Relatório da Administração 2014
Companhia Brasiliana de Energia
Prezados Acionistas,
A Administração da Companhia Brasiliana de Energia (“Brasiliana” ou “Companhia”), em conformidade com as
disposições legais e estatutárias, submete à apreciação de V.Sas. o Relatório da Administração e as
Demonstrações Contábeis da Companhia, acompanhadas do relatório dos auditores independentes sobre essas
demonstrações, referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2014.
Perfil
A Companhia Brasiliana de Energia é uma sociedade por ações e tem por objetivo exercer o controle de
sociedades que atuam majoritariamente no setor de geração e distribuição de energia elétrica. Suas principais
controladas são: AES Elpa S.A. ("AES Elpa"), Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A. (“AES
Eletropaulo”), AES Tietê S.A. (“AES Tietê”), AES Uruguaiana Empreendimentos S.A. (“AES Uruguaiana”) e AES
Serviços TC Ltda. (“AES Serviços”), mediante participação direta ou indireta no capital dessas sociedades.
Desempenho Econômico-Financeiro
Os ganhos com equivalência patrimonial na Companhia totalizaram R$ 51,4 milhões em 2014 ante R$ 514,8
milhões em 2013. O desempenho é explicado, principalmente pela variação negativa de:
(i)
R$ 222,8 milhões na controlada AES Tietê em função da hidrologia desfavorável e do aumento do
rebaixamento da garantia física das usinas hidrelétricas em 2014 (-9,4% em 2014 versus -0,31% em
2013), fatores que resultaram no aumento de compra de energia no mercado spot a preços mais
elevados (R$ 688,9/MWh em 2014 versus R$ 263,06/MWh em 2013);
(ii) R$ 132,9 milhões na controlada AES Uruguaiana, influenciada pela reversão da provisão dos valores de
contas a pagar à fornecedora de gás YPF em 2013; e,
(iii) R$ 114,7 milhões em função do resultado da AES Eletropaulo (variação negativa de R$ 14,6 milhões e
R$ 100,1 milhões na AES Elpa), principalmente em função das maiores despesas com energia
comprada para revenda incorridas durante o ano..
A contribuição de cada uma das controladas em 2014 está demonstrada no quadro a seguir:
Resultado de
R$ Milhões
Equivalência
Ágio
Total
Patrimonial
Resultado de Equivalência Patrimonial
AES Eletropaulo
(5,8)
(1,7)
(7,5)
AES Elpa (*)
(86,6)
(29,4)
(116,0)
AES Tietê
227,9
(60,3)
167,6
AES Uruguaiana
5,4
-
AES Serviços TC
1,9
-
Total
142,8
(91,4)
5,4
1,9
51,4
(*) a AES Elpa detém 30,97% do capital da AES Eletropaulo
1
A AES Eletropaulo, na qual a Companhia detém 34,87% de seu capital social de forma direta e indireta,
apresentou prejuízo líquido de R$ 131,8 milhões em 2014 ante um lucro líquido de R$ 198,2 milhões em 2013.
Tal resultado é justificado, principalmente, pelas maiores despesas com energia comprada para revenda,
parcialmente compensada pela maior receita de fornecimento e de venda de energia no curto prazo.
A AES Tietê, na qual a Brasiliana detém 52,55% de seu capital social de forma direta, apresentou lucro líquido
de R$ 449,3 milhões em 2014, uma redução de 49% no ano (comparado a R$ 881,4 milhões em 2013)
influenciado, principalmente, pelo aumento no custo com compra de energia devido ao rebaixamento da
garantia física no Sistema Interligado Nacional (-9,4% em 2014 versus -0,31% em 2013) e da indisponibilidade
das unidades geradoras, parcialmente compensado pelo reajuste no preço da energia vendida à AES
Eletropaulo, a redução nos custos gerenciais (PMSO) da Companhia e redução da compensação financeira pelo
uso dos recursos hídricos, reflexo da redução da geração das usinas no ano de 2014.
A AES Uruguaiana, por sua vez, que é quase 100% detida pela Brasiliana, reportou lucro líquido de R$ 5,4
milhões em 2014 ante um lucro líquido de R$ 138,4 milhões em 2013 devido, principalmente, a reversão do
contas a pagar à YPF no valor de R$ 132 milhões, realizada no primeiro semestre de 2013.
Adicionalmente, a AES Serviços também, controlada pela Brasiliana com quase 100% do seu capital social,
obteve um lucro líquido de R$ 1,9 milhão em 2014, ante um prejuízo líquido de R$ 5,1 milhões em 2013. Tal
variação no resultado é principalmente explicada pelo incremento da receita líquida em R$ 14 milhões (R$
23,9 milhões em 2014 versus R$ 9,9 milhões em 2013), reflexo da celebração de novos contratos, referentes
aos serviços operacionais nas lojas da AES Eletropaulo, além da constituição de ativo diferido de crédito
tributário em 2014 sobre a base e prejuízo fiscal dessa controlada.
O resultado financeiro da Brasiliana foi positivo em R$ 26,5 milhões em 2014, ante um resultado positivo de
R$ 5,7 milhões em 2013. Esse desempenho é explicado principalmente pelo menor saldo médio de aplicações
financeiras (R$ 235,6 milhões em 2014 ante R$ 71,3 milhões em 2013), reflexo do recebimento de dividendos
de suas controladas diretas e indiretas em 2014, e a aumento da rentabilidade destas aplicações de 101,7% do
CDI em 2014 ante 98,6% em 2013.
A Companhia registrou um lucro líquido de R$ 81,9 milhões em 2014 ante R$ 517,0 milhões em 2013, uma
redução de 84,2%, em função, principalmente, do resultado negativo auferido por suas controladas AES Tietê,
AES Eletropaulo e AES Uruguaiana, conforme detalhados acima.
Remuneração aos Acionistas
Dividendos Brasiliana 2014 (R$ milhões)
Lucro do Exercício - 31 de dezembro de 2014
81,9
Realização de ajuste de avaliação patrimonial
53,0
Dividendos e JSCP prescritos de controladas
Constituição de Reserva Legal (5%)
3,9
(6,7)
Base para distribuição de dividendos
132,1
Dividendos intermediários distribuídos - 1S14
102,8
Proposta de destinação para a Reserva Estatutária
29,3
Proposta de destinação de dividendos adicionais
-
Saldo remanescente
-
Em vista do resultado apresentado acima e das estimativas de geração de caixa, a administração da Brasiliana
propõe a destinação dos resultados do exercício social findo em 31 de dezembro de 2014, face à apuração de
lucro líquido no montante de R$ 81,9 milhões, que acrescido do ajuste de avaliação patrimonial, no valor de
R$ 53,0 milhões, dos dividendos e juros sobre capital próprio prescritos de controladas, no valor de 3,9
milhões e deduzido à constituição de reserva legal no valor de R$6,7 milhões, perfaz um total a destinar de R$
132,1 milhões.
2
As destinações mencionadas acima serão propostas à aprovação da Assembleia Geral Ordinária da Companhia
(“AGO”), que ocorrerá até o dia 30 de abril de 2014, em conjunto com:
(i) a ratificação da distribuição de dividendos intermediários pelo Conselho de Administração da
Companhia, relativa ao resultado apurado pela Companhia no primeiro semestre de 2014, no
montante de R$102,8 milhões, o qual foi pago em 25 de setembro de 2014; e,
(ii) a constituição de reserva estatutária (reserva de lucros) no montante de R$ 29,3 milhões.
Auditoria Independente
Ao longo do exercício de 2014, a Brasiliana utilizou os serviços de auditoria independente da KPMG Auditores
Independentes ("KPMG") para a realização de outros trabalhos de auditoria, em adição à auditoria das
demonstrações contábeis e revisão especial das Informações Trimestrais (ITRs) relativas a 31 de março, 30 de
junho e 30 de setembro daquele mesmo exercício (conjuntamente denominados serviços de auditoria
externa). Os detalhes do contrato desse serviço encontram-se abaixo:
(i) Natureza do serviço: Verificação independente sobre as informações financeiras do Formulário de
Referência da Companhia, referente ao ano calendário de 2013, segundo as diretrizes estabelecidas
pela CVM. Data da contratação: 10 de abril de 2014
O valor total do serviço descrito acima soma R$ 10.495,00 (dez mil, quatrocentos e noventa e cinco reais) e
equivale a 3,97% do total dos honorários relativos aos serviços de auditoria externa. Os serviços descritos
acima possuem prazo de contratação inferior a um ano.
A Administração da Companhia, assim como seus auditores independentes, entende que os serviços
mencionados acima são caracterizados como serviços relacionados à auditoria e, por consequência, não
afetam a independência e objetividade da KPMG, necessárias ao desempenho dos serviços de auditoria de
acordo com as regras vigentes no Brasil.
Ao contratar outros serviços de seus auditores externos, a política de atuação da Companhia se fundamenta
nos princípios que preservam a independência do auditor e consistem em: (a) o auditor não deve auditar seu
próprio trabalho; (b) o auditor não deve exercer funções gerenciais na Companhia; e (c) o auditor não deve
promover os interesses da Companhia.
Barueri, 25 de fevereiro de 2015.
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