Congresso SET 2014 - II Parte
soluções na transmissão de conteúdos no sistema DTH e na utilização
de aplicativos de conteúdo, redes sociais, programação e etc., adequados
a cada perfil de assinante.
César do Amaral (Claro TV) apresentou o uso e demanda dos satélites na oferta de TV paga e internet
utilizando-se, principalmente, da
banda Ka. A seguir, Christoph Limmer (Eutelsat) demonstrou o sistema Smart LNB visando a integração
dos mundos IP e broadcast. O sistema prevê enviar via antenas parabólicas padrão do sistema DTH as
mesmas funções da TV terrestre: a
TV linear, conteúdo das Smart TV’s
, TV social, video on demand, múltiplas telas e múltiplos dispositivos,
aplicações de segunda tela e mais.
A previsão do sistema Smart LNB
estar disponível no mercado é de
12 ou 18 meses.
Therry Martin (Nagra) apresentou
o futuro dos aplicativos na TV por
Assinatura, que segue o mesmo padrão que vem sendo apresentado
pelas emissoras de TV broadcast e
que oferecem uma enorme gama de
serviços se utilizado com os dispositivos existentes hoje no mercado
(smartphones e tablets). Estima-se
que haja no mercado mundial 2 bilhões destes dispositivos em uso.
Ao final da sessão Andreza Dorta
(ST) apresentou as inovações que
vem acompanhando as novas tendências de uso e consumo de conteúdo
audiovisual e games e as casas conectadas. Ambientes informatizados com
servidores próprios que distribuem o
conteúdo pelos diversos ambientes e
dispositivos de cada casa.
Estruturas IP debatidas
ao pormenor
As estruturas baseadas em IP são
uma tendência cada vez mais clara
Marco Civil da Internet
é centro de discussão no Congresso SET 2014
Palestrantes debateram sobre os pontos positivos e negativos da resolução
A palestra “Marco Civil – Neutralidade de rede”, moderada por Orípede Cilento (SET / NIC.BR), foi umas das
apresentações que ocorreu durante a tarde do quarto e
último dia (27/08) da 26ª edição do Congresso SET, realizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET).
Antônio Moreira (NIC-BR), Alexander Castro (Sinditelebrasil) e Eduardo Parajo (CGI.BR) falaram sobre internet,
o impacto do Marco Civil no trabalho das operadoras e
o que ainda deve ser discutido.
O primeiro a discursar foi Antônio Moreira, que explicou o funcionamento da internet e afirmou que conhecê-lo é base para se discutir e entender os reflexos que
a regulamentação deve ter na realidade dos usuários e
das operadoras no Brasil. Embora a internet use a mesma infraestrutura da telefonia e da televisão, ela funciona de forma diferente, de modo que tentar regulá-la é
um processo muito mais complicado.
Segundo Moreira, um dos aspectos mais marcantes
do Marco Civil da Internet é a determinação da neutralidade de rede. “Violar a neutralidade de rede é cobrar
pacotes para internet para acesso aos serviços específicos”, ele explicou. “Seria, por exemplo, se uma operadora
oferecesse um pacote de internet que fosse mais barato,
mas que só desse acesso a determinadas redes sociais.
“É antidemocrático”, completou.
A problemática, no entanto, é mais complicada. Segundo Alexander Castro, esses tipos de pacotes poderiam
ser oferecidos para uma parcela da população que não
42
REVISTA DA SET | Out/Nov 2014
dispõe de recursos para ter um plano completo, mas que
gostaria de ter acesso a um serviço específico, como as
redes sociais. A neutralidade de rede proíbe esse tipo de
prática e, embora a Sinditelebrasil não tenha concordado
com a definição, Castro garantiu que todas as operadoras
acataram e irão respeitar a regulamentação.
Por outro lado, ele afirma que o setor sempre apoiou
a existência do Marco Civil: “o setor recebeu de forma
positiva. Essa discussão não é nova”. E ainda completou
que a Sinditelebrasil sempre foi contra qualquer tipo de
medida anticompetitiva.
No entanto, a determinação não fala só sobre neutralidade de rede. Eduardo Parajo lembra que, além disso, o
Marco também determina que o usuário tenha sempre
uma média de velocidade que corresponda a 80% da velocidade contratada; que as operadoras não possam ler
o conteúdo dos usuários (garantindo privacidade) e determina a inimputabilidade da rede (que responsabiliza
os provedores apenas pelos seus conteúdos originais, e
não de terceiros).
No fim, uma última questão foi proposta. O Marco Civil
abriu ainda uma possibilidade para exceções à neutralidade de rede a serem analisadas pela CGI e aprovadas ou
não pelo Presidente da República. Será esse o momento
para já discutir quais seriam essas exceções? Moreira e
Parajo acreditam que não. “Existem, sim, situações que
poderíamos considerar exceções, mas acho que temos
que discuti-las conforme elas forem surgindo”, afirmou
Parajo.
Download

Congresso SET 2014 - II Parte Marco Civil da Internet é centro de