1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ARIANA DOS SANTOS LIMA A Aplicação de Modelos de Gestão no Gerenciamento da Manutenção de Edifícios: Um Estudo de Caso na Unidade do SENAI Feira de Santana. Feira de Santana 2009 2 ARIANA DOS SANTOS LIMA A Aplicação de Modelos de Gestão no Gerenciamento da Manutenção de Edifícios: Um Estudo de Caso na Unidade do SENAI Feira de Santana. Monografia Apresentada à Universidade Estadual de Feira de Santana para obtenção de Título de Graduada em Engenharia Civil Orientador: Prof. Cristóvão César Carneiro Cordeiro Co-Orientador: Adroaldo Alcântara Dória Feira de Santana 2009 3 Ariana dos Santos Lima A Aplicação de Modelos de Gestão no Gerenciamento da Manutenção de Edifícios: Estudo de Caso na Unidade do SENAI Feira de Santana. Monografia submetida à banca examinadora como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de bacharel em engenharia civil. Feira de Santana, 31 de Agosto de 2009. Aprovado por: ________________________________________________________ Prof. MSc. Cristóvão César Carneiro Cordeiro ________________________________________________________ Eng. Adroaldo Alcântara Dória ________________________________________________________ Prof. Dr. Washington Almeida Moura ________________________________________________________ Eng. Jodilson Amorim Carneiro 4 Dedico esse trabalho a toda minha família. Aos meus Pais, Raimundo e Áurea e as minhas irmãs Geovana e Juliana. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, por todas as oportunidades concedidas. Aos meus pais, Raimundo e Áurea pelos ensinamentos valiosos. As minhas irmãs Geovana e Juliana pelo apoio em todas as horas. À UEFS, ao Colégio Dínamo e a escolinha Dinâmica de Catu, instituições de ensino que me abriram as portas para o conhecimento. Ao professor Cristóvão pela paciência e compreensão durante o período de orientação. A toda equipe do SENAI pelo apoio e por ter aceitado abrir as portas da instituição para a realização desse trabalho. 6 RESUMO O presente trabalho apresenta um estudo sobre o gerenciamento da manutenção, abordando as formas de se melhorar um sistema de gestão de manutenção predial em uma empresa. A partir do levantamento das manifestações patológicas mais comuns encontradas na edificação, efetuou-se uma avaliação dos problemas referentes à manutenção predial e foi proposta uma sistemática de planejamento operacional da gestão de manutenção, com base na Manutenção Produtiva Total – MPT e no modelo de Planejamento e Controle da Produção do NORIE/UFRGS que utiliza princípios da construção enxuta. Para realização desse trabalho foi feito um estudo de caso do setor de Manutenção da Unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, localizado na cidade de Feira de Santana, com a aplicação de questionários de inspeção em todas as áreas que compõem a edificação. A aplicação do modelo induziu à melhoria do processo de gestão da manutenção, com a criação de um indicador de eficiência da manutenção, e permitiu a padronização desse processo gerencial na organização. Palavras-Chave: Patologia, Gerenciamento da Manutenção, Produtiva Total, Planejamento e Controle da Produção. Manutenção 7 ABSTRACT This work presents a study on the management of maintenance, approaching the forms of improving a system of management of building maintenance in a company. From the survey of the found pathologies most common in the construction, an evaluation of the referring problems was effected the building maintenance and was proposal a systematic of operational planning of the management of maintenance on the basis of the Total Productive Maintenance - TPM and in the model of Planning and Control of the Production of the NORIE/UFRGS that uses principles of the construction lean. For accomplishment of this work a study of case of the sector of Maintenance of the Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI located in the city of Feira de Santana with the application of questionnaires of inspection in all areas that compose the construction. The application of the model induced to the improvement of the process of management of the maintenance, with the creation of a pointer of efficiency of the maintenance, and allowed the standardization of this management process in the organization. Key-Word: Pathologies, Management of Maintenance, Maintenance, Planning and Control of the Production. Total Productive 8 LISTA DE ABREVIATURAS CNI – Confederação Nacional das Indústrias; FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia; IEL – Instituto Euvaldo Lodi; JIPM – Japan Institute Productive Management; MBA – Master in Business Administration; MPT – Manutenção Produtiva Total; NDI – Núcleo de Documentação e Informação; NIM – Núcleo de Informática e Manutenção; OEE – Overall Equipment Effectiveness; PCP – Planejamento e Controle da produção; PPMC – Percentual de Pacotes de Manutenção Concluídos; SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; STP – Sistema Toyota de Produção; TPM – Total Productive Maintenance 9 LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Dimensão Horizontal do Processo de Planejamento; Figura 2.2 – Níveis de Planejamento; Figura 3.1 – Fachada da Unidade do SENAI – Feira de Santana; Figura 3.2 – Área interna da Unidade; Figura 3.3 – Laboratório Cisco; Figura 3.4 – Laboratório de Física; Figura 3.5 – Laboratório de Manutenção Industrial; Figura 3.6 – Sala 09; Figura 3.7 – Refeitório; Figura 3.8 – Auditório; Figura 3.9 – Núcleo de Informação e Documentação; Figura 4.1 – Freqüência dos Problemas e Manifestações Patológicas encontrados; Figura 4.2 – Freqüência dos Problemas encontrados separados por grupo; Figura 4.3 – Distribuição dos Defeitos – Média Global (Bernardes et.al., 1998); Figura 4.4 – PPMC dos ciclos semanais. 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 11 1.1. JUSTIFICATIVA 13 1.2. QUESTÃO DA PESQUISA 14 1.3. OBJETIVOS 14 1.4. MÉTODO 15 1.5. PRESSUPOSTOS E PROPOSIÇÕES 16 1.6. LIMITAÇÕES DA PESQUISA 16 1.7. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA 17 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. MANUTENÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 18 18 2.1.1. PATOLOGIA 19 2.1.2. MANUTENÇÃO 25 2.2. MODELOS DE GESTÃO 30 2.2.1. MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL 30 2.2.2. PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO 36 3. MÉTODO 45 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 55 5. CONCLUSÃO 63 REFERÊNCIAS 65 APÊNDICE 1 – FORMULÁRIO DE INSPEÇÃO DOS AMBIENTES I APÊNDICE 2 – PROBLEMAS E PATOLOGIAS MAIS FREQÜENTES II APÊNDICE 3 – PROCEDIMENTO PARA RECUPERAÇÃO DE TRINCAS III ANEXO 1 – PLANTA GERAL DA UNIDADE DO SENAI FEIRA DE SANTANA IV ANEXO 2 – PLANILHA E DE CURTO PRAZO V ANEXO 3 – PLANILHA DE MÉDIO PRAZO VI ANEXO 4 – PLANILHA DE RESTRIÇÕES VII 11 1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento tecnológico busca trazer mais conforto para os usuários dos produtos, praticidade no desenvolvimento de atividades, e, principalmente, maior produtividade no processo produtivo. A rapidez com que os produtos e materiais são descobertos e lançados faz com que um atraso, por menor que seja, comprometa a competitividade de uma empresa no mercado. O crescimento acelerado do setor industrial nos últimos anos fez com que aumentasse a carência de mão de obra especializada para trabalhar no processo produtivo. Para não perder mercado, as empresas passaram a se organizar mais de forma a diminuir as perdas nesse processo e melhorar o planejamento e o gerenciamento de seus processos produtivos, desde o projeto até a manutenção. Para não perder mercado essas empresas se vêem diante da necessidade de competir por recursos de investidores privados e pela preferência do consumidor final. No caso da Construção Civil, a competição ocorre com bens e serviços que são priorizados em relação a compra da unidade habitacional ou comercial, ou ainda em relação a obra de ampliação, reforma e renovação. Segundo Fabrício; Melhado (2000) as empresas precisam aumentar sua capacidade de articularem globalmente os intervenientes nos seus processos de produção. Isso inclui a busca por qualidade dos produtos, eficiência e flexibilidade na produção. Por conta disso a preocupação com a manutenção das áreas onde essas atividades são desenvolvidas tem crescido de maneira considerável nos últimos anos. Para as empresas de construção civil a manutenção representa um aspecto importante, pois elas são responsáveis por qualquer manifestação patológica que por ventura possa surgir no produto por um período de cinco anos (Código de Defesa do Consumidor). Por conta disso, as empresas estão mais preocupadas em produzir edificações com maior qualidade, de modo que o surgimento dessas manifestações patológicas seja o menos freqüente possível. 12 Embora esses cuidados com a qualidade final do produto sejam tomados, é inevitável o surgimento de manifestações patológicas. Com o tempo algumas imperfeições nas partes constituintes da edificação tendem a aparecer e precisam ser tratadas. É nessa hora que se fazem necessárias intervenções por meio da manutenção. No contexto atual, onde as informações são de essencial importância para o andamento das atividades, é necessário que todos os envolvidos no processo participem e opinem nas tomadas de decisão. Com a manutenção não poderia ser diferente, e por isso a Manutenção Produtiva Total se apresenta como ferramenta importante para uma gestão participativa. Para se ter eficiência e eficácia na gestão de um processo é preciso um planejamento que formule os objetivos e os meios para alcançá-los. Segundo Ballard (1999), se você sabe quais trabalhos vai desenvolver em um futuro próximo, você pode prepará-los. Dessa forma, a execução e o controle dos mesmos se tornam mais fácil. Um programa de planejamento e controle de manutenção serve para garantir que todos os componentes e equipamentos necessários para a produção de um bem, funcionem de forma segura e confiável, sem acarretar nenhum atraso nem interferir no desempenho da equipe. Sendo assim, qualquer eventual problema que apareça no decorrer das atividades poderá ser tratado com maior eficiência. Um problema não pode ser visto como normal. A existência de um problema denuncia que algo não está bem e deve ser resolvido o quanto antes. Um programa de planejamento e controle de manutenção é o ideal para identificar e cuidar desses problemas de maneira correta, e de forma a acarretar os menores prejuízos possíveis. 13 1.1. JUSTIFICATIVA A motivação da autora pelo presente tema se deu pelo fato de estar, durante o período de escolha do tema, estagiando no setor de manutenção de uma empresa e por perceber a carência de disciplinas relacionadas com o assunto na grade curricular do curso. A manutenção mal concebida e conduzida pode afetar o desempenho do produto mesmo o projeto sendo bem dotado de atributos mantenabilísticos. Dessa forma, a manutenção deve ser vista como aspecto importante dentro do processo. Isso é importante também na manutenção predial, pois, segundo Costa (2001), uma vez deterioradas as edificações devem ser reparadas e ou recuperadas a fim de que sejam mantidas em condições de funcionamento, o que demanda recursos físicos e financeiros. Porém, de acordo com Perez (1988), “embora os programas de manutenção de equipamentos industriais sejam de domínio corrente, o mesmo não acontece com os programas de manutenção de edifícios”. Para Fortes; Hanai (1999), a patologia e a terapêutica das construções é uma área de conhecimento que tem merecido nas ultimas décadas, um interesse crescente da comunidade cientificas e todos os demais segmentos envolvidos com a construção, pois a diminuição da durabilidade da construção ou partes desta resulta em menor da vida útil da obra, exigindo intervenções terapêuticas muitas vezes onerosas. É de fundamental importância que as empresas de grande ou de pequeno porte estejam adaptadas para produzir, sem interrupções durante o período de processo produtivo. Segundo a NBR 5674/99: Manutenção de edificações - Procedimentos, nesse período ou “tempo de serviço a construção deve apresentar condições 14 adequadas ao funcionamento que se destinaram resistindo a fatores ambientais e de uso que alterem suas propriedades técnicas iniciais”. Para que essas características sejam preservadas a edificação precisa passar periodicamente por processo de manutenção. Essas atividades incluem desde a limpeza dos ambientes que a compõem à inspeção constante das estruturas, instalações, componentes, sistemas e equipamentos presentes na edificação. De acordo com a NBR 5674/99, a definição de manutenção é a descrita abaixo: “conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes de atender as necessidades e segurança dos seus usuários”. (Pág. 2). O gerenciamento da manutenção de uma empresa pode ser feito utilizando vários métodos distintos, mas todos têm como objetivo principal a melhora no andamento dos processos. O gerenciamento envolve técnicas de planejamento e acompanhamento de problemas específicos, mas não se sabe como elas poderiam ser aplicadas à manutenção predial. 1.2. QUESTÃO DE PESQUISA Essa pesquisa pretende responder a seguinte questão: Como melhorar um sistema de gestão de manutenção predial em uma empresa? 1.3. OBJETIVOS 15 O objetivo principal desse trabalho é propor melhorias para aumentar a eficiência do programa de gestão de manutenção predial através do uso combinado de ferramentas de Manutenção Produtiva Total (MPT) e de Construção Enxuta. Os objetivos específicos são: • levantar as manifestações patológicas mais comuns encontradas em uma edificação; • efetuar uma avaliação dos problemas referentes à manutenção predial; • propor uma sistemática de planejamento operacional da gestão de manutenção com base na MPT e no modelo de planejamento da Construção Enxuta. 1.4. MÉTODO O método utilizado para realização desse trabalho está relacionado com uma avaliação formativa. Segundo Roesch (1996), uma avaliação formativa tem o propósito melhorar um programa ou plano e acompanhar sua implementação. Para tal foi realizada revisão de literatura onde estão inclusos livros, artigos, dissertações, entre outros que abordam o referido tema de modo a subsidiar a pesquisa de campo. No presente trabalho o método se constituiu em um estudo de caso na unidade do SENAI, localizada na cidade de Feira de Santana, onde se propôs a sistemática de planejamento operacional da gestão de manutenção, com a aplicação de formulários de inspeção em todas as áreas que compõem a edificação, para identificação das principais manifestações patológicas encontradas. 16 Ao final desse estudo fez-se a análise dos resultados encontrados durante a realização do estudo de caso e apresentada uma conclusão, além da sugestão de temas para trabalhos futuros. 1.5. PRESSUPOSTO E PROPOSIÇÕES Partindo-se do pressuposto que a MPT é um bom método de gestão de Manutenção, esse trabalho pretende avaliar se é possível usar a MPT e o modelo de planejamento da construção enxuta na gestão da manutenção predial. 1.6. LIMITAÇÕES DA PESQUISA O desenvolvimento do presente trabalho focou apenas o desenvolvimento do planejamento operacional, devido às limitações, no que se refere ao tempo da pesquisa e ao acesso e autonomia da pesquisadora na empresa em questão. Além disso, o desenvolvimento de estudos relacionados ao planejamento de logo prazo é característico de empresas organizadas por projeto, sendo que o plano de longo prazo envolve todas as etapas até o fim do empreendimento. Como os serviços de manutenção são periódicos e ocorrem de acordo com as necessidades da edificação, – surgimento de manifestações patológicas, por exemplo, – o desenvolvimento desse horizonte de planejamento se tornou desnecessário, sendo que parte de suas atribuições podem ser assumidas no planejamento estratégico da empresa como um todo, e não apenas do setor de manutenção. 1.7. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA O presente trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira: 17 No primeiro capítulo é feita uma introdução ao tema abordado apresentando as justificativas para a sua escolha, os objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa, os métodos utilizados para isto e a estrutura da mesma. O segundo capítulo refere-se à revisão bibliográfica onde foi pesquisado o presente tema em literatura especializada. No primeiro item do capítulo é feita uma abordagem geral sobre patologia. No segundo item é abordada a manutenção de forma geral e os seus principais tipos. No terceiro item são abordados os princípios da MPT e as etapas para a sua implantação. No quarto item é apresentado um breve estudo sobre modelo de planejamento e controle de produção. No terceiro capítulo é apresentado um estudo de caso realizado no setor de manutenção da unidade do SENAI, localizada na Cidade de Feira de Santana, Bahia. Esse estudo que tem como propósito melhorar o seu sistema de manutenção. No quarto capítulo é feita uma análise dos resultados obtidos durante a realização do estudo de caso. No quinto capítulo é feita a conclusão do presente trabalho e são sugeridos temas para prováveis pesquisas futuras. 18 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O presente capítulo faz uma abordagem sobre os temas estudados para elaboração do trabalho. Nele é apresentado um estudo sobre Manutenção na Construção Civil e sobre Modelos de Gestão. 2.1. MANUTENÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Para Carvalho et al. (2006) a manutenção predial responde pela garantia de uso e pela garantia de valor do imóvel e deveria ser assumida com um imperativo, pelo alto custo social de reposição do patrimônio construído. Embora, em alguns casos, a parte civil não seja considerada a mais crítica, a omissão ou erros na conservação desses itens podem acarretar em comprometimento do desempenho ou mesmo paradas da produção, levando a prejuízos financeiros e a falta de qualidade dos serviços prestados. Segundo Pujadas (2006), o diagnóstico e avaliação são fundamentais para a análise crítica e sistêmica dos resultados da manutenção predial empregada. De acordo com Silva, Sousa e Monteiro (2008) os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o tempo. Por conta disso é importante avaliar a manifestação patológica para que a intervenção aplicada seja eficaz. Segundo Sahade (2005), sob o ponto de vista econômico, esses problemas originam gastos de recuperação e geram prejuízos entre construtora e usuário pelo desgaste causado. 19 2.1.1. PATOLOGIA Para Garcia; Libório (1998), a Patologia é a área da engenharia "que estuda as origens, causas, mecanismos de ocorrência, manifestações e conseqüência” das construções, ou suas partes, não apresentarem o mesmo desempenho para o qual foram projetados. O uso da palavra patologia é muito mais comumente utilizado no ramo da medicina. Nesse contexto, a patologia estuda as doenças que por ventura possam atingir o ser humano. Na construção civil, manifestação patológica representa todas as doenças ou defeitos nos sistemas construtivos da edificação e, segundo Queiroz (2005), trata da percepção de uma edificação como um organismo vivo que interage com o ambiente e o usuário. Para Verçoza (1991), o conhecimento da Patologia das Edificações é indispensável para todos que trabalham na construção. Isso porque, conhecendo-se os defeitos é mais fácil saber qual a medida mais adequada para resolver o problema. Mesmo com toda preocupação existente no processo produtivo de uma edificação, é inevitável o aparecimento de alguma anormalidade ou manifestação patológica. Para Dal Molin e Campagnolo (1989), “A grande maioria dos problemas patológicos tem origem relacionada com alguma falha na realização de uma ou mais atividades do processo da construção civil”. Segundo Silva (1996), as manifestações patológicas: “evidenciam, muitas vezes, que a essência da escolha estava num processo de decisão econômica, a qual prescindia de critérios que levassem em conta aspectos relacionados à durabilidade”. (Pág. 5) 20 Nesses casos, as escolhas por soluções de menor custo inicial se mostram totalmente inadequadas quanto ao comportamento em uso e geram custos elevados de manutenção corretiva. As manifestações patológicas podem ser decorrentes do uso, do planejamento inadequado, de falhas em projeto, erro de execução, ou ainda qualidade dos materiais. Segundo Verçoca (1991), as principais causas de manifestações patológicas estão relacionadas a erros de projeto. Para Melhado; Mesquita (2005), “evitar a ocorrência de disfunções, como patologias construtivas ou consumo excessivo de recursos, ainda na concepção custa pouco, mas, se o problema for transferido ao usuário, seu custo será muito maior”. As manifestações patológicas decorrentes do uso estão relacionadas ao uso inadequado e até mesmo com a falta de uso de uma edificação. O uso inadequado se refere a utilização da edificação para atividades diferentes do escopo da qual foi projetada. Já a falta de uso está relacionada com a falta de manutenção e utilização da edificação. A não utilização de um sistema hidráulico, por exemplo, pode acarretar no aparecimento de incrustações e sujeira no interior da tubulação. As manifestações patológicas decorrentes de falhas em projeto estão relacionadas com a falta de controle de qualidade, dimensionamento incorreto, desenhos e detalhamentos mal feitos, especificações insuficientes e incompatibilidade entre projetos. As decorrentes de erro de execução se relacionam com a falta de conhecimento do comportamento dos componentes, falta de procedimento padrão na execução, falta de treinamento da mão de obra e inexistência de controle de qualidade. 21 Outro fator que pode contribuir com o surgimento de manifestações patológicas é a falta da qualidade dos materiais. Essa má qualidade pode esta relacionada com armazenagem inadequada do material, ou com o comportamento indesejável do mesmo. Segundo Sahade (2005) o desconhecimento tecnológico dos materiais e a falta de cuidados na fabricação dos produtos acarretam problemas de natureza patológica no conjunto argamassa de revestimento, estrutura e alvenaria de fechamento, principalmente em edificações altas. O surgimento de manifestações patológicas nas edificações é algo que tende a se desenvolver com o tempo e o ciclo de vida de um edifício, e que deve ser avaliado e sanado assim que possível para não acarretar em maiores problemas para os usuários do produto. Por isso, é importante que todos que trabalham na construção civil tenham conhecimento nessa área. A manifestação patológica pode surgir nos diversos componentes construtivos da edificação. Da fundação à cobertura, passando pelas instalações, todos estão propensos a desenvolver alguma imperfeição ao longo da vida útil da edificação. Por conta disso, deve-se estar atento ao funcionamento de todos os sistemas e componentes das edificações. Segundo Padilha et. al. (2007), as manifestações patológicas são evidenciadas por alguns sinais que, embora muitas vezes apareçam em alguns componentes podem ter origem em outros componentes. Para Garcia; Libório (1998), “pode-se assegurar que as manifestações patológicas produzidas em estruturas não têm uma só causa, mas sim uma participação de várias causas”. As manifestações patológicas podem se manifestar nas edificações das mais diversas formas. Em revestimentos cerâmicos, o destacamento da placa cerâmica não significa necessariamente que o problema foi causado pela própria placa. O problema pode ter sido causado por falta de treinamento da mão de obra, que não respeitou o tempo em aberto de massa colante. (Fontenelle e Moura apud Padilha el. al.) 22 As alvenarias, por exemplo, podem apresentar defeitos de execução, eflorescência, bolor, mofo, limo, criptoflorescência, entre outros. É comum também as alvenarias o aparecimento de fissuras e trincas. Para Gonçalves (2000), o surgimento de trincas em paredes e o aparecimento de pontos de infiltração podem esconder, na verdade, um ponto de vazamento em uma tubulação. A má execução de juntas, ou ainda os esforços gerados pela acomodação de edificações podem também ser responsáveis pelo aparecimento de fissuras e trincas. Segundo Verçoza (1991) defeitos de execução não podem ser corrigidos sem demolição, ao menos da área atingida. Em relação à eflorescência, ele afirma ser o aparecimento de formações salinas na superfície do material e diz também “que o sal formado pode levar a lesões tais como o deslocamento dos revestimentos ou pinturas, degradação da parede e até a queda de elementos construtivos”. Silva, Souza e Monteiro (2008) afirmam que as eflorescências podem levar a um aumento da porosidade, redução da resistência, elevação da permeabilidade e perda da alcalinidade do concreto, tornando-o vulnerável a ataques. O mofo ou bolor é a manifestação dos fungos. Os fungos podem se desenvolver em qualquer tipo de material. Segundo Maciel, Leonel e Sabbatini (1998) o crescimento de bolor está diretamente ligado a existência de umidade e nada mais é do que uma alteração que pode ser constatada macroscopicamente na superfície dos materiais. Criptoflorescências são as formações salinas ocultas, é o crescimento de sais ou cristais no interior dos materiais. Nas alvenarias são as manifestações patológicas mais incomuns, mas que pode ocorrer em presença de corpos estranhos com pregos, pedaços de arame, etc. (Verçoza 1991) 23 O surgimento de trincas e fissuras em uma edificação é algo muito importante. Segundo Thomaz (1989) existem três aspectos fundamentais que tornam esse problema particularmente importante. São eles: “o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura, o comprometimento do desempenho da obra em serviço (estanqueidade a água, durabilidade, isolação acústica,etc.), e o constrangimento psicológico que a fissuração do edifício exerce sobre seus usuários.” (Pág. 5). Segundo Maciel, Leonel e Sabbatini (1998) esse é um problema importante, pois pode ser sinal do comprometimento da segurança da estrutura e do desempenho da vedação quanto à estanqueidade, durabilidade e isolamento acústico. As fissuras ou trincas podem ser causadas por movimentações térmicas, movimentações higroscópicas, por atuação de sobrecargas, pela deformabilidade excessiva de elementos estruturais, por recalques em fundações, pela retração dos produtos a base de cimento, ou ainda pela alteração química dos materiais de construção. As movimentações térmicas estão relacionadas com as propriedades físicas dos materiais que constituem o componente. Segundo Thomaz (1989), “As trincas de origem térmicas podem também surgir por movimentações diferenciadas entre componentes de um elemento, entre elementos de um sistema e entre regiões distintas de um mesmo material”. (Pág. 21). As movimentações higroscópicas estão relacionadas com a umidade nos componentes da edificação. Segundo Helene e Thomaz (2000) os materiais porosos sofrem em maior ou menor escala variações volumétricas em relação ao teor de 24 umidade. Sendo assim, os produtos sujeitos a retração na secagem tenderão a secar na superfície acabada aumentando a probabilidade de formar fissuras. As fissuras causadas pela atuação de sobrecargas podem atingir os elementos estruturais tais com pilares, vigas e paredes e, não raras as vezes, pode-se presenciar a atuação de sobrecargas em componentes sem função estrutural (paredes, Por exemplo). Essas sobrecargas podem ter sido consideradas ou não no projeto estrutural e, por isso, devem ser analisadas com certo cuidado. Levando-se em conta que as fissuras são provocadas por tensões oriundas de atuação de sobrecargas ou movimentação de materiais, de componentes, ou da obra como um todo deve ser feito o estudo e análise desses fenômenos. Esses fenômenos se referem as movimentações provocadas por variações térmicas e de umidade, atuação de sobrecargas ou concentração de tensões, deformabilidade excessiva das estruturas, recalques diferenciados das fundações, retração de produtos a base de ligantes hidráulicos e alterações químicas dos materiais de construção. As fissuras formadas pela deformabilidade excessiva de estruturas de concreto armado estão relacionadas com a flecha máxima admitida por cada peça. Segundo Thomaz (1989), embora as flechas não comprometam em nada sua propriedade estética e a estabilidade e a resistência da construção elas podem ser incompatíveis com a capacidade deformação dos componentes que integram o edifício, e com isso ocorre o aparecimento de trincas. As fissuras causadas por recalques de fundação estão relacionadas com a capacidade de carga do solo. Para as fundações diretas a intensidade do recalque dependerá não só do tipo de solo, mas também das dimensões e do componente da fundação. As fissuras causadas pela retração de produtos à base de cimento ocorrem com o produto endurecido, ou em processo de endurecimento. Segundo Maciel, Bastos e Sabbatini (1998) esse processo ocorre por conta da evaporação da água. As 25 fissuras podem ser prejudiciais, pois permitem a percolação da água pelo revestimento. As fissuras causadas por alterações químicas dos materiais de construção se devem ao fato de que os materiais de construção são suscetíveis de deterioração pela ação de substâncias químicas, principalmente as soluções ácidas e alguns tipos de álcool. Segundo Meira e Heineck (2000) o estudo das manifestações patológicas das construções é um campo muito vasto visto que tem sido pouca a ênfase dada a manutenção das construções. Assim, os estudos sobre problemas existentes nas construções são essenciais, até mesmo porque estes servem de retroalimentação para novos processos construtivos. O descaso com a manutenção predial pode acarretar em sérios problemas para todos que utilizam as edificações. Segundo Pujadas; Kalil (2009) 66% das prováveis causas dos acidentes e origem dos acidentes estão relacionados a deficiência com a manutenção e que apenas 34% estão relacionados com os vícios construtivos ou, ainda, animálias endógenas. 2.1.2. MANUTENÇÃO O gerenciamento da manutenção requer um planejamento eficaz e que forneça ao processo em questão maior qualidade no produto final. A qualidade representa a “totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas do cliente com o produto.” (BRANCO, 2006, pág.15). De acordo com Blichke (2003) a performance do produto ou sistema depende não só da operação, mas também da manutenção do item durante o tempo de vida operacional. A manutenção tem como função estender o período de serviço, reparar 26 de forma adequada as partes ou componentes que compõem o sistema, além de propor substituições quando o equipamento não funcionar. “Uma equipe de manutenção, em qualquer nível, tem como finalidade prestar serviços de manutenção e zelar para que as máquinas estejam sempre nas melhores condições produtivas para que a empresa tenha a maior lucratividade possível” (BRANCO, 2006, pág.1). A NBR 5674/99 afirma que o escopo da manutenção de edificações é preservar ou recuperar as condições ambientais adequadas ao uso previsto para as edificações. Esse escopo inclui todos os serviços realizados para prevenir ou corrigir a perda de desempenho decorrente da deterioração dos seus componentes, ou de atualizações nas necessidades dos seus usuários sem levar em consideração os serviços realizados para modificar o seu uso. Segundo Perez (1988), durante muito tempo os trabalhos de manutenção dos edifícios foram negligenciados e considerados por muitos como atividades de segunda categoria, sem prestígio algum e com poucos atrativos. Aos poucos esse pensamento foi modificando e prática de abandonar o que está velho vai ficando para trás. As grandes empresas mudaram suas estratégias no que se refere a valorização patrimonial e neste conceito aparece como fator vital o gerenciamento profissional de todas as atividades implícitas nesta valorização. (MANUTENÇÃO, 2005). Costa (2001) afirma que: “a falta de um programa de manutenção reflete os diversos aspectos da cultura do nosso país, onde as obras novas são privilegiadas na composição dos recursos orçamentários, dada a visualidade imediata que oferecem.” (Pag. 1). 27 Com a crise energética dos anos 80, alguns questionamentos surgiram no que diz respeito à manutenção. Um deles se refere a, como manter de forma econômica as edificações existentes. Outro levantamento feito na época foi como construir de modo a reduzir ou eliminar os custos referentes à manutenção. A necessidade de realização de estudos referentes a manutenção nasceu da constatação da influência das condições de trabalho sobre o rendimento dos funcionários e dos ganhos de produtividade. O diagnóstico predial visa a atualização das características do prédio e sua conseqüente valorização social e financeira. (MANUTENÇÃO, 2005) Segundo a NBR 5674/99 um sistema de manutenção é o conjunto de procedimentos organizados para gerenciar os serviços de manutenção. Os serviços de manutenção por sua vez, representam as intervenções realizadas sobre as edificações e suas partes constituintes, com a finalidade de conservar ou recuperar a sua capacidade funcional. Segundo Yazigi (2008) a capacidade funcional está relacionada com as “características técnicas, quanto aos aspectos quantitativos e qualitativos de espaço e de acabamento, dos compartimentos de acesso comuns e/ou privativos das unidades autônomas”. Em obras civis a periodicidade das intervenções pode ser, em muitos casos, estendida em vários anos. No entanto, alguns pontos merecem mais atenção como instalações, impermeabilização, coberturas e revestimentos, por exemplo. A manutenção das edificações deve ser capaz de fornecer a elas suas características de segurança, que estão relacionadas com as propriedades técnicas de resistência – estabilidade da estrutura e resistência ao fogo, de higiene, referentes à limpeza das superfícies aparentes da edificação –, e de conforto – que são as características de bem-estar dos ocupantes. 28 Para Gonçalves (2000), o serviço de manutenção deve ser realizado de modo a atender e estabelecer procedimentos de uso e manutenção compatíveis com os sistemas, componentes e materiais especificados. Dessa forma os serviços de manutenção devem ser realizados por equipe treinada e com conhecimento básico sobre o assunto. Diante da necessidade de aprimoramento dos sistemas de manutenção os conceitos básicos de manutenção corretiva e preventiva tiveram que ser reavaliados no que diz respeito à manutenção de edificações. Segundo Lafraia (2001), a manutenção corretiva inclui todas as ações para retomar um sistema do estado falho para o estado operacional ou disponível. Segundo Blischke (2003) ela envolve o reparo ou substituição de todas as partes que falharam e dos componentes necessários para o sucesso operacional do item. A manutenção preventiva tem como característica fazer “um acompanhamento das condições físicas dos equipamentos, a fim de evitar tanto falhas quanto perda definitiva dos mesmos”. (FREITAS, 2001) Segundo Tondato (2004), a manutenção preventiva é implementada através de manutenções periódicas no equipamento, antes que o mesmo sofra uma avaria. Para Toshio (2005) ela é definida como um acompanhamento das condições físicas dos equipamentos, além de ser definida como um tipo de “medicina preventiva” aplicadas aos equipamentos. Outro tipo de manutenção existente é a preditiva. Kmita (2003) discute as características dessa manutenção e afirma que ela: “Prediz as condições dos equipamentos, detecta o mau funcionamento e planeja a intervenção, reduz o custo por evitar paradas desnecessárias, exige aparelhos de medição e instrumentação, inspeção simples com observações freqüentes, aumenta a disponibilidade, aumenta confiabilidade, qualidade mais constante, aumenta produtividade, melhora competitividade e aumenta o tempo médio entre falhas”. 29 Existe ainda a manutenção de Urgência. Para Gonçalves (2000) a manutenção por urgência é aquela conduzida nos casos de acidentes e compreende os serviços realizados para correção imediata dos danos causados por eles. O gerenciamento eficaz de um sistema de manutenção exige o levantamento sistemático de índices que permitam avaliar a evolução e a tendência de cada um dos processos envolvidos e a eficiência com que os mesmos são tratados.(BRANCO, 2006) Os indicadores devem ser medidos sob condições consistentes dentro do processo para assegurar a sua precisão e representatividade. Um exemplo de indicador é a medição da produtividade. (BARREIRO, 2006) O uso de indicadores é importante, pois cria uma base objetiva para alocação de recursos direcionados para as melhorias e estabelece marcos de referência para futuras demonstrações dos ganhos obtidos com as melhorias implementadas. Isso pode auxiliar na fundamentação de justificativas para novos investimentos. (BRANCO, 2006) Os indicadores devem ser representativos do desempenho da manutenção nas suas diversas dimensões, devem ser consistentes e sem ambigüidade nas definições para facilitar o entendimento por todos os envolvidos no processo. Para o melhor controle desses indicadores eles devem ser analisados e revistos periódica e regularmente. Para melhorar o entendimento quanto aos seus objetivos, eles devem ser agrupados em categorias, por exemplo, recursos – horas extras, eficiência em materiais, homem hora de treinamento –, processos – cumprimento de planos, eficiência no planejamento de serviços, tempo médio de resposta –, e resultados – Índice de eficiência. 30 2.2. MODELOS DE GESTÃO As teorias organizacionais existentes foram surgindo à medida que novos contextos as exigiam como novas alternativas para o processo evolutivo. Segundo Oderich; Techemayer (2008) nas ultimas décadas, os novos modelos de gestão passaram a ser adotados com diferentes concepções. Dentre esses, o Toyotismo surge para fazer uma verdadeira revolução mudando muitas concepções dentro das empresas. Para Cardoso (2009) Os modelos de gestão, criados indutivamente através da observação do real e do concreto a fim de conduzir a generalizações lógicas sobre o mundo e as empresas, (...), tem servido a gestores em busca de maior eficiência em seus empreendimentos. Nesse item será feita uma abordagem sobre a manutenção produtiva total e o planejamento e controle da produção. Ambos são modelos de gestão que tem como base o Sistema Toyota de Produção. 2.2.1. MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL Os modelos de manutenção preventiva e corretiva, embora tenham sido de grande valor durante muito tempo, apresentam algumas características que inviabilizam a sua aplicação. (ANTUNES 2004) 31 Enquanto no sistema de manutenção corretiva se perdia muito tempo para concertar o equipamento, o que acarretava na perda da produtividade e com conseqüência aumento no custo da produção, no sistema de manutenção preventiva gastava-se muito dinheiro, pois ela é uma manutenção que também possui um custo bastante elevado e não era garantida a melhor eficiência. (FREITAS, 2004) Freitas (2002) afirma ainda que foi a partir de 1957 que os japoneses começaram a aperfeiçoar esse sistema criando a manutenção por melhorias. Essa manutenção tem por objetivo “eliminar a ocorrência de defeitos em equipamentos e também facilitar a manutenção do mesmo, aumentando assim sua confiabilidade”. Na década de 60, os processos de manutenção foram melhorados ainda mais e os japoneses iniciaram um estudo que visava eliminar a ocorrência de defeitos e a prevenção contra manutenção, onde os equipamentos e linhas de produção eram projetados para abolir a necessidade de manutenção dos mesmos. Todos os esforços estavam voltados para alcançar a condição ideal de funcionamento dos equipamentos. Esse aperfeiçoamento recebeu o nome de manutenção produtiva. (ANTUNES, 2004) Segundo Freitas (2002), a evolução dessa manutenção aconteceu com a colocação dos operadores e mantenedores em trabalhos de equipe para resolver os problemas dos equipamentos. Com isso foi criado o primeiro pilar, o da manutenção autônoma, e a partir daí passou a ser chamado de Manutenção Produtiva Total. A MPT é um método de gerenciamento da manutenção que consiste em incluir todos os responsáveis pela produção no processo de manutenção. Por conta disso é denominada total. O conceito da MPT surgiu no Japão na década de 70 e representou a evolução dos modelos de manutenção até então conhecidos de manutenção corretiva, preventiva e preditiva. Esse novo conceito de manutenção veio para quebrar o paradigma de que um operador de equipamentos serve somente para operar um equipamento. 32 Baseado nos princípios do Sistema Toyota de produção, que tem como objetivo aumentar a eficiência da produção para eliminação dos desperdícios, a MPT busca “respeito individual e total participação dos empregados, melhorias direcionadas para operadores, integração da operação com a manutenção” (KMITA, 2003). “O TPM considera que existem seis grandes perdas que diminuem ou reduzem a capacidade produtiva dos equipamentos e que se trabalharmos e atuarmos sobre esses seis itens conseguiremos reduzir as perdas e com isso aumentar a produção final.” (BRANCO, 2006, pág. 56) A MPT propõe a existência de seis grandes perdas que distanciam as condições reais de funcionamento das condições ideais, e, de acordo com seus princípios deve ser eliminada.(KMITA, 2003) CONDIÇÃO IDEAL PERDAS CONDIÇÃO REAL Segundo Toshio (2005) essas perdas são: 1. Perdas por quebra. 2. Perdas por demora na troca de ferramentas e regulagens. 3. Perdas por operações em vazio (espera). 4. Perdas por redução da velocidade em relação ao padrão normal. 5. Perda por defeitos de produção. 6. Perdas por quebra de rendimento. De acordo com os princípios da MPT, dos operários aos gerentes, todos devem estar envolvidos no sistema de gerenciamento da manutenção. Dessa forma, deve existir o entrosamento perfeito dos participantes do processo. Todos são responsáveis em promover melhorias no sentido de diminuir as perdas no processo. 33 Por conta disso o trabalho em equipe é algo de grande importância para que a MPT tenha sucesso. Criado através do aperfeiçoamento do modelo americano de manutenção preventiva, a MPT surgiu a partir da necessidade de diminuir os custos gerados pela manutenção preventiva, que, apesar de apresentar resultados satisfatórios no que se refere ao gerenciamento da manutenção, não garantia a melhor eficiência do processo. De acordo com os princípios do Sistema Toyota de produção, nem sempre a melhor opção para satisfazer as necessidades de produção é investir em máquinas caras e de alta performance. (BRANCO, 2006) PRODUÇÃO = OPERAÇÃO + MANUTENÇÃO A equação anterior mostra que a produção está diretamente ligada a manutenção. Uma falha qualquer no processo da manutenção pode acarretar problemas na produção o que por sua vez pode afetar o ambiente como um todo. “Dentro do conceito da OEE – Overall Equipment Effectivness – a eficácia total do equipamento pode ser medida pela produção total de componentes ou partes entregue sem defeitos num determinado período de tempo, dividido pala produção teórica no mesmo período.” (BRANCO, 2006, pág. 56). O conceito foi desenvolvido a partir de disseminação do uso da MPT, Manutenção Produtiva Total, Total Productive Maintenance, entre diversas traduções e usos de siglas, criado por Nakagima. 34 Baseado em oito pilares, que são representados por eficiência, auto-reparo, Planejamento, Treinamento e Ciclo de Vida, a MPT apresenta doze etapas para a sua implementação e tem como objetivo diminuir o tempo de parada por quebra, os custos associados a essas paradas e aumentar a capacidade de produção. Segundo o Japan Institute of Productive Management (JIPM) esses pilares são: • pilar manutenção da qualidade: busca garantir zero defeito de qualidade, mantendo condições ideais de materiais, equipamentos, métodos e pessoas; • pilar melhoria específica: busca conhecer e eliminar as perdas de todo processo produtivo através de técnicas analíticas; • pilar segurança, saúde e meio ambiente: busca de zero acidente, com danos pessoais, materiais, e ambientais, através de equipamentos confiáveis, prevenção do erro humano e processos e equipamentos que não agridam o meio ambiente; • pilar manutenção planejada: busca reduzir custos de manutenção, mantendo condições ótimas de processo e equipamentos, através de atividades de melhorias continuas e gerenciamento da manutenção. Suporta fortemente o pilar de manutenção autônoma; • pilar office TPM: busca identificar e eliminar perdas administrativas, tipicamente reduz tempo e aumenta a qualidade/precisão das informações; • pilar controle inicial: busca aproveitar o conhecimento adquirido por melhorias e introduzir novos projetos sem qualquer tipo de perda (velocidade, qualidade, tempo, custos, quebras, etc.); • pilar educação e treinamento: busca desenvolver o conhecimento e habilidades suportando os outros pilares no desenvolvimento das atividades de TPM; 35 • pilar manutenção autônoma: brusca detectar e lidar prontamente com as anormalidades observadas nos equipamentos, de forma a manter condições ideais de funcionamento. Segundo Toshio (2005) a Manutenção Autônoma é desenvolvida nas habilidades dos operadores em sete passos: 1º Passo: Limpeza inicial; 2º Passo: Eliminação de fontes de sujeira e locais de difícil acesso; 3º Passo: Elaboração de normas provisórias de limpeza, inspeção e lubrificação; 4º Passo: Inspeção geral 5º Passo: Inspeção autônoma; 6º Passo: Padronização; 7º Passo: Gerenciamento autônomo. As etapas para a implementação da filosofia da MPT são doze. Ainda de acordo com Toshio (2005) elas são as seguintes: • manifestação da alta direção sobre a decisão de introduzir a MPT; • campanha de divulgação e treinamento para introdução da MPT; • estrutura para implantação da MPT; • estabelecimento das diretrizes básicas e metas para a MPT; • elaboração do plano diretor para implantação da MPT; • início do programa de MPT; • aperfeiçoamento individualizado rendimento operacional; nos equipamentos para melhorar o 36 • estruturação da manutenção por iniciativa própria; • estruturação da manutenção programada pelo departamento de manutenção; • estruturação do Controle da fase inicial de operação dos equipamentos; • execução total da MPT e elevação do nível geral. 2.2.2. PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Para Shingo (1996) planejar significa “estabelecer planos básicos de processo e condições de operação.” Dessa forma planejar de forma apropriada significa ter qualidade no produto final criado durante o processo produtivo. O controle assegura que processos e padrões de trabalho especificados durante a etapa de planejamento sejam implementados adequadamente. Mesmo que a organização e o planejamento tenham sido bem feitos, a produtividade e a qualidade certamente irão decair se o controle não for executado adequadamente. (SHINGO 1996) O planejamento é um processo de tomada de decisão que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos necessários para atingi-las sendo efetivo apenas quando seguidas de um controle. O planejamento tem como função a melhoria de um plano. Segundo Shingo (1996) uma proposta de melhoria não pode apresentar um fato isolado, ela deve fazer parte de um contexto. Para Chiavenato (2000) o planejamento “é uma função administrativa que determina antecipadamente os objetivos a alcançar e o que deve ser feito para alcançá-los”. 37 O esforço de planejamento dos métodos parte do pressuposto de que deve ser minimizada a necessidade de tomada de decisões no momento da execução pelos trabalhadores, como, por exemplo, a definição da seqüência de execução e das medidas preventivas necessárias. Isso quer dizer que, não adianta melhorar uma etapa do processo se mais adiante ele ficar preso em outra que não tenha sido melhorada. Esse efeito é denominado efeito gargalo e nessas situações deve ser eliminado. Dessa forma, o processo deve ser analisado como um todo e de forma homogênea para a obtenção de melhores resultados. Segundo Chiavenato (2000) o Princípio do Planejamento baseia-se na substituição do critério individual do operário, da improvisação e da atuação empírico-prático por métodos baseados em procedimentos científicos. Ele também afirma que o controle do trabalho serve para a certificação de que o mesmo está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o plano previsto. O controle é uma função administrativa que verifica o processo para que tudo ocorra bem e de acordo com as regras estabelecidas e com as ordens dadas. Para Bernardes (2003) modelo de planejamento é definido como “uma descrição abstrata da forma pela qual o processo de planejamento deve ser realizado, através de sua apresentação nos níveis de planejamento de longo, médio e curto prazo”. Para Chiavenato (2000) o planejamento figura como a primeira função administrativa, pois serve como base para as demais que são organizar, dirigir e controlar. O planejamento serve para definir objetivos, verificar onde as coisas estão hoje e aonde se pretende chegar, e identificar os meios para que esse processo possa ser feito. Existem dois tipos de planejamento, o horizontal e o vertical. Segundo Bernardes (2003) o planejamento horizontal refere-se a as etapas pelas quais o processo de planejamento e controle é realizado, e a segunda, a como essas etapas são vinculadas entre os diversos níveis gerenciais de uma organização. 38 A dimensão horizontal do processo de planejamento envolve cinco etapas, ver figura 2.1 (LAUFER e TUCKER 1987 apud BERNARDES 2003): • preparação do processo de produção; • coleta de informações; • preparação de planos; • difusão de informações; • avaliação do processo de planejamento. Preparação do Coleta de Preparação Difusão das Avaliação do Processo de Informações dos Planos Informações Processo de Planejamento Planejamento AÇÃO Figura 2.1 – Dimensão horizontal do processo de planejamento (Laufer e Tucker apud Bernardes 2003) 39 Segundo Bernardes (2003) a preparação e a avaliação do processo de planejamento têm um caráter intermitente, isso é, ocorrem em períodos específicos na empresa. Já as fases intermediárias formam um ciclo que ocorrem continuamente durante toda etapa do processo. Os três níveis de planejamento vertical são: Estratégico, Tático e Operacional. No planejamento Estratégico o conteúdo é genérico, sintético e abrangente, deve ser implementado em longo prazo e aborda a empresa como uma totalidade. Segundo Daft (2007) ele define as atividades das organizações e a alocação de recursos exigidos para de atingir os alvos. Segundo Bernardes (2003), devido a incerteza no ambiente produtivo, o plano destinado a um longo prazo de execução deve apresentar baixo grau de detalhe. O Planejamento Tático é menos genérico e mais detalhado, pode ser implantado em médio prazo e aborda cada unidade da empresa separadamente. Segundo Daft (2007) os planos táticos definem os principais departamentos e subunidades irão fazer para implementar o planejamento estratégico global. O Operacional é detalhado, específico e analítico, deve ser implantado em curto prazo e aborda apenas cada tarefa ou operação. Geralmente esse plano não é embasado em dados coletados da produção, mas na experiência e na percepção dos profissionais envolvidos no processo. A figura 2.2 mostra os níveis de planejamento e indica as etapas para aplicação do planejamento nesses vários níveis. 40 PROCESSO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO COLETA E ANÁLISE PREPARAÇÃO DO PROCESSO DE PCP Elaborar o Planejamento Estratégico do Empreendimento Tomar Decisões Preliminares Elaborar o Projeto e Especificações Definir Estratégia de Ataque Elaborar o Projeto de Leiaute Projetar Receitas Elaborar o Orçamento LO N G O PR Programar Recursos C1 Gerar Fluxo de Caixa Coletar Informações Estabelecer Padrões de Planejamento Identificar Restrições AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PCP M ÉD IO PR AZ PREPARAÇÃO DOS PLANOS Coletar Informações DIFUSÃO DA INFORMAÇÃO Difundir Programação de Recursos C1 Comprar Materiais C1 Contratar MO Preparar Plano de Longo Prazo Difundir Plano de Longo Prazo Comprar/ Alugar Equipamentos Programar Recursos C2/C3 Difundir Programação de Recursos C2/C3 Contratar MO Analisar Fluxos Físicos Preparar Plano de Médio Prazo Difundir Plano de Médio Prazo Comprar Recursos C2 e C3 Comprar/ Alugar Equipamentos Disponibilizar Recursos C1/C2/C3 Desenvolvimento de Alternativas Identificação de Problemas AÇÃO CU RT O PR AZ Coletar Informações Preparar Plano de Curto Prazo Difundir Plano de Curto Prazo Alocar Recursos C1/C2/C3 Executar a Obra Figura 2.2 – Níveis de Planejamento (BERNARDES, 2003) Um modelo de planejamento e controle de produção quando bem controlado pode apresentar benefícios bastante significativos para o processo. Segundo Bernardes (2003) esses benefício são: • estabelecer um referencial teórico para discussões entre pesquisadores ligados a área de planejamento e controle de produção, contribuindo assim para o desenvolvimento dessa área de conhecimento; • orientar empresas para o desenvolvimento de seus sistemas de planejamento e controle de produção; 41 • estabelecer uma visão clara de como o planejamento pode ser hierarquizado entre diferentes níveis gerenciais; • definir o papel das entidades que devem participar do processo de planejamento e controle de produção; • facilitar a identificação de fatores que contribuam para um processo de implementação bem-sucedido. O resultado imediato produzido pelo planejamento é o plano. Segundo Chiavenato (2000) o plano “constitui o evento intermediário entre os processos de elaboração e de implementação do planejamento”. Os planos têm como propósito comum “a previsão, a programação e a coordenação de uma seqüência lógica de eventos, os quais deverão conduzir ao alcance dos objetivos que os comandam” (CHIAVENATO 2000). Ele informa aos empregados quais decisões tomar. Para entender melhor os objetivos, que são os resultados que se pretende atingir, de um modelo de planejamento é preciso saber distinguir as diferenças entre metas, programas, procedimentos, métodos e normas. As metas são alvos que devem ser atingidos em curto prazo. Podem ser confundidas com objetivo imediatos ou operacionais. Para Draft (2007) elas fornecem o “porquê” de uma empresa existir. As metas mais comuns são: produção mensal, faturamento mensal, cobrança diária, etc. Os programas ou programações representam o conjunto de atividades seqüenciais necessárias para atingir cada meta. São planos específicos para o alcance de metas específicas. 42 Os procedimentos são os métodos pelos quais os programas são executados. São planos que descrevem a seqüência lógica de tarefas para a realização do trabalho. São planos relacionados com os métodos de trabalho. Os métodos são planos estabelecidos para o desempenho de uma tarefa específica, detalhando a forma como o trabalho deverá ser executado e sua amplitude é mais restrita e limitada que a do procedimento. As normas, regras ou regulamentos que envolvem um procedimento. São comandos diretos e objetivos de condutas que devem ser seguidas fielmente. As normas servem para padronizar as ações. De acordo com os princípios de planejamento e controle da produção, a construção enxuta representa uma nova filosofia de produção para a construção civil, proveniente dos esforços de grupos de pesquisadores internacionais. Segundo Bernardes (2003) um dos focos principais da construção enxuta é eliminar qualquer tipo de trabalho que seja considerado desnecessário na produção de um determinado bem ou serviço, o qual, por esse motivo, é denominado perda. Assim como a MPT, a construção enxuta busca diminuir as perdas. Baseadas nos princípios do Sistema Toyota de Produção elas objetivam identificar as atividades que não agregam valor através do mapeamento do processo e a partir daí reduzir ou eliminar as perdas. “A construção enxuta apresenta uma base conceitual que tem o potencial de trazer os benefícios, em termos de melhorias de eficiência e eficácia de sistema de produção, através da aplicação de seus princípios básicos.” (BERNARDES 2003, pág. 25) A construção enxuta busca a redução da parcela de atividades que não agregam valor, aumento do valor do produto, redução da variabilidade, aumento da 43 transparência, foco no controle de todo processo, estabelecimento da melhoria continua do processo e o benchmarking. As atividades que não agregam valor são aquelas que, consomem tempo, recursos ou espaço, mas são essenciais para o andamento do processo. Uma das formas de reduzir os custos com essas atividades é melhorar a disposição dos materiais e equipamentos de modo a tornar o processo mais dinâmico. O aumento do valor do produto está relacionado com as atividades que agregam valor. Essas atividades apresentam bons resultados quando os requisitos da produção são atendidos. O planejamento da produção busca aumentar a parcela dessas atividades, evitando assim o retrabalho. A redução da variabilidade auxilia na aceitabilidade de um produto no mercado, isso porque um produto uniforme é mais bem aceito. Segundo Bernardes (2003) a variabilidade tende a aumentar o tempo de ciclo, bem como as atividades que não agregam valor. De acordo com os princípios da construção enxuta a transparência tende a diminuir a possibilidade de ocorrência de erros no processo. Dessa forma, se os funcionários têm informações necessárias referentes ao andamento do processo suas atividades são realizadas de forma mais eficiente. O estabelecimento da melhoria continua do processo diminui, a partir do momento em que as atividades anteriormente citadas são desenvolvidas. Outra ferramenta importante para a melhoria contínua do processo é a inspeção. Para SHINGO 1996 a melhor maneira de eliminar a inspeção é usar um método que elimine a necessidade de inspeção. O benchmarking consiste em um processo de aprendizado onde há comparação entre operações semelhantes na mesma empresa ou em empresas diferentes. Vale ressaltar que o benchmarking não é uma cópia do processo e sim o estudo de como o processo funciona de modo a aprender com ele. 44 Segundo Bernardes (2003) o processo de planejamento e controle da produção facilita a implementação desses principio na medida em que se busca reduzir atividades de movimentação, inspeção e espera. 45 3. MÉTODO São variados os métodos de pesquisa existentes. Patton (1990 apud Roesch, 1996) apresenta cinco alternativas de pesquisa ,classificadas de acordo com o seu propósito. São elas: Pesquisa Básica, Pesquisa Aplicada, Avaliação de Resultados, Avaliação Formativa e Pesquisa ação. Para realização deste trabalho foi adotado o estudo de caso que consiste na aplicação da Avaliação Formativa, que tem como propósito “aperfeiçoar uma intervenção: um programa, uma política ou um produto”. (ROESCH, 1996). Segundo Gil (1991), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo. Dessa forma, o estudo de caso serve para alinhar a prática e a teoria, atestando assim a eficiência do estudo realizado. Para Roesch (1996) o estudo de caso é caracterizado como uma estratégica de pesquisa, pois “permite o estudo de fenômenos em profundidade dentro de seu contexto; é especialmente adequado ao estudo de processos e explora fenômenos com base em vários ângulos”. Gil (1991) afirma ainda que: o estudo de caso se fundamenta na idéia de que a análise de uma unidade de determinado universo possibilita a compreensão da generalidade do mesmo ou, pelo menos, o estabelecimento de bases para uma investigação posterior, sistemática e precisa (pág. 79). Para Stake Apud Roech (1996) “o estudo de caso não é um método, mas a escolha de um objeto a ser estudado”. Ele afirma ainda que o estudo de caso pode 46 ser múltiplo ou único e a unidade de análise pode ser um ou mais indivíduos, grupos, organizações, eventos, entre outros. Para realização deste trabalho foi realizado um estudo de caso na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAI, localizado na cidade de Feria de Santana, Bahia. Criado em 1942 por iniciativa de empresários, o SENAI é um pólo nacional responsável pela difusão e geração de conhecimento nas mais diversas áreas do setor industrial. Parte integrante do Sistema Confederação das Indústrias – CNI – e das Federações das indústrias dos estados o SENAI atua em 28 áreas industriais formando recursos humanos e prestando serviços como assistência do setor produtivo, serviços de laboratório, pesquisa aplicada e informação tecnológica. (FIEB, 2009). Diretamente ligados a um departamento nacional, 27 departamentos regionais levam seus programas, projetos e atividades a todo território nacional, sendo que na Bahia, sistema Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB – é o responsável na realização deste papel. (FIEB, 2009) Segundo a política de qualidade do SENAI sua missão é promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria baiana. Sua visão é ser reconhecido como parceiro indispensável ao desenvolvimento sustentável da indústria do estado da Bahia. O SENAI é uma organização voltada para o conhecimento e para a informação, com foco nos nichos de mercado que agreguem valor aos produtos e serviços oferecidos a indústria. (Política de Qualidade do SENAI) Na cidade de Feira de Santana, através da unidade operacional centro de formação Jaime Vilas Boas (Figura 3.1 e Figura 3.2), localizada na Avenida Eduardo 47 Froés da Mota, Número 5.000, no bairro Campo Limpo, o SENAI auxilia no atendimento as indústrias locais e de municípios vizinhos como Conceição do Jacuípe, Amélia Rodrigues, Conceição de Feira, Alagoinhas, Entre Rios, Teofilândia, Ipirá e outros. O SENAI de Feira de Santana oferecer serviços e disponibiliza cursos nas áreas de Manutenção Industrial, Elétrica e Automação, Tecnologia da Informação, Vestuário, além de curso de MBA em Gestão de Projetos e Gestão da Manutenção. Figura 3.1 – Fachada da Unidade do SENAI Feira de Santana Figura 3.2 – Área Interna da Unidade 48 Para realização da manutenção da unidade, o SENAI conta com o Núcleo de Informática e Manutenção – NIM – que busca atender as necessidades da estrutura física da unidade e é responsável em oferecer suporte técnico na área de informática e pela gestão patrimonial da mesma unidade. Esse núcleo conta com cinco funcionários e um estagiário, sendo dois responsáveis em dar suporte na área de informática e os demais responsáveis pelas atividades de manutenção. A equipe de manutenção conta com um estagiário, um técnico em processos administrativos, um auxiliar de manutenção e um ajudante prático de manutenção. Além dos serviços anteriormente citados o NIM é responsável ainda pela elaboração e execução de projetos voltados para atender as demandas da unidade. Isso quer dizer que, o gerenciamento da manutenção não é o único serviço realizado por esse setor. Dessa forma o estudo de caso realizado abrangeu os serviços de manutenção e a implementação de alguns projetos. A edificação em questão, inaugurada em 26 de Julho de 1968, foi reformada no ano de 2007 e reinaugurada no mês de Dezembro do mesmo ano. Após a reforma, a edificação, situada em um terreno com área de aproximadamente 16.400 m2, passou a contar com seis prédios, nova guarita de acesso, depósito geral, subestação e uma casa didática, onde são realizados os cursos de ligação e corte elétrico. O prédio da Administração conta com dezesseis salas que abrigam a parte administrativa da unidade. Esse prédio conta ainda com três laboratórios de informática (Figura 3.3) – que em um futuro próximo se transformarão em quatro, tendo em vista o projeto de criação de mais um laboratório para o curso de Sistema de Transporte de Informação, STI –, e sanitários para funcionários. 49 Figura 3.3 – Laboratório Cisco O prédio de Elétrica conta com seis laboratórios, onde são realizadas as aulas teóricas dos cursos relacionados com essa área, e com um laboratório de costura, onde são realizados os cursos da área de Vestuário. Além disso, conta também com um depósito geral onde são guardados alguns dos materiais de aula, sanitários para os alunos e um elevador para portadores de necessidades especiais que dá acesso ao Laboratório de Física (Figura 3.4) que fica no primeiro andar. Figura 3.4 – Laboratório de Física O prédio de Mecânica conta com sete laboratórios onde são realizadas as aulas práticas dos cursos de manutenção industrial. Nesse prédio é possível verificar a 50 presença de Laboratório de metrologia, Laboratório de Solda, Laboratório de Refrigeração, além dos laboratórios de Manutenção Industrial (Figura 3.5). Figura 3.5 – Laboratório de Manutenção Industrial O pavilhão de Salas de Aula conta com dez salas (Figura 3.6) onde são realizadas as aulas teóricas dos cursos. Nesse pavilhão é possível verificar também a existência de sanitários feminino e masculino para os alunos e uma copa. Durante a realização desse trabalho uma das salas de aula existentes nesse pavilhão – sala 10 – passou por processo de adaptação para receber um novo laboratório de informática. Figura 3.6 – Sala 09 No prédio do Refeitório/Cantina é possível verificar que, além do refeitório (Figura 3.7) e da cantina, existe um sala de reprografia e um Laboratório de Alimentos. Neste último são realizadas as aulas práticas dos cursos da área de alimentação. 51 Figura 3.7 – Refeitório O prédio do Auditório/NDI conta com um auditório (Figura 3.8) com capacidade para 90 pessoas. No Núcleo de Documentação e Informação (Figura 3.9), NDI, Funciona a Biblioteca da Unidade onde os alunos e funcionários podem fazer pesquisas em livros, jornais, revistas e sites na internet através de sete computadores existentes no local. Figura 3.8 – Auditório. 52 Figura 3.9 – Núcleo de Documentação e Informação O NDI conta ainda com uma sala de recursos áudios-visuais, onde os alunos têm acesso a vídeos relacionados com os cursos oferecidos pelo SENAI, sala de estudos e sanitários masculino e feminino. Distribuídos ao longo do terreno, conforme apresentado no Anexo 1, os espaços descritos anteriormente recebem manutenção periódica sendo o núcleo de informática e manutenção - NIM, responsável por esse serviços. A coleta de dados foi iniciada a partir da aplicação de um formulário de Inspeção (apresentado no Apêndice 1), no dia 26 de Maio de 2009, em todas as áreas que compõem a unidade, com o propósito de levantar os principais problemas e manifestações patológicas da edificação. Além dos problemas encontrados através da aplicação dos formulários de inspeção, foram levados em consideração, também, os chamados abertos no Helpdesk1 pelos colaboradores da unidade. Os resultados encontrados estão apresentados no Capítulo 4. 1 O Helpdesk é um sistema na intranet do Sistema FIEB onde os colaboradores das unidades pertencentes a esse sistema podem abrir chamados solicitando a realização de serviços. 53 Com o levantamento de todos os problemas foi feita uma lista indicando todos os serviços a serem executados na unidade. Com essa lista foi gerado um gráfico com a freqüência de cada problema que está apresentado no capítulo 4 deste trabalho. A partir daí iniciou-se a construção da sistemática de planejamento da manutenção predial, com base nos pilares da MPT e do modelo de PCP proposto por Bernardes (1999). Assim, com os resultados das manifestações patológicas e dos problemas levantados, foi possível fazer o planejamento de médio e de curto prazo das semanas seguintes. O planejamento de curto prazo era realizado semanalmente e de médio prazo com uma janela de quinze dias. As reuniões de comprometimento eram realizadas as sextas feiras e participavam o auxiliar de manutenção, e a estagiária do NIM, autora do presente trabalho. Na primeira semana do planejamento o auxiliar anteriormente citado estava de férias ficando o outro auxiliar responsável em participar da reunião. As definições dos serviços a serem executados eram feitas conforme listagem de prioridades previamente acordada com o gerente da unidade. Para facilitar o controle das atividades foram aplicadas planilhas de planejamento de curto e de médio prazo conforme apresentado no Anexo 2 e 3, respectivamente. Nas reuniões semanais era feito o controle de execução das atividades realizadas, e avaliada a eficiência do planejamento da manutenção através de um indicador especialmente criado para isso. Em seguida eram programadas as atividades a serem realizadas na semana seguinte. Os resultados encontrados estão apresentados no capítulo 4. Para validar a eficiência da sistemática proposta, foram realizadas entrevistas com alguns dos principais interessados na gestão da manutenção da unidade. Foram entrevistados os auxiliares da manutenção e o gerente da unidade. Foi perguntado se eles perceberam alguma melhora no planejamento da manutenção 54 predial durante a aplicação do estudo de caso e se tinham alguma sugestão a fazer para melhorar o sistema. 55 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capitulo são apresentado os resultados encontrados durante a realização do estudo de caso. Como o método utilizado foi uma avaliação formativa, onde foram feitas recomendações para melhoramento do sistema existente, o presente capítulo apresenta comparação dos resultados encontrados com os estudos realizados por outros autores no que se refere ao levantamento das manifestações patológicas. Quanto à utilização dos modelos de gestão aplicados, são apresentadas planilhas com o cálculo dos PPMC de cada ciclo do planejamento e gráficos com o comparativo das semanas. A aplicação das fichas de inspeção foi importante, pois mostram a freqüência de cada evento (Ver apêndice 2). As figuras 4.1 e 4.2 apresentam os gráficos com todos os serviços a serem executados pela equipe de manutenção, encontrados com a aplicação dos formulários de inspeção dos ambientes. A primeira mostra serviços a serem executados e a segunda separa esses resultados por grupo. 45 40 40 35 30 25 20 15 10 5 22 15 14 14 13 12 9 7 7 7 5 5 4 3 3 3 3 ar o R ep Ve r ifi c aç ão de F em is Lu su m P in ras iná R o T / Tr ria e p r a in ar va ca / o s e Tr Pi nt Re m t inco u p om Ve ra d aro ad a r if e d ic Pa e p s aç r o Li ão ed rta m d e e/ T pe za t o et o rn do e qu Ar In ira ad co filt s ro nd raç de ici ão In di ona s st rib do Ad R tal ar ui e a In p çã ve ptaç aro mo o l a rs ã e ão o m de For p do a r P e p r r o co a N rfil ess m ov de ã o an o do lab me de ora sa in tó Li ter rio R ep mp rup a r e z a to r o em G e ca ral de ir O a ut ro s 0 Figura 4.1 – Freqüência dos Problemas e Manifestações patológicas encontrados. 56 No. DE OCORRÊNCIAS 60 50 40 30 20 10 In st al aç Pa õ e re s E de lé s, tri c Pi as so / , C Re In st ob de al er aç tu oe r P a s H or id ta ra s ul ica O s u Ar tr co M os nd óv ic ei Ad ion s ap ad ta o çõ Te es L la Ba de imp e lc ã pr za Es o/P ojeç tru ra ão t u tele ra i M ras Es atá qu lic ad a ria s 0 Figura 4.2 – Freqüência dos Problemas encontrados separados por grupo. Já na figura 4.3 estão apresentadas a freqüência médias das manifestações patológicas encontradas por Bernardes et. al. (1998) durante a realização de um estudo em oito empresas construtoras no estado de São Paulo, sendo essas não pertencentes a capital paulista. 45,00% 40,00% 39,51% HIDRÁULICA 35,00% PAREDES IMPERMEABILIZAÇÃO 30,00% ESQ. ALUMÍNIO ESQ. MADEIRA 25,00% AZULEJOS 20,00% PISO CERÂMICO 17,46% ELÉTRICA 15,00% 10,00% 5,00% FORRO GESSO 8,09% 6,95%7,37% 5,88% 5,40% 4,18%3,43% 0,95%0,78% MÁRMORES DIVERSOS 0,00% Figura 4.3 – Distribuição dos Defeitos – Média Global (Bernardes et.al., 1998) 57 No estudo de Bernardes et. al. (1998), foi levantado o comportamento das obras em termos de não conformidades ao longo dos seus primeiros cinco anos de existência. Antes de iniciar do inicio do estudo de caso imaginava-se que a maioria dos problemas de manutenção da unidade estavam relacionados com os aparelhos de ar condicionado, tendo em vista a quantidade de chamados abertos para resolução desses tipos de problemas. Com a realização do estudo constatou-se que esses problemas representam apenas 3,76% dos problemas encontrados. É provável que esse fato tenha ocorrido pelo fato desse tipo de problema ser mais visivelmente detectado pelos usuários. Segundo Alexandre Lara, em entrevista concedia a Lotuco (2008), ele afirma que “o ar-condicionado apresenta poucos problemas e o que incomoda os usuários é o atendimento e a regulagem”. Para o estudo de caso foi feito o controle das atividades durante sete semanas compreendidas entre os dias 15 de Junho e 02 de Agosto de 2009. Vale lembrar que as atividades programadas para fazerem parte do ciclo semanal eram aquelas nas quais não haviam restrições. O planejamento das atividades, além de estar relacionado à sistemática de PCP proposta por Bernardes (1999), refere-se também ao pilar manutenção planejada, que busca reduzir os custos de manutenção mantendo condições ótimas de processos através do gerenciamento da manutenção. Para as atividades com restrições, que na maioria dos casos estavam relacionadas com projetos e compra de material, foi feita uma planilha para controle de remoção das mesmas. (Ver Anexo 4). A remoção dessas restrições está relacionado com o pilar Manutenção da Qualidade da MPT, pois a remoção de restrições garante zero defeitos de qualidade mantendo condições ideais de materiais, equipamentos e pessoas para a execução dos serviços de manutenção. No primeiro ciclo, compreendido entre os dias 15 e 21 de Junho, os serviços planejados estavam relacionados a resolução problemas pontuais como, troca de 58 lâmpadas e fixação de torneiras, pois eram as atividades sem restrição e que poderiam ser executadas durante aquela semana. Para o segundo ciclo, compreendido entre os dias 22 e 28 de Junho, foi programada a execução de serviços relacionados à adaptação do laboratório da Cisco, tendo em vista a necessidade e a disponibilidade (por conta do feriado do São João) dessa área para realização dos serviços. No terceiro ciclo – entre os dias 29 de Junho e 05 de Julho – foram planejados os demais serviços para a conclusão do laboratório Cisco, serviços na sala do IEL e se deu inicio a adaptação da sala 10 para abrigar um novo laboratório de informática. No quarto ciclo – entre os dias 06 e 12 de Julho – foram planejados a continuação dos serviços de adaptação da sala 10, da sala do IEL e pintura dos bancos da praça central da unidade. No quinto ciclo – entre os dias 13 e 19 de Julho – o planejamento abrangeu os serviços na sala 10 e na sala do IEL, além dos serviços de instalação da tenda de informática e da limpeza das caixas de gordura localizadas ao fundo do prédio da cantina. No sexto ciclo – entre os dias 20 e 26 de Julho – foram planejados os serviços para adaptação na sala 10 e alguns serviços na sala do IEL. No sétimo ciclo – entre os dias 27 de Julho e 02 de Agosto – foram realizados serviços na sala 10, reparo nas instalações dos para raios por uma empresa terceirizada e a substituição de lâmpadas queimadas. As restrições a serem eliminadas em cada semana se limitaram a levantamento e compra de material, e a elaboração de projetos. As planilhas de médio prazo foram elaboradas de modo a facilitar a identificação dos serviços que poderiam ser programados no ciclo semanal. 59 Com o planejamento e a realização das atividades de manutenção, foi possível encontrar o percentual de atividades concluídas durante cada ciclo. Para isso elaborou-se um indicador específico para esse trabalho, baseado no PPC do modelo de planejamento da produção visto anteriormente. O PPMC é um indicador de eficiência da manutenção que é calculado dividindose o número de atividades concluídas pela quantidade total de atividades planejadas multiplicado por cem. Com esse resultado é possível saber se a quantidade de pacotes de trabalho planejados está equilibrada com a produtividade da mão de obra. Os resultados dos percentuais de pacotes de manutenção concluídos estão apresentados na figura 4.4. PPMC 100% 89% 90% 80% 70% 60% 60% 1ª 2ª 75% 75% 4ª 5ª 86% 88% 6ª 7ª 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 3ª Semanas Figura 4.4 – PPMC dos ciclos semanais Esses resultados mostram que nas duas primeiras semanas os PPMC encontrados foram os menores entre os sete ciclos. É provável que esse fato tenha acontecido por conta do efeito aprendizado. Isso porque nos primeiros ciclos a equipe ainda estava tentando encontrar a quantidade ideal de pacotes de serviço que pudessem ser realizados em cada semana. 60 Esse efeito aprendizagem está relacionado ao pilar Controle Inicial da MPT, pois esse princípio busca aproveitar o conhecimento adquirido por melhorias e introduzir novos projetos sem qualquer tipo de perda. Segundo os mesmos princípios do PPC, os percentuais ideais do PPMC devem esta entre 80% e 100%, sendo 100% um valor não muito satisfatório, pois mostra que a equipe poderia executar uma maior quantidade de atividades do que a programada. Valores abaixo de 60% também não são bons resultados, porque mostram que, ou foram programadas mais atividades do que a capacidade produtiva da equipe, ou a produtividade da mão de obra está abaixo do valor médio. Passado os ciclos da investigação, procedeu-se à entrevista de avaliação. Todos os entrevistados afirmaram a eficiência do sistema e disseram que o sistema apresentou bons resultados e facilitou o andamento das atividades relacionadas a manutenção predial. Um dos aspectos que mais chamaram atenção durante a entrevista foi com relação a um dos funcionários da manutenção. Antes da realização do estudo de caso, quando foi proposta a idéia do sistema, ele informou ser difícil esse sistema dar certo, pois a incerteza das atividades que deveriam ser realizadas durante a semana era muito grande, pois a cada instante surgia uma demanda diferente. Ao final do estudo ele deu um novo depoimento, afirmando que a sistemática realmente dava certo. Outro aspecto observado foi o fato de que, por conta da demanda de atividades que surgiam a cada momento, seria interessante em um outro momento tentar diminuir o tempo do ciclo semanal do planejamento de curto prazo. Essa redução do tempo de ciclo está relacionada ao Pilar Office TPM, que busca identificar perdas administrativas reduzindo o tempo e aumentando a qualidade e precisão das informações. De um modo geral, pode-se observar que a MPT tem limitações no que se refere a aplicação do pilar Manutenção Autônoma na manutenção predial. Isso ocorre porque, conforme visto no capítulo da Revisão Bibliográfica, o conhecimento da 61 Patologia das Edificações é indispensável para os profissionais que atuam nessa área. Sendo assim, a relação que pode ser feita quanto a participação dos demais funcionários na aplicação desse pilar é no que se refere à limpeza e conservação da edificação. Segundo Guimarães, Jucá e Ferreira (2002), quase sempre os trabalhos relacionados à recuperação dos problemas nas edificações são executados de maneira incorreta. Pensando nesse aspecto, foi criado um procedimento padrão para execução dos serviços relacionados ao tratamento de trincas e fissuras2 que apareceram na edificação. As trincas e fissuras foram os principais problema encontrado dentre as manifestações patológicas levantadas. Este procedimento está descrito no Apêndice 3. Além desse, pretende-se definir procedimentos para as demais manifestações patológicas levantadas, uma vez que as manifestações patológicas são uma condição especial de problemas relacionados à manutenção predial, e merecem cuidados especiais. 2 Para elaboração desse procedimento se tomou como base o artigo publicado por Juliana Makamura na ed. 12 da revista Equipe de Obra. 62 5. CONCLUSÃO Esse trabalho apresentou uma pesquisa sobre como melhorar o sistema de manutenção predial em uma edificação. Esse estudo foi feito através da aplicação de modelos de gestão baseados nos princípios do Sistema Toyota de Produção. Com isso, mostrou-se a importância de se gerir de forma correta um sistema de manutenção, a fim de melhorar a sua eficiência e fornecer aos usuários da edificação um ambiente mais confortável para desenvolver suas atividades. Dessa forma o presente trabalho mostrou que é possível a utilização de princípios da Manutenção Produtiva Total e do modelo de Planejamento e Controle da Produção como ferramentas para aumentar a eficiência do programa de gestão da manutenção predial. Através do levantamento das manifestações patológicas mais comuns encontradas em uma edificação, foi possível avaliar os problemas referentes à manutenção predial e propor uma sistemática de planejamento operacional da gestão de manutenção com base na MPT e no modelo de planejamento da Construção Enxuta. Assim, a aplicação do modelo mostrou-se simples e uma pesquisa com os principais usuários da gestão da manutenção, ao final da aplicação demonstrou a eficácia da implementação da sistemática. A realização desse trabalho serviu também para constatar que, embora o interesse pela área de manutenção predial tenha crescido bastante nos últimos anos, ainda existe uma lacuna nessa área do conhecimento que precisa ser preenchida. Sendo assim é possível propor e sugerir temas para possíveis trabalhos futuros que tenham como área de conhecimento a manutenção predial. Trabalhos relacionados com a assistência técnica fornecidas por empresas construtoras é uma área muito importante. A criação desses serviços possibilita as empresas terem maior contato com o cliente. Segundo Ramos; Mitidieri (2009) a 63 assistência técnica tem com principal função o “atendimento às reclamações de clientes, a retroalimentação do sistema de produção de edifícios e a apropriação de custos relacionados aos problemas patológicos”. A avaliação Pós-Ocupação também é um tema bastante interessante que pode ser estudado. Segundo PENNA et. al. (2002) ela refere-se a avaliação do usuário da edificação quanto ao seu comportamento, isto é, o comportamento do ambiente pode ser medida através de uma série de fatores complementares de referência, condensados em normas, que podem ser entendidos como aspectos qualitativos do projeto. 64 REFERÊNCIAS ANTUNES Junior, José Antônio Valle, Manutenção Produtiva Total: Uma análise Crítica a partir de sua Inserção no Sistema Toyota de Produção. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR5674: Manutenção de Edificações – Procedimento. Rio de Janeiro: 1999. BALLARD, Glenn, Improving Work Flow Reliability. 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Emergência Caixa de Passagem Quadro de Distribuição 2.2 HIDROSANITÁRIAS ITEM Descarga Torneira Mictório Porta Papel Toalha Porta Papel Higiênico Porta Sabonete Pia Vaso Sanitário Ralo OK PND NA OBSERVAÇÕES 2.3 AR CONDICIONADO ITEM Controle Remoto Funcionamento Dreno OK PND NA OBSERVAÇÕES 3.0 MÓVEIS 3.1 TELA DE PROJEÇÃO ITEM Fixação Área de Projeção Mecanismo Retrátil Suporte Trava OK PND NA OBSERVAÇÕES OK PND NA OBSERVAÇÕES 3.2 MÓVEIS ITEM Mesa docente Mesa apoio RAV Cadeira docente Cadeira Discente Mesa discente Armário Quadro/Lousa 72 APÊNDICE 2 – Problemas e Patologias Mais Freqüentes. Problemas encontrados Verificação de Luminária Rachadura/ trincas Reparo em pino trava/ trinco Reparo em tomadas Reparo de porta Pintura de parede/teto Verificação de torneiras Infiltração Ar condicionado Limpeza do quadro de distribuição Forro Instalar mola de pressão Reparo em Perfil de mesa Adaptação para Novo laboratório Inversão do comando de interruptor Limpeza Geral Reparo em cadeira Colocação de balcão de granito/prateleiras Colocar porta sabonete Cortinas Fixação de assentos sanitários Pintura de estrutura metálica Reparo em descarga/Mictório Substituir porta de acesso Tela de Projeção Vazamento do Ralo Vazamento em telhado Assentamento de Piso Colocar Mesas cadeiras e quadro Fixação de cantoneiras Identificação nas portas Instalação de Murais de Aviso Instalação do Exaustor Instalar ferro de passar Instalar GLP Instalar Motor Instalar ponto de rede Instalar Porta papel toalha Limpeza em cadeiras Limpeza em porta Sabonete Operação do sistema de incêndio Quadro Reforma do muro Reparo em pilar Retirar parafuso das paredes Revestimento Cerâmico Revisão de malha de aterramento Freqüência 22 15 14 14 13 12 9 7 7 7 5 5 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 73 APÊNDICE 3 – Procedimento Para Recuperação de Trincas PROCEDIMENTO PARA RECUPERAÇÃO DE TRINCAS VERSÃO: 01 FOLHA Nº: 01 ESCOPO Procedimento Padrão para recuperação de trincas e fissuras. MATERIAIS Produto para vedar trinca(fita de poliéster TNT), massa acrílica, tinta, espátula, tesoura, celulóide aplicador de massa, lixa, pincel ou rolo e tinta acrílica. PROCEDIMENTO 1 – Limpar a superfície da trinca de modo que fique seca e isenta de poeira; 2 – Cobrir toda a trinca com fita adesiva própria para esse fim, sendo que nenhum pedaço da trinca pode ficar descoberto; 3 – Retirar o ar que eventualmente estiver entre a fita e a parede. Esse procedimento poderá ser feito com um pedaço que sobrou da fita; 4 – Passar uma demão de tinta acrílica para selar o “curativo” na parede. Aplicar a tinta de modo que ultrapassar pelo menos dois centímetros de cada lado da fita e aguardar o tempo recomendado pelo fabricante da tinta; 5 – Aguardar a secagem da tinta e cobrir o trecho tratado com massa acrílica aplicada com celulóide; 6 – Aguardar a secagem da massa acrílica e lixar o local tratado de forma a regularizá-lo; 7 – Retirar a poeira da superfície com um pano seco e aplicar sobre a parede a primeira demão de tinta; 8 – Aguardar a secagem e aplicar a segunda demão da tinta. Caso a cor da região tratada fique diferente do restante da parede, deverá ser feita a pintura geral da mesma. 74 ANEXO 1 – Planta Geral da Unidade do SENAI Feira de Santana 75 ANEXO 2 – Planilhas de Curto Prazo. 76 Anexo 3 – Planilhas de Médio Prazo 77 ANEXO 4 – Planilha de restrições.