BÍBLIA DO SÉCULO XXI VOLUME 8 AGRICULTURA 2 INTRODUÇÃO A Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com objetivos desde a contemplação estética até a produção como a de alimentos, de fibras e de matérias primas para as roupas, as construções, os medicamentos, as ferramentas e as bioenergias. Um exemplo é a agricultura hidropônica, aquela que cultiva na água com ausência de solo. História da agricultura. Origem na pré-história. O início das atividades agrícolas separa o período neolítico do imediatamente anterior, o período da idade da pedra lascada. Como são anteriores à história escrita, os primórdios da agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido independentemente em diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas civilizações. Entre dez e doze mil anos atrás, durante a pré-história, no período do neolítico ou período da pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram. Os primeiros sistemas de cultivo e de criação apareceram em algumas regiões pouco numerosas e relativamente pouco extensas do planeta. Essas primeiras formas de agricultura eram certamente praticadas perto de moradias e aluviões das vazantes dos rios, ou seja, terras já fertilizadas que não exigiam, portanto, desmatamento. Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas uma das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos, que eram facilmente colhidos quando maduros, o que 3 permitia uma maior produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural. Logo, as freqüentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. Com o tempo, foram selecionados entre os grãos selvagens aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor e outras. Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada. Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigres e Eufrates (Mesopotâmia), atualmente conhecida como Iraque) e rios Amarelo e Azul (China). Idade antiga. Há 5.000 anos, quando a agricultura neolítica atingia apenas o Atlântico, o mar do Norte, o Báltico, a Sibéria, o vale do Ganges e a grande floresta equatorial africana, as regiões mais próximas desse centro, na Ásia ocidental, na Europa oriental e na África setentrional, já estavam há muito tempo cultivadas e percorridas pelos rebanhos. O rio Nilo transbordava a cada ano entre julho e outubro. Os cultivos de vazante eram feitos após o recuo das águas, quando os solos estavam embebidos e enriquecidos pelos depósitos de aluviões, e a colheita acontecia na primavera. Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Natufiana), América Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia. Mudanças no clima ou desenvolvimentos da tecnologia humana podem ter sido as razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura. Importância da agricultura. A agricultura permite a existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional que os que 4 podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição gradual na qual a economia de caça e coleta coexistiu com a economia agrícola: algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da natureza. A importância da prática da agricultura na história do homem é tanto elogiada como criticada: enquanto alguns consideram que foi o passo decisivo para o desenvolvimento humano, críticos afirmam que foi o maior erro na história da raça humana. Por um lado, o grupo que se fixou na terra tinha mais tempo dedicado a atividades com objetivos diferentes de produzir alimentos, que resultaram em novas tecnologias e a acumulação de bens de capital, daí o aculturamento e o aparente melhoramento do padrão de vida. Por outro, os grupos que continuaram utilizando-se de alimentos nativos de sua região, mantiveram um equilíbrio ecológico com o ambiente, ao contrário da nova sociedade agrícola que se formou, desmatando a vegetação nativa para implantar a monocultura, na procura de maior quantidade com menor variedade, posteriormente passando a utilizar pesticidas e outros elementos químicos, causando um grande impacto no solo, na água, na fauna e na flora da região. Além de alimentos para uso dos seres humanos e de seus animais de estimação, a agricultura produz mercadorias tão diferentes como flores e plantas ornamentais, fertilizantes orgânicos, produtos químicos industriais (látex e etanol), fibras (algodão, linho e cânhamo), combustíveis (madeira para lenha, etanol, metanol, biodiesel). A eletricidade pode ser gerada de gás metano a partir de resíduos vegetais processados em biodigestor ou da queima de madeira especialmente produzida para produção de biomassa (através do cultivo de árvores que crescem rapidamente, como por exemplo, algumas espécies de eucaliptos). Do ponto de vista técnico e científico, a evolução da agricultura é dividido em três etapas principais: antiga, moderna 5 e contemporânea. Política agrícola. Ela foca as metas e os métodos de produção da agricultura. A este nível, estas metas incluem, entre outros assuntos: higiene alimentar (busca de uma produção de alimentos livres de contaminações de qualquer natureza), segurança alimentar (visa à quantidade de alimento produzida de acordo com as necessidades da população) e qualidade alimentar (produção de alimentos dentro de padrões mínimos necessários à nutrição). Economia agrícola e ecologia. A agricultura nos dias atuais pode ser vista por várias óticas. Pela ótica conservadora, a agricultura obedece aos conceitos cartesiano, simplista e reducionista. Estes conceitos são necessários para entender o funcionamento de cada fase do mecanismo cíclico agrícola, que vai desde o preparo do terreno até a comercialização dos produtos propriamente ditos, e destes retornando em forma de investimento monetário para a expansão ou manutenção dos meios de produção. Já pela ótica sistêmica, a agricultura é vista como um processo que sofre e exerce pressões sobre os seus integrantes. Existe a preocupação com o fluxo de energia, de onde vem e para onde vai. São considerados aspectos muitas vezes de difícil mensuração, tais como: o valor da fertilidade do solo, o tempo de produção, os aspectos culturais que envolvem os atores inseridos dentro do sistema de produção, entre outros. Neste contexto surge o conceito de agorecossistema. O patenteamento de sementes (e os conflitos em relação ao patrimônio genético), a poluição das águas superficiais com resíduos de fertilizantes e pesticidas (herbicidas, inseticidas e fungicidas), a alteração genética de plantas e animais, a destruição de habitats (com a conseqüente extinção de espécies animais, vegetais e de microrganismos), têm criado um movimento ecológico que prega a necessidade de métodos 6 alternativos de produção (como a agricultura orgânica e a permacultura). Sistemas agrícolas. Existem dois tipos, o intensivo e o extensivo. A agricultura comercial visa à produção de renda financeira através da produção de plantas e animais que são demandados no mercado. Utiliza o sistema intensivo, com a utilização de máquinas e fertilizantes, tem uma tecnologia de ponta, acarretando em altos índices de produtividade. A agricultura de subsistência é aquela que produz alimento suficiente para as necessidades do proprietário da terra, e sua família. Utiliza o sistema extensivo, com técnicas como queimada, utiliza a mão-de-obra, acarretando em um baixo índice de produtividade. Métodos usados na agricultura: Adubação; Agricultura extensiva; Agricultura integrada; Agricultura natural; Agricultura orgânica; Agricultura itinerante; Aração; Capina; Cercas; Póscolheita; Conservação de solo; Irrigação; Plantio Direto; Roças ou "Queimadas"; Rotação de culturas; Seleção genética; Pesticidas; Hidroponia. Plantas domésticas. A seleção genética das plantas foi feita inicialmente com o objetivo de aumentar sua produtividade e melhorar seu sabor e valor nutricional. Mais recentemente, técnicas modernas como a engenharia genética têm sido usadas para modificar os aspectos constitucionais das plantas naturais. As culturas principais são trigo, milho, arroz, soja, sorgo e o milheto. Problemas ambientais: Efeitos nocivos de herbicidas, fungicidas, pesticidas e outros biocidas para o ambiente; Conversão de ecossistemas naturais em terra arável; Degradação da biodiversidade; Erosão; Ervas daninhas; Lixiviação de nitrogênio para rios e lagos. Pois bem, este volume - “Agricultura Natural” compreende oito itens: Base; Solo; Fertilização; Plantação; Proteção; Produção; Vantagens; Dieta. 7 Neste volume se prioriza a produção de alimentos no sentido do lavrador e do consumidor de comida que almeja o reino do Céu na Terra, e não da visão mercantilista do agronegócio atual que aumenta a produção de grãos e dos confinamentos de gado de corte fazendo crescer assustadoramente a pobreza humana, a desigualdade social e a fome. Basta ver que se em 1950, no Brasil, não havia uma pessoa faminta, e no mundo, 25 milhões de pessoas com alimentação abaixo de 1.800 calorias por dia; em 2008, no Brasil, se tinha cerca de 20 milhões de famintos, no mundo, 1 bilhão. Hoje, em 2008, já se diz que a produção em massa de biocombustíveis configura crime contra a humanidade por aumentar a fome no mundo. Isso sem falar na exploração econômica, basta o exemplo de para produzir um quilo de carne necessita de 15 mil litros de água e 6 k de cereais, se estes custassem apenas dois reais por suas unidades, certos países dominadores teriam que pagar, no mínimo, 41 mil reais por um quilo de carne aos países dominados. Isso sem se pronunciar a respeito da poluição ambiental causada pela pastagem, queimada de florestas, etc. Isso sem tocar no sofrimento dos animais. A ciência que estuda as características das plantas e dos solos para melhorar as técnicas agrícolas é a Agronomia, palavra formada pelo prefixo grego “agro” (terra cultivada ou cultivável) e pelo radical grego “nomia” (lei, regra, modelo a seguir, região delimitada). Definida deste modo a agricultura hidropônica citada acima não seria uma área de estudo da agronomia, porém as demais agriculturas seriam, como a extensiva, intensiva, itinerante, sustentável, orgânica e natural. A Agricultura Natural, também designada neste século por Agricultura da Grande Natureza, e chamada em suas origens de Agricultura Sem Adubo, é uma agricultura filosófica espiritualista que trouxe uma revolução no cultivo da terra. Essa pode ser atestada quando Meishu-Sama ensina que “Atualmente, seguindo a ordem Divina, estou apenas apontando 8 o problema da doença e os erros da agricultura, questões fundamentais para a construção do Paraíso Terrestre.” Em linhas gerais, Agricultura Natural mantém um elo coerente desde o produtor (plantas = vegetais) até o consumidor (homens e animais), no tocante à manutenção da saúde e preservação do meio ambiente. “Deus, criador do homem, Não deixou de criar alimentos Para o sustento do homem. Este é o momento de salvar os agricultores, Desde tempos remotos valorizados, Como grande tesouro da lavoura. Tolice deste mundo Sujar com adubos tóxicos O solo, criador do tesouro que é a vida.” “A tolice de semear sofrimentos Sujando o solo, Maculando o espírito e o corpo. Paraíso Agrícola! Este surgirá com o desaparecimento, da Terra, Da crendice nos terríveis adubos tóxicos. É impossível medir, Através da limitação da Ciência, O grande princípio que rege a Natureza.” “Fazer viver os sofridos homens De vida lastimável e efêmera É a benção de Deus. Bênçãos do sol, lua e terra. Em breve, o mundo as enaltecerá ainda mais Como as três Graças Divinas. Sublime Vontade Divina! Profusão de frutos Ao purificar o solo e plantar sementes puras.” 9 O fato da agricultura preconizada por Meishu-Sama ser chamada, em seu início, de Agricultura Sem Adubo talvez se deva a sua visão de que “Solo é adubo. Adubo não é nada mais do que o próprio solo.” Visão de que não concebia a idéia fixa na cabeça de que “só o solo não é suficiente, tem que se colocar algo nele.”, que seria o mesmo pensamento que se tem com o organismo e sua alimentação, onde se come verduras, cereais, etc., mas, se acha que se deve complementar com vitaminas, que sem isto o corpo se enfraquece. Eis mais apreciações a respeito. “Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra, impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.” “Por isso, ainda hoje, iludidos pela idéia de que a má colheita provém exclusivamente da falta de adubos, os agricultores empregam todo tipo de resíduos animais ou vegetais e também substâncias químicas, tornando o solo a tal ponto enfraquecido que, atualmente, em várias partes do mundo, não há terras férteis.” “Até hoje, contudo, o ser humano não havia tido conhecimento da essência do solo ou, talvez, ninguém tivesse sido capaz de ensinar-lhe esta verdade. Então, por ignorá-la, os agricultores começaram a usar adubos. Com o correr do tempo, passaram a acreditar na necessidade de empregá-los constantemente durante o plantio, chegando tal dependência a tornar-se uma espécie de superstição. Por isso, no começo das minhas pregações, quando eu falava sobre a agricultura sem adubos, ninguém me ouvia. Pelo contrário, até riam de mim.” 10 ÍNDICE 1. BASE 017 1.1. Respeita a Natureza, como lei 1.2. Emprega a reflexão, como técnica 1.3. Adota o solo da mesma forma que um ser vivo, como princípio 1.4. Foca os lavradores e consumidores, como principais 017 019 2. SOLO 027 2.1. Camada superior da crosta terrestre que possui espírito com razão, sentimento e vontade, sem liberdade e locomoção 2.2. Necessita ser reverenciado com amor e mantido saudável 2.3. Exige ser misturado com matéria orgânica 3. FERTILIZAÇÃO 3.1. Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos elementos Solo, Água e Fogo 3.2. Processo produtivo que revoluciona o cultivo agrícola 3.3. Revela o poder da terra por ser adubada à base de nitrogênio 3.4. Acrescenta inicialmente terra isenta de adubo 3.5. Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza 3.6. Quando artificial, seu uso tem efeitos maléficos 021 024 028 029 031 035 038 045 048 053 054 059 11 4. PLANTAÇÃO 065 4.1. Plantio reconhecedor de que os vegetais têm alma 4.2. Que a força básica responsável pelo crescimento das plantas é o elemento terra 4.3. Que não só a terra, mas também as sementes devem estar desintoxicadas 4.4. Que a energia da terra se fortalece misturando nela compostos naturais 4.5. Que a cultura repetitiva é benéfica e a lavragem fora do solo é prejudicial 4.6. Que a horta caseira sem estrume deve ser incentivada 066 5. PROTEÇÃO 081 5.1. Amparo procedente do Soonen e Kototama positivos 5.2. Apoio proveniente da própria Natureza como a seleção natural 5.3. Cuidado oriundo do Johrei ministrado na terra, sementes e plantas 5.4. Defesa em manter aquecimento e umidade adequados 068 070 072 076 078 081 084 087 088 6. PRODUÇÃO 091 6.1. Iniciada com excelente progresso 6.2. Alicerçada na construção do Paraíso Terrestre 6.3. Adequada aos moradores da região cultivada 6.4. Ligada ao espírito da terra e a influência das árvores e sombras das montanhas 6.5. Determinada pelas variações climáticas e potencial hidráulico 092 093 097 097 098 12 6.6. Abençoada em seus produtos 6.7. Lembrada que os agroquímicos e agrotóxicos turvam o sangue 6.8. Relembrada que eles acarretam aumento e variedade de pragas e insetos 099 7. VANTAGENS 105 7.1. O prejuízo causado pelas pragas e insetos nocivos diminuirá muito 7.2. A safra aumentará enormemente 7.3. Os gastos com adubos serão dispensados 7.4. Os trabalhos diminuirão pela metade 7.5. Os produtos aumentarão de peso especifico, não diminuirão de volume ao serem cozidos 7.6. Terão um delicioso sabor e aroma 7.7. Problemas que preocupam como o das larvas e parasitas intestinais desaparecerão 7.8. Colabora para a existência de paz 7.9. Comentários gerais 100 103 105 106 108 108 109 110 110 113 114 8. DIETA 117 8.1. Introdução à dietética humana ● Definição. ● Modalidades ● Exemplares Dieta da Medicina Tradicional Chinesa Dieta Ortomolecular Dieta Naturopatia Dieta Vegetariana ● Organismo ou ser vivo ● Alimento e nutriente ● Materialista e espiritualista 117 120 121 123 123 126 127 127 130 131 132 13 8.2. Originada de uma medicina moderna espiritualista 8.3. Fundamentada essencialmente no organismo ● A dietética (alimentação, nutrição) atual é uma teoria demasiada distante da realidade ● O organismo, com sua capacidade de se adaptar ao meio ambiente, produz todos os nutrientes indispensáveis a partir de quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso ● Evitar a ingestão de leite de vaca para não atrofiar a produção de leite materno; manter livre de tomar sangue para não ficar anêmico; observar que o exercitarse fisicamente é coadjuvante em relação à saúde das vísceras ● O sistema do ser humano importante em termos de alimentação é o aparelho digestivo ● Deste modo, a nutrição moderna tem um erro básico ao não assumir como verdade que o organismo é que é a sua parte espiritual e o alimento a sua parte material 8.4. Alicerçada secundariamente no espírito do alimento ● A nutrição atual é uma comédia, algo que não pode ser levado a sério ● O espírito (a matéria) do homem (organismo) se nutre do espírito (da matéria) do alimento ● O Criador preparou alimentos especiais para serem ingeridos pelo homem a fim de manter-lhe a vida ● Encaminhamento para a destoxificação 8.5. Embasada por baixo valor de nutriente, diversidade e requinte ● A alimentação atual é um processo de ingestão que não percebe os nutrientes como a forte energia espiritual que existe nos alimentos destacadamente nos de pequena importância alimentar, variabilidade e refinamento 134 134 134 137 138 140 141 143 143 144 146 150 152 152 14 ● A pobreza em elementos protéicos faz bem a saúde em geral, a resistência física ao trabalho da lavoura realizado pelos agricultores e ao frio de determinadas épocas do ano, e é uma boa nova até mesmo para a economia ● As carnes fazem contrair doenças como o câncer e encurta a vida 8.6. Direcionada para o vegetarianismo com relação à missão ● Aumenta a longevidade ● Beneficia as pessoas com problemas pulmonares e pleurite ● Encaminha ao paraíso terrestre 8.7. Flexibilizada com inclusão de carne referente à função ● Para quem vive em combate ● Na semana apenas duas refeições com carne vermelha ● Mais com peixe * PARADIGMA SOBRE AGRICULTURA ● Mudança na Agricultura ● Inovação na Dieta 156 158 161 161 161 162 165 165 167 169 171 173 183 15 16 1. BASE 1.1. Respeita a Natureza, como lei. Se todos os seres vivos possuem algumas características em comum, por exemplo, terem profissionais responsáveis com suas técnicas, possuírem uma embriologia (desenvolvimento da semente ou do ovo até constituir um espécime completo), um ciclo vital (nasce, cresce, gera, envelhece e morre), organização celular, aumento, metabolismo, movimento, reprodução, evolução e composição química das células com substâncias orgânicas e inorgânicas; por outro lado, cada reino apresenta suas dessemelhanças com os demais, aqui se destaca o dos vegetais em relação ao dos animais e hominais. Uma diferença que pode ser vista imediatamente é a expressa no movimento. Pois, enquanto o vegetal segue uma direção dada sob a influencia de uma excitação exterior como a luz e a gravidade (tropismo) ou não se orienta, fazendo apenas simetria, como de abertura e fechamento de folhas e flores (nastismos); o animal e o homem se locomovem. Outra discrepância que também logo pode ser presenciada é a no metabolismo. De fato, o vegetal produz seu próprio alimento, ou seja, ele é capaz de sintetizar substâncias orgânicas (como carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleícos) diretamente de substâncias inorgânicas (como água e sais minerais) por fotossíntese (processo através do qual as plantas transformam energia luminosa (luz) em energia química processando o gás carbônico (CO2) retirado da atmosfera, a água (H2O) e sais minerais da terra retirada do solo pela raiz e subindo como seiva pelos vasos, produzindo minerais em substâncias orgânicas (glicose) e oxigênio gasoso (O2), permitindo o crescimento das plantas, seu florescimento e a produção de frutos); já os seres animais e humanos são incapazes, por isso se 17 alimentam por ingestão de outros seres. Uma outra desigualdade que pode ser examinada na embriologia, que sem muito rigor é assim descrita: o embrião do reino vegetal formado da semente se desenvolve com a aquisição da alimentação do solo; os embriões dos reinos animais e humanos formados do ovo se desenvolvem com a aquisição da alimentação do útero. Ignorando as diferenças às vezes se vê escrito: “A semente que foi plantada no útero da mulher” (Profeta Ezequiel 47) e “Se o útero é receptivo, o embrião finca suas raízes em solo fértil” (Centro Brasileiro de Biossintese). Mais uma divergência é encontrada no ciclo vital, na organização celular. Com efeito, enquanto, a fisiologia da germinação até o envelhecimento de uma planta ou de um animal tem em comum a exigência de seus nutrientes se alterando; o vegetal continua necessitando do solo e o bicho vai dispensando o útero. Assim, concentrando toda atenção ao solo, certamente, as plantas das culturas se beneficiarão; todavia, para que isso se dê é preciso entender que o trato do solo não é essencialmente químico-mecânico, mas biológico-físico, com sua matéria orgânica e microorganismos. O processo atualmente designado por reciclagem natural, isto é, “solo → vegetal → homem/animal → solo” é aquele descrito em termos da existência de produtores e consumidores acima e abaixo do solo, ou seja: os produtores acima (abaixo) são os vegetais (microorganismos decompositores) e os consumidores acima (abaixo) são os homens e os animais (seres vivos que vivem dentro da terra), onde todos voltam ao solo, inclusive os vegetais e microorganismos decompositores que no primeiro momento são “consumidores” do solo. Meishu-Sama corrobora este processo em seu poema: “Quando apanho uma folha seca caída no chão, Sinto nela a indiscutível Lei do Ciclo da Vida.” A Agricultura Natural tem como princípio que sua prática 18 agrícola deve respeitar a Natureza, adotando a sua lei como regra básica e cumpri-la à risca. A reciclagem natural, mencionada acima, é pertinente à Lei da Natureza. 1.2. Emprega a reflexão, como técnica. Em vez de se continuar com as dessemelhanças do item anterior, se pode dizer que o solo e às plantas são semelhantes a um bebê que não se comunica por palavras. Meishu-Sama diz que “O método agrícola que não utiliza a observação, é desprovido de amor.” Daí, a técnica da Agricultura Natural é observar com o pensamento, e não com os sentidos, que o que existe de mais importante para o plantio ou a criação é o solo. Por exemplo, constatar que o solo tratado pela Agricultura Convencional quando faz calor ele está mais quente, quando faz frio ele está mais frio, ou seja, é um solo desequilibrado, desarmonizado, desbalanceado, desprovido de terra viva. Já o solo tratado pela Agricultura da Grande Natureza quando faz calor ele está mais frio, quando faz frio ele está mais quente, ou seja, é um solo equilibrado, harmonizado, balanceado, com terra fértil. A Agricultura da Grande Natureza à medida que a Era do Dia se aproxima, começa a ser valorizada mais intensamente por causa da intensificação de Kasso (essência do fogo) no Mundo Espiritual. Daí resulta uma purificação mais forte que coloca em evidência os vários erros e máculas da humanidade, inclusive os referentes ao mau uso do solo. Por outro lado, todas as coisas que estejam em conformidade com as Leis da Natureza começam a prosperar. Assim é natural que produtos cultivados sob a ação de Dosso, Kasso e Suisso se desenvolvam e atinjam grande sucesso. Também é notório que, embora não seja tão evidente na matéria, o fogo espiritual gera um efeito maior que o calor físico, por ser transmitido ao Mundo Material por meio de elos 19 espirituais. Vide a temperatura das fazendas e campos pertencentes aos Mamehito apresentarem cerca de dois graus a mais em relação as outras, exatamente por que recebem as vibrações dos donos. Inclusive, por isso, se obtêm melhores colheitas. É importante notar ainda que os chamados danos causados pelo frio resulta não apenas de baixas temperaturas, mas também da falta de Luz espiritual. Tem-se observado que, mesmo em regiões frias, as fazendas dos membros são protegidas contra grandes violências, exatamente por que a vibração aí é mais alta. Transportando esse fato para a vida humana se pode notar a existência de pessoas um tanto frias, enquanto outras mais calorosas. Na verdade, são os seus corpos que estão impregnados de maior ou menor quantidade de Kasso. Por isso, o sentimento de amor que expressam varia de intensidade. Então, pode-se concluir acertadamente que, se determinadas regiões sofrem danos na época do frio, é por que a maioria das pessoas aí residentes é egocêntrica. À vista disso, dá para saber inclusive que o calor espiritual, irradiado pelo amor humano, exerce uma influência marcante sobre todos os seres existentes no universo. Meishu-Sama compara relatórios: “Os relatórios deste ano (1954) sobre agricultura revelam acentuada melhora de produção, quando comparados com os do ano anterior. Esses resultados mais satisfatórios são, na verdade, conseqüência da mudança que está ocorrendo no Mundo Espiritual. Em virtude do aumento de kasso (espírito do fogo), o calor, a cada dia, se torna mais forte. Ontem (14 de janeiro de 1954) fui ao jardim das ameixeiras (ume). Já se encontravam em plena florada o que, em outras épocas, normalmente acontecia no final de janeiro. Entretanto, devido à intensificação de kasso, o clima se tornou mais quente, vindo a favorecer o desenvolvimento das plantas e 20 beneficiar consideravelmente as colheitas. Muitas vezes, no entanto, o bom resultado da produção agrícola fica prejudicado pelo emprego de adubos. Se, ao contrário, não forem adicionados fertilizantes orgânicos ou químicos de espécie alguma, as nuvens do Mundo Espiritual das lavouras diminuem, fazendo aparecer rapidamente os efeitos do bem e do mal. Ao mesmo tempo, surge muito clara a distinção entre um e outro. Quer dizer, o agricultor que estiver agindo errado, usando agrotóxicos, encontra dificuldade na obtenção de resultados satisfatórios. Por sua vez, aquele que segue os ditames da Grande Natureza, mantendo a terra pura, consegue ótimas colheitas. O principal, então, a partir deste ano (1954) é mostrar com bastante clareza a excelência do cultivo sem fertilizantes paralelamente ao progressivo insucesso das plantações adubadas. Essa realidade, a cada ano, deverá ficar mais evidente, chegando a um ponto de não haver meios de negá-la. O mesmo processo vai ocorrer também em relação às doenças. Assim quando, num futuro próximo, o auge do problema for atingido, acontecerá algo semelhante ao percebido agora na agricultura: o resultado da medicina será oposto ao esperado, da mesma forma como uma terra adubada nada de bom produz. Quando chegar esse tempo, a humanidade toda conseguirá entender a minha colocação. Os primeiros esclarecimentos, contudo, precisam estar relacionados à agricultura; mais tarde, virão os entendimentos sobre a verdadeira medicina.” 1.3. Adota camada superior da crosta terrestre que nem ser vivo, como princípio. Meishu-Sama diz ainda que: “A Agricultura Natural proposta por mim tem como base o princípio citado. O empobrecimento e as dificuldades dos agricultores serão solucionados satisfatoriamente com a adoção desse método. 21 Deus deseja corrigir a penosa situação em que eles se encontram, e por isso está se dignando, com Sua benevolência e compaixão, a revelar e fazer propagar o princípio da Agricultura Natural, através de mim, para todo o mundo. Urge, portanto, que os agricultores despertem o mais rápido possível e adotem esse novo método agrícola. Só assim eles serão verdadeiramente salvos.” Para tal, ele explica resumidamente que se deve “Fazer o solo, que é um ser vivo, emanar toda a sua força e capacidade.” Os solos tratados segunda a Agricultura Convencional e Orgânica, segundo Meishu-Sama, são solos mortos ou doentes, já os pela Agricultura Sem Adubos são solos vivos ou férteis. Essa diferença ocorre por se cuidar o solo como ser vivo ou não. Daí, o objetivo da Agricultura Natural é vivificar o solo, de forma que este manifeste todo o seu vigor, propiciando alimentos saudáveis que incrementem a saúde do homem. “Na agricultura pura, não é necessário ter líderes ou técnicos. Se estudares e digerires cuidadosamente o meu ensinamento saberás o princípio básico. As pessoas que não têm suficiente compreensão estão freqüentemente preocupadas com as técnicas ou com a aplicação do seu princípio. Como já foi dito, o princípio básico é purificar o solo de suas impurezas e deixar florescer a sua verdadeira energia inerente. O que é necessário é estudar a condição do solo e o clima, aplicando o princípio de acordo. Você deve observar a Natureza e descobrir a melhor maneira, adaptando-a as condições do solo e do clima.” “Acho, portanto, e com muita razão, que a ciência deveria realizar pesquisas mais atentas sobre a função específica do solo.” “As pessoas em geral não sabem que, além dos animais, as plantas também possuem sentimentos, são capazes de raciocinar e ter idéias artísticas. A única diferença está no fato de elas não se expressarem como os animais. Têm sua liberdade limitada por não poderem movimentar-se de um lado para o 22 outro. Dá, entretanto, para saber quais são as suas vontades. Por exemplo, quando eu faço um arranjo floral às vezes, o resultado não me satisfaz; mas, como sempre tenho muitas tarefas a cumprir, deixo-o assim mesmo. Um tempo depois, exatamente o ponto do qual eu não havia gostado aparece corrigido de maneira adequada. As plantas possuem, na verdade, um comportamento muito habilidoso e sutil. Ontem mesmo (14 de janeiro de 1954), coloquei dois narcisos num vaso e notei que o conjunto não se harmonizava. Como tinha outros afazeres, deixei-os como estavam e acabei me esquecendo deles. No dia seguinte, quando os olhei, já se achavam convenientemente arrumados. Também acontece com muita freqüência de, em razão de certas condições locais, eu mandar o jardineiro plantar algumas árvores ao contrário, isto é, com a frente voltada para trás, ou de lado. Às vezes, o ambiente me obriga a fazer isso. Com o passar do tempo, entretanto, elas se ajeitam e a parte que estava atrás se vira para frente. Demonstram, dessa forma, terem elas vida e vontade próprias. De suma importância é, portanto, tratar bem as plantas, amando-as e respeitando-as. Essa atitude humana as deixa contentes e faz surgir nelas o desejo de se tornarem cada vez mais belas. Dessa forma, procuram demonstrar a nobreza de sentimento que, de fato, possuem. A mesma realidade relativa ao desenvolvimento das plantas, está presente também no processo de fecundação da terra. Se for tratada com respeito e carinho, fica contente e trabalha bastante. Com relação ao ser humano, o comportamento é idêntico. Sendo constantemente menosprezado e judiado, torna-se infeliz e não será capaz de produzir nada de proveitoso. Pode-se, então, concluir sem dúvida alguma que tanto a terra, quanto as plantas e o ser humano, possuem um ponto em comum, quase impalpável, muito delicado e sutil, que constitui a grande diferença nas reações comportamentais e nos resultados 23 das ações de cada um deles em particular. Como dedução lógica, a partir dessa característica própria de cada ser, qual seja, aquele ponto meio misterioso de perspicácia, é certo que, jogando excrementos de toda espécie sobre a terra, ou adicionando-lhe a violenta toxina do sulfato de amônia, ela vai ficar irritada e sem vontade de colaborar com os agricultores. Em conseqüência, os resultados das colheitas serão desastrosos. Nesse aspecto, as plantas agem semelhantemente aos demais trabalhadores, fazendo greve como uma maneira de se revoltar contra os adubos que lhes causam tanto mal.” 1.4. Foca os lavradores e consumidores, como principais. Este é um poema do mestre Meishu-Sama em 1937: “Pés de arroz frutificam fartamente nas espigas curvadas Acumulando o suor de muitos dias dos agricultores.” Num poema de 1942: “Tóquio transformou-se numa esplêndida metrópole Mas os problemas das vilas agrícolas Caíram no esquecimento.” Vou salvar agora os agricultores, Homens valorosos, outrora dignificados. O poder de Deus Usando, vou purificar o planeta Envenenado pelas toxinas e adubos.” Outro sobre a alegria dos Agricultores. “Não poderia, jamais, ter Deus deixado sem alimentos o ser humano, fruto do seu infinito amor. Agradecidos, Os agricultores derramam lágrimas. Fartura nas colheitas sem adubos nem pragas! É vontade de Deus: 24 Sementes puras num solo purificado. Imensa gratidão por abundantes colheitas.” 25 26 2. SOLO Trata-se da camada mais superficial da crosta terrestre. Ele é muito importante, pois, se estiver doente implica em planta doente que, por sua vez, acarreta em homem doente. É também por demais valioso porque toda a vida do globo terrestre depende dele: os alimentos; as plantas; o oxigênio produzido por elas e o plâncton do mar (este, por sua vez, vive da matéria orgânica proveniente dos continentes); os peixes e toda cadeia alimentar aquática, que vai desde os camarões, passando pelos pingüins, até os ursos polares e aves marinhas; a água nos aqüíferos, níveis freáticos, poços e rios que necessitam da infiltração da chuva no chão, permeabilizado por vida também; os micróbios, que agregam o terreno durante a decomposição da matéria orgânica vegetal, e também decompõem todos os animais e homens mortos, para que o planeta Terra esteja sempre pronto a receber nova vida e não seja manter de cadáveres. Em torno da sua fração sólida, ele é uma mistura de substâncias inorgânicas (em torno de 95%, como nitrogênio, fósforo, potássio, oxigênio, sílica, alumínio, ferro, cálcio, sódio e magnésio) e substâncias orgânicas (cerca de 5%, como húmus, gorduras, resinas e ceras, sacarídeos, nitrogênios orgânicos e compostos de fósforos), que servem para sustentar a vida, principalmente a vegetal. Mas, uma mistura que é o produto final das ações dos processos físicos (desde temperatura, vento, gelo e chuva, passando pelo calor, ar e água, até a areia, silte e argila), químicos (relativos às substancias químicas mencionadas acima) e biológicos (referentes às bactérias, fungos e animais como minhocas), que degradam as rochas e seres vivos produzindo minérios e biomassa de plantas em várias fases de apodrecimento. Existem três camadas principais: a da rica em húmus, a dos sais minerais (como calcário, argila e areia) e o das 27 rochas parcialmente decompostas ou não. Por isso, esta superfície da Terra podem ser classificadas em humíferos, calcários, argilosos, siltosos e arenosos. Antes de iniciar os itens se realça que matérias orgânicas são restos vegetais e animais naturalmente recicláveis e capazes de voltar a base da cadeia alimentar que sustenta a vida no planeta. Transformada por bactérias e fungos (pequenos seres invisíveis, a olho nu que promovem a reciclagem de nutrientes no solo) em composteiras ou biodigestores, ela sofre, em ritmo mais acelerado, o mesmo processo de decomposição pelo qual passa na Natureza, transformando-se, no estágio final da decomposição, em húmus (material orgânico inerte, finamente dividido, resultante da decomposição microbiana de plantas e substâncias animais, composto aproximadamente de 70% de carbono, 6% de nitrogênio, e menores quantidades de fósforo e enxofre; a decomposição da matéria orgânica viva do solo torna essas substâncias próprias para serem utilizadas pelas plantas) e nutrindo vegetais e animais exatamente iguais àqueles que lhe deram origem. Adverte-se que muitas vezes se emprega solo e terra como palavras sinônimas. 2.1. Possui espírito com razão, sentimento e vontade, sem liberdade e locomoção. O solo não é simplesmente, como foi mencionado acima, algo formado pelos fragmentos provenientes de materiais inorgânicos, como pedras e rochas, misturados a outros materiais orgânicos, pois, seguindo esse tipo de pensamento, não haveria vida no solo, o que contraria o princípio da Agricultura Natural de que o solo é um ser vivo (expresso em 1.3.): Meishu-Sama diz que: “O solo é composto, como todas as demais obras divinas, 28 de dois elementos: um físico, que é a parte visível; outro espiritual ou o lado invisível. Embora ainda não explorado pela ciência materialista, o lado espiritual consiste no verdadeiro nutriente e fator de crescimento das plantas. É nele que reside o poder da natureza o qual se fortalece à medida que o solo vai sendo utilizado. Ocorre algo semelhante ao que acontece com o ser humano: torna-se mais forte e saudável, quanto mais exercita o corpo. Por isso também que terras abandonadas perdem a energia e enfraquecem.” “Sem dúvida as pessoas ficarão boquiabertas, mas existe outro fator importante. O homem, até agora, pensava que a vontade-pensamento, assim como a razão e o sentimento, limitava-se aos seres animados. Entretanto, eles existem também nos corpos inorgânicos. Obviamente, como o solo e as plantações estão nesse caso, respeitando-se e amando-se o solo sua capacidade natural se manifestará ao máximo. Para tanto o mais importante é não sujá-lo, mas torná-lo ainda mais puro. Com isso ele ficará alegre e, logicamente, se tornará mais ativo. A única diferença é que a vontade-pensamento, nos seres animados, é mais livre e móvel, ao passo que, o solo e as plantas não têm liberdade nem locomoção. Assim, se pedirmos uma farta colheita com sentimento de gratidão, nosso sentimento se transmitirá ao solo, que não deixará de corresponder-nos. Por desconhecimento desse princípio, a Ciência comete uma grande falha, considerando que tudo aquilo que é invisível e impalpável não existe.” 2.2. Necessita ser reverenciado com amor e mantido saudável. Quando se observa o solo, o mais importante é, antes de tudo, prestar atenção se ele é saudável ou não. Por exemplo: sentir se ele possui bom cheiro; se possui muitos tipos de seres 29 vivendo no seu interior, como minhocas, leveduras e protozoários; e assim por diante. Meishu-Sama ensina: “O fundamental é manter o solo tão puro quanto possível. Por motivo nenhum, usar fertilizantes e inseticidas de qualquer espécie. Só assim a terra poderá manifestar a sua verdadeira força produtiva, representada por elementos nutritivos de origem divina, que lhe são inerentes. Neste aspecto, a característica essencial do solo é profundamente misteriosa e obscura, razão pela qual, até hoje, a ciência materialista não conseguiu atingi-la. Espera-se que esse conceito fique bem claro em todas as mentes, pois não se trata de mera teoria. Pela prática, qualquer pessoa ficará maravilhada com os resultados obtidos. Por essa razão, a terra deve ser constantemente reverenciada e amada. Não se pode, de forma alguma, acrescentar-lhe substâncias venenosas que lhe tirem a força vital.” Ele compôs esses poemas: Que ignorância! O adubo tira a pureza do solo, Inestimável tesouro da vida humana. Enraizado Está, no coração dos agricultores, Como uma superstição, o vício do adubo. Quanta tolice! Coração, corpo e terra maculados! Sofrimentos incalculáveis semeados. “O mesmo se pode dizer do apego crônico e neurótico aos adubos e agrotóxicos. No ano seguinte ao emprego do método artificial, a produção é boa e as pessoas acreditam que seja o método ideal. Elas não percebem que, assim fazendo, a situação vai se tornando crônica. 30 Os adubos, agrotóxicos e medicamentos produzem, no fundo, o mesmo efeito. A lógica que os rege é a mesma. Por isso, podemos dizer que tanto a terra como as pessoas estão cronicamente anestesiadas.” 2.3. Exige ser misturado com matéria orgânica. A Matéria orgânica (porções não-minerais sólidas do solo originadas dos resíduos dos animais e das plantas) corresponde a compostos de carbono, oxigênio, hidrogênio, podendo ter ainda outros (ex: nitrogênio, ferro...). Um exemplo de matéria orgânica é a glicose (C6H12O6). Basta que falte um dos três elementos referidos para já não ser matéria orgânica, é matéria mineral, um exemplo é a água (H2O). Matéria orgânica do solo são todos os elementos do solo que contêm compostos de carbono - os não vivos (97%, como restos de plantas em diferentes estágios de decomposição e húmus) e os vivos (3%, como raízes de plantas, minhocas, formigas, cupins, ácaros, bactérias e fungos). Quando se mostra a dessemelhança entre os reinos, como entre os profissionais responsáveis com suas técnicas, se pode notar que: o ginecologista e obstetra são ocupados com a embriologia humana, abarcados nos protocolos maternos constituídos de exames laboratoriais e de imagens, consultas médicas mensais e os partos naturais e as cesarianas (no caso dos animais se tem o veterinário com seus métodos); o agrônomo e o lavrador são comprometidos com a embriologia vegetal, envolvidos no plantio e seleção de sementes, preparo e proteção da terra com matéria orgânica. Meishu-Sama sublinha que: “Ultimamente tenho percebido que eu falo, com simplicidade, sobre assuntos relevantes; quem os ouve não dá, contudo, muita importância; entretanto, quando malogram nas suas decisões, lembram, de imediato, das minhas palavras.” 31 “Retomando o assunto específico da Agricultura da Grande Natureza, quero dizer-lhes que poucos, na verdade, seguem as minhas orientações exatamente como as transmito. Muitos as modificam conforme as circunstâncias do local ou opiniões pessoais. De fato, um número pequeno de agricultores consegue acreditar no que lhes falo, pois existe uma diferença marcante entre a agricultura convencional e aquela que eu ensino. Se, ao contrário, todos os que lidam com a terra seguissem corretamente a minha orientação, obteriam o mesmo sucesso que os agricultores da Ilha de Sado. Estes não usam espécie alguma de adubo; apenas misturam a palha de arroz ao solo e têm obtido resultados maravilhosos.” “A partir deste ano - (1952) - todos os agricultores (...) chegaram à conclusão de que, servindo-se simplesmente dos elementos essenciais da Grande Natureza, solo, sol e água, obterão melhores resultados. Nada mais correto. A própria terra, pela sua composição, já é um excelente adubo. A única exceção seria a possibilidade de se misturar a palha de arroz, não como adubo orgânico, mas somente com a finalidade de manter as raízes aquecidas nas regiões cobertas de neve durante quatro ou cinco meses por ano, em conseqüência de invernos rigorosos.” “Palha de arroz ou folhas secas podem, às vezes, ser adicionadas à terra se esta estiver muito dura; também são permitidas no caso de sol muito forte que resseca o solo. Quero, contudo, deixar bem claro que esse processo não constitui adubo, mas apenas um recurso protetor do solo contra as intempéries regionais. Embora a maioria pense que folhas ou capim secos sejam adubos, não é esse o princípio. Na Agricultura da Grande Natureza, o elemento vital está concentrado na terra. Ela própria se renova, se recompõe, manifestando sempre incomparável força reprodutiva.” “Quero, contudo, ressaltar que somente foi péssima a 32 colheita de uma das lavouras de Sado onde ainda se continuou com emprego de adubo orgânico.” “Vejamos, agora, de que maneira a Natureza colabora com a Agricultura Natural. Quando se trata do cultivo de arroz em terreno alagado, procede-se ao corte da palha em pedaços bem pequenos, os quais serão misturados ao solo, para aquecêlo. No caso do cultivo em terra firme, misturar-se-ão folhas e capins secos, apodrecidos até que suas nervuras fiquem macias. A razão disso é que, quando o solo está endurecido, o desenvolvimento das raízes fica dificultado, porque as pontas encontram resistência. Atualmente, dizem ser bom que o ar vá até as raízes, mas não é verdade, pois não há nenhuma razão para isso. Apenas, se ele chega até elas, é porque o solo não está endurecido. No caso de produtos cujas raízes não se aprofundam muito no solo, o ideal seria misturar, a este, compostos de folhas e capins; para os produtos de raízes profundas, deve-se preparar um leito composto de folhas de árvores a mais ou menos 35 cm de profundidade. Isso servirá para aquecer a terra. Variando a profundidade das raízes, o leito será formado na proporção adequada. Geralmente as pessoas pensam que nos compostos naturais existem elementos fertilizantes, mas isso não corresponde à realidade. O papel desempenhado por eles é o de aquecer o solo, não o deixando endurecer. No caso de ressecamento do solo junto às raízes devem-se colocar os compostos naturais numa espessura apropriada, pois isso conserva a umidade do solo. São esses os três benefícios dos compostos naturais.” Enfim, matéria orgânica não é adubo, mas sim cobertura para não deixar a chuva e o Sol cair e bater diretamente no solo, para deixá-lo aquecido, amolecido e úmido com condições para que os microrganismos da terra formem os grumos e poros de entrada de ar e água, e deste modo os proteja contra as intempéries, evitando ressecamentos, erosões, compactações e enchentes. 33 34 3. FERTILIZAÇÃO Antes de tudo, registra-se que adubo e fertilizante são sinônimos. Fazendo-se uma análise química do solo e de algum produto agrícola nele produzido, descobre-se que o produto necessita deste ou daquele tipo de nutriente; mas como esses nutrientes não são encontrados no solo analisado, este é considerado incapacitado e, por conseguinte, conclui-se que ele não é fértil. Por se acreditar nisso é que nasceu a técnica de adubar o solo, achando que bastava jogar adubo na terra para ela voltar a ser fértil. Esta é a “superstição dos adubos” anunciada por Meishu-Sama. Segundo essa superstição, o solo não passa de um material que simplesmente “abastece” as plantas com adubo. Portanto, a partir desta idéia, foi criada a hidroponia, uma técnica que utiliza o fertilizante líquido como adubo para culturas produzidas somente com água. A preparação do solo é o conjunto de procedimentos destinado a dar melhores condições físicas, químicas e biológicas no solo, de acordo com cada plantio. Entre os procedimentos se tem, além da matéria orgânica, a aração, a gradeação, terraceamento, microbacias, calagem (corretivo de acidez do qual a terra está precisando), adubação (quantidade de adubos que visa suprir as deficiências em substâncias vitais à sobrevivência dos vegetais), rotação de cultura, irrigação, faixas quebra-vento, anatomia da seca, plantas invasoras, pragas e doenças. Inicialmente sobre a calagem. O hidrogênio é o que potencializa os minerais e outros elementos químicos, ou seja, os torna aproveitáveis pelas plantas por meio de suas raízes. Potencial hidrogeniônico da terra (pH) é o índice que determina a quantidade de hidrogênio livre no solo. Ele varia de zero a 14, indicando se o solo é ácido, 35 neutro ou alcalino. Quanto menos (mais) o pH for abaixo (acima) de 7 mais o solo é acido (alcalino). Normalmente, não é menor do que 4 e nem maior do que 8. O número considerado ideal para a maioria das culturas fica entre 5,5 e 6,5. Porém, o chá é uma cultura que prefere um solo ácido, com pH entre 4,0 e 5,0. Os solos ácidos são corrigidos com carbonato de cálcio, enquanto os alcalinos com alumínio, sulfato de ferro e enxofre. O que se entende por calagem é espalhar calcário no solo, para corrigir-lhe a acidez. Em segundo lugar, sobre a adubação. Ela pode ser biológica ou química, eventualmente até misturada por ambas. A fertilidade biológica da terra é indicada pela presença de milhares de seres vivos, que compõe as cinco categorias: animal (como minhocas), planta (vegetais superiores), monera (bactérias), fungi (fungos) e protista (algas), transformando a matéria orgânica bruta (restos de cultura, esterco e roçados de plantas como a das famílias das leguminosas) em matéria orgânica assimilável (húmus) pelas raízes por meio de seus dejetos, bem como atuam como verdadeiros arados na terra. Entre estas adubações orgânicas se tem a adubação verde. A fertilidade química é a adubação feita à base de minerais, macronutrientes (são seis nutrientes de que as plantas precisam em maiores quantidades, a saber: nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, enxofre e cálcio) ou micronutrientes (em menor quantidade: boro, cobre, zinco, molibdênio, cloro e ferro). Um dos mais conhecidos agroquímicos é o NPK, que é um composto químico formado por nitrogênio, fósforo e potássio. Uma forma corriqueira de determinar a fertilidade do solo tem sido a de estabelecer a relação Carbono/Nitrogênio no solo que indica a disponibilidade de nitratos disponíveis para as culturas e o estado de decomposição de matéria orgânica na terra. Pois, as bactérias, ao decomporem esta matéria, se nutrem de nitratos; e quando a relação é maior do que 12, elas fazem muito uso de nitrato disponível no solo, empobrecendo-o. 36 Uma maneira corrente de se ter produtividade de produto agrícola é passar por elementos fundamentais como: pelo fogo, a energia liberadas pelo Sol em formas de calor e luz (fotossíntese); pelo ar, a respiração, ou melhor, os gases (como oxigênio e carbônico); pelo solo, os gases (como o nitrogênio que é um nutriente essencial ao crescimento das plantas), o líquido (água), os sólidos microorganismos (decompositores), as matérias minerais (sais) e as matérias orgânicas (restos das culturas). No início da compostagem ela era um processo natural de decomposição de animais e plantas, ou de seus subprodutos, liberando diversos nutrientes. Depois, nas áreas rurais, ela passou a ser a junção de estrumes e de palhadas (restos de cultura deixados sobre o chão para proteger a terra da ação direta do Sol e da água). Mais tarde, com a expansão das áreas urbanas, são resíduos orgânicos de lixo processados por transformações extremamente complexas de natureza bioquímica promovido por milhões de microorganismos do solo, ou ainda são materiais orgânicos processados por técnicas aplicadas para controlar sua decomposição, por meio de bactérias e fungos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável que seja rico em húmus. Basicamente existem dois tipos de compostagem: um que se dá com a presença de oxigênio do ar ou na ausência. As substancias resultantes da decomposição por via aeróbia são produtos finais oxigenados (nitratos, sulfatos etc.), havendo uma grande liberação de energia sob a forma de calor durante o processo. Por via anaeróbia são o metano, amônia e produtos finais parcialmente reduzidos (aldeídos, álcoois etc.), ocorrendo uma liberação de energia. Observação: o oxigênio mata os microrganismos anaeróbicos, que produzem o gás metano – 21 vezes mais poluentes do que o gás carbônico desprendido pelos microrganismos aeróbicos. Principais fatores que governam o processo de compostagem são: aeração, umidade, temperatura, 37 microorganismo, relação Carbono/Nitrogênio, preparo prévio da matéria-prima, dimensões e formas das pilhas. Com a expansão das áreas urbanas os fertilizantes minerais substituíram os resíduos orgânicos como fonte de nutrientes para as culturas. O processo natural de formação de compostos e húmus, produzido espontaneamente pelos organismos decompositores, dá lugar a um processo artificial de formação de fertilizantes químicos produzido em fábricas por meio de adições químicas que visam suprir as deficiências em substancias vitais a sobrevivência dos vegetais. No entanto, o agrônomo e o agricultor não podem esquecer que se deve adubar o solo e não a planta, pois assim como quem produz o leite é a vaca, por analogia, quem produz a colheita é o solo. Por outro lado, também não devem olvidar de quem faz o solo produzir não são os bois, mas os microorganismos que vivem nele, daí as palhadas não devem apenas alimentar os bois, mas também as bactérias, vírus e fungos. Estas microvidas ajudam as sementes fortes a nascer, as sementes fracas elas fazem apodrecer, bem como as plantas fortes elas ajudam a produzir, e as plantas fracas elas aniquilam. Outro senão, é que o mundo não sobreviverá graças a indústrias poderosas, mas por causa dos agricultores briosos. Não é o dinheiro que forma o homem, mas sim o alimento produzido pela terra. E terra não é uma máquina de produção. Sem respeito e amor à natureza, não se pode esperar fartura, mas sim a degradação. 3.1. Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos elementos Solo, Água e Fogo. Antes de se abordar este item, se registra algumas considerações gerais sobre o sistema solar, o Sol e a Terra. Inicialmente, sobre o sistema solar. Há cerca de cinco bilhões de anos atrás, uma nuvem de gás e poeira separou-se de 38 uma nuvem maior na Via Láctea. A atração gravitacional no centro da nuvem arrastou a matéria para o interior e fez a nuvem se contrair em torno de um núcleo mais denso e a matéria externa começou a girar em torno do núcleo. A matéria do centro formou o proto-sol, o que iria gerar o sol, aquecendose cada vez mais, enquanto os anéis externos esfriavam. O sistema tomou forma de disco e então a matéria externa começou a se unir, até formar os planetesimais, pequenos corpos que se assemelham a planetas, haviam trilhões de planetesimais em volta do proto-sol. Esses planetesimais se chocavam e os maiores absorviam os menores. Finalmente, os maiores planetesimais puderam reunir matéria bastante para se transformarem nos planetas, e o proto-sol ajuntava cada vez mais matéria em seu interior e aumentava a sua temperatura. Finalmente, o proto-sol se inflamou e começou a brilhar. Alguns pequenos corpos, restos da formação se fixaram em órbitas em torno dos planetas e formaram os satélites, outros cinturões de asteroides, e ainda mais afastado restos de gelo sujo formaram a nuvem de Oort, de onde derivam os cometas. O Sol é a estrela a qual a Terra e os outros nove planetas orbitam, além de mais alguns corpos como asteróides, cometas e etc. É uma estrela tipo G2, com 1.390.000 km de diâmetro. O Sol detém quase toda a massa total do Sistema Solar (99,8%). Hoje sua composição é 75% hidrogênio e 25% hélio, mas esse valor muda conforme o mesmo converte hidrogênio em hélio em seu núcleo. A temperatura do núcleo do Sol é de 15 milhões de graus Kelvin e a pressão é de 250 bilhões de atmosferas terrestres. O processo de produção de energia do Sol é chamado de fusão nuclear, aonde, a cada segundo, cerca de 700.000.000 de toneladas de hidrogênio são convertidas em aproximadamente 695.000.000 toneladas de hélio e 5.000.000 toneladas de energia que é liberada na forma de Raios Gama. Até chegar a superfície do Sol, essa energia sofre inúmeras rearbsorções nas quais é reirradiada a temperaturas cada vez menores, tanto que quando chega á superfície é basicamente luz 39 visível. A superfície do Sol tem uma temperatura de 5800 K, sendo que a zona mais fria, as "Manchas Solares", têm aproximadamente 3.800 K. O Vento Solar é proveniente de radiações de partículas carregadas de baixa densidade emitidas pelo Sol (principalmente elétrons e prótons), este Vento Solar se propaga pelo Sistema Solar a aproximadamente 450 km/s. O que há dentro da Terra? E lá bem no centro dela? Como descobrir isto se perfurações feitas pelo homem, com sondas, só chegaram a treze quilômetros de profundidade, quando a distância até o seu centro é de aproximadamente seis mil quilômetros, ou seja, 2%? Foi observando os vulcões e os terremotos, que o homem ficou sabendo o que havia no interior da Terra. Por enquanto, não se conseguiu efetivamente chegar ao seu centro. A dureza de certas rochas sob pressão e as altas temperaturas são as maiores dificuldades encontradas. Então, para se saber o que há no interior da Terra, foram analisadas as amostras retiradas de perfurações e a própria lava dos vulcões. Mas, isso não foi suficiente. Os cientistas tiveram, então, que fazer estudos mais complexos. Passaram a estudar as vibrações produzidas pelos terremotos ou provocadas por explosivos ou, ainda, simulações feitas em laboratórios. A viagem ao centro da Terra nos revela primeiramente uma casca que a envolve, a crosta terrestre ou litosfera. Esta primeira camada tem em média quarenta quilômetros de espessura (cinco vezes a montanha mais alta, que é o Monte Everest), e é formada por várias placas, de onde surgem os continentes. A segunda camada chamada manto ou pirosfera (piro = fogo), que está mais para dentro, é formada por rochas derretidas que formam o magma. Esta massa pastosa e em altíssima temperatura, quando expelida pelos vulcões, chama-se lava. O núcleo ou barisfera (bari = pressão) é a camada mais interna. É formada por ferro em três formas. A primeira de ferro derretido (núcleo externo), a segunda por ferro em forma de 40 vários cristais pequenos (zona de transição) e, bem no centro, em forma de um enorme cristal de ferro, (o núcleo interno). Mais especificamente, a Terra é dividida em várias camadas, a saber: De 0 a 40 km de profundidade - Crosta; 100400 km - Manto Superior; 400-650; Região de Transição; 6502700 - Manto Inferior; 2700-2890 - Camada D; 2890-5150 Núcleo Externo; 5150-6378 - Núcleo Interno. Esse último é composto de níquel e Ferro, e suas temperaturas podem chegar a 7500 K. A crosta da Terra está dividida em várias placas sólidas separadas, que flutuam sobre o manto, e são conhecidas como placas tectônicas. As Placas Tectonicas são: Placa norteamericana - América do Norte, oeste do Atlântico Norte e Groenlândia; Placa sul-americana - América do Sul e oeste do Atlântico Sul; Placa antártica - Antártica e "Oceano Sul"; Placa eurasiana - leste do Atlântico Norte, Europa e Ásia, exceto a Índia; Placa africana- África, leste do Atlântico Sul e oeste do Oceano Índico; Placa indo-australiana - Índia, Austrália, Nova Zelândia e maior parte do Oceano Índico; Placa Nazca - leste do Oceano Pacífico adjacente à América do Sul; Placa do pacífico maior parte do Oceano pacífico e costa sul da Califórnia. A maioria dos terremotos e vulcões é causado por isso. A Terra é o mais denso planeta do Sistema Solar, e também um dos mais jovens. 71% da Terra é coberto por água. A interação do vento solar, do campo magnético e das camadas superiores da Terra causa o fenômeno conhecido como aurora boreal. A Terra possui também uma atmosfera bem diversificada, formada por 77% nitrogênio, 21% oxigênio, e 2% outros elementos. O Messias desvendou o Poder da Natureza como a incógnita surgida da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos elementos Fogo, Água e Solo. Eis sua explicação: “Mas o que é o Poder da Natureza? É a incógnita surgida da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos elementos fogo, água e solo. O centro da Terra, como todos sabem, é uma massa de fogo, a qual é a fonte geradora do calor do solo. A essência desse calor, infiltrando-se pela crosta terrestre, preenche o 41 espaço até a estratosfera. Nessa essência também existem duas partes: a espiritual e a material. A parte material é conhecida pela Ciência com o nome de nitrogênio, mas a parte espiritual ainda não foi descoberta por ela. Paralelamente, a essência emanada do Sol é o elemento fogo, que também possui uma parte espiritual e uma parte material; esta última é a luz e o calor, mas aquela também ainda não foi detectada pela Ciência. A essência emanada da Lua é o elemento água, e a sua parte material é constituída por todas as formas em que a água se apresenta; quanto à parte espiritual, também ainda não foi descoberta. O produto da união desses três elementos espirituais ainda não detectados constitui a incógnita X através da qual todas as coisas existentes no Universo nascem e crescem. Essa incógnita X é semelhante ao nada, mas é a origem da força vital de todas as coisas. Consequentemente, o desenvolvimento dos produtos agrícolas também se deve a esse poder. Por isso, podemos dizer que ele é o fertilizante infinito. Reconhecendo-se essa verdade amando-se e respeitando-se o solo, a capacidade deste se fortalece espantosamente. A Agricultura Natural é, pois, o verdadeiro método agrícola. Não existe outro. Através de sua prática o problema da agricultura será solucionado pelas raízes.” “Conforme já disse muitas vezes, o solo é, por si mesmo, formado pela aglomeração de elementos os quais constituem o próprio adubo. Então, quando se acrescenta a ele algum outro organismo estranho, a sua capacidade vital fica diminuída, porque esse acréscimo significa um obstáculo ao desenvolvimento natural das plantas. Por outro lado, o poder da Grande Natureza é produzido pela fusão do espírito do fogo com o da água e o da terra. Na verdade, essa força (a que denominei “X”) é o verdadeiro e poderoso adubo. Como já falei, em outras ocasiões, sobre o espírito do fogo da água, quero agora esclarecer sobre a energia da terra. Bem no centro do globo terrestre, existe uma bola de fogo que 42 dá origem ao calor do solo e da qual provém toda a força do espírito da terra. O calor, emanado por esse núcleo ígneo atinge a estratosfera e a preenche integralmente. Depois de certo nível de acúmulo, forma-se a chuva, que cai sobre a terra, fazendo penetrar no solo vários elementos naturais que vão nutri-lo. Para que esse fenômeno ocorra naturalmente, faz-se necessário não existirem, na superfície da Terra, obstáculos, tais como adubos, ou quaisquer tipos de agrotóxico. Em outras palavras, ocorre o seguinte: o espírito da terra, originário do centro do Globo Terrestre, se encaminha para a estratosfera, onde encontra o espírito do fogo, que vem do Sol; ambos se unem à energia da água, que se origina da Lua, formando os três, aquela poderosa força “X” da qual já falei. A fusão desses três elementos é que constitui, de fato, o verdadeiro adubo que faz crescer as plantas e promove o desenvolvimento de todos os demais seres vivos. Pode-se dizer, por isso, que o solo foi criado por Deus para que produzisse toda espécie de cereais e verduras indispensáveis ao sustento da humanidade inteira. Portanto, a terra contém, em quantidade mais do que suficiente, todos os elementos nutritivos essenciais ao crescimento da planta. Em resumo, o próprio solo aglomera, em si mesmo, as porções de fertilizantes necessárias ao desenvolvimento de qualquer tipo de ser vivo. Para comprovar essa minha afirmação, basta que se observe a semente, jogada na terra, crescendo, tornando-se tronco, folha, flor, fruto, chegando até à época própria para colheita. Nesse sentido, então, o solo, gerador dessas maravilhas, nada mais é do que uma extraordinária tecnologia de produção de alimentos. Deve, por isso, ser tratado com o maior carinho e considerado como o grande poder da natureza.” “Como já disse, o solo puro está repleto de fertilizantes naturais, resultantes da energia espiritual proveniente de uma bola de fogo que se encontra no centro da Terra. Desse ponto, 43 ultrapassando a crosta terrestre, irradia um calor especial, nãofísico, porém extremamente poderoso, semelhante à Luz do Johrei.” A Agricultura Natural é, pois, o verdadeiro método agrícola. Não existe outro. Através de sua prática o problema da agricultura será solucionado pelas raízes. Nada poderia existir no Universo sem os benefícios da Grande Natureza, ou seja, nada nasceria nem se desenvolveria sem os três elementos básicos: o fogo, a água e a terra. Em termos científicos, esses elementos correspondem, respectivamente, ao oxigênio (sem este não há fogo), ao hidrogênio (primeira molécula constituída) e ao nitrogênio (78% na atmosfera, elemento vital para a vida por causa dos aminoácidos, proteínas, DNA e RNA; os animais e as plantas absorvem nitrogênio sob as formas de amônia ou de nitrato, nos quais são convertidos por bactérias da seguinte maneira: as bactérias transformam a amônia em nitritos e em seguida em nitratos, que as plantas usam para os compostos como as proteínas, DNA e RNA. Quando os animais e plantas morrem, certas bactérias e fungos, também chamados de decompositores, convertem seus compostos de nitrogênio em gás nitrogênio, reiniciando o ciclo do nitrogênio). Todos os produtos agrícolas existentes são gerados por eles e com isso podem ser produzidas todas as espécies de cereais e verduras que constituem a alimentação do homem. Seguindo a lógica, tudo é perfeitamente compreensível. Não seria absurdo se criassem o homem e não providenciassem os alimentos que lhe possibilitariam a vida? Logo, se determinado país não consegue produzir os alimentos necessários à sua população é porque, em algum ponto, ele não está de acordo com as Leis da Natureza. Enquanto não se atentar para isso não se poderá sequer imaginar uma solução para o problema da escassez de alimentos. Até numa simples folha de árvore existem os elementos Fogo, Água e Solo. De fato, tomando-se um punhado de folhas. Elas eram algo que estava vivo, e ficaram completamente secas. 44 O fato de terem ficado secas significa que Água acabou. Sob o ponto de vista científico, afirma-se que os vegetais são constituídos de 98% de água e o restante de substancias originarias do solo e da energia solar. E ficaram apenas o Fogo e o Solo. Então se ateando fogo nas folhas, queimando-as por completo, significa que “acabou o Fogo”. Depois da queima sobrou a cinza, algo que retorna à terra, isto é, voltou a ser o elemento Solo. Com isso, se comprova que através dos fatos os seres vivos são constituídos de “Fogo, Água e Solo.” 3.2. Processo produtivo que revoluciona o cultivo agrícola. “Visto que a Agricultura Natural, antes de tudo, dispensa os adubos, até agora considerados como a vida dos produtos agrícolas, todos os tipos de censura lhe foram feitos pelos próprios familiares dos agricultores e por pessoas de suas aldeias, terminando por torná-la alvo de gozação e risos. Mas os praticantes do método suportaram tudo isso em silêncio e persistiram. Ao ver esses relatos, lágrimas de emoção me sobem aos olhos; sinto, também, um aperto no coração quando penso que não fosse pela sua fé, eles nada teriam conseguido. Entretanto partindo de pessoas que descendem de longas gerações totalmente dominadas pela superstição dos adubos, essa descrença de muitos é natural. Tudo isso me faz lembrar certos descobridores e inventores que a História registrou, cujas obras ainda hoje prestam serviços à humanidade, e que, mesmo sofrendo por mal-entendidos e opressões, continuaram lutando para ser reconhecidos os frutos de sua inteligência e trabalho. Esse difícil procedimento não poderia deixar de nos comover.” No entanto, parte dos discípulos de Meishu-Sama pensava: "Ele é realmente entendido sobre a cura de doenças, mas sobre a Agricultura, não é tão profundo conhecedor do assunto." 45 O próprio Mestre da Messiânica relata: “No começo, por melhor que eu explicasse o processo da Agricultura Natural, as pessoas não me davam ouvidos e acabavam em gargalhadas. Pouco a pouco, porém, minhas explicações foram sendo aceitas e, ultimamente, de ano para ano, aumenta o contingente de praticantes do novo método, mesmo porque as colheitas, em toda parte, vêm dando prodigiosos resultados. Ainda que a maioria pertença à esfera dos fiéis de nossa Igreja, em várias regiões já está aparecendo, fora dessa esfera, um número considerável de simpatizantes e praticantes da Agricultura Natural, número este que tende a aumentar rapidamente. Já se pode imaginar que não está longe o dia em que a veremos praticada em todo o território japonês.” Mais tarde: “Finalmente é bom ressaltar que, em diversos lugares do globo terrestre, muitos produtores, embora nunca tenham ouvido as minhas palavras, já estão começando a praticar a Agricultura da Grande Natureza.” Mas, o que é importante registrar é que o valor do adubo é momentâneo. Pois, se a agricultura praticada até hoje conseguiu bons resultados com o uso de adubos, porém estes corroem a terra, e esta se torna cada vez mais pobre. Sem perceber isso, as pessoas mostram-se deslumbradas com os resultados momentâneos. Por fim, tanto a terra como o homem ficam intoxicados. No caso do Japão que usa excremento humano como adubo, afasta o turista, dado o perigo da transmissão de vermes. Por exemplo: os americanos não comem verduras produzidas naquele país. A Agricultura Natural por ser um movimento para destruir a superstição dos adubos, utiliza apenas compostos naturais, ou seja, matéria orgânica vegetal. “Quanto mais adubos forem usados, maiores serão as dificuldades na produção de alimentos. Portanto, da mesma forma que os remédios encurtam a vida humana, os adubos interferem na vitalidade da terra, impedindo-a de exercer 46 normalmente a sua função reprodutiva. Dessa forma, a humanidade fica duplamente prejudicada.” “Falando abertamente, a divulgação do nosso método de agricultura poderá ser definida como "movimento para destruir a superstição dos adubos.” Não usando absolutamente nada daquilo a que se dá o nome de adubo, seja de origem animal ou químico, pois é um cultivo que utiliza apenas compostos naturais, o método é, realmente, o que seu nome diz: Agricultura Natural. As folhas e capins secos formam-se naturalmente, ao passo que os adubos químicos e mesmo o estrume de cavalo ou galinha, assim como os resíduos de peixe, carvão de madeira, etc., não caem do céu nem brotam da terra: são transportados pelo homem. Portanto não é preciso dizer que são antinaturais.” “Para explicar o que é a Agricultura Natural, vou partir do seu princípio básico. Em primeiro lugar, o que vem a ser o solo? Sem dúvida, é uma obra do Criador e serve para a cultura de cereais e verduras, importantíssimos para a manutenção da vida humana. Por conseguinte, sua natureza é misteriosa, impossível de ser decifrada pela ciência da matéria. A agricultura atual, sem saber, acabou tomando o caminho errado e, como conseqüência, menosprezou a força do solo, chegando à errônea conclusão de que, para se obterem melhores resultados, deveria haver interferência humana. Com base nesse raciocínio, passou a utilizar estercos, adubos químicos, etc. Dessa maneira, a natureza do solo foi pouco a pouco se degradando, sofrendo transformações, e a sua força original acabou diminuindo. Contudo, o homem não percebe isso e acredita que a causa das más colheitas é a falta de adubos. Assim, utiliza-os em maior quantidade, o que reduz ainda mais a força do solo. Atualmente o solo japonês está tão pobre, que todos os agricultores lamentam o fato.” 47 3.3. Revela o poder da terra por ser adubada à base de nitrogênio. “A base do problema é a falta de conhecimento em relação ao solo. A agricultura até agora, tem negligenciado esse fator, que é o principal, dando maior importância ao adubo, algo acessório. Pensem bem. Sem a terra, o que podem fazer as plantas, sejam elas quais forem? Um bom exemplo é o daquele soldado americano que, após a guerra, praticou o cultivo na água, despertando grande interesse. Creio que ainda devem estar lembrados disso. No início, os resultados foram excelentes, mas ultimamente, pelo que tenho ouvido falar, eles foram decaindo, e o método acabou sendo abandonado.” “O princípio básico da Agricultura Natural consiste em fazer manifestar a força do solo. Até agora o homem desconhecia a verdadeira natureza do solo, ou melhor, não lhe era dado conhecê-la. Tal desconhecimento levou-o a adotar o uso de adubos e acabou por colocá-lo numa situação de total dependência em relação a eles, tornando essa prática uma espécie de superstição.” “Para que todos entendam realmente o princípio da Agricultura Natural, proponho-me explicá-lo através da ciência do espírito - da qual tomei conhecimento por meio da Revelação Divina - pois é impossível fazê-lo através do pensamento que norteia a ciência da matéria. No início, talvez seja muito difícil compreender esse princípio; todavia, à medida que o lerem várias vezes e o saborearem bem, fatalmente a dificuldade irá diminuindo. Caso isso não aconteça, é porque a pessoa está muito presa às superstições da Ciência. É inegável o valor da Ciência em relação a muitos aspectos; entretanto no que se refere à agricultura, ela não tem nenhuma força, ou melhor, está muito equivocada, pois considera bom o método criado pelo homem negligenciando o Poder da Natureza. Isso acontece porque ainda se desconhece a 48 natureza do solo e dos adubos. Há longos anos, o governo, os grandes agricultores e os cientistas vêm desenvolvendo um grande esforço conjunto, mas não se vê nenhum progresso ou melhoria. Diante de uma fraca produção como a do ano passado, podemos dizer que a Ciência não consegue fazer nada, sendo vencida pela Natureza sem oferecer nenhuma resistência. Não há mais nenhum método a ser empregado. A agricultura japonesa está realmente num beco-sem-saída. Mas devemos alegrar-nos, pois Deus ensinou-me o meio de sair dele - a Agricultura Natural. Afirmo que, além dessa, não existe outra maneira de salvar o Japão (...) Até hoje os agricultores fizeram pouco caso do solo, chegando a acreditar que os adubos eram os alimentos das plantações. Com essa atitude, cometeram um espantoso engano. O resultado é que o solo se tornou ácido, perdendo seu vigor original. Isso está muito bem comprovado pela grande diminuição da safra no ano passado. Não percebendo seu erro, os agricultores gastam inutilmente elevadas somas em adubos despendendo árduo esforço. É uma grande tolice, pois se está produzindo a própria causa dos danos. Empregarei agora o bisturi da ciência espiritual para explicar a natureza do solo. Antes, porém, é preciso conhecer seu significado original. Deus, Criador do Universo, assim que criou o homem criou o solo, a fim de que este produzisse os alimentos para nutri-lo. Basta semear a terra que a semente germinará, e o caule, as folhas, as flores e os frutos se desenvolverão, proporcionando-nos fartas colheitas no outono. Assim, o solo, que produz alimentos, é um maravilhoso técnico ao qual deveríamos dar grande preferência. Obviamente, como se trata do Poder da Natureza, a Ciência deveria pesquisá-lo. Entretanto, ela cometeu um grande erro: confiou mais no poder humano.” Concluindo, Meishu-Sama reafirma que basicamente para se realizar Agricultura da Grande Natureza basta fortalecer o espírito da terra. 49 “Inicialmente, vou explicar de onde provém a capacidade do solo. O solo é constituído da força da trindade dos Espíritos: o do Fogo, o da Água e o da Terra. Naturalmente, a principal força para o crescimento das plantas é a do Espírito da Terra. Dependendo da força do solo, ter-se-ão bons ou maus resultados na agricultura. Por conseguinte, quando se quer cultivar, a condição principal é elevar a qualidade do solo, porque quanto melhor o solo, melhor também será seu resultado. Sendo assim, o que se deve fazer para melhorar a qualidade do solo? Fortalecer a sua força vital. Antes de tudo, temos de tornar o solo puro e limpo: quanto mais purificado é o solo, mais forte se torna o seu poder de germinar as plantas. Um dos maiores erros da agricultura atual é que ela, ao contrário, polui o solo o máximo possível. Desde os tempos remotos, os agricultores acreditam que para o cultivo é necessário o uso de adubo. Na verdade, quanto mais fertilizante se coloca, mais se prejudica o solo. Indubitavelmente, durante um curto período, obtêm-se melhores resultados, mas, pouco a pouco, o solo se vicia com o fertilizante e com ele já não se conseguem os mesmos efeitos. Conseqüentemente, quanto mais se adubar, pior será a colheita. Se vocês praticarem agricultura pura num local que foi antes cultivado com adubo, durante dois ou três anos não terão bons resultados, porque a terra ainda estará contaminada pelas toxinas do adubo. É tal como no caso do bêbado que, quando se abstém de beber, repentinamente, fica algum tempo aturdido, ou então do fumante que, ao deixar de fumar, perde o ânimo. A pessoa viciada em drogas não consegue parar pelo mesmo motivo. Se vocês esperarem dois ou três anos até que o solo se purifique das toxinas do adubo, a terra voltará a manifestar a sua maravilhosa força. Discorri sobre a parte teórica da agricultura pura e, através disso, vocês puderam perceber o quanto a agricultura atual está errada. Basicamente, para se fazer agricultura pura não é necessária ter fé, pois só o fato de se deixar o adubo de 50 lado já propicia benefícios marcantes. E, se a terra for purificada pelo Johrei, o resultado será ainda melhor.” “Como muitas vezes já falei, o emprego de adubos pode ser comparado ao vício das drogas. Quando alguém começa a usar algum tipo de substância química, de início, sente um bemestar muito grande; fica com a mente tão clara, que não consegue esquecer aquele sabor indefinível. Assim, pouco a pouco, vai caindo num abismo do qual não consegue mais sair. Ao encontrar-se num estágio de forte dependência, caso lhe falte a droga, a pessoa fica desesperada, uma vez que sofrimentos insuperáveis começam a surgir. Já não consegue mais suportar-se a si mesma, nem fazer nada para superar-se. Então, mesmo sabendo que está dominada por algo muito prejudicial, não tem forças para sair do abismo em que se encontra. Daí o motivo de, muitas vezes, o viciado tornar-se um ladrão ou até assassino para conseguir manter o vício que o escraviza. São ocorrências terríveis, comumente mostradas nos jornais. Aplicando-se essa comparação às plantas, dá para entender claramente o que acontece na agricultura. Nos dias de hoje, o solo, especialmente o japonês, está completamente viciado em fertilizantes e inseticidas. É uma situação bastante grave, mas os agricultores, semelhantes a dependentes químicos, estão cegos, pois, há muito tempo, acreditam no uso de adubos como algo indispensável à planta. Por isso, não conseguem despertar e entender que nutrientes artificiais danificam as plantações da mesma forma que as drogas estão destruindo os seres humanos.” Às manchas solares, que desde a Antigüidade têm servido de assunto para muitos debates. A verdade é que essas manchas representam a respiração do Sol. Dizem que elas aumentam de número de onze em onze anos, mas isso acontece porque a expiração chegou ao ponto culminante. Com relação ao luar, considera-se que ele é o reflexo da luz do Sol, mas convém saber que o Sol arde graças ao elemento água, proveniente da Lua. 51 Esta possui um ciclo de vinte e oito dias, e isso também constitui o seu movimento de respiração. “Mancha Solar Sabei, todos vós! A mancha preta do Sol é, na verdade, A inexprimível alma de Deus Supremo. A atividade Solar, manifestada num sinal puro, É o chom, o esplendoroso centro Divino. Quero ensinar Aos homens tão inebriante verdade: Está no Sol a alma do Grande Universo.” Todos sabem que os seres vivos respiram. Na verdade, a respiração é uma propriedade de todos os seres até mesmo dos vegetais e dos minerais. O globo terrestre respira uma vez por ano. A expiração inicia-se na primavera e chega ao ponto culminante no verão. O ar que ele expira é quente, como no caso da respiração do homem, e isso se deve à dispersão do seu próprio calor. Na primavera essa dispersão é mais intensa, e tudo começa a crescer; as folhas começam a brotar e até o homem se sente mais leve. Com a chegada do verão, as folhas tornam-se mais vigorosas e, atingido o clímax da expiração, o globo terrestre recomeça a inspirar; daí as folhas principiarem a cair. Tudo toma, então, um sentido decrescente, e o próprio homem fica mais austero. O outro ponto culminante é o inverno. Essa é a imagem da Natureza. O ar expirado pelo globo terrestre é a energia espiritual da terra, que a ciência denomina nitrogênio; graças a ele as plantas se desenvolvem. O nitrogênio sobe às camadas mais altas da atmosfera junto com a corrente de ar ascendente e lá se acumula, retornando ao solo com as chuvas. Esse é o adubo da Natureza, à base de nitrogênio. Por essa razão, é um erro retirar o nitrogênio do ar e utilizá-lo como adubo. É certo que com a aplicação de adubo químico à base de nitrogênio consegue-se o aumento da produção, mas seu uso prolongado acarreta 52 intoxicação e envelhecimento do solo, pois a força deste diminui. Como é do conhecimento geral, o adubo à base de nitrogênio foi elaborado pela primeira vez na Alemanha, durante a Guerra Mundial. No caso de ser necessário aumentar a produção de alimentos devido à guerra, ele satisfaz o objetivo. Entretanto, com o fim da guerra e o conseqüente retorno à normalidade, seu uso deve ser suspenso. 3.4. Acrescenta inicialmente terra isenta de adubo. A diferença entre a agricultura tradicional e a Agricultura Natural, é que esta considera o solo como uma matéria profundamente misteriosa criada para o desenvolvimento de alimentos vegetais. Por conseguinte, ativar ao máximo a força do solo significa alcançar o objetivo original com que ele foi criado. Desconhecendo este princípio, os antigos passaram não se sabe quando e baseados numa interpretação errônea, a usar adubos, prática cujo resultado é a diminuição da produtividade e a morte do solo. Na tentativa de cobrir esse enfraquecimento, utilizamse adubos em quantidade cada vez maior, o que leva à intoxicação das plantas. Uma boa prova disso, é que há uma melhora temporária quando se lhe acrescentam terras virgens de outros lugares, em virtude da queda da produção. Os agricultores interpretam que esta caiu porque os cultivos efetuados por longos anos esgotaram os nutrientes da terra. Acham, portanto, que as terras virgens conseguirão suprir os nutrientes. Isso é um grave erro, pois na verdade o solo perdeu sua força devido à utilização de adubos. Com o acréscimo de terra isenta de tóxicos, ele em parte se recupera. No início do cultivo natural, é bom acrescentar ao solo, terra isenta de adubos. Tal razão se deve ao fato da quantidade de tóxicos existentes no solo e nas sementes em conseqüência do cultivo tradicional. Assim, em alguns arrozais, a partir do primeiro ano haverá um aumento de 10%, na produção; em 53 outros, no primeiro e no segundo ano haverá uma redução de 10 a 20%; finalmente, a partir do terceiro ano, haverá um aumento de 10 a 20%, e daí em diante os resultados gradativamente alcançarão os índices esperados. Contudo enquanto os resultados se apresentarem demasiado ruins, é porque, ainda restam tóxicos de adubos artificiais em grande quantidade: para amenizar a ação destes últimos, por isso é bom acrescentar ao solo, provisoriamente, terra isenta de adubos. 3.5. Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza. O Mestre da Messiânica assinalou: “Em tudo, a ordem é importante. Assim, devemos tomar como exemplo a Grande Natureza. Por mais que se queira, a cerejeira nunca floresce antes das ameixeiras, existindo aqui, naturalmente, a ordem da Grande Natureza. Portanto, a base da fé está em seguir a ordem da Grande Natureza. E isso é igual tanto para a Agricultura Natural como para o Johrei. Assim, não há nenhum erro em segui-la. Na época em que eu curava os doentes e me perguntavam: “Com quem o senhor aprendeu?” eu respondia: “Com a Grande Natureza”. (...) O meu mestre, em primeiro lugar, é a Grande Natureza e, em segundo, os enfermos. Aprendi diversas coisas na prática da cura de doenças. O preconizador da Agricultura Natural escreveu em 1952: “Todas as verdades que tenho exposto sobre a Agricultura da Grande Natureza não correspondem à minha opinião. São palavras de Deus Criador com o objetivo de livrar as plantas das influências perniciosas dos agrotóxicos. Há muito tempo, foi-me revelado por Deus que as espigas do arroz possuíam, no início do surgimento, apenas de cinco a seis grãos. Contudo, de acordo com o crescimento da população, foi também aumentando a capacidade produtiva 54 dessa planta e, hoje, cada espiga contém, em média, de cento e vinte a cento e trinta grãos. Há, mais ou menos mil anos, essa média oscilava entre cinqüenta e sessenta grãos; a metade, portanto, dos números atuais. É preciso ainda, devido ao crescimento cada vez maior da população, aumentar mais, devendo chegar a duzentos ou trezentos grãos. Caso contrário, algum procedimento dos agricultores deve estar errado. Outro aspecto a ser considerado é que a mudança que está ocorrendo no Mundo Espiritual vai determinando resultados melhores e mais positivos para a agricultura. Quer dizer, com o aumento do espírito do fogo (Kasso = energia de origem espiritual semelhante à do Sol no Mundo Material) as purificações se aceleram e fica bem evidente a influência negativa do uso de adubos. É, pois, por essa razão que o método da Agricultura da Grande Natureza, como sempre afirmo, está de acordo com a Lei de Deus. Quando não se faz nada errado, deixando que a Grande Natureza trabalhe livremente, sem os obstáculos dos fertilizantes, os resultados são excelentes, devido à ação benéfica de Kasso. Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra, impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.” Sobre o Mistério da Grande Natureza ele compôs: Como poderá Um conhecimento criado pelo homem Explicar o misterioso solo, obra de Deus? Grande tolice Buscar o profundo mistério da terra, Através de uma ciência tão superficial! 55 O homem tentou, Orgulhosamente, dominar o solo. Acabou conquistado pela Grande Natureza. “São considerados adversos quaisquer componentes artificiais como estercos, restos de peixes, cinzas, pois não são oriundos do Céu nem se originam da Terra. Constituem apenas resíduos de produtos depositados pelo homem, não fazendo, por isso, parte, do verdadeiro solo criado por Deus. Naturalmente que folhas e capins secos pertencem à natureza. Estes não devem, portanto, ser retirados. Do mesmo modo, são também elementos básicos, a água, o fogo, o ar que, juntamente com a terra, fazem nascer e crescer todos os seres vivos; ao mesmo tempo, transformam as demais substâncias, em produtos indispensáveis à sobrevivência. Nesse sentido, são inúmeros os benefícios que a humanidade recebe constantemente da Grande Natureza. De fato, ela foi pensada dentro do Plano de Deus para desempenhar esta função: ser a fonte de sustento da vida humana, sem que nada lhe falta especialmente em cereais e verduras.” Embora, por demais mencionado, torna-se a fazê-lo, por ser algo fundamental para quem lida com a terra. “O mundo invisível está envolto por uma camada de energia impregnada de intenso poder propulsor da vida de todos os seres. De acordo com a revelação que recebi de Deus, essa fonte vital resulta da fusão de Dosso (essência da terra), Kasso (essência do fogo) e Suisso (essência da água). Assim, então, quando essas três partículas essenciais se unem, formam uma unidade perfeita e harmoniosa cuja força constitui a poderosa energia criativa da Grande Natureza. Portanto, tendo como base a revelação divina, entendese por Dosso a partícula fundamental que dá origem à terra. É representada imaterialmente por uma bola de fogo que se encontra no interior do globo terrestre e emite um calor específico que se difunde e preenche o espaço entre o planeta e 56 a atmosfera. É, na verdade, um fenômeno natural que apresenta um aspecto físico, cientificamente chamado de nitrogênio, e outro espiritual, ainda não explorado pela ciência. Por sua vez, Kasso corresponde à partícula original de onde surge o fogo. É uma energia identificada fisicamente pela sensação de luz e calor emitida pelos raios solares. A parte espiritual ainda permanece desconhecida pela ciência. Finalmente Suisso pode ser interpretada como a partícula essencial que dá origem à água. Na parte física, manifesta-se pela luz da Lua e o orvalho da noite. O lado espiritual ainda não foi investigado. Há, pois, três elementos de ordem espiritual que se fundem num todo e constituem o grande poder criativo, que embora não sendo percebível pelos cinco sentidos do homem, é uma fonte inexaurível de fertilidade de onde se origina tudo o que existe no universo. Por isso, também a agricultura se fundamenta nele. Portanto, ao compreender o poder da Grande Natureza, os agricultores aceitarão o princípio de que somente terra, sol e água são necessários para as plantas. Então, agindo de acordo com a lógica divina, não mais contaminarão o solo pelo contrário, vão lançar semente em locais ensolarados, acrescidos de água abundante. Como resultado, eles obterão colheitas surpreendentes. Essa é a única forma verdadeiramente correta de lidar com a terra. Sabendo utilizá-la, ter-se-á encontrado a solução definitiva para todos os problemas referentes à agricultura.” O Fundador da Messiânica explicita que se estabelecendo analogia com o homem, está comprovado que as pessoas que comem apenas alimentos frescos e sem tóxicos são sadias. O mesmo acontece com as plantas, e isso não se limita ao trigo ou arroz. Segundo os agricultores, as plantas de baixa estatura e folhas pequenas são as que oferecem as melhores safras, as que dão mais frutos. É justamente o que ocorre na Agricultura Natural; pode-se ver, portanto, como ela é ideal. Além do mais, 57 seus produtos apresentam excelente qualidade e sabor, reconhecidos por todos aqueles que já a experimentaram. A razão disso é que, quando se utilizam adubos, os nutrientes são absorvidos na maior parte pelas folhas, o que as faz crescer demasiadamente afetando a frutificação. Acrescente-se que a quantidade de arroz obtida através da Agricultura Natural é bem maior; já se conseguiram até cento e cinqüenta brotos com uma só semente, resultado em cerca de quinze mil grãos - recorde admirável. Outra característica do arroz produzido por esse método é que a sua palha se apresenta bastante forte e fácil de ser trabalhada. Por exemplo, o cultivo de bicho-de-seda com folhas de amoreira tratada sem adubos, o animal não adoece, seus fios são de muito boa qualidade, resistentes, brilhantes, e a produção aumenta. Tal prática ocasiona uma grande evolução no mundo da sericultura e traz incalculáveis benefícios à economia do país. O mesmo no cultivo do fumo. Com relação ao charuto, sabe-se que o melhor é o produzido em Manila e Havana. Não apresenta folhas bichadas e tem excelente aroma; um especialista no assunto diz que na sua produção não se utilizam adubos. A inexistência de insetos em folhas do mato, e o excelente aroma que algumas delas possuem são decorrentes da ausência de adubos. Meishu-Sama fez um poema a respeito. “Ato magnífico! Deus vai purificar as terras do mundo, Totalmente contaminadas pelos venenos. Chegou o tempo. Vou salvar agora os agricultores, Homens valorosos, outrora dignificados. O poder de Deus Usando, vou purificar o planeta. Envenenado pelas toxinas e adubos.” 58 3.6. Quando artificial, seu uso tem efeitos maléficos. Fertilização artificial envolve quatro p’s problemáticos em relação à: praga, planta, preço e patológico (no sentido de prejudicial à saúde do consumidor e do produtor). Praga. Na atualidade, os agricultores sofrem em demasia com a praga de insetos nocivos. Entretanto, ninguém tem se preocupado em desvendar a causa do surgimento desses insetos já que os agrônomos, por não conseguirem descobrir o motivo do seu aparecimento, somente procuram, sem alternativa, exterminá-los. Na verdade, os insetos nocivos surgem justamente devido ao uso de adubos. Os agricultores dizem que, recentemente, aumentaram as espécies e variedades de insetos nocivos. Isto se deve ao crescimento do número de tipos de fertilizantes. Mesmo que se consiga eliminar os insetos danosos utilizando-se inseticidas, as drogas que os compõem se infiltram no solo, e transformam-se em insentíferos, isto é, que produzem insetos. Portanto, desenvolvendo novas espécies de insetos nocivos. “Os fertilizantes artificiais são a causa do surgimento de praga de insetos. Deixe-me explicar isto. De acordo com a Lei da Natureza, sempre que se acumularem substâncias impuras ou duvidosas, uma atividade purificadora automaticamente ocorre como um método corretivo. Quando fertilizantes artificiais, quer sejam químicos ou não, são aplicados e absorvidos por uma plantação, esta se torna tóxica. Insetos nocivos aparecem espontaneamente nessas impurezas. Esses insetos nocivos aumentam em número e espécies, concomitante ao aumento dos tipos de fertilizantes empregados. Os elementos tóxicos se tornam alimentos para esses insetos e eles se desenvolvem neste meio.” 59 “Os meteorologistas estão impressionados com a elevação da temperatura, que aumenta a cada ano. Foi por isso que este ano também aumentaram as pragas na agricultura. Recentemente, aumentou a quantidade de bichos que se alimentam das raízes das plantas, e esses bichos aparecem porque surgiram novos adubos e agrotóxicos. Segundo a diretriz da Natureza, são os adubos que dão origem aos bichos. E a agricultura atual, feita à base de adubos, é que está originando as pragas e os bichos; da mesma maneira como ocorre com os remédios.” “Os micróbios e bactérias tornaram-se mais resistentes e mais fortes. São diferentes dos micróbios anteriormente existentes, o que significa que aumentaram as espécies de micróbios. E, quanto mais aumentarem as espécies de fertilizantes, mais espécies de bichos e insetos surgirão. Mas de que modo os remédios e adubos geram o aumento dos micróbios? Nisto há um profundo significado relativo ao Poder Legislador. Tanto os adubos como os medicamentos constituem uma espécie de imundície, são coisas sujas. E onde quer que se acumulem sujidades, tem de ocorrer, inevitavelmente, uma atividade purificadora. A limpeza se processa por uma Lei Natural. Quando ocorre a limpeza, não é o homem quem a produz; os bichos e micróbios surgem naturalmente. De acordo com a Lei da Origem da Matéria, onde quer que se acumulem sujidades, surgirá ia atividade natural de limpeza. Quando se acumulam nuvens no Mundo Espiritual, há uma Lei que faz com que estas se reflitam no Mundo Físico. Assim foi feito por Deus. 60 Onde quer que haja imundícies e sujidades, surgirá algo para comer a sujeira e fazê-la desaparecer. Para extinguir estas sujeiras é que surgem os bichos e os micróbios. Mas por que aparecem bichos na imundície? Porque os bichos obedecem cegamente à função para a qual foram criados. Os adubos se deterioram e os medicamentos também, transformando-se em sujidades no interior do corpo humano. O ser humano fica sujo porque se aproveitou erroneamente das coisas. Quando tomamos qualquer tipo de remédio, mesmo à base de ervas, ou quando praticamos maus atos, os espíritos ficam obnubilados e estas nuvens se refletem no corpo físico sob a forma de imundícies. Surgem então os micróbios, pois eles são a conseqüência lógica tanto dos remédios quanto dos adubos. São estes que dão origem aos micróbios, vermes e bichos. Com o aumento de Kassô, Energia Espiritual do Fogo no Mundo Espiritual, a ação purificadora se intensifica, fazendo proliferar os bichos, que são "lixeiros". Para tentar matar esses bichos, empregam-se adubos e agrotóxicos. Mas tudo isto torna a sujar a terra, e a planta acaba sugando esses venenos. E quando o veneno do adubo e do agrotóxico envelhece, deteriora-se e se transforma numa espécie de pus, convertendo-se, portanto, numa imundície. Surgem então os bichos que comem e limpam todas essas impurezas. Para matá-los, empregam-se agrotóxicos ainda mais fortes, o que faz com que surjam ainda mais bichos. É a ordem natural, favorecendo o surgimento dos insetos. Entendendo bem essas coisas é que podemos compreender o quanto os seres humanos de hoje são ignorantes e tolos, pois fazem tantos sacrifícios para criar um mal que acabará por prejudicar a si próprios.” Planta. 61 As plantas que se alimentam da terra enganosamente fertilizada com adubo, crescem de modo artificial e atingem maior altura; porém, são fracas e doentias. O vento e a água as quebram; as flores caem com facilidade; aliás, diminui-se a sua capacidade de gerar frutos. Os cereais têm a casca grossa e baixo teor de nutrientes, uma vez que ficam comumente encobertos pelas folhas que alcançam tamanho excessivo. “Quanto mais se usar substâncias não naturais no solo, mais nublado se torna o seu mundo espiritual e menor se torna o seu poder produtivo. A cada ano que passa, quantidades cada vez maiores de fertilizantes artificiais se tornam necessários, o que provoca o aparecimento de mais insetos nocivos, que necessitam do uso de inseticidas cada vez mais mortais. Todos esses elementos aumentam continuamente o seu efeito destrutivo nos fatores naturais do solo e na sua fertilidade.” “Substâncias não naturais, quer sejam orgânicas ou químicas, que forem absorvidas pelas plantas, as enfraquecem e fazem com que percam o seu poder de resistência contra tempestades e inundações. As suas flores também caem facilmente, impedindo uma frutificação suficiente. Em plantações tais como cereais, ervilhas ou feijões, as suas folhas crescem demasiadamente e impedem que os grãos ou feijões recebam suficiente luz solar, o que faz com que as cascas fiquem grossas e a parte comestível fique fina e pequena.” Preço. Os preços dos fertilizantes sobem constantemente. Muitos agricultores pagam uma soma tão elevada por eles que, muitas vezes, não vêem, sequer, o seu trabalho recompensado. Patológico. Em qualquer fertilizante químico, há substâncias tóxicas. Assim, a planta, quando absorve o fertilizante fica impregnada dessas substâncias, ainda que em microscópicas quantidades. O ser humano, ao consumi-la, também absorve os tóxicos que são 62 prejudiciais à sua saúde. É necessário, também, muito sacrifício e mão-de-obra para colocarem fertilizantes e pulverizar inseticidas. “Por último, mas nem por isso menos importante, temos o efeito pernicioso sobre a saúde provocado pelas substâncias venenosas nos alimentos. Sulfato de amônia, amônia orgânica em adubo animal e todos os fertilizantes químicos são venenos. Quando o homem ingere alimentos que absorveram estes venenos, mesmo que seja uma pequena quantia por vez, as substâncias tóxicas entram no sangue e se acumulam no sistema ao longo do tempo, abaixando as vibrações espirituais e formando nuvens no corpo espiritual minando, lenta mas seguramente, a sua saúde.” 63 64 4. PLANTAÇÃO Os seres vivos morrem se não tiverem Sol, ar, água e alimento. As plantas, em particular, para crescerem necessitam de energia proveniente da fotossíntese, água e minerais. Mas, o que é fotossíntese? Basta lembrar que as plantas captam em suas folhas a energia luminosa e, com a ajuda do gás carbônico, que recebem do ar, e da água, que recebem pela raiz com a contribuição de catalisadores, os minerais conseguem a transformação de energia livre em energia química. A captação de energia e sua transformação para a matéria é que se chama de fotossíntese, ou seja, por transformar luz em matéria. Em outras palavras, fotossíntese é a síntese de materiais orgânicos a partir de água e gás carbônico, quando a fonte de energia é a luz, cuja utilização é medida pela clorofila. Numa plantação se leva em conta, entre outras coisas, os usos e propriedades, características, variedades, clima, solo, microorganismos, húmus, cobertura, época do plantio, semeação, regas, desbastes e capinas, pragas e doenças, colheita, produção, produtividade, armazenamento, rotação e consorciação. Ela, com seu solo e microorganismo, sentem e reagem aos sentimentos do ser humano. Microorganismos são o mesmo que micróbios, seres vivos microscópios como vírus, bactérias, protozoários e fungos, que no solo causam a putrefação e a fermentação de materiais orgânicos, transformando-as em elementos assimiláveis pelas plantas. O húmus é o elemento resultante da lenta decomposição dos restos animais e vegetais, que ajudam na constituição física e química do solo, a tornar os nutrientes disponíveis para as plantas, retenção da água. 65 4.1. Plantio reconhecedor de que os vegetais têm alma. “Estou sempre arrumando as plantas do jardim, cortando galhos, corrigindo a forma das árvores. De vez em quando, erro ao aparar demasiadamente um galho, fato que me desgosta. Outras vezes, preciso transplantar algumas árvores e também, nesses casos, nem sempre o trabalho sai do meu agrado devido às circunstâncias locais. Dependendo do ambiente, em certas ocasiões, sou obrigado a colocar a parte de trás para frente ou de lado. O interessante, porém, é que, com o passar do tempo, a própria árvore corrige o erro e se adapta perfeitamente ao local onde foi replantada. Realmente é um processo misterioso pelo qual se pode perceber que a planta exerce uma atividade semelhante a do ser humano, que também procura adaptar-se às necessidades locais para não destoar do conjunto. Tal fato leva-me à dedução de que, na verdade, as plantas têm alma. Confirmando essas minhas observações, ouvi, certa vez, o relato de um jardineiro idoso segundo o qual, ele ameaçava cortar as árvores que não florescessem ou continuassem opondo-se à floração. Então, afirmava ele, era certo que, no ano seguinte, todas elas enchiam-se de flores. Eu, contudo, nunca realizei tal experiência, mas acredito ser verdadeira tão interessante história. Também, há algum tempo, num livro de escritor ocidental, li uma passagem em que ele diz ter acelerado o desenvolvimento de árvores por tratá-las com amor e carinho. Com essa atitude, conseguiu, em sete ou oito anos, que algumas atingissem a altura ideal, o que, em outras circunstâncias, só seria possível após quinze anos. Um processo semelhante ocorre na feitura de ikebanas. Por exemplo, todas as flores dos aposentos da minha residência são arrumadas por mim com muito carinho. Às vezes, os arranjos 66 não ficam exatamente como eu queria. Deixo-os, contudo, assim mesmo e, no dia seguinte, já se encontram numa forma harmoniosa, bem diferente da anterior. Eles próprios se acomodam ao ambiente como qualquer outro ser vivo. Por outro lado, eu não forço as flores a nada; coloco-as no vaso da maneira mais natural possível. Deixo-as acomodar-se livremente e, por isso, sempre aparentam ter mais vida, prolongando o seu tempo de duração. Então, pode-se concluir que mexer muito na flor não é bom. Ela morre logo. Ao fazer uma ikebana, portanto, é necessário, primeiro, imaginar como se deseja que ela fique, onde vai ser cortado o galho ou a flor. Após, agir rapidamente, e colocá-las, de imediato, no vaso. Dessa forma, o resultado será excelente. Uma atitude semelhante a que se tem com a flor, deve-se também devotar ao ser humano. Muitos pais, por exemplo, ao criar os filhos, se preocupam exageradamente, tratando-os com excesso de cuidado. Na verdade, é preciso deixá-los atuarem por si mesmos, tomando suas próprias decisões para se tornarem livres, decididos, independentes. Oferecer-lhes, portanto, somente as bases firmes, sem perturbá-los demais para que não enfraqueçam. Considerá-los como se fossem pequenas ikebanas, as quais quanto menos mexidas, mais resistentes se tomam. Eis por que minhas ikebanas seguem a lógica do respeito à individualidade da planta; duram, por isso, o dobro das feitas pelos demais, e sempre causam admiração a todos que as observam. Outro aspecto surpreendente nas minhas ikebanas é o fato de eu usar bambu e ácer (= aceráceas) elementos que ninguém gosta de utilizar, pois, segundo afirmam, a durabilidade é mínima. Eu, contudo, sempre coloco, nos arranjos, essas duas plantas e elas normalmente permanecem vivas de três a cinco dias. Dependendo do bambu, pode resistir mais de uma semana e o ácer, até duas. Também não faço tratamento especial na flor ou nos 67 galhos após tê-las cortado. De um modo geral, os professores de ikebana ensinam vários meios para proteger os ramos depois do corte; mesmo assim, duram pouco. Nada disso, portanto, tem relevância. O que importa é tratar as plantas com carinho, respeitar-lhes a individualidade, não esquecendo que elas têm vontade própria. Ao lidar com a planta de acordo com a lógica do ser humano, cada um estará vivendo o espírito da agricultura da Nova Era. Da mesma forma como se deve deixar que cada pessoa vá ao encontro dos seus ideais, também as plantas precisam ser respeitadas para que se desenvolvam por completo e cumpram a sua função. É preciso deixar a natureza reagir livremente num comportamento semelhante ao do homem que deve comer alimentos de qualidade, em pequenas porções, para que, sem interferências externas, o organismo possa produzir, ele mesmo, a verdadeira energia que o manterá vivo.” 4.2. Que a força básica responsável pelo crescimento das plantas é o elemento terra. Plantas fortes não são as plantas viçosas por causa de um excesso de nitrogênio; assim como um bebê engordado com maisena não é sinal de fortaleza. “É por isso que eu afirmo: toda vez que meditarmos sobre a lógica divina, iremos entender claramente que nunca poderia ter sido possível a Deus criar o ser humano sem lhe ter proporcionado alimentos e todas as demais condições de sobrevivência. Então podemos concluir sem sombra de dúvidas que, se um país não consegue produzir alimentos suficientes para a sua população, é por que não está agindo de acordo com a Lei da Grande Natureza, criada por Deus. Portanto a solução para o problema da fome no mundo tem seu ponto focal no respeito que o ser humano devotar à lógica divina, ao lidar com a terra. 68 Até hoje, o que se vê, porém, é a negação da Lei de Deus pela crença de que o único meio de se conseguir uma produção satisfatória seria o uso do adubo. Cultuando somente os artifícios, é natural que a humanidade sofra por não ter alimentos suficientes. Na verdade, a escassez de produtos nada mais é que uma resposta a quem continua cego aos princípios de coerência da Grande Natureza. De outra parte, essa mesma escassez vem reforçar a teoria elaborada pela ciência materialista sobre a necessidade de serem usados fertilizantes que, por sua vez, geram, nos dias de hoje, a grande falta de alimentos, sentida no mundo todo. Pode-se, portanto, dizer que a técnica de cultivo atual, baseada no uso de adubos, não propiciou o progresso da agricultura, mas a está prejudicando cada vez mais. Muito poucos ainda conseguem entender que a verdadeira força determinante do desenvolvimento das plantas está alicerçada em três elementos básicos: fogo, água e terra, cuja ação interligada permite o surgimento de um ambiente propício ao plantio, bem como a certeza de colheitas abundantes. Embora seja natural que momentaneamente o emprego de adubos traga resultados alentadores, com o tempo, começa a ocorrer uma ação contrária: as plantas vão enfraquecendo, porque perdem a sua capacidade original de obter do solo os nutrientes de que necessitam, ficando cada vez mais dependentes dos fertilizantes. Como conseqüência, a sua força produtiva fica debilitada determinando, em última instância, a escassez de produtos alimentícios, um problema que está, no momento, afetando grande parte da humanidade.” “Qual é a propriedade do solo? Ele é constituído pela união de três elementos - terra, água e fogo - os quais formam uma força trinitária. Evidentemente, a força básica responsável pelo crescimento das plantas é o elemento terra: o elemento água e o elemento fogo são forças auxiliares. A qualidade do solo é um fator importantíssimo, pois representa a força primordial para o bom ou mau resultado da colheita. Portanto a 69 condição principal para obtermos boas colheitas é a melhoria da qualidade do solo. Quanto melhor for o elemento terra, melhores serão os resultados.” 4.3. Que não só a terra, mas também as sementes devem estar desintoxicadas. “Examinando os relatórios provindos de várias regiões sobre os resultados da Agricultura Natural no ano passado, constatei que alguns agricultores, infelizmente, por ser, ainda muito cedo, não puderam efetuar colheitas. Entretanto, como tenho dados suficientes, passo a relatar minhas impressões. Com base nisso, eu estava certo de que a Agricultura Natural encontraria, por algum tempo, oposição e dificuldades, mas também acreditava que ela não tardaria a mostrar resultados surpreendentes, bastando ter paciência durante certo período. Como eu esperava, posso notar, através dos relatórios chegados às minhas mãos, que finalmente o cultivo sem adubos está despertando interesse em vários setores. No início, as circunstâncias eram muito desfavoráveis e, como os próprios agricultores não tinham muita confiança no novo método, foram poucos os que abertamente começaram a praticá-lo: a grande maioria começou a experimentá-lo naquele estado de ''confiar, desconfiando". Além do mais, como a terra e as sementes ainda estavam muito impregnadas de tóxicos, no primeiro ano as plantas apresentavam folhas amarelas e talos muito finos de modo que os plantadores chegavam a achar que elas secariam. Segundo suas próprias informações, isso os deixava tão inseguros e impacientes, que só lhes restava orar a Deus por um milagre; entretanto, diante dos bons resultados na época das colheitas, eles ficariam mais tranqüilos, embora só viessem a receber a coroa da vitória depois de ultrapassada essa fase difícil.” 70 “Há um aspecto que deve ser observado: quando se introduz a Agricultura Natural num local já tratado com adubos não se obtêm bons resultados durante um ou dois anos, porque a terra está intoxicada. É como um beberrão que deixa de beber abruptamente e por algum tempo fica meio atordoado. O mesmo problema acontece com os fumantes inveterados quando de repente, suspendem o fumo, ou quando os viciados em morfina ou cocaína ficam sem estes entorpecentes. Deve-se, portanto, ter paciência por dois ou três anos; nesse espaço de tempo e com a diminuição gradativa das toxinas de adubos no solo e nas sementes, o solo começará a manifestar sua força.” A cada ano, a ação desses três fenômenos aumenta gradativamente. A maioria dos países sofre as conseqüências desastrosas dessas intempéries e tem, por isso, feito um grande esforço para evitar os prejuízos decorrentes de tais situações. Para tanto, são canalizados rios a fim de que não ocorram enchentes; constroem-se barreiras de concreto para bloquear o efeito dos tufões, além de outros recursos empregados com a mesma finalidade. Tudo isso se torna necessário porque as plantas estão ficando cada vez menos resistentes aos fenômenos naturais, devido ao constante emprego de fertilizantes e inseticidas. Por essa razão, faz-se necessário agir com certa urgência para que os agricultores despertem e sintam quão necessário é voltar à prática da Agricultura da Grande Natureza. Através de um plantio puro, ou seja, sem o emprego de agrotóxicos, as raízes das plantas adquirem enorme vitalidade, tornando-se muito fortes e capazes de se aprofundar no interior do solo. Com isso obtêm maior resistência para enfrentar as chuvas e os ventos. Até mesmo as flores caem em menor quantidade e também diminui consideravelmente a perda de espigas e frutos. É comum se observar que os arrozais cultivados segundo os princípios da Agricultura da Grande Natureza, quando inundados, não apodrecem mesmo após o escoamento das águas. Por outro lado, em situações idênticas, os agricultores 71 que seguem o método tradicional sofrem enormes prejuízos, fato que chama a atenção das pessoas em geral. Ao ocorrer um fenômeno semelhante a esse, basta examinar a ponta da raiz do arroz cultivado naturalmente para se verificar que apresenta ramificações finas e bem compridas que permitem à planta permanecer fortemente arraigada ao solo. Essa constatação torna-se ainda mais evidente quando se comparam as raízes de um arrozal adubado com as de outro que foi tratado sem agrotóxicos. Em síntese, as plantas originárias da Agricultura da Grande Natureza apresentam uma raiz central bem longa, que penetra fundo na terra em busca de água, como se fosse um cano de poço artesiano. Ao redor dessa base central, surgem inúmeras ramificações mais finas e menos profundas. Em casos de seca [quente e desidratado, ou seja, fogo], essa planta terá maior chance de sobrevivência, pois, com uma raiz longa, poderá conseguir água nas camadas bem interiores da terra. De um modo geral, o que ocorre com as plantas assemelha-se à vida do ser humano. Este, quando se alimenta de produtos sem toxinas, torna-se uma pessoa saudável. As plantas também; se forem cultivadas sem agrotóxicos, crescem cheias de vitalidade, fortes, resistentes. Embora as folhas não se desenvolvam muito, os frutos são saborosos e nutritivos. Ao contrário, as culturas adubadas crescem demasiadamente e apresentam folhagens muito grandes, enquanto os frutos são pouco numerosos e sem sabor. Percebam, pois, especialmente os agricultores, a extraordinária fertilidade de um solo sem contaminação. 4.4. Que a energia da terra se fortalece misturando nela compostos naturais. “Às vezes, pode-se usar compostos naturais, mas não como fertilizantes. É crença geral que compostos naturais agem 72 como fertilizantes. Isto não é verdade. Como foi dito antes, a verdadeira energia produtiva está contida no próprio solo puro. Quando o solo for completamente desenvolvido através da agricultura pura, se torna tão macio e produtivo que o uso de compostos naturais se torna desnecessário. Para dizer a verdade, até mesmo compostos naturais reduzem a energia produtiva do solo, de modo que é melhor não usá-los, se isto for possível. Os únicos motivos pelos quais são usados às vezes compostos naturais, consistindo de grama e folhas naturais, são os seguintes: 1. Quando o solo for argiloso e duro, ajudam a amolecêlo, de modo que as raízes podem crescer mais. (Geralmente se pensa que o motivo para manter a terra mole é deixar que as raízes se alimentem do ar. No nosso ponto de vista, o ar não é tão importante para as raízes). 2. Num clima frio, os compostos são usados para aquecer a terra. 3. Quando forem colocados para cobrir a terra em volta das plantas, ajudam o solo a reter a sua umidade, o que é especialmente importante num clima quente e seco. Nos casos (1) e (2) acima, os compostos devem consistir de gramíneas e folhas semi-decompostas.” “Para que todos possam entender como se realiza o cultivo sem o uso de fertilizantes, vou, primeiramente, expor a parte principal da minha teoria no que concerne ao conceito de solo. Devo, em primeiro lugar, reiterar que é um elemento da criação divina destinado à germinação e desenvolvimento das plantas, tendo em vista a manutenção da vida do ser humano na face da Terra. O solo, como obra de Deus, tem uma origem misteriosa e sutil, cuja essência e poder até hoje a ciência materialista não conseguiu atingir. Ignorando essa verdade, os métodos tradicionais de plantio sempre andaram por caminhos errados. Daí 73 preconizarem que o perfeito crescimento das plantas necessita do uso de fertilizantes orgânicos ou químicos. Com tão equivocado conceito, os agricultores foram, na verdade, abafando a energia natural do solo e, pouco a pouco, enfraquecendo o seu imenso poder generativo natural. Por isso, ainda hoje, iludidos pela idéia de que a má colheita provém exclusivamente da falta de adubos, os agricultores empregam todo tipo de resíduos animais ou vegetais e também substâncias químicas, tornando o solo a tal ponto enfraquecido que, atualmente, em várias partes do mundo, não há terras férteis.” A partir daí, Meishu-Sama se pronunciou do que se deve conhecer e fazer. “O que se deve conhecer em primeiro lugar, é a capacidade específica do solo. Antes de qualquer coisa, ele foi criado por Deus, Criador do Universo, a fim de produzir alimento suficiente para prover o homem e os animais. Por essa razão, a terra já está em si mesma abundantemente adubada - podemos até dizer que toda ela é uma massa de adubos. Desconhecendo isso até hoje, os homens se enganaram ao pensar que os alimentos das plantas são os adubos. Baseados nessa crença vieram aplicando adubos artificiais e, consequentemente, foram enfraquecendo, de forma desastrosa, a energia original do solo. Não é um equívoco espantoso? Para que a produção agrícola aumente, deve-se fortalecer ao máximo a própria energia do solo. E como se poderá fazer isso? Não lhe misturando nada a não ser os compostos naturais, fazendo-o permanecer puro e preservandoo o mais que se puder. Assim se obterão ótimos resultados, mas, com a mentalidade que tem vigorado até agora, jamais se conseguirá acreditar nisso. Com base nas razões citadas vemos que o princípio fundamental da Agricultura Natural é o absoluto respeito à Natureza, que é uma grande mestra. Quando observamos o desenvolvimento e o crescimento de tudo que existe, 74 compreendemos que não há nada que não dependa da força da Grande Natureza, isto é, do Sol, da Lua e da Terra, ou, em outras palavras, do fogo, da água e da terra. Sem dúvida isso ocorre também com as plantações, pois, se a terra for mantida pura e elas forem expostas ao sol e abundantemente abastecidas de água, produzir-se-á mais do que o necessário para o sustento do ser humano. Dirijam seu olhar para a superfície do solo das matas e atentem para a abundância de capins secos e folhas caídas, cuja provisão é renovada em cada outono. Eles representam o trabalho da Natureza para enriquecer o solo, e ela nos ensina que devemos utilizá-los. Os agricultores acreditam haver elementos fertilizantes nesses capins secos e folhas caídas, que eles consideram adubos naturais, mas isso não é verdade. A eficácia do "adubo natural" consiste em aquecer a terra e não deixar que ela resseque e endureça; em síntese fazer que a terra absorva água e calor e não fique dura.” “Explicarei agora o princípio e a utilização dos compostos naturais. A Agricultura Natural utiliza compostos naturais de dois tipos: o de capim e o de folhas de árvores. O primeiro é próprio para ser misturado à terra, e o segundo é indicado para fazer um leito abaixo do solo. Por outro lado, os compostos naturais têm por finalidade impedir o endurecimento do solo e também aquecê-lo. O fundamental, para ativar o crescimento das plantas, é promover o desenvolvimento da raiz, sendo que o primeiro passo nesse sentido consiste em não deixar o solo endurecer; daí a necessidade de se misturar bem a ele, o composto natural. Para incentivar o crescimento dos “cabelos" da raiz, deve-se utilizar o composto natural à base de capim, pois as fibras deste são macias e não atrapalham o crescimento. As fibras das folhas de árvores, no entanto, são mais duras, e por isso não convém misturá-las ao solo. O melhor é utilizá-las para fazer um leito abaixo do solo, a fim de aquecê-lo. O ideal seria uma camada de uns 30 cm de terra misturada com composto à base de capim e, 75 abaixo dela, um leito da mesma espessura, à base de folhas de árvores. No caso de verduras, soja, etc. o processo descrito é conveniente, mas tratando-se de nabos, cenouras e similares, devem-se dimensionar as camadas de maneira adequada, fazer montes de terra e plantá-los aí, para que suas raízes recebam bastante sol, pois assim o crescimento será excelente. Se a batata-doce, por exemplo, for plantada em montes de mais ou menos 60 cm, dispondo-se as mudas numa distância de 30 cm uma da outra, colher-se-ão batatas gigantes. Ouve-se dizer freqüentemente que o melhor é dispor os montes de terra em sentido norte-sul ou leste-oeste, de modo que as plantas recebam bastante energia solar. Para isso, entretanto, basta dispô-las segundo as condições locais, e levando em consideração a direção do vento. Quando este é muito forte, os caules se quebram; assim, é necessário plantar árvores em volta ou fazer cercas, a fim de diminuir a ação do vento.” 4.5. Que a cultura repetitiva é benéfica e a lavragem fora do solo é prejudicial. “Outro ponto interpretado de maneira errada pelos agricultores diz respeito à necessidade de deixar a terra descansar após algumas colheitas. Muito pelo contrário. Quanto mais produz, melhor se torna. Neste aspecto, a vida da terra assemelha-se à do ser humano o qual, à medida que trabalha com o corpo e a mente, tem a sua saúde cada vez mais fortalecida. Se, contudo, deixá-las inertes, enfraquece. Então, o ponto de vista dos agricultores de que o solo perde seus elementos nutritivos, quando utilizado continuamente, não é correto. Com base nesse princípio errado a agricultura convencional proíbe a repetição do plantio de um único produto no mesmo local. Tal interpretação não passa de uma grande tolice que merece piedade. 76 A técnica correta, portanto, de acordo com a Agricultura da Grande Natureza, é o plantio contínuo de um produto no mesmo local. Posso comprová-la com minha própria experiência. Venho, há sete anos, plantando milho na cidade de Gora, Hakone, cuja terra contém muito pedregulho. Do ponto de vista dos agrônomos, seria improdutiva. Entretanto, neste ano, estou obtendo resultados surpreendentes. Espigas bem bonitas, muito maiores do que as produzidas pela agricultura convencional. Os grãos se desenvolveram juntinhas, grandes e enfileirados. Um trabalho perfeito da natureza! Por outro lado, o milho é bem doce, macio e com um sabor maravilhoso. Quero ainda insistir um pouco mais sobre os benefícios do plantio repetitivo por ser essa técnica uma das bases da Agricultura da Grande Natureza. Assim então, dependendo da planta, o solo cria espontaneamente capacidades próprias de adaptação. Conforme já falei muitas vezes, esse conceito fica mais claro quando comparado à vida humana. Quem exerce trabalhos braçais fortalece os músculos. Já os que se dedicam a atividades intelectuais como os escritores, por exemplo, desenvolvem mais o intelecto. Essa constatação comprova que, se as pessoas estiverem sempre mudando de profissão ou de residência, não conseguirão sucesso, nem firmeza na vida. Assim acontece também com as plantas. Daí a razão de eu afirmar que a terra, até hoje, tem sido tratada de maneira muito incorreta.” “Pelos métodos tradicionais de agricultura, o plantio repetido num mesmo lugar provou ser danoso para o solo. Mas, na agricultura pura, ao contrário, vemos que o plantio repetido é muito eficiente. A adaptabilidade do solo a uma determinada cultura é criada pouco a pouco e a sua ação produtiva para aquela cultura em particular se torna cada vez maior. Em outras palavras, o solo se torna mais habilidoso para o cultivo de uma determinada planta, da mesma forma que um trabalhador especializado se torna hábil na sua profissão. Se o solo tivesse que mudar de “profissão” a cada ano, teria que aprender tudo 77 desde o início e nunca se tornaria um trabalhador especializado. Foi desta maneira que Deus criou o solo e as plantas.” Importa ainda saber que um solo sem contaminação se adapta às características das plantas nele cultivadas. Assim, quanto maior número de vezes se produzir uma única espécie no mesmo lugar, mais apto se torna esse solo àquela cultura em particular. 4.6. Que a horta caseira sem estrume deve ser incentivada. “Até este momento, só escrevi para agricultores profissionais. Agora quero me dirigir aos amadores; por isso vou explicar sobre a elaboração de hortas caseiras. De uma maneira geral, poucos gostam de se dedicar a essa atividade, uma vez que não estão habituados a lidar com estercos, estrumes e produtos químicos. Além disso, alguns dias após ter sido espalhado esse tipo de adubo, o cheiro toma-se insuportável e atinge inclusive os aposentos da casa. É também um produto anti-higiênico que causa transtorno especialmente na hora das refeições. Se houvesse resultados satisfatórios, até que esses infortúnios poderiam ser tolerados. Entretanto, o que se obtém com o emprego de fertilizantes químicos ou orgânicos são produtos contaminados, prejudiciais à saúde de qualquer ser vivo. Não há, portanto, processo mais absurdo que um cultivo adubado. Poucos, contudo, têm percebido tão grande erro. Muita gente ainda se espanta ao tomar conhecimento de tamanha ignorância. De outra parte, é notório que na Agricultura da Grande Natureza não existe odor algum desagradável. É uma cultura limpa, higiênica com excelentes resultados de produção. Surpreende tanto na quantidade, quanto no sabor. Desaparecem também os perigos de pragas, lombrigas e demais 78 parasitas. As folhas, caules e frutos apresentam uma beleza ímpar, que não se encontra na agricultura convencional. É por isso que, ao iniciar a prática da Agricultura da Grande Natureza, qualquer pessoa sente imenso prazer de lidar com a terra, cuidar das plantas pela manhã. Mexer num solo misturado às excrescências de animais sempre causa mal-estar, certa repugnância, bem ao contrário da grande satisfação que proporciona o plantio numa terra pura, sem contaminação. Nas hortas caseiras, feitas pelo método convencional, observa-se com freqüência que as flores do tomate ou da berinjela, por exemplo, caem antes do tempo; as batatas não se desenvolvem adequadamente, os nabos crescem ocos, surgem pragas na raiz do pepino que o fazem secar e morrer. As folhas dos legumes ficam a maioria, esburacadas. A causa de todos esses problemas está no uso de adubos de origem animal. Como os plantadores não entendem os malefícios causados pelos estrumes, pensam que as falhas de produção residem na falta de adubo e o acrescentam ainda em maior quantidade. Em conseqüência, a terra vai piorando cada dia mais. Muitas vezes, buscam orientação dos agrônomos, mas, as respostas, na maioria dos casos, são insatisfatórias. É por isso que muitas casas não possuem hortas; as pessoas perdem o incentivo, não as fazem, pois ficam meio desiludidas com os resultados. Entretanto, quem se propõe a plantar, no próprio quintal, legumes, hortaliças e verduras, praticando a agricultura da Grande Natureza, muda do inferno para o céu. O fundador da Agricultura Natural apresenta os cinco princípios fundamentais das hortas caseiras. Para isso, no primeiro número da revista "Tijo Tengoku", ele publica um minucioso artigo sobre a Agricultura Natural, dirigido aos agricultores profissionais, enfocando as hortas caseiras. No caso das hortas caseiras, feitas por amadores, a boanova da Agricultura Natural é como a luz que surge nas trevas. 79 Nelas, utilizava-se principalmente o estrume, cujo manuseio é insuportável sob vários aspectos, inclusive olfativo. Adotando-se o cultivo sem adubos, esse sofrimento desaparece, e o trabalho, por ser higiênico, torna-se agradável. Além disso, os resultados são bem melhores e o trabalho é menor, matando-se dois coelhos numa só cajadada. E aí o fundador passa a enumerar as vantagens do método: 1ª) o aparecimento de pragas reduz-se a uma pequena fração do que acontece no caso do emprego de adubos: portanto, não há necessidade de defensivos; 2ª) não existe problema de transmissão de larvas e pragas; 3ª) o volume e a quantidade dos produtos são maiores; 4ª) sendo utilizados apenas compostos naturais, não há o mal estar causado pelo uso do estrume, e o trabalho é menor; 5ª) as verduras obtidas são da melhor qualidade, e o seu sabor nem se compara ao das verduras tratadas com adubos. Como nas hortas caseiras normalmente não se planta arroz nem trigo, mas quase sempre verduras e legumes, MeishuSama explica a experiência que teve com estes. A acelga, o espinafre e o repolho têm excelente aroma, são volumosos, macios e apetitosos. No final do ano passado, um amador trouxe-me três acelgas que pesavam 6 kg cada uma. O fundador nunca tinha visto acelga daquele tamanho. A cebola, a cebolinha, o tomate, a abóbora e o pepino são de ótima qualidade; a abóbora é muito consistente e tem sabor adocicado. Quanto às árvores frutíferas, também produzem frutos muito saborosos, principalmente as frutas cítricas, o caqui, o pêssego etc. 80 5. PROTEÇÃO 5.1. Amparo procedente do Soonen e Kototama positivos. As calamidades agrícolas decorrem, para uns, de alguns fatores, como: a modificação do solo ser causado por temperatura, vento, chuva, plantas invasoras, doenças agrícolas, mão-de-obra especializada e até por microorganismos (que são desconhecidos em 95%). Pois, destes fatores advém estresses ambientais prejudiciais como: o estado de frio ou calor, de umidade ou secura, gerando resfriamento, congelamento e aquecimento excessivo; o recurso hídrico proporcionando acidez e inundação; os indivíduos provocando poluições minerais por causa da salinidade, alumínios e metais pesados. Meishu-Sama compôs poemas sobre tais calamidades. Em 1942: “Como incomoda essa chuva longa Quando os agricultores e os pequenos empresários Estão para se erguerem.” “Ó Guinza, de noite encantadora, os agricultores deste País estão para morrer de fome neste momento.” "Não há um dia sequer Que os jornais não publiquem Artigos sobre a devastação Das terras agrícolas. Que peso no meu coração!" “Produção baixa do arroz, Os agricultores Nada podem fazer, E o vento do outono está frio.” 81 Ele ao ler os noticiários sobre os problemas das vilas agrícolas e dos agricultores que estavam passando fome, colocou o seu sentimento neste poema: “A aflição dos agricultores é profunda. Neste ano também chegou cedo o inverno Em que as pessoas se escondem da neve.” Só de ver a neve cair, o Messias ficava preocupado pensando que os agricultores não podiam sequer produzir o próprio alimento. Ele cantou essa tristeza como se fosse sua própria tristeza. “Ao perguntarem sobre plano de salvação dos Agricultores, Só posso responder que se trata de anistiar A dívida do financiamento agrícola.” Diante de calamidades, ele resolveu: “Vou explicar o significado fundamental das Três Grandes Calamidades - vento, chuva e fogo - e das Três Pequenas Calamidades - fome, doença e guerra - comentadas desde eras remotas. O vento e a chuva são ações purificadoras do espaço entre o Céu e a Terra, causadas pelas máculas acumuladas no Mundo Espiritual, isto é, impurezas invisíveis. Dispersá-las com a força do vento e lavá-las com a chuva, é a finalidade da tempestade. Mas que máculas são essas e de que forma se acumulam? São máculas formadas pelos pensamentos e palavras do homem. Pensamentos que pertencem ao mal, como ódio, insatisfação, inveja, cólera, mentira, desejo de vingança, apego, etc., maculam o Mundo Espiritual. Palavras de lamúria, inclusive em relação à Natureza, como o clima e a safra, censuras e agressões às pessoas, gritos, intrigas, cochichos, enganos, repreensões, críticas e outras coisas do gênero também partem do mal e maculam o Reino Espiritual das Palavras, que, em relação ao Mundo Material, situa-se antes do Reino do Pensamento. Quando a quantidade de máculas acumuladas 82 ultrapassa certo limite, surge uma espécie de toxina que causará distúrbios na vida humana e, então, ocorre a purificação natural. Essa é a Lei do Universo. Como expliquei, as máculas do Mundo Espiritual, ao mesmo tempo em que influenciam a saúde do homem, afetam as ervas, as árvores e principalmente as plantações, tornando-se a causa da má colheita e do alarmante aparecimento de insetos nocivos.” Assim, procurando-se a origem do problema do meio ambiente do Globo Terrestre, chega-se ao Soonen e Kototama do homem, isto é, à sua maneira de pensar e de proferir as palavras. Deste modo, baseado nos Ensinamentos de MeishuSama, é importante ter gratidão por viver em harmonia com a Grande Natureza e procurar ter um Soonen correto, palavras e atos que possuam luz. Além disso, é necessário que se reconsidere o pensamento de que a Natureza deva ser conquistada pelo homem. Estudando a Visão que Meishu-Sama tem da Natureza: “perceber a presença de Deus dentro da natureza”, “obedecendo a Lei da Natureza o homem poderá levar uma vida feliz”, é necessário visar uma vida “associando o homem à natureza”, “harmonia entre o homem e a natureza”. Enquanto não despertar para estes pontos, é impossível solucionar, realmente, o problema do meio ambiente do Globo Terrestre. “As condições para gerar colheitas abundantes ou carência de produção são criadas pelo comportamento do ser humano. Possuindo, por conseguinte, um coração sublime, que constantemente cultive o sentimento de gratidão aos produtos agrícolas, todos terão alimentos com fartura. Na verdade, o agradecer intenso não desperdiça, não cria negatividade e, por outro lado, conduz à maneira correta de lidar com o solo. Se fosse, então, cultivada constante atitude de profunda gratidão à agricultura, haveria suprimentos suficientes, e com sobras, para 83 o mundo inteiro. O homem de hoje, porém, tem uma atitude totalmente oposta. Age através de um soonen errado, de carência, de avareza, de egoísmo, com o qual gera a escassez de produção. Cria também todos os desastres agrícolas, bem como a própria desarmonia climática da qual resultam as mais variadas intempéries.” 5.2. Apoio proveniente da própria Natureza como a seleção natural. Um dos defensivos agrícolas mais empregados na atualidade é o agrotóxico, ou seja, o produto químico utilizado no combate e prevenção de pragas e doenças provenientes no cultivo. Porém, além deste, existe o defensivo alternativo como o de plantas companheiras e extratos de vegetais e insetos. É importante saber, de forma conclusiva, que as pragas se originam dos adubos. Aplicados ao solo, eles acabam tornando-o impuro, modificam suas características, fazem regredir sua capacidade e, ao mesmo tempo, deixam sujeiras como resíduos. E óbvio que todas as matérias sujas apodrecem. Aí aparecem larvas ou ovos, juntamente com bactérias. Se essa é a lei da matéria, nela se enquadram as plantas. O aparecimento de vermes nas fossas comprova o que se está dizendo. As várias espécies de pragas originam-se dos diversos tipos de adubos. Dizem que ultimamente surgiram novas espécies, mas isso nada mais é que uma conseqüência do aparecimento de novos adubos. O fato é evidenciado pela afirmação dos agricultores, de que existem muitos insetos nocivos em locais próximos às fossas. Outro ponto importante é que quando aparecem pragas, utilizam-se defensivos agrícolas para combatê-las, o que é extremamente prejudicial. Os inseticidas são venenos e matam os insetos, mas, quando se infiltram no solo, acabam 84 contaminando-o e enfraquecendo-o ainda mais. Assim, o que nele for cultivado, sofrerá os danos causados por mais um veneno, além dos tóxicos dos adubos. O solo, da mesma forma que o homem perde a resistência, e as pragas se multiplicam. É realmente um círculo vicioso. Nesse aspecto, inclusive, pode-se notar o quanto a agricultura tradicional está errada. Quando uma pessoa observa um solo do tipo putrefação, acha que existem muitos microorganismos nocivos. Entretanto, se não existir a bactéria produtora do ácido butírico, as bactérias fotossintéticas, que se alimentam dessas substancias, não se reproduzem, o que compromete o equilíbrio da Natureza. O ideal é haver muitos microorganismos benéficos. Considerando-se que o solo possui vida se tem que admitir que ele produza os nutrientes necessários e que, ao mesmo tempo, desenvolve um sistema ecofisiológico interativo, que controla o surgimento de pragas e doenças, impedindo ou combatendo insetos, protozoários, fungos e bactérias. Meishu-Sama disse que, na verdade, não existe nem Bem nem Mal. Isso porque a Vontade de Deus é o Bem absoluto. Foi o ser humano que, por conveniência própria, começou a dividir as coisas como “isso pertence ao Bem, aquilo pertence ao Mal”. Em Biologia, esse processo é chamado de classificação artificial. Por exemplo: se nasce algum mato, ele já é classificado como sendo ruim. Mas, se for o pé de alguma verdura, diz-se que é “mato bom”. Costuma se dizer que, na Natureza, as coisas existem porque precisa existir independente de serem boas ou ruins. Quando sua existência se torna desnecessária, pela seleção natural, deixam de existir. E a Agricultura Natural se baseia nesse ponto. Uma planta aclimatada, chamada Seitaka Awadatisou, começou a se expandir por todo o Japão, com incrível vigor, numa certa época. Entretanto, se esta planta continuasse se expandindo, acabaria expulsando as plantas que estavam no lugar. E como teria ficado a Natureza? Recentemente, aquela planta parou de crescer tanto. E não foi o homem que interferiu. 85 Quando um ser vivo começa a sobressair, a Natureza, inevitavelmente, recupera o estado de harmonia onde coexistem diversos tipos de seres vivos. Na Natureza jamais acontece de um só tipo de ser vivo preponderar para sempre. Observando-se em termos históricos, o mesmo ocorre na sociedade humana. O que deixa claro que embora a ganância humana seja a maior, nem ela consegue vingar por muito tempo. Convém não esquecer que, ao mesmo tempo, que cada planta invasora indica uma mensagem a ser interpretada, ela também é sanadora de irregularidade que a natureza não considera normal. Ou seja, as invasoras quando muito agressivas, dominando a cultura, a terra já não devia ser mais plantada, mas recuperada, porque ela perdeu sua produtividade; se a cultura domina facilmente as invasoras, a terra ainda é razoavelmente boa. Dez anos atrás havia mais ou menos 193 pragas conhecidas no Brasil. Atualmente existem mais que 520. Pelos agrotóxicos elas aumentaram. Não adianta se inclinar sempre mais pelos defensivos, pois o problema não é matar, mas sim criar plantas sadias que não sejam atacadas. Nem insetos, nem fungos ou bactérias ou algum outro bichinho podem resolver, de livre e espontânea vontade, se querem comer uma folha ou sugar sua seiva alguma substancias delas. Eles são apenas uma “polícia sanitária”. O que se quer é produzir alimentos para serem consumidos. Todavia, plantas fracas, que têm de ser defendidas, dão alimentos pouco nutritivos, faltando muitas substâncias básicas, e assim causando “doenças civilizatórias”. Meishu-Sama adverte: “Outro problema advindo da lógica científica diz respeito aos [agroquímicos] e agrotóxicos, os quais têm sempre um efeito temporário. Só no começo produzem algum resultado aparentemente satisfatório. Por essa razão, os agricultores foram enganados e o uso de fertilizantes e inseticidas se difundiu de maneira assustadora, trazendo enorme destruição ao Planeta.” 86 5.3. Cuidado oriundo do Johrei ministrado na terra, sementes e plantas. “Nos últimos tempos, vem-se registrando um repentino aumento de pragas na agricultura. E a situação se agrava a cada ano, com o surgimento de novas espécies. Na verdade, essa proliferação desordenada de tantos predadores nada mais é do que uma ação purificadora intensificada pelo aumento do espírito do fogo. Outro fator determinante do aparecimento cada vez maior desses seres nocivos às plantas é o emprego constante de agrotóxicos. Quando elementos artificiais são lançados ao solo, as plantas os absorvem e acumulam as toxinas que deles decorrem. É justamente por causa desse tipo de impureza que os insetos atacam as lavouras, pois, na verdade, vão à procura de algo que os sustente. Acontece que, ao buscarem o próprio alimento, as pragas consomem também a planta inteira que, em conseqüência, adoece e morre. Por outro lado, o solo fica privado de sua vitalidade natural pelo fato de ter sido envenenado. Daí ser importante ministrar Johrei, quando se inicia a prática da Agricultura da Grande Natureza numa terra onde foram aplicados anteriormente fertilizantes ou inseticidas. Assim, à medida que o solo for sendo purificado, recupera a sua vitalidade original, concedida por Deus e, livre de quaisquer elementos estranhos à sua essência, começa a gerar produtos puros, de incalculável valor alimentício. Também em relação às sementes, devem os agricultores tomar o mesmo cuidado. Caso tenham sido contaminadas por agrotóxicos, é necessário que lhes seja aplicado Johrei antes da semeadura. Dessa forma, eliminam-se as toxinas nelas contidas e anula-se a vibração dos venenos. Além disso, ficam energizadas pela Luz Divina, o que lhes assegura melhores resultados durante o período de germinação. 87 Um processo semelhante ao das plantas ocorre também com o corpo humano. À medida que novos medicamentos vão sendo inventados, outros tipos de doença começam a surgir. De modo análogo ao que acontece em conseqüência dos agrotóxicos nas plantações, os vírus e bactérias atacam o corpo humano para se alimentar, pois as toxinas oriundas dos remédios ingeridos são nutrientes indispensáveis à vida desses microorganismos. Não adianta, pois, combatê-los com antibióticos. É preciso, sim, queimar as máculas espirituais e eliminar as impurezas da parte física através do recebimento freqüente de Johrei. Assim, purificados, corpo e espírito ficarão imunes ao ataque de vírus e bactérias, pois estes jamais encontrarão ali o alimento de que necessitam. É por isso que, como sempre estou alertando, onde quer que existam toxinas, vai surgir uma ação purificadora para eliminá-las, seja provocada por pragas, seja por vírus ou bactérias. Tais processos de limpeza estão ficando, a cada dia, mais acelerados devido ao aumento do espírito do fogo. Embora seja essa uma energia própria do Mundo Espiritual, manifesta-se também intensamente na Terra como conseqüência da Lei segundo a qual o espírito precede a matéria. Então, qualquer ação purificadora deve ser entendida como um dos princípios fundamentais que regem as obras divinas e manifestam a vontade do Criador.” 5.4. Defesa em manter maciez, aquecimento e umidade adequados. “Alguns cuidados devem ser tomados para que o solo manifeste todo o seu potencial. Por exemplo, para aquecê-lo, é bom picar a palha de arroz e misturá-la com a terra. Também deixar que folhas e capins secos se decomponham até ficarem bem moles e depois misturá-los com bastante terra. Com isso, a 88 raiz do vegetal não vai encontrar dificuldade para crescer, o que normalmente acontece quando o solo está duro. Freqüentemente ouve-se dizer que é preciso deixar a terra fofa para permitir a entrada do oxigênio na raiz. Na verdade, porém, a terra tem de estar macia para facilitar o crescimento da raiz. O ideal é que se misturem ao solo capim e folhas secas para o plantio de verduras com raízes curtas. Já, no caso de vegetal com raiz longa, a camada de folhas e capins secos deve atingir, mais ou menos, trinta centímetros abaixo do solo para aquecê-la bem. É importante ter bem claro que esse processo não representa adubo; visa apenas ao aquecimento da terra. Com isso, ela permanece fofa, mantendo a umidade natural na superfície. Assim a planta fica protegida e não seca demasiadamente.” 89 90 6. PRODUÇÃO “Neste sentido, tenciono conduzir os empreendimentos executados por nossa Instituição e os projetos que doravante serão postos em prática nessa linha. Como um dos passos que demos recentemente para essa concretização, citarei um terreno elevado e seco, com área de aproximadamente 330 mil metros quadrados, de clima ameno, paisagem pitoresca e rico em ondulações suaves, situado a uns quatro quilômetros de Atami, na direção do passo Jikkoku. Tem água em abundância e conta com instalações elétricas completas. Arrendando-o gratuitamente de certa pessoa adepta de obras caridosas, iniciei sua exploração, a qual é levada a efeito, escusado dizer, tão somente pelo serviço braçal voluntário dos fiéis. Grosso modo, são dois os objetivos deste empreendimento. Um visa a aumentar a produção de alimentos, pelo seu cultivo sem o emprego de adubos, mostrando à sociedade não a teoria, mas resultados reais. Com isto, pretendo auxiliar na resolução do problema alimentar. Esta fazenda dispõe atualmente de arrozais e outras plantações, no total de três hectares, e algumas cabeças de gado leiteiro. É bastante ensolarada, pois acha-se distante de montanhas altas, podendo a vista abranger toda a orla marítima de Atami. Além do mais, há nela 300 mil pés de ciprestes e 70 mil pés de cedros japoneses, todos contando vinte ou trinta anos, de forma que há a vantagem de não carecermos no futuro de material de construção. Estou a elaborar um plano agrícola dos mais diversificados na medida do possível, com a futura inclusão de pomares, cultivo de flores, avicultura, gado bovino, indústria de laticínios, criação de gado lanífero e outros.” 91 6.1. Iniciada com excelente progresso. “No dia 16 de abril de 1952, à noite, recebi um relatório sobre a Agricultura da Grande Natureza praticada na Ilha de Sado, no Estado de Niigata. Para comentar os resultados desse trabalho, resolvi fazer, no dia seguinte, uma mesa redonda à qual compareceram trinta plantadores de arroz. Pude, então, constatar que não houve queda na produção de nenhum deles. Pelo contrário, desde o início, grande progresso. A maioria está praticando a agricultura sem agrotóxicos há um ou dois anos. A qualidade do arroz melhorou bastante e o fato está repercutindo favoravelmente na região.” “Em geral as pessoas não conseguem aceitar minha tese sobre a Agricultura Natural. Ficam pasmadas com ela, pois acham que é uma visão completamente diferente em relação à agricultura. Mas a verdade é que não só os produtos agrícolas, mas o próprio homem se encontra intoxicado pelos adubos. Muitos depositam confiança na tese por ser minha. Apesar disso, colocam-na em prática meio temerosos, experiência confessada em todos os relatórios. Antes, porém, da colheita, ocorre uma surpreendente mudança na plantação e conseguem-se excelentes resultados, superando todas as expectativas. É desnecessário afirmar que "mais vale um fato que cem teorias". Creio que, em conseqüência dessa importante descoberta, não apenas ocorrerá uma grande revolução na agricultura japonesa, como também poderá haver, um dia, uma revolução na agricultura em escala mundial. Sendo assim, esta grande salvação da humanidade será uma boa-nova sem precedentes; para a nossa Igreja, entretanto, cujo objetivo é a construção do Paraíso Terrestre, não passará de algo mais do que óbvio.” 92 6.2. Alicerçada na construção do Paraíso Terrestre. “O objetivo da Igreja Messiânica Mundial é a construção do Paraíso Terrestre. Mas o que significa isso? Obviamente, o Paraíso Terrestre é o mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo. Método para obtenção da saúde - o Johrei - é a vida de nossa Igreja, e a Agricultura Natural, são meios de que nos utilizamos para materializá-lo.” Meishu-Sama também profetizaria algo que já está ocorrendo, ou seja: a situação da utilização de defensivos e fertilizantes iria se tornar cada vez mais séria, a ponto de se ter alimento, mas este não poder ser consumido. "Brevemente chegará uma época em que, mesmo existindo alimentos com fartura, não haverá nada que possa ser comido." Obviamente este problema tem que ser resolvido, e também é de se esperar que, na hora certa, irão aparecer pólos agrícolas, empresas, bem como pessoas para solucionarem esta questão. E isso também já está acontecendo, não só com a criação de pólos agrícolas e a criação de empresas como também pessoas físicas. “Há mais de dez anos descobri e venho propondo o método agrícola que, dispensando o uso dos adubos químicos e do estrume de origem animal e humano, possibilita a obtenção de grandes colheitas. Naquela época, conquanto eu me esforçasse bastante, tentando convencer os agricultores, ninguém queria me ouvir. Entretanto, é minha convicção desde o princípio, que o método natural de cultivo representa a Verdade Absoluta, e estou certo de que todos chegarão à mesma conclusão, compreendendo também que, se não se apoiarem nisso, não só os agricultores nunca poderão ser salvos, mas o próprio destino da nação ficará comprometido. É por esse motivo que venho insistindo no assunto até hoje. 93 Como a situação foi se tornando séria exatamente como eu temia que acontecesse - não sei se feliz ou infelizmente sinto uma necessidade cada vez maior de fazer os agricultores japoneses e todos os povos entenderem a Agricultura Natural. Comecei, também, a enxergar luz no futuro da nossa agricultura, motivo que me leva a anunciá-la aqui de maneira ampla, certo de que afinal chegou a hora.” No sentido da Agricultura sem Adubos ajudar o Johrei e o Belo é algo por demais compreensível, por gerar alimentos saudáveis e com isso o corpo humano ficar limpo e assim não dificultar a canalização da luz divina e nem a capacidade de criar e apreciar as artes de maneira ampla. No sentido do Johrei se tem mencionado bastante. “Com as considerações que acabamos de tecer sobre a Agricultura Natural, os leitores deverão ter compreendido o quanto a agricultura tradicional está errada. Evidentemente, o novo método não tem nenhuma ligação com a fé, bastando apenas se utilizar os compostos naturais para se obterem resultados revolucionários. Devem, contudo, reconhecer que, somando-se a esse procedimento a purificação do solo através da Luz de Deus, conseguem-se melhores resultados ainda.” “Daí ser importante ministrar Johrei, quando se inicia a prática da Agricultura da Grande Natureza numa terra onde foram aplicados anteriormente fertilizantes ou inseticidas. Assim, à medida que o solo for sendo purificado, recupera a sua vitalidade original, concedida por Deus e, livre de quaisquer elementos estranhos à sua essência, começa a gerar produtos puros, de incalculável valor alimentício. Também em relação às sementes, devem os agricultores tomar o mesmo cuidado. Caso tenham sido contaminadas por agrotóxicos, é necessário que lhes seja aplicado Johrei antes da semeadura. Dessa forma, eliminam-se as toxinas nelas contidas e anula-se a vibração dos venenos. Além disso, ficam energizadas pela Luz Divina, o que lhes assegura melhores resultados durante o período de germinação.” 94 Mas não se deve esquecer o objetivo do Johrei: Além de não usar agrotóxico de espécie alguma, é bom ministrar Johrei nas plantações e nas sementes para queimar as toxinas que ainda permanecem nelas. Entretanto, quando estiverem purificadas, não haverá mais necessidade de Johrei. É preciso, então, ficar bem claro que o único objetivo da canalização da Luz Divina nas lavouras é a retirada, por completo, dos resíduos tóxicos que, por ventura, ainda existam tanto no solo quanto nas plantas. Uma vez eliminadas todas essas impurezas, a Grande Natureza se encarrega de exercer plenamente a sua função, qual seja, oferecer condições de vitalidade para que todas as plantas se desenvolvam, frutifiquem e produzam os alimentos indispensáveis à humanidade. Meishu-Sama torna a reforçar a relação Johrei e agricultura dentro de certos limites: “Gostaria que ficasse bem claro não ser meu intento usar a Agricultura da Grande Natureza como um meio de divulgação da Doutrina. Pelo contrário, são pontos bem diferentes. Então, quando ensino que se deve ministrar Johrei no solo, estou apenas oferecendo aos agricultores mais um recurso para ajudá-los a acelerar o processo de limpeza. Eliminadas as toxinas, o que acontece após quatro ou cinco anos, não haverá mais necessidade de Johrei, pois a terra já terá recuperado toda a sua força vital. É preciso, portanto, ficar bem clara a noção de que a terra purificada age por si mesma; por isso, qualquer pessoa, mesmo não fazendo parte da Igreja Messiânica, pode praticar Agricultura da Grande Natureza e colher excelente frutos. Essa é a principal verdade a ser difundida entre os agricultores. Ninguém pode, portanto, ter a intenção, por menor que seja, de divulgar o Johrei como condição indispensável ao sucesso das lavouras. Este depende da pureza do solo, resultante da ausência total de qualquer tipo de agrotóxico.” Mais uma vez sobre os feitos do Johrei sobre a Agricultura da Grande Natureza. 95 “Ao ser praticada a agricultura da Grande Natureza, o efeito do Johrei se torna também mais evidente. Tenho observado, com freqüência, esse comportamento quando ouço o testemunho dos agricultores. É normal que o solo não consiga manifestar, na sua totalidade, a força reprodutiva porque se encontra estagnado em conseqüência das inúmeras impurezas que lhe foram acrescentadas. Em tais circunstâncias, o poder vital da terra é impedido de exercer a sua função específica, qual seja permitir que as plantas se multipliquem. Toda essa péssima situação é, de fato, criada pelo emprego de adubos. Estes provocam não só o desgaste do solo, como inúmeros outros prejuízos aos agricultores e um enorme sofrimento aos consumidores em geral. De acordo com o que me foi revelado por Deus, o uso de fertilizantes químicos ou orgânicos, bem como de qualquer tipo de praguicida constitui um grande erro. O ponto focal da Agricultura da Grande Natureza consiste na prática de uma cultura extremamente natural, num solo isento de agrotóxicos ou agentes artificiais. Portanto, quanto mais purificada for a terra, maior será o resultado das colheitas. Acredito também que os agricultores queiram saber a razão pela qual o Johrei ministrado nas plantações produz resultados surpreendentes. Para melhor compreensão, é bom relembrar o princípio de que todos os seres criados por Deus são compostos de espírito e matéria. Naturalmente o solo e as plantas, como elementos de origem divina, também o são. Daí que, havendo contaminação por agrotóxicos, o espírito da terra fica repleto de máculas. Estas, porém, diminuem quando se ministra Johrei. Além disso, o solo revitaliza-se. Como resultado, as plantas adquirem maior capacidade de desenvolvimento. Por outro lado, os resíduos de fertilizantes ou praguicidas que, por ventura, estejam acumulados nas plantas são também eliminados. Dessa forma, pela Lei da Precedência do Espírito sobre a 96 Matéria, ambos os elementos - terra e plantas - readquirem a sua força vital, crescem e se reproduzem com mais força, toda vez que são purificados pela Luz de Deus.” No que diz respeito ao Belo ajudar a Agricultura pode ser sentida quando Meishu-Sama afirma: “Deixam, então, de praticar a verdadeira arte agrícola.” Também é sentida quando sutilmente ele levava a sério o fato de agradecer as oferendas feitas pelos membros. Por exemplo, mesmo que fosse um peixe ou uma cenoura da Agricultura Natural, comia-os demonstrando estarem muito saborosos e perguntava duas, e até três vezes: “Quem é que trouxe isto?” Fazia, inclusive, com que um dedicante registrasse num livro o nome das pessoas que tinham feito oferenda e à noite olhava-o. Ficava muito agradecido quando se tratava de oferendas feitas com amor. Entretanto, percebia logo aquelas em que não havia esse sentimento. Mesmo que se lhe oferecesse algo, dizendo: “Isto é produto da Agricultura Natural.” – depois Meishu-Sama dizia: “Isso é mentira.” Nunca, em absoluto, o doador conseguia enganá-lo. 6.3. Adequada aos moradores da região cultivada. “Apesar de existir alguma diferença, dependendo do clima e das características da região, todos os alimentos são produzidos de maneira adequada às pessoas aí nascidas." 6.4. Ligada ao espírito da terra e a influência das árvores e sombras das montanhas. É importante ainda esclarecer bem que as diferenças regionais estão ligadas à intensidade de manifestação do espírito da terra, fato que ninguém, na verdade, percebe. Vou, por isso, explicá-las com mais detalhes. No centro do Globo Terrestre existe uma bola de fogo da 97 qual está sendo constantemente irradiada uma força vital que ultrapassa a crosta e se expande fora, modificando o solo, provocando rachaduras, através das qual a energia da terra ganha ainda mais força para difundir-se, chegando, com o tempo, a solidificar-se em forma de minerais, determinando também o aparecimento de diferentes regiões, cada uma com suas características próprias. Cada localidade recebe ainda grande influência das árvores que ali nascem. No Japão, por exemplo, quando chove, muitas delas liberam um sumo que provoca mudanças no solo. Outras modificações marcantes são verificadas nos locais onde se projetam as sombras das montanhas. Em cada uma dessas diferentes áreas, vai surgir uma variedade ou espécie de arroz. É errado, então, levar sementes de um lugar para outro, especialmente em se tratando de longas distâncias. Portanto, cada local, de acordo com a condição de solo, gera a sua própria semente, adaptada às condições climáticas regionais. Não importa, pois, a variedade, mas a pureza do produto. Com um ano de cultivo na Agricultura da Grande Natureza, já se conseguem sementes boas. 6.5. Determinada pelas variações climáticas e potencial hidráulico. O Criador lançou, na terra, apenas um tipo de arroz na época da criação. Com o passar do tempo, as variações climáticas e o potencial hidráulico de cada região foram determinando o aparecimento de uma variedade enorme de sementes. 98 6.6. Abençoada em seus produtos. “Eu plantava um pouco de verdura no terreno abaixo Solar da Montanha do Leste e, sempre que cultivava inhame, por exemplo, gostava de oferecer os primeiros a Meishu-Sama. Mandava então minha filha pergunta-lhe se os queria e ele respondia: “Ficarei muito contente.” Na primeira oportunidade em que nos encontrávamos, dizia-me: “Aquele inhame estava gostoso. Agora, tente cultivar pelo método da Agricultura Natural ficam ainda mais deliciosos. Experimente!”. Assim, ele agradecia até mesmo um inhame. Isso é algo que nem todos conseguem praticar.” Seus produtos não devem ser desperdiçados, pois, seria o mesmo que jogar fora esforço e amor por cultivadores. "Eu não estou com vontade de comer espinafre. É que, há pouco, quando saí, vi, no lixo, uns molhos um pouco amarelados. Esse espinafre foi trazido de longe, por um fiel que conseguiu cultivá-lo com muito custo e amor, utilizando o método da Agricultura Natural, preconizado por mim. Se vocês se colocassem no lugar da pessoa que o cultivou, não conseguiriam jogá-lo fora assim tão facilmente." Outro exemplo, Meishu-Sama gostava de batatas-doces cozidas no vapor e comia-as as manhã, por volta da 8 horas, tendo preferência pelas batatas produzidas em Kawagoshi. Certa vez, foram-lhe oferecidas batatas daquela região, mas naquele ano a produção não tinha sido boa no país inteiro. Assim, entre as batatas oferecidas, havia umas bem pequenas. No início, o cozinheiro foi cozinhando as maiores, mas, no fim, sobraram só as do tamanho de um polegar. Então, pensando serem muito pequenas para oferecê-las a MeishuSama, cozinhou e levou-lhe batatas de outra procedência. Daí, ele lhe perguntou: “Aquelas batatas já acabaram?” O cozinheiro respondeu-lhe: “Como sobraram só as pequenas, achei que não convinha oferecer-lhe e servi estas.” Então Meishu-Sama lhe 99 disse: “Estou me alimentando, principalmente, do amor dos membros. Se as batatas são grandes ou pequenas, isso não é problema.” “Os produtos alimentícios devem ser puros, saborosos, atraentes, escolhidos entre os melhores de acordo com as possibilidades. Com esses cuidados, a vontade de Deus estará sendo respeitada sempre e a beleza cultuada através da escolha e preparo dos alimentos.” 6.7. Lembrada que os agroquímicos e agrotóxicos turvam o sangue. "Na Medicina, os fertilizantes são os remédios. 'O solo enfraquece por receber fertilizantes' e 'a saúde enfraquece por se tomar remédios'. A lógica é a mesma e, nesse aspecto, seria excelente fazer com que a Medicina a compreendesse. Nessa mesma linha de pensamento, entende-se também que, por se aplicarem fertilizantes, estes prejudicam extremamente a saúde humana. Por isso, até hoje, vim falando muito sobre as toxinas medicinais. Sem dúvida, elas são ruins, mas os tóxicos dos fertilizantes aplicados ao arroz também turvam o sangue, de modo que os fertilizantes e os remédios vieram maltratando o ser humano até agora. Breve, lançarei uma tese sobre isso, onde escrevi: 'Dá para se entender quão forte e resistente o Criador fez o corpo do homem. O fato de ele estar vivo, mesmo ingerindo tantos produtos tóxicos, mostra como o corpo do ser humano é realmente forte'." Algumas vezes, já foi explicado que as pragas surgem em conseqüência do uso de adubos e inseticidas. Como são substâncias tóxicas, contaminam o solo, alterando a essência de sua composição e, ao mesmo tempo, diminuindo-lhe a capacidade vital. Assim, um terreno enfraquecido passa a ser um depósito aberto às impurezas. 100 É notório também que, numa terra contaminada, as plantas apodrecem com muita facilidade, fato que determina o surgimento de pragas e bactérias, pois esses microorganismos encontram, nos lugares impuros, o ambiente propício para se desenvolverem. Por outro lado, faz parte da Lei da Purificação, aplicável a tudo no universo, o princípio segundo o qual, onde existirem impurezas, deverá haver uma maneira de eliminá-las. Daí, então, que um solo envenenado por agrotóxicos exige a presença das pragas para purificá-lo. Apesar de, em situações como essas, tais microorganismos serem benéficos, têm ocasionado, nos últimos tempos, grandes transtornos aos agricultores. Como é do conhecimento, em especial, daqueles que lidam com a terra, são grandes as dificuldades causadas pelo alto preço dos adubos e pela insistente presença de pragas nas lavouras, além de outros infortúnios provocados por ventos, chuvas e secas. Para comprovação, basta observarem os locais onde se armazenam adubos. Nesses ambientes, de uma maneira geral, aparecem muitos germes. Inclusive, nos últimos tempos, tem-se noticiado, com freqüência, o surgimento de estranhas pragas devido ao emprego de novos tipos de fertilizantes. De outra parte, sabe-se também que, onde surgem esses seres daninhos, os agricultores sempre utilizam fortes inseticidas para combatê-los. Por se tratar de um produto venenoso, todo defensivo agrícola contém toxinas altamente perigosas. Estas, ao se infiltrarem no solo, causam danos irreparáveis à vida das plantas bem como à vitalidade da terra. Dessa forma, então, qualquer planta cultivada num meio impuro vai receber, além do veneno do adubo, a toxina já existente no solo, oriunda dos fertilizantes e praguicidas usados em culturas anteriores. Em conseqüência desse procedimento incorreto, a terra vai ficando cada vez mais debilitada e, como acontece ao organismo humano, perde a imunidade. Daí passa a constituir um ambiente propício à proliferação de pragas, num ritmo bastante veloz, gerando um círculo vicioso e incontrolável. 101 Portanto, ao ser observado apenas essa realidade, já é possível perceber que a agricultura convencional está errada. Além disso, como se ainda não bastasse, o alto teor tóxico do sulfato de amônia, um dos componentes do adubo químico, afeta profundamente a vida humana. Então, toda vez que alguém ingere qualquer tipo de alimento como, por exemplo, o arroz cultivado à base de adubo contendo amônia, também fica com o seu corpo contaminado pelo mesmo veneno. É bom meditar, pois, atentamente sobre essas verdades, procurando colocá-las em prática através da busca de uma alimentação saudável. Aprende-se que, mais do que uma relação de mutualidade, o espírito e o corpo são unos e coesos. Focalizando o fenômeno do sangue sujo, Meishu-Sama explica: “Primeiro, o sangue se suja e, como consequência, o espírito fica maculado. Originariamente, o sangue é a materialização do espírito e, reciprocamente, o espírito é a espiritualização do sangue. Isso mostra a identidade do espírito e da matéria." “Com a ingestão constante de produtos contaminados por agrotóxicos, o organismo humano vai acumulando toxinas. Estas, por sua vez, penetram no sangue, deixando-o impuro. Desse modo, o corpo se torna um ambiente propício à proliferação de bactérias que aí se infiltram e se desenvolvem facilmente. Conforme já afirmei em outras ocasiões, vírus e bactérias só sobrevivem em locais onde encontram alimentos adequados. E que pode haver de melhor para esses microorganismos, além de um sangue impuro e uma grande concentração de toxinas? Um organismo em tais condições permite, pois, que eles se infiltrem com facilidade. E, uma vez instalados e bem protegidos por inúmeras impurezas, começam a gerar as mais variadas doenças que se manifestam de diversas maneiras. A medicina atual, contudo, ainda não sabe por que algumas pessoas sofrem determinadas moléstias e outras não, embora todas tragam, dentro de si, muitos vírus e bactérias. 102 Sobre esse assunto, já falei algumas vezes, mas, mesmo assim, quero agora retomá-lo em uma síntese. Como já foi visto, tanto os vírus como as bactérias se alimentam das impurezas presentes no sangue e, dessa forma, vão-se reproduzindo. Portanto, somente quem possui, no seu organismo, uma fonte de sobrevivência para esses microorganismos perniciosos, desenvolve doenças.” 6.8. Relembrada que eles acarretam aumento e variedade de pragas e insetos. “Nos últimos tempos, vem-se registrando um repentino aumento de pragas na agricultura. E a situação se agrava a cada ano, com o surgimento de novas espécies. Na verdade, essa proliferação desordenada de tantos predadores nada mais é do que uma ação purificadora intensificada pelo aumento do espírito do fogo. Outro fator determinante do aparecimento cada vez maior desses seres nocivos às plantas é o emprego constante de agrotóxicos.” “Atualmente os agricultores têm sido vítimas do aumento e da variedade de pragas e insetos causadores de danos às plantações. É de se notar também que os agrônomos não se preocupam em descobrir a causa do aparecimento desses seres maléficos; apenas pensam em como exterminá-los. Na verdade, insetos e pragas resultam do uso de adubos orgânicos ou químicos, bem como de inseticidas que se infiltram no solo e se transformam em agentes produtores de novas espécies nocivas. De acordo com a Lei da Natureza, sempre que se acumularem substâncias impuras ou duvidosas em qualquer ambiente, uma ação purificadora ocorre automaticamente como um método corretivo. Da mesma forma, quando fertilizantes 103 artificiais ou inseticidas são lançados ao solo, as plantas os absorvem e se tornam tóxicas. Como uma conseqüência natural, aparecem insetos nocivos que vão aumentando em quantidade e espécie, de acordo com a variedade dos produtos químicos empregados. Assim acontece porque, na verdade, os elementos tóxicos nada mais são que alimentos próprios para insetos. Daí o aparecimento deles em grande quantidade nas plantações, como se fora uma atividade purificadora, para restaurar o equilíbrio.” 104 7. VANTAGENS Meishu-Sama declara: “Deixando de lado as teorias vou explicar na prática, as vantagens da Agricultura Natural.” “A seguir, enumero, de forma rápida, as vantagens econômicas do cultivo natural.” 7.1. O prejuízo causado pelas pragas e insetos nocivos diminuirá muito. O maior problema, talvez, seja o aparecimento de pragas. Sem pesquisar as causas dessa ocorrência, concentra-se todo o empenho no sentido de combatê-las. Mas é provavelmente por desconhecerem a causa das pragas que os agricultores se empenham na sua eliminação. Na verdade, elas surgem dos adubos, e o aumento das espécies de pragas é decorrente do aumento dos tipos de adubos. Os agricultores desconhecem também, que os pesticidas, ainda que consigam eliminá-las, infiltram-se no solo, causando-lhe prejuízos e tornando-se a causa do aparecimento de novas pragas. “Ultimamente fala-se muito em solo ácido, mas a causa da acidez está nos adubos. Portanto, o problema desaparece quando se deixa de usá-los. Quanto às pragas, com a eliminação dos adubos seu número poderá não chegar a zero, mas reduz-se a uma fração do atual. Os próprios agricultores afirmam que o excesso de adubos aumenta as pragas.” Como já foi visto, o aparecimento de pragas e insetos provém do uso de adubos e inseticidas. Abandonando-se, então, o emprego desses venenos, é claro, não haverá mais ambiente favorável para que surjam tais seres daninhos. 105 7.2. A safra aumentará enormemente. Absorvendo os adubos, as plantas enfraquecem bastante e tornam-se facilmente quebradiças ante a ação dos ventos e das águas. Como ocorre a queda das flores, os frutos são em menor quantidade. Além disso, pelo fato de as plantas alcançarem maior altura e suas folhas serem maiores, os frutos acabam ficando na sombra, o que, no caso do arroz, do trigo, da soja, etc., faz com que a casca seja mais grossa e grãos sejam menores. “O método agrícola utilizado atualmente consiste na fusão do método primitivo com o método científico. Julga-se que houve um grande progresso, porém os resultados mostram exatamente o contrário, conforme se podemos constatar pela grande diminuição da produção no ano passado. Os pés de arroz não tinham força suficiente para vencer as diversas calamidades que ocorreram, e essa foi a causa direta daquela diminuição. Mas qual a causa do enfraquecimento dos pés de arroz? Se eu disser que o fenômeno foi causado pelo tóxico chamado adubo, todos se surpreenderão, pois os agricultores, até agora, vieram acreditando cegamente que o adubo é algo imprescindível no cultivo agrícola. Devido a essa crença, ao pouco conhecimento dos agricultores e à cegueira da Ciência, não foi possível descobrir os malefícios dos adubos.” “Os danos causados pelas chuvas e ventos tendem a aumentar de ano para ano, e tanto o governo como o povo estão bastante preocupados em evitá-los. As obras preventivas são de altíssimo custo, de modo que, no momento, adotam-se apenas soluções improvisadas; todavia, alguma coisa deverá ser feita, já que os prejuízos se repetem a cada ano. Atualmente, não há alternativa a não ser procurar diminuí-los. Com a Agricultura Natural, entretanto, as raízes das plantas se tornam mais resistentes, a incidência de quebra dos caules é mínima, e não ocorre queda das flores nem 106 apodrecimento dos caules após a irrigação. Mesmo quando as outras áreas de plantio são afetadas consideravelmente, as da Agricultura Natural sofrem danos irrisórios, o que as pessoas acham muito estranho. Observando as extremidades das raízes, vemos que elas apresentam formações capilares mais longas e em maior quantidade que as das plantações convencionais, circunstância que lhes proporciona enorme resistência nessas ocasiões.” A principal força para o crescimento das plantas é o espírito da terra, constituído de um poder trino: fogo, água e terra. Portanto todos os bons resultados da agricultura provêm dessa energia. Então, a condição fundamental para o cultivo é o fortalecimento da vitalidade da terra, através da repulsa ao uso de qualquer tipo de substância artificial que possa contaminar e enfraquecer o solo que tem em si uma poderosa força de germinação. Pode-se, pois, afirmar que um dos maiores erros da agricultura atual é a poluição imposta ao solo pela crença de que, para uma boa colheita, é preciso empregar fertilizantes químicos ou orgânicos. Indubitavelmente, durante um curto período, obtêm-se bons resultados. Contudo, com o passar do tempo, a terra enfraquece e as colheitas diminuem. O Fundador da Messiânica explicita que se estabelecendo analogia com o homem, está comprovado que as pessoas que comem apenas alimentos frescos e sem tóxicos são sadias. O mesmo acontece com as plantas, e isso não se limita ao trigo ou arroz. Segundo os agricultores, as plantas de baixa estatura e folhas pequenas são as que oferecem as melhores safras, as que dão mais frutos. É justamente o que ocorre na Agricultura Natural; pode-se ver, portanto, como ela é ideal. Além do mais, seus produtos apresentam excelente qualidade e sabor, reconhecidos por todos aqueles que já a experimentaram. A razão disso é que, quando se utilizam adubos, os nutrientes são absorvidos na maior parte pelas folhas, o que as faz crescer 107 demasiadamente afetando a frutificação. Acrescente-se que a quantidade de arroz obtida através da Agricultura Natural é bem maior; já se conseguiram até cento e cinqüenta brotos com uma só semente, resultado em cerca de quinze mil grãos - recorde admirável. Outra característica do arroz produzido por esse método é que a sua palha se apresenta bastante forte e fácil de ser trabalhada. Por exemplo, o cultivo de bicho-da-seda com folhas de amoreira tratada sem adubos, o animal não adoece, seus fios são de muito boa qualidade, resistentes, brilhantes, e a produção aumenta. Tal prática ocasiona uma grande evolução no mundo da sericultura e traz incalculáveis benefícios à economia do país. 7.3. Os gastos com adubos serão dispensados. Ultimamente, o preço dos adubos tem aumentado muito, de modo que a despesa que se tem com eles quase empata com a receita oriunda da venda da colheita, o que acaba forçando a sua venda no mercado negro. É uma conseqüência óbvia, uma vez que muitas despesas com fertilizantes e inseticidas deixam de existir. 7.4. Os trabalhos diminuirão pela metade. O trabalho que se tem com a compra e a aplicação de adubos e inseticidas são excessivos. O não-emprego de fertilizante evita vários transtornos ao trabalhador como, por exemplo, sentir o odor desagradável exalado pelos adubos, ou correr o risco de intoxicação e até mesmo de uma doença grave. 108 7.5. Os produtos aumentarão de peso especifico, não diminuirão de volume ao serem cozidos. Uma outra vantagem do cultivo natural é que ela aumenta o volume no preparo e a satisfação quando ingerido, esplêndido para a economia individual e nacional. De fato, Meishu-Sama descreveu a seqüência dos fatos que ocorrem com a mudança da agricultura tradicional para a natural. No caso do arroz, ao transplantar-se a muda para o arrozal alagado, durante algum tempo a coloração das folhas não é boa, e os talos são finos; geralmente o visual é bem inferior ao de outros arrozais. Isso dá ensejo à zombaria por parte dos agricultores das proximidades, o que leva o plantador a vacilar, questionando se está no caminho certo. Cheio de preocupação e intranqüilidade, ele começa a fazer promessas a Deus. Entretanto, passados dois ou três meses, os pés de arroz começam a apresentar-se com mais vigor, melhorando tanto na época do florescimento, que o agricultor se sente aliviado. Finalmente, por ocasião da colheita, estão com o crescimento normal, ou acima dele. Ao se proceder a colheita, a quantidade do arroz sempre ultrapassa as previsões; além disso, ele é de boa qualidade, tendo brilho, aderência e sabor agradável. Geralmente é um produto de primeira ou segunda classe, podendo-se dizer que não aparecem tipos abaixo desse nível de classificação. E mais ainda: seu peso varia de 5 a 10% acima do peso do arroz cultivado com adubos, e, o que é especialmente interessante, devido à sua consistência é um arroz que não se reduz com o cozimento, antes duplica ou triplica seu volume. Sustenta tanto que, mesmo comendo 30% menos a pessoa se sente plenamente satisfeita. Logo, há uma grande vantagem do ponto de vista econômico. Se todos os japoneses comessem arroz cultivado pelo método da Agricultura Natural, se teria um resultado igual ao que se obteria se a produção fosse aumentada 109 em 30%, tornando-se desnecessária a importação de arroz. E como isso seria esplêndido para a economia nacional! 7.6. Terão um delicioso sabor e aroma. Os produtos obtidos não são saborosos e as suas qualidade e quantidade são menores do que o da Agricultura Natural que são mais saborosos e apresentam melhor crescimento em tamanho e em termos numéricos. Meishu-Sama: “Acredito que hoje ninguém saiba qual é o verdadeiro sabor, dado pelo Céu, a cada alimento porque todos são produzidos com fertilizantes orgânicos ou químicos. Se, ao contrário, fosse permitido que a planta absorvesse naturalmente a nutrição do próprio solo, como seria, por exemplo, saborosa uma verdura. Para mim, desde que conheci o gosto de um alimento sem fertilizantes, a minha felicidade e a alegria de viver aumentaram.” O mesmo no cultivo do fumo. Com relação ao charuto, sabe-se que o melhor é o produzido em Manila e Havana. Não apresenta folhas bichadas e tem excelente aroma; um especialista no assunto diz que na sua produção não se utilizam adubos. A inexistência de insetos em folhas do mato, e o excelente aroma que algumas delas possuem são decorrentes da ausência de adubos. 7.7. Problemas que preocupam como o das larvas e parasitas intestinais desaparecerão. “Oitenta por cento da população japonesa possui algum tipo de lombriga infiltrada, ou no intestino, ou no estômago, ou no fígado. Há casos extremos, em que esses vermes se apresentam entrelaçados uns aos outros, como se fossem um macarrão fininho, formando uma espécie de massa compacta que se aloja 110 no interior do corpo humano. Ocorrem, em conseqüência desse problema, algumas situações tão graves que podem determinar até mortes. Basicamente a causa de tamanho mal reside no emprego de estercos, ou seja, adubos de origem animal. Nesse aditivo artificial, proliferam óvulos e germes que se fixam nas folhas das verduras. Então, quando as pessoas consomem alimentos adubados, concomitantemente ingerem também os germes e os óvulos que penetram no intestino, onde se desenvolvem, dando origem a inúmeros parasitas, como, por exemplo, oxiúros, ancilóstomos e outros. Além desses, aparecem ainda outros microorganismos tais como o ácaro da tinha (designação comum a várias espécies de infecções cutâneas superficiais causadas por fungos) que ataca homens e animais gerando vários tipos de dermatomicoses comumente chamadas de comichões. De acordo com as minhas pesquisas, os parasitas causadores de problemas dermatológicos surgem devido ao uso, na agricultura, de adubos dê origem animal. Assim, quando os seres humanos ingerem alimentos cultivados com essas impurezas, ficam com o sangue intoxicado e, ao mesmo tempo, criam no organismo um ambiente favorável à absorção de agentes patológicos. Posso, então, afirmar que a presença de parasitas só é aceitável nos cadáveres. A existência deles no corpo de um ser vivo está totalmente contra a Lei do Criador. Por isso todos devem, na medida do possível, evitar a ingestão de alimentos contaminados para que possam manter o sangue livre de impurezas, usufruindo assim de uma vida saudável.” A amônia contida no estrume, o sulfato de amônia e outros adubos químicos são venenos violentos que, absorvidos pelas plantas, acabam sendo absorvidos também pelo homem. Mesmo que seja em quantidades ínfimas, não se pode dizer que eles não façam mal à saúde. No caso do arroz, por exemplo, que se come diariamente, mesmo que a quantidade de veneno 111 ingerido em cada refeição seja ínfima, ela vai se acumulando ao longo do tempo e torna-se a causa de doenças. A própria Medicina tem afirmado que, se suspendessem por dois ou três anos a utilização de esterco como adubo, o problema de lombrigas e outros parasitas deixaria de existir. Também nesse aspecto verificamos o fabuloso resultado da Agricultura Natural. “Lendo relatórios de testemunhos dos agricultores, encontrei, descrita num deles, a diferença entre o arroz cultivado com e sem adubo. Através de uma foto, contendo de cinco a seis grãos de cada exemplar, ampliada em mais ou menos três centímetros, trazida junto com o relatório, pude perceber que os grãos adubados se encontravam esburacados e corroídos, ou apenas pela metade. Os produzidos sem adubo, entretanto, estavam perfeitos. Esse fato relacionado à irregularidade e ao estado dos grãos produzidos com fertilizantes nos faz concluir que, caso alguém se alimente durante o ano inteiro de arroz cultivado com aditivos químicos ou orgânicos, vai certamente ter problemas com lombrigas no intestino. Eis uma das razões de eu estar sempre incentivando a Agricultura da Grande Natureza.” “Há alguns dias, recebi a visita do Sr. Yuuji Komatsu, exdeputado federal, eleito pela cidade de Atami. Veio falar-me a respeito de um adubo, segundo ele, de efeitos magníficos, que fora produzido por um amigo seu, a partir do apodrecimento da batata-doce. Na verdade, o Sr. Yuuji queria a minha colaboração para divulgar esse produto. De imediato lhe disse que o melhor seria não realizar tal intento, pois qualquer tipo de adubo pode trazer temporariamente um aumento da produção; mas, após alguns anos, tudo volta a ficar como antes ou até pior. Assim acontece porque a batata-doce foi colocada na Terra para alimentar o ser humano. Daí, ser uma atitude totalmente contrária à vontade de Deus, apodrecê-la para fazer adubo. É preciso, portanto, saber que todos os seres criados 112 agem de acordo com a Lei Divina, quer dizer, existem para uma finalidade específica. Além disso, tudo que produz resultados temporários não é bom. Eis a razão de eu afirmar que esse fertilizante do qual o Sr. Komatsu me viera-falar, não passa de um produto inútil, da mesma forma como os remédios também nada valem. Se, então, for usado um adubo como esse proposto pelo Sr. Komatsu vai ocorrer, com certeza, um processo semelhante ao do emprego do sulfato de amônia: no início, determina um aumento bastante acentuado da produção, levando os agricultores a acreditar que se trata de um fertilizante extraordinário. Com o passar do tempo, porém, deixa de corresponder aos efeitos anteriores. Nem com isso, entretanto, os plantadores percebem onde se encontra o ponto focal da queda de produção. Acontece, algo parecido com a atitude do gato que vai tomar sol no telhado, onde o calor é mais intenso. Mesmo após os raios solares terem desaparecido, não estando mais a aquecer-lhe o corpo, permanece ainda deitado no exato lugar de antes. Assim ocorre também com o adubo. Embora a sua ação já não traga o efeito esperado, os agricultores continuam pensando que ele faz bem. Pode-se, perfeitamente, rir do gato que não sofre prejuízo algum com sua atitude descompromissada. O ser humano, contudo, precisa ficar alerta, pois os danos causados pelos adubos são irreparáveis.” 7.8. Colabora para a existência de paz. "Comendo arroz sem fertilizantes, as toxinas não penetram no ser humano de modo que as máculas diminuem e, por conseguinte, o sangue intoxicado diminui, e as doenças passam a não surgir. Mas isso de nada adiantará se tomarmos remédios. Com o arroz sem fertilizantes, o ser humano fica extremamente pacífico." 113 7.9. Comentários gerais. Meishu-Sama observa que uma das características desse tipo de cultivo é a menor estatura das plantas. No cultivo com adubos elas crescem mais e têm folhas maiores; tratando-se de plantas leguminosas, como Meishu-Sama disse antes, isso faz com que os frutos fiquem à sombra e não tenham bom crescimento. Ocorre, também, a queda das flores, trazendo como conseqüência a menor quantidade de frutos. No caso da soja, quando não se utilizam adubos consegue-se o dobro da colheita, e nenhum grão se apresenta bichado; além disso, seu sabor é incomparável. Evidentemente, em outras espécies como ervilhas e favas obtêm-se o mesmo resultado, e a casca é bastante macia. Outro aspecto digno de observação é a não ocorrência de nenhum fracasso. Muitas vezes um leigo resolve plantar batatas e colhe-as em pequena quantidade e tamanho reduzido. Nesses casos, é costume a pessoa se lamentar, dizendo que a colheita foi péssima, mas ela não percebe que isso resultou do uso excessivo de adubos. Interpretando os resultados de maneira errada, ou seja, atribuindo o fracasso a pouca utilização de adubos, passa a usá-los em maior quantidade, o que faz piorar ainda mais a situação. Quando indagados a respeito, os especialistas e os orientadores, que não percebem a verdadeira causa do problema, respondem de maneiras totalmente desconcertantes, como por exemplo: "A causa está nas sementes, que, ou não eram boas ou foram semeadas fora da época apropriada". Ou então: "O problema foi causado pela acidez do solo." As batatas plantadas sem adubos, no entanto, são muito brancas e cremosas, possuem bastante aroma e agradam logo ao primeiro contato com o paladar. São tão saborosas que, a princípio, pensa-se que são de alguma espécie diferente. O mesmo acontece com o inhame e a batata-doce. Esta última 114 deve ser plantada em canteiros altos e em fileiras, entre as quais deve haver uma boa distância, de modo que a planta receba bastante sol. Assim, conseguir-se-ão batatas enormes e deliciosas, capazes de impressionar qualquer pessoa. Aliás, parece que os próprios agricultores não costumam adicionar muitos adubos ao solo quando se trata de batata-doce. Meishu-Sama teceu considerações a respeito do milho. Ele disse que seu cultivo sem adubos tem apresentado ótimos resultados. No início, por um ou dois anos, a colheita pode não satisfazer as expectativas, visto que as sementes ainda contêm as toxinas dos adubos, mas no terceiro ano os resultados já começam a aparecer. Sem toxinas no solo nem nas sementes, o milho cresce com o caule bastante forte, e suas folhas apresentam um verde vivo. Caso cresça num local onde não falta água nem sol, apresenta espigas longas, com os grãos tão bem dispostos que não há espaços vazios entre eles; logo na primeira mordida se percebe que são macios e doces, apresentando um sabor inesquecível. Quanto aos nabos, são branquinhos, grossos, consistentes e doces, o que os torna muito saborosos. A aspereza e a acidez dos nabos são decorrentes das toxinas dos adubos. Aliás, as verduras produzidas sem adubos apresentam boa coloração, maciez e um aroma que abre o apetite, sendo livres de pragas. Evidentemente, são mais higiênicas, pela não utilização de esterco. O que ele também recomenda são as berinjelas. Por elas apresentarem excelente coloração e aroma, casca macia e realmente dão água na boca. Na casa do Fundador, ninguém conseguiu mais comer berinjelas produzidas com adubos. No caso do pepino, melancia, abóbora, etc., obtêm-se resultados como jamais haviam sido conseguidos. Quanto ao arroz e ao trigo, têm estatura baixa e apresentam excelente quantidade e qualidade. O arroz, sobretudo, tem brilho e consistência especiais, além de excelente paladar, sendo sempre classificado como arroz de especial categoria. 115 Eis, portanto, as vantagens da Agricultura Natural. Não poderia haver melhor boa-nova, principalmente para quem tem horta caseira. O manuseio de esterco não só é insuportável para os amadores, como também traz o inconveniente de indesejáveis larvas de parasitas acabarem se hospedando na pessoa. Até agora, por desconhecimento desses fatos trabalhava-se muito e no fim se obtinham maus resultados. No caso de Meishu-Sama, por exemplo, ele apenas semeava as verduras e não tinha maiores trabalhos a não ser, de vez em quando, remover o mato que começava a crescer. Assim, obtinha excelentes verduras, e não havia nada tão gratificante. O Messias comenta que através das vantagens acima, pode-se compreender a enorme bênção que é o método de cultivo da Agricultura Natural. Com esta, o problema alimentar ficará solucionado, o que, além de tudo, irá motivar ou exercer boa influência sobre outros problemas - principalmente o que concerne à saúde do homem. Se essa técnica for difundida pelo Japão, incrementar-se-á sua reconstrução, e não há a menor dúvida de que, um dia, ele chegará a ser visto, por todos os outros países, como uma nação de cultura elevada. 116 8. DIETA 8.1. Introdução à dietética humana. Existem muitos materiais sobre dietética humana como os livros abaixo: BIANCO, André Luiz. Modernidade e Degeneração: A Crítica de Weston Price. 2009. DUNAND, Marcel. Os Sete Pecados Capitais de Nossa Alimentação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. ENIG, Mary & FALLON, Sally. A Verdade Sobre Gordura Saturada. HOWARD, Albert. Um Testamento Agrícola. São Paulo: Expressão Popular, 2007. POLLAN, Michael. Em Defesa da Comida: Um Manifesto. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008. ZUCOLOTO, Fernando. Por Que Comemos O Que Comemos. Rio de Janeiro: Mauad X, 2008. Entre as idéias expostas nestes livros se tem a questão da dietética ser ciência ou ideologia, os seus pecados e um pouco de história. Ciência ou ideologia? Para uns o nutricionismo é a ideologia oficial da dieta ocidental. Chega-se a estar acostumado que a ciência deve ter a última palavra, esquecendo que no caso da alimentação, os que mandam nela são países, setores produtivos como as indústrias e o marketing (só nos os Estados Unidos: 32 bilhões de dólares). Como comer sem química? Cadê as sementes? Como voltar a confiar no paladar, olfato? Os paradigmas científicos não são fáceis de serem desafiados porque: (1º) a cada dia surge uma inusitada pesquisa e a cada dia é eleito em novo produto como herói ou vilão, vide o caso do ovo; (2º) pesquisas diferentes podem levar a conclusões diferentes, como foi o caso do Ômega-3; (3º) 117 paradigmas da gordura é um desastre histórico, a bioquímica Mary Enig, PhD em Medicina, junto com Sally Fallon (É por causa da carne!) onde a substituição de gorduras animais para de grãos oleaginosos (hidrogenados) implicou mais ataque de coração, bem como colesterol na dieta não implica colesterol no sangue. No ano de 1968 surge a Comissão Superior do Senado para Nutrição e Necessidades Humanas, formada de advogados, voltando-se para eliminar a desnutrição, porém, como depois da 2ª Grande Guerra Mundial a doença coronariana havia subido com ingestão de carnes e laticínios, Mcgovern que tinha muitos pecuaristas e indústrias de carne e laticínios como eleitores e financiadores de sua campanha, não só o fizeram ele perder a eleição, como se passou a falar apenas em redução no consumo (tipo advertência semelhante a do cigarro), mas o pior é “não fale mais de alimentos, só de nutrientes”. Este como invisível leva ao domínio de especialista. No fundo a ciência é ruim. Ela não vê alimento como um sistema, mas sim como um somatório de nutrientes. Não percebe a assimilação e acomodação entre meio ambiente e organismo (anatomia e fisiologia). Impõem trocar o prazer de comer por regimes alimentares bons para saúde, pois sexo e comida não são valorizados devido o protestantismo. Diversos conceitos nutricionais foram modificados ao longo das décadas devido ao fato dos estudos antigos terem sido realizados em animais, causando erros grosseiros com relação às necessidades protéicas para os seres humanos. Doença é uma questão de desequilíbrio; Albert Howard pai da agricultura orgânica com seu Um Testamento Agrícola na década de 1930, húmus no solo implica em CO2 e Weston Price (1870-1948) onde industrialização do solo, plantas, animais e alimentos implica em degeneração física do ser humano. O que deve fazer é confiar no alimento e não na medicina. A Saúde não pode ser comprada, mas sim merecida. Pecados. 118 Os sete pecados capitais da nossa alimentação são: excesso, refinamento, cozimento, misturas, venenos (agricultura, carne, água, cozinha, embalagem e remédio), estimulantes e pressa. Os alimentos convencionais serem mais barato por não computarem os gastos com saúde e degradação ambiental. Em 1900 se chegava a 49 anos, em 2000 a 77 anos, só que era mortalidade infantil, bem como as chances de pessoas alcançar 60 ou 70 anos tendo câncer ou diabete é muito maior do que há 100 anos atrás. Vivia-se apenas 40 anos, agora 80, mas se pode viver 120 por causa da Lei de Flourens, qual seja: mamíferos que vivem em estado selvagem vivem 5 ou 6 vezes o número de anos da sua fase de crescimento. O homem é o único que foge dessa regra, pois 5 ou 6 x 20 ou 25 anos, daria entre 100 a 150 anos, embora se tenha os povos isolados como os hunzas e vilcambianos que estão nessa direção. Dizem que o impedidor tem sido a inteligência, bem como a genética e a aptidão das células em se regenerarem. A geração do homem é de cerca de 20 anos, a de um inseto é de dias, logo a diferenciação genética molecular é muito rápida. Enquanto a do homem, a sua evolução é lenta, note que essa diferenciação do homem para o primata é de 1,2% (a morfológica é de 60%). Em 5 milhões de anos o sistema digestivo não evoluiu, assim, a situação de um Róbison Crusoé é de: mãos como instrumento, vegetariano, não teria horário para comer, não combinaria os alimentos, comeria pouco em cada refeição, raramente sentiria sede. A comida deveria ser natural, simples e não concentrada (como o baixo teor de proteína, vide: dizem 1 grama de proteína para cada 1 kg de peso, assim quem tem 70 kg precisaria de 70 g de proteína, no entanto, o selvagem saudável tem menos de 10g.; leite de vaca rico em proteína comendo capim, não grão em estábulo). 119 Os alimentos refinados tornam-se carentes e precisam ser enriquecidos e os alimentos processados possuem excesso. Aborígenes doentes voltaram para floresta e ficaram bons. Um pouco de história. As tribos em condições semelhantes aos da pré-história: 30% animal e 70% vegetal; já em regiões muito frias, como os esquimós aí é apenas carne, afirma-se que os nossos antepassados comiam melhor do que nós. O conceito de nutriente surge no século XX com William Prout, médico e químico inglês, que identificou os três principais componentes dos alimentos, quais sejam, os macronutrientes: proteínas (imperou no século XIX, o que seria equivalente a importância do nitrogênio no NPK), gorduras (século XX) e carboidratos (XXI). Justus Von Liebig, um dos fundadores da química orgânica, [o mesmo que identificou os macronutrientes do solo, isto é, o NPK] acrescentou alguns minerais, formulou alimentos para bebês e marinheiros em longa viagem que não deu certo, por faltarem vitaminas (vit = vida, aminas = compostos orgânicos em torno de nitrogênio). 1982, foi a Era do Nutricionismo. Termo surge em 2002 numa revista australiana. Ideologia: chave para se entender o alimento passa a ser o nutriente. Neste item se aborda seis pontos: Definição; Modalidades; Exemplares; Organismo ou ser vivo; Alimento e nutriente; Materialista e espiritualista. ● Definição. A dietética é um ramo da medicina ou da nutrição que trata da dieta, ou ainda, uma disciplina que se relaciona com a saúde e a alimentação que estuda quais os alimentos mais apropriados para melhorar a vida das pessoas. No Ocidente, ela tem sido vista como parte da medicina convencional, separada da clínica médica, cirurgia, pediatria e 120 ginecologia-obstretícia, de modo a formação de dietistas ser outorgada pelo Curso de Licenciatura em Dietética da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal. Ela também tem sido abordada como parte de nutrição, de maneira que a formação dos nutricionistas ser concedida pelos cursos de nutrição como os da UFRJ e da USP, ambos sem fazer parte da medicina, podendo ser pertinente às ciências da saúde como na UFRJ ou pertencente às ciências biológicas como na USP. No Oriente, ela tem sido ocupada como parte da medicina tradicional chinesa, combinada com acupuntura, fitoterapia e as ginástica e massagem energéticas, de jeito que a formação de dietistas ser facultada pela Universidade de Medicina Chinesa de Nanquim, na China, bem como pelo Curso Superior de Medicina Tradicional Chinesa, não reconhecido oficialmente em Portugal. Em partes do mundo, existem posições extremadas em relação à dietética e nutrição no sentido de não terem diferenças entre si devido a falta de consenso ou de serem diferenciadas a ponto de haver um Curso de Nutrição e Dietética da Fundação Universitária Iberoamericana. Existem também posições extremadas em relação à nutrição e alimentação desde elas serem sinônimas até os que as vêem diferenciadas: a nutrição contando com processos de digestão, absorção e excreção, sendo um ato involuntário e inconsciente; enquanto a segunda apenas com um processo de ingestão dos alimentos, sendo um ato voluntário e consciente donde o ser humano obtém produtos para o seu consumo. ● Modalidades. A visão da dietética como parte da medicina segue o ponto de vista de existir, para os ocidentais, a medicina convencional (alopatia) e as medicinas alternativas (como a tradicional chinesa, bem como outras modalidades, por ordem 121 alfabética: antroposófica, aromaterapia, arteterapia, auriculoterapia, bioenergologia, biodança, cromoterapia, florais de bach, homeopatia, iridologia, macrobiótica, magnetoterapia, maya, naturopatia, ortomolecular, quiropraxia, reflexologia, tratamento espiritual, vegetariana e yurvédica). No Ocidente, ela compreende: as costumeiras dietas de emagrecimento (como a dieta medicamentosa da medicina convencional e as dietas de restrição de carboidratos vide a de Atkins, a de South Beach e a do Super Café da Manhã) e as dietas de conservação da saúde (como a dieta de DASH, elaborada pelo governo norte-americano, que visa abaixar a pressão arterial; dieta do mediterrâneo, associada com atividade física, não fumar e consumo moderado de álcool; a dieta do tipo sanguíneo, desenvolvida pelo americano Peter J. D'Adamo; a dieta da combinação de alimentos, defendida por Michel Montignac, que recomenda não comer gorduras junto com carboidratos porque esses levam a insulina a ser liberada pelo pâncreas, o que por sua vez faz com que a tecido do corpo absorva as gorduras) No Oriente, ela compreende as informais dietas energéticas (como a dieta taoísta da medicina tradicional chinesa), bem como as advindas do Oriente, como: a dieta de Jesus (plano alimentar do médico americano Don Colbert, o qual explora algumas regras alimentares do Velho Testamento e analisa a alimentação mencionada no Novo Testamento, assim se come alimentos em seu estado natural e muitos vegetais, principalmente frutas, feijões e lentilhas, pão integral e um pouco de vinho, a carne vermelha ingerida apenas em ocasiões especiais, talvez não mais que uma vez por mês, sendo peixe a principal fonte de proteína, quantidade também não farta, come-se apenas o necessário); a dieta de Joseph Pilates (fez surgir os métodos de alimentação alternativos que incluem os farelos de arroz e de trigo, as folhas verde-escuras de batatadoce, mandioca, taioba, beldroega, etc., a casca de ovo e as 122 sementes de abóbora, melancia, gergelim, jaca, caju, melão, etc.). ● Exemplares. Aqui se apresentam quatro exemplos de dietéticas, ou melhor, de dietas: dieta da medicina tradicional chinesa, dieta ortomolecular, dieta naturopatia e dieta vegetariana. Dieta da Medicina Tradicional Chinesa. Nesta medicina, para o homem executar suas funções, o seu organismo depende de duas fontes de energia adquirida - o ar e os alimentos -, portanto, uma boa respiração e alimentação são imprescindíveis à manutenção da saúde. A dietética é um dos fundamentos da medicina tradicional chinesa, que vê a saúde como o equilíbrio energético do homem. Um bom médico chinês não trata doenças, mas sim preserva a saúde. Pensando assim se percebem a importância fundamental dos hábitos diários, em especial os alimentares. Esta medicina relaciona os alimentos e suas características com seus efeitos sobre o sistema energético humano, permitindo assim a utilização dos mesmos para a manipulação das condições do corpo na busca pelo equilíbrio. Segundo a teoria da medicina tradicional chinesa, a energia tem duas qualidades: Yin e Yang. Os elementos têm então uma "graduação" de energia yin e yang, geralmente com uma predominância, por exemplo: leguminosas, sementes, carnes, são predominantemente yang, enquanto raízes e bulbos, assim como a carne de peixe, têm características mais yin. Acredita-se que os alimentos yin são mais nutritivos e calmantes, e os yang mais estimulantes. Assim de maneira geral os yin são recomendados para a noite, a fim de proporcionar um bom sono, e os yang para o dia pela vitalidade necessária para as atividades diárias. 123 Os alimentos também obedecem a Lei dos Cinco Elementos, que relaciona diversas características com os elementos Água, Madeira, Fogo, Terra, Metal. Por exemplo, o sabor azedo, relacionado ao elemento Madeira, tonifica os sistemas energéticos relacionados ao fígado e à vesícula biliar. Dependendo da intensidade da acidez, pode aumentar a circulação ou ao contrário, causando uma contração, diminuí-la. Um resumo de algumas características está disposto na tabela abaixo. 124 Elemento Sabor Água Salgado Exemplo de Meridiano Efeito alimentos frutos do mar, gergelim, repolho Bexiga e diurético roxo, Rim fígado, algas, pretos Tóxico Efeito Negativo salmouras e medo conservas Azedo caules, folhas Fígado e verdes, atua sobre a Vesícula vinagre kiwi, circulação Biliar pistache, verdes irritabilidade Fogo Amargo alface, acelga, jiló, boldo, Coração e repolho Intestino calmante roxo, Delgado morango, tomate, beterraba tabaco instabilidade emocional Terra Doce raízes, arroz, abóbora açúcar compulsão, ansiedade Picante gengibre, alho, hortelã, folhas, Pulmão e desintoxicante arroz, Intestino dispersor de álcool banana, Grosso vento e calor aipim, nabo, alimentos brancos Madeira Metal Estômago e Baço- calmante Pâncreas tristeza 125 Ainda que haja escolas históricas e modernas diversas do taoísmo, com diferentes ensinamentos sobre o assunto, é seguro dizer que muitos taoístas encaram a dieta como de extrema importância para a saúde física e mental, especialmente em relação ao "qi" (energia da vida) dos alimentos. Uma dieta tao ou taoísta, típica deve focar em aumentar a ingestão de: grãos integrais e produtos feitos desses; vegetais (de preferência orgânicos e da estação); frutas (não tropicais, secas são muito boas); sementes e nozes; tofu e soja; ervas; chá. Dieta Ortomolecular. Parte da medicina ortomolecular que propõe que muitas doenças e problemas de saúde resultam de desequilíbrios químicos ou deficiências de nutrientes, e podem ser prevenidas, tratadas ou curadas ao alcançar o nível ótimo de substâncias como vitaminas, sais minerais, enzimas, antioxidantes, aminoácidos, ácidos graxos essenciais, pró-hormônios, lipotrópicos e fibras alimentares. Desta forma, a dieta ortomolecular procura atingir o nível ideal dessas substâncias e muitas vezes são utilizados suplementos nutricionais. Na prática, a dieta ortomolecular baseia-se bastante em testes laboratoriais sofisticados para vitaminas, sais minerais, hormônios, aminoácidos, microbiologia, função gastrintestinal, etc. Porém, algumas análises laboratoriais empregadas para esta dieta não são aceitas na medicina convencional. No entanto, ela objetiva fornecer as quantidades ideais das substâncias normais ao organismo. Mais freqüentemente a definição da quantidade "ideal" dessas substâncias é produto do julgamento do praticante da medicina ortomolecular, que prescreve os nutrientes baseados nos testes, sintomas do paciente e em seu próprio julgamento do que é apropriado. 126 Dieta Naturopatia. Alimentos naturais são aqueles que não contêm ingredientes artificiais e passam por um processamento mínimo. A dieta natural, que é constituída de alimentos naturais, é geralmente mais nutritiva do que a alimentação que inclui alimentos como açúcar refinado, farinha de trigo refinada, grãos triturados, óleos hidrogenados, adoçantes artificiais, corantes artificiais ou temperos artificiais. Dieta Vegetariana. Ela é um regime alimentar que excluem da dieta todos os tipos de carne ou frutos do mar, bem como seus derivados. Baseia-se no consumo de alimentos de origem vegetal, tais como cereais, frutas, legumes, hortaliças, algas e cogumelos. Das formas do vegetarianismo, três delas consomem laticínios e/ou ovos. As suas origens remontam à tradição filosófica indiana, que chega ao Ocidente na doutrina pitagórica. Nas raízes indianas e pitagóricas do vegetarianismo são ligadas a noção de pureza e contaminação, não correspondendo a visão de respeito aos animais. O nascimento de uma sensibilidade em relação aos animais, que condena o consumo de suas carnes por motivos morais ou solidários, é muito recente na história da humanidade e data a partir do século XIX em alguns países da Europa. A posição da American Dietetic Association (algo como Associação Norte-americana de Nutrição) é de que “dietas vegetarianas planejadas de forma apropriada são saudáveis, adequadas nutricionalmente e promovem benefícios na prevenção e no tratamento de certas doenças". Entre as vantagens nutricionais de uma dieta vegetariana, incluem-se o de menores níveis de gorduras saturadas, colesterol e proteína animal, bem como o de maiores níveis de carboidratos, fibras, 127 magnésio, potássio, ácido fólico e antioxidantes como vitaminas C e E. A Deutsche Gesellschaft für Ernährung (algo como Sociedade Alemã de Nutrição) mantém posição mais conservadora: "a alimentação (ovo) lacto-vegetariana pode ser apropriada. Para crianças, especial precaução na escolha dos alimentos deve ser tomada." Afirma também que "a dieta vegetariana estrita não é recomendável para nenhuma faixa etária, devido a seus riscos [de falta de alguns nutrientes]. Ela desrecomenda-a de bebês, crianças e adolescentes. São cinco razões apontadas para se ser vegetariano: saúde, ecológica, ética, econômica e religiosa. ▪ Razões de Saúde. Uma dieta vegetariana equilibrada é geralmente eficaz em equilibrar os níveis de colesterol, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e também evitar alguns tipos de câncer, entre outras razões. Outro aspecto relevante prende-se com a qualidade dos produtos animais que chegam ao mercado. Alguns animais criados para consumo humano são alimentados com uma quantidade significativa de hormônios de crescimento e antibióticos para resistirem às doenças, sendo a carne que chega à mesa, muitas vezes, de má qualidade. Por outro lado, a poluição dos mares e rios podem tornar a carne de peixe igualmente insegura. Um terceiro ponto, nas razões de saúde, são as recorrentes crises da indústria alimentar, como a das vacas loucas ou da gripe aviária, que levam muitas pessoas a adotar uma dieta diferente. Isso tudo sem deixar de constatar que quanto aos vegetais, frutas, verduras e legumes também há a preocupação com a infinidade de agrotóxicos, que podem ser tão prejudiciais à saúde quanto os hormônios empregados nos animais. ▪ Razões Ecológicas. 128 A motivação aqui é racionalizar a utilização dos recursos naturais para a obtenção de alimentos. Um vegetariano reduz um elo da cadeia alimentar, tornando-a mais eficiente e, conseqüentemente, reduzindo o impacto ambiental da sua alimentação. Para produzir carne, é necessário cultivar plantas que alimentarão o gado, que por sua vez irá alimentar o homem. Durante o passo de alimentação do gado, fora a poluição inclusive a com o metano, foram gastos recursos com água, energia e tempo que poderiam ter sido poupados se o homem consumisse diretamente os vegetais. Exemplo: segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), para produzir 1 kg de carne bovina são gastos aproximadamente 15 mil litros de água (considerando o consumo do animal durante sua vida dividido pelo rendimento bruto de sua carne), bem como o desmatamento de 10 mil metros quadrados de floresta. Para produzir 1 kg de soja, são gastos menos de 1300 litros de água, cerca de 10%. A economia de água é, portanto, superior a 90%. A fundação Nicholas G. Pierson junto com a universidade livre de Amsterdam descobriu qual a economia de carbono que poderia ser feita nos Estados Unidos se todos não comessem carne por um ou mais dias. O resultado foi o seguinte. Apresenta-se apenas o de sete dias. Se todos os americanos se tornassem vegetarianos por uma semana, evitaria-se a emissão de 700 milhões de toneladas de gases do efeito estufa. Isso seria equivalente a retirada de todos os carros dos Estados Unidos de circulação. ▪ Razões Éticas. Muitos vegetarianos não concebem o homem como superior ao animal, do ponto de vista do direito à vida. Ou seja, não é justo tirar a vida a um animal para alimentar uma pessoa, especialmente quando a vida dessa pessoa não depende da vida do animal. Portanto, os animais e os seres humanos devem coexistir. 129 Outro aspecto refere-se à forma como os animais são tratados. Os animais produzidos pela indústria agropecuária moderna são confinados em pequenos espaços, alimentados de forma artificial e tratados por vezes de forma brutal durante o transporte ou antes do abate. ▪ Razões Econômicas. A base alimentar do vegetarianismo consiste em alimentos de um nível inferior da cadeia alimentar, os legumes, frutos e grãos, mais baratos do que a carne ou o peixe, quando de qualidades comparáveis. Os alimentos vegetarianos processados, como o tofu, são muitas vezes produzidos pelos próprios consumidores em casa. As razões econômicas não costumam, isoladamente, motivar uma pessoa a adaptar a dieta vegetariana, mas contribui muitas vezes, ao lado de outras motivações, para a mudança de regime alimentar, ou a sua manutenção. ▪Razões Religiosas. As motivações religiosas são, muitas vezes, revestidas de grande complexidade. Budistas, Hindus, Cristãos, Rosacruzes e Adventistas do Sétimo Dia são tipicamente conotados com o vegetarianismo, mas as motivações não são necessariamente imposições religiosas (isto é, comer carne não é necessariamente visto como um pecado, por exemplo). Muitos budistas preferem a dieta vegetariana porque defendem a nãoviolência, o que é, portanto, uma motivação ética. Muitos adventistas escolhem e aconselham a dieta vegetariana porque a vêem como mais saudável e, portanto, vantajosa para o corpo terreno - o que é, conseqüentemente, uma motivação de saúde. ● Organismo ou ser vivo. É um ser constituído por células que se desenvolve, responde a estímulos do meio e reproduz (embora existam exceções). 130 A biologia atual estuda os corpos materiais dos seres vivos, ou seja, é uma biologia materialista. Existe uma outra visão onde todo ser é um ser vivo, assim a natureza quer como o universo, o sistema solar ou a própria Terra (até sob a hipótese de Gaia) ou ainda como o reino mineral, ela é um organismo. Donde, nesse caso, ser necessário formar uma biologia que abranja os espíritos dos seres vivos, isto é, constituir corpos espirituais idênticos e precedentes em relação aos corpos materiais, ou seja, constituir uma biologia espiritualista. O ser humano, segundo a biologia espiritualista, abarca a missiologia e pontos de vistas espiritualistas sobre a anatomia, a fisiologia, a bioquímica, a biofísica, a citologia, a histologia e a patologia. ● Alimento e nutriente. Alimento é toda substância proveniente dos vegetais ou dos animais, com sua matéria e espírito, utilizada pelos homens como fontes de corpo carnal e energia para poderem realizar as suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento, reprodução, etc. As agronomia, zootecnia, agricultura e pecuária necessitam de se espiritualizarem. Para o homem, a alimentação inclui ainda várias substâncias que não são necessárias para as funções biológicas, mas que fazem parte da cultura, como as bebidas com álcool, refrigerantes ou outros compostos químicos psicotrópicos, os temperos, vários corantes usados nos alimentos, etc. Nutriente é qualquer elemento ou composto químico necessário para o metabolismo de um organismo vivo. Do ponto de vista da botânica e da ecologia, os nutrientes básicos são o oxigênio, o dióxido de carbono e os sais minerais necessários para a vida das plantas e dos outros seres vivos com a qualidade de produzir seu próprio alimento. As plantas e os constituintes do fitoplâncton formam assim a base 131 da cadeia alimentar, uma vez que vão servir de alimentação aos animais. Os seres vivos que não têm capacidade fotossintética, como os animais, os fungos e muitos protistas, alimentam-se de plantas ou de outros animais, quer vivos, querem em decomposição. Para estes seres, os nutrientes são os compostos orgânicos e os minerais existentes nesses alimentos. Entre os principais nutrientes estão os carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e sais minerais. Também se deve pesquisar a espiritualidade desses macro e micro nutrientes. Inclusive, o espírito das coisas importantes para o organismo como o oxigênio e a água, isto é, dos elementos fogo e água. Pois, caso contrário, ao se ver uma cachoeira se pode ter apenas a impressão de que H2O está caindo. ● Materialista e espiritualista. A dietética como um ramo da nutrição que trata da dieta, é um processo biológico em que os organismos, utilizando-se de alimentos, assimilam nutrientes para a realização de suas funções vitais. Devido sua importância à sobrevivência de qualquer ser vivo, a nutrição faz parte do aprendizado durante grande parte do período de estudo básico e em nível secundário, assim como em muitos cursos de nível de graduação e pósgraduação, em áreas como medicina, enfermagem, farmácia, biologia, agronomia e zootecnia dentre outras. A boa nutrição, para os dietistas e nutricionistas tradicionais, depende de uma dieta regular e equilibrada - ou seja, é preciso fornecer às células do corpo não só a quantidade como também a variedade adequada de substâncias importantes para seu bom funcionamento. Os guias alimentares mais conhecidos são as pirâmides alimentares. A má nutrição aponta como perigos: distúrbios alimentares; doenças (diabetes, anemia, hipertensão arterial), 132 obesidade (aumento da reserva natural de gordura, isto é, excesso de pêso corporal), desnutrição (hipocalórica, alimentação insuficiente) e deficiências (quer sejam: de proteínas, afetando as funções cardíacas, respiratórias, hormonais e renais; de vitaminas acarretando cegueira, raquitismo, beribéri, e escorbuto; de minerais, gerando cárie dentária, bócio, osteoporose e raquitismo). Estudos indicam que um dos principais fatores que levaram os ancestrais humanos a se distanciar da linhagem de seus parentes primatas foi a capacidade de se adaptar ao cardápio de diversos ambientes. Algumas teorias propõem, ainda, que o excepcional crescimento do nosso cérebro só se tornou possível graças à inclusão na dieta humana de alimentos protéicos e energéticos, particularmente, a carne. O uso do fogo também contribuiu para a evolução da espécie, pois cozidos, os alimentos ficam mais fáceis de ser digeridos e, por consequência, a absorção dos nutrientes é maior. Dietética Materialista é a que cuida somente do aspecto material do alimento, do organismo e do nutriente. Já a Dietética Espiritualista é a que também pesquisa os espíritos do alimento, do organismo e do nutriente, o que implica em formar uma alimentação, uma biologia e uma nutrição espiritualistas. Indagações interessantes são a de se buscar saber quais das dietas apresentada – chinesa, ortomolecular, naturopatia e vegetariana – são dietéticas materialistas ou espiritualistas? E em que graus elas se importam com a nutrição atual? E em que medidas elas se importam com a ingestão de carne humana caso esta mudança alimentar permitisse a sofisticação física, emocional, mental e social dos humanos? 133 8.2. Originada espiritualista. de uma medicina moderna Assim como a dietética taoísta é oriunda da medicina tradicional chinesa, a nova dietética é oriunda da medicina moderna japonesa ou universalista ou ainda espiritualista, com as seguintes características: princípios de ser divina, espiritualista e messiânica, terapêutica solar baseada no coração e terapeuta com preparação espiritual; doença de ser um processo de purificação e não um andamento mórbido, de ser uma benção de Deus e não uma maldição de Satanás; saúde de ser o estado de organismo ideal (equilíbrio natural) e não o do vigor com toxinas; causa de ser mácula e toxina, pecado e encosto, remédio e fertilizante, e não microorganismo; diagnósticos e prognósticos de ser o exame em pontos vitais, locais de febre, nódulos, dor à pressão e verificação nas regiões da cabeça, cervical, ombros, dorsal, renal e quadril, e não análise clínica ou laboratorial; tratamentos ser natural, fé correta e Johrei, e não anti-séptico, banho de sol, chá, cirurgia, compressa, cosméticos, emplastro, esfriamento com gelo, inalação de oxigênio, injeção, linimentos, medicamentos, mocha, radioterapia, vacina e vitamina. 8.3. Fundamentada essencialmente no organismo. ● A dietética (alimentação, nutrição) atual é uma teoria demasiada distante da realidade. “Costuma-se dizer que determinados alimentos são nutritivos e que outros não o são, mas isso também é um erro. Apesar de existir alguma diferença, dependendo do clima e das características da religião, todos os alimentos são produzidos de maneira adequada às pessoas aí nascidas. Os indivíduos de raça amarela alimentam-se de arroz, e os de raça branca, de trigo; da 134 mesma forma, como o Japão é um arquipélago, significa que seu povo deve comer bastante peixe, não havendo, também, nenhuma inconveniência em que as pessoas do continente comam carne. Pelo mesmo raciocínio, as refeições dos agricultores, à base de vegetais, estão de acordo com a Natureza. O fato deles suportarem o trabalho braçal contínuo mostra a adequação da alimentação vegetariana. Desconhecendo esse princípio, a dietética está se empenhando, atualmente, para que os agricultores comam peixe; entretanto, se eles assim fizerem, resultará na diminuição da sua capacidade produtiva. Por outro lado, devido às refeições à base de peixe, os pescadores não suportam trabalho contínuo e por isso trabalham de maneira intermitente. Além disso, esse tipo de alimentação ajuda a aguçar a sensibilidade; portanto, é apropriado à atividade da pesca, Donde se conclui que a Natureza é realmente perfeita.” Isso ocorre porque o primordial não são os alimentos e nutrientes com as superalimentações e variedades alimentícias, nem os nutrientes em quantidades exageradas e nem tampouco as calorias, mas sim a atividade alquímica do organismo. “Não seria preciso explicar, a essas alturas, quem o alimento serve para manter a vida; na interpretação desse aspecto, porém, há uma grande diferença entre a teoria atual e a realidade. Quando o homem ingere um alimento, em primeiro lugar ele o mastiga; passando pelas vias digestivas, o bolo alimentar vai para o estômago e, daí, para o intestino. As partes necessárias são absorvidas, enquanto que o resto é eliminado. Até chegar a esse processo, entram em ação diversos órgãos, como o fígado, a vesícula biliar, os rins, o pâncreas e outros, que extraem, produzem e distribuem os nutrientes necessários ao sangue, músculos, ossos, pele, cabelos, dentes, unhas, etc. Assim, é realizada incessantemente a atividade de manutenção da vida. Trata-se de uma misteriosa obra da Criação, impossível de ser expressa por meio de palavras. É esse o estado normal da Natureza.” 135 “Algumas vezes, já discorri sobre erros irreparáveis causados pelo uso de medicamentos. De outra parte, é também de suma importância não perder de vista os danos advindos de uma alimentação inadequada. Tenho falado, em várias ocasiões, sobre a inconveniência das proteínas animais, especialmente em casos de doenças graves como, por exemplo, a tuberculose. Vão muito além, entretanto, os erros das dietas modernas. O pior deles, a meu ver, consiste na preocupação exagerada com as variedades alimentícias em detrimento da valorização das funções orgânicas, as quais intervêm, de fato, diretamente na nutrição. Vejamos, então, o absurdo que reside na idéia de que os complexos vitamínicos são indispensáveis para suprir carências do organismo. Na verdade, a defesa de tal princípio significa ignorar totalmente a faculdade natural das funções orgânicas. Estas produzem suficientes vitaminas, carboidratos, proteínas, aminoácidos, glicogênio, gorduras e quaisquer outras substâncias necessárias ao pleno suprimento do organismo. Mesmo que um alimento não contenha vitamina alguma, por meio de uma atividade alquímica, os órgãos responsáveis pela nutrição, têm capacidade de realizar determinados processos transformando qualquer nutriente na quantidade de vitaminas das qual o corpo necessita. É por isso que dietas balanceadas, característica das superalimentações produzem, no organismo, um efeito contrário, quer dizer, quanto mais exagerados forem os recursos nutritivos, mais o corpo se debilitará. De modo análogo, a carência de vitaminas está diretamente proporcional à quantidade delas, ingeridas pela pessoa. De fato, ao expor minhas idéias, só estou querendo mostrar que, ao serem consumidos nutrientes em quantidades exageradas, a função natural dos órgãos regride, isto é, a sua atividade normal cessa por falta de uso. Estou, portanto, querendo mostrar claramente a todos que a força vital do ser humano é gerada pela atividade das 136 funções orgânicas. Em outras palavras, o laborioso e complexo processo mediante o qual o organismo transforma os alimentos, tornando-os completos, é que dá origem à vitalidade humana.” ● O organismo, com sua capacidade de se adaptar ao meio ambiente, produz todos os nutrientes indispensáveis a partir de quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso. Em outras palavras, a misteriosa função nutritiva do organismo consegue produzir nutrientes, na quantidade necessária, até mesmo a partir de alimentos que não as contêm. Assim, a atividade de produção de nutrientes constitui a própria força vital do homem, ou seja, a transformação do alimento inacabado em alimento acabado não é senão o próprio viver. Essa capacidade se deve a verdade ser o próprio estado natural das coisas e o homem só conseguir ser feliz, se tiver como modelo a Grande Natureza [matéria e espírito da natureza] e viver em harmonia com ela [dominá-la é gerar poluição ambiental, aquecimento global e doenças]. “Vou dar uma explicação sobre os compostos vitalícios. O organismo produz todos os nutrientes indispensáveis sejam eles vitaminas ou não a partir de quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso. Em outras palavras, a misteriosa função nutritiva do organismo consegue produzir vitaminas, na quantidade necessária, até mesmo a partir de alimentos que não as contêm. Assim, a atividade de produção de nutrientes constitui a própria força vital do homem, ou seja, a transformação do alimento inacabado em alimento acabado não é senão o próprio viver. (...) Por outro lado, se ingerimos medicamentos destinados a facilitar a digestão, a atividade estomacal se reduz, o que acaba enfraquecendo o estômago. Aí a pessoa toma remédio de novo, e esse órgão enfraquece mais ainda. Assim, a causa das doenças estomacais está realmente na utilização de remédios estômago. É comum ouvirmos pessoas 137 que sofriam de problemas estômaco-intestinais crônicos dizerem que, não conseguindo curar-se com uma alimentação baseada em alimentos de fácil digestão, optaram por alimentos de digestão mais difícil, como o “ochazuke’’ e o picles japonês, e com isso conseguiram ficar curadas. Comparemos essa força vital baseada na transformação dos alimentos inacabados em alimentos acabados com a atividade de uma fábrica de máquinas. Em primeiro lugar, adquirimos o material necessário. A fábrica queima o carvão, movimenta as máquinas e, pelo trabalho dos operários, produzem-se novas máquinas. Essa é a razão da existência da fábrica. Suponhamos, agora, que compremos máquinas prontas. Não haverá mais necessidade da queima do combustível, do movimento das máquinas nem do trabalho dos operários, e por isso não há outra alternativa senão fechar a fábrica.” ● Evitar a ingestão de leite de vaca para não atrofiar a produção de leite materno; manter livre de tomar sangue para não ficar anêmico; observar que o exercitar-se fisicamente é coadjuvante em relação à saúde das vísceras. Por essa razão, quando se ingerem nutrientes que são produtos sintéticos, os órgãos encarregados da produção de nutrientes tornam-se inúteis e acabam se atrofiando naturalmente. Com isso, os outros órgãos relacionados também se atrofiam, o que vai enfraquecendo gradativamente o corpo. “Um outro fato, que me serve de exemplo, é o que acontece com as mães em período de amamentação. Quando têm pouco leite, são aconselhadas a tomar o de vaca. Tal orientação, ridícula a meu ver, não atinge o foco do problema. Se o leite materno está escasso, é por que existe alguma disfunção orgânica. É preciso, portanto, descobrir onde ela se encontra para corrigi-la. Como, porém, os médicos não percebem o erro, nada podem fazer; recomendam, então, às mães lactantes a ingestão do leite de vaca. Com isso, a função do 138 órgão responsável pela produção do leite materno se atrofia, diminuindo, dessa forma, ainda mais a quantidade.” “Mais um hábito digno de espanto é de doentes tomarem sangue de animal como elemento nutritivo. Tal procedimento produz, às vezes, um efeito momentâneo. Na verdade, porém, causa o enfraquecimento dos órgãos produtores de sangue e traz como conseqüência, a anemia. Diante de tantas constatações, é preciso pensar um pouco melhor no processo alimentício desenvolvido pelo organismo humano que, ao receber nutrientes como pão e arroz brancos, vegetais verdes e cereais amarelos, produz sangue vermelho. Espantoso trabalho do corpo humano, essa máquina geradora de sangue a partir de elementos tão diversos! O mesmo se pode observar entre os animais. A vaca, por exemplo, se alimenta de capim e produz excelente leite. Há, portanto, alguns erros na ciência da nutrição que devem ser esclarecidos a partir do conhecimento da força da Grande Natureza. Com isso, muitas teorias sem lógica serão descartadas por completo.” “Outro ponto sobre o qual quero falar também um pouco diz respeito aos exercícios físicos, necessários à saúde humana. A ação principal de tais atividades é exercida sobre o metabolismo, uma vez que elas ativam a circulação periférica e fortalecem a musculatura. No que diz respeito às vísceras, a atividade física é um coadjuvante, ou seja, exerce apenas um papel secundário.” “Por essa razão, quando se ingerem compostos vitamínicos, que são produtos sintéticos, os órgãos encarregados da produção de vitaminas tornam-se inúteis e acabam se atrofiando naturalmente. Com isso, os outros órgãos relacionados também se atrofiam, o que vai enfraquecendo gradativamente o corpo. Vou citar alguns exemplos Houve uma época, nos Estados Unidos, em que esteve em moda um regime alimentar chamado Fletcher’s. Esse método consistia em mastigar ao máximo os alimentos, considerando que quanto mais pastosos eles estivessem ao 139 serem engolidos, melhor seria a digestão. Segui o método à risca durante um mês. Acontece que fui ficando fraco, não podendo fazer força como desejava. Desapontado, acabei abandonado o método, e assim as minhas energias voltaram ao normal. Foi aí que descobri que é um grande erro mastigar excessivamente os alimentos, pois, como os doentes os trituram bem, torna-se desnecessária a atividade a atividade do estômago e isso o enfraquece. Portanto, o melhor é mastigar os alimentos pela metade. Desde os tempos antigos, dizem que as pessoas que comem depressa e na hora de defecar também o fazem rapidamente são pessoas sadias. Nesse aspecto, o homem daquela época estava mais avançado que o homem moderno.” ● O sistema do ser humano importante em termos de alimentação é o aparelho digestivo. A ponto de se afirmar que a alimentação baseada com produtos da agricultura natural é a mais recomendável, porém não é o determinante da dietética, mas sim o fortalecimento do aparelho digestivo que ocorre com o comer alimentos não facilmente digeríveis e o mastigar pouco. “É preciso ressaltar que, entre os órgãos geradores de força vital, destacam-se os da digestão. Tanto assim que qualquer sensação de enfraquecimento, de estômago vazio, é suprida pela ingestão de algum alimento. Com isso, o organismo inteiro fica novamente revitalizado. Assim acontece porque todos os órgãos estão inter-relacionados. É natural, então, que, ao ser satisfeita a necessidade de um deles, todos os demais usufruam do mesmo benefício. Como atualmente, as pessoas tendem, cada vez mais, a ingerir alimentos completos, artificialmente elaborados, a função digestiva está ficando, a cada dia, mais prejudicada. Daí ser de suma importância que cada um se detenha atentamente ao meu alerta.” “É, portanto, fundamental o fortalecimento dos órgãos 140 digestivos para a obtenção da melhora geral da saúde. Para tanto, os alimentos da Agricultura da Grande Natureza são os mais recomendáveis. E também, ao contrário do que prega a medicina, os melhores não são os facilmente digeríveis. Estes enfraquecem o estômago e os demais órgãos do aparelho digestivo.” De outra parte, recomendar que se exerça uma mastigação demorada, também não é bom para o estômago; torna-o fraco e pode causar-lhe o relaxamento dos tecidos (gastroptose). Além disso, a perda do tônus estomacal se acentua, se todos esses hábitos vierem ainda acompanhados da ingestão de medicamentos conhecidos como digestivos. “Para comprovar o que lhes digo, vou citar um fato da minha própria experiência. Nos anos vinte, estava muito em moda nos Estados Unidos o fletcherismo (pensamento do nutricionista Harace Fletcher), segundo o qual, mastigar bem os alimentos era de suma importância para manutenção da saúde. Experimentei e, como a princípio me senti bem, decidi continuar. Um mês mais tarde, entretanto, percebi que estava enfraquecendo e, paulatinamente, perdendo as forças. Voltei, então, a mastigar como fazia antes e recuperei a saúde. Pode-se assim ver que quase todas as teorias científicas relativas à nutrição contrariam a realidade não sendo, por isso, tão benéficas quanto se propaga.” Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada. Algumas dicas para fortalecer o aparelho digestório: Não sujá-lo com resíduos nocivos; A ingestão de água de boa qualidade e em quantidade suficiente é imprescindível; É preciso respeitar o tempo do trato intestinal, como uma salada refrescante de verduras e legumes gasta um tempo bem menor para ser digerida, se comparada com um prato de feijoada; O refinamento de cereais, como o arroz e o trigo, elimina o conteúdo de fibras necessárias para a saúde do aparelho digestório. (...); Os alimentos-chave para a saúde e a recuperação intestinal são o arroz integral, as verduras verdes e 141 legumes, as frutas, a semente de linhaça e os farelos de aveia e de arroz. ● Deste modo, a nutrição moderna tem um erro básico ao não assumir como verdade que o organismo é que é a sua parte espiritual e o alimento a sua parte material. O que permite afirmar não existir alimento que não contenha as substâncias necessárias à manutenção do homem. "O erro fundamental da dietética moderna é basear suas pesquisas em apenas um dos dois aspectos da nutrição. Ela toma o alimento como objeto principal dessas pesquisas, negligenciando a parte que se refere às funções orgânicas. As funções orgânicas do homem são tão perfeitas que, ao nível da Ciência atual, não se consegue entendê-las. A partir dos alimentos, elas transformam e produzem livremente os nutrientes necessários. Vejam: esse verdadeiro cientista chamado aparelho digestivo transforma os alimentos ingeridos, como o arroz, pão, verduras, batatas, feijão, etc., em sangue, músculos e ossos. Por mais que se analisem os componentes desses alimentos, não se conseguirá descobrir um glóbulo sangüíneo sequer, nem um milímetro de células musculares. Por outro lado, por mais que se dissequem os alimentos, não será possível localizar uma só molécula dos componentes das fezes ou da urina, nem tampouco traços da amônia. Assim, se fornecermos vitaminas ou plasma sangüíneo ao corpo, considerando-os nutrientes, qual será o resultado? Acentuar-seá o enfraquecimento do corpo. Suponhamos que haja uma fábrica destinada a determinada produção. Dispondo-se de matéria-prima como ferro e carvão e do trabalho dos operários, da ação das máquinas, da queima do carvão e de vários outros processos, conseguir-se-á um produto acabado. Portanto, esse processo constitui a própria vida de uma fábrica. Se, desde o início, transportássemos para lá produtos já acabados, não haveria 142 mais necessidade do carvão, nem do trabalho dos operários e das máquinas, e a fábrica deixaria até de soltar fumaça pelas chaminés. Não havendo atividade, dispensar-se-iam os operários, e as máquinas acabariam enferrujando. Analogamente, se ingerimos alimentos já processados, a fábrica produtora de nutrientes fica sem atividade e o corpo enfraquece. Assim, é necessário estarmos cientes de que a vitalidade do homem provém da atividade de transformação dos alimentos inacabados em acabados. É claro que todos os nutrientes industrializados, como as vitaminas, são produtos acabados, sintéticos." “Não existe alimento que não contenha as substâncias necessárias à manutenção do homem.” 8.4. Alicerçada secundariamente no espírito dos alimentos. ● A nutrição atual é uma comédia, algo que não pode ser levado a sério. Isso acontece porque a ciência atual erra porque despreza a existência do espírito e faz pesquisas baseadas apenas na matéria. [os conhecimentos científicos tem muito de crença e pseudoverdade, não são absolutos, vide os ovos que passaram de vilões a heróis]. “Os leitores provavelmente estranharão o título deste artigo [A comédia da nutrição]. Eu também não gostaria de utilizá-lo, mas não encontro outra expressão adequada. Assim, pedirei a compreensão de todos.” "Evidentemente, referimo-nos à manifestação concreta da Verdade, isto é, a própria realidade, autêntica, expressa corretamente, sem o mínimo erro, impureza ou obscuridade. A cultura desenvolvida até o presente vinha confundindo e considerando como verdade muita coisa que não o era, e por 143 isso muitos conceitos falsos eram tidos como verdadeiros. Entretanto, ninguém percebeu isso, porque, obviamente, a cultura era de baixo nível". "A pseudoverdade desmorona com o passar dos anos, porém a Verdade é eterna. Quando surge uma nova teoria ou se faz alguma descoberta, as pessoas acreditam tratar-se da maior de todas as verdades; todavia, com o aparecimento de novas teses e descobertas, é comum que aquelas venham a ser superadas." “A Ciência atual está totalmente errada, porque despreza a existência do espírito e faz pesquisas baseadas apenas no corpo. Falando mais claramente, o que movimenta o espírito do homem não são os braços e as pernas; ocorre justamente o contrário. O corpo humano é constituído de várias centenas de matérias. As principais são o sangue, as células, os músculos, os ossos, os cabelos, a água, o cálcio, etc., cada uma delas composta de vários elementos. Os diversos órgãos trabalham incessantemente, sem um segundo sequer de descanso. Essa energia que movimenta o corpo é proveniente do elemento espírito e do elemento matéria contidos nos alimentos.” ● O espírito (a matéria) do homem (organismo) se nutre do espírito (da matéria) do alimento. Removendo-se o espírito presente nos alimentos, as vitaminas, as proteínas, as calorias, os carboidratos, etc., são como restos. Por isto, se deve esquivar de ingerir água fervida por ela não ter energia. “A Dietética da atualidade afirma que se deve ingerir determinada quantidade de vitaminas, ou de calorias, mas, na verdade, essa é uma questão de menor importância, pois o fundamento da verdadeira Dietética está no próprio espírito dos alimentos. Isso não pode ser avaliado em tubos de ensaio; portanto, pelos parâmetros da ciência atual, não é possível 144 entendê-lo, por mais que se pesquise. Com efeito, quando se remove o espírito presente nos alimentos, as vitaminas, as proteínas, as calorias, os carboidratos, etc., são como restos. O homem é formado de espírito e corpo. Por essa razão ele necessita se nutrir em ambos os aspectos: espiritual e material. Como todos os alimentos são constituídos dessas duas partes, os produtos frescos, como as verduras e os peixes, contêm mais energia espiritual. Quando o espírito os abandona, os alimentos se deterioram. O tempo de permanência do espírito varia: é mais longo nos cereais, seguidos pelas verduras, sendo que nos peixes é curto. O que sustenta o espírito do homem é a energia espiritual dos alimentos; analogamente, a parte material destes é o que lhe sustenta o corpo. Portanto, a fonte da vitalidade humana está no provimento da energia espiritual; consequentemente, a força ou a fraqueza do corpo estão relacionadas ao maior ou menor provimento dessa energia. O fundamento da saúde é se ingerir alimentos que contenham grande quantidade de energia espiritual. Dessa forma, há um aumento da vitalidade do espírito, o que promove o fortalecimento do corpo. Os inúmeros fortificantes refinados que existem, estão com a sua energia espiritual muito escassa e, por conseguinte, quase não têm mais força para sustentar o espírito. Por isso, mesmo que a pessoa tome uma grande quantidade deles, sua força vital não aumentará. Seria muito mais inteligente ingerir alimentos como hortaliças frescas.” “Os produtos frescos, como as verduras, os legumes e os peixes, contêm mais energia espiritual. Quando o espírito os abandona, os alimentos se deterioram. O tempo de permanência do espírito varia: é mais longo nos cereais, seguidos pelas hortaliças, sendo que nos peixes é curto. Isso é fácil perceber observando-se o tempo de conservação natural desses produtos. Portanto, quanto mais fresco o alimento, maior sua energia vital. É possível prolongar seu período de conservação secando-o (peixe seco, por exemplo) e isso 145 acontece porque se retira a água e se absorve o espírito do sal.” “Fala-se que não se deve tomar água sem ferver. Mas a água tem muito mais vida, por isso, é boa para o corpo. Se a fervemos, ela morre. Isto é: sua energia acaba, portanto, não é nada boa." ● O Criador preparou alimentos especiais para serem ingeridos pelo homem a fim de manter-lhe a vida. Foi por isso que, em algumas espécies, colocou um sabor especial como a maneira de os homens poderem estabelecer a separação entre produtos recomendáveis à manutenção da vida e aqueles considerados prejudicais à saúde. Na verdade, tal princípio significa que os seres humanos devem comer com alegria, sentindo prazer e gostando do sabor oferecido pelos alimentos. Só dessa forma pode ser provida a carência nutritiva do organismo. Tal realidade mostra, claramente, como Deus preparou a vida humana na Terra. Pode-se também compreender, através de constatações relativas à nutrição, que as pessoas hoje não se alimentam para viver, pois poucas são capazes de distinguir o sabor verdadeiro e próprio de cada alimento. Ingerem, por isso, qualquer coisa apenas para saciar a fome. Ao ser analisado, então, do ponto de vista de lógica divina o processo alimentar se torna extremamente misterioso. Interpretando superficialmente este ensinamento, existe até a possibilidade de tomá-lo como um incentivo ao relaxamento e à ingestão só daquilo que a pessoa gosta de comer. Longe disso. O que o Meishu-Sama apregoa é que um corpo saudável induz à vontade de comer o que o corpo mais está necessitando no momento. Por exemplo: pode-se dizer que a vontade de tomar demasiadamente refrigerante ou café prejudiciais à saúde - é uma manifestação de que o corpo e o espírito estão em desarmonia. É esta desarmonia que faz buscar alimentos prejudiciais. Ingerir aquilo que lhe é agradável e delicioso, porém, "o 146 exemplo máximo do alimento saboroso é a hortaliça que não contém fertilizantes" e que o alimento saboroso é o que não é enjoativo para os japoneses, são o arroz, a sopa de missô e os vegetais. Todos os produtos originários da Agricultura da Grande Natureza têm um sabor bem especial. Tanto arroz quanto verduras e legumes são muito gostosos, além de nutritivos. “Pode-se pensar que o alimento que tem aroma acentuado, contém uma energia espiritual forte. As frutas, que possuem aroma e caldo abundante, detêm forte energia espiritual. As frutas cítricas, por exemplo, são boas." "O engraçado é que, tempos atrás, eu não comia maçã e, aí, alguém perguntou: 'Meishu-Sama, o senhor não come maçã. É por que ela faz mal ao organismo?' Então, eu disse: 'Não, não é isso. Eu gosto de frutas que tenham caldo e como a maçã não tem, não como.' Aí, não sei que equívoco houve, começaram a propagar que Meishu-Sama não come maçã porque não é bom. Por isso, acabou por se dizer que os messiânicos não comem maçã. É realmente engraçado. A maçã, o caqui e tudo o mais, foram feitos por Deus para alimentar o ser humano. Logo, quem gosta de maçã, pode comer à vontade. Isto é, o sabor é algo extremamente necessário." "[Para Meishu-Sama] o maior prazer são as refeições, portanto, sirva-me o máximo possível das coisas de que gosto.” “Eles (os alimentos) foram concedidos não apenas ao homem, mas a todos os seres, para que estes possam se manter vivos. Foram feitos de forma adequada a cada espécie. O Criador destinou o alimento certo ao homem, aos animais quadrúpedes e às aves. Quais são, então, os alimentos atribuídos ao homem? É fácil reconhecê-los, porque eles têm sabor e as pessoas têm paladar. Portanto, saboreando os alimentos e ficando satisfeitas, elas absorvem os nutrientes naturalmente, o que irá constituir a base da saúde. Deverão, pois, saber que tomar cápsulas de vitaminas, por exemplo, que não precisam ser mastigadas nem exigem o trabalho da função digestiva, não só representa um grave erro como até faz mal. Dessa maneira, como as condições 147 ambientais, profissionais e orgânicas são diferentes, basta a pessoa comer aquilo que estiver desejando comer, porque é isso que ela está necessitando. Ou seja, cada um deve se alimentar de modo natural, sem se apegar às teorias da Dietética.” “Comidas insossas levaram os homens a alimentar-se de carnes. Até comigo aconteceu assim. Contudo, recentemente comecei a consumir quase que exclusivamente produtos da Agricultura da Grande Natureza. Em conseqüência, agora estou preferindo verduras e legumes a carnes. Têm elas um sabor incontestável, bem diferente daquelas produzidas à base de agrotóxicos. Por outro lado, o consumo de carnes e produtos de origem animal sempre foi muito exagerado no Ocidente. Nos dias atuais, cresceu bastante também no Japão. Esse fato gera espiritualmente certa rudeza de atitudes, irritabilidade, nervosismo, dando a impressão de que as criaturas se sentem melhores quando estão discutindo ou brigando violentamente. Mesmo na História, há inúmeros casos de pessoas que tentaram alcançar seus objetivos através da guerra; existem também inúmeros exemplos de conflitos sociais e judiciais. Tanto assim que sempre houve necessidade de muito policiamento para manter a ordem. A causa, entretanto, de todos esses problemas que afetam a vida humana está na alimentação à base de carne. Há sete ou oito anos, como já lhes falei em outras ocasiões, visitei uma localidade de águas termais chamada Yunishi Gawa, próxima a Nikko. Ali existe uma aldeia com seiscentos (600) habitantes distribuídos em noventa (90) casas. Todas essas pessoas são absolutamente vegetarianas. De origem animal, nada consomem; nem mesmo peixe. Dizem que seus ancestrais também cultivam hábitos semelhantes. Nem galinhas possuem; por isso, numa das vezes em que lá estive, como desejei comer esse tipo de carne, tive de comprá-la em outra aldeia próxima. Nessa comunidade, quando surge algum problema, tudo 148 é resolvido pelo dono da pousada. Não há doentes. Nunca houve surto de tuberculose. Também lhes é peculiar o hábito de ninguém se casar com pessoas da cidade ou povoados vizinhos; somente entre eles (os membros da comunidade). Raras vezes acontece algum casamento com moradores da aldeia Nikko que fica próxima. Mantêm esse hábito, porque acreditam que, casando-se com pessoas de outras regiões, por exemplo, Tóquio, correm o risco de adquirir tuberculose. Durante essa minha visita a Yunishi Gawa, parecia-me estar no paraíso: pessoas de coração tranqüilo, calmas. Na pousada, conheci uma jovem de vinte anos com quem conversei bastante. Freqüentava uma escola feminina da aldeia Nikko. Tinha uma excelente cabeça, raciocínio claro. Senti-me muito bem em sua companhia e pude perceber, pela conversa que mantivemos, a grande influência do vegetarianismo determinando comportamentos saudáveis. Posso, portanto, afirmar que os alimentos originários da Agricultura da Grande Natureza deixam a pessoa espiritualmente muito melhor. Por outro lado, um sabor delicioso fará com que todos consumam mais verduras, sintamse mais felizes e tenham condições de aprimorar o espírito. Dessa forma, estarão sendo estabelecidas as condições essenciais para a construção do Reino de Miroku.” “Conforme dissemos, os nutrientes indispensáveis à manutenção da vida humana estão presentes em todos os alimentos. Se há uma grande variedade de alimentos, é porque todos eles são necessários. A quantidade e a preferência variam conforme a pessoa e a hora; a variedade do que se quer comer também depender da necessidade do organismo. Por exemplo, a pessoa come quando tem fome ; bebe água quando está com sede; se deseja comer algo doce, é quer tem falta de açúcar em seu organismo; se lhe apetece salgado, é porque tem falta de sal, e assim por diante. Por conseguinte, as necessidades naturais do homem evidenciam o princípio exposto. A melhor 149 prova é que quando a pessoa está desejando algo, esse algo, esse algo lhe é saboroso. Por isso podemos compreender o quanto está errado ingerir contra a vontade coisas que não são saborosas, como os remédios, por exemplo. A frase “Todo bom medicamento é amargo [desagradável]’’ também encerra um grande erro. O sabor amargo [gosto ruim] já é indicação do Criador de que aquilo é veneno e não deve ser ingerido.” Uma pergunta que Meishu-Sama faz é a de “Quantas pessoas conhecem realmente o sabor das verduras?” e ele mesmo responde: “Provavelmente pouquíssimas. Isso porque, não há verduras em que não tenham sido utilizados adubo químico e esterco. Absorvendo esses elementos, os produtos acabam perdendo o sabor atribuído pelos Céus. Se, ao invés disso, se faça com que absorvam os nutrientes da própria terra, eles terão seu sabor natural e, portanto, serão muito mais saborosos.” Todos os produtos originários da Agricultura da Grande Natureza têm um sabor bem especial. Tanto arroz quanto verduras e legumes são muito gostosos, além de nutritivos. ● Encaminhamento para a destoxificação. Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada: "Primeiro, o sangue se suja e, como conseqüência, o espírito fica maculado. Originariamente, o sangue é a materialização do espírito e, reciprocamente, o espírito é a espiritualização do sangue. Isso mostra a identidade do espírito e da matéria". (...) "O método de purificar o sangue pela eliminação das máculas do espírito (Johrei), e o de eliminar essas máculas através da purificação do sangue (ingestão de alimentos com forte energia vital) têm a mesma importância. Não seria justamente essa a razão por que Meishu-Sama nos ensinou como devemos nos alimentar?" Através deste texto entendemos a importância dos alimentos, tanto para não sujar mais o nosso sangue, como para 150 purificá-lo. O mais interessante é que os estudos mais recentes da ciência estão falando exatamente isso. (...) Com relação às toxinas de origem externa, existem mais de 4 milhões de compostos químicos tóxicos, sendo 3 mil de alto risco. Diariamente, temos o potencial de contato com cerca de 60 mil compostos tóxicos. Podemos incluir nesse rol os metais tóxicos, medicamentos, aditivos alimentares, agrotóxicos em geral (pesticidas, herbicidas, fungicidas etc.), drogas de uso recreacional, álcool, poluentes do ar, migrantes de embalagens, produtos químicos usados em casa, e outros. Além disso, outro conceito muito importante é a carga tóxica, que consiste na ação combinada dos diferentes compostos tóxicos no organismo e que poderá ser maior que a ação das partes individuais. Existe sinergia entre os compostos, levando a danos imprevisíveis em condições experimentais. . E o que podemos fazer para destoxificar, purificar ou limpar nosso sangue dos xenobióticos ou toxinas? Uma opção é 151 saber escolher os alimentos que serão consumidos. Os alimentos da Agricultura Natural/Orgânicos, integrais, produzidos próximos da região onde moramos, e da safra, são excelentes escolhas.” "Ao comer arroz sem fertilizantes, as toxinas não penetram no ser humano. Assim, as máculas diminuem e, por conseguinte, o sangue intoxicado também, e as doenças passam a incidir com menor freqüência.” 8.5. Embasada por baixo valor de nutriente, diversidade e requinte. ● A alimentação atual é um processo de ingestão que não percebe os nutrientes como a forte energia espiritual que existe nos alimentos destacadamente nos de pequena importância alimentar, variabilidade e refinamento. Principalmente nas verduras e cereais. Não se dá conta de que a comida simples ativa os órgãos produtores de nutrientes, sendo o segredo do rejuvenescimento. "Denomino nutrientes a forte energia espiritual que existe nos alimentos, principalmente nas verduras.” “As verduras contêm grande quantidade de nutrientes. Assim, do ponto de vista da nutrição, elas e os cereais já proporcionam alimentação suficiente.” "O organismo do homem foi criado de modo a se adaptar ao meio ambiente. Se comemos pratos pobres continuamente, nosso paladar se modifica e começamos a achá-los saborosos. Entretanto, parece que pouca gente tem conhecimento disso. Caso a pessoa se acostume com belos pratos, passará a não mais se satisfazer, exigindo iguarias cada vez melhores. Isso se observa em pessoas extravagantes." “Certa vez, quando viajava de trem pelo norte do Japão, sentou-se ao meu lado um camponês de aproximadamente 50 anos, corado, de aparência muito saudável. De vez em quando, 152 tirava algumas folhas de pinheiro do bolso do paletó e as comia com evidente prazer. Expressei-lhe minha estranheza e ele, orgulhosamente, me respondeu que, há mais de dez anos, era aquela a sua alimentação. Disse-me ainda que outrora fora um homem muito fraco. Como, certa vez, ouvira que folhas de pinheiro eram boas para a saúde, passou a alimentar-se delas embora, a princípio, não lhe fossem agradáveis ao paladar. Com o tempo, porém, habituara-se a elas e adquirira excelente saúde. E, desabotoando o paletó, mostrou-me a musculatura do seu braço. Há algum tempo, um jornal publicou a história de um rapaz que se alimentava exclusivamente de folhas de chá usadas. A história é verídica e foi relatada pelo próprio jovem. Em outra ocasião, quando escalei o Yarigadake, nos Alpes japoneses, espantei-me ao ver que a marmita de meu guia continha apenas arroz branco que ele dizia estar saboroso. Ofereci-lhe alguns mantimentos enlatados aos quais recusou terminantemente. Apesar dessa alimentação tão precária, subia é descia a montanha diariamente, percorrendo cerca de quarenta quilômetros, levando às costas um fardo de mais de quarenta quilos. Um caso, ainda mais antigo, é o de Hakuseki Arai, eminente Confucionista que viveu em fins do Shogunato (governo feudal) Tokugawa. Na sua juventude, Hakuseki viveu algum tempo, num quartinho sobre uma loja de tofu (queijo de soja). Nessa época, durante dois anos, alimentou-se exclusivamente de bagaços de soja. Tenho também minha experiência pessoal, já mencionada algumas vezes. Para curar-me da tuberculose, alimentei-me, por três meses, somente de vegetais. Com essa dieta, recuperei-me completamente. A partir dos exemplos acima expostos, pode-se concluir que uma alimentação mais rude, tosca, sem refinamento deve ser preferida aos produtos industrializados. Tal hábito alimentar obriga os órgãos digestivos a trabalhar energicamente a fim de 153 produzirem todos os elementos que compõem a boa nutrição. Com força vital renovada, a saúde fica fortalecida, o organismo rejuvenesce e a vida se prolonga.” “Um fato notório que exemplifica bem essa questão é o da saúde dos trabalhadores da Manchúria, considerada tão extraordinária, que alguns cientistas ocidentais, segundo ouvi dizer, para lá se dirigiam a fim de estudar o caso. A alimentação desses operários, no entanto, restringe-se apenas a três grandes pães de koaliang (cereal selvagem) por dia, em cada refeição. Dá, portanto, para concluir, ao serem notados tais fatos, que a ciência nutricional deixa dúvidas ao recomendar a mistura de várias categorias de alimentos em cada refeição. De acordo com as minhas observações, é preferível que a alimentação seja a menos variada possível. Dessa forma, a atividade orgânica responsável pela nutrição do corpo se fortalece, ou seja, ocorre um processo semelhante ao das pessoas que, por dedicarem-se a um único trabalho, se especializam, adquirindo maior destreza.” “Atualmente temos nutrientes com formas e aplicações diversas, como vitaminas, aminoácidos, glicose, carboidratos, gorduras, proteínas, etc. Todos estão a par do aumento que ocorre, a cada ano, na variedade de vitaminas. Todavia, a ingestão ou injeção dessas substâncias não produz efeitos permanentes e sim temporários." "A dietética atual também menospreza o valor nutritivo dos cereais, acreditando que os nutrientes estão contidos, em sua maior parte, nos pratos complementares, e não no prato principal. Isso também constitui um erro. Na verdade, o valor nutritivo dos cereais é o mais importante; o dos pratos complementares é secundário. Pode-se dizer que eles servem para tornar mais apetitosos os cereais." "Pude comprovar essa teoria numa excursão que fiz aos Alpes Japoneses. Fiquei espantado ao ver a marmita dos cicerones: continha só arroz - não havia mais nada, nem sequer 154 uma ameixa salgada. Como eu lhes perguntasse se o arroz era gostoso, responderam afirmativamente. E eles sobem e descem, diariamente, um caminho extremamente íngreme, carregando, nas costas, bagagens que pesam cerca de 50kg. Como é que os nutricionistas explicarão tal fato?" “Os alimentos consumidos pelas pessoas fossem todos de alto valor nutritivo, pois o corpo humano provavelmente seria extinto. A perfeição é, de fato, alcançada através dos defeitos, das falhas, e essa atividade de se buscar por meio da imperfeição o máximo de aprimoramento constitui a própria vida. Portanto, quem se alimenta apenas com produtos altamente nutritivos acaba levando o próprio corpo ao enfraquecimento. (...) Há algum tempo, foram feitas algumas experiências com galinhas, às quais administrou-se uma nutrição considerada perfeita. Depois de dois anos, todas morreram.” "Uma semana antes da escalada, os autênticos alpinistas fazem uma dieta vegetariana absoluta. Até os alpinistas estrangeiros são assim. Quando escalam montanhas após comerem carnes e aves, não conseguem manter o fôlego. A dieta vegetariana é mais nutritiva para o ser humano. Por isso, como venho ingerindo comidas requintadas, estou preocupado se não vou ficar desnutrido (risos). Todos pensam que peixes e aves são bons e só preparam esses tipos de comida. Por isso, digo insistentemente: "Não podem fazer só coisas que não têm nutrientes: sirvam verduras que os possuem em maior quantidade. Vou escrever um livro sobre nutrição completamente diferente dos escritos até agora. Alimentar-se se preocupando com os nutrientes, etc., faz o corpo enfraquecer tanto, que chega a ser problemático." "Ingerindo-se comidas simples, os órgãos que suprem o organismo de nutrientes, trabalham mais, e a pessoa rejuvenesce. Por isso, à medida que se envelhece, é melhor não comer os chamados ‘nutrientes'. Diz-se que a pessoa se torna 155 fraca Por falta de nutrientes, mas isso é um tremendo erro. Todos são fracos por excesso de nutrientes." "Os órgãos humanos produzem os nutrientes necessários à manutenção da vida. Intensificar essa atividade deve ser a condição principal, na questão da saúde. A infância e a juventude são as épocas em que ela é mais intensa e, por isso, nós nos desenvolvemos. Assim, para adquirirmos vida longa, precisamos rejuvenescer nossos órgãos. (...) E qual é o método a ser empregado? É ter uma alimentação bem simples. Através desse método, os órgãos terão de desenvolver uma intensa atividade, caso contrário, não conseguirão produzir os nutrientes necessários. Portanto, a primeira coisa a ser feita por quem deseja vida longa é rejuvenescer nossos órgãos, pois, se eles rejuvenescerem, é lógico que todo o corpo rejuvenescerá." ● A pobreza em elementos protéicos faz bem a saúde em geral, a resistência física ao trabalho da lavoura realizado pelos agricultores e ao frio de determinadas épocas do ano, e é uma boa nova até mesmo para a economia. “Se esta nova alimentação que tenho defendido se tornar uma prática comum, será uma grande boa nova, até mesmo do ponto de vista da economia nacional. Os agricultores do nosso país possuem resistência física ao trabalho porque têm uma alimentação pobre; caso eles passassem a se alimentar de carne, cujo valor protéico é muito alto, garanto que não suportariam o trabalho da lavoura.” “Com relação à dieta vegetariana, acontece ainda um outro fato inusitado: é comum, quem a pratica, sentir muito calor. Exatamente o contrário ocorre com aqueles que comem carne; de imediato sentem calor e, algumas horas depois, frio. A partir dessa constatação quanto ao uso, ou não, de carne na dieta alimentar, pode-se compreender a razão do surgimento dos sofisticados sistemas de aquecimento nos Estados Unidos e na Europa. Pessoas com uma alimentação 156 predominantemente carnívora são mais sensíveis ao frio. Já os antigos japoneses, que não comiam carne, suportavam as baixas temperaturas com maior facilidade. Daí a razão de terem construído suas casas sem pensar muito em protegê-las contra os rigores do inverno. Os próprios trabalhadores andavam com as pernas descobertas dos joelhos para baixo, mesmo em épocas de muito gelo. As mulheres usavam apenas uma ou duas anáguas de algodão debaixo da saia e, geralmente, não calçavam meias. Ao contrário, as de hoje cobrem-se com várias malhas de lã e, mesmo assim, tremem de frio. Uma alimentação vegetariana, portanto, aumenta fundamentalmente a resistência permitindo o exercício de trabalhos pesados durante longas horas, sem que advenha cansaço. É erro, pois, admitir, por exemplo, que os homens do campo sejam subnutridos e recomendar-lhes a ingestão de mais carne e peixe. Para a comprovação dessas afirmações, basta constatar que os antigos lavradores japoneses, homens e mulheres, trabalhavam desde o alvorecer até a chegada da noite. Se, a partir de agora, passarem a consumir muitos alimentos de origem animal, com certeza, a sua capacidade produtiva cairá. Da mesma forma, um dos fatores responsáveis pelo surgimento da mecanização agrícola nos Estados Unidos foi a necessidade de compensar a falta de resistência física dos lavradores com a inteligência. Quer dizer: pelo fato de os trabalhadores terem colocado na sua alimentação mais produtos de origem animal, tornou-se imprescindível que o trabalho braçal fosse amparado pela força das máquinas. Em síntese, não há dúvida de que a dieta vegetariana é a mais indicada para o corpo. Devem-se, contudo, levar em consideração alguns fatores específicos, relacionados ao ambiente, situações climáticas e tipos de atividade física ou mental executada por cada pessoa em particular.” 157 ● As carnes fazem contrair doenças como o câncer e encurta a vida. “Os fatos comprovam minhas palavras: os agricultores e os monges budistas, que se alimentam principalmente de verduras, gozam de saúde e longevidade, enquanto as pessoas da cidade, que se alimentam continuamente de carnes, peixes e aves, contraem doenças com facilidade e têm vida curta.” "Estava escrito que se surgissem doenças estranhas nos animais (domésticos), e se elas se alastrassem, iria faltar carne. Isso é muito engraçado. Os americanos sofrem de muitas doenças, e isso é claro: primeiro, devido às toxinas medicinais e, em seguida, porque comem carne em excesso. Todavia, esse fato não se limita aos Estados Unidos - ele ocorre também na Europa. Os ingleses e os franceses, que consomem carne em grande quantidade, estão bastante debilitados. O câncer, a doença mais temida nos Estados Unidos, é causado pela toxina da carne. Bastaria cortar as toxinas dessas carnes com os vegetais, mas, como estes não são ingeridos em quantidade suficiente, o câncer aumenta. Então, a falta de carne é uma advertência Divina, como que dizendo que não podemos comer mais carnes. Fazer esse controle é uma providência da Natureza." "Pergunta: Diz-se que as carnes causam leucemia. Mas será que existe mesmo essa influência? Meishu-Sama: Existe. Na verdade, a carne é um alimento "velho". Ou seja, o vegetal é mais “jovem" porque ele nasce da terra e, por conseguinte, é mais natural. A carne é de origem animal, por isso, "envelhece" facilmente. Portanto, está dentro da lógica o aumento dos leucócitos. Diz-se que a carne tem muitos nutrientes, mas é o contrário. Ela é algo acabado, e, por este motivo, assemelha-se ao ser humano, que, quando completa o seu ciclo de vida, fica velho. O bebê é algo novo e os vegetais corresponderiam a ele. Por isso, quando se comem vegetais, por uns tempos, parece que os nutrientes são poucos, 158 mas, por serem mais puros, possuem vigor. E essa condição dos vegetais é que é realmente melhor para a saúde. Se entendermos essa lógica, em tudo acontece o mesmo. A lógica de que algo inacabado vai se completando aos poucos, ocorre em todas as coisas. Estas envelhecem e, por último, acabam. E aí nasce algo novo e, dessa forma, as fases vão se alternando. É exatamente como a primavera chegar depois do inverno; é gratificante atingir o verão e, do outono, chegar ao inverno. Por isso, o recém-nascido é vermelho e, à medida que ele vai avançando na idade, surgem os cabelos brancos." Experiência de Meishu-Sama. “Gostaria de alertar aos especialistas que não há nada tão errado quanto a alimentação e a nutrição da atualidade. Eles transformaram-nas em teorias acadêmicas, demasiado distantes da realidade. Durante mais de dez anos fiz pesquisas profundas sobre o assunto e, surpreendentemente, os resultados obtidos foram exatamente o oposto do que a Dietética recomenda. Vou explicá-los partindo da minha própria experiência. Até cerca de quinze ou dezesseis anos atrás, eu era um grande apreciador de carne, e o meu jantar consistia quase sempre, de comida ocidental à base desse alimento, ou, eventualmente, de comida chinesa. Esse tipo de alimentação, segundo os nutricionista, é o mais próximo do ideal, mas naquele tempo eu era magro e ficava doente com a maior facilidade. Vivia sempre gripado, com problemas de estômago, e não havia um só mês em que não fosse ao médico. Na tentativa de melhorar meu estado de saúde, experimentei todos os tratamentos que estavam em moda, na época, e mais outras práticas, como respiração profunda, banhos de água fria, meditação, etc. Eles fizeram algum efeito, mas não a ponto de melhorar minha constituição física. Quando eu soube que a carne não fazia bem, voltei a alimentar-me de comida japonesa, que consiste em verduras e peixes. Então meu peso aumentou de 56 para 60 quilos em dois 159 ou três anos; ao mesmo tempo, tornei-me resistente às gripes. Acabei até esquecendo que sofria do estômago e dos intestinos e pude sentir pela primeira vez a alegria de gozar boa saúde. De lá para cá, e isso já faz mais de dez anos, tenho trabalhado sempre com bastante disposição. Resolvi, então, experimentar o método em mais de dez pessoas da minha família, inclusive meus seis filhos, e obtive bons resultados, conseguindo banir do meu lar o fantasma da doença. O mais interessante foi que experimentei ministrar-lhes uma dieta pobre em elementos protéicos. Assim, mandei que minha mulher e minha empregada dessem refeições pobres às crianças. Foi utilizado arroz 70% refinado, bastante verdura e, de vez em quando, peixe, mas apenas salmão salgado, sardinha seca e peixes comuns. Além disso, ‘ochazuke’’ (arroz embebido em chá) ou “shiomussubi’’ (bolinho de arroz com sal) acompanhados de picles japonês, ou, ainda ‘norimaki’’ (bolinho de arroz envolto em alga marinha) feito em casa, etc. Do ponto de vista da Dietética, uma alimentação carente de valor protéico. O resultado foi surpreendente: durante os cursos primário e secundário meus filhos tiveram porte físico dos melhores. A nutrição foi boa porque, começando pelo mais velho, de dezesseis anos, até o mais novo, de quatro anos, nenhum teve doença grave. Todos os anos eles monopolizavam o prêmio de assiduidade, por não terem falado um dia sequer às aulas. Aproveitando a valiosa experiência obtida através dessa prática, tentei o mesmo método em centenas de pessoas que me procuram desde que comecei a tratar de doentes, há oito anos. Os resultados foram excelentes, sem exceção.” Pelos fatos que expus, poderão ver que a Dietética, cujo progresso é vertiginoso em nossos dias, apresenta um erro fundamental. Não me acanho de apontá-lo, pois constitui um sério problema do ponto de vista da saúde. E estou alertando 160 firmemente não só os estudiosos do assunto como também as pessoas em geral.” 8.6. Direcionada para o vegetarianismo com relação à missão. ● Aumenta a longevidade. “Dentre os nutrientes, os que mais contêm elementos essenciais para uma alimentação perfeita são os vegetais. Para tanto; basta observar a longevidade dos monges zen-budistas que seguem uma dieta frugal, exclusivamente de vegetais. Há também outros vegetarianos notáveis. Entre eles, Bernad Shaw, que morreu aos 94 anos.” "Eu, por exemplo, ainda preciso trabalhar muito daqui para frente. Por ter que travar uma batalha contra os demônios, preciso de muita coragem e firmeza. Vou empreender muitas atividades, tais como revolucionar a medicina. Como tudo isso será uma luta incessante, não conseguirei vencer se eu for muito calmo. Por isso, necessito também comer carne. Assim, quem não vai batalhar muito, deve consumir o máximo de vegetais, pois é melhor para o corpo e, obviamente, viverá mais." ● Beneficia as pessoas com problemas pulmonares e pleurite. “Aproveitando a valiosa experiência obtida através dessa prática, tentei o mesmo método em centenas de pessoas que me procuram desde que comecei a tratar de doentes, há oito anos. Os resultados foram excelentes, sem exceção. A alimentação à base de verduras tem sido muito eficaz principalmente no caso de pessoas portadoras de problemas pulmonares e pleurite. Gostaria, portanto, que os médicos pesquisassem como essa alimentação é benéfica para tais casos.” 161 ● Encaminha ao paraíso terrestre. “As atuais teorias sobre higiene e saúde deixam, portanto, muito a desejar. Não condizem com a realidade, além de representarem uma enorme perda de tempo. Pobre homem civilizado!” "Quando eu tinha 15 anos, contraí pleurisia. Através de tratamento médico, feito durante quase um ano, fiquei completamente curado. Por algum tempo, tive saúde, mas depois sofri uma recaída. Desta vez, a doença progredia aceleradamente e fui piorando cada vez mais. Passando pouco mais de um ano, diagnosticaram-me tuberculose de terceiro grau. Nessa época, eu estava exatamente com dezoito anos. Resolvi, então, consultar o falecido professor Irissawa TátsukÍti, o qual, depois de minuciosos exames, disse-me que já não havia esperança de cura. Então, eu me decidi. Já que ia morrer de qualquer maneira, achei que não havia outro jeito senão tentar o milagre da cura através de algum método diferente. Pus-me à procura desse método. Naquela época, eu gostava de desenhar e, por isso, enquanto lia livros antigos, encontrei um livro que discorria sobre as diversas ervas medicinais usadas pela medicina chinesa e foi lendo-o que percebi que até aquela data, eu ingeria alimentos nutritivos de origem animal. Obviamente, comia carne de gado, aves, etc., e até papa de arroz cozido em leite. Naquela época, em especial, os médicos diziam que os nutrientes se limitavam aos produtos de natureza animal e eu praticava o que eles afirmavam. Então, vendo aquele livro, pensei que as verduras também possuíam remédio e nutrientes. Pensando nisso, na época das guerras civis (guerras internas) da Antiguidade, por exemplo, a população do Japão era quase que totalmente vegetariana. E como tinham surgido tantos heróis que vemos nos livros de história, achei que talvez a comida vegetariana também fosse boa. Pensei que os japoneses em especial deveriam ter esse tipo de alimentação e, então, resolvi decididamente realizá-la. Entretanto, tomando as devidas 162 precauções, resolvi fazer a experiência por um dia e como me senti muito bem, continuei no segundo, no terceiro dia. Aí fiquei sabendo do erro da medicina ocidental e, em uma semana, abandonei também os remédios. Assim, passado cerca de um mês, minha doença foi quase inteiramente debelada e continuei me alimentando de comida vegetariana por três meses. Como resultado, fiquei mais saudável que antes. Posteriormente, contraí outras doenças, mas não tive sintomas de tuberculose, o que evidencia a cura total. Hoje, quarenta anos depois, vendo que com mais de sessenta anos de idade eu tenho uma saúde de ferro, poderão entender por que a tuberculose é inteiramente curável." "Ontem, o bonzo Hashimoto, chefe do Templo Yakushi de Nara, e considerado o bonzo mais representativo da Era Showa (1926 -1988), me procurou. Ele tinha um ótimo aspecto, apesar de estar bem gordo. Parecia-se com um daqueles grandes bonzos que vemos nos quadros de pintura. É muito inteligente, também. É profundo conhecedor dos assuntos budistas, principalmente das belas-artes. A sua gordura, o aspecto da pele, estão em condições ideais. Nunca vi uma pessoa assim. Dá uma impressão muito agradável. Não considero minha cabeça tão má, e nossas conversas combinam muito bem. Ele diz que é completamente vegetariano e que nunca tomou remédio desde que nasceu. E que também não adoece. Por isso, dá para ver o quanto a comida vegetariana é benéfica." Diria ainda: “Na primavera do ano passado (agosto de 1952) conheci um sacerdote do Templo Yakushi, chamado Gyoim Hashimoto. Era um exemplo de beleza e saúde, além de possuir a mente bastante clara. Com 56 anos, tinha pele rosada, muito bonita. Convidei-o para jantar em minha casa. Como era vegetariano; cuidei de preparar uma refeição composta apenas de vegetais, sem nenhuma espécie de peixe. Do ponto de vista 163 nutricional, portanto, deveria aparentar certa palidez, o que, na realidade, não ocorria.” "Anos atrás, fui passear nas termas de Yunishikawa, situadas nas matas do Estado de Totigui. A população dessa vila era formada pelo clã Heike, composto de noventa famílias, num total de mais de seiscentas pessoas. Todos eram completamente vegetarianos e, embora houvesse peixes saborosos nos límpidos rios da região, eles nem sequer os pescavam. Ouvi dizer que aquelas pessoas que não comem carne desde a época de seus ancestrais, nem sentem nenhuma vontade especial de comê-la. Como a alimentação era estritamente vegetariana, pedi carne de galinha ou ovos, mas me disseram que na vila não havia nem uma coisa nem outra. Isso mostra o quanto seus habitantes eram rigorosos em relação ao vegetarianismo. Obviamente não existiam médicos no lugar. Como eu perguntasse o motivo, responderam-me que ali não havia necessidade de médicos. Na época, o único doente era uma pessoa cometida de apoplexia, não se contando um só tuberculoso. A questão, portanto, é saber o que nos estará ensinando uma vila tão saudável como essa, vegetariana e sem médicos. Segundo me contaram na casa onde eu estava hospedado, a família Heike, ao ser derrotada numa luta, fugira para a mata e nela se embrenhara cada vez mais, fixando-se num local aonde seus perseguidores não pudessem chegar com facilidade. Na época, eram aproximadamente trinta pessoas. Encontrando-se numa mata totalmente virgem, tiveram dificuldades para alimentar-se. No início, sobreviveram comendo raízes de árvores e frutas. Continuando com uma alimentação extremamente simples, a família não apenas sobreviveu como atingiu a prosperidade atual, fato que vem a comprovar minha teoria." "Em termos de saúde, a comida vegetariana é a melhor.” Qualquer iguaria preparada com produtos da Agricultura da Grande Natureza fica extremamente gostosa, além de, 164 quando cozida, apresentar um rendimento fora do comum. Entretanto, o que mais chama a atenção é o sabor. Com isso, a pessoa é incentivada a comer especialmente mais verduras, melhorando assim a saúde e a personalidade. O homem de hoje é muito bravo, rude. Briga e mata com muita facilidade. Tais atitudes estão intimamente relacionadas à alimentação à base de carnes e produtos de origem animal. Por não sentir o verdadeiro sabor dos alimentos, julga que só estará bem nutrido se comer carnes e peixes. Eu também passei por um processo semelhante. Sempre achava que os produtos de origem animal eram mais saborosos que as verduras. Entretanto, após experimentar a Agricultura da Grande Natureza, percebi o gosto original de tudo. "Quem cozinha, acha que uma boa mesa deve ter peixe e carne e estes são utilizados em tão grande quantidade, que chega a ser um problema. Por isso, eu sempre tenho chamado a atenção sobre este ponto. Digo-lhes freqüentemente que preciso comer bastante vegetais e que, por isso, procurem aumentar a sua quantidade. Os nutrientes estão nos vegetais. Todavia, fica difícil trabalhar se formos tranqüilos demais; portanto, ingerimos alimentos de natureza animal. Se a pessoa preparar a comida sabendo disso, será o ideal." 8.7. Flexibilizada com inclusão de carne referente à função. ● Para quem vive em combate. "Entre os alimentos, existem os positivos e os negativos, e não é bom pender para um lado nem para o outro. Os negativos são os vegetais; os positivos são as carnes, entre as quais, a de peixe. A pessoa deve controlá-los, para manter o equilíbrio. Tenho observado a proporção de setenta por cento de negativo e trinta de positivo pela manhã, meio a meio no 165 almoço e setenta por cento de positivo e trinta de negativo à noite. Entre os picles japoneses também há os positivos e os negativos. Os negativos são os verdes, e os positivos, os brancos, como o nabo, Por exemplo; procuro comê-los na proporção de meio a meio.” “Embora para os trabalhadores do campo, os vegetais constituam a melhor alimentação, para o homem da cidade, que trabalha, em especial, com a mente, é necessária uma dieta adequada a esse tipo de atividade mais competitiva. No caso do Japão, por tratar-se de uma ilha, a prioridade recai sobre o consumo de aves e peixes, uma vez que podem ser conseguidos mais facilmente. Além disso, ambas dessas carnes constituem excelente nutrição para o cérebro, tornando-o mais vigoroso e perspicaz. Já na história da raça branca, pode-se observar que o desenvolvimento do espírito competitivo, bem como a predisposição para a luta foram estimulado pelo consumo de carnes de origem animal.” “Para finalizar quero dizer que o ser humano deve alimentar-se de modo simples e natural. Comer, sempre que tiver vontade, sem se preocupar exageradamente com a nutrição. É claro que determinadas circunstâncias precisam ser levadas em conta. Assim para os habitantes das cidades, é preferível uma dieta constituída, em proporções iguais, de produtos de origem vegetal e animal. Para os trabalhadores rurais e para os doentes, recomenda-se, como mais adequada, uma alimentação composta de setenta a oitenta por cento de produtos vegetais, acrescidos aos restantes (20 ou 30%) de origem animal. Se todas as pessoas seguirem esse tipo de dieta sem usar medicamentos, não ficarão doentes com certeza.” “Atualmente, acreditando-se que é bom fazer tudo à moda do Ocidente, dá-se às crianças japonesas o mesmo tratamento dispensado ás ocidentais. Isso constitui um grande erro, porque, na realidade, os japoneses e os ocidentais são 166 essencialmente diferentes. Essa educação errada limitava-se às grandes cidades, mas parece que nos últimos tempos vem se adotando no interior o sistema educacional urbano. A falha está em desprezar a Natureza e atribuir pouca importância ao leite materno, como acontece no Ocidente, dando às crianças leite de vaca em excesso, lhes dispensado cuidados exagerados, fazendo-as ingerir remédios em demasia e aplicando-lhes injeção inadequada. Isso, ainda que teoricamente esteja correto, na verdade acaba enfraquecendo o corpo. Para os ocidentais não há problema, pois foram criados dessa maneira desde os seus ancestrais; com relação aos japoneses, entretanto, a mudança brusca é nociva. Para eles, o melhor método de criação é o japonês, empregado desde a Antigüidade; caso não seja possível aplicá-lo, a mudança deve ser feita gradativamente. Os fatos reais são bem ilustrativos.” “Meishu-Sama não comia desordenamente aquilo de que gostava, mas balanceava os alimentos de origem animal e vegetal. Eu lhe apresentava o cardápio, combinando os pratos, mas notava-se que ele se servia, levando em consideração as calorias.” ● Na semana apenas duas refeições com carne vermelha. Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada: “Inicialmente queremos que você responda a uma pergunta. Como andam suas escolhas em relação à carne vermelha, nas principais refeições? A recomendação de Meishu-Sama [não as conheço] e dos profissionais de nutrição, levando em conta que durante a semana temos 14 refeições principais, é consumir carne vermelha somente em duas delas. Sempre preferindo carnes magras, porção pequena e um acompanhamento de muitos vegetais. E então, já analisou o seu consumo? 167 Para aqueles que extrapolam os limites e mesmo para os que não, mas que andam preocupados com questões ambientais, como o escasseamento da água potável, nós buscamos no livro "Agroecologia, Ecosfera, Tecnosfera e Agricultura", de Ana Primavesi, Ph.D em Nutrição Vegetal e pioneira em agroecologia no país, o seguinte trecho, na página 33. "(...) Por outro lado, os confinamentos de bois de engorda (...) poluem o nível freático de água com nitrato, de modo que as poucas fontes existentes são imprestáveis e tóxicas. Para a produção de um bife, gastam-se 80 litros de água, 240.000 litros para cada boi confinado. É a produção high-tech de alimentos! É exatamente a alta tecnologia que polui as águas, sem falar das superadubações com 4 a 8 toneladas de adubo por hectare que já tornaram inabitáveis muitos vales ou "Creeks" nos EUA e na Suíça (...)". São gastos 80 litros de água potável para um bife! Nem sempre temos a consciência dos valores que estão atrás dos alimentos. Você já calculou o quanto de água potável foi necessário para atender nossa vontade de consumir carne vermelha? Agora, multiplique pelos bilhões de pessoas iguais a nós, que habitam o planeta Terra. Com certeza, os números impressionam, não? Nossos hábitos de consumo afetam diretamente o planeta; portanto, vamos pensar e agir com responsabilidade. Podemos optar pela nossa evolução como seres humanos melhores, tomando consciência de quem realmente somos e, depois, decidir subir um degrau de cada vez, pois na natureza as mudanças ocorrem devagar, seguindo o ritmo de seu ciclo vital. Podemos reduzir o consumo de carne vermelha, fazendo substituições e outras escolhas. Por que será que a crise financeira mundial está acontecendo? Deve haver inúmeras razões; mas, com certeza, uma delas é que servirá como um freio ao consumo exagerado, 168 levando a um momento de reflexão profunda para todos nós. Acima de tudo a vida precisa ser protegida!” ● Mais com peixe. Artigo interessante do site da Fundação Mokiti Okada: “Em 1992, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apresentou oficialmente o Guia da Pirâmide Alimentar, com a intenção de ajudar o público a fazer opções dietéticas para manter a saúde, e diminuir o risco de doenças crônicas. Porém, no início do novo século houve uma mudança radical na pirâmide, para adequá-la aos recentes conhecimentos sobre alimentos funcionais. Nessa nova modificação, foram colocados na base da pirâmide, como mais importantes, a atividade física e controle do peso. Na pirâmide antiga, nem se falava nisso. Em seguida vem o aumento no consumo de alimentos integrais, tais como arroz, pão, cereais na maioria das refeições, e óleos vegetais, dando maior importância ao azeite de oliva extravirgem. A ingestão em abundância de verduras, legumes e frutas, de preferência de produção natural ou orgânica, vem logo após. O consumo de proteína animal fica mais restrito a frango, peixe e ovos, deixando a carne vermelha para uso moderado, no topo da pirâmide. Deve-se restringir muito o consumo de gordura animal, como manteiga, margarina e a própria carne vermelha, bem como diminuir o consumo de alimentos que contém muito carboidrato, como arroz branco refinado, batata, pão branco, macarrão e doces. Orientações para melhorar a saúde: Consuma diariamente produtos integrais; Consuma legumes e verduras em abundância, em todas as refeições; Consuma cinco porções de frutas ao dia. Pode ser como suco ou a polpa da fruta; Reduza o consumo de carne vermelha para duas porções semanais e, no restante, utilize frango ou peixe; Reduza o uso de gordura animal (margarina, manteiga e carne vermelha) e aumente o consumo 169 de gordura vegetal (azeite de oliva extravirgem); Reduza ou elimine o uso de frituras; Pratique diariamente uma atividade física, como caminhada (20 a 30 min.). No local de trabalho, suba ou desça os andares pela escada. Na medida do possível, utilize menos o carro e ande mais a pé. Ao estudarmos os textos de Mokiti Okada, notamos que esta nova proposta da pirâmide alimentar está mais adequada às Suas orientações, quando Ele diz que “O fundamento da saúde é ingerir-se alimentos que contenham grande quantidade de espírito, sendo muito mais inteligente ingerir alimentos como verduras frescas. Os nutrientes necessários à vida humana estão contidos, em grande parte, nos vegetais. Os alimentos que têm maior quantidade de espírito são os cereais, depois os vegetais e, por último, os peixes".” Na Oração Zenguen Sandj se descortina que no Reino do Céu na Terra “É abundante a pesca.”. Isso quer dizer alimentação, ração, substâncias com interesse para a saúde, recreação ou ornamentação? 170 * PARADIGMA SOBRE AGRICULTURA O Volume 8 “Agricultura” compreende os oito tópicos: Base; Solo; Fertilização; Plantação; Proteção; Produção; Vantagens; Dieta. A Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com objetivos desde a contemplação estética até a produção como a de alimentos, de fibras e de matérias primas para as roupas, as construções, os medicamentos, as ferramentas e as bioenergias. Um exemplo é a agricultura hidropônica, aquela que cultiva na água com ausência de solo. Neste volume se prioriza a produção de alimentos no sentido do lavrador e do consumidor de comida que almeja o reino do Céu na Terra, e não da visão mercantilista do agronegócio atual que aumenta a produção de grãos e dos confinamentos de gado de corte fazendo crescer assustadoramente a pobreza humana, a desigualdade social e a fome. Basta ver que se em 1950, no Brasil, não havia uma pessoa faminta, e no mundo, 25 milhões de pessoas com alimentação abaixo de 1.800 calorias por dia; em 2008, no Brasil, se tinha cerca de 20 milhões de famintos, no mundo um 1 bilhão. Hoje, em 2008, já se diz que a produção em massa de biocombustíveis configura crime contra a humanidade por aumentar a fome no mundo. Isso sem falar na exploração econômica, basta o exemplo de para produzir um quilo de carne necessita de 15 mil litros de água e 6 k de cereais, se estes custassem apenas dois reais por suas unidades, certos países dominadores teriam que pagar, no mínimo, 41 mil reais por um quilo de carne aos países dominados. Isso sem se pronunciar a respeito da poluição ambiental causada pela pastagem, queimada de florestas, etc. Isso sem tocar no sofrimento dos animais. A ciência que estuda as características das plantas e dos 171 solos para melhorar as técnicas agrícolas é a Agronomia, palavra formada pelo prefixo grego “agro” (terra cultivada) e pelo radical grego “nomia” (regra). Definida deste modo a agricultura hidropônica não seria uma área de estudo da agronomia, porém as demais agriculturas seriam, como a extensiva, intensiva, itinerante, sustentável, orgânica e natural. A Agricultura Natural, também designada neste século por Agricultura da Grande Natureza, e chamada em suas origens de Agricultura Sem Adubo, é uma agricultura filosófica espiritualista que trouxe uma revolução no cultivo da terra. Essa pode ser atestada quando Meishu-Sama ensina que “Atualmente, seguindo a ordem Divina, estou apenas apontando o problema da doença e os erros da agricultura, questões fundamentais para a construção do Paraíso Terrestre.” Em linhas gerais, Agricultura Natural mantém um elo coerente desde o produtor (plantas = vegetais) até o consumidor (homens e animais), no tocante à manutenção da saúde e preservação do meio ambiente. A dieta é: originada de uma medicina moderna espiritualista; fundamentada essencialmente no organismo; alicerçada secundariamente no espírito do alimento; embasada por baixo valor de nutriente, diversidade e requinte; direcionada para o vegetarianismo com relação à missão; flexibilizada com inclusão de carne referente à função. 172 ● Mudança na Agricultura Através de poemas de Meishu-Sama se pode ter idéias iniciais sobre as mudanças profundas propostas pelo Fundador da Messiânica. “Deus, criador do homem, Não deixou de criar alimentos Para o sustento do homem. Este é o momento de salvar os agricultores, Desde tempos remotos valorizados, Como grande tesouro da lavoura. Tolice deste mundo Sujar com adubos tóxicos O solo, criador do tesouro que é a vida.” “A tolice de semear sofrimentos Sujando o solo, Maculando o espírito e o corpo. Paraíso Agrícola! Este surgirá com o desaparecimento, da Terra, Da crendice nos terríveis adubos tóxicos. É impossível medir, Através da limitação da Ciência, O grande princípio que rege a Natureza.” “Fazer viver os sofridos homens De vida lastimável e efêmera É a benção de Deus. Bênçãos do sol, lua e terra. Em breve, o mundo as enaltecerá ainda mais Como as três Graças Divinas. Sublime Vontade Divina! Profusão de frutos Ao purificar o solo e plantar sementes puras.” O fato da agricultura preconizada por Meishu-Sama ser chamada, em seu início, de Agricultura Sem Adubo talvez se 173 deva a sua visão de que “Solo é adubo. Adubo não é nada mais do que o próprio solo.” Visão de que não concebia a idéia fixa na cabeça de que “só o solo não é suficiente, tem que se colocar algo nele.”, que seria o mesmo pensamento que se tem com o organismo e sua alimentação, onde se come verduras, cereais, etc., mas, se acha que se deve complementar com vitaminas, que sem isto o corpo se enfraquece. Eis mais apreciações a respeito. “Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra, impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.” “Por isso, ainda hoje, iludidos pela idéia de que a má colheita provém exclusivamente da falta de adubos, os agricultores empregam todo tipo de resíduos animais ou vegetais e também substâncias químicas, tornando o solo a tal ponto enfraquecido que, atualmente, em várias partes do mundo, não há terras férteis.” “Até hoje, contudo, o ser humano não havia tido conhecimento da essência do solo ou, talvez, ninguém tivesse sido capaz de ensinar-lhe esta verdade. Então, por ignorá-la, os agricultores começaram a usar adubos. Com o correr do tempo, passaram a acreditar na necessidade de empregá-los constantemente durante o plantio, chegando tal dependência a tornar-se uma espécie de superstição. Por isso, no começo das minhas pregações, quando eu falava sobre a agricultura sem adubos, ninguém me ouvia. Pelo contrário, até riam de mim.” Mas, o que diz, em linhas gerais, essa revolução no cultivar na terra? Base: Respeita a Natureza, como lei; Emprega a reflexão, como técnica; Adota o solo da mesma forma que um ser vivo, 174 como princípio; Foca os lavradores e consumidores, como principais. Solo: Camada superior da crosta terrestre que possui espírito com razão, sentimento e vontade, sem liberdade e locomoção; Necessita ser reverenciado com amor e mantido saudável; Exige ser misturado com matéria orgânica. Fertilização: Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos elementos Solo, Água e Fogo; Processo produtivo que revoluciona o cultivo agrícola; Revela o poder da terra por ser adubada à base de nitrogênio; Acrescenta inicialmente terra isenta de adubo; Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza; Quando artificial, seu uso tem efeitos maléficos. Plantação: Plantio reconhecedor de que os vegetais têm alma; Que a força básica responsável pelo crescimento das plantas é o elemento terra; Que não só a terra, mas também as sementes devem estar desintoxicadas; Que a energia da terra se fortalece misturando nela compostos naturais; Que a cultura repetitiva é benéfica e a lavragem fora do solo é prejudicial; Que a horta caseira sem estrume deve ser incentivada. Proteção: Amparo procedente do Soonen e Kototama positivos; Apoio proveniente da própria Natureza como a seleção natural; Cuidado oriundo do Johrei ministrado na terra, sementes e plantas; Defesa em manter aquecimento e umidade adequados. Produção: Iniciada com excelente progresso; Alicerçada na construção do Paraíso Terrestre; Adequada aos moradores da região cultivada; Ligada ao espírito da terra e a influência das árvores e sombras das montanhas; Determinada pelas variações climáticas e potencial hidráulico; Abençoada em seus produtos; Lembrada que os agroquímicos e agrotóxicos turvam o sangue; Relembrada que eles acarretam aumento e variedade de pragas e insetos. Vantagens: O prejuízo causado pelos insetos nocivos diminuirá muito; A safra aumentará enormemente; Os gastos com adubos serão dispensados; Os trabalhos diminuirão pela 175 metade; Os produtos aumentarão de peso especifico, não diminuirão de volume ao serem cozidos; Terão um delicioso sabor e aroma; Problemas que preocupam como o das larvas e parasitas intestinais desaparecerão; Colabora para a existência de paz. O escolhido foi a fertilização. Fertilização Antes de tudo, registra-se que adubo e fertilizante são sinônimos. Fazendo-se uma análise química do solo e de algum produto agrícola nele produzido, descobre-se que o produto necessita deste ou daquele tipo de nutriente; mas como esses nutrientes não são encontrados no solo analisado, este é considerado incapacitado e, por conseguinte, conclui-se que ele não é fértil. Por se acreditar nisso é que nasceu a técnica de adubar o solo, achando que bastava jogar adubo na terra para ela voltar a ser fértil. Esta é a “superstição dos adubos” anunciada por Meishu-Sama. Segundo essa superstição, o solo não passa de um material que simplesmente “abastece” as plantas com adubo. Portanto, a partir desta idéia, foi criada a hidropônica, uma técnica que utiliza o fertilizante líquido como adubo para culturas produzidas somente com água. Com a expansão das áreas urbanas os fertilizantes minerais substituíram os resíduos orgânicos como fonte de nutrientes para as culturas. O processo natural de formação de compostos e húmus, produzido espontaneamente pelos organismos decompositores, dá lugar a um processo artificial de formação de fertilizantes químicos produzido em fábricas por meio de adições químicas que visam suprir as deficiências em substancias vitais a sobrevivência dos vegetais. No entanto, o agrônomo e o agricultor não podem esquecer que se deve adubar o solo e não a planta, pois assim como quem produz o leite é a vaca, por analogia, quem produz a 176 colheita é o solo. Por outro lado, também não devem olvidar de quem faz o solo produzir não são os bois, mas os microorganismos que vivem nele, daí as palhadas não devem apenas alimentar os bois, mas também as bactérias, vírus e fungos. Estas microvidas ajudam as sementes fortes a nascer, as sementes fracas elas fazem apodrecer, bem como as plantas fortes elas ajudam a produzir, e as plantas fracas elas aniquilam. Outro senão, é que o mundo não sobreviverá graças a indústrias poderosas, mas por causa dos agricultores briosos. Não é o dinheiro que forma o homem, mas sim o alimento produzido pela terra. E terra não é uma máquina de produção. Sem respeito e amor à natureza, não se pode esperar fartura, mas sim a degradação. Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos elementos Solo, Água e Fogo O Messias desvendou o Poder da Natureza como a incógnita surgida da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos elementos Fogo, Água e Solo. Eis sua explicação: “Mas o que é o Poder da Natureza? É a incógnita surgida da fusão do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, dos elementos fogo, água e solo. O centro da Terra, como todos sabem, é uma massa de fogo, a qual é a fonte geradora do calor do solo. A essência desse calor, infiltrando-se pela crosta terrestre, preenche o espaço até a estratosfera. Nessa essência também existem duas partes: a espiritual e a material. A parte material é conhecida pela Ciência com o nome de nitrogênio, mas a parte espiritual ainda não foi descoberta por ela. Paralelamente, a essência emanada do Sol é o elemento fogo, que também possui uma parte espiritual e uma parte material; esta última é a luz e o calor, mas aquela também ainda não foi detectada pela Ciência. A essência emanada da Lua é o elemento água, e a sua parte material é constituída por todas as formas em que a água se apresenta; quanto à parte espiritual, também ainda não foi 177 descoberta. O produto da união desses três elementos espirituais ainda não detectados constitui a incógnita X através da quais todas as coisas existentes no Universo nascem e crescem. Essa incógnita X é semelhante ao nada, mas é a origem da força vital de todas as coisas. Consequentemente, o desenvolvimento dos produtos agrícolas também se deve a esse poder. Por isso, podemos dizer que ele é o fertilizante infinito. Reconhecendo-se essa verdade amando-se e respeitando-se o solo, a capacidade deste se fortalece espantosamente. A Agricultura Natural é, pois, o verdadeiro método agrícola. Não existe outro. Através de sua prática o problema da agricultura será solucionado pelas raízes.” Até numa simples folha de árvore existem os elementos Fogo, Água e Solo. De fato, tomando-se um punhado de folhas. Elas eram algo que estava vivo, e ficaram completamente secas. O fato de terem ficado secas significa que Água acabou. Sob o ponto de vista científico, afirma-se que os vegetais são constituídos de 98% de água e o restante de substancias originarias do solo e da energia solar. E ficaram apenas o Fogo e o Solo. Então se ateando fogo nas folhas, queimando-as por completo, significa que “acabou o Fogo”. Depois da queima sobrou a cinza, algo que retorna à terra, isto é, voltou a ser o elemento Solo. Com isso, se comprova que através dos fatos os seres vivos são constituídos de “Fogo, Água e Solo.” Processo produtivo que revoluciona o cultivo agrícola “Visto que a Agricultura Natural, antes de tudo, dispensa os adubos, até agora considerados como a vida dos produtos agrícolas, todos os tipos de censura lhe foram feitos pelos próprios familiares dos agricultores e por pessoas de suas aldeias, terminando por torná-la alvo de gozação e risos. Mas os praticantes do método suportaram tudo isso em silêncio e persistiram. Ao ver esses relatos, lágrimas de emoção me sobem 178 aos olhos; sinto, também, um aperto no coração quando penso que não fossem pela sua fé, eles nada teriam conseguido. Entretanto partindo de pessoas que descendem de longas gerações totalmente dominadas pela superstição dos adubos, essa descrença de muitos é natural. Tudo isso me faz lembrar certos descobridores e inventores que a História registrou, cujas obras ainda hoje prestam serviços à humanidade, e que, mesmo sofrendo por mal-entendidos e opressões, continuaram lutando para ser reconhecidos os frutos de sua inteligência e trabalho. Esse difícil procedimento não poderia deixar de nos comover.” No entanto, parte dos discípulos de Meishu-Sama pensava: "Ele é realmente entendido sobre a cura de doenças, mas sobre a Agricultura, não é tão profundo conhecedor do assunto." O próprio Mestre da Messiânica relata: “No começo, por melhor que eu explicasse o processo da Agricultura Natural, as pessoas não me davam ouvidos e acabavam em gargalhadas. Pouco a pouco, porém, minhas explicações foram sendo aceitas e, ultimamente, de ano para ano, aumenta o contingente de praticantes do novo método, mesmo porque as colheitas, em toda parte, vêm dando prodigiosos resultados. Ainda que a maioria pertença à esfera dos fiéis de nossa Igreja, em várias regiões já está aparecendo, fora dessa esfera, um número considerável de simpatizantes e praticantes da Agricultura Natural, número este que tende a aumentar rapidamente. Já se pode imaginar que não está longe o dia em que a veremos praticada em todo o território japonês.” Mais tarde: “Finalmente é bom ressaltar que, em diversos lugares do globo terrestre, muitos produtores, embora nunca tenham ouvido as minhas palavras, já estão começando a praticar a Agricultura da Grande Natureza.” Mas, o que é importante registrar é que o valor do adubo é momentâneo. Pois, se a agricultura praticada até hoje conseguiu bons resultados com o uso de adubos, porém estes corroem a terra, e esta se torna cada vez mais pobre. Sem perceber isso, as pessoas mostram-se deslumbradas com os 179 resultados momentâneos. Por fim, tanto a terra como o homem ficam intoxicados. No caso do Japão que usa excremento humano como adubo, afasta o turista, dado o perigo da transmissão de vermes. Por exemplo: os americanos não comem verduras produzidas naquele país. A Agricultura Natural por ser um movimento para destruir a superstição dos adubos, utiliza apenas compostos naturais, ou seja, matéria orgânica vegetal. “Quanto mais adubos forem usados, maiores serão as dificuldades na produção de alimentos. Portanto, da mesma forma que os remédios encurtam a vida humana, os adubos interferem na vitalidade da terra, impedindo-a de exercer normalmente a sua função reprodutiva. Dessa forma, a humanidade fica duplamente prejudicada.” “Falando abertamente, a divulgação do nosso método de agricultura poderá ser definida como "movimento para destruir a superstição dos adubos.” Não usando absolutamente nada daquilo a que se dá o nome de adubo, seja de origem animal ou químico, pois é um cultivo que utiliza apenas compostos naturais, o método é, realmente, o que seu nome diz: Agricultura Natural. As folhas e capins secos formam-se naturalmente, ao passo que os adubos químicos e mesmo o estrume de cavalo ou galinha, assim como os resíduos de peixe, carvão de madeira, etc., não caem do céu nem brotam da terra: são transportados pelo homem. Portanto não é preciso dizer que são antinaturais.” “Para explicar o que é a Agricultura Natural, vou partir do seu princípio básico. Em primeiro lugar, o que vem a ser o solo? Sem dúvida, é uma obra do Criador e serve para a cultura de cereais e verduras, importantíssimos para a manutenção da vida humana. Por conseguinte, sua natureza é misteriosa, impossível de ser decifrada pela ciência da matéria. A agricultura atual, sem saber, acabou tomando o caminho errado e, como conseqüência, menosprezou a força do 180 solo, chegando à errônea conclusão de que, para se obterem melhores resultados, deveria haver interferência humana. Com base nesse raciocínio, passou a utilizar estercos, adubos químicos, etc. Dessa maneira, a natureza do solo foi pouco a pouco se degradando, sofrendo transformações, e a sua força original acabou diminuindo. Contudo, o homem não percebe isso e acredita que a causa das más colheitas é a falta de adubos. Assim, utiliza-os em maior quantidade, o que reduz ainda mais a força do solo. Atualmente o solo japonês está tão pobre, que todos os agricultores lamentam o fato.” Abraça a mestra misteriosa Grande Natureza O Mestre da Messiânica assinalou: “Em tudo, a ordem é importante. Assim, devemos tomar como exemplo a Grande Natureza. Por mais que se queira, a cerejeira nunca floresce antes das ameixeiras, existindo aqui, naturalmente, a ordem da Grande Natureza. Portanto, a base da fé está em seguir a ordem da Grande Natureza. E isso é igual tanto para a Agricultura Natural como para o Johrei. Assim, não há nenhum erro em segui-la. Na época em que eu curava os doentes e me perguntavam: “Com quem o senhor aprendeu?” eu respondia: “Com a Grande Natureza”. (...) O meu mestre, em primeiro lugar, é a Grande Natureza e, em segundo, os enfermos. Aprendi diversas coisas na prática da cura de doenças. O preconizador da Agricultura Natural escreveu em 1952: “Todas as verdades que tenho exposto sobre a Agricultura da Grande Natureza não correspondem à minha opinião. São palavras de Deus Criador com o objetivo de livrar as plantas das influências perniciosas dos agrotóxicos. Há muito tempo, foi-me revelado por Deus que as espigas do arroz possuíam, no início do surgimento, apenas de cinco a seis grãos. Contudo, de acordo com o crescimento da 181 população, foi também aumentando a capacidade produtiva dessa planta e, hoje, cada espiga contém, em média, de cento e vinte a cento e trinta grãos. Há, mais ou menos mil anos, essa média oscilava entre cinqüenta e sessenta grãos; a metade, portanto, dos números atuais. É preciso ainda, devido ao crescimento cada vez maior da população, aumentar mais, devendo chegar a duzentos ou trezentos grãos. Caso contrário, algum procedimento dos agricultores deve estar errado. Outro aspecto a ser considerado é que a mudança que está ocorrendo no Mundo Espiritual vai determinando resultados melhores e mais positivos para a agricultura. Quer dizer, com o aumento do espírito do fogo (Kasso = energia de origem espiritual semelhante à do Sol no Mundo Material) as purificações se aceleram e fica bem evidente a influência negativa do uso de adubos. É, pois, por essa razão que o método da Agricultura da Grande Natureza, como sempre afirmo, está de acordo com a Lei de Deus. Quando não se faz nada errado, deixando que a Grande Natureza trabalhe livremente, sem os obstáculos dos fertilizantes, os resultados são excelentes, devido à ação benéfica de Kasso. Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De fato, o uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os fertilizantes artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra, impedindo-a de aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais adequada ao desenvolvimento de determinadas plantas.” 182 ● Inovação na Dieta Mas, o que diz, em linhas gerais, essa revolução no cultivar na terra? Introdução à dietética humana: ● Definição; ● Modalidades; ● Exemplares; ● Organismo ou ser vivo; ● Alimento e nutriente; ● Materialista e espiritualista. Originada de uma medicina moderna espiritualista. Fundamentada essencialmente no organismo: ● A dietética (alimentação, nutrição) atual é uma teoria demasiada distante da realidade; ● O organismo, com sua capacidade de se adaptar ao meio ambiente, produz todos os nutrientes indispensáveis a partir de quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso; ● Evitar a ingestão de leite de vaca para não atrofiar a produção de leite materno; manter livre de tomar sangue para não ficar anêmico; observar que o exercitar-se fisicamente é coadjuvante em relação à saúde das vísceras; ● O sistema do ser humano importante em termos de alimentação é o aparelho digestivo; ● Deste modo, a nutrição moderna tem um erro básico ao não assumir como verdade que o organismo é que é a sua parte espiritual e o alimento a sua parte material. Alicerçada secundariamente no espírito do alimento: ● A nutrição atual é uma comédia, algo que não pode ser levado a sério; ● O espírito (a matéria) do homem (organismo) se nutre do espírito (da matéria) do alimento; ● O Criador preparou alimentos especiais para serem ingeridos pelo homem a fim de manter-lhe a vida; ● Encaminhamento para a destoxificação. Embasada por baixo valor de nutriente, diversidade e requinte: ● A alimentação atual é um processo de ingestão que não percebe os nutrientes como a forte energia espiritual que existe nos alimentos destacadamente nos de pequena importância alimentar, variabilidade e refinamento; ● A pobreza em elementos protéicos faz bem a saúde em geral, a resistência física ao trabalho da lavoura realizado pelos agricultores e ao frio de determinadas épocas do ano, e é uma boa nova até mesmo 183 para a economia; ● As carnes fazem contrair doenças como o câncer e encurta a vida. Direcionada para o vegetarianismo com relação à missão: ● Aumenta a longevidade; ● Beneficia as pessoas com problemas pulmonares e pleurite; ● Encaminha ao paraíso terrestre. Flexibilizada com inclusão de carne referente à função: ● Para quem vive em combate; ● Na semana apenas duas refeições com carne vermelha; ● Mais com peixe. O escolhido foi a fundamentada essencialmente no organismo. A dietética (alimentação, nutrição) atual é uma teoria demasiada distante da realidade Isso ocorre porque o primordial não são os alimentos e nutrientes com as superalimentações e variedades alimentícias, nem os nutrientes em quantidades exageradas e nem tampouco as calorias, mas sim a atividade alquímica do organismo. “Não seria preciso explicar, a essas alturas, quem o alimento serve para manter a vida; na interpretação desse aspecto, porém, há uma grande diferença entre a teoria atual e a realidade. Quando o homem ingere um alimento, em primeiro lugar ele o mastiga; passando pelas vias digestivas, o bolo alimentar vai para o estômago e, daí, para o intestino. As partes necessárias são absorvidas, enquanto que o resto é eliminado. Até chegar a esse processo, entram em ação diversos órgãos, como o fígado, a vesícula biliar, os rins, o pâncreas e outros, que extraem, produzem e distribuem os nutrientes necessários ao sangue, músculos, ossos, pele, cabelos, dentes, unhas, etc. Assim, é realizada incessantemente a atividade de manutenção da vida. Trata-se de uma misteriosa obra da Criação, impossível de ser expressa por meio de palavras. É esse o estado normal da Natureza.” “Algumas vezes, já discorri sobre erros irreparáveis 184 causados pelo uso de medicamentos. De outra parte, é também de suma importância não perder de vista os danos advindos de uma alimentação inadequada. Tenho falado, em várias ocasiões, sobre a inconveniência das proteínas animais, especialmente em casos de doenças graves como, por exemplo, a tuberculose. Vão muito além, entretanto, os erros das dietas modernas. O pior deles, a meu ver, consiste na preocupação exagerada com as variedades alimentícias em detrimento da valorização das funções orgânicas, as quais intervêm, de fato, diretamente na nutrição. Vejamos, então, o absurdo que reside na idéia de que os complexos vitamínicos são indispensáveis para suprir carências do organismo. Na verdade, a defesa de tal princípio significa ignorar totalmente a faculdade natural das funções orgânicas. Estas produzem suficientes vitaminas, carboidratos, proteínas, aminoácidos, glicogênio, gorduras e quaisquer outras substâncias necessárias ao pleno suprimento do organismo. Mesmo que um alimento não contenha vitamina alguma, por meio de uma atividade alquímica, os órgãos responsáveis pela nutrição, têm capacidade de realizar determinados processos transformando qualquer nutriente na quantidade de vitaminas das qual o corpo necessita. É por isso que dietas balanceadas, característica das superalimentações produzem, no organismo, um efeito contrário, quer dizer, quanto mais exagerados forem os recursos nutritivos, mais o corpo se debilitará. De modo análogo, a carência de vitaminas está diretamente proporcional à quantidade delas, ingeridas pela pessoa. De fato, ao expor minhas idéias, só estou querendo mostrar que, ao serem consumidos nutrientes em quantidades exageradas, a função natural dos órgãos regride, isto é, a sua atividade normal cessa por falta de uso. Estou, portanto, querendo mostrar claramente a todos que a força vital do ser humano é gerada pela atividade das funções orgânicas. Em outras palavras, o laborioso e complexo 185 processo mediante o qual o organismo transforma os alimentos, tornando-os completos, é que dá origem à vitalidade humana.” O organismo, com sua capacidade de se adaptar ao meio ambiente, produz todos os nutrientes indispensáveis a partir de quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso Em outras palavras, a misteriosa função nutritiva do organismo consegue produzir nutrientes, na quantidade necessária, até mesmo a partir de alimentos que não as contêm. Assim, a atividade de produção de nutrientes constitui a própria força vital do homem, ou seja, a transformação do alimento inacabado em alimento acabado não é senão o próprio viver. Essa capacidade se deve a verdade ser o próprio estado natural das coisas e o homem só conseguir ser feliz, se tiver como modelo a Grande Natureza [matéria e espírito da natureza] e viver em harmonia com ela [dominá-la é gerar poluição ambiental, aquecimento global e doenças]. “Vou dar uma explicação sobre os compostos vitalícios. O organismo produz todos os nutrientes indispensáveis sejam eles vitaminas ou não a partir de quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso. Em outras palavras, a misteriosa função nutritiva do organismo consegue produzir vitaminas, na quantidade necessária, até mesmo a partir de alimentos que não as contêm. Assim, a atividade de produção de nutrientes constitui a própria força vital do homem, ou seja, a transformação do alimento inacabado em alimento acabado não é senão o próprio viver. (...) Por outro lado, se ingerimos medicamentos destinados a facilitar a digestão, a atividade estomacal se reduz, o que acaba enfraquecendo o estômago. Aí a pessoa toma remédio de novo, e esse órgão enfraquece mais ainda. Assim, a causa das doenças estomacais está realmente na utilização de remédios estômago. É comum ouvirmos pessoas 186 que sofriam de problemas estômaco-intestinais crônicos dizerem que, não conseguindo curar-se com uma alimentação baseada em alimentos de fácil digestão, optaram por alimentos de digestão mais difícil, como o “ochazuke’’ e os picles japoneses, e com isso conseguiram ficar curadas. Comparemos essa força vital baseada na transformação dos alimentos inacabados em alimentos acabados com a atividade de uma fábrica de máquinas. Em primeiro lugar, adquirimos o material necessário. A fábrica queima o carvão, movimenta as máquinas e, pelo trabalho dos operários, produzem-se novas máquinas. Essa é a razão da existência da fábrica. Suponhamos, agora, que compremos máquinas prontas. Não haverá mais necessidade da queima do combustível, do movimento das máquinas nem do trabalho dos operários, e por isso não há outra alternativa senão fechar a fábrica.” Evitar a ingestão de leite de vaca para não atrofiar a produção de leite materno; manter livre de tomar sangue para não ficar anêmico; observar que o exercitar-se fisicamente é coadjuvante em relação à saúde das vísceras Por essa razão, quando se ingerem nutrientes que são produtos sintéticos, os órgãos encarregados da produção de nutrientes tornam-se inúteis e acabam se atrofiando naturalmente. Com isso, os outros órgãos relacionados também se atrofiam, o que vai enfraquecendo gradativamente o corpo. “Um outro fato, que me serve de exemplo, é o que acontece com as mães em período de amamentação. Quando têm pouco leite, são aconselhadas a tomar o de vaca. Tal orientação, ridícula a meu ver, não atinge o foco do problema. Se o leite materno está escasso, é por que existe alguma disfunção orgânica. É preciso, portanto, descobrir onde ela se encontra para corrigi-la. Como, porém, os médicos não percebem o erro, nada podem fazer; recomendam, então, às mães lactantes a ingestão do leite de vaca. Com isso, a função do 187 órgão responsável pela produção do leite materno se atrofia, diminuindo, dessa forma, ainda mais a quantidade.” “Mais um hábito digno de espanto é de doentes tomarem sangue de animal como elemento nutritivo. Tal procedimento produz, às vezes, um efeito momentâneo. Na verdade, porém, causa o enfraquecimento dos órgãos produtores de sangue e traz como conseqüência, a anemia. Diante de tantas constatações, é preciso pensar um pouco melhor no processo alimentício desenvolvido pelo organismo humano que, ao receber nutriente como pão e arroz branco, vegetal verde e cereal amarelos, produz sangue vermelho. Espantoso trabalho do corpo humano, essa máquina geradora de sangue a partir de elementos tão diversos! O mesmo se pode observar entre os animais. A vaca, por exemplo, se alimenta de capim e produz excelente leite. Há, portanto, alguns erros na ciência da nutrição que devem ser esclarecidos a partir do conhecimento da força da Grande Natureza. Com isso, muitas teorias sem lógica serão descartadas por completo.” “Outro ponto sobre o qual quero falar também um pouco diz respeito aos exercícios físicos, necessários à saúde humana. A ação principal de tais atividades é exercida sobre o metabolismo, uma vez que elas ativam a circulação periférica e fortalecem a musculatura. No que diz respeito às vísceras, a atividade física é um coadjuvante, ou seja, exerce apenas um papel secundário.” “Por essa razão, quando se ingerem compostos vitamínicos, que são produtos sintéticos, os órgãos encarregados da produção de vitaminas tornam-se inúteis e acabam se atrofiando naturalmente. Com isso, os outros órgãos relacionados também se atrofiam, o que vai enfraquecendo gradativamente o corpo. Vou citar alguns exemplos. Houve uma época, nos Estados Unidos, em que esteve em moda um regime alimentar chamado Fletcher’s. Esse método consistia em mastigar ao máximo os alimentos, considerando que quanto mais pastosos eles estivessem ao 188 serem engolidos, melhor seria a digestão. Segui o método à risca durante um mês. Acontece que fui ficando fraco, não podendo fazer força como desejava. Desapontado, acabei abandonado o método, e assim as minhas energias voltaram ao normal. Foi aí que descobri que é um grande erro mastigar excessivamente os alimentos, pois, como os doentes os trituram bem, torna-se desnecessária a atividade a atividade do estômago e isso o enfraquece. Portanto, o melhor é mastigar os alimentos pela metade. Desde os tempos antigos, dizem que as pessoas que comem depressa e na hora de defecar também o fazem rapidamente são pessoas sadias. Nesse aspecto, o homem daquela época estava mais avançado que o homem moderno.” O sistema do ser humano importante em termos de alimentação é o aparelho digestivo A ponto de se afirmar que a alimentação baseada com produtos da agricultura natural é a mais recomendável, porém não é o determinante da dietética, mas sim o fortalecimento do aparelho digestivo que ocorre com o comer alimentos não facilmente digeríveis e o mastigar pouco. “É preciso ressaltar que, entre os órgãos geradores de força vital, destacam-se os da digestão. Tanto assim que qualquer sensação de enfraquecimento, de estômago vazio, é suprida pela ingestão de algum alimento. Com isso, o organismo inteiro fica novamente revitalizado. Assim acontece porque todos os órgãos estão inter-relacionados. É natural, então, que, ao ser satisfeita a necessidade de um deles, todos os demais usufruam do mesmo benefício. Como atualmente, as pessoas tendem, cada vez mais, a ingerir alimentos completos, artificialmente elaborados, a função digestiva está ficando, a cada dia, mais prejudicada. Daí ser de suma importância que cada um se detenha atentamente ao meu alerta.” 189 Deste modo, a nutrição moderna tem um erro básico ao não assumir como verdade que o organismo é que é a sua parte espiritual e o alimento a sua parte material O que permite afirmar não existir alimento que não contenha as substâncias necessárias à manutenção do homem. "O erro fundamental da dietética moderna é basear suas pesquisas em apenas um dos dois aspectos da nutrição. Ela toma o alimento como objeto principal dessas pesquisas, negligenciando a parte que se refere às funções orgânicas. As funções orgânicas do homem são tão perfeitas que, ao nível da Ciência atual, não se consegue entendê-las. A partir dos alimentos, elas transformam e produzem livremente os nutrientes necessários. Vejam: esse verdadeiro cientista chamado aparelho digestivo transforma os alimentos ingeridos, como o arroz, pão, verduras, batatas, feijão, etc., em sangue, músculos e ossos. Por mais que se analisem os componentes desses alimentos, não se conseguirá descobrir um glóbulo sangüíneo sequer, nem um milímetro de células musculares. Por outro lado, por mais que se dissequem os alimentos, não será possível localizar uma só molécula dos componentes das fezes ou da urina, nem tampouco traços da amônia. Assim, se fornecermos vitaminas ou plasma sangüíneo ao corpo, considerando-os nutrientes, qual será o resultado? Acentuar-seá o enfraquecimento do corpo. “Não existe alimento que não contenha as substâncias necessárias à manutenção do homem.” 190