VEGETAIS, NATIVOS DO RIO GRANDE DO SUL, PARA PLANTIO EM PÁTIOS
ESCOLARES OU ÁREAS PRIVADAS
Pequeno porte ornamental:
Brinco de princesa - Fuchsia hybrida hort. ex Siebert & Voss – Arbusto de até 2,0 metros de
altura, floresce na primavera – verão, gosta de meia sombra e sol e solos úmidos. Considerada
a flor símbolo do RS, fica ainda mais bonita se for pendente. Os beija-flores adoram!
Primavera - Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don – Arbusto de até 3,0 metros de altura, floresce
na primavera – verão, gosta de sol e solos bem úmidos. Se não podada forma touceiras.
Médio porte ornamental:
Corticeira-do-banhado - Erythrina crista-galli L. – Possui flores de rara beleza que se
desenvolvem nos meses de setembro a dezembro! Pode chegar a 10 metros de altura. Gosta
de solos muito úmidos e bastante sol. Tenha certeza antes de plantá-la, pois é considerada
imune ao corte de acordo com Lei Estadual nº 9.519/92.
Ipê amarelo - Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. DC.) Mattos – Árvore com até 10
metros de altura, com uma copa relativamente pequena. Caem todas as folhas (nos meses de
agosto e setembro) e ficam somente as flores, muito bonitas. Gosta de ambiente ensolarado e
solos não muito úmidos.
Sibipiruna - Caesalpinia pluviosa DC. – Árvore com até 16 metros de altura, floração amarela
de agosto a novembro. Gosta de sol e solos drenados. Ótimo para sombra, mas precisa de
espaço para seu desenvolvimento.
Grande porte ornamental:
Canafístula - Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. – Árvore que pode chegar até 25 metros
de altura e sua copa a 15 metros de diâmetro. Seu crescimento é rápido, gosta de sol e solos
úmidos e profundos. Suas flores amarelas desenvolvem-se de dezembro a fevereiro. Bastante
frondosa.
Corticeira da Serra - Erythrina falcata Benth. Árvore com altura até 35 metros. Suas flores
vermelhas as quais se desenvolvem entre os meses de junho a novembro, são lindas! Seu
crescimento é rápido, se desenvolve tanto ao sol quanto na sombra e gosta de solos úmidos.
Tenha certeza antes de plantá-la, pois é considerada imune ao corte de acordo com Lei
Estadual nº 9.519/92.
Figueira-de-folha-miúda - Ficus cestrifolia Schott ex Spreg. – Árvore com até 25 metros de
altura, com copa que se dispõe lindamente. Produz frutos para a avifauna e flores o ano
inteiro. Gosta de sol e solos úmidos. Tenha certeza antes de plantá-la, pois é considerada
imune ao corte de acordo com Lei Estadual nº 9.519/92.
Ipê da Serra - Handroanthus albus (Cham.) Mattos – Extremamente ornamental, tanto pela
beleza das flores como pelas folhas que quando novas ficam prateadas. Pode chegar a 30
metros de altura, tem crescimento rápido, gosta de sol e solo seco. Floresce de julho a
setembro.
Ipê rosa - Handroanthus eximius (Miq.) Mattos – Árvore com até 20 metros de altura, com
floração nos meses de julho a setembro. Gosta de sol e solos drenados e pedregosos.
Ipê Roxo - Handroanthus avellanedae (Lorentz ex Griseb.) Mattos – Planta medicinal, pode
atingir até 35 metros de altura. Seu crescimento é rápido, se adapta tanto ao sol ou sombra e
gosta de solos drenados e pedregosos.
Todos os vegetais deste grupo são ótimos para formação de sombra, mas precisam de
grandes áreas e solos profundos para se desenvolverem.
Frutíferas de pequeno a médio porte:
Araçazeiro - Psidium cattleianum Sabine – Árvore com até 6,0 metros de altura, crescimento
lento, com frutos muito apreciados não só por nós, mas também pela avifauna, os quais se
desenvolvem nos meses de setembro a março, bastante utilizados também na produção de
doces. Flores brancas de junho a dezembro.
Cerejeira - Eugenia involucrata DC. – Árvore de crescimento lento, chegando até 15,0 metros
de altura. Floresce de setembro a novembro e frutifica de outubro a dezembro. Gosta de sol e
meia sombra, assim como de solos drenados. Frutos muito conhecidos por todos e deliciosos.
Os pássaros também adoram!
Jabuticabeira - Myrciaria trunciflora O. Berg – Pode chegar a medir 14 metros de altura. Seus
frutos se desenvolvem no tronco, dando um toque especial na sua beleza. Floresce de julho a
setembro e frutifica de 20 a 30 dias após. Seu crescimento é lento, se adapta em qualquer
iluminação e gosta de solos úmidos
Pitangueira - Eugenia uniflora L. – Arbusto com até 12 metros de altura, suas flores, que se
desenvolvem de agosto a novembro, emanam um aroma especial. Frutifica de outubro a
janeiro, apropriada para plantio em currais para alimentação de galináceos, suínos e avifauna
silvestre. Prefere meia sombra e solos úmidos.
Jerivá - Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman –
Árvore com até 20 metros de altura,
produz frutos comestíveis não só por nós mas também por aves, peixes, lagartos e graxains.
Ótima para pequenos espaços devido ao seu sistema radicular pouco profundo e de pequeno
porte. Crescimento rápido, gosta de sol e meia sombra e não é exigente quanto ao solo, mas
prefere solos drenados e úmidos. Floresce e frutifica praticamente o ano todo. Belo efeito
paisagístico quando plantadas em fileiras.
VEGETAIS QUE NUNCA DEVEM SER PLANTADOS EM ÁREAS DE CIRCULAÇÃO DE
CRIANÇAS, POR SEREM TÓXICOS, ALERGÊNICOS OU AINDA GERAREM ALGUM RISCO:
Alamanda – Allamanda cathartica L./ Allamanda blanchetii A. DC. - trepadeira exótica muito
comum em cercas vivas, de crescimento rápido, folhas brilhosas e flores muito bonitas
(amarelas ou roxas), porém tóxicas.
Aroeira brava - Schinus molleoides Vell. – Árvore nativa extremamente alergênica.
Crescimento rápido, não exigente em relação ao solo, mas gosta de sol.
Aroeira preta: Lithraea brasiliensis Marchand – Árvore nativa muito ornamental, porém tem
seu uso restringido por causar alergia em pessoas sensíveis, possui frutos apreciados pelos
pássaros. Crescimento rápido, não exigente quanto à iluminação, mas gosta de solos rochosos
ou arenosos drenados.
Butiazeiro - Butia capitata (Mart.) Becc. Consta na Lista de Espécies da Flora Ameaçada de
Extinção no RS como em perigo (EN). Seu plantio deve ser incentivado, mas somente deverá
ser plantado em áreas de acesso restrito, pois suas folhas e tronco podem machucar. Seu fruto
somente se desenvolve após oito anos de vida, mas é muito apreciado. Seu crescimento é
extremamente lento, floresce de setembro a janeiro e frutifica de fevereiro a março. Gosta de
sol e solos arenosos ou rochosos.
Dama-da-noite - Ipomoea alba L. – trepadeira com flores brancas utilizadas para cercas
vivas. Muito tóxica, alergênica e alucinógena.
Espirradeira - Nerium oleander L. – Arbusto exótico com até 5,0 metros de altura, flores
brancas, rosas ou vermelhas. Largamente plantada em parques e passeios públicos, todas as
partes da planta possuem um princípio ativo, o glicosídeo, que é venenoso.
Guabiju - Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand – Seus frutos são abundantes e
deliciosos, porém suas folhas possuem espinho único em seu ápice que faz com que este
vegetal se torne perigoso, podendo ferir. Seu crescimento é lento e pode chegar a 10 metros
de altura, frutifica no verão, se adapta melhor em meia sombra e solos enxutos e pedregosos.
Ligustro - Ligustrum sinense Lour. – Arbusto exótico com até 10 metros de altura, levemente
alergênico. Seus frutos oleaginosos são muito apreciados pelos pássaros.
Jasmim – manga - Plumeria rubra L. – Árvore exótica com até 8 metros de altura. Por ter
suas flores coloridas (brancas, rosas ou fúxia) e um perfume muito agradável, é bastante
utilizada no paisagismo, porém sua flor e o látex produzido possuem alcalóides que afetam o
sistema nervoso.
Dicas importantes:
1. Nunca plante nenhum tipo de vegetal com espinhos, acúleos e/ou folhas duras e
pontiagudas.
2. Evite plantas com látex em seus galhos e folhas.
3. Evite vegetais com frutos carnosos e grandes, como por exemplo, o abacateiro
(Persea americana Mill.) e a mangueira (Mangifera indica L.), devido ao risco de
queda.
4. Quando próximo de calçamento ou prédios, evite o plantio de espécies arbóreas
com o sistema radicular superficial e agressivo como, por exemplo, figueira
benjamina (Ficus benjamina
L.), timbaúva (Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
Morong), paineira (Seiba speciosa
A. St.-Hil.), tipuana (Tipuana tipu (Benth.)
Kuntze), cinamomo (Melia azedarach
L.), flamboyant (Delonix regia (Bojer ex
Hook.) Raf.), entre outros.
5. Avalie suas necessidades, seu espaço e como o vegetal ficará no futuro antes de
decidir a espécie e local a ser plantado.
6. Sempre incentive o plantio de nativas, elas ajudam na preservação e manutenção
do equilíbrio ecológico, favorecendo a biodiversidade. Prefira as mais raras, na lista
de espécies ameaçadas, de possível extinção ou extinção, pois assim estará
ajudando em dobro! Cuide: estes vegetais não poderão ser removidos depois!
7. Veja se a espécie a ser plantada não é considerada uma espécie invasora, pois
neste caso pode vir a causar problemas pelo seu fácil desenvolvimento e
alastramento. As invasoras nativas são boas para reflorestamento, pois, têm seu
crescimento rápido.
8. Nunca esqueça da construção de canteiros, vegetados ou com forrações, no entorno
do vegetal plantado, do tutoramento e da proteção física para sua preservação e
seu desenvolvimento adequado.
9. As mudas a serem plantadas, para maior facilidade de “pega” e garantia de
desenvolvimento, deverão possuir altura de fuste mínima de 1,80 m.
10. As variações climáticas costumam influenciar na fenologia das plantas fazendo com
que estas possam produzir duas ou mais florações anuais ou até alterar a época de
suas florações, alterando assim a época de suas frutificações.
Alguns critérios a serem seguidos na hora do plantio*:
I – O solo de preenchimento da cova deve estar livre de pedras, entulho e lixo. O solo
inadequado, ou seja, compactado ou com entulho e pedra, deve ser substituído por outro com
constituição, porosidade, estrutura e permeabilidade adequados ao bom desenvolvimento da
espécie plantada.
II - Providenciar abertura da cova com dimensões mínimas de 60 cm de altura, largura e
profundidade. Vai depender do tamanho da muda.
III - Retirar o substrato, que sendo de boa qualidade, poderá ser misturado na proporção de
1:1 com composto orgânico para preenchimento da cova; sendo de má qualidade, deverá ser
substituído integralmente por terra orgânica.
IV - O tutor apontado em uma das extremidades deverá ser cravado no fundo da cova, o qual
será fixado com uso de marreta; posteriormente, deverá se preencher parcialmente a cova
com o substrato preparado, posicionando-se então a muda, fazer amarração em “x”, evitando
a queda da planta por ação do vento, ou seu dano por fixação inadequada do tutor.
V - A muda deve ser retirada da embalagem com cuidado e apenas no momento do plantio, a
fim de evitar o estresse e evapotranspiração. Esta deve possuir fuste bem definido e ser
plantada na mesma altura em que se encontrava no viveiro, sem enterrar o caule e sem deixar
as raízes expostas, ou seja, o colo da muda deve ficar ao nível da superfície do solo.
VI- Ao redor da muda deverá ser deixada uma área permeável de 60 X 60 centímetros.
VII - Após o completo preenchimento da cova com o substrato, deverá o mesmo ser
comprimido por ação mecânica, sugerindo-se um pisotear suave para não danificar a muda.
VIII - As mudas devem ser irrigadas até sua completa consolidação e estruturação, ou seja,
completo estabelecimento.
IX - Se possível, deve-se colocar um gradil que tem a função de protetor da muda, seu
emprego previne possíveis danos que possam impedir o desenvolvimento da futura árvore.
Suas dimensões devem ser de 60 cm de largura e 130 cm de altura acima do solo.
X – As mudas a serem plantadas deverão ter as seguintes características:

Ter boa formação e estar rustificada.

Porte de, no mínimo 1,8 m de altura de fuste, sem bifurcações.

Ser isenta de pragas e doenças.

Ter tronco reto e bem formado.

A copa deverá ser formada de, pelo menos, três ramos.

Ter sistema radicular bem formado e consolidado na embalagem, rejeitando-se aqueles
cujos
sistemas
radiculares
tenham sofrido quaisquer danos.
XI
-
Manutenção das mudas plantadas:

Após o plantio, a muda deve ser
irrigada
abundantemente.
Se
não chover até 05 dias após o
plantio, deve-se irrigar a cova
com 20 litros de água, repetindo
este tratamento de 02 em 02
dias até o pegamento da muda.

Se depois de plantada a muda
estiver fraca, deverá ser feita
adubação
de
cobertura,
colocando 100g de NPK 10–10–
10 por cova.

O replantio ou substituição da muda morta é necessário para manter o efeito estético e
paisagístico. Replantar muda da mesma espécie indicada para o local. O replantio
deverá ser, no máximo, 30 dias após o plantio.

Substituição ou recolocação de gradil e tutor na posição correta, a fim de restabelecer
as condições desejáveis ao desenvolvimento da planta.

* Fonte: Plano Diretor de Arborização Urbana de Porto Alegre e Plano Diretor de
Arborização Urbana de Goiânia
Glossário:
ALCALÓIDE: Substância básica, formada principalmente por nitrogênio, oxigênio, hidrogênio e
carbono.
ESPÉCIE INVASORA: São espécies exóticas, que se desenvolvem facilmente e muito rápido
ocupando os espaços das nativas. Muitas vezes tornam-se pragas, ameaçando assim, a
biodiversidade.
ESTIPE: É o caule das Palmeiras, compreendendo desde a inserção com o solo até a gema que
antecede a copa.
FUSTE: Porção inferior do tronco de uma árvore, desde o solo até a primeira inserção de
galhos.
LÁTEX: Substância de aspecto leitoso encontrado em algumas plantas, com a função de
provocar a cicatrização de tecido lesado.
VEGETAL EXÓTICO: Desenvolve-se em local que não o seu de origem. Introduzida em um local
que não é o seu de origem.
VEGETAL NATIVO: Se desenvolveu sem interferência humana em determinado lugar. Oriundo
de.
Fonte: Plano Diretor de Arborização Urbana de Porto Alegre.
Liseane Santos Rocha Cortez – CRBio 25376 03D
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