UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL
FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL
Aprovadas pela Portaria SESu/MEC Nº 368/2008 de 19/05/2008 (DOU 20/05/2008)
Curso de Administração com Habilitação em Administração de Empresas
Reconhecido pela Portaria Ministerial Nº 1.088
MEC, de 29/04/2004 – DOU de 03/05/2004.
SOCIEDADES ANÔNIMAS – ESTUDO DE CASO SOBRE A ABERTURA
DO CAPITAL DA EMPRESA MULTIPLUS S.A. NA BOLSA DE VALORES
DE SÃO PAULO NO EXERCÍCIO DE 2010
RUBIA SOUZA SILVA
GAMA – DF
JUNHO/2013
RUBIA SOUZA SILVA
SOCIEDADES ANÔNIMAS – ESTUDO DE CASO SOBRE A ABERTURA DO CAPITAL
DA EMPRESA MULTIPLUS S.A. NA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO NO
EXERCÍCIO DE 2010
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no
curso de Graduação em Administração de Empresas
da Faculdades Integradas da União Educacional do
Planalto Central, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Bacharel em Administração.
Linha de Pesquisa: Gestão Econômico-Financeira.
Orientador: MSc GERALDO CARDOSO MOITINHO
GAMA – DF
JUNHO/2013
ii
Silva, Rubia Souza.
Sociedades Anônimas – Estudo de caso sobre a Abertura do Capital da empresa
Multiplus S.A na Bolsa de Valores de São Paulo no exercício de 2010.
Rubia Souza Silva. Gama (DF), Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central (FACIPLAC), 2013.
48 folhas.
Orientador: Prof. MSc Geraldo Cardoso Moitinho.
Monografia
Faculdades
Integradas
Graduação em Administração de Empresas.
do
Planalto
Central,
1. Administração Financeira 2. Bolsa de Valores 3. Sociedades Anônimas 4. Patrimônio
Líquido 5. Ações
iii
RUBIA SOUZA SILVA
SOCIEDADES ANÔNIMAS – ESTUDO DE CASO SOBRE A ABERTURA DO
CAPITAL DA EMPRESA MULTIPLUS S.A. NA BOLSA DE VALORES DE SÃO
PAULO NO EXERCÍCIO DE 2010
Trabalho de Conclusão de Curso, aprovada como requisito
parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração
no curso Administração de Empresas da Faculdades
Integradas da União Educacional do Planalto Central.
Data de Aprovação:
_____/_____/_____
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. MSc Geraldo Cardoso Moitinho
Faculdades Integ.da União Educ. do Planalto Central
____________________________________________
Prof. MSc Antônio Henrique Pereira
Faculdades Integ.da União Educ. do Planalto Central
____________________________________________
Prof. MSc Gustavo Faria de Oliveira
Faculdades Integ.da União Educ. do Planalto Central
iv
Agradecimentos
A Deus por ter me dado forças e iluminando meu
caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da
minha vida;
A minha família, em especial a minha mãe que tanto
amo, pelo incentivo e compreensão em tantos momentos
de minha vida.
Agradeço ao meu orientador professor MSc Geraldo
Moitinho, pelos ensinamentos e dedicação no auxilio à
concretização deste Trabalho de Conclusão de Curso,
ensinando-me
como
acadêmica
a
tornar-me
profissional.
v
RESUMO
Este trabalho tem como linha de pesquisa, o estudo de caso sobre a Abertura do Capital da empresa Multiplus
S.A. na Bolsa de Valores de São Paulo no exercício de 2010. Visou esclarecer e aprofundar o conhecimento
desenvolvido através de um referencial teórico explicando assuntos importantes como sobre a Abertura de
Capitais em Bolsa de Valores, sempre embasado em conceitos escritos por autores que conhecem a fundo o
assunto, e auxiliaram na confecção das teorias do presente trabalho. Para alcançar os objetivos propostos foi
realizada uma pesquisa sobre o perfil da empresa Multiplus S.A que abriu seu capital na Bolsa de Valores de São
Paulo no exercício de 2010, com consultas a revistas, jornais, sites, entre outros, além de uma combinação de
metodologias e pesquisa bibliográficas. Com os resultados obtidos nota-se que a Abertura de Capital da
companhia Multiplus S.A foi fundamental para a alavancagem e o crescimento da empresa.
Palavras chave: 1. Administração Financeira. 2. Bolsa de Valores. 3. Sociedades Anônimas. 4. Patrimônio
Líquido. 5. Ações.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Organograma da BM&FBovespa S.A .................................................................... 16
Figura 2 – Programa Individual ............................................................................................... 34
Figura 3 – Programa de Coalizão ............................................................................................ 35
Figura 4 – Principais vantagens dos Programas de Coalizão ................................................... 36
Figura 5 – Serviços oferecidos pela Multiplus ......................................................................... 37
Figura 6 – Demostração de Resultado 2010 ............................................................................ 41
Figura 7 – Demostração de Resultado 2011 ............................................................................ 43
Figura 8 – Demostração de Resultado 2012 ............................................................................ 44
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Relação de empresas que abriram Capital na Bolsa de Valores no ano de 2010.... 31
Tabela 2 – Dados gerais da empresa Multiplus S.A.. ............................................................... 32
viii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
1.1 Tema: Sociedades Anônimas – Estudo de caso sobre a Abertura de Capitais na Bolsa de
Valores de São Paulo no ano de 2010....................... ............................................................... 11
1.2 Justificativa ......................................................................................................................... 11
1.3 Problema de Pesquisa ......................................................................................................... 11
1.4 Hipótese .............................................................................................................................. 11
1.5 Objetivos............................................................................................................................. 12
1.5.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 12
1.5.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 12
2 PERFIL DA EMPRESA ..................................................................................................... 13
2.1 Histórico ............................................................................................................................. 13
2.2 Perfil Estratégico ................................................................................................................ 15
2.2.1 Missão.............................................................................................................................. 16
2.3 Estrutura Organizacional .................................................................................................... 16
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 19
3.1 Administração Financeira ................................................................................................... 19
3.2 Bolsa de Valores ................................................................................................................. 20
3.3 Sociedades Anônimas ......................................................................................................... 23
3.4 Patrimônio Líquido ............................................................................................................. 26
3.5 Ações .................................................................................................................................. 28
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 30
4.1 Delineamento da Pesquisa .................................................................................................. 30
4.2 Técnica de Pesquisa ............................................................................................................ 30
5 ANÁLISE E RESULTADOS.............................................................................................. 32
5.1 Estudo de Caso Multiplus S.A............................................................................................ 32
5.1.1 Multiplus S.A .................................................................................................................. 33
5.1.2 Vantagens na Abertura de Capital ................................................................................... 38
5.1.3 Desvantagens na Abertura de Capital .............................................................................. 39
5.1.4 Relatório de Estudo de Caso ............................................................................................ 40
ix
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 45
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 47
x
10
1 INTRODUÇÃO
No contexto econômico da atualidade tem-se notado a dificuldade de captação de
recursos financeiros no mercado. As razões são as mais diversas, mas uma das premissas para
abertura de capital das empresas em Bolsa de Valores é a questão de não incidir juros neste
recurso financeiro captado nas Bolsas de Valores e principalmente a ausência de ganhos por
conta dos agentes financeiros.
Sabe-se que os custos financeiros dos recursos captados junto a instituições
financeiras oneram quaisquer empreendimentos, haja vista que os bancos visam o máximo de
lucro em qualquer período de tempo. Por isto, uma das alternativas viáveis para as empresas é
a abertura de capital.
Este estudo mergulhou na descoberta ou em explicações sobre essa modalidade de
financiamento de ativos financeiros com um custo de capital muito baixo, que é a venda de
ações no mercado de balcão.
Um dos motivos das empresas buscarem recursos, por meio da abertura de capital é
por ser mais em conta do que um financiamento por meio de bancos, além disso, se as
empresas atingirem as expectativas dos acionistas terá cada vez mais recursos para investir em
melhorias. Algumas empresas também têm o objetivo de projetar sua marca, pois ficará
conhecida por meio da Bolsa de Valores.
O Mercado de Capitais é fundamentalmente importante para o crescimento de um
país, pois sem ele muitos projetos poderiam não ter saído do papel por falta de capital e/ou
financiamento. Muitas empresas perderiam sua competitividade e dificilmente conseguiriam
desenvolver-se.
A bolsa pode levar alguns benefícios a todos os indivíduos da sociedade, tais como,
levantar capital para as organizações por meio de venda de ações, criando oportunidades de
investimentos para os pequenos investidores, pois são abertos a quaisquer indivíduos.
11
1.1
TEMA
Sociedades Anônimas – Estudo de caso sobre a Abertura do Capital da empresa
Multiplus S.A. na Bolsa de Valores de São Paulo no exercício de 2010.
1.2 JUSTIFICATIVA
O mercado de capitais se torna mais ativo quando a economia é mais desenvolvida,
ou seja, as pessoas, empresas e instituições acabam investindo em poupanças.
Quando as empresas decidem abrir seu capital elas encontram uma fonte de recursos
financeiros permanentes. A plena abertura de capital acontece quando as empresas decidem
lançar suas ações ao público, emite ações e negocia na Bolsa de Valores. E quando a pessoa
adquirir ações, automaticamente passa a ser um sócio acionista da empresa.
Então, justifica-se este trabalho por querer investigar os motivos da abertura, bem
como elucidar casos que deram certo e outros que foram fracassos.
Outro ponto relevante para o estudo, pois se trata de assunto novo para academia,
bem como pelas informações que este tema pode trazer para futuros investidores da
comunidade acadêmica.
Existe no mercado o Órgão fiscalizador do mercado de capitais brasileiro que é o
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que libera as operações de abertura de capitais e
autoriza a emissão dos valores mobiliários para a distribuição pública. As companhias de
capital aberto tem que atender uma série de requisitos que estão definidos na Lei das S.As. e
nas regulações da CVM.
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA
Por que as empresas optam por realizar a abertura de capital em Bolsas de Valores?
12
1.4 HIPÓTESE
Se a abertura de capital for bem sucedida e a empresa conseguir alavancar
financeiramente o capital captado na Bolsa de Valores suas ações tendem a valorização, que
tem como consequência a distribuição de dividendos e o retorno dos investimentos realizados
pelos investidores na Bolsa de Valores, bem como se o processo de abertura de capital não
houver sucesso esta operação tenderá a tornar a prejuízo, gerando como consequência o medo
de novos investidores aplicarem seus recursos em empresas que optam em abrir seu capital
em Bolsa de Valores.
1.5 OBJETIVOS
1.5.1 OBJETIVO GERAL
Estudar a abertura do capital da empresa Multiplus S.A. na Bolsa de Valores de
São Paulo no exercício de 2010.
1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer o perfil da empresa Multiplus S.A., que abriu o capital na Bolsa de Valores
de São Paulo no exercício de 2010.

Demonstrar as vantagens obtidas pela empresa Multiplus S.A., que abriu o capital na
Bolsa de Valores de São Paulo.

Demonstrar as desvantagens obtidas pela empresa Multiplus S.A., que abriu o capital
na Bolsa de Valores de São Paulo.

Elaborar relatório de estudo de caso.
13
2 PERFIL DA EMPRESA
2.1 HISTÓRICO
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa S.A.) é a
bolsa oficial do Brasil. Sediada em São Paulo, a BM&FBovespa é a segunda maior Bolsa de
Valores do mundo em valor de mercado.
1890 - Fundação da Bolsa Livre, fechada um ano depois em decorrência da política
do Encilhamento;
1895 - Fundação da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo;
1934 - Mudança da sede da Bolsa de Valores para o Palácio do Café, onde recebeu o
nome de Bolsa Oficial de Valores de São Paulo;
1967 - Surgimento das sociedades corretoras e do operador de pregão. A bolsa passa
a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa;
1970 - As movimentações financeiras que ocorriam na Bovespa passam a ser
registradas eletronicamente;
1972 - Implantação do pregão automatizado;
1986 - Início dos pregões da Bolsa Mercantil & de Futuros - BM&F;
1990 - Foram iniciadas as negociações por meio do Sistema de Negociação
Eletrônica - CATS (Computer Assisted Trading System) que operava simultaneamente com o
sistema tradicional de Pregão Viva Voz;
1991 - Acordo entre a BM&F e a Bolsa de Mercadorias de São Paulo - BMSP; passa
a ter a denominação Bolsa de Mercadorias & Futuros;
1997 - Foi implantado com sucesso o novo sistema de negociação eletrônica da
Bovespa, o Mega Bolsa. O Mega Bolsa ampliou o volume potencial de processamento de
informações; acordo entre a BM&F e a Bolsa Brasileira de Futuros - BBF;
14
1999 - Lançamento dos serviços Home Broker e After-Market pela Bovespa;
2000 - Implantação da plataforma de eletrônica de derivativos GTS da BM&F;
2007 - Desmutualização da Bovespa, que passa a ser chamada de Bovespa Holding, e
da BM&F, que passa a ser chamada de BM&F S.A.
2008 - Integração da Bovespa Holding S.A. e da BM&F S.A. com a criação da Bolsa
de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA S.A., a terceira maior bolsa do mundo
em valor de mercado. Lançamento da modalidade de negociação DMA para o segmento de
derivativos (BM&F) e estabelecimento do acordo de roteamento de ordens com a Bolsa
Mercantil de Chicago (CME). A BM&FBovespa está ligada a todas as Bolsas de Valores
brasileiras, incluindo a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), onde são negociados
apenas títulos. O indicador de referência da BM&FBovespa é o Ibovespa. Havia 450
empresas negociadas na BM&FBovespa em 30 de abril de 2008.
Em 20 de maio de 2008, o índice Ibovespa atingiu seu décimo recorde consecutivo,
fechando em 73.516 pontos, com um volume cujos títulos são negociados a 4,2 bilhões de
dólares.
2009 - Lançamento da modalidade de negociação "co-location" para o segmento de
derivativos;
2009 - Assinatura de acordo com a bolsa Nasdaq, de Nova York, com licenciamento
de ferramentas de auxílio à negociação;
2009 - Encerramento do pregão viva voz no segmento de derivativos. Toda a
negociação passou a ser feita pela plataforma eletrônica;
2010 - Lançamento da modalidade de negociação Acesso Direto ao Mercado (DMA,
na sigla em inglês) para o segmento de ações (BOVESPA);
2010 - Início da modalidade de negociação "co-location" para o segmento de ações.
2010 - Lançamento do projeto Quer ser Sócio com o objetivo de fomentar novos
investidores para o mercado de capitais e desenvolvimento do Brasil. Lançamento do projeto
Simulação - Simulador do mercado de ações da BM&FBovespa.
15
2010 - Torna-se a segunda maior Bolsa de Valores do mundo em valor de mercado,
alcançando a marca de R$ 30,4 bilhões.
Por meio de suas plataformas de negociação, realiza o registro, a compensação e a
liquidação de ativos e valores mobiliários transacionados e a listagem de ações e de outros
ativos, bem como divulga informação de suporte ao mercado. A companhia também atua
como depositária central dos ativos negociados em seus ambientes, além de licenciar
softwares e índices.
A Bolsa brasileira desempenha também atividades de gerenciamento de riscos das
operações realizadas por meio de seus sistemas. Para tanto, possui uma robusta estrutura de
clearings de ações, derivativos, câmbio e ativos, que atua de forma integrada, com o Banco
BM&F, de maneira a assegurar o funcionamento eficiente de seus mercados e a consolidação
adequada das operações.
Única Bolsa de Valores, mercadorias e futuros em operação no Brasil, a
BM&FBOVESPA ainda exerce o papel de fomentar o mercado de capitais brasileiro. Para
tanto, desenvolve inúmeros programas de educação e popularização de seus produtos e
serviços. Também gerencia investimentos sociais, com foco no desenvolvimento de
comunidades que se relacionam com seu universo.
Tendo em vista sua área de atuação, a BM&FBOVESPA está sujeita à regulação e à
supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e do Banco Central do Brasil.
2.2 PERFIL ESTRATÉGICO
A BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros foi criada em
2008 com a integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de
São Paulo (BOVESPA).
Juntas, as companhias formam uma das maiores bolsas do mundo em valor de
mercado, a segunda das Américas e a líder no continente latino-americano.
No cenário global, em que acompanhar a velocidade das transformações torna-se um
diferencial competitivo, a BM&FBOVESPA apresenta atraentes opções de investimento com
custos de operação alinhados ao mercado.
16
A nova Bolsa oferece para negociação ações, títulos e contratos referenciados
em ativos financeiros, índices, taxas, mercadorias e moedas nas modalidades a vista e de
liquidação futura.
2.2.1 MISSÃO
Líder no mercado de valores e derivativos da América Latina, a missão da
BM&FBOVESPA é atuar na dinâmica macroeconômica de crescimento do mercado latinoamericano e posicionar não apenas a Bolsa, mas também o Brasil como centro financeiro
internacional de negociação de ações, commodities e outros instrumentos financeiros, com
excelência operacional e atitudes socialmente responsáveis.
2.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Figura 1 – Organograma da BM&FBOVESPA
Fonte: Site BM&FBOVESPA
A BM&FBOVESPA é muito mais do que um espaço de negociação: lista empresas e
fundos; realiza negociação de ações, títulos, contratos derivativos; divulga cotações; produz
índices de mercado; desenvolve sistemas e softwares; promove avanços tecnológicos e muito
mais. A Bolsa, efetivamente, contribui para o crescimento econômico brasileiro.
A BM&FBOVESPA está apta a disputar investidores locais e internacionais com
qualquer bolsa do mundo. Tem credibilidade e transparência para assegurar o acesso dos mais
diversos investidores, de pessoas físicas a fundos internacionais.
17
Bolsa Brasileira de Mercadorias
Por intermédio de sua controlada, a Bolsa Brasileira de Mercadorias, a
BM&FBOVESPA viabiliza a comercialização de produtos agropecuários e atua na prestação
de serviços para o setor público por meio do sistema de licitação eletrônica e para a iniciativa
privada na aquisição de bens e serviços. A BVRJ BANCO BM&F BSM.
BM&F USA
Escritório de representação da BM&FBOVESPA em Nova Iorque oferece
infraestrutura e suporte às corretoras de valores e mercadorias que desenvolvem atividades
com clientes estrangeiros. É uma subsidiária integral da BM&FBOVESPA.
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ)
Trata-se de uma Bolsa de Valores inativa. Atualmente, possui um protocolo de
intenções, celebrado com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, visando à sugestão de
alternativas para o fortalecimento do setor financeiro do Estado. A BM&FBOVESPA é
detentora de 99 títulos patrimoniais da BVRJ, com participação correspondente a 86,09% de
seu patrimônio social.
Banco BM&F
Com atividades restritas às operações realizadas e/ou registradas nos ambientes de
negociação da Bolsa, os serviços de liquidação do Banco BM&F responderam por R$3,4
milhões em 2008.
BSM
A BM&FBOVESPA Supervisão de Mercado (BSM) é responsável pela fiscalização
das operações e das atividades dos participantes do mercado e dos agentes de compensação
e/ou custódia perante a CBLC, bem como pela administração do Mecanismo de
Ressarcimento de Prejuízos (MRP).
Clearings
A CBLC desempenha atividades de compensação, liquidação, gerenciamento de
risco e depositária central, além de oferecer serviços de empréstimos de títulos e valores
18
mobiliários. Atua como contraparte para o mercado de ações e de títulos de renda fixa
privada, realizando todos os pagamentos e recebimentos, bem como a guarda de ativos.
Já as Clearings de Derivativos, Câmbio e Ativos prestam serviços de registro,
compensação, liquidação e gerenciamento de risco de operações realizadas nos mercados
derivativos, interbancário de dólar e de títulos públicos federais, respectivamente,
proporcionando eficientes mecanismos para cobertura de perdas relacionadas a um ou mais
participantes.
19
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A Administração Financeira utiliza de vários métodos para chegar ao objetivo de
maximizar o valor da empresa, como método de composição de ativos de capital, métodos
para gerir financiamentos e métodos para maximizar os lucros.
O estudo da Administração Financeira teve inicio no termo finanças que segundo
WESTON, Brighan (2000) consiste em três áreas que estão inter-relacionadas que são o
mercado monetário e de capitais, investimentos e administração financeira ou finanças
corporativas que envolvem a administração efetiva das empresas.
Em suas conclusões, Chiavenato (apud JOHNSON, 2006, p.9) diz que administração
financeira é:
“Finanças significa a ação de prover os meios de pagamento. Assim,
as finanças incluem o planejamento financeiro, a estimativa de
entradas e saídas de caixa, o levantamento de fundos, o emprego e a
distribuição desses fundos e o seu controle financeiro para confrontar
o que foi realmente executado com os planos originais. O termo
administração financeira vai mais além. Além de providenciar para
que as contas sejam pagas, torna-se necessário criar os meios para
perpetuar a empresa e alcançar os lucros previstos pelos
proprietários ou acionistas. Ou seja, providenciar os recursos para
pagamento das contas e buscar maximizar o valor atual dos lucros
futuros dos proprietários ou acionistas.”
A administração financeira ou finanças corporativas sofreu importante evolução,
antes era chamada técnica, pois visavam às movimentações financeiras num fluxo de caixa e
decisões que eram tomadas e discutidas para assim ser formada por métodos e teorias, pois,
passou a dar maior ênfase nos indicadores financeiros de qualidade, tendo grande impacto nas
decisões de incorporação, fusão de grandes empresas constituídas sob a forma de sociedades
anônimas.
Segundo o SEBRAE (2011), Gestão Financeira é de uma importância incalculável
para o sucesso das empresas. Consiste no conjunto de atividades que visam à facilitação do
planejamento à execução das atividades. “A Gestão Financeira é um conjunto de ações
20
administrativas envolvendo o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras
da empresa”.
3.2 BOLSA DE VALORES
Nesta parte da pesquisa serão apresentadas informações que possam permitir o maior
conhecimento da Bolsa de Valores.
No decorrer da Idade Média, as operações resumiram-se na compra e venda de
moedas, letra de câmbio e metais preciosos. Os negócios nesse período ainda eram de pouca
abrangência, pela escassez de capital e falta de crédito.
Segundo RUDGE (1993 p. 36), quando uma Bolsa de Valores foi inaugurada em
Amsterdam, em 1963, a palavra bilhão talvez não existisse. Algumas poucas iniciativas de
associação de capitais movimentaram recursos financeiros.
Foi somente no ano de 1964 com as leis de Reforma Bancária e do Mercado de
Capitais, que as Bolsas de Valores assumiram as funções básicas que possuem hoje em dia.
RUDGE (1993 p. 138) ressalta que Joseph de La Veja, o primeiro narrador a contar a
historia das Bolsas em 1688, conta que a Bolsa é uma pequena praça rodeada de pilares, e
chama-se assim já por encarnarem-se nela os mercadores como em uma Bolsa, já pelas
diligências que cada um faz de aí encher a sua.
A Bourse de Paris foi implantada por Luis VII em 1141, sendo regulamentada em
1304. Os agentes de change, todavia, preferiam reunir-se na Pont-aux-Changes sobre o Sena.
Napoleão I fixou-a depois em um prédio, onde permanece até hoje. Daí se organizou a
corbeille, espaço circular onde os corretores apregoavam os negócios.
Em 1698 foi fundada a Bolsa de Fundos Públicos de Londres, de acesso vedado ao
público em geral, orientado por um delegado, e com associados com corretores intermediários
e os que negociavam por conta própria.
Esses fatos criaram o primeiro sistema financeiro integrado do mundo moderno,
embora as operações com valores já estivessem legalizadas. O enorme crescimento das
negociações naquele ano exigiu organização da Bolsa em caráter oficial.
21
Mas foi somente no século XVIII que estas instituições atingiram um grande
desenvolvimento, quando as exigências de credito público obrigaram os banqueiros a
fracionar os empréstimos em títulos de participação. Com a expansão das sociedades por
ações, permitindo grandes agrupamentos de recursos, elas assumiram um papel importante na
oferta e procura por capitais.
No Brasil o desenvolvimento está diretamente ligado ao desenvolvimento da
estrutura financeira do país, que se assentou basicamente sobre dois tipos de instituições que
são os bancos comerciais e as bolsas de valores.
Somente na segunda metade do século passado surgiram as instituições
especializadas em diferentes tipos de crédito. Antes do século XIX não encontrava
instituições organizadas, mas apenas pessoas exercendo as funções de corretores ou
banqueiros.
A reestruturação econômica do país, na primeira metade de século passado exigiu a
reorganização do sistema financeiro, inserindo também a figura do corretor. As informações
sobre o ofício já apareciam na legislação, a partir do século XVIII, porém a regulamentação
da atividade só veio a acontecer no ano de 1845.
No ano de 1876 foi decretada a cotação de títulos em pregão, mas foi no ano seguinte
que aconteceu a regulamentação do pregão que foi considerada o marco inicial do
funcionamento do pregão da Bola de Valores do Rio de Janeiro.
Em um dos artigos do Decreto nº 417 de 1845, dizia que caberia ao Poder Executivo
expedir decreto regulamentando a investidura e o exercício dos corretores e as respectivas
operações. A regulamentação não provocou alterações imediatas no movimento da Bolsa.
Em 1878 foi que surgiu maior confiança no mercado, provocando um aumento nas
transações e no numero de companhias com títulos em bolsas.
Em 13 de março de 1897 foi expedido o Decreto nº 2.475, que veio a constituir a
legislação sobre Bolsas e Corretoras. Contudo todos esses diplomas legais levaram em
consideração somente as Bolsas e Corretores do Distrito Federal, omitindo-se quanto a esta
atividade em outros estados.
22
Em dezembro de 1894, no Estado de São Paulo foi aprovada uma tabela de
corretagem para a embrionária Bolsa Livre de Valores, por ato do governo estadual. Este fato
representou o passo inicial para a criação dos primeiros cargos de corretores de fundos
públicos. O governo estadual instituiu a Bolsa Oficial de títulos em São Paulo no ano de 1897.
As atividades das Corretoras e Bolsas dos demais estados e do Distrito Federal foram
regulamentada pelo Governo Federal somente no ano de 1934.
Depois das reformas que institucionalizaram o sistema financeiro nacional, iniciadas
em 1964, foi que as Bolsas de Valores assumiram as características que possuem hoje.
A principal Bolsa de Valores do Brasil é a BM&FBOVESPA - Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros que é a antiga BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo, a qual foi
fundada no ano de 1980, mas somente a partir das reformas institucionais do mercado
financeiro brasileiro, estabelecidas em meados da década de sessenta, é que começou a ter a
“forma atual”.
É constituída sob forma jurídica de associação civil sem fins lucrativos, seu quadro
social é formado por sociedades corretoras membros, que podem operar em ambos os
sistemas de negociação por elas mantidos – pregão viva voz e sistema eletrônico de
negociação.
A Bolsa de Valores é representada por títulos patrimoniais que pertencem a
sociedades corretoras membros.
A Comissão de Valores Mobiliários supervisiona as atividades das Bolsas de Valores
e tem por objetivo zelar pelo bom funcionamento do Mercado de Ações. O trabalho de
supervisão da Comissão de Valores Mobiliários consiste, basicamente, em zelar pela abertura
das negociações com ações e disseminar as informações relevantes ao maior número de
participante possível, apesar de aparentemente simples, é a preocupação constante da
Comissão de Valores Mobiliários.
As companhias que têm ações negociadas nas bolsas são chamadas companhias
"listadas". Para ter ações em bolsas, uma companhia deve ser aberta ou pública, o que não
significa que pertença ao governo, e sim que o público em geral detém suas ações.
23
A companhia deve, ainda, atender aos requisitos estabelecidos pela Lei das S.A. (Lei
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976) e pelas instruções da CVM, além de obedecer a uma
série de normas e regras estabelecidas pelas próprias bolsas.
No passado, o Brasil chegou a ter nove bolsas de valores, mas atualmente a
BM&FBOVESPA é a principal. A BM&FBOVESPA foi criada em maio de 2008 com a
integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA), tornando-se a maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a
terceira maior do mundo. Nela são negociados títulos e valores mobiliários, tais como: ações
de companhias abertas, títulos privados de renda fixa, derivativos agropecuários
(commodities), derivativos financeiros, entre outros valores mobiliários.
3.3 SOCIEDADES ANÔNIMAS
Sociedade é entidade resultante do acordo de vontade de duas ou mais pessoas que
de forma organizada dispõe a explorar atividade econômica com fins lucrativos. Essas
organizações visam não somente o lucro, bem como participar o cliente de novas perspectivas
de produtos, e, propiciam a quaisquer pessoas a participarem como sócio preferencial, aquele
que tem direito a dividendos na empresa.
Sociedade anônima ou companhia é a sociedade empresária que possui capital social
dividido em ações, espécie de valor mobiliário, na qual os sócios/acionistas, respondem pelas
obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem.
Já VALVERDE Miranda (1953) esclarece que:
“Sociedade anônima é uma pessoa jurídica de direito privado, de
natureza mercantil, em que todo o capital se divide em ações, que
limitam a responsabilidade dos participantes, sócios ou acionistas ao
montante das ações, por eles subscritas ou adquiridas, as quais
facilitam, por sua circulação, a substituição de todos os sócios ou
acionistas.”
A sociedade anônima ou companhia no Brasil é regulamentada, atualmente, pela Lei
n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que já sofreu algumas alterações no decorrer do tempo.
24
A lei brasileira de 1976 inspirou-se na legislação norte-americana e na parte relativa
a grupos de sociedades, na disciplina de Konzern pelo AktG Alemão de 1965.
Segundo LIMA (2005) a lei 6.404/76, de autoria dos juristas Alfredo Lamy Filho e
José Luiz Bulhões Pedreira, foi promulgada sob a égide do II PND da chamada “Nova
República” (Lei n. 6.151/74 – Governo Geisel), que priorizava que com o objetivo de proteger
as minorias acionárias e desenvolver o espírito associativo entre os grupos empresariais
privados, reformara a lei das sociedades por ações, tendo em vistas alguns objetivos que
assegure às minorias acionárias o direito a dividendos mínimos em dinheiro; evitar que cada
ação do majoritário possua valor superior a cada ação do minoritário; disciplinar a
distribuição de gratificações a diretores e funcionários; aperfeiçoar os mecanismos de
auditorias, hoje precariamente realizados pelos conselhos fiscais; facilitar o funcionamento
das sociedades de capital autorizado.
Curiosamente, a sociedade anônima nem sempre é sociedade, no sentido
convencional de reunião de pessoas com objetivo comum. O direito positivo brasileiro, até
hoje, sempre repudiou a ideia de sociedade unipessoal. Não obstante, a subsidiária integral
(art. 251) e a empresa pública pode reverter da forma de sociedade anônima unipessoal. Além
disso, é possível que a companhia continue a existir, transitoriamente com um único acionista.
A companhia jamais pode ser considerada como anônima, pois toda sociedade
anônima deve possuir uma denominação.
A companhia não pode ser firma ou razão social, sempre deve mencionar o nome de
algum sócio ou todos os sócios atuais, por este motivo a sociedade é chamada de sociedade
anônima.
A expressão anônima é dada pelo fato da companhia ter uma quantidade indefinida
de sócios, cujo número pode ser de milhares ou milhões. Com essa rotatividade é impossível
constatar em determinados momentos com precisão, os nomes de todos os sócios. Pessoas que
hoje são acionistas poderá não ser no instante seguinte, por este motivo basta que aliene suas
ações a outra pessoa, em Bolsa de Valores ou fora delas, em operações que fogem
inteiramente ao controle ou interveniência da companhia.
25
Segundo o artigo 1º (primeiro) da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das
S.A.):
“O art. 1º define como característica da companhia a d ivisão de
capital em ações e a limitação da responsabilidade dos sócios ao
preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. O preço que
fixa o limite de responsabilidade do acionista é aquele pelo qual a
ação é subscrita na constituição da sociedade, ou quando esta
promove um aumento de capital por subscrição de novas ações. Não
se confunde com o preço de revenda das ações no mercado
secundário.”
O preço no mercado primário, que coloca o limite de responsabilidade do acionista,
pode ser igual ou superior o valor nominal eventualmente ostentado no certificado de
propriedade da ação ou do referido no estatuto da sociedade. Não pode ser de valor inferior. A
ocasional diferença entre o preço e o valor nominal é denominado ágio.
A sociedade anônima pode ter objeto civil ou mercantil. Em qualquer das hipóteses é
mercantil e é regida pelas leis e uso dos comércios. É conveniente que as sociedades civis,
sem revestirem da forma das sociedades anônimas, adotem a estrutura organizacional,
realizando assembleias gerais, conselho de administração, diretoria, conselho fiscal e outros.
Como determina a lei o estatuto social é quem define o objeto social, ela delimita a
atuação da sociedade e de seus representantes. Mas não afasta a existência de poderes
implícitos dos administradores.
A companhia pode ser uma holding pura que tem por objeto exclusivamente
participar de outras sociedades, como uma holding mista que tem por objeto simultaneamente,
uma empresa de fim lucrativo e a participação em outra sociedade.
Existem dois tipos de companhias que são elas: Companhia Aberta e Companhia
Fechada. A Companhia de Capital Aberto tem como característica a disponibilização de ações
no mercado balcão e na Bolsa de Valores, onde os interessados podem subscrevê-las ou as
adquirir. Na Bolsa de Valores, as ações são oferecidas por meio de operações de mercado,
enquanto que, no mercado balcão, há instituições regularizadas conforme o art. 21 da Lei nº
6385/76 que podem fazer o intermédio de compra e venda, quando for exigido pela lei ou
Instrução Normativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Enquanto a Companhia de
26
Capital Fechado, de modo diverso, não terá a disponibilização de ações no mercado balcão,
nem na Bolsa de Valores.
Para que a sociedade anônima possa ter seus valores mobiliários abertos a
negociação em bolsa ou no mercado de balcão é necessário algumas formalidades
burocráticas como o registro da companhia e registro das emissões na CVM, os valores
mobiliados são Ações que são títulos normativos negociáveis que representa para quem
possui um pedaço do capital social da empresa; Bônus de subscrição são títulos nominativos
negociáveis que conferem ao seu proprietário o direito de subscrever ações do capital social
da companhia emissora, nas condições previamente definidas; Debêntures são caracterizados
como títulos nominativos negociáveis representativos de dívida de médio/longo prazos
contraída pela companhia perante o credor, neste caso chamado debenturista e outros títulos
menos usuais que são partes beneficiárias e notas promissórias para distribuição pública com
ampla divulgação.
3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
As empresas necessitam de garantias para cobertura de capitais de terceiros. A
melhor indicação para essa garantia é o excesso de patrimônio liquido, que seria a superação
dos ativos com relação a passivos.
A Resolução CFC nº 774/94 que aprova o Apêndice à Resolução sobre os Princípios
Fundamentais de Contabilidade conceitua o patrimônio como aquele que possui autonomia
em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a Entidade pode dispor
livremente, claro que nos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da
racionalidade econômica e administrativa.
Segundo HOJI (2012) o patrimônio líquido representa os recursos próprios de uma
empresa, que pertencem aos seus acionistas ou sócios. O Patrimônio Líquido é formado pelos
seguintes subgrupos: Capital Social; Reserva de Capital; Ajuste de Avaliação Patrimonial;
Reserva de Lucros; Ações em tesourarias e prejuízos acumulados.
O Capital Social representa os valores efetivamente integralizados pelos acionistas,
ou sócios. É demonstrado com o valor do Capital subscrito deduzido pela conta devedora que
representa o Capital a integralizar.
27
Os valores recebidos e que não são exigíveis e nem são receitas são classificados
como Reserva de Capital, ele pode ser composto pelas seguintes contas: Contribuição do
subscritor que ultrapassar o valor nominal e parte do preço de emissão de ações sem valor
nominal que ultrapassar a importância destinada para a formação de capital, Alienação de
partes beneficiárias e Alienação de bônus de subscrição. As reservas de capital podem ser
utilizadas nos seguintes casos: aumento do capital social, absorção dos prejuízos, resgate,
reembolso ou compras de ações, resgates de partes beneficiárias e pagamento de dividendos
de ações preferenciais, quando assim previstas.
Serão classificadas como Ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do
passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. Incluam-se nesta rubrica os
registros de ajustes de avaliação patrimonial nas operações relativas à fusão, cisão e
incorporação de sociedades.
As reservas de lucros são constituídas pelos lucros obtidos pela empresa, retidos com
finalidade específica. Os principais tipos de reservas são as reservas legal que de acordo com
o art. 193 da Lei nº 6.404/1976, diz que deverá ser constituída mediante destinação de 5%
(cinco por cento) do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação. Esta
reserva será constituída, obrigatoriamente, pela companhia, até que seu valor atinja 20%
(vinte por cento) do capital social realizado, quando então deixará de ser acrescida; ou então,
poderá, a critério da companhia, deixar de receber créditos, quando o saldo desta reserva,
somados ao montante das reservas de capital (exceto a reserva de correção monetária do
capital realizado), atingir 30% (trinta por cento) do capital social.
As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da companhia,
como destinação de uma parcela dos lucros do exercício, e não podem restringir o pagamento
do dividendo obrigatório; reservas para contingências têm a finalidade de compensar uma
provável perda ou prejuízo no futuro; reservas de lucros a realizar representam lucros
apurados contabilmente, que ainda não se realizaram financeiramente e não se deverão se
realizar nem no próximo exercício social; reserva de lucros para expansão ressalta que para
atender a projetos de investimento e expansão, a companhia poderá reter parte dos lucros do
exercício. Essa retenção deverá estar justificada com o respectivo orçamento de capital
aprovado pela assembleia geral.
28
As sociedades por ações podem optar por adquirir ações de própria emissão e mantêlas em tesouraria. Neste caso, as ações adquiridas são classificadas na conta Ações em
tesouraria e, por ser esta uma conta redutora, reduz o valor do capital social e, por
consequência, do Patrimônio Liquido.
Os Prejuízos acumulados representam o prejuízo do exercício atual e os
remanescentes de exercícios sociais anteriores, mas somente os prejuízos. As empresas que
são constituídas na forma de sociedade por ações quando apurados o resultado positivo/lucro
no exercício social, deve ser destinado de acordo com a proposta da administração da
companhia.
3.5 AÇÕES
As ações são cotas/parcelas do patrimônio líquido das empresas que são constituídas
sob a forma de Sociedades Anônimas, ou seja, quando a empresa é aberta, seu patrimônio
pode ser dividido em diversas cotas/ações que são distribuídas/vendidas a investidores que,
assim, se tornam seus donos. Podendo estas organizações ter a expressão S.A. no final do
nome de fantasia ou com o nome Companhia, que significa que é constituída sob sociedade
anônima. Ainda segundo CASTRO (1979):
“A ação é um título representativo da fração unitária do capital
social de uma sociedade anônima ou companhia, denominação deste
tipo de empresa na legislação brasileira, conferindo a seu
proprietário o direito de participação nessa sociedade.”
As ações também são chamadas de "papéis", pois, segundo a definição formal, ações
são "títulos nominativos" que representam frações do capital social de uma empresa.
Existem dois tipos de ações que normalmente são classificadas em: Ações ordinárias
que conferem direito de voto a seu titular nas deliberações das assembleias de acionistas; e as
Ações preferenciais que normalmente não concede o poder de voto, entretanto, possuem
vantagens e preferências em relação às ações ordinárias, protegendo seus titulares contra
decisões tomadas nas assembleias de acionistas. Essas preferências consistem em prioridade
na distribuição de dividendos, no reembolso de capital no caso de dissolução da empresa e na
acumulação destas vantagens.
29
Segundo RUDGE (1993), a legislação brasileira prevê a existência de ações de
fruição, ou gozo, ou ainda partes beneficiárias, porém essas formas acionárias não são objetos
de negociação em mercados organizados.
RUDGE (1993) classifica as ações ordinárias e preferenciais quanto à forma de
circulação em nominativas e escriturais.
As ações, ordinárias ou preferenciais, são sempre nominativas, que são aquelas que o
titular vem identificado em certificados e inscrito no Livro de Ações Nominativas. As
transferências entre titulares exige o consentimento do acionista vendedor e da inscrição do
acionista comprador no Livro de Transferência de Ações Nominativas.
As ações escriturais não são representadas por certificados, pois seus títulos são
mantidos em conta depósito no nome de seus titulares.
30
4 METODOLOGIA
A metodologia visa apresentar a descrição dos métodos e técnicas apresentadas na
pesquisa.
Tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos
indispensáveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar
os pressupostos ou as implicações de sua utilização.
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
A pesquisa é qualitativa, pois os dados qualitativos são todos os elementos que
apresentam mais do que números, baseia-se então nas pesquisas realizadas, ou seja, esses
dados não podem ser quantificados.
4.2 TÉCNICA DE PESQUISA
Por se tratar de pesquisa bibliográfica alcançar os objetivos deste trabalho foram
utilizadas como fontes de dados primários, as informações produzidas e fornecidas por sites,
livros, jornais, revistas, internet e artigos.
Segundo GIL (2008) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material
já elaborado, constituído principalmente por livros e artigos científicos. Uma das principais
vantagens da pesquisa bibliográfica é de permitir que o investigador tenha uma gama de
informações mais ampla do que poderia pesquisar diretamente. A finalidade é de o
pesquisador fique em contato direto com que já se produziu e foi registrado a respeito do
tema. As vantagens relatadas revelam o compromisso da qualidade da pesquisa.
Além de a pesquisa bibliográfica permitir os levantamentos da pesquisa referentes
aos temas estudados, ela permite ainda o aprofundamento teórico que orienta a pesquisa.
Segundo Andrade (1997, pág. 110), método de abordagem é o conjunto de
procedimentos utilizados na investigação de fenômenos ou no caminho para chegar-se à
verdade. Seguindo este pensador, conclui-se que a pesquisa é qualitativa, abordando a
relevância dos métodos gerenciais, deixando de enfatizar os dados estatísticos.
31
Neste trabalho será realizado um estudo de caso que é uma forma de se fazer
pesquisa social empírica ao investigar-se um fenômeno atual dentro de seu contexto de vida
real, onde as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e na
situação em que múltiplas fontes de evidência são usadas.
A clara necessidade pelos estudos de caso surge do desejo de se compreender
fenômenos sociais complexos. Ou seja, o estudo de caso permite uma investigação para se
preservar as características gerais e significativas dos eventos da vida real.
32
5 ANÁLISE E RESULTADOS
5.1 ESTUDO DE CASO MULTIPLUS S.A.
Para atender a metodologia, bem como os objetivos da pesquisa, foi realizado o
estudo de caso na empresa, Multiplus S.A. que abriu o capital na Bolsa de Valores
BM&FBOVESPA no ano de 2010.
No entanto, apresenta-se uma relação que discrimina as empresas que abriram o
capital no ano de 2010 na BM&FBovepa.
TABELA 1: RELAÇÃO DE EMPRESAS QUE ABRIRAM O CAPITAL NA BOLSA DE VALORES NO
ANO DE 2010.
NOME DO PREGÃO
Raia
DATA DE ABERTURA
20 de dezembro 2010
BR Insurance
01 de novembro de 2010
HRT Petróleo
25 de outubro de 2010
Renova Energia
13 de julho de 2010
Júlio Simões
22 de abril de 2010
Mills
16 de abril de 2010
Ecorodovias
01 de abril de 2010
OSX Brasil
22 de março de 2010
BR Properties
08 de março de 2010
Multiplus
05 de fevereiro de 2010
Aliansce
29 de janeiro de 2010
Fonte: Site BM&FBOVESPA
A empresa escolhida para realizar o estudo de caso foi a Multiplus S.A.
33
5.1.1 MULTIPLUS S.A
TABELA 2: DADOS GERAIS DA EMPRESA MULTIPLUS S.A
Nome Empresarial:
MULTIPLUS S.A
Última Alteração do Nome Empresarial:
28/10/2009
Data De Constituição:
06/08/2009
Situação do Registro na CVM:
Ativo
País de Origem:
Brasil
Página do Emissor na Rede Mundial de
Computadores:
www.multiplusfidelidade.com.br
Q.X.A.S.P.E. Empreendimentos
Nome Empresarial Anterior:
Participações S.A.
C.N.P.J.:
11.094.546/0001-75
Data de Início da Situação do Registro na CVM:
03/02/2010
Fonte: Site BM&FBOVESPA
A empresa Multiplus atua no mercado com o conceito de rede de coalizão de
programas de fidelidade com 207 parcerias nos quais os 10,1 milhões de participantes podem
acumular pontos. Segundo informações do site da Multiplus, atualmente, os principais
parceiros que permitem tanto acúmulo quanto resgate de pontos são: TAM, TAM Viagens,
Postos Ipiranga e Texaco, Livraria Cultura, rede de hotéis Accor e Hilton HHonors, Oi,
Editora Globo, SKY, Luigi Bertolli, Microlins, Wizard, Drogaria Rosário, BM&FBOVESPA,
PontoFrio.com, Extrafarma, Unicasa, Droga Raia, Icatu, Ofertas.com.br, Groupon, Movida,
Pague Menos, Panvel, XP Educação e TAM Cargo.
As empresas de programas de fidelização de clientes abrangem ferramentas e
práticas de premiação em função da fidelidade a uma determinada empresa. Uma das formas
mais utilizadas é o acúmulo de pontos de incentivo, que podem ser convertidos em prêmios.
Os programas podem ser classificados em duas categorias distintas: Programas Individuais e
Programas de Coalizão.
Até a algum tempo, os programas de fidelização de clientes de companhias aéreas
(frequent-flyer programs) eram o tipo mais popular de programa de fidelização individual que
preveem o resgate de pontos por meio da aquisição de produtos de uma única empresa. O
sucesso deve-se principalmente ao aumento da utilização de passagens aéreas sem
desembolso financeiro. Com o intuito de disponibilizar resgates em passagens aéreas para os
34
participantes,
vários
programas
de
fidelização
individuais
buscam
estabelecer
relacionamentos com os frequent-flyer programs.
Figura 2 – Programa Individual
Fonte: Site Multiplus S.A
Já os programas de coalizão permitem o acúmulo e regate de pontos em diferentes
companhias. Nesse caso, o programa incentiva a fidelidade do consumidor não somente a um
estabelecimento, mas a uma rede de parceiros comerciais. Uma das vantagens para esses
parceiros estão os menores custos de aquisição e de retenção de clientes, uma vez que os
mesmos são compartilhados entre todos os parceiros da rede e, ainda, acesso à base de
consumidores de outros segmentos. Abertura de um novo canal de divulgação da marca e
possibilidade de realização de ações promocionais conjuntas com outros parceiros, entre
outros benefícios. Em relação aos consumidores, os programas de coalizão permitem um
acúmulo mais rápido de pontos, mais opções de resgate e melhor gerenciamento e controle
dos pontos.
35
Programa de Coalizão
Figura 3 – Programa de Coalizão
Fonte: Site Multiplus S.A
O tipo mais popular dentre os programas de fidelização de companhias aéreas é o
(frequent-flyer programs). O mercado brasileiro está em uma fase inicial de desenvolvimento
no que se refere à indústria de programas de fidelização.
O que de fato nos trás uma boa notícia é o crescimento notório do setor no país, com
destaque para os segmentos de telecomunicações, vestuário e alimentos. Essa indústria tende
a apresentar altas taxas de crescimento no futuro não somente pelo atual estágio inicial, mas
também pelas favoráveis expectativas relacionadas ao desempenho da economia no Brasil.
36
Figura 4 – Principais vantagens dos Programas de Coalizão em Relação a Programas Individuais
Fonte: Site Multiplus S.A
Antes da criação da empresa Multiplus, a emissão de pontos aos participantes e os
resgates em passagens-prêmio ficavam sob a responsabilidade da TAM.
A Multiplus surgiu em janeiro de 2010 e assumiu a atividade operacional de acúmulo
e resgate de pontos da TAM, bem como a venda de pontos a parceiros comerciais. A TAM
permaneceu responsável pela emissão de passagens-prêmio e pela definição das regras do
TAM Fidelidade, a exemplo de número de pontos tanto acumulados por voo quanto
necessários para resgate de passagens-prêmio, além da classificação dos clientes por
categorias.
O estabelecimento de uma coalizão a partir de um frequent flyer program
potencializou as vantagens da rede ao reunir em um mesmo sistema de pontos consumidores
com comportamento de recompra (frequent shoppers) e clientes assíduos de companhias de
transporte aéreo (frequent flyers).
A Multiplus adotou um modelo de negócio flexível que tem origem da reunião dos
benefícios dos dois modelos existentes: programas individuais e programas de coalizão. Dessa
forma, a Companhia não compete, e sim coopera, com os programas de fidelização de seus
parceiros comerciais, dando-lhes alternativas de resgates de alta atratividade, ao mesmo
tempo em que os estimula a continuarem se relacionando com seus consumidores.
Os serviços oferecidos pela Multiplus podem ser divididos em cinco categorias:
1. Parcerias de acúmulo de pontos;
2. Parcerias de resgate de prêmios;
3. Parcerias de coalizão;
37
4. CRM (do inglês Customer Relationship Management).
Figura 5 – Serviços oferecidos pela Multiplus
Fonte: Site Multiplus S.A
Parcerias de acúmulo de pontos
Com o foco em atrair e fidelizar seus clientes, os parceiros de acúmulo de pontos
oferecem a seus clientes os chamados “pontos Multiplus”, que podem ser resgatados em
produtos e serviços nos parceiros de resgate de prêmios ou nos parceiros de coalizão.
A Multiplus conta com parceiros comerciais de acúmulo de vários segmentos da
economia, como instituições financeiras, hotéis e locadoras de automóveis, além de editoras,
farmácias, perfumarias e comércio eletrônico. O destaque fica por conta das instituições
financeiras, tendo em vista sua tradição na prática de fidelização de clientes no segmento de
cartões de crédito.
Parcerias de resgate de prêmios
Os parceiros de resgate de prêmios permitem a conversão de pontos Multiplus em
produtos e serviços.
Parcerias de coalizão
Geralmente os clientes estão acostumados a usar seus pontos para efetuar resgates
em passagens aéreas. Espera-se, porém, uma crescente participação de resgates nos demais
38
parceiros de coalizão recém-chegados permitam tanto o acúmulo quanto o resgate de pontos
da rede.
CRM (Customer Relationship Management)
Atualmente coleta e analisa dados transacionais de seus participantes. Em um futuro
próximo, pretende auxiliar os parceiros comerciais em suas estratégias de negócios como, por
exemplo, a oferta de pontos em dobro para um determinado produto ou serviço, vantagem que
afetará positivamente o mercado de fidelidade de clientes, inclusive, forçando outros
concorrentes se readaptarem no mercado.
Com um modelo de negócios flexível, com um fluxo de caixa muito sólido. A
Companhia integra diversos parceiros comerciais, que compartilham seus gastos com
marketing de fidelização. E, mais do que isso, oferece uma proposta de valor atraente aos
consumidores, que podem acumular pontos de maneira rápida e ter acesso a um abrangente
portfólio de prêmios.
5.1.2 VANTAGENS NA ABERTURA DE CAPITAL
As vantagens em relação à Abertura de Capitais de uma companhia são inúmeras,
dentre elas podemos destacar algumas das vantagens da empresa Multiplus S.A.
Acesso ao mercado de capitais do País, ou seja, a empresa detém de mais recursos
para financiar projetos de investimentos, diversificação de seus negócios ou até mesmo à
reestruturação de seus passivos financeiros.
Margem para administração de sua estrutura de capital, balanceando as relações entre
capital acionário e de terceiros, e consequentemente, seu risco empresarial. Empreendedores
e/ou seus sócios tem a possibilidade de transformar em qualquer momento, parte de suas
ações que possuem na empresa em dinheiro.
A transparência e confiabilidade exigidas nas suas informações básicas facilitam os
negócios, atraindo o consumidor final, gerando maior presença e prestígio no mercado. Uma
companhia de capital aberto tem mais projeção e reconhecimento de todos os públicos com os
quais se relacionam.
39
A empresa poderá utilizar suas ações, para adquirir outra organização, que lhe
proporcione obtenção de ganhos por escala, diversificação e complementação de linhas de
produtos, clientes, regiões de atuação e outros.
A abertura de capital facilita a obtenção de lucros, disponibiliza o acesso a fontes de
fundos que não bancos. Empresas necessitando de grande volume de fundos podem estar
sujeitas a altas taxas de juros ou restrições de crédito. A emissão de ações pode aliviar tais
restrições.
Soluções para problemas relativos à estratégia empresarial partilham de heranças e
processos sucessórios podem ser equacionados por meio de uma abertura de capital, orientado
por especialistas em questões societárias que estão aptos a apresentar inúmeras alternativas,
de acordo com os parâmetros desejados de independência gerencial e eficiência fiscal. Por
outro lado, o status de companhia aberta tende a facilitar as associações internacionais.
A abertura de capital leva à aceleração da profissionalização da companhia.
Inicialmente, esse processo é consequência das disposições legais, dada a eleição de
conselheiros representantes dos novos acionistas e a exigência da figura do Diretor de
Relações com Investidores (DRI). Uma administração profissionalizada é um dos pontos que
mais interessa ao investidor, dada à necessidade de treinamento profissional dos ocupantes de
cargos de direção.
A abertura do capital de uma empresa pode ser feita também para seus funcionários,
procedimento esse muito utilizado no mercado internacional e que começou a surgir no
mercado brasileiro, sobretudo no Programa Nacional de Desestatização.
Abrir o capital pode ser um primeiro passo dentro de uma estratégia ótima de venda
de uma empresa. A venda de uma parcela inicial das ações de uma empresa pode aumentar o
valor da venda do bloco restante de ações.
5.1.3 DESVANTAGENS NA ABERTURA DE CAPITAL
As desvantagens em relação à Abertura de Capitais de uma Companhia são de
naturezas diversas, dentre elas podemos destacar os custos que podem ser legais e
institucionais, como o pagamento de taxas, anuidades, serviços e afins, em atendimento às
exigências legais; Custos com marketing que são os gastos com o prospecto e com a
40
divulgação da operação no mercado; Custos internos que é responsável pela alocação de
pessoal para acompanhamento do processo, montagem de estrutura interna para dar suporte à
abertura, e outros.
É necessário que a companhia mantenha um departamento de acionistas, com isso
será necessário gastos com manutenção. A empresa realiza pagamento de taxas a CVM e a
Bolsa de Valores. As companhias contratam empresas para a realização de serviços de
auditores independentes e profissionais qualificados para a divulgação de informações
sistemática ao mercado sobre as atividades da empresa, com estes tipos de ações são
realizados gastos.
Além dos custos descritos acima a empresa Multiplus S.A até o momento não
divulgou nenhuma desvantagem na Abertura de Capital realizada no ano de 2010.
5.1.4 RELATÓRIO DE ESTUDO DE CASO
A empresa Multiplus S.A encerrou o exercício de 2010 com 8,0 milhões de membros
e com 151 parcerias com destaque para 12 parcerias de coalizão1. Neste ano a administração
da companhia esteve voltada para a estruturação da equipe, implantação e estabilização do
sistema operacional e da governança corporativa. Entre as áreas estruturadas destaca-se a área
de marketing, produtos, novos negócios, tecnologias e finanças.
Em relação a resultados financeiros a Multiplus S.A encerrou o ano de 2010 com
53,2 bilhões de pontos emitidos. O faturamento destes pontos rendeu R$ 1.119,5 milhões. A
Companhia apresentou uma receita líquida de R$ 469,8 milhões e um Lucro Líquido de R$
118,4 milhões, representando uma margem líquida de 25,2%.
1.
No dia 28 de dezembro de 2010 a Companhia divulgou Comunicado ao Mercado informa ndo
sobre o encerramento do programa Bomclube, cartão de fidelidade do Walmart Brasil nas lojas
Bompreço e Hiper Bompreço, a partir do dia 2 de janeiro de 2011, seguindo sua estratégia de
negócios voltada para uma “política de preços baixos”. Desta forma o Walmart deixou de fazer
parte rede de coalizão de parceiros do Multiplus a partir do início de 2011.
41
Figura 6 – Demonstração de Resultado 2010
Fonte: Site Multiplus S.A
Em 31 de dezembro de 2010, as ações da empresa Multiplus S.A estavam cotadas a
R$ 33,75, representando uma valorização de 113% desde o início da oferta de ações e um
valor de mercado de R$ 5,4 bilhões. A valorização do índice Ibovespa (IBOV) foi de 8,4% no
período.
42
Já no ano de 2011 a companhia Multiplus S.A encerrou o ano com 9,4 milhões de
participantes e 190 parcerias com destaque para as parcerias de coalizão além de novas
parcerias dedicadas exclusivamente a resgates.
Com um pouco mais de um ano no mercado a empresa pode entender melhor o seu
papel no mercado brasileiro de fidelização, e assim acabou anunciando um novo
posicionamento e uma nova identidade visual.
Por meio da visão, juntos podemos muito mais, a nova Multiplus reforça sua missão
de conectar empresas e pessoas por meio de uma rede de relacionamentos onde todos ganham.
A nova proposta de valor posiciona a Multiplus como uma empresa de fidelização que, por
meio da melhor rede de parceiros, oferece reconhecimento e recompensa pelas escolhas de
consumo de seus participantes.
Quanto aos resultados, a Multiplus encerrou 2011 com 76,2 bilhões de pontos
emitidos. O Faturamento de pontos totalizou R$ 1.525,3 milhões. A Companhia apresentou
uma receita de serviços e pontos resgatados de R$ 1.246,8 milhões e um Lucro Líquido de R$
274,2 milhões, representando uma margem líquida de 22,0%.
43
Figura 7 – Demonstração de Resultado 2011
Fonte: Site Multiplus S.A
Em 31 de dezembro de 2011, as ações da empresa Multiplus S.A estavam cotadas a
R$ 32,25, representando uma valorização de 135,1% desde o início da oferta de ações e um
valor de mercado de R$ 5,2 bilhões. No ano de 2011, a valorização foi de 14,1% comparado a
desvalorização de 14,5% do índice Ibovespa (IBOV) e o volume médio diário foi de
aproximadamente R$ 9,4milhões.
Em 2012, a administração da empresa Multiplus trabalhou continuamente para a
consolidação da estratégia da rede, incluindo importantes parceiros de coalizão como a
Editora Abril e os supermercados Muffato e Y.Yamada, que atuam no Paraná e no Pará,
respectivamente. Para estimular ainda mais os resgates nos parceiros de varejo, a Multiplus
realizou importantes promoções como a “Black Friday” e Natal, e desenvolveu também
44
ofertas direcionadas com a Droga Raia e a loja de roupas femininas Cori que apresentaram
excelentes resultados.
Quanto aos resultados do ano de 2012, a Multiplus encerrou o exercício com 85,1
bilhões de pontos emitidos. O faturamento de pontos totalizou R$1.870 milhões. A
Companhia apresentou uma receita de serviços e pontos resgatados de R$1.476 milhões e um
lucro líquido de R$224,3 milhões, representando uma margem líquida de 15,2%.
Figura 8 – Demonstração de Resultado 2012
Fonte: Site Multiplus S.A
Em 31 de dezembro de 2012, as ações da empresa Multiplus S.A estavam cotadas a
R$47,72, representando uma valorização de 265,3% desde o início da oferta de ações e um
valor de mercado de R$7,7 bilhões. Em 2012, a variação foi de +55,4% comparada à
valorização de 7,4% do índice Ibovespa (IBOV), e o volume médio diário de negociação foi
de, aproximadamente, R$ 16,7 milhões.
45
6 CONCLUSÃO
A abertura de capital representa para o mercado financeiro acesso ao crédito mais
barato tendo tem vista a estrutura que a Bolsa de Valores disponibiliza, ainda, a credibilidade
que a instituição oferece.
Tomar a iniciativa de abrir o capital é uma das decisões mais importantes para
qualquer empresa. Uma companhia de capital aberto tem acesso às alternativas que o mercado
de capitais proporciona não disponíveis à empresa de capital fechado, além de usar as suas
próprias ações como moeda para adquirir outras empresas, torna-se mais fácil o seu
crescimento tendo em vista a alavancagem operacional e financeira que os recursos
financeiros proporcionam a empresa que optou por abrir seu capital social.
O processo de abertura de capital apresenta alguns desafios muito particulares que
uma empresa precisa estar preparada para enfrentar. Uma oferta pública inicial bem-sucedida
exige um planejamento cuidadoso com trabalho estratégico que envolve algumas iniciativas
importantes. A formação de uma equipe vencedora com base na experiência de seus
integrantes em processos e indústrias semelhantes é fundamental.
A partir da experiência do grupo que lidera a operação poder-se-à provisionar se
haverá sucesso ou fracasso à companhia. No caso brasileiro várias empresas obtiveram grande
sucesso na abertura de capital na Bolsa de Valores. Registra-se outros fracassos, mas por hora
o foco é nas grandes vantagens que tem-se na abertura do capital.
Por meio da pesquisa realizada o objetivo geral foi atingido, estudar a abertura de
capital da empresa Multiplus S.A na Bolsa de Valores de São Paulo no exercício de 2010.
Tornou-se possível tirar conclusões acerca das vantagens obtidas pela empresa
Multiplus S.A, após a abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo no exercício de
2010.
Os objetivos específicos, por sua vez, foram alcançados por meio do estudo de caso
realizado, bem como as análises das demonstrações dos resultados dos anos de 2010, 2011 e
2012.
A partir dos dados obtidos com a pesquisa, foi possível chegar ao conhecimento da
receita bruta da companhia no exercício de 2010, o valor foi de R$ 517.8 milhões, obtendo
46
um lucro liquido no exercício de R$ 118,3 milhões. Já no ano de 2011 a receita bruta da
Multiplus S.A foi de R$ 1.373.446 bilhões com um lucro liquido no final do exercício de
2011 de R$ 274.2 milhões. A companhia Multiplus S.A encerra o ano de 2012 com a receita
bruta de R$ 1.628.143 bilhões com um lucro liquido no final do exercício de R$ 224 milhões,
um valor inferior ao de 2011, porém a empresa obteve uma receita maior que nos anos
anteriores. Houve crescimento bastante notável nos custos da empresa, decorrente, em
especial, do aumento do quadro de funcionários e do aumento com as despesas com
consultoria e assessoria, principalmente as ligadas à área de Tecnologia da Informação.
A hipótese anteriormente abordada se mostra verdadeira, pois a empresa até o
momento foi bem sucedida e conseguiu alavancar financeiramente o capital captado na Bolsa
de valores. As ações da companhia finalizaram o ano de 2010 cotadas no valor de R$ 33,75
representando uma valorização de 113% desde o inicio das ofertas de ações e fechou o ano de
2012 com as ações cotadas em R$ 47,72 representando uma valorização de 265,3% desde o
inicio da oferta de ações no ano de 2010, nota-se uma valorização constante no valor das
ações que consequentemente houve retorno dos investimentos realizados pelos investidores na
Bolsa de Valores de São Paulo.
Destarte, conclui-se com este estudo que mesmo com o lucro liquido inferior ao dos
anos anteriores a companhia Multiplus S.A vem crescendo continuamente, com mais
parcerias, colaboradores e investidores, ou seja, a companhia com o passar dos anos crescerá,
pois, só a economia com uma estrutura mais enxuta e com captação de fontes de
financiamentos a custo zero elevam as margens operacionais bruta e liquida da companhia.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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