Escrito por Didú às 21h17 [ (0) Comente ] [ envie esta mensagem ] [ link ] 11/10/2009 Nós deveríamos beber mais vinho verde. O brasileiro deveria beber mais vinho branco e mais vinho verde. Seu frescor e jovialidade combinam muito com nosso clima e nossa descontração. É verde pois a Região é muito verde, muito arborizada, a mais arborizada de Portugal, mas é verde também pois deve-se bebê-lo novinho, jovem, verde... O dia começou e terminou com atraso. Em vez de Quinta da Lixa, fomos de Quinta do Ferro. O simpático Carlos Fonseca comprou a Quinta do Ferro há onze anos e sua especialidade é a casta Avesso, dela ele produz um ótimo espumante Super Reserva, com bom pérlage, ótima espuma na boca, nariz com leve tostado e discreto fermento de pão, estruturado e fresco, que permanece 15 meses “sur lies” e custa no mercado português € 17,00. Você já viu uma garrafa em “Sur Lies” ou “Com as Bôrras” ? Veja o Carlos explicando entre suas 110 mil garrafas. Da mesma Avesso produz um agradável vinho verde de € 7,00. Ele não tem importador para o Brasil. [email protected] www.quintadoferro.pt Veja no vídeo o simpático Carlos falando da casta e as garrafas. O almoço em sua Quinta, em meio a tinas que fermentavam, cubas de aço e um belo estoque de 110 mil garrafas de espumantes, sua especialidade, aos fundos em câmara fria, foi um show. Saímos atrasados, claro com a receptividade de Carlos, com “burregos e batatas assadas” e muito vinho. Fomos até a Quinta de Carapeços, da família Miguel Pereira de Abreu, o pai, filho e neto com o mesmo nome. A família nobre e educada, com uma propriedade maravilhosa, nos recebeu nos jardins da casa, com uma mesa repleta de quitutes caseiros super bem feitos. Seus vinhos são finos e alguns surpreendentes. Os destaques que “Secondo Me” deveriam estar no Brasil, são: Quinta de Carapeços Alvarinho (€ 7,00 em Portugal), floral, fresco, elegante, com toques de pêra verde e 13,5º. O Quinta de Carapeços Espumante Rosé (de Espadeiro) é de uma elegância fantástica. Um grande show de delicadeza e sedução (€ 14,00) muito fino mesmo. Eles fizeram um colheita tardia dessa uva, que foi colhida em fevereiro!!! E ficou com a cor dourada, mas não o provamos lamentavelmente. Porém provamos a casta Vinhão que me surpreendeu. Você conhece? Vinho que não agradaria iniciantes, mas que faria a festa com os curiosos traquejados. Gostaria que o Ramatis, o Luiz Horta e o Pagliari, meus melhores companheiros de degustação estivessem comigo. Imaginem um vinho de uma cor que dava para encher a caneta tinteiro e escrever com ela. Numa jarra de louça branca acho que tingiria... No nariz, parece que você está dentro de uma moringa e com um pedaço de toucinho na mão. Intrigante, na boca é seco e ácido ao mesmo tempo, com muita estrutura. Uma cambalhota. Demora-se para entender aqueles efeitos contrários da acidez salivando sua boca e os taninos secando. Com os embutidos picantes é espetacular, com chouriços, com a azeitona. Bárbaro. É o tipo do vinho para se colocar com a tal insistente harmonização de vinho com feijoada que sempre me pedem. Também não estão no Brasil. [email protected] www.quintadecarapecos.com Escrito por Didú às 19h09 [ (1) Apenas 1 coment�rio ] [ envie esta mensagem ] [ link ] Alguns porquês... sobre biodinâmicos. Por que os vinhos orgânicos, naturais e biodinâmicos causam tanto incômodo ao mercado do vinho refém da indústria química? Por que taxar de esotéricos, místicos e curandeiros, pessoas que produzem seus vinhos como seus ancestrais faziam? Por que a humanidade viveu onze mil anos fazendo uma agricultura pura, sem química e agora acha que não pode mais? Por que mesmo entre os céticos e críticos da Biodinâmica ninguém poda uma videira na lua minguante e não engarrafa seus vinhos em lua cheia? Por que a humanidade reconhece as influências da Lua sobre a nossa natureza e desconsidera a influência de outros astros ou planetas? Alguém pode, sinceramente aceitar que neste vasto Universo em movimento e misteriosa harmonia, apenas a Lua exerce influência na vida da Terra? A era de Galileu já passou gente. Por que chamar de esoterismos ou misticismos, práticas que a ciência não sabe explicar? Não seria mais inteligente estudar? Pesquisar? Por que um esterco que é introduzido num chifre de vaca e enterrado de um equinócio a outro, fica 80 vezes mais potente que o que não passa por esse processo? A ciência sabe dizer? Seria bruxaria?... Por que uma substância quanto mais diluída e dinamizada tem efeito maior? Isso é bruxaria? Por que uma indústria não se interessa em estudar um negócio onde menos é mais, em benéfico da humanidade em vez do benéfico apenas de seus acionistas? Não daria para fazer as duas coisas?