. O
fundamental, para ativar o crescimento das plantas, é promover
o desenvolvimento da raiz, sendo que o primeiro passo nesse
sentido consiste em não deixar o solo endurecer; daí a
necessidade de se misturar bem a ele, o composto natural. Para
incentivar o crescimento dos “cabelos" da raiz, deve-se utilizar o
composto natural à base de capim, pois as fibras deste são
macias e não atrapalham o crescimento. As fibras das folhas de
árvores, no entanto, são mais duras, e por isso não convém
misturá-las ao solo. O melhor é utilizá-las para fazer um leito
abaixo do solo, a fim de aquecê-lo. O ideal seria uma camada de
uns 30 cm de terra misturada com composto à base de capim e,
75
abaixo dela, um leito da mesma espessura, à base de folhas de
árvores.
No caso de verduras, soja, etc. o processo descrito é
conveniente, mas tratando-se de nabos, cenouras e similares,
devem-se dimensionar as camadas de maneira adequada, fazer
montes de terra e plantá-los aí, para que suas raízes recebam
bastante sol, pois assim o crescimento será excelente. Se a
batata-doce, por exemplo, for plantada em montes de mais ou
menos 60 cm, dispondo-se as mudas numa distância de 30 cm
uma da outra, colher-se-ão batatas gigantes. Ouve-se dizer
freqüentemente que o melhor é dispor os montes de terra em
sentido norte-sul ou leste-oeste, de modo que as plantas
recebam bastante energia solar. Para isso, entretanto, basta
dispô-las segundo as condições locais, e levando em
consideração a direção do vento. Quando este é muito forte, os
caules se quebram; assim, é necessário plantar árvores em volta
ou fazer cercas, a fim de diminuir a ação do vento.”
4.5. Que a cultura repetitiva é benéfica e a lavragem
fora do solo é prejudicial.
“Outro ponto interpretado de maneira errada pelos
agricultores diz respeito à necessidade de deixar a terra
descansar após algumas colheitas. Muito pelo contrário. Quanto
mais produz, melhor se torna. Neste aspecto, a vida da terra
assemelha-se à do ser humano o qual, à medida que trabalha
com o corpo e a mente, tem a sua saúde cada vez mais
fortalecida. Se, contudo, deixá-las inertes, enfraquece.
Então, o ponto de vista dos agricultores de que o solo
perde seus elementos nutritivos, quando utilizado
continuamente, não é correto. Com base nesse princípio errado
a agricultura convencional proíbe a repetição do plantio de um
único produto no mesmo local. Tal interpretação não passa de
uma grande tolice que merece piedade.
76
A técnica correta, portanto, de acordo com a Agricultura
da Grande Natureza, é o plantio contínuo de um produto no
mesmo local. Posso comprová-la com minha própria experiência.
Venho, há sete anos, plantando milho na cidade de Gora,
Hakone, cuja terra contém muito pedregulho. Do ponto de vista
dos agrônomos, seria improdutiva. Entretanto, neste ano, estou
obtendo resultados surpreendentes. Espigas bem bonitas, muito
maiores do que as produzidas pela agricultura convencional. Os
grãos se desenvolveram juntinhas, grandes e enfileirados. Um
trabalho perfeito da natureza! Por outro lado, o milho é bem
doce, macio e com um sabor maravilhoso.
Quero ainda insistir um pouco mais sobre os benefícios
do plantio repetitivo por ser essa técnica uma das bases da
Agricultura da Grande Natureza. Assim então, dependendo da
planta, o solo cria espontaneamente capacidades próprias de
adaptação.
Conforme já falei muitas vezes, esse conceito fica mais
claro quando comparado à vida humana. Quem exerce trabalhos
braçais fortalece os músculos. Já os que se dedicam a atividades
intelectuais como os escritores, por exemplo, desenvolvem mais
o intelecto. Essa constatação comprova que, se as pessoas
estiverem sempre mudando de profissão ou de residência, não
conseguirão sucesso, nem firmeza na vida. Assim acontece
também com as plantas. Daí a razão de eu afirmar que a terra,
até hoje, tem sido tratada de maneira muito incorreta.”
“Pelos métodos tradicionais de agricultura, o plantio
repetido num mesmo lugar provou ser danoso para o solo. Mas,
na agricultura pura, ao contrário, vemos que o plantio repetido é
muito eficiente. A adaptabilidade do solo a uma determinada
cultura é criada pouco a pouco e a sua ação produtiva para
aquela cultura em particular se torna cada vez maior. Em outras
palavras, o solo se torna mais habilidoso para o cultivo de uma
determinada planta, da mesma forma que um trabalhador
especializado se torna hábil na sua profissão. Se o solo tivesse
que mudar de “profissão” a cada ano, teria que aprender tudo
77
desde o início e nunca se tornaria um trabalhador especializado.
Foi desta maneira que Deus criou o solo e as plantas.”
Importa ainda saber que um solo sem contaminação se
adapta às características das plantas nele cultivadas. Assim,
quanto maior número de vezes se produzir uma única espécie no
mesmo lugar, mais apto se torna esse solo àquela cultura em
particular.
4.6. Que a horta caseira sem estrume deve ser
incentivada.
“Até este momento, só escrevi para agricultores
profissionais. Agora quero me dirigir aos amadores; por isso vou
explicar sobre a elaboração de hortas caseiras.
De uma maneira geral, poucos gostam de se dedicar a
essa atividade, uma vez que não estão habituados a lidar com
estercos, estrumes e produtos químicos. Além disso, alguns dias
após ter sido espalhado esse tipo de adubo, o cheiro toma-se
insuportável e atinge inclusive os aposentos da casa. É também
um produto anti-higiênico que causa transtorno especialmente
na hora das refeições.
Se houvesse resultados satisfatórios, até que esses
infortúnios poderiam ser tolerados. Entretanto, o que se obtém
com o emprego de fertilizantes químicos ou orgânicos são
produtos contaminados, prejudiciais à saúde de qualquer ser
vivo. Não há, portanto, processo mais absurdo que um cultivo
adubado. Poucos, contudo, têm percebido tão grande erro.
Muita gente ainda se espanta ao tomar conhecimento de
tamanha ignorância.
De outra parte, é notório que na Agricultura da Grande
Natureza não existe odor algum desagradável. É uma cultura
limpa, higiênica com excelentes resultados de produção.
Surpreende tanto na quantidade, quanto no sabor.
Desaparecem também os perigos de pragas, lombrigas e demais
78
parasitas. As folhas, caules e frutos apresentam uma beleza
ímpar, que não se encontra na agricultura convencional.
É por isso que, ao iniciar a prática da Agricultura da
Grande Natureza, qualquer pessoa sente imenso prazer de lidar
com a terra, cuidar das plantas pela manhã.
Mexer num solo misturado às excrescências de animais
sempre causa mal-estar, certa repugnância, bem ao contrário da
grande satisfação que proporciona o plantio numa terra pura,
sem contaminação.
Nas hortas caseiras, feitas pelo método convencional,
observa-se com freqüência que as flores do tomate ou da
berinjela, por exemplo, caem antes do tempo; as batatas não se
desenvolvem adequadamente, os nabos crescem ocos, surgem
pragas na raiz do pepino que o fazem secar e morrer. As folhas
dos legumes ficam a maioria, esburacadas. A causa de todos
esses problemas está no uso de adubos de origem animal.
Como os plantadores não entendem os malefícios
causados pelos estrumes, pensam que as falhas de produção
residem na falta de adubo e o acrescentam ainda em maior
quantidade. Em conseqüência, a terra vai piorando cada dia
mais. Muitas vezes, buscam orientação dos agrônomos, mas, as
respostas, na maioria dos casos, são insatisfatórias.
É por isso que muitas casas não possuem hortas; as
pessoas perdem o incentivo, não as fazem, pois ficam meio
desiludidas com os resultados. Entretanto, quem se propõe a
plantar, no próprio quintal, legumes, hortaliças e verduras,
praticando a agricultura da Grande Natureza, muda do inferno
para o céu.
O fundador da Agricultura Natural apresenta os cinco
princípios fundamentais das hortas caseiras. Para isso, no
primeiro número da revista "Tijo Tengoku", ele publica um
minucioso artigo sobre a Agricultura Natural, dirigido aos
agricultores profissionais, enfocando as hortas caseiras.
No caso das hortas caseiras, feitas por amadores, a boanova da Agricultura Natural é como a luz que surge nas trevas.
79
Nelas, utilizava-se principalmente o estrume, cujo manuseio é
insuportável sob vários aspectos, inclusive olfativo. Adotando-se
o cultivo sem adubos, esse sofrimento desaparece, e o trabalho,
por ser higiênico, torna-se agradável. Além disso, os resultados
são bem melhores e o trabalho é menor, matando-se dois
coelhos numa só cajadada. E aí o fundador passa a enumerar as
vantagens do método: 1ª) o aparecimento de pragas reduz-se a
uma pequena fração do que acontece no caso do emprego de
adubos: portanto, não há necessidade de defensivos; 2ª) não
existe problema de transmissão de larvas e pragas; 3ª) o volume
e a quantidade dos produtos são maiores; 4ª) sendo utilizados
apenas compostos naturais, não há o mal estar causado pelo uso
do estrume, e o trabalho é menor; 5ª) as verduras obtidas são da
melhor qualidade, e o seu sabor nem se compara ao das
verduras tratadas com adubos.
Como nas hortas caseiras normalmente não se planta
arroz nem trigo, mas quase sempre verduras e legumes, MeishuSama explica a experiência que teve com estes.
A acelga, o espinafre e o repolho têm excelente aroma,
são volumosos, macios e apetitosos. No final do ano passado,
um amador trouxe-me três acelgas que pesavam 6 kg cada uma.
O fundador nunca tinha visto acelga daquele tamanho. A cebola,
a cebolinha, o tomate, a abóbora e o pepino são de ótima
qualidade; a abóbora é muito consistente e tem sabor
adocicado.
Quanto às árvores frutíferas, também produzem frutos
muito saborosos, principalmente as frutas cítricas, o caqui, o
pêssego etc.
80
5. PROTEÇÃO
5.1. Amparo procedente do Soonen e Kototama
positivos.
As calamidades agrícolas decorrem, para uns, de alguns
fatores, como: a modificação do solo ser causado por
temperatura, vento, chuva, plantas invasoras, doenças agrícolas,
mão-de-obra especializada e até por microorganismos (que são
desconhecidos em 95%). Pois, destes fatores advém estresses
ambientais prejudiciais como: o estado de frio ou calor, de
umidade ou secura, gerando resfriamento, congelamento e
aquecimento excessivo; o recurso hídrico proporcionando acidez
e inundação; os indivíduos provocando poluições minerais por
causa da salinidade, alumínios e metais pesados.
Meishu-Sama compôs poemas sobre tais calamidades.
Em 1942:
“Como incomoda essa chuva longa
Quando os agricultores e os pequenos empresários
Estão para se erguerem.”
“Ó Guinza, de noite encantadora, os agricultores deste
País estão para morrer de fome neste momento.”
"Não há um dia sequer
Que os jornais não publiquem
Artigos sobre a devastação
Das terras agrícolas.
Que peso no meu coração!"
“Produção baixa do arroz,
Os agricultores
Nada podem fazer,
E o vento do outono está frio.”
81
Ele ao ler os noticiários sobre os problemas das vilas
agrícolas e dos agricultores que estavam passando fome,
colocou o seu sentimento neste poema:
“A aflição dos agricultores é profunda.
Neste ano também chegou cedo o inverno
Em que as pessoas se escondem da neve.”
Só de ver a neve cair, o Messias ficava preocupado
pensando que os agricultores não podiam sequer produzir o
próprio alimento. Ele cantou essa tristeza como se fosse sua
própria tristeza.
“Ao perguntarem sobre plano de salvação dos
Agricultores,
Só posso responder que se trata de anistiar
A dívida do financiamento agrícola.”
Diante de calamidades, ele resolveu:
“Vou explicar o significado fundamental das Três Grandes
Calamidades - vento, chuva e fogo - e das Três Pequenas
Calamidades - fome, doença e guerra - comentadas desde eras
remotas.
O vento e a chuva são ações purificadoras do espaço
entre o Céu e a Terra, causadas pelas máculas acumuladas no
Mundo Espiritual, isto é, impurezas invisíveis. Dispersá-las com a
força do vento e lavá-las com a chuva, é a finalidade da
tempestade. Mas que máculas são essas e de que forma se
acumulam?
São máculas formadas pelos pensamentos e palavras do
homem. Pensamentos que pertencem ao mal, como ódio,
insatisfação, inveja, cólera, mentira, desejo de vingança, apego,
etc., maculam o Mundo Espiritual. Palavras de lamúria, inclusive
em relação à Natureza, como o clima e a safra, censuras e
agressões às pessoas, gritos, intrigas, cochichos, enganos,
repreensões, críticas e outras coisas do gênero também partem
do mal e maculam o Reino Espiritual das Palavras, que, em
relação ao Mundo Material, situa-se antes do Reino do
Pensamento. Quando a quantidade de máculas acumuladas
82
ultrapassa certo limite, surge uma espécie de toxina que causará
distúrbios na vida humana e, então, ocorre a purificação natural.
Essa é a Lei do Universo.
Como expliquei, as máculas do Mundo Espiritual, ao
mesmo tempo em que influenciam a saúde do homem, afetam
as ervas, as árvores e principalmente as plantações, tornando-se
a causa da má colheita e do alarmante aparecimento de insetos
nocivos.”
Assim, procurando-se a origem do problema do meio
ambiente do Globo Terrestre, chega-se ao Soonen e Kototama
do homem, isto é, à sua maneira de pensar e de proferir as
palavras.
Deste modo, baseado nos Ensinamentos de MeishuSama, é importante ter gratidão por viver em harmonia com a
Grande Natureza e procurar ter um Soonen correto, palavras e
atos que possuam luz.
Além disso, é necessário que se reconsidere o
pensamento de que a Natureza deva ser conquistada pelo
homem. Estudando a Visão que Meishu-Sama tem da Natureza:
“perceber a presença de Deus dentro da natureza”,
“obedecendo a Lei da Natureza o homem poderá levar uma vida
feliz”, é necessário visar uma vida “associando o homem à
natureza”, “harmonia entre o homem e a natureza”. Enquanto
não despertar para estes pontos, é impossível solucionar,
realmente, o problema do meio ambiente do Globo Terrestre.
“As condições para gerar colheitas abundantes ou
carência de produção são criadas pelo comportamento do ser
humano.
Possuindo, por conseguinte, um coração sublime, que
constantemente cultive o sentimento de gratidão aos produtos
agrícolas, todos terão alimentos com fartura. Na verdade, o
agradecer intenso não desperdiça, não cria negatividade e, por
outro lado, conduz à maneira correta de lidar com o solo. Se
fosse, então, cultivada constante atitude de profunda gratidão à
agricultura, haveria suprimentos suficientes, e com sobras, para
83
o mundo inteiro.
O homem de hoje, porém, tem uma atitude totalmente
oposta. Age através de um soonen errado, de carência, de
avareza, de egoísmo, com o qual gera a escassez de produção.
Cria também todos os desastres agrícolas, bem como a própria
desarmonia climática da qual resultam as mais variadas
intempéries.”
5.2. Apoio proveniente da própria Natureza como a
seleção natural.
Um dos defensivos agrícolas mais empregados na
atualidade é o agrotóxico, ou seja, o produto químico utilizado
no combate e prevenção de pragas e doenças provenientes no
cultivo. Porém, além deste, existe o defensivo alternativo como
o de plantas companheiras e extratos de vegetais e insetos.
É importante saber, de forma conclusiva, que as pragas
se originam dos adubos. Aplicados ao solo, eles acabam
tornando-o impuro, modificam suas características, fazem
regredir sua capacidade e, ao mesmo tempo, deixam sujeiras
como resíduos. E óbvio que todas as matérias sujas apodrecem.
Aí aparecem larvas ou ovos, juntamente com bactérias. Se essa é
a lei da matéria, nela se enquadram as plantas. O aparecimento
de vermes nas fossas comprova o que se está dizendo. As várias
espécies de pragas originam-se dos diversos tipos de adubos.
Dizem que ultimamente surgiram novas espécies, mas isso nada
mais é que uma conseqüência do aparecimento de novos
adubos. O fato é evidenciado pela afirmação dos agricultores, de
que existem muitos insetos nocivos em locais próximos às
fossas.
Outro ponto importante é que quando aparecem pragas,
utilizam-se defensivos agrícolas para combatê-las, o que é
extremamente prejudicial. Os inseticidas são venenos e matam
os insetos, mas, quando se infiltram no solo, acabam
84
contaminando-o e enfraquecendo-o ainda mais. Assim, o que
nele for cultivado, sofrerá os danos causados por mais um
veneno, além dos tóxicos dos adubos. O solo, da mesma forma
que o homem perde a resistência, e as pragas se multiplicam. É
realmente um círculo vicioso. Nesse aspecto, inclusive, pode-se
notar o quanto a agricultura tradicional está errada.
Quando uma pessoa observa um solo do tipo putrefação,
acha que existem muitos microorganismos nocivos. Entretanto,
se não existir a bactéria produtora do ácido butírico, as bactérias
fotossintéticas, que se alimentam dessas substancias, não se
reproduzem, o que compromete o equilíbrio da Natureza. O
ideal é haver muitos microorganismos benéficos.
Considerando-se que o solo possui vida se tem que
admitir que ele produza os nutrientes necessários e que, ao
mesmo tempo, desenvolve um sistema ecofisiológico interativo,
que controla o surgimento de pragas e doenças, impedindo ou
combatendo insetos, protozoários, fungos e bactérias.
Meishu-Sama disse que, na verdade, não existe nem Bem
nem Mal. Isso porque a Vontade de Deus é o Bem absoluto. Foi
o ser humano que, por conveniência própria, começou a dividir
as coisas como “isso pertence ao Bem, aquilo pertence ao Mal”.
Em Biologia, esse processo é chamado de classificação artificial.
Por exemplo: se nasce algum mato, ele já é classificado como
sendo ruim. Mas, se for o pé de alguma verdura, diz-se que é
“mato bom”. Costuma se dizer que, na Natureza, as coisas
existem porque precisa existir independente de serem boas ou
ruins. Quando sua existência se torna desnecessária, pela
seleção natural, deixam de existir. E a Agricultura Natural se
baseia nesse ponto.
Uma planta aclimatada, chamada Seitaka Awadatisou,
começou a se expandir por todo o Japão, com incrível vigor,
numa certa época. Entretanto, se esta planta continuasse se
expandindo, acabaria expulsando as plantas que estavam no
lugar. E como teria ficado a Natureza? Recentemente, aquela
planta parou de crescer tanto. E não foi o homem que interferiu.
85
Quando um ser vivo começa a sobressair, a Natureza,
inevitavelmente, recupera o estado de harmonia onde
coexistem diversos tipos de seres vivos. Na Natureza jamais
acontece de um só tipo de ser vivo preponderar para sempre.
Observando-se em termos históricos, o mesmo ocorre na
sociedade humana. O que deixa claro que embora a ganância
humana seja a maior, nem ela consegue vingar por muito tempo.
Convém não esquecer que, ao mesmo tempo, que cada
planta invasora indica uma mensagem a ser interpretada, ela
também é sanadora de irregularidade que a natureza não
considera normal. Ou seja, as invasoras quando muito
agressivas, dominando a cultura, a terra já não devia ser mais
plantada, mas recuperada, porque ela perdeu sua produtividade;
se a cultura domina facilmente as invasoras, a terra ainda é
razoavelmente boa.
Dez anos atrás havia mais ou menos 193 pragas
conhecidas no Brasil. Atualmente existem mais que 520. Pelos
agrotóxicos elas aumentaram. Não adianta se inclinar sempre
mais pelos defensivos, pois o problema não é matar, mas sim
criar plantas sadias que não sejam atacadas. Nem insetos, nem
fungos ou bactérias ou algum outro bichinho podem resolver, de
livre e espontânea vontade, se querem comer uma folha ou
sugar sua seiva alguma substancias delas. Eles são apenas uma
“polícia sanitária”. O que se quer é produzir alimentos para
serem consumidos. Todavia, plantas fracas, que têm de ser
defendidas, dão alimentos pouco nutritivos, faltando muitas
substâncias básicas, e assim causando “doenças civilizatórias”.
Meishu-Sama adverte: “Outro problema advindo da
lógica científica diz respeito aos [agroquímicos] e agrotóxicos, os
quais têm sempre um efeito temporário. Só no começo
produzem algum resultado aparentemente satisfatório. Por essa
razão, os agricultores foram enganados e o uso de fertilizantes e
inseticidas se difundiu de maneira assustadora, trazendo enorme
destruição ao Planeta.”
86
5.3. Cuidado oriundo do Johrei ministrado na terra,
sementes e plantas.
“Nos últimos tempos, vem-se registrando um repentino
aumento de pragas na agricultura. E a situação se agrava a cada
ano, com o surgimento de novas espécies. Na verdade, essa
proliferação desordenada de tantos predadores nada mais é do
que uma ação purificadora intensificada pelo aumento do
espírito do fogo.
Outro fator determinante do aparecimento cada vez
maior desses seres nocivos às plantas é o emprego constante de
agrotóxicos. Quando elementos artificiais são lançados ao solo,
as plantas os absorvem e acumulam as toxinas que deles
decorrem. É justamente por causa desse tipo de impureza que
os insetos atacam as lavouras, pois, na verdade, vão à procura
de algo que os sustente. Acontece que, ao buscarem o próprio
alimento, as pragas consomem também a planta inteira que, em
conseqüência, adoece e morre. Por outro lado, o solo fica
privado de sua vitalidade natural pelo fato de ter sido
envenenado.
Daí ser importante ministrar Johrei, quando se inicia a
prática da Agricultura da Grande Natureza numa terra onde
foram aplicados anteriormente fertilizantes ou inseticidas.
Assim, à medida que o solo for sendo purificado, recupera a sua
vitalidade original, concedida por Deus e, livre de quaisquer
elementos estranhos à sua essência, começa a gerar produtos
puros, de incalculável valor alimentício.
Também em relação às sementes, devem os agricultores
tomar o mesmo cuidado. Caso tenham sido contaminadas por
agrotóxicos, é necessário que lhes seja aplicado Johrei antes da
semeadura. Dessa forma, eliminam-se as toxinas nelas contidas
e anula-se a vibração dos venenos. Além disso, ficam
energizadas pela Luz Divina, o que lhes assegura melhores
resultados durante o período de germinação.
87
Um processo semelhante ao das plantas ocorre também
com o corpo humano. À medida que novos medicamentos vão
sendo inventados, outros tipos de doença começam a surgir. De
modo análogo ao que acontece em conseqüência dos
agrotóxicos nas plantações, os vírus e bactérias atacam o corpo
humano para se alimentar, pois as toxinas oriundas dos
remédios ingeridos são nutrientes indispensáveis à vida desses
microorganismos. Não adianta, pois, combatê-los com
antibióticos. É preciso, sim, queimar as máculas espirituais e
eliminar as impurezas da parte física através do recebimento
freqüente de Johrei. Assim, purificados, corpo e espírito ficarão
imunes ao ataque de vírus e bactérias, pois estes jamais
encontrarão ali o alimento de que necessitam.
É por isso que, como sempre estou alertando, onde quer
que existam toxinas, vai surgir uma ação purificadora para
eliminá-las, seja provocada por pragas, seja por vírus ou
bactérias.
Tais processos de limpeza estão ficando, a cada dia, mais
acelerados devido ao aumento do espírito do fogo. Embora seja
essa uma energia própria do Mundo Espiritual, manifesta-se
também intensamente na Terra como conseqüência da Lei
segundo a qual o espírito precede a matéria.
Então, qualquer ação purificadora deve ser entendida
como um dos princípios fundamentais que regem as obras
divinas e manifestam a vontade do Criador.”
5.4. Defesa em manter maciez, aquecimento e
umidade adequados.
“Alguns cuidados devem ser tomados para que o solo
manifeste todo o seu potencial. Por exemplo, para aquecê-lo, é
bom picar a palha de arroz e misturá-la com a terra. Também
deixar que folhas e capins secos se decomponham até ficarem
bem moles e depois misturá-los com bastante terra. Com isso, a
88
raiz do vegetal não vai encontrar dificuldade para crescer, o que
normalmente acontece quando o solo está duro.
Freqüentemente ouve-se dizer que é preciso deixar a
terra fofa para permitir a entrada do oxigênio na raiz. Na
verdade, porém, a terra tem de estar macia para facilitar o
crescimento da raiz. O ideal é que se misturem ao solo capim e
folhas secas para o plantio de verduras com raízes curtas. Já, no
caso de vegetal com raiz longa, a camada de folhas e capins
secos deve atingir, mais ou menos, trinta centímetros abaixo do
solo para aquecê-la bem. É importante ter bem claro que esse
processo não representa adubo; visa apenas ao aquecimento da
terra. Com isso, ela permanece fofa, mantendo a umidade
natural na superfície. Assim a planta fica protegida e não seca
demasiadamente.”
89
90
6. PRODUÇÃO
“Neste
sentido,
tenciono
conduzir
os
empreendimentos executados por nossa Instituição e os
projetos que doravante serão postos em prática nessa linha.
Como um dos passos que demos recentemente para essa
concretização, citarei um terreno elevado e seco, com área de
aproximadamente 330 mil metros quadrados, de clima
ameno, paisagem pitoresca e rico em ondulações suaves,
situado a uns quatro quilômetros de Atami, na direção do
passo Jikkoku. Tem água em abundância e conta com
instalações elétricas completas. Arrendando-o gratuitamente
de certa pessoa adepta de obras caridosas, iniciei sua
exploração, a qual é levada a efeito, escusado dizer, tão
somente pelo serviço braçal voluntário dos fiéis.
Grosso modo, são dois os objetivos deste
empreendimento. Um visa a aumentar a produção de
alimentos, pelo seu cultivo sem o emprego de adubos,
mostrando à sociedade não a teoria, mas resultados reais.
Com isto, pretendo auxiliar na resolução do problema
alimentar. Esta fazenda dispõe atualmente de arrozais e
outras plantações, no total de três hectares, e algumas
cabeças de gado leiteiro. É bastante ensolarada, pois acha-se
distante de montanhas altas, podendo a vista abranger toda a
orla marítima de Atami. Além do mais, há nela 300 mil pés de
ciprestes e 70 mil pés de cedros japoneses, todos contando
vinte ou trinta anos, de forma que há a vantagem de não
carecermos no futuro de material de construção. Estou a
elaborar um plano agrícola dos mais diversificados na medida
do possível, com a futura inclusão de pomares, cultivo de
flores, avicultura, gado bovino, indústria de laticínios, criação
de gado lanífero e outros.”
91
6.1. Iniciada com excelente progresso.
“No dia 16 de abril de 1952, à noite, recebi um relatório
sobre a Agricultura da Grande Natureza praticada na Ilha de
Sado, no Estado de Niigata.
Para comentar os resultados desse trabalho, resolvi fazer,
no dia seguinte, uma mesa redonda à qual compareceram trinta
plantadores de arroz.
Pude, então, constatar que não houve queda na
produção de nenhum deles. Pelo contrário, desde o início,
grande progresso. A maioria está praticando a agricultura sem
agrotóxicos há um ou dois anos. A qualidade do arroz melhorou
bastante e o fato está repercutindo favoravelmente na região.”
“Em geral as pessoas não conseguem aceitar minha tese
sobre a Agricultura Natural. Ficam pasmadas com ela, pois
acham que é uma visão completamente diferente em relação à
agricultura. Mas a verdade é que não só os produtos agrícolas,
mas o próprio homem se encontra intoxicado pelos adubos.
Muitos depositam confiança na tese por ser minha.
Apesar disso, colocam-na em prática meio temerosos,
experiência confessada em todos os relatórios. Antes, porém, da
colheita, ocorre uma surpreendente mudança na plantação e
conseguem-se excelentes resultados, superando todas as
expectativas.
É desnecessário afirmar que "mais vale um fato que cem
teorias". Creio que, em conseqüência dessa importante
descoberta, não apenas ocorrerá uma grande revolução na
agricultura japonesa, como também poderá haver, um dia, uma
revolução na agricultura em escala mundial. Sendo assim, esta
grande salvação da humanidade será uma boa-nova sem
precedentes; para a nossa Igreja, entretanto, cujo objetivo é a
construção do Paraíso Terrestre, não passará de algo mais do
que óbvio.”
92
6.2. Alicerçada na construção do Paraíso Terrestre.
“O objetivo da Igreja Messiânica Mundial é a construção
do Paraíso Terrestre. Mas o que significa isso? Obviamente, o
Paraíso Terrestre é o mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo.
Método para obtenção da saúde - o Johrei - é a vida de nossa
Igreja, e a Agricultura Natural, são meios de que nos utilizamos
para materializá-lo.”
Meishu-Sama também profetizaria algo que já está
ocorrendo, ou seja: a situação da utilização de defensivos e
fertilizantes iria se tornar cada vez mais séria, a ponto de se ter
alimento, mas este não poder ser consumido.
"Brevemente chegará uma época em que, mesmo
existindo alimentos com fartura, não haverá nada que possa ser
comido."
Obviamente este problema tem que ser resolvido, e
também é de se esperar que, na hora certa, irão aparecer pólos
agrícolas, empresas, bem como pessoas para solucionarem esta
questão. E isso também já está acontecendo, não só com a
criação de pólos agrícolas e a criação de empresas como
também pessoas físicas.
“Há mais de dez anos descobri e venho propondo o
método agrícola que, dispensando o uso dos adubos químicos e
do estrume de origem animal e humano, possibilita a obtenção
de grandes colheitas. Naquela época, conquanto eu me
esforçasse bastante, tentando convencer os agricultores,
ninguém queria me ouvir. Entretanto, é minha convicção desde
o princípio, que o método natural de cultivo representa a
Verdade Absoluta, e estou certo de que todos chegarão à
mesma conclusão, compreendendo também que, se não se
apoiarem nisso, não só os agricultores nunca poderão ser salvos,
mas o próprio destino da nação ficará comprometido. É por esse
motivo que venho insistindo no assunto até hoje.
93
Como a situação foi se tornando séria exatamente como
eu temia que acontecesse - não sei se feliz ou infelizmente sinto uma necessidade cada vez maior de fazer os agricultores
japoneses e todos os povos entenderem a Agricultura Natural.
Comecei, também, a enxergar luz no futuro da nossa agricultura,
motivo que me leva a anunciá-la aqui de maneira ampla, certo
de que afinal chegou a hora.”
No sentido da Agricultura sem Adubos ajudar o Johrei e o
Belo é algo por demais compreensível, por gerar alimentos
saudáveis e com isso o corpo humano ficar limpo e assim não
dificultar a canalização da luz divina e nem a capacidade de criar
e apreciar as artes de maneira ampla. No sentido do Johrei se
tem mencionado bastante.
“Com as considerações que acabamos de tecer sobre a
Agricultura Natural, os leitores deverão ter compreendido o
quanto a agricultura tradicional está errada. Evidentemente, o
novo método não tem nenhuma ligação com a fé, bastando
apenas se utilizar os compostos naturais para se obterem
resultados revolucionários. Devem, contudo, reconhecer que,
somando-se a esse procedimento a purificação do solo através
da Luz de Deus, conseguem-se melhores resultados ainda.”
“Daí ser importante ministrar Johrei, quando se inicia a
prática da Agricultura da Grande Natureza numa terra onde
foram aplicados anteriormente fertilizantes ou inseticidas.
Assim, à medida que o solo for sendo purificado, recupera a sua
vitalidade original, concedida por Deus e, livre de quaisquer
elementos estranhos à sua essência, começa a gerar produtos
puros, de incalculável valor alimentício.
Também em relação às sementes, devem os agricultores
tomar o mesmo cuidado. Caso tenham sido contaminadas por
agrotóxicos, é necessário que lhes seja aplicado Johrei antes da
semeadura. Dessa forma, eliminam-se as toxinas nelas contidas
e anula-se a vibração dos venenos. Além disso, ficam
energizadas pela Luz Divina, o que lhes assegura melhores
resultados durante o período de germinação.”
94
Mas não se deve esquecer o objetivo do Johrei:
Além de não usar agrotóxico de espécie alguma, é bom
ministrar Johrei nas plantações e nas sementes para queimar as
toxinas que ainda permanecem nelas. Entretanto, quando
estiverem purificadas, não haverá mais necessidade de Johrei.
É preciso, então, ficar bem claro que o único objetivo da
canalização da Luz Divina nas lavouras é a retirada, por
completo, dos resíduos tóxicos que, por ventura, ainda existam
tanto no solo quanto nas plantas. Uma vez eliminadas todas
essas impurezas, a Grande Natureza se encarrega de exercer
plenamente a sua função, qual seja, oferecer condições de
vitalidade para que todas as plantas se desenvolvam, frutifiquem
e produzam os alimentos indispensáveis à humanidade.
Meishu-Sama torna a reforçar a relação Johrei e
agricultura dentro de certos limites:
“Gostaria que ficasse bem claro não ser meu intento usar a
Agricultura da Grande Natureza como um meio de divulgação da
Doutrina. Pelo contrário, são pontos bem diferentes.
Então, quando ensino que se deve ministrar Johrei no solo,
estou apenas oferecendo aos agricultores mais um recurso para
ajudá-los a acelerar o processo de limpeza. Eliminadas as
toxinas, o que acontece após quatro ou cinco anos, não haverá
mais necessidade de Johrei, pois a terra já terá recuperado toda
a sua força vital.
É preciso, portanto, ficar bem clara a noção de que a terra
purificada age por si mesma; por isso, qualquer pessoa, mesmo
não fazendo parte da Igreja Messiânica, pode praticar
Agricultura da Grande Natureza e colher excelente frutos. Essa é
a principal verdade a ser difundida entre os agricultores.
Ninguém pode, portanto, ter a intenção, por menor que
seja, de divulgar o Johrei como condição indispensável ao
sucesso das lavouras. Este depende da pureza do solo,
resultante da ausência total de qualquer tipo de agrotóxico.”
Mais uma vez sobre os feitos do Johrei sobre a
Agricultura da Grande Natureza.
95
“Ao ser praticada a agricultura da Grande Natureza, o
efeito do Johrei se torna também mais evidente. Tenho
observado, com freqüência, esse comportamento quando ouço
o testemunho dos agricultores.
É normal que o solo não consiga manifestar, na sua
totalidade, a força reprodutiva porque se encontra estagnado
em conseqüência das inúmeras impurezas que lhe foram
acrescentadas. Em tais circunstâncias, o poder vital da terra é
impedido de exercer a sua função específica, qual seja permitir
que as plantas se multipliquem. Toda essa péssima situação é,
de fato, criada pelo emprego de adubos. Estes provocam não só
o desgaste do solo, como inúmeros outros prejuízos aos
agricultores e um enorme sofrimento aos consumidores em
geral.
De acordo com o que me foi revelado por Deus, o uso de
fertilizantes químicos ou orgânicos, bem como de qualquer tipo
de praguicida constitui um grande erro. O ponto focal da
Agricultura da Grande Natureza consiste na prática de uma
cultura extremamente natural, num solo isento de agrotóxicos
ou agentes artificiais. Portanto, quanto mais purificada for a
terra, maior será o resultado das colheitas.
Acredito também que os agricultores queiram saber a
razão pela qual o Johrei ministrado nas plantações produz
resultados surpreendentes.
Para melhor compreensão, é bom relembrar o princípio
de que todos os seres criados por Deus são compostos de
espírito e matéria. Naturalmente o solo e as plantas, como
elementos de origem divina, também o são. Daí que, havendo
contaminação por agrotóxicos, o espírito da terra fica repleto de
máculas. Estas, porém, diminuem quando se ministra Johrei.
Além disso, o solo revitaliza-se. Como resultado, as plantas
adquirem maior capacidade de desenvolvimento. Por outro lado,
os resíduos de fertilizantes ou praguicidas que, por ventura,
estejam acumulados nas plantas são também eliminados.
Dessa forma, pela Lei da Precedência do Espírito sobre a
96
Matéria, ambos os elementos - terra e plantas - readquirem a
sua força vital, crescem e se reproduzem com mais força, toda
vez que são purificados pela Luz de Deus.”
No que diz respeito ao Belo ajudar a Agricultura pode ser
sentida quando Meishu-Sama afirma: “Deixam, então, de
praticar a verdadeira arte agrícola.”
Também é sentida quando sutilmente ele levava a sério o
fato de agradecer as oferendas feitas pelos membros. Por
exemplo, mesmo que fosse um peixe ou uma cenoura da
Agricultura Natural, comia-os demonstrando estarem muito
saborosos e perguntava duas, e até três vezes: “Quem é que
trouxe isto?” Fazia, inclusive, com que um dedicante registrasse
num livro o nome das pessoas que tinham feito oferenda e à
noite olhava-o. Ficava muito agradecido quando se tratava de
oferendas feitas com amor. Entretanto, percebia logo aquelas
em que não havia esse sentimento. Mesmo que se lhe
oferecesse algo, dizendo: “Isto é produto da Agricultura
Natural.” – depois Meishu-Sama dizia: “Isso é mentira.” Nunca,
em absoluto, o doador conseguia enganá-lo.
6.3. Adequada aos moradores da região cultivada.
“Apesar de existir alguma diferença, dependendo do
clima e das características da região, todos os alimentos são
produzidos de maneira adequada às pessoas aí nascidas."
6.4. Ligada ao espírito da terra e a influência das
árvores e sombras das montanhas.
É importante ainda esclarecer bem que as diferenças
regionais estão ligadas à intensidade de manifestação do espírito
da terra, fato que ninguém, na verdade, percebe. Vou, por isso,
explicá-las com mais detalhes.
No centro do Globo Terrestre existe uma bola de fogo da
97
qual está sendo constantemente irradiada uma força vital que
ultrapassa a crosta e se expande fora, modificando o solo,
provocando rachaduras, através das qual a energia da terra
ganha ainda mais força para difundir-se, chegando, com o
tempo, a solidificar-se em forma de minerais, determinando
também o aparecimento de diferentes regiões, cada uma com
suas características próprias.
Cada localidade recebe ainda grande influência das
árvores que ali nascem. No Japão, por exemplo, quando chove,
muitas delas liberam um sumo que provoca mudanças no solo.
Outras modificações marcantes são verificadas nos locais
onde se projetam as sombras das montanhas.
Em cada uma dessas diferentes áreas, vai surgir uma
variedade ou espécie de arroz. É errado, então, levar sementes
de um lugar para outro, especialmente em se tratando de longas
distâncias.
Portanto, cada local, de acordo com a condição de solo,
gera a sua própria semente, adaptada às condições climáticas
regionais. Não importa, pois, a variedade, mas a pureza do
produto. Com um ano de cultivo na Agricultura da Grande
Natureza, já se conseguem sementes boas.
6.5. Determinada pelas variações climáticas e
potencial hidráulico.
O Criador lançou, na terra, apenas um tipo de arroz na
época da criação. Com o passar do tempo, as variações
climáticas e o potencial hidráulico de cada região foram
determinando o aparecimento de uma variedade enorme de
sementes.
98
6.6. Abençoada em seus produtos.
“Eu plantava um pouco de verdura no terreno abaixo Solar
da Montanha do Leste e, sempre que cultivava inhame, por
exemplo, gostava de oferecer os primeiros a Meishu-Sama.
Mandava então minha filha pergunta-lhe se os queria e ele
respondia: “Ficarei muito contente.” Na primeira oportunidade
em que nos encontrávamos, dizia-me: “Aquele inhame estava
gostoso. Agora, tente cultivar pelo método da Agricultura
Natural ficam ainda mais deliciosos. Experimente!”. Assim, ele
agradecia até mesmo um inhame. Isso é algo que nem todos
conseguem praticar.”
Seus produtos não devem ser desperdiçados, pois, seria o
mesmo que jogar fora esforço e amor por cultivadores.
"Eu não estou com vontade de comer espinafre. É que,
há pouco, quando saí, vi, no lixo, uns molhos um pouco
amarelados. Esse espinafre foi trazido de longe, por um fiel que
conseguiu cultivá-lo com muito custo e amor, utilizando o
método da Agricultura Natural, preconizado por mim. Se vocês
se colocassem no lugar da pessoa que o cultivou, não
conseguiriam jogá-lo fora assim tão facilmente."
Outro exemplo, Meishu-Sama gostava de batatas-doces
cozidas no vapor e comia-as as manhã, por volta da 8 horas,
tendo preferência pelas batatas produzidas em Kawagoshi.
Certa vez, foram-lhe oferecidas batatas daquela região,
mas naquele ano a produção não tinha sido boa no país inteiro.
Assim, entre as batatas oferecidas, havia umas bem pequenas.
No início, o cozinheiro foi cozinhando as maiores, mas, no
fim, sobraram só as do tamanho de um polegar. Então,
pensando serem muito pequenas para oferecê-las a MeishuSama, cozinhou e levou-lhe batatas de outra procedência. Daí,
ele lhe perguntou: “Aquelas batatas já acabaram?” O cozinheiro
respondeu-lhe: “Como sobraram só as pequenas, achei que não
convinha oferecer-lhe e servi estas.” Então Meishu-Sama lhe
99
disse: “Estou me alimentando, principalmente, do amor dos
membros. Se as batatas são grandes ou pequenas, isso não é
problema.”
“Os produtos alimentícios devem ser puros, saborosos,
atraentes, escolhidos entre os melhores de acordo com as
possibilidades. Com esses cuidados, a vontade de Deus estará
sendo respeitada sempre e a beleza cultuada através da escolha
e preparo dos alimentos.”
6.7. Lembrada que os agroquímicos e agrotóxicos
turvam o sangue.
"Na Medicina, os fertilizantes são os remédios. 'O solo
enfraquece por receber fertilizantes' e 'a saúde enfraquece por
se tomar remédios'. A lógica é a mesma e, nesse aspecto, seria
excelente fazer com que a Medicina a compreendesse. Nessa
mesma linha de pensamento, entende-se também que, por se
aplicarem fertilizantes, estes prejudicam extremamente a saúde
humana.
Por isso, até hoje, vim falando muito sobre as toxinas
medicinais. Sem dúvida, elas são ruins, mas os tóxicos dos
fertilizantes aplicados ao arroz também turvam o sangue, de
modo que os fertilizantes e os remédios vieram maltratando o
ser humano até agora. Breve, lançarei uma tese sobre isso, onde
escrevi: 'Dá para se entender quão forte e resistente o Criador
fez o corpo do homem. O fato de ele estar vivo, mesmo
ingerindo tantos produtos tóxicos, mostra como o corpo do ser
humano é realmente forte'."
Algumas vezes, já foi explicado que as pragas surgem em
conseqüência do uso de adubos e inseticidas. Como são
substâncias tóxicas, contaminam o solo, alterando a essência de
sua composição e, ao mesmo tempo, diminuindo-lhe a
capacidade vital. Assim, um terreno enfraquecido passa a ser um
depósito aberto às impurezas.
100
É notório também que, numa terra contaminada, as
plantas apodrecem com muita facilidade, fato que determina o
surgimento de pragas e bactérias, pois esses microorganismos
encontram, nos lugares impuros, o ambiente propício para se
desenvolverem.
Por outro lado, faz parte da Lei da Purificação, aplicável a
tudo no universo, o princípio segundo o qual, onde existirem
impurezas, deverá haver uma maneira de eliminá-las. Daí, então,
que um solo envenenado por agrotóxicos exige a presença das
pragas para purificá-lo. Apesar de, em situações como essas, tais
microorganismos serem benéficos, têm ocasionado, nos últimos
tempos, grandes transtornos aos agricultores.
Como é do conhecimento, em especial, daqueles que
lidam com a terra, são grandes as dificuldades causadas pelo alto
preço dos adubos e pela insistente presença de pragas nas
lavouras, além de outros infortúnios provocados por ventos,
chuvas e secas. Para comprovação, basta observarem os locais
onde se armazenam adubos. Nesses ambientes, de uma maneira
geral, aparecem muitos germes. Inclusive, nos últimos tempos,
tem-se noticiado, com freqüência, o surgimento de estranhas
pragas devido ao emprego de novos tipos de fertilizantes.
De outra parte, sabe-se também que, onde surgem esses
seres daninhos, os agricultores sempre utilizam fortes inseticidas
para combatê-los. Por se tratar de um produto venenoso, todo
defensivo agrícola contém toxinas altamente perigosas. Estas, ao
se infiltrarem no solo, causam danos irreparáveis à vida das
plantas bem como à vitalidade da terra.
Dessa forma, então, qualquer planta cultivada num meio
impuro vai receber, além do veneno do adubo, a toxina já
existente no solo, oriunda dos fertilizantes e praguicidas usados
em culturas anteriores. Em conseqüência desse procedimento
incorreto, a terra vai ficando cada vez mais debilitada e, como
acontece ao organismo humano, perde a imunidade. Daí passa a
constituir um ambiente propício à proliferação de pragas, num
ritmo bastante veloz, gerando um círculo vicioso e incontrolável.
101
Portanto, ao ser observado apenas essa realidade, já é
possível perceber que a agricultura convencional está errada.
Além disso, como se ainda não bastasse, o alto teor tóxico do
sulfato de amônia, um dos componentes do adubo químico,
afeta profundamente a vida humana. Então, toda vez que
alguém ingere qualquer tipo de alimento como, por exemplo, o
arroz cultivado à base de adubo contendo amônia, também fica
com o seu corpo contaminado pelo mesmo veneno.
É bom meditar, pois, atentamente sobre essas verdades,
procurando colocá-las em prática através da busca de uma
alimentação saudável.
Aprende-se que, mais do que uma relação de
mutualidade, o espírito e o corpo são unos e coesos. Focalizando
o fenômeno do sangue sujo, Meishu-Sama explica: “Primeiro, o
sangue se suja e, como consequência, o espírito fica maculado.
Originariamente, o sangue é a materialização do espírito e,
reciprocamente, o espírito é a espiritualização do sangue. Isso
mostra a identidade do espírito e da matéria."
“Com a ingestão constante de produtos contaminados
por agrotóxicos, o organismo humano vai acumulando toxinas.
Estas, por sua vez, penetram no sangue, deixando-o impuro.
Desse modo, o corpo se torna um ambiente propício à
proliferação de bactérias que aí se infiltram e se desenvolvem
facilmente.
Conforme já afirmei em outras ocasiões, vírus e bactérias
só sobrevivem em locais onde encontram alimentos adequados.
E que pode haver de melhor para esses microorganismos, além
de um sangue impuro e uma grande concentração de toxinas?
Um organismo em tais condições permite, pois, que eles se
infiltrem com facilidade. E, uma vez instalados e bem protegidos
por inúmeras impurezas, começam a gerar as mais variadas
doenças que se manifestam de diversas maneiras.
A medicina atual, contudo, ainda não sabe por que
algumas pessoas sofrem determinadas moléstias e outras não,
embora todas tragam, dentro de si, muitos vírus e bactérias.
102
Sobre esse assunto, já falei algumas vezes, mas, mesmo assim,
quero agora retomá-lo em uma síntese.
Como já foi visto, tanto os vírus como as bactérias se
alimentam das impurezas presentes no sangue e, dessa forma,
vão-se reproduzindo. Portanto, somente quem possui, no seu
organismo, uma fonte de sobrevivência para esses
microorganismos perniciosos, desenvolve doenças.”
6.8. Relembrada que eles acarretam aumento e
variedade de pragas e insetos.
“Nos últimos tempos, vem-se registrando um repentino
aumento de pragas na agricultura. E a situação se agrava a cada
ano, com o surgimento de novas espécies. Na verdade, essa
proliferação desordenada de tantos predadores nada mais é do
que uma ação purificadora intensificada pelo aumento do
espírito do fogo.
Outro fator determinante do aparecimento cada vez
maior desses seres nocivos às plantas é o emprego constante de
agrotóxicos.”
“Atualmente os agricultores têm sido vítimas do aumento
e da variedade de pragas e insetos causadores de danos às
plantações.
É de se notar também que os agrônomos não se
preocupam em descobrir a causa do aparecimento desses seres
maléficos; apenas pensam em como exterminá-los.
Na verdade, insetos e pragas resultam do uso de adubos
orgânicos ou químicos, bem como de inseticidas que se infiltram
no solo e se transformam em agentes produtores de novas
espécies nocivas.
De acordo com a Lei da Natureza, sempre que se
acumularem substâncias impuras ou duvidosas em qualquer
ambiente, uma ação purificadora ocorre automaticamente como
um método corretivo. Da mesma forma, quando fertilizantes
103
artificiais ou inseticidas são lançados ao solo, as plantas os
absorvem e se tornam tóxicas. Como uma conseqüência natural,
aparecem insetos nocivos que vão aumentando em quantidade
e espécie, de acordo com a variedade dos produtos químicos
empregados. Assim acontece porque, na verdade, os elementos
tóxicos nada mais são que alimentos próprios para insetos. Daí o
aparecimento deles em grande quantidade nas plantações,
como se fora uma atividade purificadora, para restaurar o
equilíbrio.”
104
7. VANTAGENS
Meishu-Sama declara: “Deixando de lado as teorias vou
explicar na prática, as vantagens da Agricultura Natural.” “A
seguir, enumero, de forma rápida, as vantagens econômicas do
cultivo natural.”
7.1. O prejuízo causado pelas pragas e insetos nocivos
diminuirá muito.
O maior problema, talvez, seja o aparecimento de pragas.
Sem pesquisar as causas dessa ocorrência, concentra-se todo o
empenho no sentido de combatê-las. Mas é provavelmente por
desconhecerem a causa das pragas que os agricultores se
empenham na sua eliminação. Na verdade, elas surgem dos
adubos, e o aumento das espécies de pragas é decorrente do
aumento dos tipos de adubos. Os agricultores desconhecem
também, que os pesticidas, ainda que consigam eliminá-las,
infiltram-se no solo, causando-lhe prejuízos e tornando-se a
causa do aparecimento de novas pragas.
“Ultimamente fala-se muito em solo ácido, mas a causa
da acidez está nos adubos. Portanto, o problema desaparece
quando se deixa de usá-los.
Quanto às pragas, com a eliminação dos adubos seu
número poderá não chegar a zero, mas reduz-se a uma fração do
atual. Os próprios agricultores afirmam que o excesso de adubos
aumenta as pragas.”
Como já foi visto, o aparecimento de pragas e insetos
provém do uso de adubos e inseticidas. Abandonando-se, então,
o emprego desses venenos, é claro, não haverá mais ambiente
favorável para que surjam tais seres daninhos.
105
7.2. A safra aumentará enormemente.
Absorvendo os adubos, as plantas enfraquecem bastante
e tornam-se facilmente quebradiças ante a ação dos ventos e
das águas. Como ocorre a queda das flores, os frutos são em
menor quantidade. Além disso, pelo fato de as plantas
alcançarem maior altura e suas folhas serem maiores, os frutos
acabam ficando na sombra, o que, no caso do arroz, do trigo, da
soja, etc., faz com que a casca seja mais grossa e grãos sejam
menores.
“O método agrícola utilizado atualmente consiste na
fusão do método primitivo com o método científico. Julga-se que
houve um grande progresso, porém os resultados mostram
exatamente o contrário, conforme se podemos constatar pela
grande diminuição da produção no ano passado. Os pés de arroz
não tinham força suficiente para vencer as diversas calamidades
que ocorreram, e essa foi a causa direta daquela diminuição.
Mas qual a causa do enfraquecimento dos pés de arroz? Se eu
disser que o fenômeno foi causado pelo tóxico chamado adubo,
todos se surpreenderão, pois os agricultores, até agora, vieram
acreditando cegamente que o adubo é algo imprescindível no
cultivo agrícola. Devido a essa crença, ao pouco conhecimento
dos agricultores e à cegueira da Ciência, não foi possível
descobrir os malefícios dos adubos.”
“Os danos causados pelas chuvas e ventos tendem a
aumentar de ano para ano, e tanto o governo como o povo
estão bastante preocupados em evitá-los. As obras preventivas
são de altíssimo custo, de modo que, no momento, adotam-se
apenas soluções improvisadas; todavia, alguma coisa deverá ser
feita, já que os prejuízos se repetem a cada ano. Atualmente,
não há alternativa a não ser procurar diminuí-los.
Com a Agricultura Natural, entretanto, as raízes das
plantas se tornam mais resistentes, a incidência de quebra dos
caules é mínima, e não ocorre queda das flores nem
106
apodrecimento dos caules após a irrigação. Mesmo quando as
outras áreas de plantio são afetadas consideravelmente, as da
Agricultura Natural sofrem danos irrisórios, o que as pessoas
acham muito estranho. Observando as extremidades das raízes,
vemos que elas apresentam formações capilares mais longas e
em maior quantidade que as das plantações convencionais,
circunstância que lhes proporciona enorme resistência nessas
ocasiões.”
A principal força para o crescimento das plantas é o
espírito da terra, constituído de um poder trino: fogo, água e
terra. Portanto todos os bons resultados da agricultura provêm
dessa energia.
Então, a condição fundamental para o cultivo é o
fortalecimento da vitalidade da terra, através da repulsa ao uso
de qualquer tipo de substância artificial que possa contaminar e
enfraquecer o solo que tem em si uma poderosa força de
germinação.
Pode-se, pois, afirmar que um dos maiores erros da
agricultura atual é a poluição imposta ao solo pela crença de
que, para uma boa colheita, é preciso empregar fertilizantes
químicos ou orgânicos. Indubitavelmente, durante um curto
período, obtêm-se bons resultados. Contudo, com o passar do
tempo, a terra enfraquece e as colheitas diminuem.
O Fundador da Messiânica explicita que se estabelecendo
analogia com o homem, está comprovado que as pessoas que
comem apenas alimentos frescos e sem tóxicos são sadias. O
mesmo acontece com as plantas, e isso não se limita ao trigo ou
arroz. Segundo os agricultores, as plantas de baixa estatura e
folhas pequenas são as que oferecem as melhores safras, as que
dão mais frutos. É justamente o que ocorre na Agricultura
Natural; pode-se ver, portanto, como ela é ideal. Além do mais,
seus produtos apresentam excelente qualidade e sabor,
reconhecidos por todos aqueles que já a experimentaram. A
razão disso é que, quando se utilizam adubos, os nutrientes são
absorvidos na maior parte pelas folhas, o que as faz crescer
107
demasiadamente afetando a frutificação. Acrescente-se que a
quantidade de arroz obtida através da Agricultura Natural é bem
maior; já se conseguiram até cento e cinqüenta brotos com uma
só semente, resultado em cerca de quinze mil grãos - recorde
admirável. Outra característica do arroz produzido por esse
método é que a sua palha se apresenta bastante forte e fácil de
ser trabalhada.
Por exemplo, o cultivo de bicho-da-seda com folhas de
amoreira tratada sem adubos, o animal não adoece, seus fios
são de muito boa qualidade, resistentes, brilhantes, e a
produção aumenta. Tal prática ocasiona uma grande evolução
no mundo da sericultura e traz incalculáveis benefícios à
economia do país.
7.3. Os gastos com adubos serão dispensados.
Ultimamente, o preço dos adubos tem aumentado muito,
de modo que a despesa que se tem com eles quase empata com
a receita oriunda da venda da colheita, o que acaba forçando a
sua venda no mercado negro.
É uma conseqüência óbvia, uma vez que muitas despesas
com fertilizantes e inseticidas deixam de existir.
7.4. Os trabalhos diminuirão pela metade.
O trabalho que se tem com a compra e a aplicação de
adubos e inseticidas são excessivos.
O não-emprego de fertilizante evita vários transtornos ao
trabalhador como, por exemplo, sentir o odor desagradável
exalado pelos adubos, ou correr o risco de intoxicação e até
mesmo de uma doença grave.
108
7.5. Os produtos aumentarão de peso especifico, não
diminuirão de volume ao serem cozidos.
Uma outra vantagem do cultivo natural é que ela
aumenta o volume no preparo e a satisfação quando ingerido,
esplêndido para a economia individual e nacional.
De fato, Meishu-Sama descreveu a seqüência dos fatos
que ocorrem com a mudança da agricultura tradicional para a
natural. No caso do arroz, ao transplantar-se a muda para o
arrozal alagado, durante algum tempo a coloração das folhas
não é boa, e os talos são finos; geralmente o visual é bem
inferior ao de outros arrozais. Isso dá ensejo à zombaria por
parte dos agricultores das proximidades, o que leva o plantador
a vacilar, questionando se está no caminho certo. Cheio de
preocupação e intranqüilidade, ele começa a fazer promessas a
Deus. Entretanto, passados dois ou três meses, os pés de arroz
começam a apresentar-se com mais vigor, melhorando tanto na
época do florescimento, que o agricultor se sente aliviado.
Finalmente, por ocasião da colheita, estão com o crescimento
normal, ou acima dele. Ao se proceder a colheita, a quantidade
do arroz sempre ultrapassa as previsões; além disso, ele é de
boa qualidade, tendo brilho, aderência e sabor agradável.
Geralmente é um produto de primeira ou segunda classe,
podendo-se dizer que não aparecem tipos abaixo desse nível de
classificação. E mais ainda: seu peso varia de 5 a 10% acima do
peso do arroz cultivado com adubos, e, o que é especialmente
interessante, devido à sua consistência é um arroz que não se
reduz com o cozimento, antes duplica ou triplica seu volume.
Sustenta tanto que, mesmo comendo 30% menos a pessoa se
sente plenamente satisfeita. Logo, há uma grande vantagem do
ponto de vista econômico. Se todos os japoneses comessem
arroz cultivado pelo método da Agricultura Natural, se teria um
resultado igual ao que se obteria se a produção fosse aumentada
109
em 30%, tornando-se desnecessária a importação de arroz. E
como isso seria esplêndido para a economia nacional!
7.6. Terão um delicioso sabor e aroma.
Os produtos obtidos não são saborosos e as suas
qualidade e quantidade são menores do que o da Agricultura
Natural que são mais saborosos e apresentam melhor
crescimento em tamanho e em termos numéricos.
Meishu-Sama: “Acredito que hoje ninguém saiba qual é o
verdadeiro sabor, dado pelo Céu, a cada alimento porque todos
são produzidos com fertilizantes orgânicos ou químicos. Se, ao
contrário, fosse permitido que a planta absorvesse naturalmente
a nutrição do próprio solo, como seria, por exemplo, saborosa
uma verdura. Para mim, desde que conheci o gosto de um
alimento sem fertilizantes, a minha felicidade e a alegria de viver
aumentaram.”
O mesmo no cultivo do fumo. Com relação ao charuto,
sabe-se que o melhor é o produzido em Manila e Havana. Não
apresenta folhas bichadas e tem excelente aroma; um
especialista no assunto diz que na sua produção não se utilizam
adubos. A inexistência de insetos em folhas do mato, e o
excelente aroma que algumas delas possuem são decorrentes da
ausência de adubos.
7.7. Problemas que preocupam como o das larvas e
parasitas intestinais desaparecerão.
“Oitenta por cento da população japonesa possui algum
tipo de lombriga infiltrada, ou no intestino, ou no estômago, ou
no fígado.
Há casos extremos, em que esses vermes se apresentam
entrelaçados uns aos outros, como se fossem um macarrão
fininho, formando uma espécie de massa compacta que se aloja
110
no interior do corpo humano.
Ocorrem, em conseqüência desse problema, algumas
situações tão graves que podem determinar até mortes.
Basicamente a causa de tamanho mal reside no emprego
de estercos, ou seja, adubos de origem animal. Nesse aditivo
artificial, proliferam óvulos e germes que se fixam nas folhas das
verduras. Então, quando as pessoas consomem alimentos
adubados, concomitantemente ingerem também os germes e os
óvulos que penetram no intestino, onde se desenvolvem, dando
origem a inúmeros parasitas, como, por exemplo, oxiúros,
ancilóstomos e outros.
Além desses, aparecem ainda outros microorganismos
tais como o ácaro da tinha (designação comum a várias espécies
de infecções cutâneas superficiais causadas por fungos) que
ataca homens e animais gerando vários tipos de
dermatomicoses comumente chamadas de comichões.
De acordo com as minhas pesquisas, os parasitas
causadores de problemas dermatológicos surgem devido ao uso,
na agricultura, de adubos dê origem animal. Assim, quando os
seres humanos ingerem alimentos cultivados com essas
impurezas, ficam com o sangue intoxicado e, ao mesmo tempo,
criam no organismo um ambiente favorável à absorção de
agentes patológicos.
Posso, então, afirmar que a presença de parasitas só é
aceitável nos cadáveres. A existência deles no corpo de um ser
vivo está totalmente contra a Lei do Criador. Por isso todos
devem, na medida do possível, evitar a ingestão de alimentos
contaminados para que possam manter o sangue livre de
impurezas, usufruindo assim de uma vida saudável.”
A amônia contida no estrume, o sulfato de amônia e
outros adubos químicos são venenos violentos que, absorvidos
pelas plantas, acabam sendo absorvidos também pelo homem.
Mesmo que seja em quantidades ínfimas, não se pode dizer que
eles não façam mal à saúde. No caso do arroz, por exemplo, que
se come diariamente, mesmo que a quantidade de veneno
111
ingerido em cada refeição seja ínfima, ela vai se acumulando ao
longo do tempo e torna-se a causa de doenças. A própria
Medicina tem afirmado que, se suspendessem por dois ou três
anos a utilização de esterco como adubo, o problema de
lombrigas e outros parasitas deixaria de existir. Também nesse
aspecto verificamos o fabuloso resultado da Agricultura Natural.
“Lendo relatórios de testemunhos dos agricultores,
encontrei, descrita num deles, a diferença entre o arroz
cultivado com e sem adubo.
Através de uma foto, contendo de cinco a seis grãos de
cada exemplar, ampliada em mais ou menos três centímetros,
trazida junto com o relatório, pude perceber que os grãos
adubados se encontravam esburacados e corroídos, ou apenas
pela metade. Os produzidos sem adubo, entretanto, estavam
perfeitos.
Esse fato relacionado à irregularidade e ao estado dos
grãos produzidos com fertilizantes nos faz concluir que, caso
alguém se alimente durante o ano inteiro de arroz cultivado com
aditivos químicos ou orgânicos, vai certamente ter problemas
com lombrigas no intestino. Eis uma das razões de eu estar
sempre incentivando a Agricultura da Grande Natureza.”
“Há alguns dias, recebi a visita do Sr. Yuuji Komatsu, exdeputado federal, eleito pela cidade de Atami. Veio falar-me a
respeito de um adubo, segundo ele, de efeitos magníficos, que
fora produzido por um amigo seu, a partir do apodrecimento da
batata-doce.
Na verdade, o Sr. Yuuji queria a minha colaboração para
divulgar esse produto. De imediato lhe disse que o melhor seria
não realizar tal intento, pois qualquer tipo de adubo pode trazer
temporariamente um aumento da produção; mas, após alguns
anos, tudo volta a ficar como antes ou até pior. Assim acontece
porque a batata-doce foi colocada na Terra para alimentar o ser
humano. Daí, ser uma atitude totalmente contrária à vontade de
Deus, apodrecê-la para fazer adubo.
É preciso, portanto, saber que todos os seres criados
112
agem de acordo com a Lei Divina, quer dizer, existem para uma
finalidade específica. Além disso, tudo que produz resultados
temporários não é bom. Eis a razão de eu afirmar que esse
fertilizante do qual o Sr. Komatsu me viera-falar, não passa de
um produto inútil, da mesma forma como os remédios também
nada valem.
Se, então, for usado um adubo como esse proposto pelo
Sr. Komatsu vai ocorrer, com certeza, um processo semelhante
ao do emprego do sulfato de amônia: no início, determina um
aumento bastante acentuado da produção, levando os
agricultores a acreditar que se trata de um fertilizante
extraordinário. Com o passar do tempo, porém, deixa de
corresponder aos efeitos anteriores. Nem com isso, entretanto,
os plantadores percebem onde se encontra o ponto focal da
queda de produção. Acontece, algo parecido com a atitude do
gato que vai tomar sol no telhado, onde o calor é mais intenso.
Mesmo após os raios solares terem desaparecido, não estando
mais a aquecer-lhe o corpo, permanece ainda deitado no exato
lugar de antes. Assim ocorre também com o adubo. Embora a
sua ação já não traga o efeito esperado, os agricultores
continuam pensando que ele faz bem.
Pode-se, perfeitamente, rir do gato que não sofre
prejuízo algum com sua atitude descompromissada. O ser
humano, contudo, precisa ficar alerta, pois os danos causados
pelos adubos são irreparáveis.”
7.8. Colabora para a existência de paz.
"Comendo arroz sem fertilizantes, as toxinas não
penetram no ser humano de modo que as máculas diminuem e,
por conseguinte, o sangue intoxicado diminui, e as doenças
passam a não surgir. Mas isso de nada adiantará se tomarmos
remédios. Com o arroz sem fertilizantes, o ser humano fica
extremamente pacífico."
113
7.9. Comentários gerais.
Meishu-Sama observa que uma das características desse
tipo de cultivo é a menor estatura das plantas. No cultivo com
adubos elas crescem mais e têm folhas maiores; tratando-se de
plantas leguminosas, como Meishu-Sama disse antes, isso faz
com que os frutos fiquem à sombra e não tenham bom
crescimento. Ocorre, também, a queda das flores, trazendo
como conseqüência a menor quantidade de frutos. No caso da
soja, quando não se utilizam adubos consegue-se o dobro da
colheita, e nenhum grão se apresenta bichado; além disso, seu
sabor é incomparável. Evidentemente, em outras espécies como
ervilhas e favas obtêm-se o mesmo resultado, e a casca é
bastante macia.
Outro aspecto digno de observação é a não ocorrência de
nenhum fracasso. Muitas vezes um leigo resolve plantar batatas
e colhe-as em pequena quantidade e tamanho reduzido. Nesses
casos, é costume a pessoa se lamentar, dizendo que a colheita
foi péssima, mas ela não percebe que isso resultou do uso
excessivo de adubos. Interpretando os resultados de maneira
errada, ou seja, atribuindo o fracasso a pouca utilização de
adubos, passa a usá-los em maior quantidade, o que faz piorar
ainda mais a situação. Quando indagados a respeito, os
especialistas e os orientadores, que não percebem a verdadeira
causa do problema, respondem de maneiras totalmente
desconcertantes, como por exemplo: "A causa está nas
sementes, que, ou não eram boas ou foram semeadas fora da
época apropriada". Ou então: "O problema foi causado pela
acidez do solo."
As batatas plantadas sem adubos, no entanto, são muito
brancas e cremosas, possuem bastante aroma e agradam logo
ao primeiro contato com o paladar. São tão saborosas que, a
princípio, pensa-se que são de alguma espécie diferente. O
mesmo acontece com o inhame e a batata-doce. Esta última
114
deve ser plantada em canteiros altos e em fileiras, entre as quais
deve haver uma boa distância, de modo que a planta receba
bastante sol. Assim, conseguir-se-ão batatas enormes e
deliciosas, capazes de impressionar qualquer pessoa. Aliás,
parece que os próprios agricultores não costumam adicionar
muitos adubos ao solo quando se trata de batata-doce.
Meishu-Sama teceu considerações a respeito do milho.
Ele disse que seu cultivo sem adubos tem apresentado ótimos
resultados. No início, por um ou dois anos, a colheita pode não
satisfazer as expectativas, visto que as sementes ainda contêm
as toxinas dos adubos, mas no terceiro ano os resultados já
começam a aparecer. Sem toxinas no solo nem nas sementes, o
milho cresce com o caule bastante forte, e suas folhas
apresentam um verde vivo. Caso cresça num local onde não falta
água nem sol, apresenta espigas longas, com os grãos tão bem
dispostos que não há espaços vazios entre eles; logo na primeira
mordida se percebe que são macios e doces, apresentando um
sabor inesquecível.
Quanto aos nabos, são branquinhos, grossos,
consistentes e doces, o que os torna muito saborosos. A
aspereza e a acidez dos nabos são decorrentes das toxinas dos
adubos. Aliás, as verduras produzidas sem adubos apresentam
boa coloração, maciez e um aroma que abre o apetite, sendo
livres de pragas. Evidentemente, são mais higiênicas, pela não
utilização de esterco.
O que ele também recomenda são as berinjelas. Por elas
apresentarem excelente coloração e aroma, casca macia e
realmente dão água na boca. Na casa do Fundador, ninguém
conseguiu mais comer berinjelas produzidas com adubos.
No caso do pepino, melancia, abóbora, etc., obtêm-se
resultados como jamais haviam sido conseguidos. Quanto ao
arroz e ao trigo, têm estatura baixa e apresentam excelente
quantidade e qualidade. O arroz, sobretudo, tem brilho e
consistência especiais, além de excelente paladar, sendo sempre
classificado como arroz de especial categoria.
115
Eis, portanto, as vantagens da Agricultura Natural. Não
poderia haver melhor boa-nova, principalmente para quem tem
horta caseira. O manuseio de esterco não só é insuportável para
os amadores, como também traz o inconveniente de
indesejáveis larvas de parasitas acabarem se hospedando na
pessoa. Até agora, por desconhecimento desses fatos
trabalhava-se muito e no fim se obtinham maus resultados. No
caso de Meishu-Sama, por exemplo, ele apenas semeava as
verduras e não tinha maiores trabalhos a não ser, de vez em
quando, remover o mato que começava a crescer. Assim,
obtinha excelentes verduras, e não havia nada tão gratificante.
O Messias comenta que através das vantagens acima,
pode-se compreender a enorme bênção que é o método de
cultivo da Agricultura Natural. Com esta, o problema alimentar
ficará solucionado, o que, além de tudo, irá motivar ou exercer
boa influência sobre outros problemas - principalmente o que
concerne à saúde do homem. Se essa técnica for difundida pelo
Japão, incrementar-se-á sua reconstrução, e não há a menor
dúvida de que, um dia, ele chegará a ser visto, por todos os
outros países, como uma nação de cultura elevada.
116
8. DIETA
8.1. Introdução à dietética humana.
Existem muitos materiais sobre dietética humana como
os livros abaixo:
BIANCO, André Luiz. Modernidade e Degeneração: A Crítica de
Weston Price. 2009.
DUNAND, Marcel. Os Sete Pecados Capitais de Nossa
Alimentação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
ENIG, Mary & FALLON, Sally. A Verdade Sobre Gordura Saturada.
HOWARD, Albert. Um Testamento Agrícola. São Paulo: Expressão
Popular, 2007.
POLLAN, Michael. Em Defesa da Comida: Um Manifesto. Rio de
Janeiro: Intrínseca, 2008.
ZUCOLOTO, Fernando. Por Que Comemos O Que Comemos. Rio
de Janeiro: Mauad X, 2008.
Entre as idéias expostas nestes livros se tem a questão da
dietética ser ciência ou ideologia, os seus pecados e um pouco
de história.
Ciência ou ideologia?
Para uns o nutricionismo é a ideologia oficial da dieta
ocidental. Chega-se a estar acostumado que a ciência deve ter a
última palavra, esquecendo que no caso da alimentação, os que
mandam nela são países, setores produtivos como as indústrias
e o marketing (só nos os Estados Unidos: 32 bilhões de dólares).
Como comer sem química? Cadê as sementes? Como voltar a
confiar no paladar, olfato?
Os paradigmas científicos não são fáceis de serem
desafiados porque: (1º) a cada dia surge uma inusitada pesquisa
e a cada dia é eleito em novo produto como herói ou vilão, vide
o caso do ovo; (2º) pesquisas diferentes podem levar a
conclusões diferentes, como foi o caso do Ômega-3; (3º)
117
paradigmas da gordura é um desastre histórico, a bioquímica
Mary Enig, PhD em Medicina, junto com Sally Fallon (É por causa
da carne!) onde a substituição de gorduras animais para de
grãos oleaginosos (hidrogenados) implicou mais ataque de
coração, bem como colesterol na dieta não implica colesterol no
sangue.
No ano de 1968 surge a Comissão Superior do Senado
para Nutrição e Necessidades Humanas, formada de advogados,
voltando-se para eliminar a desnutrição, porém, como depois da
2ª Grande Guerra Mundial a doença coronariana havia subido
com ingestão de carnes e laticínios, Mcgovern que tinha muitos
pecuaristas e indústrias de carne e laticínios como eleitores e
financiadores de sua campanha, não só o fizeram ele perder a
eleição, como se passou a falar apenas em redução no consumo
(tipo advertência semelhante a do cigarro), mas o pior é “não
fale mais de alimentos, só de nutrientes”. Este como invisível
leva ao domínio de especialista.
No fundo a ciência é ruim. Ela não vê alimento como um
sistema, mas sim como um somatório de nutrientes. Não
percebe a assimilação e acomodação entre meio ambiente e
organismo (anatomia e fisiologia). Impõem trocar o prazer de
comer por regimes alimentares bons para saúde, pois sexo e
comida não são valorizados devido o protestantismo. Diversos
conceitos nutricionais foram modificados ao longo das décadas
devido ao fato dos estudos antigos terem sido realizados em
animais, causando erros grosseiros com relação às necessidades
protéicas para os seres humanos.
Doença é uma questão de desequilíbrio; Albert Howard
pai da agricultura orgânica com seu Um Testamento Agrícola na
década de 1930, húmus no solo implica em CO2 e Weston Price
(1870-1948) onde industrialização do solo, plantas, animais e
alimentos implica em degeneração física do ser humano. O que
deve fazer é confiar no alimento e não na medicina. A Saúde não
pode ser comprada, mas sim merecida.
Pecados.
118
Os sete pecados capitais da nossa alimentação são:
excesso,
refinamento,
cozimento,
misturas,
venenos
(agricultura, carne, água, cozinha, embalagem e remédio),
estimulantes e pressa.
Os alimentos convencionais serem mais barato por não
computarem os gastos com saúde e degradação ambiental.
Em 1900 se chegava a 49 anos, em 2000 a 77 anos, só
que era mortalidade infantil, bem como as chances de pessoas
alcançar 60 ou 70 anos tendo câncer ou diabete é muito maior
do que há 100 anos atrás.
Vivia-se apenas 40 anos, agora 80, mas se pode viver 120
por causa da Lei de Flourens, qual seja: mamíferos que vivem em
estado selvagem vivem 5 ou 6 vezes o número de anos da sua
fase de crescimento. O homem é o único que foge dessa regra,
pois 5 ou 6 x 20 ou 25 anos, daria entre 100 a 150 anos, embora
se tenha os povos isolados como os hunzas e vilcambianos que
estão nessa direção. Dizem que o impedidor tem sido a
inteligência, bem como a genética e a aptidão das células em se
regenerarem.
A geração do homem é de cerca de 20 anos, a de um
inseto é de dias, logo a diferenciação genética molecular é muito
rápida. Enquanto a do homem, a sua evolução é lenta, note que
essa diferenciação do homem para o primata é de 1,2% (a
morfológica é de 60%). Em 5 milhões de anos o sistema digestivo
não evoluiu, assim, a situação de um Róbison Crusoé é de: mãos
como instrumento, vegetariano, não teria horário para comer,
não combinaria os alimentos, comeria pouco em cada refeição,
raramente sentiria sede.
A comida deveria ser natural, simples e não concentrada
(como o baixo teor de proteína, vide: dizem 1 grama de proteína
para cada 1 kg de peso, assim quem tem 70 kg precisaria de 70 g
de proteína, no entanto, o selvagem saudável tem menos de
10g.; leite de vaca rico em proteína comendo capim, não grão
em estábulo).
119
Os alimentos refinados tornam-se carentes e precisam
ser enriquecidos e os alimentos processados possuem excesso.
Aborígenes doentes voltaram para floresta e ficaram bons.
Um pouco de história.
As tribos em condições semelhantes aos da pré-história:
30% animal e 70% vegetal; já em regiões muito frias, como os
esquimós aí é apenas carne, afirma-se que os nossos
antepassados comiam melhor do que nós.
O conceito de nutriente surge no século XX com William
Prout, médico e químico inglês, que identificou os três principais
componentes dos alimentos, quais sejam, os macronutrientes:
proteínas (imperou no século XIX, o que seria equivalente a
importância do nitrogênio no NPK), gorduras (século XX) e
carboidratos (XXI).
Justus Von Liebig, um dos fundadores da química
orgânica, [o mesmo que identificou os macronutrientes do solo,
isto é, o NPK] acrescentou alguns minerais, formulou alimentos
para bebês e marinheiros em longa viagem que não deu certo,
por faltarem vitaminas (vit = vida, aminas = compostos orgânicos
em torno de nitrogênio).
1982, foi a Era do Nutricionismo. Termo surge em 2002
numa revista australiana. Ideologia: chave para se entender o
alimento passa a ser o nutriente.
Neste item se aborda seis pontos: Definição;
Modalidades; Exemplares; Organismo ou ser vivo; Alimento e
nutriente; Materialista e espiritualista.
● Definição.
A dietética é um ramo da medicina ou da nutrição que
trata da dieta, ou ainda, uma disciplina que se relaciona com a
saúde e a alimentação que estuda quais os alimentos mais
apropriados para melhorar a vida das pessoas.
No Ocidente, ela tem sido vista como parte da medicina
convencional, separada da clínica médica, cirurgia, pediatria e
120
ginecologia-obstretícia, de modo a formação de dietistas ser
outorgada pelo Curso de Licenciatura em Dietética da Escola
Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança, em
Portugal. Ela também tem sido abordada como parte de
nutrição, de maneira que a formação dos nutricionistas ser
concedida pelos cursos de nutrição como os da UFRJ e da USP,
ambos sem fazer parte da medicina, podendo ser pertinente às
ciências da saúde como na UFRJ ou pertencente às ciências
biológicas como na USP.
No Oriente, ela tem sido ocupada como parte da
medicina tradicional chinesa, combinada com acupuntura,
fitoterapia e as ginástica e massagem energéticas, de jeito que a
formação de dietistas ser facultada pela Universidade de
Medicina Chinesa de Nanquim, na China, bem como pelo Curso
Superior de Medicina Tradicional Chinesa, não reconhecido
oficialmente em Portugal.
Em partes do mundo, existem posições extremadas em
relação à dietética e nutrição no sentido de não terem
diferenças entre si devido a falta de consenso ou de serem
diferenciadas a ponto de haver um Curso de Nutrição e Dietética
da Fundação Universitária Iberoamericana. Existem também
posições extremadas em relação à nutrição e alimentação desde
elas serem sinônimas até os que as vêem diferenciadas: a
nutrição contando com processos de digestão, absorção e
excreção, sendo um ato involuntário e inconsciente; enquanto a
segunda apenas com um processo de ingestão dos alimentos,
sendo um ato voluntário e consciente donde o ser humano
obtém produtos para o seu consumo.
● Modalidades.
A visão da dietética como parte da medicina segue o
ponto de vista de existir, para os ocidentais, a medicina
convencional (alopatia) e as medicinas alternativas (como a
tradicional chinesa, bem como outras modalidades, por ordem
121
alfabética:
antroposófica,
aromaterapia,
arteterapia,
auriculoterapia, bioenergologia, biodança, cromoterapia, florais
de bach, homeopatia, iridologia, macrobiótica, magnetoterapia,
maya, naturopatia, ortomolecular, quiropraxia, reflexologia,
tratamento espiritual, vegetariana e yurvédica).
No Ocidente, ela compreende: as costumeiras dietas de
emagrecimento (como a dieta medicamentosa da medicina
convencional e as dietas de restrição de carboidratos vide a de
Atkins, a de South Beach e a do Super Café da Manhã) e as
dietas de conservação da saúde (como a dieta de DASH,
elaborada pelo governo norte-americano, que visa abaixar a
pressão arterial; dieta do mediterrâneo, associada com atividade
física, não fumar e consumo moderado de álcool; a dieta do tipo
sanguíneo, desenvolvida pelo americano Peter J. D'Adamo; a
dieta da combinação de alimentos, defendida por Michel
Montignac, que recomenda não comer gorduras junto com
carboidratos porque esses levam a insulina a ser liberada pelo
pâncreas, o que por sua vez faz com que a tecido do corpo
absorva as gorduras)
No Oriente, ela compreende as informais dietas
energéticas (como a dieta taoísta da medicina tradicional
chinesa), bem como as advindas do Oriente, como: a dieta de
Jesus (plano alimentar do médico americano Don Colbert, o qual
explora algumas regras alimentares do Velho Testamento e
analisa a alimentação mencionada no Novo Testamento, assim
se come alimentos em seu estado natural e muitos vegetais,
principalmente frutas, feijões e lentilhas, pão integral e um
pouco de vinho, a carne vermelha ingerida apenas em ocasiões
especiais, talvez não mais que uma vez por mês, sendo peixe a
principal fonte de proteína, quantidade também não farta,
come-se apenas o necessário); a dieta de Joseph Pilates (fez
surgir os métodos de alimentação alternativos que incluem os
farelos de arroz e de trigo, as folhas verde-escuras de batatadoce, mandioca, taioba, beldroega, etc., a casca de ovo e as
122
sementes de abóbora, melancia, gergelim, jaca, caju, melão,
etc.).
● Exemplares.
Aqui se apresentam quatro exemplos de dietéticas, ou
melhor, de dietas: dieta da medicina tradicional chinesa, dieta
ortomolecular, dieta naturopatia e dieta vegetariana.
Dieta da Medicina Tradicional Chinesa.
Nesta medicina, para o homem executar suas funções, o
seu organismo depende de duas fontes de energia adquirida - o
ar e os alimentos -, portanto, uma boa respiração e alimentação
são imprescindíveis à manutenção da saúde. A dietética é um
dos fundamentos da medicina tradicional chinesa, que vê a
saúde como o equilíbrio energético do homem. Um bom médico
chinês não trata doenças, mas sim preserva a saúde. Pensando
assim se percebem a importância fundamental dos hábitos
diários, em especial os alimentares. Esta medicina relaciona os
alimentos e suas características com seus efeitos sobre o sistema
energético humano, permitindo assim a utilização dos mesmos
para a manipulação das condições do corpo na busca pelo
equilíbrio.
Segundo a teoria da medicina tradicional chinesa, a
energia tem duas qualidades: Yin e Yang. Os elementos têm
então uma "graduação" de energia yin e yang, geralmente com
uma predominância, por exemplo: leguminosas, sementes,
carnes, são predominantemente yang, enquanto raízes e bulbos,
assim como a carne de peixe, têm características mais yin.
Acredita-se que os alimentos yin são mais nutritivos e calmantes,
e os yang mais estimulantes. Assim de maneira geral os yin são
recomendados para a noite, a fim de proporcionar um bom
sono, e os yang para o dia pela vitalidade necessária para as
atividades diárias.
123
Os alimentos também obedecem a Lei dos Cinco
Elementos, que relaciona diversas características com os
elementos Água, Madeira, Fogo, Terra, Metal. Por exemplo, o
sabor azedo, relacionado ao elemento Madeira, tonifica os
sistemas energéticos relacionados ao fígado e à vesícula biliar.
Dependendo da intensidade da acidez, pode aumentar a
circulação ou ao contrário, causando uma contração, diminuí-la.
Um resumo de algumas características está disposto na
tabela abaixo.
124
Elemento Sabor
Água
Salgado
Exemplo
de
Meridiano Efeito
alimentos
frutos do
mar,
gergelim,
repolho Bexiga e
diurético
roxo,
Rim
fígado,
algas,
pretos
Tóxico
Efeito
Negativo
salmouras
e
medo
conservas
Azedo
caules,
folhas
Fígado e
verdes,
atua sobre a
Vesícula
vinagre
kiwi,
circulação
Biliar
pistache,
verdes
irritabilidade
Fogo
Amargo
alface,
acelga,
jiló,
boldo,
Coração e
repolho Intestino
calmante
roxo,
Delgado
morango,
tomate,
beterraba
tabaco
instabilidade
emocional
Terra
Doce
raízes,
arroz,
abóbora
açúcar
compulsão,
ansiedade
Picante
gengibre,
alho,
hortelã,
folhas,
Pulmão e desintoxicante
arroz,
Intestino
dispersor de álcool
banana,
Grosso
vento e calor
aipim,
nabo,
alimentos
brancos
Madeira
Metal
Estômago
e
Baço- calmante
Pâncreas
tristeza
125
Ainda que haja escolas históricas e modernas diversas do
taoísmo, com diferentes ensinamentos sobre o assunto, é
seguro dizer que muitos taoístas encaram a dieta como de
extrema importância para a saúde física e mental, especialmente
em relação ao "qi" (energia da vida) dos alimentos. Uma dieta
tao ou taoísta, típica deve focar em aumentar a ingestão de:
grãos integrais e produtos feitos desses; vegetais (de preferência
orgânicos e da estação); frutas (não tropicais, secas são muito
boas); sementes e nozes; tofu e soja; ervas; chá.
Dieta Ortomolecular.
Parte da medicina ortomolecular que propõe que muitas
doenças e problemas de saúde resultam de desequilíbrios
químicos ou deficiências de nutrientes, e podem ser prevenidas,
tratadas ou curadas ao alcançar o nível ótimo de substâncias
como vitaminas, sais minerais, enzimas, antioxidantes,
aminoácidos, ácidos graxos essenciais, pró-hormônios,
lipotrópicos e fibras alimentares. Desta forma, a dieta
ortomolecular procura atingir o nível ideal dessas substâncias e
muitas vezes são utilizados suplementos nutricionais.
Na prática, a dieta ortomolecular baseia-se bastante em
testes laboratoriais sofisticados para vitaminas, sais minerais,
hormônios, aminoácidos, microbiologia, função gastrintestinal,
etc. Porém, algumas análises laboratoriais empregadas para esta
dieta não são aceitas na medicina convencional. No entanto, ela
objetiva fornecer as quantidades ideais das substâncias normais
ao organismo. Mais freqüentemente a definição da quantidade
"ideal" dessas substâncias é produto do julgamento do
praticante da medicina ortomolecular, que prescreve os
nutrientes baseados nos testes, sintomas do paciente e em seu
próprio julgamento do que é apropriado.
126
Dieta Naturopatia.
Alimentos naturais são aqueles que não contêm
ingredientes artificiais e passam por um processamento mínimo.
A dieta natural, que é constituída de alimentos naturais, é
geralmente mais nutritiva do que a alimentação que inclui
alimentos como açúcar refinado, farinha de trigo refinada, grãos
triturados, óleos hidrogenados, adoçantes artificiais, corantes
artificiais ou temperos artificiais.
Dieta Vegetariana.
Ela é um regime alimentar que excluem da dieta todos os
tipos de carne ou frutos do mar, bem como seus derivados.
Baseia-se no consumo de alimentos de origem vegetal, tais
como cereais, frutas, legumes, hortaliças, algas e cogumelos. Das
formas do vegetarianismo, três delas consomem laticínios e/ou
ovos.
As suas origens remontam à tradição filosófica indiana,
que chega ao Ocidente na doutrina pitagórica. Nas raízes
indianas e pitagóricas do vegetarianismo são ligadas a noção de
pureza e contaminação, não correspondendo a visão de respeito
aos animais. O nascimento de uma sensibilidade em relação aos
animais, que condena o consumo de suas carnes por motivos
morais ou solidários, é muito recente na história da humanidade
e data a partir do século XIX em alguns países da Europa.
A posição da American Dietetic Association (algo como
Associação Norte-americana de Nutrição) é de que “dietas
vegetarianas planejadas de forma apropriada são saudáveis,
adequadas nutricionalmente e promovem benefícios na
prevenção e no tratamento de certas doenças". Entre as
vantagens nutricionais de uma dieta vegetariana, incluem-se o
de menores níveis de gorduras saturadas, colesterol e proteína
animal, bem como o de maiores níveis de carboidratos, fibras,
127
magnésio, potássio, ácido fólico e antioxidantes como vitaminas
C e E.
A Deutsche Gesellschaft für Ernährung (algo como
Sociedade Alemã de Nutrição) mantém posição mais
conservadora: "a alimentação (ovo) lacto-vegetariana pode ser
apropriada. Para crianças, especial precaução na escolha dos
alimentos deve ser tomada." Afirma também que "a dieta
vegetariana estrita não é recomendável para nenhuma faixa
etária, devido a seus riscos [de falta de alguns nutrientes]. Ela
desrecomenda-a de bebês, crianças e adolescentes.
São cinco razões apontadas para se ser vegetariano:
saúde, ecológica, ética, econômica e religiosa.
▪ Razões de Saúde.
Uma dieta vegetariana equilibrada é geralmente eficaz
em equilibrar os níveis de colesterol, reduzir o risco de doenças
cardiovasculares e também evitar alguns tipos de câncer, entre
outras razões.
Outro aspecto relevante prende-se com a qualidade dos
produtos animais que chegam ao mercado. Alguns animais
criados para consumo humano são alimentados com uma
quantidade significativa de hormônios de crescimento e
antibióticos para resistirem às doenças, sendo a carne que chega
à mesa, muitas vezes, de má qualidade. Por outro lado, a
poluição dos mares e rios podem tornar a carne de peixe
igualmente insegura.
Um terceiro ponto, nas razões de saúde, são as
recorrentes crises da indústria alimentar, como a das vacas
loucas ou da gripe aviária, que levam muitas pessoas a adotar
uma dieta diferente.
Isso tudo sem deixar de constatar que quanto aos
vegetais, frutas, verduras e legumes também há a preocupação
com a infinidade de agrotóxicos, que podem ser tão prejudiciais
à saúde quanto os hormônios empregados nos animais.
▪ Razões Ecológicas.
128
A motivação aqui é racionalizar a utilização dos recursos
naturais para a obtenção de alimentos. Um vegetariano reduz
um elo da cadeia alimentar, tornando-a mais eficiente e,
conseqüentemente, reduzindo o impacto ambiental da sua
alimentação.
Para produzir carne, é necessário cultivar plantas que
alimentarão o gado, que por sua vez irá alimentar o homem.
Durante o passo de alimentação do gado, fora a poluição
inclusive a com o metano, foram gastos recursos com água,
energia e tempo que poderiam ter sido poupados se o homem
consumisse diretamente os vegetais. Exemplo: segundo a FAO
(Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação), para produzir 1 kg de carne bovina são gastos
aproximadamente 15 mil litros de água (considerando o
consumo do animal durante sua vida dividido pelo rendimento
bruto de sua carne), bem como o desmatamento de 10 mil
metros quadrados de floresta. Para produzir 1 kg de soja, são
gastos menos de 1300 litros de água, cerca de 10%. A economia
de água é, portanto, superior a 90%.
A fundação Nicholas G. Pierson junto com a universidade
livre de Amsterdam descobriu qual a economia de carbono que
poderia ser feita nos Estados Unidos se todos não comessem
carne por um ou mais dias. O resultado foi o seguinte.
Apresenta-se apenas o de sete dias. Se todos os americanos se
tornassem vegetarianos por uma semana, evitaria-se a emissão
de 700 milhões de toneladas de gases do efeito estufa. Isso seria
equivalente a retirada de todos os carros dos Estados Unidos de
circulação.
▪ Razões Éticas.
Muitos vegetarianos não concebem o homem como
superior ao animal, do ponto de vista do direito à vida. Ou seja,
não é justo tirar a vida a um animal para alimentar uma pessoa,
especialmente quando a vida dessa pessoa não depende da vida
do animal. Portanto, os animais e os seres humanos devem
coexistir.
129
Outro aspecto refere-se à forma como os animais são
tratados. Os animais produzidos pela indústria agropecuária
moderna são confinados em pequenos espaços, alimentados de
forma artificial e tratados por vezes de forma brutal durante o
transporte ou antes do abate.
▪ Razões Econômicas.
A base alimentar do vegetarianismo consiste em
alimentos de um nível inferior da cadeia alimentar, os legumes,
frutos e grãos, mais baratos do que a carne ou o peixe, quando
de qualidades comparáveis.
Os alimentos vegetarianos processados, como o tofu, são
muitas vezes produzidos pelos próprios consumidores em casa.
As razões econômicas não costumam, isoladamente,
motivar uma pessoa a adaptar a dieta vegetariana, mas contribui
muitas vezes, ao lado de outras motivações, para a mudança de
regime alimentar, ou a sua manutenção.
▪Razões Religiosas.
As motivações religiosas são, muitas vezes, revestidas de
grande complexidade. Budistas, Hindus, Cristãos, Rosacruzes e
Adventistas do Sétimo Dia são tipicamente conotados com o
vegetarianismo, mas as motivações não são necessariamente
imposições religiosas (isto é, comer carne não é
necessariamente visto como um pecado, por exemplo). Muitos
budistas preferem a dieta vegetariana porque defendem a nãoviolência, o que é, portanto, uma motivação ética. Muitos
adventistas escolhem e aconselham a dieta vegetariana porque
a vêem como mais saudável e, portanto, vantajosa para o corpo
terreno - o que é, conseqüentemente, uma motivação de saúde.
● Organismo ou ser vivo.
É um ser constituído por células que se desenvolve,
responde a estímulos do meio e reproduz (embora existam
exceções).
130
A biologia atual estuda os corpos materiais dos seres
vivos, ou seja, é uma biologia materialista. Existe uma outra
visão onde todo ser é um ser vivo, assim a natureza quer como o
universo, o sistema solar ou a própria Terra (até sob a hipótese
de Gaia) ou ainda como o reino mineral, ela é um organismo.
Donde, nesse caso, ser necessário formar uma biologia que
abranja os espíritos dos seres vivos, isto é, constituir corpos
espirituais idênticos e precedentes em relação aos corpos
materiais, ou seja, constituir uma biologia espiritualista.
O ser humano, segundo a biologia espiritualista, abarca a
missiologia e pontos de vistas espiritualistas sobre a anatomia, a
fisiologia, a bioquímica, a biofísica, a citologia, a histologia e a
patologia.
● Alimento e nutriente.
Alimento é toda substância proveniente dos vegetais ou
dos animais, com sua matéria e espírito, utilizada pelos homens
como fontes de corpo carnal e energia para poderem realizar as
suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento,
reprodução, etc.
As agronomia, zootecnia, agricultura e pecuária
necessitam de se espiritualizarem.
Para o homem, a alimentação inclui ainda várias
substâncias que não são necessárias para as funções biológicas,
mas que fazem parte da cultura, como as bebidas com álcool,
refrigerantes ou outros compostos químicos psicotrópicos, os
temperos, vários corantes usados nos alimentos, etc.
Nutriente é qualquer elemento ou composto químico
necessário para o metabolismo de um organismo vivo.
Do ponto de vista da botânica e da ecologia, os
nutrientes básicos são o oxigênio, o dióxido de carbono e os sais
minerais necessários para a vida das plantas e dos outros seres
vivos com a qualidade de produzir seu próprio alimento. As
plantas e os constituintes do fitoplâncton formam assim a base
131
da cadeia alimentar, uma vez que vão servir de alimentação aos
animais.
Os seres vivos que não têm capacidade fotossintética,
como os animais, os fungos e muitos protistas, alimentam-se de
plantas ou de outros animais, quer vivos, querem em
decomposição. Para estes seres, os nutrientes são os compostos
orgânicos e os minerais existentes nesses alimentos. Entre os
principais nutrientes estão os carboidratos, proteínas, lipídeos,
vitaminas e sais minerais.
Também se deve pesquisar a espiritualidade desses
macro e micro nutrientes. Inclusive, o espírito das coisas
importantes para o organismo como o oxigênio e a água, isto é,
dos elementos fogo e água. Pois, caso contrário, ao se ver uma
cachoeira se pode ter apenas a impressão de que H2O está
caindo.
● Materialista e espiritualista.
A dietética como um ramo da nutrição que trata da dieta,
é um processo biológico em que os organismos, utilizando-se de
alimentos, assimilam nutrientes para a realização de suas
funções vitais. Devido sua importância à sobrevivência de
qualquer ser vivo, a nutrição faz parte do aprendizado durante
grande parte do período de estudo básico e em nível secundário,
assim como em muitos cursos de nível de graduação e pósgraduação, em áreas como medicina, enfermagem, farmácia,
biologia, agronomia e zootecnia dentre outras.
A boa nutrição, para os dietistas e nutricionistas
tradicionais, depende de uma dieta regular e equilibrada - ou
seja, é preciso fornecer às células do corpo não só a quantidade
como também a variedade adequada de substâncias
importantes para seu bom funcionamento. Os guias alimentares
mais conhecidos são as pirâmides alimentares.
A má nutrição aponta como perigos: distúrbios
alimentares; doenças (diabetes, anemia, hipertensão arterial),
132
obesidade (aumento da reserva natural de gordura, isto é,
excesso de pêso corporal), desnutrição (hipocalórica,
alimentação insuficiente) e deficiências (quer sejam: de
proteínas, afetando as funções cardíacas, respiratórias,
hormonais e renais; de vitaminas acarretando cegueira,
raquitismo, beribéri, e escorbuto; de minerais, gerando cárie
dentária, bócio, osteoporose e raquitismo).
Estudos indicam que um dos principais fatores que
levaram os ancestrais humanos a se distanciar da linhagem de
seus parentes primatas foi a capacidade de se adaptar ao
cardápio de diversos ambientes. Algumas teorias propõem,
ainda, que o excepcional crescimento do nosso cérebro só se
tornou possível graças à inclusão na dieta humana de alimentos
protéicos e energéticos, particularmente, a carne. O uso do fogo
também contribuiu para a evolução da espécie, pois cozidos, os
alimentos ficam mais fáceis de ser digeridos e, por
consequência, a absorção dos nutrientes é maior.
Dietética Materialista é a que cuida somente do aspecto
material do alimento, do organismo e do nutriente. Já a
Dietética Espiritualista é a que também pesquisa os espíritos do
alimento, do organismo e do nutriente, o que implica em formar
uma alimentação, uma biologia e uma nutrição espiritualistas.
Indagações interessantes são a de se buscar saber quais
das dietas apresentada – chinesa, ortomolecular, naturopatia e
vegetariana – são dietéticas materialistas ou espiritualistas? E
em que graus elas se importam com a nutrição atual? E em que
medidas elas se importam com a ingestão de carne humana caso
esta mudança alimentar permitisse a sofisticação física,
emocional, mental e social dos humanos?
133
8.2. Originada
espiritualista.
de
uma
medicina
moderna
Assim como a dietética taoísta é oriunda da medicina
tradicional chinesa, a nova dietética é oriunda da medicina
moderna japonesa ou universalista ou ainda espiritualista, com
as seguintes características: princípios de ser divina,
espiritualista e messiânica, terapêutica solar baseada no coração
e terapeuta com preparação espiritual; doença de ser um
processo de purificação e não um andamento mórbido, de ser
uma benção de Deus e não uma maldição de Satanás; saúde de
ser o estado de organismo ideal (equilíbrio natural) e não o do
vigor com toxinas; causa de ser mácula e toxina, pecado e
encosto, remédio e fertilizante, e não microorganismo;
diagnósticos e prognósticos de ser o exame em pontos vitais,
locais de febre, nódulos, dor à pressão e verificação nas regiões
da cabeça, cervical, ombros, dorsal, renal e quadril, e não análise
clínica ou laboratorial; tratamentos ser natural, fé correta e
Johrei, e não anti-séptico, banho de sol, chá, cirurgia, compressa,
cosméticos, emplastro, esfriamento com gelo, inalação de
oxigênio, injeção, linimentos, medicamentos, mocha,
radioterapia, vacina e vitamina.
8.3. Fundamentada essencialmente no organismo.
● A dietética (alimentação, nutrição) atual é uma teoria
demasiada distante da realidade.
“Costuma-se dizer que determinados alimentos são
nutritivos e que outros não o são, mas isso também é um erro.
Apesar de existir alguma diferença, dependendo do clima e das
características da religião, todos os alimentos são produzidos de
maneira adequada às pessoas aí nascidas. Os indivíduos de raça
amarela alimentam-se de arroz, e os de raça branca, de trigo; da
134
mesma forma, como o Japão é um arquipélago, significa que seu
povo deve comer bastante peixe, não havendo, também,
nenhuma inconveniência em que as pessoas do continente
comam carne. Pelo mesmo raciocínio, as refeições dos
agricultores, à base de vegetais, estão de acordo com a
Natureza. O fato deles suportarem o trabalho braçal contínuo
mostra
a
adequação
da
alimentação
vegetariana.
Desconhecendo esse princípio, a dietética está se empenhando,
atualmente, para que os agricultores comam peixe; entretanto,
se eles assim fizerem, resultará na diminuição da sua capacidade
produtiva. Por outro lado, devido às refeições à base de peixe, os
pescadores não suportam trabalho contínuo e por isso
trabalham de maneira intermitente. Além disso, esse tipo de
alimentação ajuda a aguçar a sensibilidade; portanto, é
apropriado à atividade da pesca, Donde se conclui que a
Natureza é realmente perfeita.”
Isso ocorre porque o primordial não são os alimentos e
nutrientes com as superalimentações e variedades alimentícias,
nem os nutrientes em quantidades exageradas e nem tampouco
as calorias, mas sim a atividade alquímica do organismo.
“Não seria preciso explicar, a essas alturas, quem o
alimento serve para manter a vida; na interpretação desse
aspecto, porém, há uma grande diferença entre a teoria atual e
a realidade. Quando o homem ingere um alimento, em primeiro
lugar ele o mastiga; passando pelas vias digestivas, o bolo
alimentar vai para o estômago e, daí, para o intestino. As partes
necessárias são absorvidas, enquanto que o resto é eliminado.
Até chegar a esse processo, entram em ação diversos órgãos,
como o fígado, a vesícula biliar, os rins, o pâncreas e outros, que
extraem, produzem e distribuem os nutrientes necessários ao
sangue, músculos, ossos, pele, cabelos, dentes, unhas, etc.
Assim, é realizada incessantemente a atividade de manutenção
da vida. Trata-se de uma misteriosa obra da Criação, impossível
de ser expressa por meio de palavras. É esse o estado normal da
Natureza.”
135
“Algumas vezes, já discorri sobre erros irreparáveis
causados pelo uso de medicamentos. De outra parte, é também
de suma importância não perder de vista os danos advindos de
uma alimentação inadequada.
Tenho falado, em várias ocasiões, sobre a inconveniência
das proteínas animais, especialmente em casos de doenças
graves como, por exemplo, a tuberculose. Vão muito além,
entretanto, os erros das dietas modernas. O pior deles, a meu
ver, consiste na preocupação exagerada com as variedades
alimentícias em detrimento da valorização das funções
orgânicas, as quais intervêm, de fato, diretamente na nutrição.
Vejamos, então, o absurdo que reside na idéia de que os
complexos vitamínicos são indispensáveis para suprir carências
do organismo. Na verdade, a defesa de tal princípio significa
ignorar totalmente a faculdade natural das funções orgânicas.
Estas produzem suficientes vitaminas, carboidratos, proteínas,
aminoácidos, glicogênio, gorduras e quaisquer outras
substâncias necessárias ao pleno suprimento do organismo.
Mesmo que um alimento não contenha vitamina alguma, por
meio de uma atividade alquímica, os órgãos responsáveis pela
nutrição, têm capacidade de realizar determinados processos
transformando qualquer nutriente na quantidade de vitaminas
das qual o corpo necessita.
É por isso que dietas balanceadas, característica das
superalimentações produzem, no organismo, um efeito
contrário, quer dizer, quanto mais exagerados forem os recursos
nutritivos, mais o corpo se debilitará. De modo análogo, a
carência de vitaminas está diretamente proporcional à
quantidade delas, ingeridas pela pessoa.
De fato, ao expor minhas idéias, só estou querendo
mostrar que, ao serem consumidos nutrientes em quantidades
exageradas, a função natural dos órgãos regride, isto é, a sua
atividade normal cessa por falta de uso.
Estou, portanto, querendo mostrar claramente a todos
que a força vital do ser humano é gerada pela atividade das
136
funções orgânicas. Em outras palavras, o laborioso e complexo
processo mediante o qual o organismo transforma os alimentos,
tornando-os completos, é que dá origem à vitalidade humana.”
● O organismo, com sua capacidade de se adaptar ao meio
ambiente, produz todos os nutrientes indispensáveis a partir de
quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso.
Em outras palavras, a misteriosa função nutritiva do
organismo consegue produzir nutrientes, na quantidade
necessária, até mesmo a partir de alimentos que não as contêm.
Assim, a atividade de produção de nutrientes constitui a própria
força vital do homem, ou seja, a transformação do alimento
inacabado em alimento acabado não é senão o próprio viver.
Essa capacidade se deve a verdade ser o próprio estado
natural das coisas e o homem só conseguir ser feliz, se tiver
como modelo a Grande Natureza [matéria e espírito da
natureza] e viver em harmonia com ela [dominá-la é gerar
poluição ambiental, aquecimento global e doenças].
“Vou dar uma explicação sobre os compostos vitalícios. O
organismo produz todos os nutrientes indispensáveis  sejam
eles vitaminas ou não  a partir de quaisquer alimentos, e na
quantidade exata que for preciso. Em outras palavras, a
misteriosa função nutritiva do organismo consegue produzir
vitaminas, na quantidade necessária, até mesmo a partir de
alimentos que não as contêm. Assim, a atividade de produção de
nutrientes constitui a própria força vital do homem, ou seja, a
transformação do alimento inacabado em alimento acabado não
é senão o próprio viver. (...) Por outro lado, se ingerimos
medicamentos destinados a facilitar a digestão, a atividade
estomacal se reduz, o que acaba enfraquecendo o estômago. Aí
a pessoa toma remédio de novo, e esse órgão enfraquece mais
ainda. Assim, a causa das doenças estomacais está realmente na
utilização de remédios estômago. É comum ouvirmos pessoas
137
que sofriam de problemas estômaco-intestinais crônicos
dizerem que, não conseguindo curar-se com uma alimentação
baseada em alimentos de fácil digestão, optaram por alimentos
de digestão mais difícil, como o “ochazuke’’ e o picles japonês, e
com isso conseguiram ficar curadas.
Comparemos essa força vital baseada na transformação
dos alimentos inacabados em alimentos acabados com a
atividade de uma fábrica de máquinas. Em primeiro lugar,
adquirimos o material necessário. A fábrica queima o carvão,
movimenta as máquinas e, pelo trabalho dos operários,
produzem-se novas máquinas. Essa é a razão da existência da
fábrica. Suponhamos, agora, que compremos máquinas prontas.
Não haverá mais necessidade da queima do combustível, do
movimento das máquinas nem do trabalho dos operários, e por
isso não há outra alternativa senão fechar a fábrica.”
● Evitar a ingestão de leite de vaca para não atrofiar a produção
de leite materno; manter livre de tomar sangue para não ficar
anêmico; observar que o exercitar-se fisicamente é coadjuvante
em relação à saúde das vísceras.
Por essa razão, quando se ingerem nutrientes que são
produtos sintéticos, os órgãos encarregados da produção de
nutrientes tornam-se inúteis e acabam se atrofiando
naturalmente. Com isso, os outros órgãos relacionados também
se atrofiam, o que vai enfraquecendo gradativamente o corpo.
“Um outro fato, que me serve de exemplo, é o que
acontece com as mães em período de amamentação. Quando
têm pouco leite, são aconselhadas a tomar o de vaca. Tal
orientação, ridícula a meu ver, não atinge o foco do problema.
Se o leite materno está escasso, é por que existe alguma
disfunção orgânica. É preciso, portanto, descobrir onde ela se
encontra para corrigi-la. Como, porém, os médicos não
percebem o erro, nada podem fazer; recomendam, então, às
mães lactantes a ingestão do leite de vaca. Com isso, a função do
138
órgão responsável pela produção do leite materno se atrofia,
diminuindo, dessa forma, ainda mais a quantidade.”
“Mais um hábito digno de espanto é de doentes
tomarem sangue de animal como elemento nutritivo. Tal
procedimento produz, às vezes, um efeito momentâneo. Na
verdade, porém, causa o enfraquecimento dos órgãos
produtores de sangue e traz como conseqüência, a anemia.
Diante de tantas constatações, é preciso pensar um
pouco melhor no processo alimentício desenvolvido pelo
organismo humano que, ao receber nutrientes como pão e arroz
brancos, vegetais verdes e cereais amarelos, produz sangue
vermelho. Espantoso trabalho do corpo humano, essa máquina
geradora de sangue a partir de elementos tão diversos! O
mesmo se pode observar entre os animais. A vaca, por exemplo,
se alimenta de capim e produz excelente leite.
Há, portanto, alguns erros na ciência da nutrição que
devem ser esclarecidos a partir do conhecimento da força da
Grande Natureza. Com isso, muitas teorias sem lógica serão
descartadas por completo.”
“Outro ponto sobre o qual quero falar também um pouco
diz respeito aos exercícios físicos, necessários à saúde humana. A
ação principal de tais atividades é exercida sobre o metabolismo,
uma vez que elas ativam a circulação periférica e fortalecem a
musculatura. No que diz respeito às vísceras, a atividade física é
um coadjuvante, ou seja, exerce apenas um papel secundário.”
“Por essa razão, quando se ingerem compostos
vitamínicos, que são produtos sintéticos, os órgãos encarregados
da produção de vitaminas tornam-se inúteis e acabam se
atrofiando naturalmente. Com isso, os outros órgãos
relacionados também se atrofiam, o que vai enfraquecendo
gradativamente o corpo. Vou citar alguns exemplos
Houve uma época, nos Estados Unidos, em que esteve
em moda um regime alimentar chamado Fletcher’s. Esse
método consistia em mastigar ao máximo os alimentos,
considerando que quanto mais pastosos eles estivessem ao
139
serem engolidos, melhor seria a digestão. Segui o método à risca
durante um mês. Acontece que fui ficando fraco, não podendo
fazer força como desejava. Desapontado, acabei abandonado o
método, e assim as minhas energias voltaram ao normal. Foi aí
que descobri que é um grande erro mastigar excessivamente os
alimentos, pois, como os doentes os trituram bem, torna-se
desnecessária a atividade a atividade do estômago e isso o
enfraquece. Portanto, o melhor é mastigar os alimentos pela
metade. Desde os tempos antigos, dizem que as pessoas que
comem depressa e na hora de defecar também o fazem
rapidamente são pessoas sadias. Nesse aspecto, o homem
daquela época estava mais avançado que o homem moderno.”
● O sistema do ser humano importante em termos de
alimentação é o aparelho digestivo.
A ponto de se afirmar que a alimentação baseada com
produtos da agricultura natural é a mais recomendável, porém
não é o determinante da dietética, mas sim o fortalecimento do
aparelho digestivo que ocorre com o comer alimentos não
facilmente digeríveis e o mastigar pouco.
“É preciso ressaltar que, entre os órgãos geradores de
força vital, destacam-se os da digestão. Tanto assim que
qualquer sensação de enfraquecimento, de estômago vazio, é
suprida pela ingestão de algum alimento. Com isso, o organismo
inteiro fica novamente revitalizado. Assim acontece porque
todos os órgãos estão inter-relacionados. É natural, então, que,
ao ser satisfeita a necessidade de um deles, todos os demais
usufruam do mesmo benefício.
Como atualmente, as pessoas tendem, cada vez mais, a
ingerir alimentos completos, artificialmente elaborados, a
função digestiva está ficando, a cada dia, mais prejudicada. Daí
ser de suma importância que cada um se detenha atentamente
ao meu alerta.”
“É, portanto, fundamental o fortalecimento dos órgãos
140
digestivos para a obtenção da melhora geral da saúde. Para
tanto, os alimentos da Agricultura da Grande Natureza são os
mais recomendáveis. E também, ao contrário do que prega a
medicina, os melhores não são os facilmente digeríveis. Estes
enfraquecem o estômago e os demais órgãos do aparelho
digestivo.”
De outra parte, recomendar que se exerça uma
mastigação demorada, também não é bom para o estômago;
torna-o fraco e pode causar-lhe o relaxamento dos tecidos
(gastroptose). Além disso, a perda do tônus estomacal se
acentua, se todos esses hábitos vierem ainda acompanhados da
ingestão de medicamentos conhecidos como digestivos.
“Para comprovar o que lhes digo, vou citar um fato da
minha própria experiência. Nos anos vinte, estava muito em
moda nos Estados Unidos o fletcherismo (pensamento do
nutricionista Harace Fletcher), segundo o qual, mastigar bem os
alimentos era de suma importância para manutenção da saúde.
Experimentei e, como a princípio me senti bem, decidi continuar.
Um mês mais tarde, entretanto, percebi que estava
enfraquecendo e, paulatinamente, perdendo as forças. Voltei,
então, a mastigar como fazia antes e recuperei a saúde.
Pode-se assim ver que quase todas as teorias científicas
relativas à nutrição contrariam a realidade não sendo, por isso,
tão benéficas quanto se propaga.”
Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada.
Algumas dicas para fortalecer o aparelho digestório: Não
sujá-lo com resíduos nocivos; A ingestão de água de boa
qualidade e em quantidade suficiente é imprescindível; É preciso
respeitar o tempo do trato intestinal, como uma salada
refrescante de verduras e legumes gasta um tempo bem menor
para ser digerida, se comparada com um prato de feijoada; O
refinamento de cereais, como o arroz e o trigo, elimina o
conteúdo de fibras necessárias para a saúde do aparelho
digestório. (...); Os alimentos-chave para a saúde e a
recuperação intestinal são o arroz integral, as verduras verdes e
141
legumes, as frutas, a semente de linhaça e os farelos de aveia e
de arroz.
● Deste modo, a nutrição moderna tem um erro básico ao não
assumir como verdade que o organismo é que é a sua parte
espiritual e o alimento a sua parte material.
O que permite afirmar não existir alimento que não
contenha as substâncias necessárias à manutenção do homem.
"O erro fundamental da dietética moderna é basear suas
pesquisas em apenas um dos dois aspectos da nutrição. Ela toma
o alimento como objeto principal dessas pesquisas,
negligenciando a parte que se refere às funções orgânicas.
As funções orgânicas do homem são tão perfeitas que, ao
nível da Ciência atual, não se consegue entendê-las. A partir dos
alimentos, elas transformam e produzem livremente os
nutrientes necessários. Vejam: esse verdadeiro cientista
chamado aparelho digestivo transforma os alimentos ingeridos,
como o arroz, pão, verduras, batatas, feijão, etc., em sangue,
músculos e ossos. Por mais que se analisem os componentes
desses alimentos, não se conseguirá descobrir um glóbulo
sangüíneo sequer, nem um milímetro de células musculares. Por
outro lado, por mais que se dissequem os alimentos, não será
possível localizar uma só molécula dos componentes das fezes
ou da urina, nem tampouco traços da amônia. Assim, se
fornecermos vitaminas ou plasma sangüíneo ao corpo,
considerando-os nutrientes, qual será o resultado? Acentuar-seá o enfraquecimento do corpo.
Suponhamos que haja uma fábrica destinada a
determinada produção. Dispondo-se de matéria-prima como
ferro e carvão e do trabalho dos operários, da ação das
máquinas, da queima do carvão e de vários outros processos,
conseguir-se-á um produto acabado. Portanto, esse processo
constitui a própria vida de uma fábrica. Se, desde o início,
transportássemos para lá produtos já acabados, não haveria
142
mais necessidade do carvão, nem do trabalho dos operários e
das máquinas, e a fábrica deixaria até de soltar fumaça pelas
chaminés. Não havendo atividade, dispensar-se-iam os
operários, e as máquinas acabariam enferrujando.
Analogamente, se ingerimos alimentos já processados, a fábrica
produtora de nutrientes fica sem atividade e o corpo
enfraquece. Assim, é necessário estarmos cientes de que a
vitalidade do homem provém da atividade de transformação dos
alimentos inacabados em acabados. É claro que todos os
nutrientes industrializados, como as vitaminas, são produtos
acabados, sintéticos."
“Não existe alimento que não contenha as substâncias
necessárias à manutenção do homem.”
8.4. Alicerçada secundariamente no espírito dos
alimentos.
● A nutrição atual é uma comédia, algo que não pode ser levado
a sério.
Isso acontece porque a ciência atual erra porque
despreza a existência do espírito e faz pesquisas baseadas
apenas na matéria. [os conhecimentos científicos tem muito de
crença e pseudoverdade, não são absolutos, vide os ovos que
passaram de vilões a heróis].
“Os leitores provavelmente estranharão o título deste
artigo [A comédia da nutrição]. Eu também não gostaria de
utilizá-lo, mas não encontro outra expressão adequada. Assim,
pedirei a compreensão de todos.”
"Evidentemente, referimo-nos à manifestação concreta
da Verdade, isto é, a própria realidade, autêntica, expressa
corretamente, sem o mínimo erro, impureza ou obscuridade. A
cultura desenvolvida até o presente vinha confundindo e
considerando como verdade muita coisa que não o era, e por
143
isso muitos conceitos falsos eram tidos como verdadeiros.
Entretanto, ninguém percebeu isso, porque, obviamente, a
cultura era de baixo nível".
"A pseudoverdade desmorona com o passar dos anos,
porém a Verdade é eterna. Quando surge uma nova teoria ou se
faz alguma descoberta, as pessoas acreditam tratar-se da maior
de todas as verdades; todavia, com o aparecimento de novas
teses e descobertas, é comum que aquelas venham a ser
superadas."
“A Ciência atual está totalmente errada, porque despreza a
existência do espírito e faz pesquisas baseadas apenas no corpo.
Falando mais claramente, o que movimenta o espírito do
homem não são os braços e as pernas; ocorre justamente o
contrário.
O corpo humano é constituído de várias centenas de
matérias. As principais são o sangue, as células, os músculos, os
ossos, os cabelos, a água, o cálcio, etc., cada uma delas
composta de vários elementos. Os diversos órgãos trabalham
incessantemente, sem um segundo sequer de descanso. Essa
energia que movimenta o corpo é proveniente do elemento
espírito e do elemento matéria contidos nos alimentos.”
● O espírito (a matéria) do homem (organismo) se nutre do
espírito (da matéria) do alimento.
Removendo-se o espírito presente nos alimentos, as
vitaminas, as proteínas, as calorias, os carboidratos, etc., são
como restos. Por isto, se deve esquivar de ingerir água fervida
por ela não ter energia.
“A Dietética da atualidade afirma que se deve ingerir
determinada quantidade de vitaminas, ou de calorias, mas, na
verdade, essa é uma questão de menor importância, pois o
fundamento da verdadeira Dietética está no próprio espírito dos
alimentos. Isso não pode ser avaliado em tubos de ensaio;
portanto, pelos parâmetros da ciência atual, não é possível
144
entendê-lo, por mais que se pesquise. Com efeito, quando se
remove o espírito presente nos alimentos, as vitaminas, as
proteínas, as calorias, os carboidratos, etc., são como restos.
O homem é formado de espírito e corpo. Por essa razão
ele necessita se nutrir em ambos os aspectos: espiritual e
material. Como todos os alimentos são constituídos dessas duas
partes, os produtos frescos, como as verduras e os peixes,
contêm mais energia espiritual. Quando o espírito os abandona,
os alimentos se deterioram. O tempo de permanência do
espírito varia: é mais longo nos cereais, seguidos pelas verduras,
sendo que nos peixes é curto.
O que sustenta o espírito do homem é a energia espiritual
dos alimentos; analogamente, a parte material destes é o que
lhe sustenta o corpo. Portanto, a fonte da vitalidade humana
está no provimento da energia espiritual; consequentemente, a
força ou a fraqueza do corpo estão relacionadas ao maior ou
menor provimento dessa energia.
O fundamento da saúde é se ingerir alimentos que
contenham grande quantidade de energia espiritual. Dessa
forma, há um aumento da vitalidade do espírito, o que promove
o fortalecimento do corpo. Os inúmeros fortificantes refinados
que existem, estão com a sua energia espiritual muito escassa e,
por conseguinte, quase não têm mais força para sustentar o
espírito. Por isso, mesmo que a pessoa tome uma grande
quantidade deles, sua força vital não aumentará. Seria muito
mais inteligente ingerir alimentos como hortaliças frescas.”
“Os produtos frescos, como as verduras, os legumes e os
peixes, contêm mais energia espiritual. Quando o espírito os
abandona, os alimentos se deterioram. O tempo de
permanência do espírito varia: é mais longo nos cereais,
seguidos pelas hortaliças, sendo que nos peixes é curto. Isso é
fácil perceber observando-se o tempo de conservação natural
desses produtos. Portanto, quanto mais fresco o alimento, maior
sua energia vital. É possível prolongar seu período de
conservação secando-o (peixe seco, por exemplo) e isso
145
acontece porque se retira a água e se absorve o espírito do sal.”
“Fala-se que não se deve tomar água sem ferver. Mas a
água tem muito mais vida, por isso, é boa para o corpo. Se a
fervemos, ela morre. Isto é: sua energia acaba, portanto, não é
nada boa."
● O Criador preparou alimentos especiais para serem ingeridos
pelo homem a fim de manter-lhe a vida.
Foi por isso que, em algumas espécies, colocou um sabor
especial como a maneira de os homens poderem estabelecer a
separação entre produtos recomendáveis à manutenção da vida
e aqueles considerados prejudicais à saúde. Na verdade, tal
princípio significa que os seres humanos devem comer com
alegria, sentindo prazer e gostando do sabor oferecido pelos
alimentos. Só dessa forma pode ser provida a carência nutritiva
do organismo. Tal realidade mostra, claramente, como Deus
preparou a vida humana na Terra. Pode-se também
compreender, através de constatações relativas à nutrição, que
as pessoas hoje não se alimentam para viver, pois poucas são
capazes de distinguir o sabor verdadeiro e próprio de cada
alimento. Ingerem, por isso, qualquer coisa apenas para saciar a
fome. Ao ser analisado, então, do ponto de vista de lógica divina
o processo alimentar se torna extremamente misterioso.
Interpretando superficialmente este ensinamento, existe
até a possibilidade de tomá-lo como um incentivo ao
relaxamento e à ingestão só daquilo que a pessoa gosta de
comer. Longe disso. O que o Meishu-Sama apregoa é que um
corpo saudável induz à vontade de comer o que o corpo mais
está necessitando no momento. Por exemplo: pode-se dizer que
a vontade de tomar demasiadamente refrigerante ou café prejudiciais à saúde - é uma manifestação de que o corpo e o
espírito estão em desarmonia. É esta desarmonia que faz buscar
alimentos prejudiciais.
Ingerir aquilo que lhe é agradável e delicioso, porém, "o
146
exemplo máximo do alimento saboroso é a hortaliça que não
contém fertilizantes" e que o alimento saboroso é o que não é
enjoativo para os japoneses, são o arroz, a sopa de missô e os
vegetais. Todos os produtos originários da Agricultura da Grande
Natureza têm um sabor bem especial. Tanto arroz quanto
verduras e legumes são muito gostosos, além de nutritivos.
“Pode-se pensar que o alimento que tem aroma
acentuado, contém uma energia espiritual forte. As frutas, que
possuem aroma e caldo abundante, detêm forte energia
espiritual. As frutas cítricas, por exemplo, são boas."
"O engraçado é que, tempos atrás, eu não comia maçã e,
aí, alguém perguntou: 'Meishu-Sama, o senhor não come maçã.
É por que ela faz mal ao organismo?' Então, eu disse: 'Não, não é
isso. Eu gosto de frutas que tenham caldo e como a maçã não
tem, não como.' Aí, não sei que equívoco houve, começaram a
propagar que Meishu-Sama não come maçã porque não é bom.
Por isso, acabou por se dizer que os messiânicos não comem
maçã. É realmente engraçado. A maçã, o caqui e tudo o mais,
foram feitos por Deus para alimentar o ser humano. Logo, quem
gosta de maçã, pode comer à vontade. Isto é, o sabor é algo
extremamente necessário."
"[Para Meishu-Sama] o maior prazer são as refeições,
portanto, sirva-me o máximo possível das coisas de que gosto.”
“Eles (os alimentos) foram concedidos não apenas ao
homem, mas a todos os seres, para que estes possam se manter
vivos. Foram feitos de forma adequada a cada espécie. O Criador
destinou o alimento certo ao homem, aos animais quadrúpedes
e às aves. Quais são, então, os alimentos atribuídos ao homem?
É fácil reconhecê-los, porque eles têm sabor e as pessoas têm
paladar. Portanto, saboreando os alimentos e ficando satisfeitas,
elas absorvem os nutrientes naturalmente, o que irá constituir a
base da saúde. Deverão, pois, saber que tomar cápsulas de
vitaminas, por exemplo, que não precisam ser mastigadas nem
exigem o trabalho da função digestiva, não só representa um
grave erro como até faz mal. Dessa maneira, como as condições
147
ambientais, profissionais e orgânicas são diferentes, basta a
pessoa comer aquilo que estiver desejando comer, porque é isso
que ela está necessitando. Ou seja, cada um deve se alimentar
de modo natural, sem se apegar às teorias da Dietética.”
“Comidas insossas levaram os homens a alimentar-se de
carnes. Até comigo aconteceu assim. Contudo, recentemente
comecei a consumir quase que exclusivamente produtos da
Agricultura da Grande Natureza. Em conseqüência, agora estou
preferindo verduras e legumes a carnes. Têm elas um sabor
incontestável, bem diferente daquelas produzidas à base de
agrotóxicos.
Por outro lado, o consumo de carnes e produtos de
origem animal sempre foi muito exagerado no Ocidente. Nos
dias atuais, cresceu bastante também no Japão. Esse fato gera
espiritualmente certa rudeza de atitudes, irritabilidade,
nervosismo, dando a impressão de que as criaturas se sentem
melhores quando estão discutindo ou brigando violentamente.
Mesmo na História, há inúmeros casos de pessoas que
tentaram alcançar seus objetivos através da guerra; existem
também inúmeros exemplos de conflitos sociais e judiciais.
Tanto assim que sempre houve necessidade de muito
policiamento para manter a ordem.
A causa, entretanto, de todos esses problemas que
afetam a vida humana está na alimentação à base de carne.
Há sete ou oito anos, como já lhes falei em outras
ocasiões, visitei uma localidade de águas termais chamada
Yunishi Gawa, próxima a Nikko. Ali existe uma aldeia com
seiscentos (600) habitantes distribuídos em noventa (90) casas.
Todas essas pessoas são absolutamente vegetarianas. De origem
animal, nada consomem; nem mesmo peixe. Dizem que seus
ancestrais também cultivam hábitos semelhantes. Nem galinhas
possuem; por isso, numa das vezes em que lá estive, como
desejei comer esse tipo de carne, tive de comprá-la em outra
aldeia próxima.
Nessa comunidade, quando surge algum problema, tudo
148
é resolvido pelo dono da pousada. Não há doentes. Nunca houve
surto de tuberculose.
Também lhes é peculiar o hábito de ninguém se casar
com pessoas da cidade ou povoados vizinhos; somente entre
eles (os membros da comunidade). Raras vezes acontece algum
casamento com moradores da aldeia Nikko que fica próxima.
Mantêm esse hábito, porque acreditam que, casando-se com
pessoas de outras regiões, por exemplo, Tóquio, correm o risco
de adquirir tuberculose.
Durante essa minha visita a Yunishi Gawa, parecia-me
estar no paraíso: pessoas de coração tranqüilo, calmas. Na
pousada, conheci uma jovem de vinte anos com quem conversei
bastante. Freqüentava uma escola feminina da aldeia Nikko.
Tinha uma excelente cabeça, raciocínio claro. Senti-me muito
bem em sua companhia e pude perceber, pela conversa que
mantivemos, a grande influência do vegetarianismo
determinando comportamentos saudáveis.
Posso, portanto, afirmar que os alimentos originários da
Agricultura da Grande Natureza deixam a pessoa
espiritualmente muito melhor. Por outro lado, um sabor
delicioso fará com que todos consumam mais verduras, sintamse mais felizes e tenham condições de aprimorar o espírito.
Dessa forma, estarão sendo estabelecidas as condições
essenciais para a construção do Reino de Miroku.”
“Conforme dissemos, os nutrientes indispensáveis à
manutenção da vida humana estão presentes em todos os
alimentos. Se há uma grande variedade de alimentos, é porque
todos eles são necessários. A quantidade e a preferência variam
conforme a pessoa e a hora; a variedade do que se quer comer
também depender da necessidade do organismo. Por exemplo, a
pessoa come quando tem fome ; bebe água quando está com
sede; se deseja comer algo doce, é quer tem falta de açúcar em
seu organismo; se lhe apetece salgado, é porque tem falta de
sal, e assim por diante. Por conseguinte, as necessidades
naturais do homem evidenciam o princípio exposto. A melhor
149
prova é que quando a pessoa está desejando algo, esse algo,
esse algo lhe é saboroso. Por isso podemos compreender o
quanto está errado ingerir contra a vontade coisas que não são
saborosas, como os remédios, por exemplo. A frase “Todo bom
medicamento é amargo [desagradável]’’ também encerra um
grande erro. O sabor amargo [gosto ruim] já é indicação do
Criador de que aquilo é veneno e não deve ser ingerido.”
Uma pergunta que Meishu-Sama faz é a de “Quantas
pessoas conhecem realmente o sabor das verduras?” e ele
mesmo responde: “Provavelmente pouquíssimas. Isso porque,
não há verduras em que não tenham sido utilizados adubo
químico e esterco. Absorvendo esses elementos, os produtos
acabam perdendo o sabor atribuído pelos Céus. Se, ao invés
disso, se faça com que absorvam os nutrientes da própria terra,
eles terão seu sabor natural e, portanto, serão muito mais
saborosos.”
Todos os produtos originários da Agricultura da Grande
Natureza têm um sabor bem especial. Tanto arroz quanto
verduras e legumes são muito gostosos, além de nutritivos.
● Encaminhamento para a destoxificação.
Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada:
"Primeiro, o sangue se suja e, como conseqüência, o
espírito fica maculado. Originariamente, o sangue é a
materialização do espírito e, reciprocamente, o espírito é a
espiritualização do sangue. Isso mostra a identidade do espírito
e da matéria". (...) "O método de purificar o sangue pela
eliminação das máculas do espírito (Johrei), e o de eliminar essas
máculas através da purificação do sangue (ingestão de alimentos
com forte energia vital) têm a mesma importância. Não seria
justamente essa a razão por que Meishu-Sama nos ensinou
como devemos nos alimentar?"
Através deste texto entendemos a importância dos
alimentos, tanto para não sujar mais o nosso sangue, como para
150
purificá-lo. O mais interessante é que os estudos mais recentes
da ciência estão falando exatamente isso. (...) Com relação às
toxinas de origem externa, existem mais de 4 milhões de
compostos químicos tóxicos, sendo 3 mil de alto risco.
Diariamente, temos o potencial de contato com cerca de 60 mil
compostos tóxicos. Podemos incluir nesse rol os metais tóxicos,
medicamentos, aditivos alimentares, agrotóxicos em geral
(pesticidas, herbicidas, fungicidas etc.), drogas de uso
recreacional, álcool, poluentes do ar, migrantes de embalagens,
produtos químicos usados em casa, e outros. Além disso, outro
conceito muito importante é a carga tóxica, que consiste na ação
combinada dos diferentes compostos tóxicos no organismo e
que poderá ser maior que a ação das partes individuais. Existe
sinergia entre os compostos, levando a danos imprevisíveis em
condições experimentais.
.
E o que podemos fazer para destoxificar, purificar ou
limpar nosso sangue dos xenobióticos ou toxinas? Uma opção é
151
saber escolher os alimentos que serão consumidos. Os alimentos
da Agricultura Natural/Orgânicos, integrais, produzidos próximos
da região onde moramos, e da safra, são excelentes escolhas.”
"Ao comer arroz sem fertilizantes, as toxinas não
penetram no ser humano. Assim, as máculas diminuem e, por
conseguinte, o sangue intoxicado também, e as doenças passam
a incidir com menor freqüência.”
8.5. Embasada por baixo valor de nutriente,
diversidade e requinte.
● A alimentação atual é um processo de ingestão que não
percebe os nutrientes como a forte energia espiritual que existe
nos alimentos destacadamente nos de pequena importância
alimentar, variabilidade e refinamento.
Principalmente nas verduras e cereais. Não se dá conta de
que a comida simples ativa os órgãos produtores de nutrientes,
sendo o segredo do rejuvenescimento.
"Denomino nutrientes a forte energia espiritual que existe
nos alimentos, principalmente nas verduras.”
“As verduras contêm grande quantidade de nutrientes.
Assim, do ponto de vista da nutrição, elas e os cereais já
proporcionam alimentação suficiente.”
"O organismo do homem foi criado de modo a se adaptar
ao meio ambiente. Se comemos pratos pobres continuamente,
nosso paladar se modifica e começamos a achá-los saborosos.
Entretanto, parece que pouca gente tem conhecimento disso.
Caso a pessoa se acostume com belos pratos, passará a não mais
se satisfazer, exigindo iguarias cada vez melhores. Isso se
observa em pessoas extravagantes."
“Certa vez, quando viajava de trem pelo norte do Japão,
sentou-se ao meu lado um camponês de aproximadamente 50
anos, corado, de aparência muito saudável. De vez em quando,
152
tirava algumas folhas de pinheiro do bolso do paletó e as comia
com evidente prazer. Expressei-lhe minha estranheza e ele,
orgulhosamente, me respondeu que, há mais de dez anos, era
aquela a sua alimentação. Disse-me ainda que outrora fora um
homem muito fraco. Como, certa vez, ouvira que folhas de
pinheiro eram boas para a saúde, passou a alimentar-se delas
embora, a princípio, não lhe fossem agradáveis ao paladar. Com
o tempo, porém, habituara-se a elas e adquirira excelente saúde.
E, desabotoando o paletó, mostrou-me a musculatura do seu
braço.
Há algum tempo, um jornal publicou a história de um
rapaz que se alimentava exclusivamente de folhas de chá
usadas. A história é verídica e foi relatada pelo próprio jovem.
Em outra ocasião, quando escalei o Yarigadake, nos Alpes
japoneses, espantei-me ao ver que a marmita de meu guia
continha apenas arroz branco que ele dizia estar saboroso.
Ofereci-lhe alguns mantimentos enlatados aos quais recusou
terminantemente. Apesar dessa alimentação tão precária, subia
é descia a montanha diariamente, percorrendo cerca de
quarenta quilômetros, levando às costas um fardo de mais de
quarenta quilos.
Um caso, ainda mais antigo, é o de Hakuseki Arai,
eminente Confucionista que viveu em fins do Shogunato
(governo feudal) Tokugawa. Na sua juventude, Hakuseki viveu
algum tempo, num quartinho sobre uma loja de tofu (queijo de
soja). Nessa época, durante dois anos, alimentou-se
exclusivamente de bagaços de soja.
Tenho também minha experiência pessoal, já
mencionada algumas vezes. Para curar-me da tuberculose,
alimentei-me, por três meses, somente de vegetais. Com essa
dieta, recuperei-me completamente.
A partir dos exemplos acima expostos, pode-se concluir
que uma alimentação mais rude, tosca, sem refinamento deve
ser preferida aos produtos industrializados. Tal hábito alimentar
obriga os órgãos digestivos a trabalhar energicamente a fim de
153
produzirem todos os elementos que compõem a boa nutrição.
Com força vital renovada, a saúde fica fortalecida, o organismo
rejuvenesce e a vida se prolonga.”
“Um fato notório que exemplifica bem essa questão é o
da saúde dos trabalhadores da Manchúria, considerada tão
extraordinária, que alguns cientistas ocidentais, segundo ouvi
dizer, para lá se dirigiam a fim de estudar o caso.
A alimentação desses operários, no entanto, restringe-se
apenas a três grandes pães de koaliang (cereal selvagem) por
dia, em cada refeição.
Dá, portanto, para concluir, ao serem notados tais fatos,
que a ciência nutricional deixa dúvidas ao recomendar a mistura
de várias categorias de alimentos em cada refeição.
De acordo com as minhas observações, é preferível que a
alimentação seja a menos variada possível. Dessa forma, a
atividade orgânica responsável pela nutrição do corpo se
fortalece, ou seja, ocorre um processo semelhante ao das
pessoas que, por dedicarem-se a um único trabalho, se
especializam, adquirindo maior destreza.”
“Atualmente temos nutrientes com formas e aplicações
diversas, como vitaminas, aminoácidos, glicose, carboidratos,
gorduras, proteínas, etc. Todos estão a par do aumento que
ocorre, a cada ano, na variedade de vitaminas. Todavia, a
ingestão ou injeção dessas substâncias não produz efeitos
permanentes e sim temporários."
"A dietética atual também menospreza o valor nutritivo
dos cereais, acreditando que os nutrientes estão contidos, em
sua maior parte, nos pratos complementares, e não no prato
principal. Isso também constitui um erro. Na verdade, o valor
nutritivo dos cereais é o mais importante; o dos pratos
complementares é secundário. Pode-se dizer que eles servem
para tornar mais apetitosos os cereais."
"Pude comprovar essa teoria numa excursão que fiz aos
Alpes Japoneses. Fiquei espantado ao ver a marmita dos
cicerones: continha só arroz - não havia mais nada, nem sequer
154
uma ameixa salgada. Como eu lhes perguntasse se o arroz era
gostoso, responderam afirmativamente. E eles sobem e descem,
diariamente, um caminho extremamente íngreme, carregando,
nas costas, bagagens que pesam cerca de 50kg. Como é que os
nutricionistas explicarão tal fato?"
“Os alimentos consumidos pelas pessoas fossem todos de
alto valor nutritivo, pois o corpo humano provavelmente seria
extinto. A perfeição é, de fato, alcançada através dos defeitos,
das falhas, e essa atividade de se buscar por meio da
imperfeição o máximo de aprimoramento constitui a própria
vida.
Portanto, quem se alimenta apenas com produtos
altamente nutritivos acaba levando o próprio corpo ao
enfraquecimento. (...) Há algum tempo, foram feitas algumas
experiências com galinhas, às quais administrou-se uma nutrição
considerada perfeita. Depois de dois anos, todas morreram.”
"Uma semana antes da escalada, os autênticos alpinistas
fazem uma dieta vegetariana absoluta. Até os alpinistas
estrangeiros são assim. Quando escalam montanhas após
comerem carnes e aves, não conseguem manter o fôlego. A
dieta vegetariana é mais nutritiva para o ser humano.
Por isso, como venho ingerindo comidas requintadas,
estou preocupado se não vou ficar desnutrido (risos). Todos
pensam que peixes e aves são bons e só preparam esses tipos de
comida. Por isso, digo insistentemente: "Não podem fazer só
coisas que não têm nutrientes: sirvam verduras que os possuem
em maior quantidade. Vou escrever um livro sobre nutrição
completamente diferente dos escritos até agora. Alimentar-se se
preocupando com os nutrientes, etc., faz o corpo enfraquecer
tanto, que chega a ser problemático."
"Ingerindo-se comidas simples, os órgãos que suprem o
organismo de nutrientes, trabalham mais, e a pessoa
rejuvenesce. Por isso, à medida que se envelhece, é melhor não
comer os chamados ‘nutrientes'. Diz-se que a pessoa se torna
155
fraca Por falta de nutrientes, mas isso é um tremendo erro.
Todos são fracos por excesso de nutrientes."
"Os órgãos humanos produzem os nutrientes necessários
à manutenção da vida. Intensificar essa atividade deve ser a
condição principal, na questão da saúde. A infância e a
juventude são as épocas em que ela é mais intensa e, por isso,
nós nos desenvolvemos. Assim, para adquirirmos vida longa,
precisamos rejuvenescer nossos órgãos. (...) E qual é o método a
ser empregado? É ter uma alimentação bem simples. Através
desse método, os órgãos terão de desenvolver uma intensa
atividade, caso contrário, não conseguirão produzir os nutrientes
necessários. Portanto, a primeira coisa a ser feita por quem
deseja vida longa é rejuvenescer nossos órgãos, pois, se eles
rejuvenescerem, é lógico que todo o corpo rejuvenescerá."
● A pobreza em elementos protéicos faz bem a saúde em geral,
a resistência física ao trabalho da lavoura realizado pelos
agricultores e ao frio de determinadas épocas do ano, e é uma
boa nova até mesmo para a economia.
“Se esta nova alimentação que tenho defendido se tornar
uma prática comum, será uma grande boa nova, até mesmo do
ponto de vista da economia nacional. Os agricultores do nosso
país possuem resistência física ao trabalho porque têm uma
alimentação pobre; caso eles passassem a se alimentar de carne,
cujo valor protéico é muito alto, garanto que não suportariam o
trabalho da lavoura.”
“Com relação à dieta vegetariana, acontece ainda um
outro fato inusitado: é comum, quem a pratica, sentir muito
calor. Exatamente o contrário ocorre com aqueles que comem
carne; de imediato sentem calor e, algumas horas depois, frio.
A partir dessa constatação quanto ao uso, ou não, de
carne na dieta alimentar, pode-se compreender a razão do
surgimento dos sofisticados sistemas de aquecimento nos
Estados Unidos e na Europa. Pessoas com uma alimentação
156
predominantemente carnívora são mais sensíveis ao frio. Já os
antigos japoneses, que não comiam carne, suportavam as baixas
temperaturas com maior facilidade. Daí a razão de terem
construído suas casas sem pensar muito em protegê-las contra
os rigores do inverno. Os próprios trabalhadores andavam com
as pernas descobertas dos joelhos para baixo, mesmo em épocas
de muito gelo. As mulheres usavam apenas uma ou duas
anáguas de algodão debaixo da saia e, geralmente, não calçavam
meias. Ao contrário, as de hoje cobrem-se com várias malhas de
lã e, mesmo assim, tremem de frio.
Uma alimentação vegetariana, portanto, aumenta
fundamentalmente a resistência permitindo o exercício de
trabalhos pesados durante longas horas, sem que advenha
cansaço. É erro, pois, admitir, por exemplo, que os homens do
campo sejam subnutridos e recomendar-lhes a ingestão de mais
carne e peixe. Para a comprovação dessas afirmações, basta
constatar que os antigos lavradores japoneses, homens e
mulheres, trabalhavam desde o alvorecer até a chegada da
noite. Se, a partir de agora, passarem a consumir muitos
alimentos de origem animal, com certeza, a sua capacidade
produtiva cairá.
Da mesma forma, um dos fatores responsáveis pelo
surgimento da mecanização agrícola nos Estados Unidos foi a
necessidade de compensar a falta de resistência física dos
lavradores com a inteligência. Quer dizer: pelo fato de os
trabalhadores terem colocado na sua alimentação mais produtos
de origem animal, tornou-se imprescindível que o trabalho
braçal fosse amparado pela força das máquinas.
Em síntese, não há dúvida de que a dieta vegetariana é a
mais indicada para o corpo. Devem-se, contudo, levar em
consideração alguns fatores específicos, relacionados ao
ambiente, situações climáticas e tipos de atividade física ou
mental executada por cada pessoa em particular.”
157
● As carnes fazem contrair doenças como o câncer e encurta a
vida.
“Os fatos comprovam minhas palavras: os agricultores e
os monges budistas, que se alimentam principalmente de
verduras, gozam de saúde e longevidade, enquanto as pessoas
da cidade, que se alimentam continuamente de carnes, peixes e
aves, contraem doenças com facilidade e têm vida curta.”
"Estava escrito que se surgissem doenças estranhas nos
animais (domésticos), e se elas se alastrassem, iria faltar carne.
Isso é muito engraçado. Os americanos sofrem de muitas
doenças, e isso é claro: primeiro, devido às toxinas medicinais e,
em seguida, porque comem carne em excesso. Todavia, esse
fato não se limita aos Estados Unidos - ele ocorre também na
Europa. Os ingleses e os franceses, que consomem carne em
grande quantidade, estão bastante debilitados. O câncer, a
doença mais temida nos Estados Unidos, é causado pela toxina
da carne. Bastaria cortar as toxinas dessas carnes com os
vegetais, mas, como estes não são ingeridos em quantidade
suficiente, o câncer aumenta. Então, a falta de carne é uma
advertência Divina, como que dizendo que não podemos comer
mais carnes. Fazer esse controle é uma providência da
Natureza."
"Pergunta: Diz-se que as carnes causam leucemia. Mas
será que existe mesmo essa influência?
Meishu-Sama: Existe. Na verdade, a carne é um alimento
"velho". Ou seja, o vegetal é mais “jovem" porque ele nasce da
terra e, por conseguinte, é mais natural. A carne é de origem
animal, por isso, "envelhece" facilmente. Portanto, está dentro
da lógica o aumento dos leucócitos. Diz-se que a carne tem
muitos nutrientes, mas é o contrário. Ela é algo acabado, e, por
este motivo, assemelha-se ao ser humano, que, quando
completa o seu ciclo de vida, fica velho. O bebê é algo novo e os
vegetais corresponderiam a ele. Por isso, quando se comem
vegetais, por uns tempos, parece que os nutrientes são poucos,
158
mas, por serem mais puros, possuem vigor. E essa condição dos
vegetais é que é realmente melhor para a saúde. Se
entendermos essa lógica, em tudo acontece o mesmo. A lógica
de que algo inacabado vai se completando aos poucos, ocorre
em todas as coisas.
Estas envelhecem e, por último, acabam. E aí nasce algo
novo e, dessa forma, as fases vão se alternando. É exatamente
como a primavera chegar depois do inverno; é gratificante
atingir o verão e, do outono, chegar ao inverno. Por isso, o
recém-nascido é vermelho e, à medida que ele vai avançando na
idade, surgem os cabelos brancos."
Experiência de Meishu-Sama.
“Gostaria de alertar aos especialistas que não há nada
tão errado quanto a alimentação e a nutrição da atualidade. Eles
transformaram-nas em teorias acadêmicas, demasiado distantes
da realidade. Durante mais de dez anos fiz pesquisas profundas
sobre o assunto e, surpreendentemente, os resultados obtidos
foram exatamente o oposto do que a Dietética recomenda. Vou
explicá-los partindo da minha própria experiência.
Até cerca de quinze ou dezesseis anos atrás, eu era um
grande apreciador de carne, e o meu jantar consistia quase
sempre, de comida ocidental à base desse alimento, ou,
eventualmente, de comida chinesa. Esse tipo de alimentação,
segundo os nutricionista, é o mais próximo do ideal, mas
naquele tempo eu era magro e ficava doente com a maior
facilidade. Vivia sempre gripado, com problemas de estômago, e
não havia um só mês em que não fosse ao médico. Na tentativa
de melhorar meu estado de saúde, experimentei todos os
tratamentos que estavam em moda, na época, e mais outras
práticas, como respiração profunda, banhos de água fria,
meditação, etc. Eles fizeram algum efeito, mas não a ponto de
melhorar minha constituição física.
Quando eu soube que a carne não fazia bem, voltei a
alimentar-me de comida japonesa, que consiste em verduras e
peixes. Então meu peso aumentou de 56 para 60 quilos em dois
159
ou três anos; ao mesmo tempo, tornei-me resistente às gripes.
Acabei até esquecendo que sofria do estômago e dos intestinos
e pude sentir pela primeira vez a alegria de gozar boa saúde. De
lá para cá, e isso já faz mais de dez anos, tenho trabalhado
sempre com bastante disposição.
Resolvi, então, experimentar o método em mais de dez
pessoas da minha família, inclusive meus seis filhos, e obtive
bons resultados, conseguindo banir do meu lar o fantasma da
doença. O mais interessante foi que experimentei ministrar-lhes
uma dieta pobre em elementos protéicos. Assim, mandei que
minha mulher e minha empregada dessem refeições pobres às
crianças. Foi utilizado arroz 70% refinado, bastante verdura e, de
vez em quando, peixe, mas apenas salmão salgado, sardinha
seca e peixes comuns. Além disso, ‘ochazuke’’ (arroz embebido
em chá) ou “shiomussubi’’ (bolinho de arroz com sal)
acompanhados de picles japonês, ou, ainda ‘norimaki’’ (bolinho
de arroz envolto em alga marinha) feito em casa, etc. Do ponto
de vista da Dietética, uma alimentação carente de valor
protéico.
O resultado foi surpreendente: durante os cursos
primário e secundário meus filhos tiveram porte físico dos
melhores. A nutrição foi boa porque, começando pelo mais
velho, de dezesseis anos, até o mais novo, de quatro anos,
nenhum teve doença grave. Todos os anos eles monopolizavam
o prêmio de assiduidade, por não terem falado um dia sequer às
aulas.
Aproveitando a valiosa experiência obtida através dessa
prática, tentei o mesmo método em centenas de pessoas que
me procuram desde que comecei a tratar de doentes, há oito
anos. Os resultados foram excelentes, sem exceção.”
Pelos fatos que expus, poderão ver que a Dietética, cujo
progresso é vertiginoso em nossos dias, apresenta um erro
fundamental. Não me acanho de apontá-lo, pois constitui um
sério problema do ponto de vista da saúde. E estou alertando
160
firmemente não só os estudiosos do assunto como também as
pessoas em geral.”
8.6. Direcionada para o vegetarianismo com relação à
missão.
● Aumenta a longevidade.
“Dentre os nutrientes, os que mais contêm elementos
essenciais para uma alimentação perfeita são os vegetais. Para
tanto; basta observar a longevidade dos monges zen-budistas
que seguem uma dieta frugal, exclusivamente de vegetais. Há
também outros vegetarianos notáveis. Entre eles, Bernad Shaw,
que morreu aos 94 anos.”
"Eu, por exemplo, ainda preciso trabalhar muito daqui
para frente. Por ter que travar uma batalha contra os demônios,
preciso de muita coragem e firmeza. Vou empreender muitas
atividades, tais como revolucionar a medicina. Como tudo isso
será uma luta incessante, não conseguirei vencer se eu for muito
calmo. Por isso, necessito também comer carne. Assim, quem
não vai batalhar muito, deve consumir o máximo de vegetais,
pois é melhor para o corpo e, obviamente, viverá mais."
● Beneficia as pessoas com problemas pulmonares e pleurite.
“Aproveitando a valiosa experiência obtida através dessa
prática, tentei o mesmo método em centenas de pessoas que
me procuram desde que comecei a tratar de doentes, há oito
anos. Os resultados foram excelentes, sem exceção. A
alimentação à base de verduras tem sido muito eficaz
principalmente no caso de pessoas portadoras de problemas
pulmonares e pleurite. Gostaria, portanto, que os médicos
pesquisassem como essa alimentação é benéfica para tais
casos.”
161
● Encaminha ao paraíso terrestre.
“As atuais teorias sobre higiene e saúde deixam,
portanto, muito a desejar. Não condizem com a realidade, além
de representarem uma enorme perda de tempo. Pobre homem
civilizado!”
"Quando eu tinha 15 anos, contraí pleurisia. Através de
tratamento médico, feito durante quase um ano, fiquei
completamente curado. Por algum tempo, tive saúde, mas
depois sofri uma recaída. Desta vez, a doença progredia
aceleradamente e fui piorando cada vez mais. Passando pouco
mais de um ano, diagnosticaram-me tuberculose de terceiro
grau. Nessa época, eu estava exatamente com dezoito anos.
Resolvi, então, consultar o falecido professor Irissawa TátsukÍti,
o qual, depois de minuciosos exames, disse-me que já não havia
esperança de cura. Então, eu me decidi. Já que ia morrer de
qualquer maneira, achei que não havia outro jeito senão tentar
o milagre da cura através de algum método diferente. Pus-me à
procura desse método. Naquela época, eu gostava de desenhar
e, por isso, enquanto lia livros antigos, encontrei um livro que
discorria sobre as diversas ervas medicinais usadas pela
medicina chinesa e foi lendo-o que percebi que até aquela data,
eu ingeria alimentos nutritivos de origem animal. Obviamente,
comia carne de gado, aves, etc., e até papa de arroz cozido em
leite. Naquela época, em especial, os médicos diziam que os
nutrientes se limitavam aos produtos de natureza animal e eu
praticava o que eles afirmavam. Então, vendo aquele livro,
pensei que as verduras também possuíam remédio e nutrientes.
Pensando nisso, na época das guerras civis (guerras internas) da
Antiguidade, por exemplo, a população do Japão era quase que
totalmente vegetariana. E como tinham surgido tantos heróis
que vemos nos livros de história, achei que talvez a comida
vegetariana também fosse boa. Pensei que os japoneses em
especial deveriam ter esse tipo de alimentação e, então, resolvi
decididamente realizá-la. Entretanto, tomando as devidas
162
precauções, resolvi fazer a experiência por um dia e como me
senti muito bem, continuei no segundo, no terceiro dia. Aí fiquei
sabendo do erro da medicina ocidental e, em uma semana,
abandonei também os remédios. Assim, passado cerca de um
mês, minha doença foi quase inteiramente debelada e continuei
me alimentando de comida vegetariana por três meses. Como
resultado, fiquei mais saudável que antes. Posteriormente,
contraí outras doenças, mas não tive sintomas de tuberculose, o
que evidencia a cura total. Hoje, quarenta anos depois, vendo
que com mais de sessenta anos de idade eu tenho uma saúde de
ferro, poderão entender por que a tuberculose é inteiramente
curável."
"Ontem, o bonzo Hashimoto, chefe do Templo Yakushi de
Nara, e considerado o bonzo mais representativo da Era Showa
(1926 -1988), me procurou. Ele tinha um ótimo aspecto, apesar
de estar bem gordo. Parecia-se com um daqueles grandes
bonzos que vemos nos quadros de pintura. É muito inteligente,
também. É profundo conhecedor dos assuntos budistas,
principalmente das belas-artes. A sua gordura, o aspecto da
pele, estão em condições ideais. Nunca vi uma pessoa assim. Dá
uma impressão muito agradável.
Não considero minha cabeça tão má, e nossas conversas
combinam muito bem. Ele diz que é completamente vegetariano
e que nunca tomou remédio desde que nasceu. E que também
não adoece.
Por isso, dá para ver o quanto a comida vegetariana é
benéfica."
Diria ainda: “Na primavera do ano passado (agosto de
1952) conheci um sacerdote do Templo Yakushi, chamado
Gyoim Hashimoto. Era um exemplo de beleza e saúde, além de
possuir a mente bastante clara. Com 56 anos, tinha pele rosada,
muito bonita. Convidei-o para jantar em minha casa. Como era
vegetariano; cuidei de preparar uma refeição composta apenas
de vegetais, sem nenhuma espécie de peixe. Do ponto de vista
163
nutricional, portanto, deveria aparentar certa palidez, o que, na
realidade, não ocorria.”
"Anos atrás, fui passear nas termas de Yunishikawa,
situadas nas matas do Estado de Totigui. A população dessa vila
era formada pelo clã Heike, composto de noventa famílias, num
total de mais de seiscentas pessoas. Todos eram completamente
vegetarianos e, embora houvesse peixes saborosos nos límpidos
rios da região, eles nem sequer os pescavam. Ouvi dizer que
aquelas pessoas que não comem carne desde a época de seus
ancestrais, nem sentem nenhuma vontade especial de comê-la.
Como a alimentação era estritamente vegetariana, pedi carne de
galinha ou ovos, mas me disseram que na vila não havia nem
uma coisa nem outra. Isso mostra o quanto seus habitantes
eram rigorosos em relação ao vegetarianismo.
Obviamente não existiam médicos no lugar. Como eu
perguntasse o motivo, responderam-me que ali não havia
necessidade de médicos. Na época, o único doente era uma
pessoa cometida de apoplexia, não se contando um só
tuberculoso. A questão, portanto, é saber o que nos estará
ensinando uma vila tão saudável como essa, vegetariana e sem
médicos.
Segundo me contaram na casa onde eu estava
hospedado, a família Heike, ao ser derrotada numa luta, fugira
para a mata e nela se embrenhara cada vez mais, fixando-se
num local aonde seus perseguidores não pudessem chegar com
facilidade. Na época, eram aproximadamente trinta pessoas.
Encontrando-se numa mata totalmente virgem, tiveram
dificuldades para alimentar-se. No início, sobreviveram comendo
raízes de árvores e frutas. Continuando com uma alimentação
extremamente simples, a família não apenas sobreviveu como
atingiu a prosperidade atual, fato que vem a comprovar minha
teoria."
"Em termos de saúde, a comida vegetariana é a melhor.”
Qualquer iguaria preparada com produtos da Agricultura
da Grande Natureza fica extremamente gostosa, além de,
164
quando cozida, apresentar um rendimento fora do comum.
Entretanto, o que mais chama a atenção é o sabor. Com
isso, a pessoa é incentivada a comer especialmente mais
verduras, melhorando assim a saúde e a personalidade.
O homem de hoje é muito bravo, rude. Briga e mata com
muita facilidade. Tais atitudes estão intimamente relacionadas à
alimentação à base de carnes e produtos de origem animal. Por
não sentir o verdadeiro sabor dos alimentos, julga que só estará
bem nutrido se comer carnes e peixes. Eu também passei por
um processo semelhante. Sempre achava que os produtos de
origem animal eram mais saborosos que as verduras. Entretanto,
após experimentar a Agricultura da Grande Natureza, percebi o
gosto original de tudo.
"Quem cozinha, acha que uma boa mesa deve ter peixe e
carne e estes são utilizados em tão grande quantidade, que
chega a ser um problema. Por isso, eu sempre tenho chamado a
atenção sobre este ponto. Digo-lhes freqüentemente que
preciso comer bastante vegetais e que, por isso, procurem
aumentar a sua quantidade. Os nutrientes estão nos vegetais.
Todavia, fica difícil trabalhar se formos tranqüilos demais;
portanto, ingerimos alimentos de natureza animal. Se a pessoa
preparar a comida sabendo disso, será o ideal."
8.7. Flexibilizada com inclusão de carne referente à
função.
● Para quem vive em combate.
"Entre os alimentos, existem os positivos e os negativos,
e não é bom pender para um lado nem para o outro. Os
negativos são os vegetais; os positivos são as carnes, entre as
quais, a de peixe. A pessoa deve controlá-los, para manter o
equilíbrio. Tenho observado a proporção de setenta por cento
de negativo e trinta de positivo pela manhã, meio a meio no
165
almoço e setenta por cento de positivo e trinta de negativo à
noite. Entre os picles japoneses também há os positivos e os
negativos. Os negativos são os verdes, e os positivos, os brancos,
como o nabo, Por exemplo; procuro comê-los na proporção de
meio a meio.”
“Embora para os trabalhadores do campo, os vegetais
constituam a melhor alimentação, para o homem da cidade, que
trabalha, em especial, com a mente, é necessária uma dieta
adequada a esse tipo de atividade mais competitiva. No caso do
Japão, por tratar-se de uma ilha, a prioridade recai sobre o
consumo de aves e peixes, uma vez que podem ser conseguidos
mais facilmente. Além disso, ambas dessas carnes constituem
excelente nutrição para o cérebro, tornando-o mais vigoroso e
perspicaz.
Já na história da raça branca, pode-se observar que o
desenvolvimento do espírito competitivo, bem como a
predisposição para a luta foram estimulado pelo consumo de
carnes de origem animal.”
“Para finalizar quero dizer que o ser humano deve
alimentar-se de modo simples e natural. Comer, sempre que
tiver vontade, sem se preocupar exageradamente com a
nutrição. É claro que determinadas circunstâncias precisam ser
levadas em conta. Assim para os habitantes das cidades, é
preferível uma dieta constituída, em proporções iguais, de
produtos de origem vegetal e animal. Para os trabalhadores
rurais e para os doentes, recomenda-se, como mais adequada,
uma alimentação composta de setenta a oitenta por cento de
produtos vegetais, acrescidos aos restantes (20 ou 30%) de
origem animal.
Se todas as pessoas seguirem esse tipo de dieta sem usar
medicamentos, não ficarão doentes com certeza.”
“Atualmente, acreditando-se que é bom fazer tudo à
moda do Ocidente, dá-se às crianças japonesas o mesmo
tratamento dispensado ás ocidentais. Isso constitui um grande
erro, porque, na realidade, os japoneses e os ocidentais são
166
essencialmente diferentes. Essa educação errada limitava-se às
grandes cidades, mas parece que nos últimos tempos vem se
adotando no interior o sistema educacional urbano. A falha está
em desprezar a Natureza e atribuir pouca importância ao leite
materno, como acontece no Ocidente, dando às crianças leite de
vaca em excesso, lhes dispensado cuidados exagerados,
fazendo-as ingerir remédios em demasia e aplicando-lhes
injeção inadequada. Isso, ainda que teoricamente esteja correto,
na verdade acaba enfraquecendo o corpo. Para os ocidentais
não há problema, pois foram criados dessa maneira desde os
seus ancestrais; com relação aos japoneses, entretanto, a
mudança brusca é nociva. Para eles, o melhor método de criação
é o japonês, empregado desde a Antigüidade; caso não seja
possível aplicá-lo, a mudança deve ser feita gradativamente. Os
fatos reais são bem ilustrativos.”
“Meishu-Sama não comia desordenamente aquilo de que
gostava, mas balanceava os alimentos de origem animal e
vegetal. Eu lhe apresentava o cardápio, combinando os pratos,
mas notava-se que ele se servia, levando em consideração as
calorias.”
● Na semana apenas duas refeições com carne vermelha.
Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada:
“Inicialmente queremos que você responda a uma
pergunta. Como andam suas escolhas em relação à carne
vermelha, nas principais refeições?
A recomendação de Meishu-Sama [não as conheço] e dos
profissionais de nutrição, levando em conta que durante a
semana temos 14 refeições principais, é consumir carne
vermelha somente em duas delas. Sempre preferindo carnes
magras, porção pequena e um acompanhamento de muitos
vegetais.
E então, já analisou o seu consumo?
167
Para aqueles que extrapolam os limites e mesmo para os
que não, mas que andam preocupados com questões
ambientais, como o escasseamento da água potável, nós
buscamos no livro "Agroecologia, Ecosfera, Tecnosfera e
Agricultura", de Ana Primavesi, Ph.D em Nutrição Vegetal e
pioneira em agroecologia no país, o seguinte trecho, na página
33.
"(...) Por outro lado, os confinamentos de bois de
engorda (...) poluem o nível freático de água com nitrato, de
modo que as poucas fontes existentes são imprestáveis e
tóxicas. Para a produção de um bife, gastam-se 80 litros de água,
240.000 litros para cada boi confinado. É a produção high-tech
de alimentos! É exatamente a alta tecnologia que polui as águas,
sem falar das superadubações com 4 a 8 toneladas de adubo por
hectare que já tornaram inabitáveis muitos vales ou "Creeks"
nos EUA e na Suíça (...)".
São gastos 80 litros de água potável para um bife! Nem
sempre temos a consciência dos valores que estão atrás dos
alimentos.
Você já calculou o quanto de água potável foi necessário
para atender nossa vontade de consumir carne vermelha?
Agora, multiplique pelos bilhões de pessoas iguais a nós, que
habitam o planeta Terra. Com certeza, os números
impressionam, não? Nossos hábitos de consumo afetam
diretamente o planeta; portanto, vamos pensar e agir com
responsabilidade.
Podemos optar pela nossa evolução como seres humanos
melhores, tomando consciência de quem realmente somos e,
depois, decidir subir um degrau de cada vez, pois na natureza as
mudanças ocorrem devagar, seguindo o ritmo de seu ciclo vital.
Podemos reduzir o consumo de carne vermelha, fazendo
substituições e outras escolhas.
Por que será que a crise financeira mundial está
acontecendo? Deve haver inúmeras razões; mas, com certeza,
uma delas é que servirá como um freio ao consumo exagerado,
168
levando a um momento de reflexão profunda para todos nós.
Acima de tudo a vida precisa ser protegida!”
● Mais com peixe.
Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada:
“Em 1992, o Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA) apresentou oficialmente o Guia da Pirâmide
Alimentar, com a intenção de ajudar o público a fazer opções
dietéticas para manter a saúde, e diminuir o risco de doenças
crônicas. Porém, no início do novo século houve uma mudança
radical na pirâmide, para adequá-la aos recentes conhecimentos
sobre alimentos funcionais.
Nessa nova modificação, foram colocados na base da
pirâmide, como mais importantes, a atividade física e controle
do peso. Na pirâmide antiga, nem se falava nisso. Em seguida
vem o aumento no consumo de alimentos integrais, tais como
arroz, pão, cereais na maioria das refeições, e óleos vegetais,
dando maior importância ao azeite de oliva extravirgem.
A ingestão em abundância de verduras, legumes e frutas,
de preferência de produção natural ou orgânica, vem logo após.
O consumo de proteína animal fica mais restrito a frango, peixe
e ovos, deixando a carne vermelha para uso moderado, no topo
da pirâmide. Deve-se restringir muito o consumo de gordura
animal, como manteiga, margarina e a própria carne vermelha,
bem como diminuir o consumo de alimentos que contém muito
carboidrato, como arroz branco refinado, batata, pão branco,
macarrão e doces.
Orientações para melhorar a saúde: Consuma
diariamente produtos integrais; Consuma legumes e verduras
em abundância, em todas as refeições; Consuma cinco porções
de frutas ao dia. Pode ser como suco ou a polpa da fruta; Reduza
o consumo de carne vermelha para duas porções semanais e, no
restante, utilize frango ou peixe; Reduza o uso de gordura animal
(margarina, manteiga e carne vermelha) e aumente o consumo
169
de gordura vegetal (azeite de oliva extravirgem); Reduza ou
elimine o uso de frituras; Pratique diariamente uma atividade
física, como caminhada (20 a 30 min.). No local de trabalho, suba
ou desça os andares pela escada. Na medida do possível, utilize
menos o carro e ande mais a pé.
Ao estudarmos os textos de Mokiti Okada, notamos que
esta nova proposta da pirâmide alimentar está mais adequada às
Suas orientações, quando Ele diz que “O fundamento da saúde é
ingerir-se alimentos que contenham grande quantidade de
espírito, sendo muito mais inteligente ingerir alimentos como
verduras frescas. Os nutrientes necessários à vida humana estão
contidos, em grande parte, nos vegetais. Os alimentos que têm
maior quantidade de espírito são os cereais, depois os vegetais
e, por último, os peixes".”
Na Oração Zenguen Sandj se descortina que no Reino do
Céu na Terra “É abundante a pesca.”. Isso quer dizer
alimentação, ração, substâncias com interesse para a saúde,
recreação ou ornamentação?
170
* PARADIGMA SOBRE AGRICULTURA
O Volume 8 “Agricultura” compreende os oito tópicos:
Base; Solo; Fertilização; Plantação; Proteção; Produção;
Vantagens; Dieta.
A Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para
cultivar plantas com objetivos desde a contemplação estética até
a produção como a de alimentos, de fibras e de matérias primas
para as roupas, as construções, os medicamentos, as
ferramentas e as bioenergias. Um exemplo é a agricultura
hidropônica, aquela que cultiva na água com ausência de solo.
Neste volume se prioriza a produção de alimentos no
sentido do lavrador e do consumidor de comida que almeja o
reino do Céu na Terra, e não da visão mercantilista do agronegócio atual que aumenta a produção de grãos e dos
confinamentos de gado de corte fazendo crescer
assustadoramente a pobreza humana, a desigualdade social e a
fome. Basta ver que se em 1950, no Brasil, não havia uma
pessoa faminta, e no mundo, 25 milhões de pessoas com
alimentação abaixo de 1.800 calorias por dia; em 2008, no Brasil,
se tinha cerca de 20 milhões de famintos, no mundo um 1
bilhão. Hoje, em 2008, já se diz que a produção em massa de
biocombustíveis configura crime contra a humanidade por
aumentar a fome no mundo. Isso sem falar na exploração
econômica, basta o exemplo de para produzir um quilo de carne
necessita de 15 mil litros de água e 6 k de cereais, se estes
custassem apenas dois reais por suas unidades, certos países
dominadores teriam que pagar, no mínimo, 41 mil reais por um
quilo de carne aos países dominados. Isso sem se pronunciar a
respeito da poluição ambiental causada pela pastagem,
queimada de florestas, etc. Isso sem tocar no sofrimento dos
animais.
A ciência que estuda as características das plantas e dos
171
solos para melhorar as técnicas agrícolas é a Agronomia, palavra
formada pelo prefixo grego “agro” (terra cultivada) e pelo radical
grego “nomia” (regra). Definida deste modo a agricultura
hidropônica não seria uma área de estudo da agronomia, porém
as demais agriculturas seriam, como a extensiva, intensiva,
itinerante, sustentável, orgânica e natural.
A Agricultura Natural, também designada neste século
por Agricultura da Grande Natureza, e chamada em suas origens
de Agricultura Sem Adubo, é uma agricultura filosófica
espiritualista que trouxe uma revolução no cultivo da terra. Essa
pode ser atestada quando Meishu-Sama ensina que
“Atualmente, seguindo a ordem Divina, estou apenas apontando
o problema da doença e os erros da agricultura, questões
fundamentais para a construção do Paraíso Terrestre.” Em linhas
gerais, Agricultura Natural mantém um elo coerente desde o
produtor (plantas = vegetais) até o consumidor (homens e
animais), no tocante à manutenção da saúde e preservação do
meio ambiente.
A dieta é: originada de uma medicina moderna
espiritualista; fundamentada essencialmente no organismo;
alicerçada secundariamente no espírito do alimento; embasada
por baixo valor de nutriente, diversidade e requinte; direcionada
para o vegetarianismo com relação à missão; flexibilizada com
inclusão de carne referente à função.
172
● Mudança na Agricultura
Através de poemas de Meishu-Sama se pode ter idéias
iniciais sobre as mudanças profundas propostas pelo Fundador
da Messiânica.
“Deus, criador do homem,
Não deixou de criar alimentos
Para o sustento do homem.
Este é o momento de salvar os agricultores,
Desde tempos remotos valorizados,
Como grande tesouro da lavoura.
Tolice deste mundo
Sujar com adubos tóxicos
O solo, criador do tesouro que é a vida.”
“A tolice de semear sofrimentos
Sujando o solo,
Maculando o espírito e o corpo.
Paraíso Agrícola!
Este surgirá com o desaparecimento, da Terra,
Da crendice nos terríveis adubos tóxicos.
É impossível medir,
Através da limitação da Ciência,
O grande princípio que rege a Natureza.”
“Fazer viver os sofridos homens
De vida lastimável e efêmera
É a benção de Deus.
Bênçãos do sol, lua e terra.
Em breve, o mundo as enaltecerá ainda mais
Como as três Graças Divinas.
Sublime Vontade Divina!
Profusão de frutos
Ao purificar o solo e plantar sementes
puras.”
O fato da agricultura preconizada por Meishu-Sama ser
chamada, em seu início, de Agricultura Sem Adubo talvez se
173
deva a sua visão de que “Solo é adubo. Adubo não é nada mais
do que o próprio solo.” Visão de que não concebia a idéia fixa na
cabeça de que “só o solo não é suficiente, tem que se colocar
algo nele.”, que seria o mesmo pensamento que se tem com o
organismo e sua alimentação, onde se come verduras, cereais,
etc., mas, se acha que se deve complementar com vitaminas,
que sem isto o corpo se enfraquece.
Eis mais apreciações a respeito.
“Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a
agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais
satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante
arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De
fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os
fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra,
impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais
adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.”
“Por isso, ainda hoje, iludidos pela idéia de que a má
colheita provém exclusivamente da falta de adubos, os
agricultores empregam todo tipo de resíduos animais ou
vegetais e também substâncias químicas, tornando o solo a tal
ponto enfraquecido que, atualmente, em várias partes do
mundo, não há terras férteis.”
“Até hoje, contudo, o ser humano não havia tido
conhecimento da essência do solo ou, talvez, ninguém tivesse
sido capaz de ensinar-lhe esta verdade. Então, por ignorá-la, os
agricultores começaram a usar adubos. Com o correr do tempo,
passaram a acreditar na necessidade de empregá-los
constantemente durante o plantio, chegando tal dependência a
tornar-se uma espécie de superstição. Por isso, no começo das
minhas pregações, quando eu falava sobre a agricultura sem
adubos, ninguém me ouvia. Pelo contrário, até riam de mim.”
Mas, o que diz, em linhas gerais, essa revolução no
cultivar na terra?
Base: Respeita a Natureza, como lei; Emprega a reflexão,
como técnica; Adota o solo da mesma forma que um ser vivo,
174
como princípio; Foca os lavradores e consumidores, como
principais.
Solo: Camada superior da crosta terrestre que possui
espírito com razão, sentimento e vontade, sem liberdade e
locomoção; Necessita ser reverenciado com amor e mantido
saudável; Exige ser misturado com matéria orgânica.
Fertilização: Ato de tornar fértil pelo produto dos
espíritos dos elementos Solo, Água e Fogo; Processo produtivo
que revoluciona o cultivo agrícola; Revela o poder da terra por
ser adubada à base de nitrogênio; Acrescenta inicialmente terra
isenta de adubo; Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza;
Quando artificial, seu uso tem efeitos maléficos.
Plantação: Plantio reconhecedor de que os vegetais têm
alma; Que a força básica responsável pelo crescimento das
plantas é o elemento terra; Que não só a terra, mas também as
sementes devem estar desintoxicadas; Que a energia da terra se
fortalece misturando nela compostos naturais; Que a cultura
repetitiva é benéfica e a lavragem fora do solo é prejudicial; Que
a horta caseira sem estrume deve ser incentivada.
Proteção: Amparo procedente do Soonen e Kototama
positivos; Apoio proveniente da própria Natureza como a
seleção natural; Cuidado oriundo do Johrei ministrado na terra,
sementes e plantas; Defesa em manter aquecimento e umidade
adequados.
Produção: Iniciada com excelente progresso; Alicerçada
na construção do Paraíso Terrestre; Adequada aos moradores da
região cultivada; Ligada ao espírito da terra e a influência das
árvores e sombras das montanhas; Determinada pelas variações
climáticas e potencial hidráulico; Abençoada em seus produtos;
Lembrada que os agroquímicos e agrotóxicos turvam o sangue;
Relembrada que eles acarretam aumento e variedade de pragas
e insetos.
Vantagens: O prejuízo causado pelos insetos nocivos
diminuirá muito; A safra aumentará enormemente; Os gastos
com adubos serão dispensados; Os trabalhos diminuirão pela
175
metade; Os produtos aumentarão de peso especifico, não
diminuirão de volume ao serem cozidos; Terão um delicioso
sabor e aroma; Problemas que preocupam como o das larvas e
parasitas intestinais desaparecerão; Colabora para a existência
de paz.
O escolhido foi a fertilização.
Fertilização
Antes de tudo, registra-se que adubo e fertilizante são
sinônimos.
Fazendo-se uma análise química do solo e de algum
produto agrícola nele produzido, descobre-se que o produto
necessita deste ou daquele tipo de nutriente; mas como esses
nutrientes não são encontrados no solo analisado, este é
considerado incapacitado e, por conseguinte, conclui-se que ele
não é fértil. Por se acreditar nisso é que nasceu a técnica de
adubar o solo, achando que bastava jogar adubo na terra para
ela voltar a ser fértil. Esta é a “superstição dos adubos”
anunciada por Meishu-Sama. Segundo essa superstição, o solo
não passa de um material que simplesmente “abastece” as
plantas com adubo. Portanto, a partir desta idéia, foi criada a
hidropônica, uma técnica que utiliza o fertilizante líquido como
adubo para culturas produzidas somente com água.
Com a expansão das áreas urbanas os fertilizantes
minerais substituíram os resíduos orgânicos como fonte de
nutrientes para as culturas. O processo natural de formação de
compostos e húmus, produzido espontaneamente pelos
organismos decompositores, dá lugar a um processo artificial de
formação de fertilizantes químicos produzido em fábricas por
meio de adições químicas que visam suprir as deficiências em
substancias vitais a sobrevivência dos vegetais.
No entanto, o agrônomo e o agricultor não podem
esquecer que se deve adubar o solo e não a planta, pois assim
como quem produz o leite é a vaca, por analogia, quem produz a
176
colheita é o solo. Por outro lado, também não devem olvidar de
quem faz o solo produzir não são os bois, mas os
microorganismos que vivem nele, daí as palhadas não devem
apenas alimentar os bois, mas também as bactérias, vírus e
fungos. Estas microvidas ajudam as sementes fortes a nascer, as
sementes fracas elas fazem apodrecer, bem como as plantas
fortes elas ajudam a produzir, e as plantas fracas elas aniquilam.
Outro senão, é que o mundo não sobreviverá graças a
indústrias poderosas, mas por causa dos agricultores briosos.
Não é o dinheiro que forma o homem, mas sim o alimento
produzido pela terra. E terra não é uma máquina de produção.
Sem respeito e amor à natureza, não se pode esperar fartura,
mas sim a degradação.
Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos
elementos Solo, Água e Fogo
O Messias desvendou o Poder da Natureza como a
incógnita surgida da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos
elementos Fogo, Água e Solo. Eis sua explicação:
“Mas o que é o Poder da Natureza? É a incógnita surgida
da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos elementos fogo,
água e solo. O centro da Terra, como todos sabem, é uma massa
de fogo, a qual é a fonte geradora do calor do solo. A essência
desse calor, infiltrando-se pela crosta terrestre, preenche o
espaço até a estratosfera. Nessa essência também existem duas
partes: a espiritual e a material. A parte material é conhecida
pela Ciência com o nome de nitrogênio, mas a parte espiritual
ainda não foi descoberta por ela. Paralelamente, a essência
emanada do Sol é o elemento fogo, que também possui uma
parte espiritual e uma parte material; esta última é a luz e o
calor, mas aquela também ainda não foi detectada pela Ciência.
A essência emanada da Lua é o elemento água, e a sua parte
material é constituída por todas as formas em que a água se
apresenta; quanto à parte espiritual, também ainda não foi
177
descoberta. O produto da união desses três elementos
espirituais ainda não detectados constitui a incógnita X através
da quais todas as coisas existentes no Universo nascem e
crescem. Essa incógnita X é semelhante ao nada, mas é a origem
da força vital de todas as coisas. Consequentemente, o
desenvolvimento dos produtos agrícolas também se deve a esse
poder. Por isso, podemos dizer que ele é o fertilizante infinito.
Reconhecendo-se essa verdade amando-se e respeitando-se o
solo, a capacidade deste se fortalece espantosamente. A
Agricultura Natural é, pois, o verdadeiro método agrícola. Não
existe outro. Através de sua prática o problema da agricultura
será solucionado pelas raízes.”
Até numa simples folha de árvore existem os elementos
Fogo, Água e Solo. De fato, tomando-se um punhado de folhas.
Elas eram algo que estava vivo, e ficaram completamente secas.
O fato de terem ficado secas significa que Água acabou. Sob o
ponto de vista científico, afirma-se que os vegetais são
constituídos de 98% de água e o restante de substancias
originarias do solo e da energia solar. E ficaram apenas o Fogo e
o Solo. Então se ateando fogo nas folhas, queimando-as por
completo, significa que “acabou o Fogo”. Depois da queima
sobrou a cinza, algo que retorna à terra, isto é, voltou a ser o
elemento Solo. Com isso, se comprova que através dos fatos os
seres vivos são constituídos de “Fogo, Água e Solo.”
Processo produtivo que revoluciona o cultivo
agrícola
“Visto que a Agricultura Natural, antes de tudo, dispensa
os adubos, até agora considerados como a vida dos produtos
agrícolas, todos os tipos de censura lhe foram feitos pelos
próprios familiares dos agricultores e por pessoas de suas
aldeias, terminando por torná-la alvo de gozação e risos. Mas os
praticantes do método suportaram tudo isso em silêncio e
persistiram. Ao ver esses relatos, lágrimas de emoção me sobem
178
aos olhos; sinto, também, um aperto no coração quando penso
que não fossem pela sua fé, eles nada teriam conseguido.
Entretanto partindo de pessoas que descendem de longas
gerações totalmente dominadas pela superstição dos adubos,
essa descrença de muitos é natural. Tudo isso me faz lembrar
certos descobridores e inventores que a História registrou, cujas
obras ainda hoje prestam serviços à humanidade, e que, mesmo
sofrendo por mal-entendidos e opressões, continuaram lutando
para ser reconhecidos os frutos de sua inteligência e trabalho.
Esse difícil procedimento não poderia deixar de nos comover.”
No entanto, parte dos discípulos de Meishu-Sama pensava:
"Ele é realmente entendido sobre a cura de doenças, mas sobre
a Agricultura, não é tão profundo conhecedor do assunto."
O próprio Mestre da Messiânica relata: “No começo, por
melhor que eu explicasse o processo da Agricultura Natural, as
pessoas não me davam ouvidos e acabavam em gargalhadas.
Pouco a pouco, porém, minhas explicações foram sendo aceitas
e, ultimamente, de ano para ano, aumenta o contingente de
praticantes do novo método, mesmo porque as colheitas, em
toda parte, vêm dando prodigiosos resultados. Ainda que a
maioria pertença à esfera dos fiéis de nossa Igreja, em várias
regiões já está aparecendo, fora dessa esfera, um número
considerável de simpatizantes e praticantes da Agricultura
Natural, número este que tende a aumentar rapidamente. Já se
pode imaginar que não está longe o dia em que a veremos
praticada em todo o território japonês.”
Mais tarde: “Finalmente é bom ressaltar que, em
diversos lugares do globo terrestre, muitos produtores, embora
nunca tenham ouvido as minhas palavras, já estão começando a
praticar a Agricultura da Grande Natureza.”
Mas, o que é importante registrar é que o valor do adubo
é momentâneo. Pois, se a agricultura praticada até hoje
conseguiu bons resultados com o uso de adubos, porém estes
corroem a terra, e esta se torna cada vez mais pobre. Sem
perceber isso, as pessoas mostram-se deslumbradas com os
179
resultados momentâneos. Por fim, tanto a terra como o homem
ficam intoxicados.
No caso do Japão que usa excremento humano como
adubo, afasta o turista, dado o perigo da transmissão de vermes.
Por exemplo: os americanos não comem verduras produzidas
naquele país.
A Agricultura Natural por ser um movimento para
destruir a superstição dos adubos, utiliza apenas compostos
naturais, ou seja, matéria orgânica vegetal.
“Quanto mais adubos forem usados, maiores serão as
dificuldades na produção de alimentos. Portanto, da mesma
forma que os remédios encurtam a vida humana, os adubos
interferem na vitalidade da terra, impedindo-a de exercer
normalmente a sua função reprodutiva. Dessa forma, a
humanidade fica duplamente prejudicada.”
“Falando abertamente, a divulgação do nosso método de
agricultura poderá ser definida como "movimento para destruir
a superstição dos adubos.”
Não usando absolutamente nada daquilo a que se dá o
nome de adubo, seja de origem animal ou químico, pois é um
cultivo que utiliza apenas compostos naturais, o método é,
realmente, o que seu nome diz: Agricultura Natural. As folhas e
capins secos formam-se naturalmente, ao passo que os adubos
químicos e mesmo o estrume de cavalo ou galinha, assim como
os resíduos de peixe, carvão de madeira, etc., não caem do céu
nem brotam da terra: são transportados pelo homem. Portanto
não é preciso dizer que são antinaturais.”
“Para explicar o que é a Agricultura Natural, vou partir do
seu princípio básico. Em primeiro lugar, o que vem a ser o solo?
Sem dúvida, é uma obra do Criador e serve para a cultura de
cereais e verduras, importantíssimos para a manutenção da vida
humana. Por conseguinte, sua natureza é misteriosa, impossível
de ser decifrada pela ciência da matéria.
A agricultura atual, sem saber, acabou tomando o
caminho errado e, como conseqüência, menosprezou a força do
180
solo, chegando à errônea conclusão de que, para se obterem
melhores resultados, deveria haver interferência humana. Com
base nesse raciocínio, passou a utilizar estercos, adubos
químicos, etc. Dessa maneira, a natureza do solo foi pouco a
pouco se degradando, sofrendo transformações, e a sua força
original acabou diminuindo. Contudo, o homem não percebe
isso e acredita que a causa das más colheitas é a falta de adubos.
Assim, utiliza-os em maior quantidade, o que reduz ainda mais a
força do solo. Atualmente o solo japonês está tão pobre, que
todos os agricultores lamentam o fato.”
Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza
O Mestre da Messiânica assinalou:
“Em tudo, a ordem é importante. Assim, devemos tomar
como exemplo a Grande Natureza. Por mais que se queira, a
cerejeira nunca floresce antes das ameixeiras, existindo aqui,
naturalmente, a ordem da Grande Natureza. Portanto, a base da
fé está em seguir a ordem da Grande Natureza. E isso é igual
tanto para a Agricultura Natural como para o Johrei. Assim, não
há nenhum erro em segui-la.
Na época em que eu curava os doentes e me
perguntavam: “Com quem o senhor aprendeu?” eu respondia:
“Com a Grande Natureza”.
(...) O meu mestre, em primeiro lugar, é a Grande
Natureza e, em segundo, os enfermos. Aprendi diversas coisas
na prática da cura de doenças.
O preconizador da Agricultura Natural escreveu em 1952:
“Todas as verdades que tenho exposto sobre a
Agricultura da Grande Natureza não correspondem à minha
opinião. São palavras de Deus Criador com o objetivo de livrar as
plantas das influências perniciosas dos agrotóxicos.
Há muito tempo, foi-me revelado por Deus que as
espigas do arroz possuíam, no início do surgimento, apenas de
cinco a seis grãos. Contudo, de acordo com o crescimento da
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população, foi também aumentando a capacidade produtiva
dessa planta e, hoje, cada espiga contém, em média, de cento e
vinte a cento e trinta grãos. Há, mais ou menos mil anos, essa
média oscilava entre cinqüenta e sessenta grãos; a metade,
portanto, dos números atuais. É preciso ainda, devido ao
crescimento cada vez maior da população, aumentar mais,
devendo chegar a duzentos ou trezentos grãos. Caso contrário,
algum procedimento dos agricultores deve estar errado.
Outro aspecto a ser considerado é que a mudança que
está ocorrendo no Mundo Espiritual vai determinando
resultados melhores e mais positivos para a agricultura. Quer
dizer, com o aumento do espírito do fogo (Kasso = energia de
origem espiritual semelhante à do Sol no Mundo Material) as
purificações se aceleram e fica bem evidente a influência
negativa do uso de adubos.
É, pois, por essa razão que o método da Agricultura da
Grande Natureza, como sempre afirmo, está de acordo com a Lei
de Deus. Quando não se faz nada errado, deixando que a Grande
Natureza trabalhe livremente, sem os obstáculos dos
fertilizantes, os resultados são excelentes, devido à ação
benéfica de Kasso.
Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a
agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais
satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante
arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De
fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os
fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra,
impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais
adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.”
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● Inovação na Dieta
Mas, o que diz, em linhas gerais, essa revolução no
cultivar na terra?
Introdução à dietética humana: ● Definição; ●
Modalidades; ● Exemplares; ● Organismo ou ser vivo; ●
Alimento e nutriente; ● Materialista e espiritualista.
Originada de uma medicina moderna espiritualista.
Fundamentada essencialmente no organismo: ● A
dietética (alimentação, nutrição) atual é uma teoria demasiada
distante da realidade; ● O organismo, com sua capacidade de se
adaptar ao meio ambiente, produz todos os nutrientes
indispensáveis a partir de quaisquer alimentos, e na quantidade
exata que for preciso; ● Evitar a ingestão de leite de vaca para
não atrofiar a produção de leite materno; manter livre de tomar
sangue para não ficar anêmico; observar que o exercitar-se
fisicamente é coadjuvante em relação à saúde das vísceras; ● O
sistema do ser humano importante em termos de alimentação é
o aparelho digestivo; ● Deste modo, a nutrição moderna tem um
erro básico ao não assumir como verdade que o organismo é
que é a sua parte espiritual e o alimento a sua parte material.
Alicerçada secundariamente no espírito do alimento: ● A
nutrição atual é uma comédia, algo que não pode ser levado a
sério; ● O espírito (a matéria) do homem (organismo) se nutre
do espírito (da matéria) do alimento; ● O Criador preparou
alimentos especiais para serem ingeridos pelo homem a fim de
manter-lhe a vida; ● Encaminhamento para a destoxificação.
Embasada por baixo valor de nutriente, diversidade e
requinte: ● A alimentação atual é um processo de ingestão que
não percebe os nutrientes como a forte energia espiritual que
existe nos alimentos destacadamente nos de pequena
importância alimentar, variabilidade e refinamento; ● A pobreza
em elementos protéicos faz bem a saúde em geral, a resistência
física ao trabalho da lavoura realizado pelos agricultores e ao frio
de determinadas épocas do ano, e é uma boa nova até mesmo
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para a economia; ● As carnes fazem contrair doenças como o
câncer e encurta a vida.
Direcionada para o vegetarianismo com relação à missão:
● Aumenta a longevidade; ● Beneficia as pessoas com
problemas pulmonares e pleurite; ● Encaminha ao paraíso
terrestre.
Flexibilizada com inclusão de carne referente à função: ●
Para quem vive em combate; ● Na semana apenas duas
refeições com carne vermelha; ● Mais com peixe.
O escolhido foi a fundamentada essencialmente no
organismo.
A dietética (alimentação, nutrição) atual é uma
teoria demasiada distante da realidade
Isso ocorre porque o primordial não são os alimentos e
nutrientes com as superalimentações e variedades alimentícias,
nem os nutrientes em quantidades exageradas e nem tampouco
as calorias, mas sim a atividade alquímica do organismo.
“Não seria preciso explicar, a essas alturas, quem o
alimento serve para manter a vida; na interpretação desse
aspecto, porém, há uma grande diferença entre a teoria atual e
a realidade. Quando o homem ingere um alimento, em primeiro
lugar ele o mastiga; passando pelas vias digestivas, o bolo
alimentar vai para o estômago e, daí, para o intestino. As partes
necessárias são absorvidas, enquanto que o resto é eliminado.
Até chegar a esse processo, entram em ação diversos órgãos,
como o fígado, a vesícula biliar, os rins, o pâncreas e outros, que
extraem, produzem e distribuem os nutrientes necessários ao
sangue, músculos, ossos, pele, cabelos, dentes, unhas, etc.
Assim, é realizada incessantemente a atividade de manutenção
da vida. Trata-se de uma misteriosa obra da Criação, impossível
de ser expressa por meio de palavras. É esse o estado normal da
Natureza.”
“Algumas vezes, já discorri sobre erros irreparáveis
184
causados pelo uso de medicamentos. De outra parte, é também
de suma importância não perder de vista os danos advindos de
uma alimentação inadequada.
Tenho falado, em várias ocasiões, sobre a inconveniência
das proteínas animais, especialmente em casos de doenças
graves como, por exemplo, a tuberculose. Vão muito além,
entretanto, os erros das dietas modernas. O pior deles, a meu
ver, consiste na preocupação exagerada com as variedades
alimentícias em detrimento da valorização das funções
orgânicas, as quais intervêm, de fato, diretamente na nutrição.
Vejamos, então, o absurdo que reside na idéia de que os
complexos vitamínicos são indispensáveis para suprir carências
do organismo. Na verdade, a defesa de tal princípio significa
ignorar totalmente a faculdade natural das funções orgânicas.
Estas produzem suficientes vitaminas, carboidratos, proteínas,
aminoácidos, glicogênio, gorduras e quaisquer outras
substâncias necessárias ao pleno suprimento do organismo.
Mesmo que um alimento não contenha vitamina alguma, por
meio de uma atividade alquímica, os órgãos responsáveis pela
nutrição, têm capacidade de realizar determinados processos
transformando qualquer nutriente na quantidade de vitaminas
das qual o corpo necessita.
É por isso que dietas balanceadas, característica das
superalimentações produzem, no organismo, um efeito
contrário, quer dizer, quanto mais exagerados forem os recursos
nutritivos, mais o corpo se debilitará. De modo análogo, a
carência de vitaminas está diretamente proporcional à
quantidade delas, ingeridas pela pessoa.
De fato, ao expor minhas idéias, só estou querendo
mostrar que, ao serem consumidos nutrientes em quantidades
exageradas, a função natural dos órgãos regride, isto é, a sua
atividade normal cessa por falta de uso.
Estou, portanto, querendo mostrar claramente a todos
que a força vital do ser humano é gerada pela atividade das
funções orgânicas. Em outras palavras, o laborioso e complexo
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processo mediante o qual o organismo transforma os alimentos,
tornando-os completos, é que dá origem à vitalidade humana.”
O organismo, com sua capacidade de se adaptar
ao meio ambiente, produz todos os nutrientes indispensáveis a
partir de quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for
preciso
Em outras palavras, a misteriosa função nutritiva do
organismo consegue produzir nutrientes, na quantidade
necessária, até mesmo a partir de alimentos que não as contêm.
Assim, a atividade de produção de nutrientes constitui a própria
força vital do homem, ou seja, a transformação do alimento
inacabado em alimento acabado não é senão o próprio viver.
Essa capacidade se deve a verdade ser o próprio estado
natural das coisas e o homem só conseguir ser feliz, se tiver
como modelo a Grande Natureza [matéria e espírito da
natureza] e viver em harmonia com ela [dominá-la é gerar
poluição ambiental, aquecimento global e doenças].
“Vou dar uma explicação sobre os compostos vitalícios. O
organismo produz todos os nutrientes indispensáveis  sejam
eles vitaminas ou não  a partir de quaisquer alimentos, e na
quantidade exata que for preciso. Em outras palavras, a
misteriosa função nutritiva do organismo consegue produzir
vitaminas, na quantidade necessária, até mesmo a partir de
alimentos que não as contêm. Assim, a atividade de produção de
nutrientes constitui a própria força vital do homem, ou seja, a
transformação do alimento inacabado em alimento acabado não
é senão o próprio viver. (...) Por outro lado, se ingerimos
medicamentos destinados a facilitar a digestão, a atividade
estomacal se reduz, o que acaba enfraquecendo o estômago. Aí
a pessoa toma remédio de novo, e esse órgão enfraquece mais
ainda. Assim, a causa das doenças estomacais está realmente na
utilização de remédios estômago. É comum ouvirmos pessoas
186
que sofriam de problemas estômaco-intestinais crônicos
dizerem que, não conseguindo curar-se com uma alimentação
baseada em alimentos de fácil digestão, optaram por alimentos
de digestão mais difícil, como o “ochazuke’’ e os picles
japoneses, e com isso conseguiram ficar curadas.
Comparemos essa força vital baseada na transformação
dos alimentos inacabados em alimentos acabados com a
atividade de uma fábrica de máquinas. Em primeiro lugar,
adquirimos o material necessário. A fábrica queima o carvão,
movimenta as máquinas e, pelo trabalho dos operários,
produzem-se novas máquinas. Essa é a razão da existência da
fábrica. Suponhamos, agora, que compremos máquinas prontas.
Não haverá mais necessidade da queima do combustível, do
movimento das máquinas nem do trabalho dos operários, e por
isso não há outra alternativa senão fechar a fábrica.”
Evitar a ingestão de leite de vaca para não atrofiar
a produção de leite materno; manter livre de tomar sangue para
não ficar anêmico; observar que o exercitar-se fisicamente é
coadjuvante em relação à saúde das vísceras
Por essa razão, quando se ingerem nutrientes que são
produtos sintéticos, os órgãos encarregados da produção de
nutrientes tornam-se inúteis e acabam se atrofiando
naturalmente. Com isso, os outros órgãos relacionados também
se atrofiam, o que vai enfraquecendo gradativamente o corpo.
“Um outro fato, que me serve de exemplo, é o que
acontece com as mães em período de amamentação. Quando
têm pouco leite, são aconselhadas a tomar o de vaca. Tal
orientação, ridícula a meu ver, não atinge o foco do problema.
Se o leite materno está escasso, é por que existe alguma
disfunção orgânica. É preciso, portanto, descobrir onde ela se
encontra para corrigi-la. Como, porém, os médicos não
percebem o erro, nada podem fazer; recomendam, então, às
mães lactantes a ingestão do leite de vaca. Com isso, a função do
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órgão responsável pela produção do leite materno se atrofia,
diminuindo, dessa forma, ainda mais a quantidade.”
“Mais um hábito digno de espanto é de doentes
tomarem sangue de animal como elemento nutritivo. Tal
procedimento produz, às vezes, um efeito momentâneo. Na
verdade, porém, causa o enfraquecimento dos órgãos
produtores de sangue e traz como conseqüência, a anemia.
Diante de tantas constatações, é preciso pensar um
pouco melhor no processo alimentício desenvolvido pelo
organismo humano que, ao receber nutriente como pão e arroz
branco, vegetal verde e cereal amarelos, produz sangue
vermelho. Espantoso trabalho do corpo humano, essa máquina
geradora de sangue a partir de elementos tão diversos! O
mesmo se pode observar entre os animais. A vaca, por exemplo,
se alimenta de capim e produz excelente leite.
Há, portanto, alguns erros na ciência da nutrição que
devem ser esclarecidos a partir do conhecimento da força da
Grande Natureza. Com isso, muitas teorias sem lógica serão
descartadas por completo.”
“Outro ponto sobre o qual quero falar também um pouco
diz respeito aos exercícios físicos, necessários à saúde humana. A
ação principal de tais atividades é exercida sobre o metabolismo,
uma vez que elas ativam a circulação periférica e fortalecem a
musculatura. No que diz respeito às vísceras, a atividade física é
um coadjuvante, ou seja, exerce apenas um papel secundário.”
“Por essa razão, quando se ingerem compostos
vitamínicos, que são produtos sintéticos, os órgãos encarregados
da produção de vitaminas tornam-se inúteis e acabam se
atrofiando naturalmente. Com isso, os outros órgãos
relacionados também se atrofiam, o que vai enfraquecendo
gradativamente o corpo. Vou citar alguns exemplos.
Houve uma época, nos Estados Unidos, em que esteve
em moda um regime alimentar chamado Fletcher’s. Esse
método consistia em mastigar ao máximo os alimentos,
considerando que quanto mais pastosos eles estivessem ao
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serem engolidos, melhor seria a digestão. Segui o método à risca
durante um mês. Acontece que fui ficando fraco, não podendo
fazer força como desejava. Desapontado, acabei abandonado o
método, e assim as minhas energias voltaram ao normal. Foi aí
que descobri que é um grande erro mastigar excessivamente os
alimentos, pois, como os doentes os trituram bem, torna-se
desnecessária a atividade a atividade do estômago e isso o
enfraquece. Portanto, o melhor é mastigar os alimentos pela
metade. Desde os tempos antigos, dizem que as pessoas que
comem depressa e na hora de defecar também o fazem
rapidamente são pessoas sadias. Nesse aspecto, o homem
daquela época estava mais avançado que o homem moderno.”
O sistema do ser humano importante em termos
de alimentação é o aparelho digestivo
A ponto de se afirmar que a alimentação baseada com
produtos da agricultura natural é a mais recomendável, porém
não é o determinante da dietética, mas sim o fortalecimento do
aparelho digestivo que ocorre com o comer alimentos não
facilmente digeríveis e o mastigar pouco.
“É preciso ressaltar que, entre os órgãos geradores de
força vital, destacam-se os da digestão. Tanto assim que
qualquer sensação de enfraquecimento, de estômago vazio, é
suprida pela ingestão de algum alimento. Com isso, o organismo
inteiro fica novamente revitalizado. Assim acontece porque
todos os órgãos estão inter-relacionados. É natural, então, que,
ao ser satisfeita a necessidade de um deles, todos os demais
usufruam do mesmo benefício.
Como atualmente, as pessoas tendem, cada vez mais, a
ingerir alimentos completos, artificialmente elaborados, a
função digestiva está ficando, a cada dia, mais prejudicada. Daí
ser de suma importância que cada um se detenha atentamente
ao meu alerta.”
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Deste modo, a nutrição moderna tem um erro
básico ao não assumir como verdade que o organismo é que é a
sua parte espiritual e o alimento a sua parte material
O que permite afirmar não existir alimento que não
contenha as substâncias necessárias à manutenção do homem.
"O erro fundamental da dietética moderna é basear suas
pesquisas em apenas um dos dois aspectos da nutrição. Ela toma
o alimento como objeto principal dessas pesquisas,
negligenciando a parte que se refere às funções orgânicas.
As funções orgânicas do homem são tão perfeitas que, ao
nível da Ciência atual, não se consegue entendê-las. A partir dos
alimentos, elas transformam e produzem livremente os
nutrientes necessários. Vejam: esse verdadeiro cientista
chamado aparelho digestivo transforma os alimentos ingeridos,
como o arroz, pão, verduras, batatas, feijão, etc., em sangue,
músculos e ossos. Por mais que se analisem os componentes
desses alimentos, não se conseguirá descobrir um glóbulo
sangüíneo sequer, nem um milímetro de células musculares. Por
outro lado, por mais que se dissequem os alimentos, não será
possível localizar uma só molécula dos componentes das fezes
ou da urina, nem tampouco traços da amônia. Assim, se
fornecermos vitaminas ou plasma sangüíneo ao corpo,
considerando-os nutrientes, qual será o resultado? Acentuar-seá o enfraquecimento do corpo.
“Não existe alimento que não contenha as substâncias
necessárias à manutenção do homem.”
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FILOSOFIA RELIGIOSA DO MESSIAS: